Você está na página 1de 26

ESPÉCIES NATIVAS POTENCIAIS DA FLORESTA ATLÂNTICA DO LITORAL

PARANAENSE: GESTÃO DE RECURSOS DE USO COMUM NO CONTEXTO DO


DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL SUSTENTÁVEL

Luiz Everson da Silva¹


Jenifer Priscila de Araujo²
Wanderlei do Amaral³
Elaine Cristina Oliveira de Menezes4

RESUMO

Esse artigo tem por objetivo discutir o entrelaçamento do conceito de


Desenvolvimento Territorial Sustentável, atrelado às concepções de território, e gestão
de recursos naturais, na perspectiva da gestão integrada e participativa, considerando
suas especificidades. Quanto aos aspectos metodológicos é uma pesquisa com
abordagem predominantemente qualitativa, do tipo exploratório descritiva. Fez-se
inicialmente um levantamento bibliográfico, partindo da análise de artigos, relatórios e
dissertações que tiveram como referência o litoral do Paraná. A coleta de dados
ocorreu de forma de dialógica, seguindo um roteiro norteador. Neste roteiro além das
informações sobre a identificação dos entrevistados (dados como nome, idade, sexo,
ocupação), durante as conversas foram anotados e gravados com a devida
autorização, dados referentes às espécies de uso medicinal e Plantas Alimentares não
Convencionais (PANC´s) e demais usos da biodiversidade como espécies arbóreas
destinadas à construção, seja de barcos ou casas. Os resultados demonstram quais
são as espécies nativas potenciais num mapeamento da biodiversidade e manejo dos
recursos naturais no Litoral do Paraná. Por fim, destacam-se os principais usos de
espécies nativas de nossa flora como possibilidade para agregar valor como produtos
da biodiversidade numa perspectiva de conservação dos recursos naturais, mas
também de geração de trabalho e renda para as comunidades.

Palavras-chave: Espécies Nativas. Floresta Atlântica. Litoral do Paraná.


Desenvolvimento Territorial Sustentável.

¹ Doutor em Química na Universidade Federal de Santa Catarina. Tem experiência na área de Química como professor no Ensino
Médio e Superior. É Professor Associado na Universidade Federal do Paraná - Setor Litoral no curso de Licenciatura em Ciências. É
coordenador de área do PIBID - UFPR. É professor do quadro permanente do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento
Territorial Sustentável da UFPR. E-mail: luiever@gmail.com

R. bras. meio. amb. sustentab., Florianópolis, v. 1, n. 5, p. 33-58, jul-ago. 2021. 33


² Graduação em Saúde Coletiva pela Universidade Federal do Paraná (2016). Atua principalmente nos seguintes temas: Saúde
Ambiental, Bioprospecção, Fitoquímica e Etnofarmacologia. Mestra em Desenvolvimento Territorial Sustentável pela Universidade
Federal do Paraná - Setor Litoral, na linha de pesquisa Ecologia e Biodiversidade. Atualmente é Doutoranda em Ciências
Farmacêuticas na na linha de pesquisa de Produtos Naturais. UFPR. E-mail: jeniferpri@yahoo.com.br
³ Graduação em Ciências Biológicas pela Faculdade de Ciências Biológica e da Saúde Dr. Bezerra de Menezes (1999)
especialização em Ecoturismo pelo Instituto Brasileiro de Pós graduação e extensão - IBPEX (2000), especialização em Fitoterapia
pelo Centro de pós-graduação e Extensão - CPGEX das FIES (2010) e mestrado em Agronomia (Produção Vegetal) pela
Universidade Federal do Paraná (2006), Doutor em Ciências pela Universidade Federal do Paraná (2015), Pós-doutor em Ciências
Ambientais pelo Programa de pós-graduação em Desenvolvimento Territorial Sustentável da UFPR (2015 a 2017). E-
mail: wdoamaral@hotmail.com
4
Graduação em Ciências Econômicas pela Universidade Federal de Santa Catarina (1998), mestrado em Administração pela
Universidade Federal de Santa Catarina (2002) e doutorado em Sociologia Política pela Universidade Federal de Santa Catarina
(2009). Pós-doutora pelo Programa de Pós-Graduação em Administração, Universidade Federal de Santa Catarina (2011) e pelo
Programa de Pós-Graduação em Administração da ESAG/UDESC (2015). UFPR. E-mail: eoliveira.menezes@gmail.com

POTENTIAL NATIVE SPECIES OF THE ATLANTIC RAINFOREST IN THE


COASTAL OF PARANÁ: MANAGEMENT OF COMMON USE RESOURCES IN THE
CONTEXT OF SUSTAINABLE TERRITORIAL DEVELOPMENT

ABSTRACT

This article aims to discuss the interweaving of the concept of Sustainable Territorial
Development, linked to the conceptions of territory, and management of natural
resources, from the perspective of integrated and participatory management,
considering their specificities. As for the methodological aspects is a research with a
predominantly qualitative approach, of the descriptive exploratory type. A
bibliographical survey was made initially, starting from the analysis of articles, reports
and dissertations that had as reference the coast of Paraná. The data collection took
place in a dialogical way, following a guiding script. In this script, besides information
on the identification of the interviewees (data such as name, age, sex, occupation),
during the conversations, data were recorded and recorded with the appropriate
authorization, data referring to species of medicinal use and Non-Conventional Food
Plants ) and other uses of biodiversity as tree species destined to the construction, be
it of boats or houses. The results demonstrate the potential native species in a mapping
of biodiversity and natural resource management in the Coast of Paraná. Finally, we
highlight the main uses of native species of our flora as a possibility to add value as
products of biodiversity in a perspective of conservation of natural resources, but also
the generation of work and income for communities.

Keywords: Native Species. Atlantic Forest. Coast of Parana. Sustainable Territorial


Development.

R. bras. meio. amb. sustentab., Florianópolis, v. 1, n. 5, p. 33-58, jul-ago. 2021. 34


1 INTRODUÇÃO

A faixa litorânea do Estado do Paraná e a Serra do Mar abriga uma importante


área de Floresta Atlântica do Estado, com grandes áreas de unidades de conservação
como parques nacionais, estaduais e privados que abrigam importantes espécies da
fauna e flora, além prestarem vários serviços ambientais.
Neste contexto, de abundante biodiversidade, há uma população humana que
ocupa tradicionalmente este território com importantes conhecimentos etnobotânicos
de espécies nativas da floresta. Existem também inúmeras pesquisas científicas que
revelam as potencialidades de usos destas espécies com finalidades medicinais,
aromáticas, alimentícias, madeireiras, tradicionais, entre outras (NOGUEIRA, 2006).
Porém, as pesquisas científicas precisam avançar ainda no sentido de revelar a
composição fitoquímica, as ações biológicas, potenciais usos gastronômicos entre
outros destas espécies nativas, muitas delas endêmicas da Floresta Atlântica. Há
necessidade também, de estudos agronômicos, como o desenvolvimento de
protocolos de reprodução destas espécies nativas, com o objetivo de implantação de
bancos de germoplasma das espécies potenciais, com coleções ex-situ, para avanços
nas pesquisas agronômicas de domesticação, cultivo e estudos fitotécnicos. De posse
dos conhecimentos agronômicos sobre estas espécies é possível subsidiar as
populações locais de agricultores, na sua maioria da agricultura familiar, no cultivo e
produção de espécies com alto valor agregado, promotoras de trabalho e renda para
estas famílias.
A redescoberta da dimensão territorial do desenvolvimento, nos últimos anos,
o resgate atento da literatura técnica sobre o conceito de ecodesenvolvimento
desempenharam um papel de indiscutível relevância para compreender como as
dinâmicas produtivas territoriais impactam sobre o meio ambiente e a gestão dos
recursos de uso comum. De maneira geral, evidencia-se que os modos de
desenvolvimento contemporâneos não vêm favorecendo a internalização da
problemática socioambiental nas práticas usuais de planejamento e gestão, no
contexto empresarial e público. É no âmbito desse escopo que se situa a discussão
proposta neste estudo, cujo objetivo é o de analisar quais são as espécies nativas da
floresta atlântica do Litoral do Paraná, mais especificamente da localidades do entorno

R. bras. meio. amb. sustentab., Florianópolis, v. 1, n. 5, p. 33-58, jul-ago. 2021. 35


das Unidades de Conservação do litoral do Paraná, buscando identificar se tais
espécies podem ter potencial para o manejo e uso mais sustentáveis pelas
comunidades locais, preservando a biodiversidade e a cultura local. Para fins deste
artigo entende-se por desenvolvimento territorial sustentável como um estilo de
desenvolvimento sistêmico que complexifica o enfoque clássico de
ecodesenvolvimento, mas que agrega, também, elementos constitutivos da
abordagem do desenvolvimento territorial (VIEIRA, 2006).
No âmbito de um programa de Bioprospecção que tem como objetivo
incrementar a pesquisa em química de produtos naturais, desenvolveu-se a
Bioprospecção de espécies nativas visando o uso sustentável da biodiversidade
vegetal do Litoral do Paraná.
O objetivo é disponibilizar uma gama de espécies com potencial para futuras
investigações, formar uma biblioteca com os usos e entidades químicas disponíveis,
garantir a preservação e auxiliar no estabelecimento de uma estratégia de trabalho e
renda para as comunidades locais.
No que se refere aos aspectos metodológicos à abordagem é
predominantemente qualitativa, do tipo exploratório-descritiva. Fez-se inicialmente um
levantamento bibliográfico, partindo da análise de artigos, relatórios e dissertações
que tiveram como referência o litoral do Paraná. A coleta de dados ocorreu de forma
de dialógica, seguindo um roteiro norteador. Neste roteiro além das informações sobre
a identificação dos entrevistados (dados como nome, idade, sexo, ocupação), durante
as conversas foram anotados e gravados com a devida autorização, dados referentes
às espécies de uso medicinal e Plantas Alimentares não Convencionais (PANC´s) e
demais usos da biodiversidade como espécies arbóreas destinadas à construção, seja
de barcos ou casas. O trabalho identificou um grande número de espécies, no qual
foram citadas 60 espécies distintas. Os dados obtidos com os questionários foram
planificados através do Programa Excel e analisados. As espécies vegetais citadas
pelos moradores foram inseridas pelo pesquisador de acordo com a utilidade
apresentada pelos informantes para a análise dos dados. A análise dos dados deu-se,
assim, de maneira descritiva, acerca dos dados obtidos por questionário e também
explicativa, a partir das entrevistas e do cruzamento dos dados obtidos à matriz teórica
adotada: desenvolvimento territorial sustentável e gestão de recursos de uso comum.

R. bras. meio. amb. sustentab., Florianópolis, v. 1, n. 5, p. 33-58, jul-ago. 2021. 36


Assim, o presente artigo foi organizado a partir de uma revisão de literatura
sobre o Desenvolvimento Territorial Sustentável e suas dimensões. A produção teórica
sobre o uso dos recursos naturais, na perspectiva da gestão integrada e participativa,
considerando suas especificidades. Na sequência apresenta-se as espécies nativas
potenciais num mapeamento da biodiversidade e manejo dos recursos naturais no
Litoral do Paraná. Por fim, destacam-se os principais usos de espécies nativas de
nossa flora como possibilidade para agregar valor como produtos da biodiversidade
numa perspectiva de conservação dos recursos naturais, mas também de geração de
trabalho e renda para as comunidades.

2 DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL SUSTENTÁVEL

No âmbito da revisão de literatura, o conceito norteador pano de fundo dessa


pesquisa é o de desenvolvimento territorial sustentável. Ele é concebido como um
enfoque de planejamento e gestão, tendo como ponto de partida a problemática da
degradação socioambiental e sua relação com estratégias de desenvolvimento de
longo prazo (Sachs, 1993 e 2009; Vieira, 2006). É preciso destacar duas vertentes
importantes para a definição do conceito de Desenvolvimento Territorial Sustentável,
pautado epistemologicamente pelo enfoque da complexidade (Morin, 1990). Por um
lado, as contribuições das discussões sobre sustentabilidade, fundamentadas no
ecodesenvolvimento, resgatam elementos imprescindíveis para a gestão dos recursos
naturais, das atividades humanas e socioeconômicas na atualidade, principalmente
quanto à prudência ecológica, satisfação das necessidades básicas e promoção da
equidade, autonomia e redefinição do conceito de eficiência econômica que alia a
produtividade com a minimização das perdas e reaproveitamento dos resíduos e
dejetos como insumos para o sistema produtivo (VIEIRA, 2006; VIEIRA e CAZELLA,
2004).
Na perspectiva de Sachs (2007) cinco dimensões fundamentam o conceito de
ecodesenvolvimento que compõe a abordagem do desenvolvimento territorial
sustentável: a sustentabilidade social, econômica, ecológica, espacial e a cultural.
Neste trabalho utilizou-se duas dessas dimensões: i) sustentabilidade ecológica, a ser

R. bras. meio. amb. sustentab., Florianópolis, v. 1, n. 5, p. 33-58, jul-ago. 2021. 37


alcançada por meio da engenhosidade na utilização da base de recursos potenciais
existente nos diversos ecossistemas, da limitação do consumo de recursos não
renováveis e produtos facilmente esgotáveis e sua substituição por recursos
renováveis; redução da poluição mediante a reciclagem sistemática de dejetos das
atividades produtivas e de consumo; combate ao consumo supérfluo de mercadorias;
pesquisa de tecnologias limpas e, por fim, definição de regras para proteção ambiental,
bem como de um aparato institucional que assegure o cumprimento das normas
propostas; ii) sustentabilidade cultural, está relacionada à
[...] busca das raízes endógenas dos modelos de modernização e dos
sistemas rurais integrados de produção, privilegiando processos de
mudança no seio da continuidade cultural e traduzindo o conceito
normativo de ecodesenvolvimento em uma pluralidade de soluções
particulares, que respeitam as especificidades de cada ecossistema, de
cada cultura e de cada local (SACHS, 1993, p. 27).

Por outro lado, observou-se a contribuição do desenvolvimento territorial à


abordagem do Desenvolvimento Territorial Sustentável que trouxe inovações no
campo socioeconômico (BECATTINI, 1999; BAGNASCO, 1999; BENKO, 2001;
COURLET e SOULAGE, 1994; COURLET, 2001; MAILLAT, 1995; MARSHALL, 1982;
PORTER, 1999; LEMOS, 2003; LASTRES e CASSIOLATO, 2003; REDESIST, 2007).
“O desenvolvimento territorial se caracteriza a partir da constituição de uma entidade
produtiva enraizada num espaço geográfico” (PECQUER, 2005, p. 12). O território é
composto não só pelo espaço geográfico ou pelas pessoas que o compõem, ele é fruto
de uma dinâmica de construção social pautada: "(i) na preocupação com a equidade,
e (ii) na mobilização de mecanismos capazes de assegurar uma distribuição mais justa
da renda e dos bens e serviços, a partir da valorização dos recursos coletivos
disponíveis. E é justamente esse o motivo pelo qual o desenvolvimento territorial, na
visão de Pecqueur, não pode ser decretado; pelo contrário, ele surge de processos de
construção social concebidos a partir da “dinâmica do território inserida no tempo”
(MENEZES et.al., 2016).
Há consenso, portanto, sobre a necessidade de um novo ideal sustentável, que
esteja ancorado numa visão sistêmica, na qual os valores possam ser de fato postos
em prática em nível local. Assim, o papel das comunidades locais é essencial, sejam
como colaboradoras na implementação e sucesso de propostas de manejo e uso
sustentável; como provedoras de informações biológicas e ecológicas do ambiente
como um todo, ou de espécies em particular; e mais especificamente no aspecto

R. bras. meio. amb. sustentab., Florianópolis, v. 1, n. 5, p. 33-58, jul-ago. 2021. 38


social, como promotoras do acesso a uma melhor qualidade de vida daqueles que
fazem uso do recurso comum, implantando uma base para o desenvolvimento local
com a gestão participativa dos recursos naturais.
Acredita-se que o uso empírico e de forma sustentável dos recursos naturais
por comunidades tradicionais, constitui-se em um caminho possível para garantir a
conservação de espécies e o aproveitamento dos seus recursos, seja para fins
medicinais, alimentícios ou tecnológicos.
Sabe-se que o desaparecimento dessas comunidades afetaria a integridade da
biodiversidade, uma vez que esse ambiente foi criado através de uma base cultural e
social. “Se essas populações realmente viessem a desaparecer, ou a serem
definitivamente removidas de suas áreas originais de ocupação, poderia se esperar
alterações na dinâmica de recomposição das florestas e na composição específica”
(ADAMS, 2000, p. 166).
Entende-se, por fim, que Desenvolvimento Territorial Sustentável não é um
estado, mas uma referência para processos que possam anunciar uma transição desta
para uma nova sociedade que seja mais includente e que promova espaço de convívio
entre as pessoas. Isso só é viável a partir da apropriação e valorização das
potencialidades endógenas, da identificação dos diferentes atores sociais e da
valorização dos recursos naturais e saberes locais.

3 RECURSOS DE USO COMUM E GESTÃO INTEGRADA E PARTICIPATIVA DOS


RECURSOS NATURAIS

Ao se pensar a gestão dos recursos naturais na perspectiva do desenvolvimento


sustentável, constata-se que a natureza adquire uma dimensão diretiva, ancorada
numa abordagem política, ética, cultural e comportamental. Para tanto, faz-se
necessário compreender as dinâmicas dos recursos naturais. Para que se possa
compreender como se inserem as dinâmicas de auto-organização e auto-governança
nas situações de pressão dos recursos de uso comum, considera-se necessário
compreender a definição do que seja um recurso de uso comum. O recurso comum
designa, de acordo com Ostrom (2010), um sistema de recursos onde há dificuldade

R. bras. meio. amb. sustentab., Florianópolis, v. 1, n. 5, p. 33-58, jul-ago. 2021. 39


de exclusão dos beneficiários potenciais de acesso e utilização do recurso. No
processo de organização e de governança dos recursos comuns é preciso distinguir
o sistema de recurso e o fluxo de unidades de recurso produzido pelo sistema,
reconhecendo sua interdependência.
Uma boa forma de representar o sistema de recurso, segundo Ostrom (2010),
está em comparar as variáveis estoque que, em condições favoráveis, são capazes de
produzir uma quantidade máxima de variáveis de fluxo sem prejudicar o estoque ou o
sistema de recursos. Já as unidades de recursos são aqueles pelo qual os indivíduos
se apropriam ou utilizam do sistema de recurso. A distinção entre recurso, estoque e
unidade de utilização em fluxo é importante para o caso dos recursos renováveis, pelo
qual é possível definir uma taxa de regeneração (OSTROM, 2010).
Ostrom (2010), destaca que o acesso a um recurso comum pode ser limitado a
um único indivíduo ou a uma empresa, ou a múltiplos indivíduos que utilizam
simultaneamente o sistema de recurso. A partir da perspectiva da autora
supramencionada, o fato de não poder se distinguir a capacidade de subtrair as
unidades de recurso do caráter conjunto do sistema de recurso, contribui para a
confusão que existe da relação entre os recursos comuns e os bens públicos ou
coletivos. No caso dos recursos comuns há o livre acesso, ou seja, nenhuma pessoa
pode ser impedida de utilizá-lo.
Ostrom (2010), afirma que se os problemas associados à apropriação dos
recursos forem críticos, os usuários podem se negar a fornecê-los. Nenhuma
apropriação de unidades de recurso pode ocorrer sem o sistema de recurso. Além
disso, sem um método equilibrado, ordenado e eficaz de atribuição das unidades de
recursos, os usuários locais serão pouco incitados a contribuir com o fornecimento do
sistema de recursos.
Berkes (2005), baseado em Ostrom, Bromley e Feeny et. al. destaca que os
recursos de uso comum podem ser geridos sob quatro regimes de apropriação: i) livre
acesso: “[...] significa a ausência de direitos de propriedade bem definidos. O acesso
é livre e aberto a todos” (BERKES, 2005, p. 50); ii) propriedade privada: “[...] refere-se
à situação na qual um indivíduo ou corporação tem o direito de excluir outros e de
regulamentar o uso do recurso” (BERKES, 2005, p. 50); iii) propriedade estatal: “[...]
significa que os direitos sobre o recurso constitui uma prerrogativa exclusiva do
governo, que controla o acesso e regulamenta o uso” (BERKES, 2005, p. 50); iv)

R. bras. meio. amb. sustentab., Florianópolis, v. 1, n. 5, p. 33-58, jul-ago. 2021. 40


propriedade comunal ou comunitária: “[...] significa que o recurso é controlado por
uma comunidade definida de usuários, que pode excluir outros usuários e
regulamentar a utilização do recurso” (BERKES, 2005, p. 50). Conforme Berkes (2005)
tais regimes podem ser hibridizados, ou seja, são tipos ideais, cujo controle tende a
acontecer mediante combinações desses regimes.
Há um consenso na literatura, segundo Berkes (2005), de que o livre acesso
tende a conduzir a ruína dos recursos de uso comum, conforme ilustrado na “tragédia
dos comuns”, descrita por Hadin. Portanto, é a propriedade privada, estatal e comunal
que pode condicionar a utilização sustentável dos recursos. Além do livre acesso, a
privatização dos recursos de uso comum, também, constitui um problema, pois muitos
dos recursos são, por natureza, não exclusivos e inadequados para a apropriação
privada. Berkes (2005) destaca as dificuldades de regulação dos recursos de uso
comum e é o regime da propriedade comunal que oferece o mais diversificado
conjunto de regulamentações. A dificuldade que acompanha o debate político atual
dos recursos de uso comum está na identificação do regime de apropriação mais
adequado. O grande impasse está na definição de critérios adequados para o
desempenho dos sistemas de recursos naturais sob diferentes regimes de
apropriação.
O tema ainda é bastante vago no âmbito da literatura sobre o tema e os casos
de sucesso não permitiram ainda a formulação de teorias e hipóteses consistentes.
Berkes (2005) destaca que os trabalhos de Feeny, Berkes, McCay, Acheson foram
baseado nos critérios de sustentabilidade ecológica, “[...] segundo o qual o recurso em
questão deve ser usado sem comprometer a capacidade das gerações futuras de
satisfazer suas necessidades” (WCED apud BERKES, 2005, p. 66). Entretanto, esse
representa, conforme o autor supracitado apenas um dos critérios de uso dos
recursos, essa também é uma perspectiva compartilhada por Ostrom (2010), mas é
preciso compreender que o uso dos recursos deverá atender tanto o ponto de vista
ecológico, quanto o ponto de vista socioeconômico e sociocultural. Portanto, a análise
deverá centrar-se simultaneamente nos seres humanos e nos recursos.
Além dos critérios acima referenciados, Berkes (2005) descreve a contribuição
de Oakerson que sugere outros critérios: i) o da eficiência (baseado no ótimo de
Pareto); ii) e equidade (baseado na justiça distributiva). Bem como de outros critérios
alternativos utilizados que incluem: i) o empoderamento (capacidade de os indivíduos

R. bras. meio. amb. sustentab., Florianópolis, v. 1, n. 5, p. 33-58, jul-ago. 2021. 41


controlarem as decisões que afetam sua vida); ii) e segurança de subsistência
(capacidade de os indivíduos perpetuarem seus meios de vida). Além desses critérios,
pesquisadores do mundo inteiro vêm ampliando o seu espectro incluindo desde
critérios econômicos e institucionais até o desempenho do próprio recurso natural.
Portanto, os estudos sobre gestão de recursos comum vêm resgatando a
importância embutida na gestão tradicional e nos sistemas contemporâneos de gestão
comunitária de recursos comuns para resolução dos problemas com esse tipo de
recurso. As evidências empíricas demonstram que as instituições voltadas para a
utilização dos recursos naturais devem ser mais diversificadas e as interações entre
sistemas sociais e naturais mais sensíveis aos feedbacks. Tal visão é corroborada pela
obra de Ostrom (2010), que procura demonstrar, nos estudos de caso apresentados,
como a incitação externa, muitas vezes, pode comprometer um processo de
estruturação e aprendizado institucional de longa data.
Assim, destaca-se que as atividades rurais, neste viés, se configuram em um
estreito enlace com a natureza. Ao contemplar várias formas de uso da biodiversidade
agregando valor a ela, corre-se o risco de torná-la vulnerável à uma exploração
desmedida. Por isso, é mister o desenvolvimento de instrumentos de manejo baseados
numa abordagem sistêmica dessa relação homem-natureza, que privilegie
intervenções propositivas e corretivas, visto o estado degradante e insustentável em
algumas regiões do país.

4 DISCUSSÕES E RESULTADOS DA PESQUISA

O Brasil figura em primeiro lugar entre os 17 países megadiversos com uma


taxa de endemismo de 56% das espécies de plantas, onde o Bioma Floresta Atlântica
apresenta-se com o maior número de espécies vegetais entre os biomas brasileiros,
com mais de 19.000 espécies, onde mais de 7.600 espécies são endêmicas da Floresta
Atlântica (FORZZA et al., 2012).
Um fragmento considerável desse bioma situa-se no Litoral do Estado do
Paraná, com expressivas áreas de vegetação nativa protegida por parques e reservas
federais, estaduais e particulares e composto por sete municípios. A área total, que
corresponde a 3% do território paranaense. Atualmente, tem 82% de sua área voltada

R. bras. meio. amb. sustentab., Florianópolis, v. 1, n. 5, p. 33-58, jul-ago. 2021. 42


à conservação, pois possui a maior área contínua de floresta pluvial atlântica
preservada (PIERRI et al., 2006, p. 150). São cinco Unidades de Conservação de Uso
Sustentável (uma federal e quatro estaduais), representando 63% da área total do
litoral, e 14 Unidades de Conservação de Proteção Integral (cinco federais, oito
estaduais e uma municipal). Além disso, a região conta com treze Reservas
Particulares de Patrimônio Natural (RPPN), sendo oito estaduais e cinco federais
(GÓES, 2014). A grande extensão de natureza preservada do Litoral Paranaense, de
grande valor ambiental, propiciou, no contexto político contemporâneo de
preocupação pela proteção da natureza e da biodiversidade, a constituição de maior
parte de seu território em área de conservação (PIERRI et al., 2006).

5 BIOPROSPECÇÃO DE ESPÉCIES NATIVAS

A bioprospecção é uma forma de localizar, avaliar e explorar sistemática e


legalmente a diversidade biológica por recursos genéticos e bioquímicos de valor
comercial através de pesquisas científica, podendo contar também com
conhecimentos tradicionais que grupos humanos têm dessa biodiversidade ao longo
de várias gerações. Ela corresponde aos setores de fitomedicamentos, agricultura,
cosméticos, alimentação e bebidas (SANT’ANA, 2002)
Por outro lado, tem sido freqüentemente citada como um uso sustentável da
biodiversidade que também deve proporcionar uma motivação para a conservação
dos recursos genéticos. No entanto, nas regiões tropicais, ricas na maior
biodiversidade do mundo, o nível de bioprospecção é muito abaixo do potencial, com
isso observa-se como resultado um baixo impacto da bioprospecção na conservação
e uso dos recursos naturais.
Sabe-se que as espécies nativas já ocorrem nesta região e se desenvolvem
bem sem o uso de agroquímicos e agrotóxicos. Em função de toda a característica
deste complexo ecológico, essas espécies são menos suscetíveis a pragas e doenças.
Por isso a condução destas espécies em sistemas agroecológicos de produção aponta
como uma boa solução para a conservação dos recursos naturais, produção de
matéria prima para alimentos, extração de óleos essenciais, medicamentos,
cosméticos, e também como promotoras de uma melhora na qualidade de vida para

R. bras. meio. amb. sustentab., Florianópolis, v. 1, n. 5, p. 33-58, jul-ago. 2021. 43


as populações desta região. A produção agroecológica destas espécies pode
favorecer a segurança alimentar, o desenvolvimento comunitário, viabilizando
economicamente, socialmente e ambientalmente as pequenas propriedades rurais.
Entre as espécies destacadas neste artigo existem espécies que se
desenvolvem melhor na sombra da floresta, espécies ombrófilas, outras que se
desenvolvem melhor à plena luz, sendo espécies pioneiras na sucessão ecológica das
florestas. Neste contexto, é importante estudar melhor a dinâmica das espécies e
considerar que é possível utilizar algumas espécies para o cultivo sustentável dentro
de áreas já florestadas como as reservas legais das propriedades. Por outro lado, as
espécies pioneiras podem ser cultivadas em áreas abertas, constituindo-se em
espécies para a exploração inicial. À medida que estas áreas abertas vão sendo
cobertas, pode-se efetuar o manejo com espécies de estágios médio de sucessão, até
atingir níveis de reflorestamento. Assim tem-se a formação de florestas produtivas, ou
agroflorestas com espécies nativas de plantas medicinais, frutíferas, alimentícias,
madeireiras, melíferas, entre outras em um arranjo produtivo sustentável.
A partir de estudos etnobotânicos na região litorânea do Paraná, projetos de
Bioprospecção, levantamentos florísticos e revisão de literatura apresentada neste
artigo 60 espécies nativas da Floresta Atlântica e de ocorrência na faixa litorânea e na
Serra do Mar do Estado do Paraná que se mostram como espécies potenciais para
pesquisa, produção e uso sustentável no litoral Paranaense. Além disso, existem
espécies com potencial uso medicinal, alimentício e aromático para produção de óleos
essenciais. Na Tabela 1 exibe-se uma relação de 41 espécies medicinais distribuídas
em 24 famílias.

Tabela 1- Espécies Vegetais Nativas com Propriedades Medicinais da Floresta


Atlântica de ocorrência no Litoral Paranaense.

Nome popular Nome científico Família


1. Aroeira Schinus terebenthifolius Raddi ANACARDIACEAE
2. Aroeira-de- Schinu smolle L. ANACARDIACEAE
praia
3. Macela Achyrocline satureioides (Lam.) DC. ASTERACEAE
4. Dente-de-leão Taraxacum officinale F.H. Wigg. ASTERACEAE
5. Serralha Sonchus oleraceus L. ASTERACEAE

R. bras. meio. amb. sustentab., Florianópolis, v. 1, n. 5, p. 33-58, jul-ago. 2021. 44


6. Picão-preto Bidens pilosa L. ASTERACEAE
7. Vassourão-do- Baccharis dracunculifolia DC. ASTERACEAE
campo
8. Botão-de-ouro Galinsoga parviflora Cav. ASTERACEAE
9. Assa-peixe Vernonanthura prosphorica (Vell.) H. ASTERACEAE
Rob.
10. Guaco Mikania glomerata Spreng. ASTERACEAE
11. Chapéu-de- Echinodoru smacrophyllus Kunth) ALISMATACEAE
couro Micheli
12. Cebolão-do- Crinum americanum L. AMARYLIDACEAE
mangue
13. Erva-baleeira Varronia curassavica Jacq. BORAGIANACEAE
14. Mentruz Coronopus dydimus (L.) Smith BRASSICACEAE
15. Batata-de- Ipomoea pes-caprae(L.) R. Br. CONVOLVULACEA
praia E
16. Cana-do-brejo Costus spicatus (Jacq.) Sw. COSTACEAE
17. Erva-cidreira- Hedyosmum brasiliense Miq. CLORANTHACEAE
do-mato
18. Tiririca Cyperus rotundus L. CYPERACEAE
19. Olho-de-cabra Abrus precatorius L. FABACEAE
20. Chá de Bugre Casearia sylvestris Sw. FLACOURTHIACEA
E
21. Guaçatonga Casearia decandra Jacq. FLACOURTHIACEA
E
22. Sete-sangrias Cuphea carthagenesis(Jacq.) J. F. LYTHRACEAE
Macbr.
23. Guanxuma Sida rhombifolia L. MALVACEAE
24. Pitanga Eugenia uniflora L. MYRTACEAE
25. Cataia Pimenta pseudocaryophyllus MYRTACEAE
(Gomes) Landrum.
26. Quebra-pedras Phyllanthus niruri L. PHYLLANTHACEAE
27. Pariparoba Piper rivinoides Kunth. PIPERACEAE
28. Jaborandi Piper aduncum L. PIPERACEAE
29. Jaborandi Piper gaudichaudianum Kunth. PIPERACEAE
30. Pariparoba Piper cernuum Vell. PIPERACEAE

R. bras. meio. amb. sustentab., Florianópolis, v. 1, n. 5, p. 33-58, jul-ago. 2021. 45


31. Jaborandi Piper moseniiC. DC. PIPERACEAE
32. Jaborandi Piper arboreum Aubl. PIPERACEAE
33. Jaborandi Piper diospyrifolium Kunth. PIPERACEAE
34. Pariparoba Piper umbellatum L. PIPERACEAE
35. Tanchagem Plantagoa utralisLam. PLANTAGINACEAE
36. Barba-de-são- Polygala paniculata L. POLYGALACEAE
joão
37. Erva-de-bicho Polygonum hydropiperoides Michx. POLYGONACEAE
38. Erva-moura Solanum americanum Mill. SOLANACEAE
39. Barbasco Buddlejas tachyoidesCham. &Schltdl. SCROPHULARIACE
AE
40. Embaúba Cecropia glaziovii Snethl. URTICACEAE
41. Cataia ou Drimys brasiliensis Miers. WINTERACEAE
casca-d’anta
Fonte: FORZZA et al., (2012).

A flora medicinal constitui um arsenal terapêutico de enorme importância. “Já


há vários séculos as plantas vêm sendo consideradas fontes medicamentosas,
empregadas tanto em preparações tradicionais (chás, sucos, xaropes, cataplasmas,
tinturas, unguentos, etc” (CORRÊA et al, 1998, p.18). Esses saberes acerca do uso da
flora local podem ser considerados parte do que Berkes (2005) chama de propriedade
comunal ou comunitária, cujo recurso é controlado por uma comunidade definida de
usuários.
No que se refere às plantas com potencial medicinal no Litoral do Paraná pode-
se destacar Costusspicatus (Jacq.) Sw. Popularmente conhecida como cana-do-brejo
é muito utilizada como planta ornamental, porém também possui propriedades e
atividade farmacológica, sendo indicada para o tratamento de afecções renais e do
sistema urinário, possuindo eficaz efeito diurético.
O Guaco (Mikania glomerata Spreng.) é uma planta trepadeira perene com
indicação clínica para casos de tosse, como asma e bronquite, também é utilizado para
ansiedade, insônia e alguns quadros febris. A espécie em si possui propriedades
diuréticas, porém deve ser evitado o uso por longos períodos de tempo.
Ainda salientando as espécies com propriedades diuréticas listam-se a
Echinodorus macrophyllus (Kunth), Micheli (chapéu-de-couro), planta muito utilizada

R. bras. meio. amb. sustentab., Florianópolis, v. 1, n. 5, p. 33-58, jul-ago. 2021. 46


para dores de origem reumática, vias urinárias e afecções hepáticas, sendo também
indicada para controle de hipertensão arterial.
A conhecida quebra-pedra (Phyllanthus niruri L.) é uma planta herbácea rasteira
de pequenas folhas, que também é bastante utilizada como diurético. Suas folhas e
raízes são indicadas tanto para o tratamento de cálculos renais como também para
ação reguladora de funções intestinais.
Por fim, pode-se destacar os aspectos botânicos da Tanchagem (Plantago
autralis Lam.) uma espécie vegetal que apresenta em sua atividade farmacológica
ação expectorante, cicatrizante e também hemostática. Suas folhas são indicadas para
afecções das vias aéreas e constipação intestinal. “Enfatiza-se que a utilização
ponderada e racional das plantas medicinais como suporte terapêutico pode ser
considerada uma forma simples, de baixo custo e bastante eficaz de promover a
saúde” (CORRÊA et al, 1998, p.20).
Na Tabela 2, apresentam-se a relação de 30 espécies alimentícias não
convencionais. As espécies alimentícias apresentam-se com um interessante potencial
ao se levar em conta questões de segurança alimentar, visto a miríade de
possibilidades de uso.

Tabela 2 – Espécies Vegetais Nativas com Potencial Alimentício (PANC´s) da Floresta


Atlântica de ocorrência no Litoral Paranaense.
Nome popular Nome científico Família
1. Aroeira Schinus terebenthifolius Raddi ANACARDIACEAE
2. Aroeira-de- Schinus molle L. ANACARDIACEAE
praia
3. Predo-de-praia Blutaparon portulacoides (A.St.-Hil.) AMARANTHACEAE
Mears
4. Dente-de-leão Taraxacum officinale F.H. Wigg. ASTERACEAE
5. Serralha Sonchus oleraceusL. ASTERACEAE
6. Picão-preto Bidens pilosa L. ASTERACEAE
7. Picão-branco Galinsoga quadriradiata Ruiz &Pav. ASTERACEAE
8. Botão-de-ouro Galinsoga parviflora Cav. ASTERACEAE
9. Voadeira Conyza bonariensis (L.) Cronquist ASTERACEAE

R. bras. meio. amb. sustentab., Florianópolis, v. 1, n. 5, p. 33-58, jul-ago. 2021. 47


10. Cariçoba Erechtites hieraciifolius(L.) Raf. Ex ASTERACEAE
DC.
11. Capiçova Erechtites valerianifolius(Link ASTERACEAE
exSpreng.) DC.
12. Almeirão-do- Hypochaerischillensis(Kunth) Britton ASTERACEAE
campo
13. Chapéu-de- Echinodorus ALISMATACEAE
couro
macrophyllus(Kunth) Micheli
14. Palmito Euterpe edulis Mart. ARECACEAE
Jussara
15. Jerivá Syagrus romanzoffian ARECACEAE
(cham.) Glassman
16. Tucum BactrissetosaMart. ARECACEAE
17. Palmeira Attaleia dúbia (Mart.) Burret ARECACEAE
indaiá
18. Mentruz Coronopus dydimus(L.) Smith BRASSICACEAE
19. Batata-de- Ipomoeapes-caprae(L.) R. Br. CONVOLVULACEA
praia E
20. Cana-do-brejo Costus spicatus(Jacq.) Sw. COSTACEAE
21. Samambaia Pteridium aquilinum(L.) Kuhn DENNSTAEDTIACE
AE
22. Grumixama Eugenia brasiliensis Lam. MYRTACEAE
23. Cataia Pimenta pseudocaryophyllus(Gomes) MYRTACEAE
Landrum.
24. Pixirica et al Leandra australis Cham.) Cogn. MELASTOMATACE
AE
25. Tanchagem Plantago autrali sLam. PLANTAGINACEAE
26. Framboesa- Rubus rosifolius Sm. ROSACEAE
silvestre
27. Erva-moura Solanuma mericanum Mill. SOLANACEAE
28. Taboa Thypha dominguensis Pers. TYPHAHCEAE
29. Lírio-do-brejo Hedychium coronarium Koehne ZINGIBERACEAE
30. Cataia ou Drimys brasiliensis Miers. WINTERACEAE
casca-d’anta
Fonte: FORZZA et al., (2012).

R. bras. meio. amb. sustentab., Florianópolis, v. 1, n. 5, p. 33-58, jul-ago. 2021. 48


Entre as Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC´s) existem, por
exemplo, as espécies Schinustere benthifolius Raddi, Euterpe edulis Mart., Thypha
dominguensis Pers, Solanum americanum Mill, Hedychium coronarium Koeing, que
são utilizadas para usos culinários. Essas espécies normalmente não são cultivadas e
se propagam naturalmente. “São subespontâneas (crescem de maneira espontânea
sem que sejam plantadas) em áreas antropizadas e até em áreas naturais de florestas,
cerrados e campos e podem ser extraídas, quando disponíveis, para o seu consumo
próprio” (KINUPP E LORENZI, 2014, p. 30). Estas espécies, por vezes, são pouco
exploradas em relação ao seu potencial alimentício. “A grande maioria de frutas nativas
ou mesmo exóticas considerada PANC´s são difíceis de serem encontradas nos
mercados e feiras” (KINUPP E LORENZI, 2014, p.24). Desta forma, parece oportuno
ressaltar a relevância das espécies consideradas PANC´s e sua utilidade para a
população em geral.
A Schinus terebenthifolius Raddi, mas conhecida como aroeira, possui
pequenos frutos de cor vermelha e amarronzada, que são amplamente utilizados como
condimentos para diversos pratos, em especial carnes, peixes e doces. O aspecto do
fruto da aroeira propicia um visual interessante e singular aos pratos.
Nesse aspecto, ainda salientando a importância dos frutos como iguaria para
pratos. Há a Solanum americanum Mill, mas conhecida como erva-moura, além de
propiciar um visual interessante aos pratos, os frutos dessa espécie possuem
antocianinas e grande potencial antioxidante, fatores importantes para a saúde e
qualidade de vida.
Pode-se destacar também a planta nativa Euterpe edulis Mart (palmito-juçara),
classificada como hortaliça e de polpa como frutífera. Sua parte interna é utilizada para
extração do palmito e seu fruto extraído a poupa para uso similar ao açaí da Amazônia.
No litoral paranaense encontra-se também a espécie Hedychium coronarium
Koeing, uma planta herbácea perene que possui flores comestíveis. Além das suas
flores serem usadas como condimento, a planta conhecida como lírio-do-brejo,
apresenta rizomas que são utilizados para fins medicinais, anti-inflamatórios, sendo a
sua fécula útil para o combate à tosse.
Já Thypha dominguensis Pers pode ser utilizada de diversas formas. A Taboa,
como é chamada popularmente, possui rizomas, palmito e pólen, sendo consumidos

R. bras. meio. amb. sustentab., Florianópolis, v. 1, n. 5, p. 33-58, jul-ago. 2021. 49


cozidos, assados ou transformados em farinha. A planta em si apresenta alto teor de
vitaminas, proteínas e carboidratos.
A partir de estudos de Bioprospecção de espécies nativas e aromáticas
realizados no Litoral Paranaense pode-se destacar algumas espécies para a produção
de óleos essenciais. Os óleos essenciais, além da indústria de perfumaria e
cosméticos, possuem vasta possibilidade de utilizações. “São fontes de matéria-prima
na indústria farmacêutica, na indústria de produtos de higiene e limpeza, de alimentos,
de tintas e também da agricultura, para o controle biológico de doenças e pragas
(BIASI E DESCHAMPS, 2009, p.7)”. Na Tabela 3, são relacionadas 24 espécies
aromáticas com potencial para a produção de óleo essencial.
Tabela 3 – Espécies Vegetais Aromáticas Nativas potenciais para produção de óleos
essenciais da Floresta Atlântica de ocorrência no Litoral Paranaense.
Nome popular Nome científico Família
1. Aroeira Schinus terebenthifolius Raddi ANACARDIACEAE
2. Aroeira-de- Schinus molle L. ANACARDIACEAE
praia
3. Macela Achyrocline satureioides (Lam.) ASTERACEAE
DC.
4. Vassourão-do- Baccharis dracunculifolia DC. ASTERACEAE
campo
5. Voadeira Conyza bonariensis(L.) ASTERACEAE
Cronquist
6. Cariçoba Erechtites hieraciifolius (L.) Raf. ASTERACEAE
Ex DC.
7. Capiçova Erechtites valerianifolius (Link ASTERACEAE
ex Spreng.) DC.
8. Erva-baleeira Varronia curassavica Jacq. BORAGIANACEAE
9. Erva-cidreira- Hedyosmum brasiliense Miq. CLORANTHACEAE
do-mato
10. Chá de Bugre Casearia sylvestris Sw. FLACOURTHIACEAE
11. Guaçatonga Casearia decandra Jacq. FLACOURTHIACEAE
12. Pitanga Eugenia uniflora L. MYRTACEAE
13. Grumixama Eugenia brasiliensis Lam. MYRTACEAE
14. Cataia Pimenta pseudo caryophyllus MYRTACEAE
(Gomes) Landrum.
15. Pariparoba Piper rivinoides Kunth. PIPERACEAE

R. bras. meio. amb. sustentab., Florianópolis, v. 1, n. 5, p. 33-58, jul-ago. 2021. 50


16. Jaborandi Piper aduncum L. PIPERACEAE
17. Jaborandi Piper gaudichaudianum Kunth. PIPERACEAE
18. Pariparoba Piper cernuum Vell. PIPERACEAE
19. Jaborandi Piper moseniiC. DC. PIPERACEAE
20. Jaborandi Piper arboreumAubl. PIPERACEAE
21. Jaborandi Piper diospyrifolium Kunth. PIPERACEAE
22. Pariparoba Piper umbellatum L. PIPERACEAE
23. Lírio-do-brejo Hedychium coronarium Koehne ZINGIBERACEAE
24. Cataia ou Drimys brasiliensis Miers. WINTERACEAE
casca-d’anta
Fonte: FORZZA et al., (2012).

A Conyza bonariensis (L.) Cronquist ou voadeira como é conhecida


popularmente, é uma planta herbácea anual que ocorre subespontânea em pomares
e beiras de estrada. A planta possui folhas e ramos finos como característica singular,
suas folhas jovens são altamente aromáticas e possuem potenciais para extração de
óleos essenciais.
A espécie Erechtiteshieraciifolius (L.) Raf. Ex DC. se propaga principalmente em
áreas semi-sombreadas e pomares. A Cariçoba possui folhas e ramos considerados
comestíveis após o cozimento, entretanto é vista como uma planta altamente
aromática. A Erechtitesvalerianifolius (Link exSpreng.) DC possui características e
nome popular semelhante, porém se estabelece com mais facilidade em regiões
alteradas pela ação antrópica e suas folhas jovens exalam um odor típico ao serem
prensadas.
Dentre as plantas aromáticas encontradas no Litoral Paranaense há também a
espécie vegetal Piper umbellatum L., um subarbusto perene ocorrente em áreas
abertas e locais úmidos. Conhecida como Pariparoba é utilizada para realização de
diversas receitas, porém, também possui óleos essenciais e compostos fenólicos. “As
infrutescências maduras são doces, aromáticas e suculentas” (KINUPP E LORENZI,
2014, p. 24).
Ainda salientando as espécies com potencial para óleos essenciais, a
Hedyosmum brasiliense Miq., mais conhecida como erva-cidreira-do-mato, é uma
espécie heliófita característica da floresta pluvial Atlântica. Muito ocorrente em solos
brejosos, a planta em si apresenta folhas aromáticas ideais para produção de óleo

R. bras. meio. amb. sustentab., Florianópolis, v. 1, n. 5, p. 33-58, jul-ago. 2021. 51


essencial, sendo também utilizada como planta medicinal entre as comunidades do
litoral paranaense.
Espécies medicinais e alimentícias são primordiais para a saúde do ser humano,
a partir dos compostos existentes nos recursos vegetais, pode-se realizar tratamento
específico para distintas doenças. Por meio da informação sobre aspectos botânicos
das espécies abrem-se possibilidades para novos hábitos nutricionais e também
usufruir das potencialidades farmacológicas a fim de evitar futuras patologias. As
espécies além de possuir valor nutricional também proporcionam uma melhor
qualidade de vida aos indivíduos, sendo notória a eficácia dos agentes ao combate de
afecções e doenças crônicas.
Além disso, conforme destacado anteriormente por Berkes (2005) alguns dos
critérios de sustentabilidade ampliada inclui a eficiência, a equidade, o
empoderamento e segurança de subsistência que pode ser oferecida as comunidades
locais por meio desses saberes acerca dos usos dos recursos naturais locais. A gestão
de recursos comum vem resgatando a importância embutida na gestão tradicional e
nos sistemas contemporâneos de gestão comunitária de recursos comuns como
alternativa viável e sustentável para a gestão dos recursos naturais, tal visão é
corroborada pela obra de Ostrom (2010).

6 POTENCIAIS USOS DOS RECURSOS NATURAIS LOCAIS

Pesquisas etnoecológicas em comunidades tradicionais no litoral do Paraná já


demonstraram a riqueza de espécies conhecidas pelos moradores e os usos atribuídos
à biodiversidade local. Lima (1996) identificou 480 plantas manejadas por dez
comunidades de Guaraqueçaba durante 90 entrevistas realizadas com moradores
locais, uma média de 33,2 plantas citadas por entrevistado em aproximadamente uma
hora e meia de entrevista. Além do reconhecimento das espécies, os moradores
também definem os usos de cada planta para fins agrícolas e alimentícios, para
medicina popular e veterinária, utilização de madeireira e artefatos de pesca, plantas
melíferas e ornamentais, de uso místico e para artesanato, dentre outros usos.
Existem também os estudos farmacológicos preliminares realizados com o
extrato bruto alcoólico da Pimenta pseudocaryophyllus, popularmente conhecida na

R. bras. meio. amb. sustentab., Florianópolis, v. 1, n. 5, p. 33-58, jul-ago. 2021. 52


região por Cataia, que demonstraram efeito antiinflamatório, além da presença de
flavonóides, e terpenos como eugenol que podem apresentar ação larvicida (SIMAS,
2004). Adicionalmente estudos estão sendo conduzidos com a Polygala cyparissias
(Polygalaceae), conhecida popularmente como pinheirinho da praia, é uma erva
medicinal de importância etnomédica na dor e inflamação. A análise fitoquímica desta
espécie vegetal revelou a presença significativa do grupo químico xantona. Segundo
a literatura, as xantonas exercem importante papel na atividade antidepressiva
envolvendo os sistemas dopaminérgico e serotoninérgico (MURUGANANDAM, 2000).
Mais recentemente, Gubert (2010) avaliando espécies aromáticas nativas da
Floresta Ombrófila Densa, na região litorânea do Estado do Paraná avaliou 53 espécies
distribuídas em 28 famílias botânicas, das quais 39 espécies apresentaram óleos
essenciais, sendo as famílias botânicas Myrtaceae e Piperaceae as que apresentaram
mais representantes com óleo essencial e a composição fitoquímica dos óleos
essenciais das espécies foram maiores de sesquiterpenos e alcoóis.
Diante das reflexões acredita-se que o enfoque de desenvolvimento territorial
sustentável no litoral paranaense emerge como uma alternativa promissora de
valorização da agrobiodiversidade bem como de planejamento de sistemas produtivos
locais inovadores. O mapeamento das espécies locais associado ao uso dessas
espécies pela comunidade tem potencial para preservação da biodiversidade e da
cultura local.
Constatou-se que o apoio à projetos de desenvolvimento territorial,
incorporando a dimensão socioecológica pressupõem a existência de um potencial de
auto-organização dos atores locais. Sugerem-se políticas para fortalecimento da
organização das dinâmicas endógenas; estudos como este podem contribuir para com
o reconhecimento do potencial local em termos de recursos naturais e culturais, dando
base para ação pública para mobilização da comunidade local em prol da preservação
dessa rica biodiversidade.
Isto requer que cada grupo ou comunidade construa sua própria representação
do espaço, dos recursos, criando uma identidade na construção de uma nova dinâmica
territorial de desenvolvimento.

R. bras. meio. amb. sustentab., Florianópolis, v. 1, n. 5, p. 33-58, jul-ago. 2021. 53


7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A partir do objetivo central deste artigo analisou-se as espécies nativas da


floresta atlântica do Litoral do Paraná, mais especificamente de localidades do entorno
das Unidades de Conservação do litoral do Paraná, buscando identificar espécies
potenciais para o manejo e uso mais sustentáveis pelas comunidades locais,
preservando a biodiversidade e a cultura local. Acredita-se que com o avanço nas
pesquisas, sua consequente difusão de conhecimento, preservação das espécies,
produção agroecológica, comercialização e o consumo consciente é possível
promover um desenvolvimento regional de maneira sustentável no território do Litoral
Paranaense.
Se por um lado o levantamento das espécies aproximou-nos da dimensão
ecológica do desenvolvimento territorial sustentável, por outro o uso e manejo
realizado pelas comunidades evidenciou a dimensão cultural enquanto ferramenta
importante para a conservação e uso das espécies. O conhecimento das práticas de
uso sustentável propicia melhor aproveitamento das espécies sem degradar o meio
natural, promove estratégias de desenvolvimento e contribui para preservação da
biodiversidade local.
Ao se relacionar as possibilidades de desenvolvimento da região litorânea do
Paraná com a necessidade de articular o potencial socioeconômico e o potencial
cidadão, percebeu-se que a perspectiva regional fortalece a importância dos aspectos
socioculturais nas dinâmicas de desenvolvimento. Evidencia que o estabelecimento de
redes de cooperação e de solidariedade construídas a partir das instituições, da cultura
e das características históricas locais é fundamental para desenvolver mecanismos
capazes de evitar processos de exclusão ou de predomínio dos interesses particulares
acima dos interesses da coletividade.
Por fim, a bioprospecção configura-se numa ferramenta de reconhecimento do
potencial da dimensão ecológica no litoral do Paraná pois proporciona o conhecimento
das plantas e suas aplicações, valoriza o conhecimento local e contribui para a
preservação do bioma.
Parece oportuno ressaltar, que o modelo vigente da biodiversidade local pode
ser modificado com base nas alterações das práticas de manejo sustentável. Além
disso, tanto a gestão tradicional, quanto os sistemas contemporâneos de gestão

R. bras. meio. amb. sustentab., Florianópolis, v. 1, n. 5, p. 33-58, jul-ago. 2021. 54


comunitária de recursos comuns podem conjuntamente ser alternativa viável e
sustentável para a gestão dos recursos naturais, tal visão é corroborada pela obra de
Ostrom (2010) e por Berkes. É relevante considerar que a forma sustentável de uso
pode servir como intervenção para as futuras gerações.

REFERÊNCIAS

ADAMS, C. As populações caiçaras e o mito do bom selvagem: a necessidade de


uma nova abordagem interdisciplinar. Revista de Antropologia, São Paulo, USP,
2000, v. 43 nº 1.p.145-182.

BAGNASCO, A. Desenvolvimento regional, sociedade local e economia difusa. In:


COCCO, Giuseppe; URANI, André; GALVÃO, Alexandre Patez. Empresários e
empregos nos novos territórios produtivos: o caso da Terceira Itália. Rio de Janeiro:
DP&A, 1999.

BECATTINI, G. Distretti industriali e clusters. Disponível em:


<http://www.decon.unipd.it/info/sid/materiale4/bel_caldari_distretti_clusters.pdf>.
Acesso em: 10 out. 2007.

BENKO, G. A recomposição dos espaços. Revista Internacional de Desenvolvimento


Local. v. 1, n.2, mar 2001.

BERKES, F. Sistemas sociais, sistemas ecológicos e direitos de apropriação de


recursos naturais. In: P. F. Vieira, F. Berkes e C. S. Seixas, Gestão integrada e
participativa de recursos naturais: conceitos, métodos e experiências. Florianópolis:
APED & SECCO, 2005, p. 47-72.

BIASI, L. A. DESCHAMPS, C. Plantas aromáticas do cultivo à produção de óleo


essencial. 1ª Ed. - Curitiba - Layer Studio Gráfico e Editora Ltda, 2009.

CORRÊA, A. D. BATISTA, R. S. QUINTAS, L. E. M. Plantas medicinais: do cultivo à


terapêutica. Petrópolis, RJ: Vozes, 1998.

COURLET, C. Territoires et régions, les grands oubliés du developpement


économique. Paris: L’Harmattan, 2001.

COURLET, C. SOULAGE, B. Industrie, territoires et politiques publiques. Paris:


L’Harmattan, 1994.

DI MÉO, G. Les territoires du quotidien. Paris: L´Harmattan, 1996.

FRIDEMANN, J. Empowerment Uma Política de Desenvolvimento Alternativo. Oeiras:


Celta Editora, 1996.

R. bras. meio. amb. sustentab., Florianópolis, v. 1, n. 5, p. 33-58, jul-ago. 2021. 55


FORZZA, R.C. LEITMAN, P.M.; COSTA, A.F.; CARVALHO JR., A.A.; PEIXOTO, A.L.;
WALTER, B.M.T.; BICUDO, C.; ZAPPI, D.; COSTA, D.P.; LLERAS, E.; MARTINELLI, G.;
LIMA, H.C.; PRADO, J.; STEHMANN, J.R.; BAUMGRATZ, J.F.A.; PIRANI, J.R.;
SYLVESTRE, L.; MAIA, L.C.; LOHMANN, L.G.; QUEIROZ, L.P.; SILVEIRA, M.; COELHO,
M.N.; MAMEDE, M.C.; BASTOS, M.N.C.; MORIM, M.P.; BARBOSA, M.R.; MENEZES,
M.; HOPKINS, M.; SECCO, R.; CAVALCANTI, T.B. & SOUZA, V.C.. Lista de espécies
da flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. 2012. Disponível em
http://floradobrasil.jbrj. gov.br/2012/ (Acesso em 23/03/2018).

GÓES, L. M. Conservação e grandes empreendimentos de infraestrutura no litoral do


Paraná: a ferrovia Lapa-Paranaguá. 2014. Dissertação (Mestrado em Meio Ambiente e
Desenvolvimento) – Universidade Federal do Paraná, Curitiba.

GUBERT, C. Prospecção da flora aromática de um remanescente da floresta


ombrófila densa na região litorânea do Paraná. Curitiba, 2010. Dissertação
(Mestrado) Curso de Pós-Graduação em Produção Vegetal, Universidade Federal do
Paraná.

HAESBAERT, R. Dos múltiplos territórios a multiterritorialidade. In: Heidrich, A. L. et


al. (Orgs). A emergência da multiterritorialidade: a ressignificação da relação do
humano com o espaço. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2008. P. 19-36B.

JEAN, B. Do desenvolvimento regional ao desenvolvimento territorial sustentável:


rumo a um desenvolvimento territorial solidário para um bom desenvolvimento dos
territórios rurais. In: VIEIRA, Paulo F. (et. al.) (orgs). Desenvolvimento Territorial
Sustentável no Brasil: subsídios para uma política de fomento. Florianópolis: APED:
Secco, 2010. p. 49-76.

KINUPP, V. F. LORENZI, H. Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC) no


Brasil: guia de identificação, aspectos nutricionais e receitas ilustradas. São Paulo.
Instituto Plantarum de Estudos de Flora, 2014.

KOGA, D.; NAKANO, K. Perspectivas Territoriais e Regionais para políticas públicas


brasileiras. In A Abong nas Conferências 2005 – Criança e Adolescente – Assistência
Social. Cadernos Abong 2005.

LASTRES, H. M. M. CASSIOLATO, J. E. Mobilizando conhecimentos para


desenvolver arranjos e sistemas produtivos e inovativos locais de micro e pequenas
empresas no Brasil. Disponível
em: .<http://www.ielpr.org.br/apl/uploadAddress/glossario.pdf>.
Acesso em: 11 jan. 2021.

LEMOS, C. Micro, pequenas e médias empresas no Brasil: novos requerimentos de


políticas para a promoção de sistemas produtivos locais. Rio de Janeiro, 2003. 269f.
(Tese de Doutorado, Programa de Pós Graduação em Engenharia de Produção).
UFRJ, Rio de Janeiro, 2003.

LIMA, R. X. Estudos Etnobotânicos em Comunidades Continentais da Área de


Proteção Ambiental de Guaraqueçaba - Paraná - Brasil. Curitiba, Dissertação
(Mestrado em Ciências Florestais) do Setor de Ciências Agrárias. Universidade
Federal do Paraná. 132p. 1996.

R. bras. meio. amb. sustentab., Florianópolis, v. 1, n. 5, p. 33-58, jul-ago. 2021. 56


MAILLAT, D. Milieux innovateurs et dinamique territoriale. In: RALET, A. et TORRE, A.
(Hrsg): Economie industrielle et economie spaciale. Paris: [Economica], 1995. p. 211
– 232.

MARSHALL, A. Princípios de economia. São Paulo: Nova Cultural, 1982.

MENEZES, E. C. O.; RONCONI, L. F. A.; SERVA, M. R. Governança dos Recursos de


Uso Comum e Desenvolvimento Territorial Sustentável: análise dos Arranjos
Institucionais da Pesca na Grande Florianópolis. Revista de Gestão Social e
Ambiental, v. 10, n. 1, p. 22-40, 2016.

MURUGANANDAM, A. V., S. Ghosal, et al. (2000). The role of xanthones in the


antidepressant activity of Hypericum perforatum involving dopaminergic and
serotonergic systems. Biogenic Amines. 15(5): 553-567.

MORIN, E. Introdução ao pensamento complexo. Trad. Dulce Matos. 2a ed. Lisboa:


Instituto Piaget, 1990

NOGUEIRA, A. S.; SANTOS, A. J.; BITTENCOURT, A. M.; BALZON. D. R. ; PAULA, F.


S. Aspectos produtivos e econômicos da cadeia produtiva do cipó-preto no litoral
paranaense. Floresta, Curitiba, PR, v. 36, n. 3, p. 343-348, set./dez. 2006.

OSTROM, E. Beyond Markets and States: polycentric governance of complex


economic systems. The American Economic Review, v. 100, n. 03, p. 641-672, 2010.

PECQUEUR, B. A guinada territorial da economia global. Florianópolis: [s.n.], 2005.


(Palestra proferida junto ao Curso de Graduação e Programa de Pós-Graduação em
Agronomia, CCA). UFSC, Florianópolis, 2005.

PECQUER, B. O desenvolvimento territorial: uma nova abordagem dos processos de


desenvolvimento para as economias do Sul. Campina Grande: Raízes, v. 24, n. 01 e
02, p. 10-22, jan./dez. 2005.

PIERRI, N.; ÂNGULO, R.J.; SOUZA, M.C de.; KIM, M.K. A ocupação e o uso do solo
no litoral paranaense: condicionantes, conflitos e tendências. Desenvolvimento e
Meio Ambiente, n. 13. Editora UFPR. p. 137-167, 2006.

PORTER, M. Aglomerados e Competição: novas agendas para empresas, governos e


instituições. In Competição. Rio de Janeiro: Campus, 1999.

RAUD, C. A Industrialização do Vale do Itajaí: uma Nova Leitura a partir da


Experiência Italiana. In: THEIS, Ivo, MATTEDI, Marcos Antonio & TOMIO, Fabrício
Ricardo de Limas (orgs). Nosso Passado (In) Comum: contribuições para o debate
sobre a história e a historiografia em Blumenau. Blumenau: edifurb, 2000.

REDESIST. Disponível em: <http://www.redesist.ie.ufrj.br> . Acesso em: 30 abr. 2017.

SACHS, I. Estratégias de transição para o século XXI: desenvolvimento e meio


ambiente. São Paulo: Studio Nobel e FUNDAP, 1993.

SACHS, I . Rumo à ecossocioeconomia. Teoria e prática do desenvolvimento. São


Paulo: Cortez, 2007.

R. bras. meio. amb. sustentab., Florianópolis, v. 1, n. 5, p. 33-58, jul-ago. 2021. 57


SACHS, I. Caminhos para o desenvolvimento sustentável. Rio de Janeiro: Garamond,
2009.

SAQUET, M. Por uma abordagem territorial. In: SAQUET, M.; SPOSITO, E. (Org.).
Territórios e territorialidades: teorias, processos e conflitos. São Paulo: Expressão
Popular, 2009. p. 73-94.

SÁNCHEZ, L. E. Avaliação de impacto ambiental: conceitos e métodos. São Paulo:


Oficina de textos, 2006.

SANT’ANA, P. J. P. Bioprospecção no Brasil. Brasília: Paralelo 15, 2002.


SIMAS, N. K. et al. Produtos naturais para o controle da transmissão da
dengue : atividade larvicida de Myroxylon balsamum(óleo vermelho) e de
terpenóides e fenilpropanóides. Quím. Nova[online]. 2004, vol.27, n.1, pp.46-49.

VEIGA, J. E., FAVARETO, A., AZEVEDO, C. M. A; BITTENCOURT, G.; WECCHIATTI,


K.; MAGALLÃES, R.; JORGE, R. O Brasil rural precisa de uma estratégia de
desenvolvimento. Série de Textos para Discussão. N.1, NEAD,Agosto, 2001.

VIEIRA, P. F. Rumo ao desenvolvimento territorial sustentável: esboço de roteiro


metodológico participativo. Eisforia: desenvolvimento territorial sustentável:
conceitos, experiências e desafios teórico-metodológicos. Florianópolis, v. 4, n.
especial, dez. 2006.

VIEIRA, P. F. CAZELLA, A. A. (org). Desenvolvimento territorial sustentável:


diagnóstico de potencialidades e obstáculos em zonas rurais dos estados da
Paraíba e Santa Catarina. Florianópolis: [s.n.], 2004. (Modelo de análise referente ao
projeto de pesquisa - mimeo).

R. bras. meio. amb. sustentab., Florianópolis, v. 1, n. 5, p. 33-58, jul-ago. 2021. 58

Você também pode gostar