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Esteróides androgénicos anabolizantes

Hoje vou apresentar uma campanha sobre os riscos do uso de esteróides androgénicos anabolizantes.
Escolhi este tema porque a minha madrinha é endocrinologista e alertou-me para este problema. Considero que os jovens se
preocupam muito com a aparência física, não pensando nas consequências do uso destas substâncias e que a sociedade não
está informada sobre estes riscos. Esta campanha é direcionada para os alunos e encarregados de educação da comunidade
educativa da escola de D. Pedro IV.
O uso de esteróides androgénicos anabolizantes (EAA) tem sido cada vez mais frequente entre os atletas de alta competição,
mas verifica-se um consumo crescente na população jovem.

Os EAA são substâncias semelhantes as hormonas criadas em laboratório, que imitam a testosterona, sendo usados para obter
maior «performance» muscular e cultivar o aspeto físico.

A epidemiologia mundial revela que a região com maior


prevalência de uso dos EAA é o Médio Oriente (21,7 %),
seguido da América do Sul (4,8 %), da Europa (3,8 %), da
América do Norte (3,0 %), da Oceânia (2,6 %), da África (2,4 %)
e, finalmente, da Ásia (0,2 %). No continente europeu destaca-
se o Reino Unido, a Finlândia, a Suíça e a Eslováquia como os
países com maior número de utilizadores de EAA.

Evolução em Portugal da percentagem de


controlos positivos para EAA desde 2002 até 2014

Ao analisar o gráfico verifica-se que a percentagem de positivos nunca foi tão elevada (31,6 %) como no ano de 2002; contudo,
foram registados valores elevados em 2007 (22,4 %) e em 2013 (25 %), o que poderá indicar que o abuso de EAA ainda é uma
realidade recente no nosso país e que está longe de ser ultrapassada.

O único estudo em Portugal entre frequentadores de ginásios foi feito em 2011 pela associação europeia Health and Fitness, com
o apoio da Comissão Europeia (abrangendo oito países): 4,2% dos inquiridos em Portugal confessaram consumir substâncias
dopantes, contra a média europeia de 2,7%.

Um estudo efetuado em 2019 no distrito do Porto, em praticantes de musculação, verificou que 13,3% da amostra utilizavam
diariamente EAA com intuito de obter melhorias estéticas e de performance. Neste estudo, constatou-se que os usuários de EA
demonstravam saber os efeitos adversos associados ao uso, tendo inumerado vários desses efeitos, mas mesmo assim fizeram
uso destes produtos, demonstrando uma crescente procura pelo “corpo perfeito”.
Nos últimos anos tem-se verificado um crescimento no consumo de EAA entre os jovens, nomeadamente entre o 8º e o 12º ano,
do sexo masculino. Os adolescentes, sob pressões estéticas e desportistas, são um grupo de risco para a utilização de EAA, isto
porque têm uma informação insuficiente acerca dos efeitos destes esteróides, tendo tendência a usá-los indiscriminadamente,
sem qualquer preocupação sobre as suas consequências negativas.

Os atletas com o objetivo de conseguir o corpo perfeito, muitas vezes tentam métodos alternativos para obter resultados mais
rápidos. Um dos métodos bastante utilizados é o uso de esteroides anabolizantes, ou simplesmente anabolizantes.

Inicialmente os EAA foram criados para fins terapêuticos e eram usados apenas por utentes que possuíam problemas na
produção natural de testosterona, em casos de atrofias musculares e em alguns tipos de cancro. Rapidamente, os EAA passaram
a ser utilizados por desportistas, que queriam aumentar a sua performance.

Os EAA são substâncias produzidas em laboratório que derivam da testosterona, uma hormona que tem como principal função
promover o desenvolvimento dos caracteres sexuais masculinos.

Podem ser usados de duas maneiras: através do uso oral ou de forma injetável. O anabolizante oral geralmente é vendido na
forma de comprimido, que é ingerido, absorvido no intestino e processado no fígado. Já os injetáveis são aplicados diretamente
na corrente sanguínea. O primeiro tipo geralmente relaciona-se com grande sobrecarga do fígado, enquanto o segundo provoca
maior toxicidade para os rins. Exemplos de EAA

Via Oral Via Intramuscular


Oximetolona (Anadrol) Decanoato de nandrolona (Deca-Durabolin),
Oxandrolona (Anavar/Oxandrin) Cipionato de testosterona (Depo-testosterona)
Metandrostenolona (Dianabol) Fenpropionato de nandrolona (Durabolin)
Estanozolol (Winstrol) Equipoise (Boldenona) 
Danazol Tetrahidrogestriona (THG) 
Os EAA têm efeitos secundários nocivos a longo prazo, a nível mental e físico. Ao interferir com o balanço hormonal, perturbam o
metabolismo: ao administrar testosterona heterogénea, o corpo para de produzir essa hormona desligando alguns mecanismos
hormonais, levando a graves complicações na meia idade, incluído a morte.

A principal preocupação em relação ao uso de EAA em praticantes de musculação, deve-se à grande quantidade de efeitos
colaterais adversos que estas substâncias podem causar, nos diversos órgãos e sistemas, provocando danos reversíveis e
irreversíveis tanto em homens como em mulheres, aumentando ainda o risco de morte súbita. Os anabolizantes são uma espécie
de veneno lento, pelo que os mais graves efeitos secundários só aparecem a médio/longo prazo, “dez ou 20 anos depois da
toma”.

Os seus efeitos adversos podem atingir vários órgãos, mas os mais preocupantes são a nível:

- Musculoesquelético: aumento rápido e significativo da massa magra com desproporção muscular corporal, visível a nível
torácico, aumento do risco de lesões nos tendões e ligamentos, tais como tendinites.

- Endócrino: sinais e sintomas de feminização em homens (aumento dos peitos, disfunção erétil e alteração da líbido, com
consequente infertilidade) e virilização em mulheres (aumento do clitóris, irregularidades menstruais, crescimento de pelos,
alteração da voz, diminuição de tecido mamário).
- Dermatológico: acne localizado na face, ombros, tronco e dorso, estrias, sobretudo nos músculos bicípites, peitoral e ainda dorso
e coxas, calvície e reações no local de injeção (edema, eritema, dor, abcessos).

- Cardiovascular: aumento inexplicado da pressão arterial, enfarte do miocárdio ou arritmia, aumento dos valores de eritrócitos e
hemoglobina, alteração do perfil lipídico e da coagulação sanguínea, com maior risco de AVC

- Excretor: cálculo renal, tumores nos rins e insuficiência renal aguda.

- Digestivo: aumento das enzimas hepáticas,

- Psiquiátrico: aumento da agressividade, comportamento violento, síndrome de dependência ou insónia em jovens.

Percebe-se, portanto, que o uso de anabolizantes pode sim melhorar a aparência, porém os efeitos no organismo podem ser
devastadores. É fundamental informar-se antes de utilizar qualquer produto e nunca esquecer que o melhor caminho para o corpo
perfeito e melhora na performance é a alimentação saudável e bastante treino.

Como medidas de prevenção individual, cada pessoa deve-se informar ativamente sobre os riscos do uso dos EAA e
consciencializar-se destes, não os negligenciando, achando que só acontece aos outros.

As medidas de prevenção na comunidade passam pela criação de programas educacionais nas escolas, envolvendo toda a
comunidade e profissionais de saúde, levando:

- ao aumento do número de análises antidopagem;

- o estabelecimento de linhas telefónicas de apoio a jovens e adolescentes;

- a presença de intervenções sobre os comportamentos de risco;

- dar atenção aos problemas éticos e morais envolvidos no abuso de EAA.

Devem ser direcionados para atletas e não atletas, estudantes do ensino secundário e universitário, bem como para todos os tipos
de utilizadores de ginásios.

Para além dos programas educacionais clássicos descritos, a distribuição de flyers e a implementação de campanhas publicitárias
com informação acerca dos riscos e dos efeitos secundários dos EAA em escolas e ginásios, pode ser uma alternativa inicial para
entrevir nestas situações.

Para este tema, optei por realizar um poster com uma imagem de fundo de cor escura para alarmar e “assustar” o observador, as
outras imagens utilizadas descrevem o uso de EAA. O texto introduzido tem um slogan principal e o restante tem algumas ideias-
chaves. Este tipo de abordagem é importante no sentido de sensibilizar a população para este problema, deixando o observador
com curiosidade para se informar melhor.

O abuso de EAA é uma realidade preocupante: dada a facilidade de sua obtenção no comércio e ginásios, a publicidade
enganosa e a falta de informação sobre os seus efeitos adversos, o seu consumo é cada vez mais frequente em amadores. Desta
forma, é importante que a sociedade esteja sensibilizada para este problema. Portanto, há uma necessidade imperiosa de
campanhas publicitárias e programas educacionais dirigidos à população geral e sobretudo aos adolescentes, de forma a alertar
para as potenciais sequelas ameaçadoras da vida.

Webgrafia: https://www.biologianet.com/saude-bem-estar/esteroides-anabolizantes.htm ; https://www.elsevier.es/en-revista-


revista-portuguesa-endocrinologia-diabetes-e-356-articulo-o-uso-esteroides-androgenicos-anabolizantes-S1646343914000406;
https://visao.sapo.pt/atualidade/sociedade/2019-10-06-o-que-acontece-em-portugal-a-quem-vende-anabolizantes-que-podem-
deixar-uma-pessoa ; file:///C:/Users/utilizador/Downloads/Dissertacao_-_Pedro_Guimaraes%20(1).pdf

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