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VOLUME II
XIX CONGRESSO BRASILEIRO DE MECÂNICA DOS SOLOS E
ENGENHARIA GEOTÉCNICA
TOMO III
ENSAIOS DE LABORATÓRIO E CAMPO, MODELAGEM FÍSICA E
NUMÉRICA, OBRAS DE TERRA E ENROCAMENTO, SOLOS NÃO
SATURADOS, EXPANSIVOS, COLAPSÍVEIS E MOLES
Realização:
Patrocinadores Ouro:
Patrocinadores Prata:
Patrocinadores Bronze:
Patrocinadores Estanho:
Apoio:
SUMÁRIO GERAL
NRBA NRRS
Luis Edmundo Prado de Campos / Hélio Machado Antonio Thomé / Felipe Gobbi / Fernando Schnaid
Baptista / Marcos Strauss / Cezar Augusto Burkert Bastos /
Luiz Antonio Bressani
NRCO
Antônio Luciano Espindola Fonseca / José NRSP
Camapum de Carvalho / Wilson Conciani / Marcia Paulo J. R. de Albuquerque / Celso Orlando / Akira
Maria dos Anjos Mascarenha / Ennio M. Palmeira / Koshima / Nelson Aoki / Urbano Rodrigues Alonso
Gilson de Farias Neves Gitirana Jr. / Jaime Domingos Marzionna / Tarcísio Barreto
Celestino / Artur Rodrigues Quaresma Filho /
NRES Frederico Fernando Falconi / Mário Cepollina /
Uberescilas Fernandes Polido Hugo Cássio Rocha / Marcos Massao Futai /
Celso Nogueira Corrêa / Ilan Davidson Gotlieb /
NRMG Luiz Guilherme F. Soares de Mello / Maria
Gustavo Rocha Vianna / Gustavo Ferreira Simões Eugênia Gimenez Boscov / Makoto Namba / Paulo
/ Cássia Maria Dinelli de Azevedo / Terezinha de Teixeira da Cruz / Mauri Gotlieb
Jesus Espósito / Ivan Libanio Vianna / Sergio
Cançado Paraiso / Lucio Flávio de Souza Villar / CBMR
Fernando Portugal Maia Saliba Lineu Azuaga Ayres da Silva / Milton Assis Kanji /
Sergio Augusto Barreto da Fontoura / Nick Barton /
NRNE Eda Freitas de Quadros / Vivian Rodrigues
Ricardo Nascimento Flores Severo / Roberto Marchesi / João Luiz Armelin / Fernando Olavo
Quental Coutinho / Karina Cordeiro de Arruda Franciss / Paulo Alberto Neme / Anna Luisa
Dourado / Alexandre Duarte Gusmão / Isabella Marques Ayres da Silva / Ricardo Antonio Abrahão
Santini Batista / Joaquim Teodoro Romão de / Reuber Ferreira Cota
Oliveira
CBT
NRNO Werner Bilfinger / Argimiro Alvarez Ferreira /
Gerson Jacques Miranda dos Anjos / Julio Carlos Eduardo Moreira Maffei / Fernando Leyser
Augusto de Alencar Jr Gonçalves / Maria Cecília Guazzelli / Denis
Vicente Perez Vallejos / Eloi Angelo Palma Filho /
NRPS André Jum Yassuda / Edson Peev / Marlísio
Luiz Henrique Felipe Olavo / Edgar Odebrecht / Oliveira Cecílio Jr. / George Joaquim Teles de
Antonio Belincanta / Ney Augusto Nascimento / Souza / Marco Aurélio Abreu Peixoto da Silva /
Luiz Antoniutti Neto / Carlos José Marques da Luis Rogério Martinati / Luis Ferreira Vaz
Costa Branco
Conselheiros Vitalícios (ex-presidentes ABMS)
NRRJ Fernando E. Barata / Alberto Henriques Teixeira /
Ana Cristina C. Fontela Sieira / Bernadete Ragoni Carlos de Sousa Pinto / Faiçal Massad / Francis
Danziger / Ian Schumann Marques Martins / Bogossian / Sussumu Niyama / Willy A Lacerda /
Fernando Artur Brasil Danziger / Mauricio Ehrlich / Waldemar Hachich / Alberto S F J Sayão / Jarbas
Manuel de Almeida Martins / Anna Laura Lopes da Milititsky / Arsenio Negro Jr. /
Silva Nunes / Denise Maria Soares Gerscovich / André P. de Assis
Paulo Henrique Vieira Dias / André Pereira Lima /
Luciano Jacques de Moraes Jr
COMISSÃO ORGANIZADORA
Presidente do Congresso: Luís Edmundo Prado de Campos
Presidente da Comissão Organizadora: Luciene de Moraes Eirado Lima
Captação de Patrocínios: João Carlos B. Jorge da Silva / Celso Nogueira Corrêa
Tesoureiro: Ronaldo Ramos de Oliveira
XIX COBRAMSEG
COMISSÃO CIENTÍFICA COMITÊ ASSESSOR DO CONGRESSO (CAC)
Hélio Machado Baptista (presidente) Roberto Coutinho (Cobramseg 2012)
Carlos Carrillo W. Delgado Maurício Sales (Cobramseg 2014)
Paulo Gustavo C. Lins Gustavo Simões (Cobramseg 2016)
Maurício Martines Sales Representante da diretoria da ABMS junto ao CAC:
Alexandre Gusmão
VIII GEOJOVEM
COMISSÃO ORGANIZADORA
Maria do Socorro Costa São Mateus (Presidente)
Mário Sérgio de Souza Almeida
Ronaldo Ramos de Oliveira
COMITÊ CIENTÍFICO
Maria do Socorro Costa São Mateus
IX CLBG
COMISSÃO ORGANIZADORA COMITÊ CIENTÍFICO
Manuel M. Fernandes (Presidente SPG) Emanuel Maranha das Neves (IST)
José L. M. do Vale (ex-Presidente SPG) Ricardo Oliveira (COBA)
Luís Lamas (LNEC) Pedro Sêco e Pinto (LNEC)
Jorge Almeida e Sousa (U. Coimbra) Ana Quintela (Tetraplano)
Vitor Cavaleiro (Univ. da Beira Interior) José Mateus de Brito (CENOR)
Alessander Kormann (Presidente ABMS) Jorge Sousa Cruz (LCW)
Maurício Sales (Secretário Geral ABMS) Jorge Vazquez (EDIA)
Luis Edmundo P. Campos (Presidente COBRAMSEG) Celso Lima (EDP)
Alberto Sayão (PUC-Rio) João Marcelino (LNEC)
António Viana da Fonseca (FEUP)
V SPD
COMISSÃO ORGANIZADORA
Marcos Massao Futai (Presidente do SPD)
Adrian Torrico Siacara
Carlos Carrillo Delgado
José Orlando Avesani Neto
Leonardo De Bona Becker
Luiz Antonio Bressani
Luiz Antoniutti Neto
Roberto Bastos Guimarães
Willy Lacerda (Presidente de honra do SPD)
VIII SBMR
COMISSÃO ORGANIZADORA
Lineu Azuaga Ayres da Silva (presidente)
Sergio Augusto Barreto da Fontoura
Vivian Rodrigues Marchesi
Paulo Gustavo Cavalcante Lins
COMITÊ CIENTÍFICO
Carlos Emmanuel Ribeiro Lautenschläger
REVISORES DE TRABALHOS – XIX COBRAMSEG
Temos certeza de que boas recordações ficarão na memória das 1.500 pessoas que estiveram na edição
2018 do Cobramseg em Salvador.
O evento, que congregou também o VIII Congresso Luso-Brasileiro de Geotecnia, o V Simposio Panamericano
de Deslizamientos, o VIII Simpósio Brasileiro de Mecânica das Rochas e o VIII Simpósio Brasileiro de
Engenheiros Geotécnicos Jovens, foi organizado em uma época desafiadora para a engenharia de nosso país.
Mas a determinação e dedicação dos colegas do Núcleo Bahia da ABMS conseguiram superar os obstáculos,
tendo nos brindado com um evento bem-sucedido em todos os aspectos, certamente um marco na história
da nossa associação.
A edição de Salvador veio para coroar uma trajetória crescente do Cobramseg, que já é um importante
acontecimento da engenharia nacional. Esse sucesso se traduz nos números do evento: 946 trabalhos
publicados, 459 apresentações em 50 sessões técnicas e pôsteres, 44 palestras especiais em sessões
paralelas e 30 apresentações plenárias. O grande público presente, que envolveu também muitos colegas
portugueses e dos países sul-americanos, reforça o alcance e o potencial do Cobramseg.
Não temos dúvida de que estes anais do evento constituem um amplo retrato de desenvolvimentos práticos
e acadêmicos, onde o leitor poderá encontrar um conjunto de referências que traduzem muito do estado da
arte da geotecnia nacional e internacional.
Saudações,
Nesses volumes estão todos os artigos submetidos e aprovados pela Comissão Científica do Congresso, e
que foram tema de discussão ao longo dos dias de evento, com apresentações dos trabalhos mais relevantes
dispostos nos diversos temas da Geotecnia, com inúmeras sessões paralelas de apresentação oral e em
formato de pôster.
No evento tivemos recorde de inscritos, mais de 1.500 pessoas circulando pelos corredores e salas do Othon
Bahia, aproveitando a programação científica e a área de exposição, onde nossos patrocinadores
apresentaram seus serviços e produtos.
Pela primeira vez foi realizada uma sessão plenária com toda a mesa e palestrantes do sexo feminino, com
objetivo de homenagear a força das mulheres geotécnicas, e demonstrar que a Geotecnia é plural e
diversificada. Esperamos que essa singela demonstração de admiração e respeito possa disseminar o espírito
de igualdade entre nossos colegas geotécnicos.
Além das discussões técnicas tivemos ainda a primeira Corrida Geotécnica, a “Run Geo Run” onde os colegas
puderam se exercitar e socializar, ao longo do percurso de 5 km na belíssima orla atlântica de Salvador.
No jantar Luso-Brasileiro, realizado no Restaurante Bargaço, com pratos típicos da culinária praiana da Bahia,
foi possível congraçar os colegas, para além das discussões geotécnicas, criando vínculos de amizades entre
os lusófonos.
No penúltimo dia do evento, à noite, teve lugar o Jantar de Confraternização e a GeoMicareta. Ambos
realizados em paralelo, no boêmio bairro do Rio Vermelho, onde pulsa a noite soteropolitana.
Com o sentimento de dever cumprido, essa comissão agradece a todos que participaram e contribuíram
para o engrandecimento do evento e da Geotecnia nacional.
Axé!
CB 35296 A Influência da Incorporação de Cimento em Misturas de Solos Residuais de Granito da Região Rural de Biguaçu,
Santa Catarina, na Umidade Ótima, Considerando sua Aplicabilidade em Projetos de Pavimentação - Wellington
Borba Broering; Patricia Odozynski da Silva; Fábio Krueger da Silva; Fernanda Simoni Schuch
CB 35593 A Influência da Inserção de Cinza da Casca de Arroz no Desempenho de uma Areia Estabilizada com Cimento
Portland - Helena Batista Leon; Mariana da Silva Carretta; Matteo Conti; João Victor Linch Daronco; Nilo Cesar
Consoli
CB 35149 A Numerical Investigation of Chamber Size and Boundary Effects on the Helix Bearing Resistance of Helical Piles
in Sand - Diego M. da Silva; Cristina de H. C. Tsuha
CB 36617 Abordagem Experimental para Ensaio em Colunas de Solo Indeformado - Lizardo Glorioso Romero Velasquez;
Patrícia Österreicher-Cunha; Eurípedes do Amaral Vargas Jr
CB 35596 Abordagem Poroelástica Aplicada ao Estudo do Fluxo Transiente Induzido pela Rotação de um Cilindro no Solo -
Gracieli Dienstmann; Adrien Fayolle; Felipe Schaedler de Almeida; Fernando Schnaid; Samir Maghous
CB 36360 Adição de Cal em um Solo Sedimentar de Curitiba: Fatores que Influenciam na Resistência Mecânica - Jair Arrieta
Baldovino; Eclesielter Batista Moreira; João Luiz Rissardi; Ronaldo dos Santos Izzo; Juliana Lundgren Rose
CB 36357 Adição de Cal Hidratada em Três Solos da Formação Guabirotuba: Relação entre Resistência à Compressão
Simples e à Tração por Compressão Diametral - Ronaldo Dos Santos Izzo; Juliana Lundgren Rose; Jair Arrieta
Baldovino; Eclesielter Batista Moreira; João Luiz Rissardi
CB 36375 Adição de Cimento Portland em um Solo Sedimentar de Curitiba/PR: Efeito da Porosidade, Teor de Cimento e
Peso Específico Seco de Moldagem na Resistência - Jair Arrieta Baldovino; Eclesielter Batista Moreira; Ronaldo Dos
Santos Izzo; João Luis Rissardi; Juliana Lundgren Rose
CB 35085 Analise Comparativa da Caracterização Geotécnica de Misturas Convencionais e Alternativas Utilizadas em
Barreiras Impermeabilizantes de Aterro Sanitários - Yago Guidini da Cunha; Ligia Abreu Martins; Karla Maria
Wingler Rebelo
CB 35516 Análise Comparativa de Resultados de Ensaios de Massa Especifica dos Grãos Determinadas no Picnômetro à Gás
- Rocio Del Carmen Perez Collantes; José Camapum de Carvalho
CB 34879 Análise da Influência da Adição de Lignina na Resistência ao Cisalhamento de um Solo Superficial Residual,
Laterítico e Colapsível de Cascavel/PR. - Leonir Luiz Paludo Junior; Rafaela Lazzarin; Maycon André de Almeida
CB 35144 Análise da Influência da Porosidade e do Intemperismo na Resistência das Rochas Utilizadas como Agregados para
Lastro Ferroviário - Júlia Guimarães Santos; Thacio Carvalho Pereira; Fernando Antônio Borges Campos; Hebert da
Consolação Alves; Tatiana Siman Magalhães; Victor Moreira Faria
CB 34278 Análise da Influência da Sucção Matricial na Resistência à Compressão Simples de um Solo Siltoso Estabilizado
com Cal - Amanda Dalla Rosa Johann; Marcele Dorneles Bravo; António Joaquim Pereira Viana da Fonseca; Nilo
Cesar Consoli
CB 35924 Análise da Influência da Umidade na Variação da Velocidade de Propagação de Ondas de Cisalhamento em Solos
Compactados Utilizando Bender Elements - Bruno Bueno Nader Das Chagas; Francisco de Assis Cavallaro; Fernando
A. M. Marinho
CB 35000 Análise da Resistência de uma Amostra Arenosa Melhorada com Cimento - Thiago Moura da Costa Ayres; Lara de
Oliveira Costa; Carla Beatriz Costa de Araújo
CB 35414 Análise de Deslocamentos Horizontais em Cortina de Estaca Secante Através de Modelagem Numérica
Bidimensional pelo Método dos Elementos Finitos - Eduardo Vidal Cabral; Enzo Cosenza Zucchi; Alessandra Conde
de Freitas
CB 35133 Análise de Misturas de Solo – Cal a Curto Prazo - Rosemary Janneth Llanque Ayala; José Camapum de Carvalho;
Ana Laura Martínez Hernández
CB 35207 Analise de Tensões em Camada de Sub-Base de Solo-Cimento e Pó de Pedra - João Henrique de Freitas; Jeselay
Hemetério dos Reis; Antonio Belincanta
CB 35783 Análise de Agregados de Resíduos de Construção e Demolição Empregados em Camadas de Pavimentação -
Beatriz de Mello Massimino; Carlos Vinicius Santos; Leonardo Hideki Nagata; Willian Fakhouri
CB 35327 Análise do Comportamento Mecânico de uma Areia Reforçada com Fibra Natural de Sisal por Meio de Ensaios de
Cisalhamento Direto em Verdadeira Grandeza - Leila Maria Coelho de Carvalho; Michéle Dal Toé Casagrande;
Nelson Padrón Sánchez
CB 34873 Análise do Grau de Compactação através de Ensaios de Cone de Penetração Dinâmica (CPD) em Solo Laterítico de
Cascavel/PR - Beatriz Anne Bordin Zen; Reinaldo Horst Rinaldi; Maycon André de Almeida
CB 34542 Análise dos Efeitos do Aumento de Temperatura de Cura para Amostras de Areia – Cinza Volante – Cal, em Relação
a Resistência e Durabilidade com Ciclos de Congelamento e Degelo. - Vinícius Batista Godoy; Nilo Cesar Consoli;
Lennon Ferreira Tomasi
CB 35164 Análise Laboratorial de Misturas Asfálticas com Rejeito de Ardósia Proveniente da Cidade de Papagaios, Minas
Gerais. - Matheus Evangelista Gonçalves Bispo; Fernando Abecê; Hebert da Consolação Alves; Rodolfo Gonçalves;
Nilton Aparecido de Souza; Samuel de Mendonça; Lucas Moreira Araújo; Edgar Alfredo Sá; Ronderson Queiroz
Hilário
CB 35780 Análise Limite Usando Programação Semidefinida e Cônica de Segunda Ordem, com Aplicação em Túneis Rasos -
Jhonatan Edwar Garcia Rojas; Eurípedes Vargas Jr.
CB 34297 Análise Numérica de Fundações Estaqueadas Compostas por Estaca de Pequeno Diâmetro - Jean R Garcia; Paulo J
R Albuquerque
CB 35521 Análises Numéricas de Aterros Estaqueados Submetidos a Carregamento Assimétrico - Lívia Mazzeu Grizendi;
Mario Riccio Vicente Filho
CB 34924 Aplicabilidade de Solo Arenoso Compactado e Melhorado com Cimento em Pavimentos Flexíveis - José Wilson
dos Santos Ferreira; Vitor Hugo Gomes; Victor Antonio Cancian; Renan Felipe Braga Zanin; Alana Dias de Oliveira;
Flávia Gonçalves; Carlos José Marques da Costa Branco; Raquel Souza Teixeira
CB 35009 Aplicação de Redes Neurais Artificiais na Estimativa de Propriedades Geotécnicas de Solos Argilosos - Amandio G.
Oliveira Filho; Kátia Vanessa Bicalho; Willian Hiroshi Hisatugu; Celso Romanel; Lucas Broseghini Totola
CB 36598 Avaliação da Degradação de Fibras (Natural e Sintética) e Sua Influência no Comportamento Mecânico de um Solo
Arenoso - Fernanda Pecemilis Dalla Bernardina; Michéle Dal Toé Casagrande
CB 34596 Avaliação da Erodibilidade de Misturas SOLO – RCC para Camada de Cobertura e Proteção de Taludes - Ana Luiza
Caovilla Kaiber; Eduardo Rosendo de Lucena; Ana Elza Dalla Roza; Raul Tadeu Lobato Ferreira; Flavio Alessandro
Crispim; Augusto Romanini
CB 35953 Avaliação da Permeabilidade Anisotrópica de Solo Argiloso Compactado da Região Metropolitana de Belém. -
Reginaldo César Lima Álvares Júnior; Gabriel Raykson Matos Brasil de Araújo; Beatriz Ferreira Pantoja
CB 36338 Avaliação da Permeabilidade de um Horizonte Residual Jovem Pertencente às Áreas de Risco da Região do Grande
ABC - São Paulo - Brasil, através da Aplicação da Metodologia MCT. - Paloma Capistrano Pinheiro; Cláudia F. E. de
Paiva
CB 34758 Avaliação da Resistência Mecânica como Parâmetro de Projeto de Construção de Ponteira de Resistividade -
Marco Aurélio Bizarri; Caio Gorla Nogueira; Anna Silvia Palcheco Peixoto
CB 35580 Avaliação da Resistência Mecânica de um Solo Arenoso com a Inclusão de Fibras de Polietileno - Maitê Rocha
Silveira; Paulo César Lodi; Régis Marçal; Rafael Marçal; Roger Augusto Rodrigues; Caiol Gorla Nogueira
CB 35597 Avaliação das Variáveis Mecânicas em Solos Coluvionares de Depósitos de Encostas Naturais de Blumenau, SC -
Lucas Emanuel Cardoso Alves; Murilo da Silva Espíndola; Vitor Santini Muller; Mateus Zanini Broetto; Wellington
Sutil de Oliveira
CB 34687 Avaliação de Fluxo de Calor, Geração de Poropressão e Adensamento Térmico em Solo Argiloso - João Alberto
Machado Leite; Sérgio Tibana; Fernando Saboya Albuquerque Jr.; Renato de Abreu Fernandes; John S. McCartney
CB 35904 Avaliação de Métodos para Determinação de Índices de Vazios Mínimo e Máximo de Materiais Granulares -
Mateus Costa de Medeiros; Gustavo Santos Domingos; Fernando Artur Brasil Danziger; Claudio Pereira Pinto
CB 34816 Avaliação de Perfis de Estacas por Meio de Ensaios de Integridade de Baixa Deformação - Felipe Mantovani; Paulo
José Rocha de Albuquerque; Reynaldo Luiz de Rosa
CB 36243 Avaliação do Fator de Segurança de um Talude com Base na Geração de Campos Aleatórios - Omar de Barros
Silvestre Junior; António Milton Topa Gomes
CB 35668 Avaliação do Mecanismo de Ruptura do Talude do Santo Antônio Além do Carmo, Salvador, BA - Carolina Manhães
Silva; Tacio Mauro Pereira de Campos; Luis Edmundo Prado de Campos
CB 34651 Avaliação Numérica de Modelos Reológicos de um Aterro Sobre Solo Mole Reforçado com Geossintético - Jean
Lucas dos Passos Belo; Jefferson Lins da Silva
CB 35724 Capacidade de Carga e Eficiência de Grupos de Duas e Quatro Estacas Helicoidais sob Tração - Gracianne Maria
Azevedo do Patrocínio; Yuri Daniel Jatobá Costa; João Paulo da Silva Costa; Pedro Henrique dos Santos Silva
CB 36282 Características Deletérias dos Agregados Miúdos da Região Metropolitana do Cariri Cearense (RMC) - Ingride
Macedo Alves; Antonio Nobre Rabelo; Jefferson Heráclito Alves de Souza; Juliana Gomes Rabelo
CB 36234 Características dos Materiais de Pavimentação da Via040 (Brasília/DF a Juiz de Fora/MG) - José Geraldo de Souza
Júnior; Mateus Lino Leite; Ana Mara Araújo Torres; Aline Ferreira Andalicio
CB 36577 Caracterização de Resistência e Deformabilidade de um Solo da Formação Barreiras na Condição Compactada. -
Ray de Araujo Sousa; Osvaldo de Freitas Neto; Anderson Dantas de Morais; Joyce Karyne de Medeiros; Amanda
Celeste Moreira
CB 35728 Caracterização do Solo de Vias da Cidade de Angicos/RN - Juliana Estefanie da Silva Santos; Antunes França
Eduardo; Jacimara Villar Forbeloni
CB 35715 Caracterização e Classificação de Solos da área de Implantação do Campus da UFSC Joinville/SC - Helena Paula
Nierwinski; Sophia Scharf Dirksen; Simone Malutta
CB 35297 Caracterização Física de um Solo Residual com Aplicabilidade em Projetos de Pavimentação no Município de
Biguaçu – Santa Catarina - Wellington Borba Broering; Patricia Odozynski da Silva; Fábio Krueger da Silva; Fernanda
Simoni Schuch
CB 35787 Caracterização Física e Mecânica de Solos de Diferentes Pontos do Município de Francisco Beltrão – Paraná -
Suéllen Leticia Buzzacaro; Tâmili Batistella; Rodrigo Julio Demartini; Camila Regina Eberle
CB 34519 Caracterização Física, Mineralógica e Mecânica do Solo do Campo Experimental da UFRGS – Araquari, SC - Laura
Araque Lavalle; Fernando Schnaid
CB 34899 Caracterização Físico-Química e Mineralógica de Três Solos do Estado do Paraná - Flávia Gonçalves; Renan Felipe
Braga Zanin; Lívia Fabrin Somera; Alana Dias de Oliveira; José Wilson Santos Ferreira; Carlos José Marques da Costa
Branco; Raquel Souza Teixeira
CB 35779 Caracterização Geológica–Geotécnica do Subsolo de um Edifício Localizado na Formação Barreiras da Cidade de
João Pessoa-PB - Carlos Rolim Neto; Roberto Quental Coutinho; Amábelli Nunes dos Santos
CB 35301 Caracterização Geológico-Geotécnica do Solo Residual Proveniente de Gnaisses Migmatíticos do Complexo Embu,
São Paulo, SP - Mariane Borba de Lemos; Fernando Antônio Medeiros Marinho
CB 36058 Caracterização Geotécnica de Solos em uma Topossequência Típica no Município de Cruz das Almas – BA - Josué
Gomes de Oliveira; Jennyfer Drielle Santos Pereira; Helena Santos Ribeiro; Weiner Gustavo Silva Costa; Mario Sergio
de Souza Almeida
CB 36213 Caracterização Geotécnica de um Resíduo Filtrado (Lama Vermelha) Estocado na Forma de Aterro Densificado -
Manoela Cristina do Amaral Neves; Eurípedes do Amaral Vargas
CB 36042 Caracterização Geotécnica do Solo de uma Encosta em Setor de Risco Muito Alto da Formação Barreiras da Cidade
de João Pessoa-PB - Jéssica Maria De Barros Bezerra; Roberto Quental Coutinho
CB 34861 Caracterização Geotécnica e Determinação de Parâmetros Hidráulicos de Solos Naturais e Compactados do Aterro
Sanitário da Regional Seridó-Caicó a Ser Implantado no Estado do RN - Ricardo Nascimento Flores Severo; Olavo
Francisco dos Santos Júnior; Osvaldo de Freitas Neto; Karina Cordeiro de Arruda Dourado; Danisete Pereira de Souza
Neto
CB 36053 Caracterización Experimental del Comportamiento Elasto-plástico con Daño Continuo de un Suelo Granular
Mejorado con Fibras de Polipropileno - Sebastián Gianninoto; Daniela Bóveda; Rubén Alcides López; Eduardo José
Bittar; Fulgencio Antonio Aquino; Ruben Alejandro Quiñónez Samaniego
CB 34944 Classificação de Solos e Rochas da Região de Santa Maria e do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul Segundo
a Metodologia MCT - Jéssica Anversa Venturini; Lucas Eduardo Dornelles; Taiana Poerschke Damo; Rinaldo José
Barbosa Pinheiro
CB 34846 Classificação MCT com Relação ao Comportamento Resiliente e Deformação Permanente em Solos do Mato
Grosso - Ana Elza Dalla Roza; Laura Maria Goretti Da Motta
CB 35529 Comparação do Ângulo de Atrito de um Rejeito de Minério de Ferro, no Estado de Regime Permanente,
Determinado a partir de Ensaios Triaxial, Ring Shear, e Cisalhamento Direto - Ignez Merly de Oliveira André; Ana
Cláudia de Mattos Telles; Leonardo de Bona Becker; Maria Claudia Barbosa
CB 36395 Comparação dos Parâmetros de Resistência de um Solo Arenoso Submetido a Ensaios de Cisalhamento Direto
com Carregamentos Monotônicos e Carregamentos Cíclicos. - Wagner da Silva Stein; Ana Carolina Ferreira; Victor
Henrique Silva Salmaso; Lucas Deleon Ferreira; Bruno de Oliveira Costa Couto; Eleonardo Lucas Pereira; Romero
Cesar Gomes
CB 36268 Comparativo de Tensões Admissíveis Obtidas por Meio da Aplicação de Parâmetros de Resistência com Base em
Ensaios de Cisalhamento Direto em Estado Inundado e Não Inundado, em Amostras Indeformadas de Solos da
Região do Xingu. - Marcos Coelho Milhomem; Solon Silva de Lima; Samuel Rodrigues da Costa Neto; Flavio da Silva
Ornelas
CB 36648 Comparison Test of Pullout Resistance in Three Types of Soil Applying Coating by Pump And Manually Projection
- Marcus dos Reis; Luiz Carlos Rusilo; Almir Donizette Vicente Gouvea; Eduardo César Sansone; Abelino de Sousa
Gonzalez
CB 35637 Comportamento Geomecânico de Solos Compactados: Resultados de Ensaios em um Solo Residual de Arenito
Botucatu Utilizado como Solo Reforçado no RS - Cleber de Freitas Floriano; Eduardo Moreira Pfeifer; Victor Gallina
Bertaso; Alan Donassollo
CB 34909 Comportamento Geomecânico de um Compósito Solo-fibra - Aline Cátia da Silva; Evandro José da Silva; Stela Fucale
Sukar; Silvio Romero de Melo Ferreira
CB 36349 Validação Experimental de um Modelo Construtivo Simples para Solos Estruturados - Robinson Andrés Giraldo
Zuluaga; Márcio Muniz de Farias; Cristhian Camilo Mendonza Bolaños
CB 36585 Contribuição para o Estudo de Solos Não Convencionais com Fitas Metálicas e Poliméricas por Meio de Simulação
Numérica - Luiz Paulo Vieira de Araújo Júnior; Marcos Antônio Garcia Ferreira
CB 35682 Correlação entre a Descrição Geotécnica de Testemunhos de Sondagem e o Mapeamento Geotécnico In Situ da
Mina Ingá, Crixás, Goiás - Andressa Santos Carvalho; Thaísa Letícia Cardoso de Souza; Jairo Henrique da Silva;
Gustavo Antônio Pereira Batista; Gerson Rincon Ribeiro
CB 35143 Correlação entre Métodos de Classificação de Solos Convencionais e para Solos Tropicais - Marcela Leão
Domiciano; Augusto Costa Silva; Márcia Maria dos Anjos Mascarenha; Rita de Cássia Silva
CB 35890 Correlação entre os Ensaios de Cone (CPT) e Sondagem à Percussão (SPT) para a Área Urbana de Balneário
Camboriú – SC - Déborah Kenig Alexandre; Luis Fernando Pedroso Sales
CB 36128 Correlação entre Prova de Carga Estática Cíclica e Ensaio Dinâmico em Estaca Tubada Metálica de 1,0m de
Diâmetro - Daniel Kina Murakami; Fabian Corgnier; André Filipe Pereira da Silva
CB 36152 Correlation between Dynamic Penetrometer Light and Cone Penetration Tests in Intermediate Soils: A Statistical
Comparison - Claver Pinheiro; Fausto Molina-Gómez; Sara Rios; António Viana da Fonseca; Tiago Miranda
CB 35716 CPTu e SDMT na Investigação de um Perfil de Solo Arenoso - Roberto Aguiar dos Santos; Breno Padovezi Rocha;
Nathália Marques da Silva; Heraldo Luiz Giacheti
CB 34612 Deformabilidade das Misturas Solo-cal - Gissele Souza Rocha; Gustavo Diniz da Corte; Heraldo Nunes Pitanga;
Claudio Henrique de Carvalho Silva; Ecidinéia Pinto Soares de Mendonça; Dario Cardoso de Lima
CB 34916 Deformabilidade de Três Diferentes Solos para Uso em Pavimentação - Caroline Dias Amancio de Lima; Carine
Norback; Laura Maria Goretti da Motta
CB 34547 Desempenho de Misturas de Fresado de Asfalto - Cinza Volante – Cal de Carbureto, Submetidas a Condições
Climáticas Severas. - Vinícius Batista Godoy; Nilo Cesar Consoli; Hugo Carlos Scheuermann Filho; Caroline M. De
Carli Rosembach; Antônio H. Carraro; Helena Batista Leon; Mariana da Silva Carretta
CB 36150 Desenvolvimento de Software para Análise e Dimensionamento de Drenos Verticais 2D - Udo Henrique Cordeiro
dos Santos; Cláudio Henrique de Carvalho Silva; Leandro Moreno De Souza; Uhanny Ahynnara Saldanha de Souza
CB 34353 Avaliação da Influência da Incorporação de Pó de Pedra Proveniente da Britagem de Agregado Basáltico em
Mistura de Solo-Cimento para Uso de Revestimento Primário em Estradas Vicinais - José Carlos Bressan Júnior;
Fabiano Alexandre Nienov; Lucas Zampieri Quiocca; Gislaine Luvizão; Renata Piva Chiarani
CB 34273 Determinação das Equações de Calibração dos Valores de Sucção Medidos com Sensores de Matriz Granular -
Gabriel Bellina Nunes; Orlando Martini Oliveira; Rafael Augusto dos Reis Higashi; Cândida Bernardi; Narayana
Saniele Massocco; Vitor Santini Muller; Marcos Massao Futai
CB 35192 Determinação dos Parâmetros Geotécnicos e Morfológicos de um Latossolo da Cidade de Anápolis – GO - Gabriel
de Sousa Meira; Antônio Lázaro Ferreira Santos; Natália Godoi de Oliveira; Alexia Regine Costa Silva; Virlei Álvaro de
Oliveira; Rafael Veloso de Moura
CB 34501 Diretrizes de Projeto de Empilhamento de Rejeito de Minério de Ferro Filtrado em Forma de “Torta” na Empresa
Minerita Minérios Itaúna Ltda. - Lúcio José Cerceau da Silva; Terezinha de Jesus Espósito Barbosa
CB 36048 Efecto de la Temperatura de Cura en Suelos Dispersivos Estabilizados con Cal y Reforzados con Fibra de
Polipropileno en Términos de Resistencia y Durabilidad - Luis Duré; Pamela Santos; Oscar Almada; Federico Oro;
Rubén Alcides López; Eduardo José Bittar; Fulgencio Antonio Aquino; Ruben Alejandro Quiñónez Samaniego
CB 35282 Efeito da Compactação Estática sobre as Deformações por Colapso de um Solo Arenoso - Ana Patrícia Aranha de
Castro; Roger Augusto Rodrigues
CB 36607 Efeito da Salinidade nas Propriedadde Físicas e Limites de Consistência de Amostras de Solos Artificiais - Diego de
Freitas Fagundes; Míriam Zanol Remde; Patrícia Rodrigues Falcão; Francielle Rocha
CB 36480 Efeito do Aumento da Energia de Compactação na Resistência à Compressão Simples de um Solo Silto-arenoso da
Formação Geológica Guabirotuba. - Ronaldo Luis dos Santos Izzo; Eclesielter Batista Moreira; João Luiz Rissardi;
Alexandre Cardoso; Érico Rafael da Silva; Wagner Teixeira; Igor Dalmagro
CB 34548 Efeitos da Adição de NaCl e Fibras de Polipropileno em Misturas de Areia - Cinza Volante – Cal, em Relação a
Resistência e Durabilidade. - Vinícius Batista Godoy; Nilo Cesar Consoli; Caroline M. de C. Rosenbach; Lennon
Ferreira Tomasi; Thaís M. de Paula; Anderson Peccin da Silva
CB 35810 Emprego de um Sistema Autônomo de Medição da Resistividade (Condutividade) do Solo - Sonda Geofísica. -
Stilante Koch Manfrin; Marcelo Bender Perotoni; Cláudia Francisca Escobar de Paiva
CB 36281 Emprego do SDMT para a Caracterização de um Perfil de Solo Tropical e para a Estimativa de Recalques de
Fundações Rasas. - Breno Padovezi Rocha; Jeferson Brito Fernandes; Roberto Aguiar dos Santos; Heraldo Luiz
Giacheti
CB 34737 Ensaios de Carregamento de Clusters de Estacas em Centrífuga Geotécnica - Priscila de Almeida Cardoso Santiago;
Fernando Saboya Albuquerque Jr.; Sergio Tibana; Rodrigo Martins Reis
CB 36366 Ensaios Dilatométricos em Aterro Compactado da Barragem do Ribeirão João Leite - Rafael Louza Goulart; Renato
Resende Angelim; Maurício Martines Sales; Renato Pinto da Cunha
CB 36114 Ensaios Reológicos em Rejeito de Minério de Ferro para Determinação da Tensão de Escoamento - Luísa Mazzini
Baby; Patrício José Moreira Pires; Neemias Almeida Dias
CB 34917 Erodibilidade do solo: Correlações entre a Metodologia MCT e suas Propriedades Físico/químicas - Elisa Zago
Porto; Leila Posser Fernandes; Rinaldo J. B. Pinheiro; Andrea Valli Nummer
CB 35326 Estabilização de um Solo Areno-siltoso com Matéria Orgânica Usando Cal e Cimento - Aziz Tebechrani Neto;
Marcelo Heidemann; Helena Paula Nierwinski
CB 36593 Estabilização de um Solo Silto Arenoso da Formação Guabirotuba com Cal para Uso em Pavimentação - Wagner
Teixeira; Vanessa Corrêa de Andrade; Ronaldo Luis dos Santos Izzo; Eclesielter Moreira
CB 35871 Estimativa do Ângulo de Atrito e Coesão Através de Índices de Resistência Obtidos pela Sondagem SPT em Solo
Laterítico e Colapsível Característico da Cidade de Cascavel no Estado do Paraná. - Maycon André de Almeida;
Rafael Magrini Marques de Oliveira
CB 35038 Estimativa do Parâmetro de Pressão Neutra B̅ de Skempton em Solos Compactados de Decomposição de Rocha
da Região Metropolitana de São Paulo - Beatriz Herter Pozzebon; Faiçal Massad; Maurício HiromiYamaji
CB 35411 Estudio del Comportamiento Mecánico y Económico de Suelos Dispersivos de la Región del Bajo Chaco – Paraguay,
con Adición de Cal Hidratada - Christian Krauch; José Gómez; Rubén Alcides López; Eduardo José Bittar; Ruben
Alejandro Quiñónez Samaniego; Fulgencio Antonio Aquino
CB 36043 Estudo Comparativo de Métodos de Previsão de Capacidade de Carga Axial e Prova de Carga Estática em Estacas
Hélice Contínua Executadas em Goiânia-GO - Hugo Rodrigo de Oliveira; Marcos Fábio Porto de Aguiar; Giullia
Carolina de Melo Mendes; Francisco Heber Lacerda de Oliveira
CB 34647 Estudo da Estabilização de um Solo de Baixa Resistência da Região de Concórdia-SC com Adição de Cimento -
Helen Aline Jacinto; MSc. Lucas Quiocca Zampieri; MSc. Gislaine Luvizão; Dr. Fabiano Alexandre Nienov
CB 34276 Estudo da Estabilização do Rejeito de Manganês de Licínio de Almeida-BA com Uso da Cal - Deivid Sousa Lima;
Hélio Marcos Fernandes Viana; Felipe Bezerra Lima; João Paulo Freire Rocha; Rubem Xerxes Trindade Rodrigues;
Deivid Sousa Lima; Hélio Marcos Fernandes Viana; Felipe Bezerra Lima; João Paulo Freire Rocha; Rubem Xerxes
Trindade Rodrigues
CB 35232 Estudo da Influência do Teor de Umidade na Correlação do Índice de Penetração Estático, Dinâmico e CBR Sem
Imersão - João Henrique de Freitas; Jeselay Hemetério dos Reis; Antonio Belincanta
CB 34405 Estudo da Permeabilidade e Coesão em Argamassas Mistas Contendo Saibro - Wellington Amorim Rêgo; Romilde
Almeida de Oliveira; Vanderley Moacyr John; Silvio Romero de Melo Ferreira
CB 35172 Estudo da Utilização do Penetrômetro Dinâmico de Cone no Controle de Compactação de Solo Evoluído do
Noroeste do Paraná - Tiago João Pizoli; Jeselay Hemetério dos Reis; Antônio Belincanta
CB 36132 Estudo da Viabilidade da Prospecção do Subsolo com Penetrômetro Dinâmico Leve (DPL) para Projetos de
Fundações de Edificações de Pequeno Porte - Waldemar Sacramento Neto; Marcos Fábio Porto de Aguiar; Lucas
Menezes Marques; Sávio Feitosa Veríssimo
CB 34306 Estudo das Características Físicas, Químicas e Estruturais de um Perfil de Intemperismo no Município de Cunha -
SP. - Êmila Flávia Da Silva Oliveira; Mariana Ferreira Benessiuti Motta; George de Paula Bernardes
CB 36311 Estudo de Campo e Laboratório do Comportamento Mecânico de um Solo Sulfatado Estabilizado com Cal -
Eduardo José Bittar; Rubén Alejandro Quiñónez Samaniego; Nilo César Consoli
CB 34927 Estudo de Utilização de Camada de Poliestireno Expandido - EPS como Preenchimento entre Camas de Solo em
Aterros - Andrei Bacelar Cezar; Jairo Furtado Nogueira
CB 34352 Estudo do Comportamento de Misturas de Solo-Cimento Plástico com Utilização de Solo Argiloso para Uso em
Fundações de Obras de Pequenas Cargas - Willian Ricardo Boesing; Fabiano Alexandre Nienov; Lucas Zampieri
Quiocca; Gislaine Luvizão; Guilherme Rauschkolb
CB 34360 Estudo do Comportamento de Solos Tropicais de Santa Maria/RS Através dos Ensaios de Mini-CBR, Expansão e
Contração - Taiana Poershke Damo; Lucas Eduardo Dornelles; Rinaldo José Barbosa Pinheiro
CB 35469 Estudo do Comportamento Mecânico de Material de Depósito Eólico em Fortaleza Considerando Resultados de
Ensaios de Laboratório e de Campo - Laura Terezinha da Silva Maia; Marcos Fábio Porto de Aguiar; Giullia Carolina
de Melo Mendes; Francisco Heber Lacerda de Oliveira
CB 34269 Estudo do Comportamento Mecânico e Numérico de Grupo de microestacas em Solo Poroso do Distrito Federal -
Cristhian Mendoza; Renato Cunha; Max Barbosa
CB 34848 Estudo do Solo-cimento com Incorporação de Resíduo de Construção e Demolição – RCD - Larissa Martins de
Oliveira; Karine Bianca de Freitas; Jennef Carlos Tavares; Jose Daniel Jales Silva; Daniel de Oliveira Santos
CB 35702 Evidências do Fenômeno de Quartzilização nos Perfis de Solos do Distrito Federal - Silvana Costa Ferreira Senaha;
José Camapum de Carvalho; Renato Cabral Guimarães; Sabrina Marques Rodrigues; Wisley Moreira Farias; Renato
Batista de Oliveira
CB 35571 Impact of the Soil Saturation on the Determination of the Hydraulic Conductivity by Means of Infiltration in
Rectangular Ditches: A Numerical Study - Vanessa A. Godoy; Gian Franco Napa-García
CB 34864 Implantação e Caracterização Geotécnica do Campo Experimental de Engenharia do Centro Universitário Assis
Gurgacz em Cascavel/PR. - Beatriz Anne Bordin Zen; Maycon André de Almeida
CB 36351 Implementação e Avaliação de um Modelo Constitutivo para a Representação do Comportamento Mecânico de
Solos Arenosos Reforçados com Fibras - Franz Kevin Calvay Pinedo; Raquel Quadros Velloso; Michéle Dal Toé
Casagrande
CB 34311 Implementação em Elementos Finitos de um Modelo Constitutivo para Comportamento Mecânico de Resíduos
Sólidos Urbanos - Jose Domingos de Souza Neto; Sandro Lemos Machado; Paulo Gustavo Cavalcante Lins
CB 34897 Influência da Compactação nos Parâmetros de Adensamento de um Solo Argiloso - Renan Felipe Braga Zanin; Alana
Dias de Oliveira; José Wilson Santos Ferreira; Flávia Gonçalves; Carlos José Marques da Costa Branco; Raquel Souza
Teixeira
CB 34836 Influência da Posição da Amostra Sobre a Resistência ao Cisalhamento de um Solo Residual Compactado - Paulo
César Baptiston; Paulo Sergio de Almeida Barbosa; Géssica Soares Pereira; Heraldo Nunes Pitanga; Natália de Faria
Silva
CB 36356 Influência do Ensaio de Módulo Resiliente na Resistência à Compressão Simples de Misturas com Diferentes
Teores de Resíduos de Construção Civil em um Solo Argiloso da Formação Geológica Guabirotuba. - Eclesielter
Batista Moreira; Jair Arrieta Baldovino; João Luiz Rissardi; Juliana Lundgren Rose; Ronaldo Luis dos Santos Izzo
CB 34668 Influência do Fator de Escala sobre as Propriedades de Deformação por Adensamento de Solos Residuais da
Região do Alto Paraopeba - Sarah Santana Menezes; Heraldo Nunes Pitanga; Juliana de Paula Rezende; Natália de
Faria Silva
CB 35820 Influência do Índice Porosidade/Teor Volumétrico de Cal na Resistência e na Rigidez de um Solo Residual Tratado
com Cal - Mozara Benetti; Lidiane da Silva Ibeiro; Karla Salvagni Heineck; Nilo Cesar Consoli
CB 34912 Influência do Teor de Umidade de Compactação no Comportamento de Diferentes Solos Empregados em Aterros
para Pavimento - José Wilson dos Santos Ferreira; Renan Felipe Braga Zanin; Alana Dias de Oliveira; Flávia
Gonçalves; Carlos José Marques da Costa Branco; Raquel Souza Teixeira
CB 34890 Influência do Teor de Umidade de Compactação nos Parâmetros de Adensamento de um Solo Arenoso - Renan
Felipe Braga Zanin; Daniele Satie Koga; Alana Dias de Oliveira; José Wilson Santos Ferreira; Flávia Gonçalves; Carlos
José Marques da Costa Branco; Raquel Souza Teixeira
CB 35481 Interpretação de Ensaios de Piezocone em Solos Intermediários Compactados - Fernando Crisóstomo Mellia;
Roberto Quental Coutinho
CB 36594 Investigação dos Subleitos da Cidade de Morada Nova-Ceará - Erbene Rabelo Alves; Juceline Batista dos Santos
Bastos
CB 36423 Investigação Experimental de Campo e de Laboratório sobre a Condutividade Hidráulica de um Solo Residual de
Arenito Botucatu - Anays Mertz Antunes; Lucas Siscate Bohrer; Luiz Antônio Bressani
CB 34305 Mapeamento do Parametro do Coeficiente do Empuxo no Repouso (Ko) em Maciços Terrosos, com o Uso da Celula
Ko - João Carlos Baptista Jorge da Silva
CB 34459 Mechanical Behavior of Bentonite Reinforced with Crushed Polyethylene Terephthalate (PET) - Nathalia dos
Santos Lopes Louzada; José Adriano Cardoso Malko; Michéle Dal Toé Casagrande
CB 35834 Método para Análise da Variabilidade em Ensaios de Piezocone: Aplicação a Resíduos de Mineração - Letícia
Perini; Gracieli Dienstmann
CB 35243 Mistura Asfáltica com Utilização de Agregados Alternativos - Edgar Alfredo Sá; Fernando Abece; Rodolfo Gonçalves
Oliveira da Silva; Hebert da Consolação Alves; Ronderson Queiroz Hilário; Marcelo Mário Gonçalves Júnior; Nilton
Aparecido de Souza; Matheus Evangelista Gonçalves Bispo; Sabrine Julia Alves Rodrigues; Miguel Arcanjo Gomes
CB 34336 Modelagem Física Centrífuga da Simulação de Tráfego em uma Camada de RCD - Juliana Azoia Lukiantchuki; José
Renato M. S. Oliveira; Juliana Pessin; Márcio S. S. Almeida; Márcio Henrique Sena
CB 34335 Modelagem Física Centrífuga de Dutos Submetidos a Movimentos de Massa - José Renato M. S. Oliveira; Khader I.
Rammah; Pablo C. Trejo; Márcio S. S. Almeida; Maria Cascão F. Almeida
CB 35455 Modelagem Física em Escala Reduzida de Radiers Estaqueados com a Presença de Estacas Defeituosas - Ary Franck
Baia Cordeiro; Renato Pinto da Cunha; Maurício Martines Sales
CB 35215 Modelagem Numérica de Estruturas de Contenção de Solo Reforçado no Software Crisp92-C - Luisa Muniz Santos
Sampaio; Amandio Gonçalves de Oliveira Filho; Elaine Cristina Furieri
CB 35766 Modelagem Numérica de Provas de Carga em Radier Estaqueado Executado em Solo Arenoso do Nordeste
Brasileiro - Jeandson Willck Nogueira de Macedo; Osvaldo de Freitas Neto; Wilson Cartaxo Soares; Roberto Quental
Coutinho; Renato Pinto da Cunha
CB 34615 Modelagem Numérica do Processo de Cravação de Estacas Metálicas Tubulares de Ponta Aberta com a Utilização
de Elementos de Interface - Jaqueline Rodrigues Ferreira; Carlos Alberto Lauro Vargas; Maurício Martines Sales
CB 36302 Modelagem Numérica para Estimativa de Deslocamentos e Esforços Devidos a Sobrecargas Assimétricas –
Encontro da Ponte sobre o rio Luís Alves na Duplicação da BR-470 - Miryan Yumi Sakamoto; Marciano Maccarini;
Gracieli Dienstmann; Rafael Fabiano Cordeiro; Pedro Ivo Oliveira de Almeida
CB 34856 Moldagem e Ensaios Triaxiais em Areias Fofas - Arthur Amaral Corrêa; Arthur Santos Coelho; Alberto de Sampaio
Ferraz Jardim Sayão; Sandro Salvador Sandroni
CB 35807 Montagem do Aparelho de Inderbitzen com Dimensões Reduzidas para Avaliação da Erodibilidade de Solos
Residuais Jovens Pertencentes às Áreas de Risco do Grande ABC-SP. - Bruna Chyoshi; Cláudia Francisca Escobar de
Paiva
CB 34845 O Emprego do Equipamento Triaxial Geocomp em Ensaios Triaxiais Sob Baixas Tensões Confinantes - George Lício
Vieira Teles; Graziella Maria Faquim Jannuzzi; Fernando Artur Brasil Danziger; Ian Schumann Marques Martins
CB 35550 O Ensaio DPL na Avaliação do Terreno Arenoso de Assentamento de Fundações Superficiais de Obra de Armazéns
no Distrito Industrial de Rio Grande/RS - Cezar Augusto Burkert Bastos; Antonio Marcos de Lima Alves
CB 35025 Os Primeiros Ensaios de DSS (Direct Simple Shear) na Argila Mole de Sarapuí II. - Graziella Maria Faquim Jannuzzi;
Fernando Artur Brasil Danziger; Ian Schumann Marques Martins
CB 34906 Parâmetros de Resistência ao Cisalhamento de um Solo Arenoso Indeformado e após Compactação - Alana Dias
de Oliveira; Lucas Rossato de Oliveira; Flávia Gonçalves; Renan Felipe Braga Zanin; José Wilson Santos Ferreira;
Carlos José Marques da Costa Branco; Raquel Souza Teixeira
CB 36305 Parâmetros Geotécnicos e a Classificação de um Latossolo no Câmpus UEG CCET Anápolis – GO - Rafael Veloso de
Moura; Gabriel de Sousa Meira; Antonio Lazaro Ferreira Santos; Nathália Aparecida Araújo Leão; Lucas Pereira
Gonçalves; Fernanda Neves da Silva; Natália Godoi de Oliveira; Valdeci Ricardo Soares Silva; Caroliny Alves Silva;
Alexia Regine Costa Silva
CB 35124 Parâmetros Naturais e Intrínsecos da Argila de Londres e sua Relação com o Taguá da Cidade de São Paulo - Flávia
Beatriz Demarchi; Bruna Cuccurullo Pioli; Fernando Antônio Medeiros Marinho
CB 34762 Perfil de Solo Residual e Laterítico Típico de Londrina-PR: Uma Caracterização Física, Química e Mineralógica -
Amanda Regina Foggiato Christoni; Pedro Rodolfo Siqueira Vendrame; Paulo Rogério Catarini da Silva; Raquel Souza
Teixeira; Carlos José Marques da Costa Branco
CB 35561 Perfilagem do Subsolo no Município de Apucarana-PR com Base em Dados de Sondagens de Simples
Reconhecimento com SPT - Mariana Alher Fernandes; Augusto Montor de Freitas Luiz
CB 36415 Potencial de Biodegradação de Óleos Minerais em Colunas de Solo Saturado - Patrícia Österreicher; Lizardo
Glorioso Romero Velásquez; Eurípedes do Amaral Vargas Jr
CB 35806 Previsão do Comportamento Erodível de Quatro Solos Pertencentes às Áreas com Potencial para Expansão
Urbana nos Municípios de Santo André e Ribeirão Pires - SP através da Metodologia MCT (Miniatura, Compactada,
Tropical). - Aloá Dandara Oliveira Damasceno; Camila Pereira Santos; Cláudia Francisca Escobar de Paiva
CB 36214 Procedimentos Especiais para Interpretação de ensaio DMT em Siltes - Marcus Vinicius Alves Belloli; Fernando
Schnaid; Edgar Odebrecht; Diego Marchetti
CB 35916 Processo de Execução de um Modelo Reduzido Físico de uma Barragem de Terra - Larissa Roedel; Manuela Cabral
Caetano; Thiago da Silva Ribeiro; Vítor Pereira Faro; Sidnei Helder Cardoso Teixeira
CB36413 Proposição de um Projeto Estrutural de Pavimento a partir do Reaproveitamento de Cinzas de Carvão
Provenientes de Usinas Termelétricas - Sarah Denise Vasconcelos; Francisco de Assis Franco Vieira; Suelly Helena
de Araújo Barroso; Francisco Heber Lacerda de Oliveira
CB 3466 Propriedades Mecânicas de Misturas Solo-EPS Visando a Aplicação em Pavimentação e Obras de Terra - Luiz Filipe
Caríssimo Soares; Matheus Luiz Rodrigues Da Silva; Heraldo Nunes Pitanga; Marcela Giacometti De Avelar
CB 35532 Resistência ao Cisalhamento do Rejeito de Mineração de Zinco - Luciana Prado Leite Praça; Bruna Zakharia Hoch;
Lucas Festugato; Sérgio Filipe Veloso Marques; João Victor Linch Daronco
CB 34434 Resistência ao Cisalhamento e Capacidade de Carga de Fundações Superficiais em Solos do Município de
Erechim/SC - Pedro Eugênio Gomes Boehl; Taciano Renato Serraglio; Mauro Leandro Menegotto
CB 36485 Retroanálise Tridimensional por Equilíbrio Limite da Ruptura de Talude em Belo Horizonte/MG - Thiago Cruz
Bretas; Sergio Maurício Pimenta Velloso Filho
CB 35979 Simulação do Comportamento Mecânico de Lastro Ferroviário pelo Método dos Elementos Discretos - Alan Borges
da Silva; Raquel Quadros Velloso; Michéle Dal Toé Casagrande
CB 35821 Simulação do Fluxo Bifásico em Reservatórios com um Método do Tipo IMPES - Ana Carolina Loyola Caetano Rios;
Manoel Porfírio Cordão Neto
CB 34639 Simulação Numérica de Fundação Apoiada sobre Solo Não Coesivo Reforçado com Geotêxtil Usando o Método
dos Elementos Discretos - Rômulo Damião Nascimento Behmer; Pérsio Leister de Almeida Barros
CB 35603 Simulação Numérica de Modelo Elastoplástico em Rocha Carbonática Carstificada - Rayane Conceição Ribeiro da
Silveira Mattos; Daniel Araújo Farias de Melo; Marinésio Pinheiro de Lima; Tiago de Freitas Viana; Igor Fernandes
Gomes; Leonardo José do Nascimento Guimarães
CB 35316 Simulação Numérica do Comportamento Colapsível de um Solo Arenoso Não Saturado - Isabela Augusto Silveira;
Rodrigo Botelho Dumont; Roger Augusto Rodrigues
CB 36315 Solos Dispersivos Expansivos e Sulfatados do Chaco Paraguaio estabilizados com Cal e Cinza Volante-Cal - Eduardo
José Bittar; Rubén Alejandro Quiñónez Samaniego; Nilo César Consoli
CB 34746 Solos Residuais Melhorados Quimicamente: Uma Abordagem Experimental - Miriam de Fátima Carvalho; Quislom
Albuquerque da Silva; Paulo Henrique Amaral Fagundes; Raymundo Wilson da Silva Dórea
CB 35315 Uso de Modelagem Física para Estudo da Estabilidade de Pilhas de Resíduos Industriais - Gisleine Coelho de
Campos; Kleib Henrique Fadel
CB 36358 Uso do DCP para Controle de Compactação de um Aterro Estrutural de uma Contenção em Solo Reforçado - Filipe
Diógenes de Quadros; Cleber de Freitas Floriano
CB 35831 Uso do Ensaio Paralelo Sísmico na Avaliação do Comprimento de uma Estaca Protendida na Baixada Santista -
Tiago de Jesus Souza; Paulo Scarano Hemsi; Otávio Coaracy Brasil Gandolfo; Paulo César Aoki
CB 35620 Utilização de Polietileno Tereftalato Triturado na Pavimentação Asfáltica - Mieka Arao; Michéle Dal Toé
Casagrande; Antonio Carlos Rodrigues Guimarães
CB 34699 Utilização do Penetrômetro Dinâmico para Estimativa da Tensão Admissível do Solo de Cascavel-PR, em Função
do Teor de Umidade - Claudino Schmitt Neto; Maycon André de Almeida
CB 34941 Utilização do Permeâmetro de Tubo na Determinação do Coeficiente de Permeabilidade de Camadas Superficiais
de Solos - Marcos Túlio Fernandes; Glaucimar Lima Dutra; Laís Emily de Assis
CB 35952 Validação e Análise de Sensibilidade de Algoritmo de Integração IMPLEX via Tecnica de Elementos Finitos com o
Modelo Elasto-Plástico de Druker-Prager - Nayara Torres Belfort Acioli Magalhães; Leonardo José do Nascimento
Guimarães; Igor Fernandes Gomes; Leila Brunet de Sá Beserra; Jonathan da Cunha Teixeira
CB 36350 Validação Experimental de um Modelo Constitutivo Simples para Solos Estruturados - Robinson Andrés Giraldo
Zuluaga; Márcio Muniz de Farias; Cristhian Camilo Mendoza Bolaños
CB 35696 Variabilidade de Parâmetros de Resistência de Solos Eólicos - Weber Anselmo dos Ramos Souza; Carina Maia Lins
Costa; Yuri Daniel Jatoba Costa; Luiz Augusto da Silva Florêncio; Rafaella Fonseca da Costa
CB 35494 Compatibilidade de Deformações na Estabilidade de Aterros sobre Solos Moles Reforçados com Geossintéticos
na Base - Paulo J. Brugger; Cristina F. Schmidt; Edwin Fernando Ruiz Blanco
CB 36575 Depósitos Coluviais na Rodovia BR-116/RJ - km 15 ao km 101 - Mauricio Ehrlich; Rafael Cerqueira Silva; Douglas
Pereira da Costa
CB 35710 Efeito da Estrutura de Correlação Espacial no Dimensionamento de um Aterro sobre Solo Mole por Métodos de
Equilíbrio Limite - Gabriel Ferrara Bilesky; Waldemar Coelho Hachich
CB 35700 Estudo das Propriedades Hidráulicas das Misturas entre Solo e Elevados Teores de Emulsão Asfáltica Aplicadas à
Barragens - Carlos Gutierrez Farias Pereira; Silvrano Adonias Dantas Neto; Ammanda Aragão Abreu
CB 34420 Estudo da Ruptura e Soluções Geotécnicas de Estabilização de um Talude de Aterro Localizado em Itatiba/SP -
João Alexandre Paschoalin Filho; Brenno Augusto Marcondes Versolatto
CB 35273 Estudos Geológicos-Geotécnicos para Implantação da Barragem Itaíba, localizada na Bacia Hidrográfica do Riacho
Caraíba, Itaíba – PE - Hosana Emília Abrantes Sarmento Leite; Rafaella Teixeira Miranda; Maiara de Araújo Porto
CB 36355 Analise da Ascensão Capilar de uma Areia em Diferentes Porosidades - Jair De Jesús Arrieta Baldovino; Eclesielter
Batista Moreira; João Luiz Rissardi; Ronaldo Dos Santos Izzo
CB 36083 Análise de Estabilidade de uma Pilha Piloto se Rejeito sobre Solo Mole - Letícia Gabriela Andrade Policarpo; Juliano
Fagner Santana; Rodrigo Peres de Oliveira; Frank Marcos da Silva Pereira; Flávio Luiz de Carvalho; Tales Moreira de
Oliveira
CB 35842 Análise de Estabilidade em Solos Moles Considerando a Queda de Resistência Pós-Pico do Ensaio de Palheta -
Guilherme Pereira Pinto; Marcus Pacheco; Denise Gerscovich; Bernadete Danziger
CB 34456 Análise de Poropressões no CPR Grouting - Alessandro Cirone
CB 34416 Análise dos Interceptos de Coesão de um Solo Residual de Diabásio Compactado em Três Diferentes Condições
de Moldagem - Luana Lenzi Pecapedra; Orlando Martini de Oliveira; Rafael Augusto dos Reis Higashi
CB 34673 Análises dos Parâmetros Geotécnicos de Resistência e da Estabilidade em Perfis com Solo Mole de Tubarão-SC -
Narayana Saniele Massocco; Ângela Grando; Marciano Maccarini
CB 36346 Analysis of Capillary Rise in a Sedimentary Soil - Ronaldo dos Santos Izzo; Jair de Jesús Arrieta Baldovino; Eclesielter
Batista Moreira; Wagner Teixeira; Erico da Silva; Vanessa Corrêa de Andrade; Henrique Neo São Marcos; Carlos
Nakashima; Juliana Rose
CB 35898 Aterro por Carregamento a Vácuo para Aceleramento de Recalque sobre Solos Moles: Sistema Membrana
Impermeável ou Dreno-a-Dreno - Camila Vasconcelos Ferreira; Daniel Lemos Mouço
CB 34826 Avaliação Analítica das Técnicas de Melhoramento em Solos Colapsíveis - Amabelli Nunes dos Santos; Monalyssa
Caroline Lira da Silva Ramos; Carlos Rolim Neto; Tahyara Barbalho Fontoura
CB 35498 Avaliação da Expansividade de Solos Argilogos do Município de Bonito/PE por Meio de Métodos Qualitativos e
Quantitativos. - Thalita Cristina Rodrigues Silva; Silvio Romero de Melo Ferreira
CB 34805 Avaliação da Qualidade de Amostras Indeformadas de Solos Moles - Alison de Souza Norberto; Maria Isabela
Marques da Cunha Vieira Bello; Vitor Hugo de Oliveira Barros; Rafaella de Moura Medeiros
CB 35908 Avaliação de Barreira Capilar com Geotêxtil Associado - Raul Fernando Polisseni Graça; Maria das Graças Gardoni
Almeida; Lúcio Flávio de Sousa Villar
CB 35335 Avaliação do Comportamento do Solo do Campo Experimental da FTC - Vitória da Conquista – BA Frente as
Variações de Umidade. - Hélio Marcos Fernandes Viana; Yágor Ribeiro Menezes; Ronildo Soares Bahiano Filho
CB 35293 Características de um Solo Colapsível e o Efeito do Grau de Compactação - Jailly Moreira Xavier; Roberto Quental
Coutinho; João Barbosa de Souza Neto; Ana Patrícia Nunes Bandeira
CB 34806 Caracterização de Misturas Solo-Cal e Solo-Cinza Aplicadas na Estabilização de um Solo Expansivo da Cidade de
Agrestina – PE - Jayne Araújo Silva; Rafaella de Moura Medeiros; Raisa Pires Vieira de Lorena e Sá; Maria Isabela
Marques da Cunha Vieira Bello; Rômulo Fontoura de Oliveira Júnior; Silvio Romero de Melo Ferreira
CB 36011 Caracterização de um Solo Expansivo do Município de Paulista no Estado Natural e após Tratamento com Areia -
Maria Gabriella Vilaça; Aline Hadassa Gouveia Gomes; Kaliny Maria Pereira; Joanderson James Oliveira Morais; Luíza
Cavalcanti; Silvio Romero Ferreira
CB 35971 Caracterização Geotécnica das Argilas Moles do Projeto de Engenharia para Duplicação da BR-135/MA. - Layza
Verbena de Souza Santos Machado Costa; Roberto Quental Coutinho; Alexandre Duarte Gusmão; Gilmar de Brito
Maia
CB 36019 Caracterização Geotécnica de um Depósito de Solo Mole do Canal Teijipió/Lagoa do Araçá em Recife-PE - Roberto
Quental Coutinho; Bruno Andrade de Freitas
CB 36381 Comportamento de Aterro Sobre Solo Mole nas Obras de Expansão de um Porto Maritimo no Litoral de Santa
Catarina, Brasil - André Silva; Fabian Corgnier; Daniel Murakami
CB 34883 Comportamento Geomecânico de um Solo Expansivo no Município de Paulista no Estado de Pernambuco com a
Adição de Cal, Areia e Cinza de Casca de Arroz - Camila de Souza Constantino; Thalita Cristina Rodrigues Silva;
Letycia Viviane Porfirio da Silva; Silvio Romero de Melo Ferreira
CB 35449 Descrição de Técnicas de Melhoramento para Construção de Aterro sobre Solos Moles. - Thaís Oliveira Santos;
Lucas Cavalcante de Almeida; Francisco Heber Lacerda de Oliveira; Tommy de Almeida Pinto; Marcos Fábio Porto
de Aguiar
CB 36410 Determinação de Perfis de Sucção Através de Solução Analítica de Lu e Likos (2004) - Marcela Moreira da Rocha
Almeida; Francisco Chagas da Silva Filho
CB 35888 Estimativa de Recalques em Aterro Sobre Solo Mole - Luiza Helena Magalhães Leiros; Osvaldo de Freitas Neto;
Olavo F. dos Santos Júnior
CB 36402 Estudo de Provas de Carga em Placa em Solo com Diferentes Sucções - Marcela Moreira da Rocha Almeida;
Francisco Chagas da Silva Filho; Elis Ferreira Lopes; Alfran Sampaio Moura
CB 35429 Estudo do Potencial de Colapso do Solo de Fundação do Campus Paricarana da UFRR - Adriano Frutuoso da Silva;
Jéssica Souza Cerquinho; Joel Carlos Moizinho
CB 34715 Estudo do Recalque de Ensaio de Placa Assente em um Solo Não Saturado de Fortaleza-CE. - Elis Ferreira Lopes;
Francisco Chagas da Silva Filho; Pedro Henrique Lustosa Bezerra De Menezes; José Melchior Filho; Yago Machado
Pereira de Matos; Marcela Moreira da Rocha Almeida
CB 35205 Identificação de Solos Colapsíveis da Região de São Bento do Norte/RN através de Ensaios de Caracterização e
Provas de Carga em Placa. - Arthur Gomes Dantas de Araújo; Gabrielle Pinheiro de Caldas; Silvio Romero de Melo
Ferreira; Carlos Rolim Neto; Alfredo Nunes da Silva Neto
CB 34599 Influência da Duração do Carregamento na Resistência Não Drenada de Argilas Moles - Giana Laport Alves de
Souza; Marcus Peigas Pacheco; Rubenei Novais Souza
CB 35472 Influência da Inundação sobre a Resistência ao Cisalhamento e Coeficiente de Empuxo no Repouso de um Solo
Colapsível no Município de Petrolina – PE - Bruna Naiane Alexandrino Santos; Gustavo Henrique Ortega Teixeira;
Aldo Ferreira Montenegro; Camila de Souza Constantino; Isabel Mendes Pereira da Silva; Marta Lúcia Rolim de
Almendra Freitas; Cecilia Maria Mota Silva Lins; Silvio Romero de Melo Ferreira
CB 36389 Influência da Sucção Matricial em um Solo Siltoso Estabilizado com Cal ao Longo do Tempo - Ronaldo Dos Santos
Izzo; Jair Arrieta Baldovino; Eclesielter Batista Moreira; João Luiz Rissardi; Juliana Lundgren Rose
CB 35189 Influência do Tratamento Térmico nas Propriedades Físicas e na Compressibilidade de uma Amostra de Solo Mole
Argiloso - Mário Shojiro Honma; Faiçal Massad
CB 36430 Manifestações Patológicas em Obras Populares - Jefferson Heráclito Alves de Souza; Ana Patrícia Nunes Bandeira;
Francisca Laudeci Martins Souza
CB 35708 Melhoramento de um Solo de Santa Maria da Boa Vista – PE Misturado com Resíduo de Construção e Demolição
- Rafaella Pereira Marinho; Silvio Romero de Melo Ferreira
CB 36414 Obtenção da Resistência Não Drenada e Coeficiente de Adensamento Horizontal através de Ensaios de CPTU e
Palheta. - Fernanda Raphaela Gomes de Oliveira; Tiago Onuczak Poncio; Rodrigo André Klamt; Roberta Centofante
CB 35013 Parâmetros de Compressibilidade de um Perfil de Solo Arenoso Colapsível - Alfredo Lopes Saab; Roger Augusto
Rodrigues
CB 35573 Perfis Geotécnicos Típicos de Argilas Moles/Orgânicas da Planície Sedimentar do Recife/PE - Roberto Quental
Coutinho; Higo Tavares Barbosa
CB 35678 Relação entre as Curvas Características e a Macro e Microestrutura de Solos Tropicais Intemperizados. - Fernando
Carolino da Silva; Sabrina Marques Rodrigues; Renato Cabral Guimarães; Manoel Porfirio Cordao Neto; Jose
Camapum de Carvalho
CB 35289 Solo Colapsível do Campo Experimental da UFCA - Antonio Maciel Moura Chaves; Samuel José Celestino de Oliveira;
Damião Wellington Alves Mascena; Ana Patricia Nunes Bandeira; João Barbosa de Souza Neto
CB 34858 Utilização do Método Papel Filtro e Centrífuga para Determinação de Curvas de Retenção de Água no Solo e
Correlações com Parâmetros Geotécnicos - Ana Carolina Dias Baêsso; Eduardo Souza Cândido; Roberto Francisco
de Azevedo; Gustavo Armando dos Santos; Tulyo Diniz Oliveira
TEMA:
ENSAIOS DE LABORATÓRIO E CAMPO, MODELAGEM FÍSICA E NUMÉRICA
XIX Congresso Brasileiro de Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica
Geotecnia e Desenvolvimento Urbano
COBRAMSEG 2018 – 28 de Agosto a 01 de Setembro, Salvador, Bahia, Brasil
©ABMS, 2018
foram transportados para um local diferente ao propriedades que são almejadas após a
da sua transformação, de acordo com um agente estabilização, dentre elas pode-se citar:
qualquer. 1) Aumento da resistência e menor
sensibilidade à umidade;
2.2 Estabilização de solos para uso em 2) Diminuição da deformabilidade;
pavimentos 3) Diminuição da permeabilidade.
Pereira (2012) indica que a estabilização de solos Andrade (2017) relata que um aditivo
é uma técnica utilizada para aumentar sua estabilizador só ganha utilidade prática se for
resistência e durabilidade, suportando com maior suficientemente barato. No entanto esse conceito
eficiência os esforços do tráfego e os efeitos de economia tem sentido relativo. Andrade
causados pelas intempéries. Ou seja, quando não (2017) também relata que existem situações
é possível a dosagem de frações nas proporções onde só seja viável economicamente o emprego
requeridas, recorre-se a estabilização dos solos, de aditivos que sejam produzidos
aditando um “ingrediente novo” na mistura, lhe industrialmente em larga escada, como o
conferindo propriedades específicas. Dentre cimento Portland, ou outros subprodutos
alguns dos principais estabilizantes, destacam- industriais com preços mais baixos.
se: asfaltos e betumes, cimento Portland, cal e Nos trabalhos de Dias (2012) é retratado que
outros produtos químicos e industrializados. as principais justificativas na adoção do recurso
Muitas vezes o material encontrado na região de estabilização de solos são:
de implantação rodoviária não apresenta as 1) Fornecer bases de qualidade para
características adequadas de projeto, portanto, pavimentos quando o recurso aos materiais
torna-se necessário o engenheiro geotécnico ter normalmente utilizados não é viável
a sua disposição um “leque” de estratégias, com economicamente;
o intuito de solucionar problemas com relação as 2) Permitir a utilização de estradas
especificações do solo. Dentre essas estratégias, secundárias e rurais em boas condições;
Medina (1987) destaca: 3) Permitir a circulação de tráfego militar ou
1) Evitar ou contornar o terreno de emergência em determinadas áreas e durante
inadequado; curtos intervalos de tempo;
2) Remover o solo inadequado e substituí-lo 4) Atuar como fonte de absorção de ruído,
por outro com melhores propriedades; particularmente em zonas urbanas;
3) Fazer um projeto compatível com o solo 5) Necessidade de desenvolver áreas
ruim; economicamente pobres.
4) Melhorar ou estabilizar o solo existente.
2.3 Estabilização química
“Estabilizar um solo pode ser entendido como
alterar suas propriedades a fim de melhorar seu A estabilização química baseia-se na adição de
desempenho mecânico e de engenharia, usando uma ou mais substâncias químicas ao solo,
para obter esta mudança um processo artificial gerando mudança no seu comportamento final,
que pode ser: químico, físico ou físico-químico” seja quanto ao ganho de resistência e
(PEREIRA, 2012, p.29). Objetiva-se, portanto, estabilidade quanto às intempéries. Essas
um material de natureza estável, onde a mudanças também influenciam na
exposição a cargas externas ou outras situações permeabilidade e deformabilidade, alcançando,
de mudança não interfiram na capacidade que o por conseguinte, os parâmetros estabelecidos em
solo adquiriu em resistir à essas tensões. De tal projeto, com redução do índice de plasticidade e
modo, as alterações das propriedades de um solo aumento da trabalhabilidade resultante de
podem ser de natureza mecânica, física e evoluções granulométricas, garantindo o
química. O mesmo autor indica algumas aumento da rigidez a médio e longo prazo.
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O uso mais corrente é o da cal e do cimento tipo de estabilização envolvendo uma mistura
como estabilizador químico em misturas com homogênea de solo, cimento e água, com
solos finos, argilosos com teores elevados de proporções pré-definidas. Após a mistura ocorre
matéria orgânica ou até solos mais graduados. a compactação, com posterior período de cura,
Para estes últimos, utiliza-se um aglomerante resultando em um produto com propriedades
asfáltico (CAP – Cimento Asfáltico de Petróleo), satisfatórias com relação a resistência mecânica
promovendo ligação entre as partículas e durabilidade.
(PEREIRA, 2012). De acordo com Santos (1976), os principais
Esse método traz a possibilidade de empregar usos de misturas de solo-cimento são: construção
solos disponíveis no local da construção nos de camadas de base para estradas, ruas e pistas
pavimentos rodoviários, sobretudo devido à de aviação, construção de camadas de base em
baixa qualidade que o material apresenta, não pavimentos rígidos ou flexíveis, pavimentação
podendo ser empregado isoladamente. Além de bermas em estradas e aeródromos,
disso, torna-se uma substituição cada vez mais pavimentação de áreas de estacionamento,
interessante em relação aos agregados naturais, pavimentação de áreas de armazenamento para
considerando vantagens ambientais e agregados, materiais diversos ou equipamento,
econômicas (Sherwood, 1995). pavimentação de passeio ou pistas de ciclistas e
As reações químicas decorrentes da na construção de sub-bases de vias rodoviárias e
estabilização química ocorrem entre o aditivo e ferroviárias especialmente em zonas de transição
os minerais do solo (fração coloidal), ou com a entre aterros e estruturas rígidas.
água presente nos poros. A cimentação que se Somado a esses fatos, a melhoria de solos
forma após a reação solo-cimento acresce rigidez disponíveis no local pode trazer grandes
a mistura, sendo esta identificada como reação benefícios na execução, evitando uma grande
pozolânica (MEDINA, 1987). quantidade de empréstimos de material
Vizcarra (2010) aponta que numa solução adequado, bem como a necessidade de ter uma
descontinua o estabilizante não preenche todos jazida com grandes volumes de material de boa
os poros, ocorrendo três modos de ações qualidade à disposição.
principais: Ingles e Mtcalf (1972) afirmam que quando
1) Modificação das características das não se dispõe de um material ou uma
superfícies das partículas; combinação específica de materiais que atinjam
2) Vedação inerte dos poros; as características de resistência,
3) Interconexão entre as partículas do solo deformabilidade, permeabilidade ou
(solda por pontos). durabilidade adequadas ao projeto é possível
recorrer à técnica de aplicação de solo-cimento,
Pereira (2012) aponta que a estabilização além de outras técnicas de estabilização, de
química do tipo solo-cimento é a mais utilizada, acordo com a necessidades e possibilidades do
sobretudo por conta do ganho de resistência que local de obra.
confere ao sistema através das reações Dias (2012) afirma que desde 1915, nos
pozolânicas e sílica ativa presente no solo. Além Estados Unidos, são utilizadas camadas de solo
disso, a estabilização com cimento atinge maior tratadas com cimento na construção de bases e
resistência em idades inferiores em comparação sub-bases de pavimentos rodoviários,
com a cal, além de ter afinidade com uma melhorando várias propriedades no
variedade maior de solos. comportamento do solo, além de ser aplicado
para uma grande variedade de solos, desde
2.3.1 Solo-cimento materiais granulosos, solos siltosos e até argilas
em algumas ocasiões. A Figura 2 ilustra o uso de
A ABCP – Associação Brasileira de Cimento solo-cimento como material de base para
Portland (1986) aponta que o solo-cimento é um pavimentos rodoviários.
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O intuito da escolha desse talude foi pelo aditivo de 3% de cimento e 7 com aditivo de 7%.
conhecimento da sua utilização em obras de É importante ressaltar que cada solo possui
pavimentação como um material que comporia uma curva própria de umidade por massa
as camadas do pavimento de obras na região específica aparente seca, para uma determinada
mencionada. Além disso, com a escavação do energia de compactação. Quando se utiliza um
material, foi possível realizar uma prévia teor de umidade ótimo a tendência é obter
classificação tátil-visual, determinando valores de densidade e resistência máximas, por
propriedades geotécnicas ao longo da inspeção. conta da redução do número de vazios, e em uma
Dos vários cimentos existentes, o utilizado mistura de solo-cimento não é diferente.
para a estabilização química foi o cimento Dessa maneira, objetivando-se encontrar a
Portland IV. É um cimento pozolânico que umidade ótima para as três misturas propostas
possui alta resistência química para a fabricação (solo natural, solo-cimento a 3% e solo-cimento
de concretos e argamassas sujeitas a ambientes a 7%), foram realizados ensaios de compactação
mais agressivos, além de obras que apresentem para estas três misturas. Inicialmente, para a
requisitos específicos quanto à durabilidade. amostra natural, destaca-se a Tabela 1, com os
Dias (2012) argumenta que ele é essencialmente resultados dos dados obtidos no ensaio de
indicado para pavimentos rodoviários, compactação.
concretagens em meios agressivos, ambientes
marítimos e misturas de solo-cimento. Tabela 1. Dados obtidos com o ensaio de Compactação
Utilizando a amostra Natural.
4.2 Procedimento de compactação U PC + SU PCa + PCa + Uf
PA (g)
(%) (g) SU (g) SS (g) (%)
18,00 642,06 4320,00 34,91 32,21 20,19
O Ensaio de Compactação é regido pela norma
NBR 7182/2016, onde, para esta pesquisa, 20,00 713,40 4372,00 42,31 38,19 21,39
considerou-se o reuso de material com secagem 22,00 784,74 4404,00 57,03 49,69 22,41
prévia até a umidade higroscópica, baseando-se 24,00 856,08 4391,00 56,75 48,86 24,25
na energia normal de compactação com o 26,00 927,42 4350,00 52,25 45,40 25,31
cilindro Proctor pequeno, considerando 3 Legenda: U: Umidade; PA: Peso da Água; PC: Peso do
camadas, cada uma com 26 golpes. Optou-se Cilindro; SU: Solo Úmido; PCa: Peso da Cápsula; SS:
Solo Seco; Uf: Umidade Final.
pelo reuso do material em função da
disponibilidade do mesmo e também pelo tempo
Finalizando a etapa laboratorial e com a
decorrido de ensaio, concluindo-se que para uma
obtenção dos dados necessários, é possível
duração de 2h não há hidratação do cimento
iniciar os cálculos determinando a massa
significativa que interfira nos resultados finais.
específica aparente seca através da Equação 01.
Foram realizados o total de 3 ensaios de
compactação, gerando 3 curvas de compactação 100
finais, considerando amostra de solo natural, 𝛾𝑠 = 𝑃ℎ 𝑥 𝑉 (100+ℎ) (01)
amostra de solo estabilizada quimicamente com
cimento a 3% e outra amostra com estabilização
a 7%. A busca pela estabilização com cimento a Onde:
3 e 7% é, sobretudo, tentando retratar uma 𝛾𝑠 = massa específica aparente seca, em
situação de modificação das propriedades do g/cm³;
solo (3%) e alterações mais significativas nas 𝑃ℎ = peso úmido do solo compactado, em g;
propriedades do material empregado (7%). 𝑉 = volume útil do molde cilíndrico, em cm³;
O procedimento de pesquisa, realizado no ℎ = teor de umidade do solo compactado, em
Laboratório de Solos e Materiais do IFSC, %.
totalizou a moldagem de 17 corpos de prova
ensaiados, sendo 5 para a amostra natural, 5 com 5 RESULTADOS E DISCUSSÕES
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1,58
realizado na amostra com incorporação de 3% de cimento
em massa. 1,56
Dados do Cilindro Proctor Resultados do 1,54
Utilizado Ensaio
D 1,52
P (g) P (g) D (cm) P (g)
(cm) 1,5
2453,00 10,00 12,73 999,812 1,52
1,48
2453,00 10,00 12,73 999,812 1,57
1,46
2453,00 10,00 12,73 999,812 1,60
1,44
2453,00 10,00 12,73 999,812 1,56 19,00% 21,00% 23,00% 25,00% 27,00%
2453,00 10,00 12,73 999,812 1,53 Umidade
Legenda: P: Peso; D: Diâmetro; A: Altura; V: Volume; M. Figura 7. Curva de Compactação Final da amostra com
E. A. S.: Massa Específica Aparente Seca. incorporação de 7% de cimento em massa.
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É importante ressaltar que foram expostos diminuição da massa específica aparente seca
apenas os resultados dos cinco melhores pontos máxima. Esse comportamento também é
para o desenvolvimento da curva de observado nos estudos de Muhunthan e
compactação da amostra com 7% de Sariosseiri (2008).
incorporação de cimento, excluindo-se os Conforme Dias (2012) também discorre, no
demais. trabalho de Al-Amoundi et. al. (2010), em
Como resultado final, destacam-se as ensaios de compactação de misturas de solo-
umidades ótimas e as densidades máximas cimento observou-se uma redução na umidade
encontradas através das curvas de compactação ótima, com acréscimo da massa específica
geradas (Tabela 5), além de um gráfico com as aparente seca máxima. Dias (2012) também
três curvas para comparativos (Figura 8). apresenta em seu trabalho o aumento na umidade
ótima quando utilizados maiores teores de
Tabela 5. Resultados finais das umidades ótimas cimento incorporados na mistura, com posterior
encontradas através das curvas de compactação geradas. decréscimo da massa específica aparente seca
Amostra Amostra
Amostra
incorporada a incorporada a
máxima.
Natural Observa-se nos resultados que há uma ligeira
3% 7%
UO DM UO DM UO DM diminuição da umidade ótima no comparativo
(%) (g/cm³) (%) (g/cm³) (%) (g/cm³) entre a amostra natural e a amostra com 3% de
22,486 1,594 21,963 1,598 22,521 1,567 incorporação de cimento. Comparando-se a
Legenda: UO: Umidade Ótima; DM: Densidade Máxima. amostra natural e a amostra com 7% de
incorporação de cimento, o aumento da umidade
Curva Ótima de Compactação - Natural
Massa específica aparente seca (g/cm³) - Natural
ótima é ligeiramente pequeno. A comparação
Curva Ótima de Compactação - 3% entre as duas amostras com cimento incorporado
Massa específica aparente seca (g/cm³) - 3% mostra um aumento da umidade ótima com o
Curva Ótima de Compactação - 7%
Massa específica aparente seca (g/cm³) - 7% aumento do teor de cimento, reafirmando as
1,62 conclusões obtidas por Cruz (2004), Muhunthan
e Sariosseiri (2008) e Dias (2012).
Massa específica aparente seca (g/cm³)
1,6
Matteo Conti
Politecnico di Milano, Milão, Itália, teo.conti@me.com
RESUMO: Resíduos agroindustriais, tais como casca de arroz, têm contribuído com o agravamento
de problemas ambientais decorrentes do descarte incorreto desses resíduos na natureza, liberando
uma grande quantidade de gás metano. O presente trabalho tem o objetivo de utilizar a cinza
proveniente do processo de queima da casca de arroz, a fim de melhorar as características
geotécnicas de um solo arenoso estabilizado com cimento CPV-ARI e cinza da casca de arroz.
Estabeleceu-se uma previsão do comportamento mecânico, utilizando os parâmetros de resistência à
compressão simples (qu), resistência à tração por compressão diametral (q t), módulo de rigidez inicial
(G0) e a perda de massa acumulada (PMA) das misturas, concomitantemente com a análise da
influência da porosidade e do teor de cimento, utilizando a relação denominada η/Civ.
kN/m³.
Foi utilizada água destilada para os
procedimentos de moldagem dos corpos de
prova. Para a imersão das amostras,
antecedendo os ensaios de ultrassom e
compressão simples, foi utilizada agua
proveniente da rede pública de abastecimento da
cidade de Porto Alegre.
2.2 Métodos
Tabela 2. Dosagens dos corpos de prova moldados entre a Equação (5) e a Equação (6), conforme
Ensaio γd(kN/m³) CCA (%) Cimento (%) inicialmente proposto por Consoli et al. (2007),
Resistência e 16,5; 15,5; considera que o teor de cimento Portland é o
10, 20, 30 5, 8, 11
Rigidez 14,5 agente estabilizador do solo. O teor de material
17,5 30 11 pozolânico não é contabilizado como
16,5 10 11 participante das reações cimentícias, embora as
16,5 20 11 mesmas ocorram entre a pozolana e o hidróxido
16,5 30 11 de cálcio liberado durante as reações
Durabilidade secundárias de hidratação do cimento. O teor
15,5 10 11
adicionado de material pozolânico é
15,5 30 11
contabilizado apenas para o cálculo da
16,5 30 5 porosidade da amostra, admitindo-se que o
16,5 30 8 mesmo atua como fíller. Esse efeito é dado pelo
melhor preenchimento dos vazios do material a
partir da inserção dos finos, que melhora a
granulometria e contribui, por conseguinte, com
a redução da porosidade.
Subsequentemente à moldagem, os corpos de
prova foram removidos dos moldes e os seus
pesos, diâmetros e alturas foram aferidos com
precisão de aproximadamente 0,01 mm. As
amostras foram curadas em câmara úmida a
23ºC ± 2ºC e umidade relativa de cerca de 95%
(ASTM, 2013). Foram considerados adequados
para os ensaios aqueles corpos de prova que
satisfizessem as tolerâncias de variação máxima
Figura 3. Curvas de compactação de ± 0,5 g/cm³ do peso específico aparente seco
(γd) e 1% das dimensões do molde.
Após atingir completa homogeneização da
mistura, realizou-se a compactação estática, 2.2.2 Ensaios de Resistência à Compressão
proposta por Ladd (1978), em três camadas Simples e Resistência à Tração por Compressão
escarificadas entre si, até atingir o peso Diametral
específico aparente seco estipulado por
dosagem. A fim de melhor caracterizar as Os ensaios de resistência à compressão simples
dosagens realizadas, foi utilizado o parâmetro (qu) seguiram a norma ASTM D 1633 (ASTM,
η/Civ (CONSOLI et al., 2007), que leva em 2017b), enquanto os de resistência à tração por
consideração a porosidade da mistura compressão diametral (qt) seguiram a norma
compactada (η), Equação (5), e o teor ASTM C 496 (ASTM, 2017c). Aos 6 dias de
volumétrico de cimento, Equação (6). cura, as amostras foram colocadas em imersão,
durante 24 horas, para reduzir os efeitos de
(5) sucção (CONSOLI; CRUZ; FLOSS, 2011).
Utilizou-se, para a ruptura dos corpos de prova,
uma prensa automática composta por anéis
(6) dinamométricos calibrados, com capacidades de
10kN e 50kN e velocidade de 1,14 mm/min.
O parâmetro porosidade/teor volumétrico de
cimento (η/Civ), calculado a partir do quociente
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qu ou qt = K (η/Civ1/a)-a (12)
(20)
G0 = 2,86 x 106 (η/Civ0,28)-2,00 [R² = 0,76] (24) G0 = 922,27 x qu [R² = 0,94] (26)
G0 = 3,04 x 106 (η/Civ0,28)-2,00 [R² = 0,87] (25) G0 = 9285,99 x qt [R² = 0,95] (27)
que a areia de Osório foi submetida a processos American Society for Testing and Materials. D3282:
de estabilização química e mecânica. Standard Practice for Classification of Soils and Soil-
Aggregate Mixtures for Highway Construction
Embora parte das reações pozolânicas já Purposes. West Conshohocken: ASMT, 2015a. 6 p;
tenham sido realizadas aos 7 dias de cura, Associação Brasileira De Normas Técnicas. NBR 12253:
optou-se por não considerar a CCA como Solo-cimento — Dosagem para emprego como
agente cimentante do solo (juntamente com o camada de pavimento - Procedimento. Rio de
cimento). Acredita-se, para tanto, que as Janeiro: ABNT, 2012. 3 p;
reações pozolânicas continuarão ocorrendo por Boateng, A. A.; Skeete, D. A. Incineration of Rice Hull
for Uses as a Cementitious Material. The Guyana
um período de tempo mais prolongado. Experience. Cement and Concrete Research. USA, p.
A grande maioria das dosagens realizadas 795-802. 1990;
com a incorporação de CCA atenderam aos Companhia Nacional de
critérios de resistência mínima e todas Abastecimento. Acompanhamento da Safra
atenderam aos requisitos de perda de massa Brasileira de Grãos. Brasília: CONAB, 2017. 157 p;
Coutinho, A de S. Fabrico e Propriedades do Betão.
máxima para a aplicação de solo-cimento em
Lisboa: Lnec, 1973. 610 p.
obras geotécnicas usuais. Tendo as referidas Consoli, N. C. A method proposed for the assessment of
misturas apresentado, inclusive, desempenho failure envelopes of cemented sandy
muito superior àquelas que contemplam apenas soils. Engineering Geology, v. 169, p.61-68, fev2014;
a utilização de solo-cimento. Consoli, N. C. et al. Key Parameters for Strength
Control of Artificially Cemented Soils. Journal of
Geotechnical and Geoenvironmental Engineering, v.
133, n. 2, p.197-205, fev. 2007;
REFERÊNCIAS Consoli, N. C.; Cruz, R. C.; Floss, M. F. Variables
Controlling Strength of Artificially Cemented Sand:
Ali, F. H; Adnan, A; Choy, C. K. Geotechnical Influence of Curing Time. Journal of Materials in
Properties of a Chemically Stabilized Soil from Civil Engineering, v. 23, n. 5, p.692-696, maio 2011;
Malaysia Witch Rice Husk Ash as an Additive. Departamento Nacional de Infraestrutura de
Geotechnical and Geological Engineering, Transportes. 143/2010 - ES: Pavimentação - Base de
Amsterdam, v. 10, n. 2, p.117-134, 1992; solo-cimento - Especificação de serviço. Rio de
American Society for Testing and Materials. C496: Janeiro: DNIT, 2010. 10 p;
Standard Test Method for Splitting Tensile Strength Diambra, A. et al. Theoretical Derivation of Artificially
of Cylindrical Concrete Specimens. West Cemented Granular Soil Strength. Journal of
Conshohocken: ASMT, 2017c. 5 p; Geotechnical and Geoenvironmental Engineering, v.
American Society for Testing and Materials. C511: 143, n. 5, p.1-9, maio 2017;
Standard Specification for Mixing Rooms, Moist Diambra, A. et al. Modelling tensile/compressive
Cabinets, Moist Rooms, and Water Storage Tanks strength ratio of artificially cemented clean
Used in the Testing of Hydraulic Cements and sand. Soils and Foundations, v. 58, n. 1, p.199-211,
Concretes. West Conshohocken: ASMT, 2013. 3 p; fev. 2018;
American Society for Testing and Materials. D559: Juliano, B. O. Rice: Chemistry and Technology. St Paul,
Standard Test Methods for Wetting and Drying Minneapolis: American Association of Cereal
Compacted Soil-Cement Mixtures. West Chemists, 1985. 774 p;
Conshohocken: ASMT, 2015b. 6 p Portland Cement Association. Soil-Cement Laboratory
American Society for Testing and Materials. D1633: Handbook. Skokie: Pca, 1992. 57 p;
Standard Test Methods for Compressive Strength of U.S. Army Corps of Engineers. EM 1110-3-137: Soil
Molded Soil-Cement Cylinders. West Conshohocken: Stabilization for Pavements Mobilization
ASMT, 2017b. 4 p; Construction. Washington, D.C: USACE, 1984. 32 p.
American Society for Testing and Materials. D2487:
Standard Practice for Classification of Soils for
Engineering Purposes (Unified Soil Classification
System). West Conshohocken: ASMT, 2017a. 10 p;
American Society for Testing and Materials. D2845:
Standard Test Method for Laboratory Determination
of Pulse Velocities and Ultrasonic Elastic Constants
of Rock. West Conshohocken: ASMT, 2008. 7 p;
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Geotecnia e Desenvolvimento Urbano
COBRAMSEG 2018 – 28 de Agosto a 01 de Setembro, Salvador, Bahia, Brasil
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ABSTRACT: Currently, a large calibration chamber is being constructed at the University of São
Paulo to investigate the behavior of helical foundations installed in instrumented soil samples. For
the design of this chamber, a numerical study was carried out using Plaxis 2D software to evaluate
the effect of the chamber size and boundary conditions on the helix bearing resistance under tension
and compression static loadings. Additionally, in this work the influence of the size of the central
hole of the annular pressurized membrane (central space for the pile shaft installation) on the
stresses in the soil sample was evaluated numerically. To evaluate the influence of the size of the
calibration chamber on the pile response, tensile and compressive loadings on a helical pile model
were numerically simulated, considering the installation effect on the soil above the helix. The
results indicate that for a calibration chamber of 1.20 m diameter and 1.50 m height, the use of a
pressurized membrane with a central hole of 100 mm diameter does not influence the model pile
response. Also, the investigated chamber size is suitable to study the response of helical foundations
using a model of a pile section with helices in sizes up to 200 mm diameter.
chamber to investigate the behavior of pile influence of the diameter of the central hole of
foundations is presented in Figure 1. Foray et al. the membrane used to apply pressure to the
(1998) used calibration chamber tests to sand sample; (2) verification of the influence of
investigate the effect of overconsolidation on the size of the calibration chamber on the
the bearing capacity of piles driven into dense response of tensile and compressive loading
sands. For this study, the sand sample tests on a helical pile model.
preparation was interrupted for placing total
stress at different depths in the chamber. These
cells were used to follow the variations in the 2 NUMERICAL MODELING
sand mass during installation of the pile and
during static pile load testing. 2.1 Soil parameters
1200
q = 1 - 3 (kPa)
1000
800
600
0
0,00 -0,01 -0,02 -0,03 -0,04 -0,05 -0,06 -0,07 -0,08 -0,09 -0,10 -0,11 -0,12 -0,13
ea
Figure 3 - Comparison between the numerical and experimental results of the triaxial tests of Schiavon (2016) for (a) 3
= 50 KPa, (b) 3 = 100 KPa; and (c) 3 = 200 KPa.
2.3 Geometry of the numerical model figure 4. The axisymmetric model is used for
circular structures with a uniform radial cross
The numerical simulations were performed section and loading scheme around the central
using a two-dimensional axisymmetric model axis, where the deformation and stress state are
with the vertical axis of symmetry passing assumed to be identical in any radial direction.
through the center of the pile, as shown in The generation of the mesh was done
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through the option "generate mesh". For a first the Hardening-Soil (HS) model (similarly to the
analysis, the "coarse" option was used for all the Mohr-Coulomb model) the stress limit state is
geometries (soil, shaft, helical plates, etc.). The described by the friction angle (), cohesion (c)
top part of the model is a free surface located at and dilation angle ().The mechanical
y = 1.50 meters from the bottom. properties of the intact soil were obtained based
The mesh representing the soil mass was on the calibration of the triaxial tests presented
divided into 2 clusters based on the geometry in Figure 2. Table 2 shows the parameters
shown in figure 4. Cluster 1 is the natural soil considered in the numerical simulation of the
not disturbed by the installation of the helical undisturbed and disturbed sand.
pile. Cluster 2 is the disturbed soil above the The mechanical properties of the disturbed
plate that was "loosened" during the helical pile soil (cylinder of soil disturbed by the
installation. Finally, Cluster 3 represents the installation of the helical pile) were established
steel helical pile. by the reduction of soil resistance and stiffness
parameters. Pérez (2017) performed several
parametric analyzes varying the sand friction
angle and the Young modulus of the disturbed
sand of Schiavon (2016) until reaching a good
agreement between experimental and numerical
results of load-displacement curves obtained
from tensile load tests on a single-helix anchor
in centrifuge. In this cited work, the elastic
modulus found for the disturbed soil was 80%
of the value of the intact soil. For the current
numerical study, to simulate the disturbed soil
the same reduction in the elastic modulus was
adopted, and a friction angle of 37° was used.
the membrane on top of the sand sample; (2) 3 RESULTS AND DISCUSSION
applied pressure of 50 KPa on the top of the
sand sample; (3) applied pressure of 100 KPa 3.1 Influence of the size of the central hole
on the top of the sand sample; and (4) applied of the membrane
pressure of 150 KPa on the top of the sand
sample. In order to evaluate the importance of
In the second step, a tensile loading was considering the effect of the central hole of the
applied to the pile head to simulate the pile pressurized membrane on the load-displacement
pullout test. For the four different conditions of response of helical piles, initially a simulation
stresses in the soil (simulation of four different was performed in which the top of the sand
depths of the bottom section of the pile) the sample was submitted to a pressure of 50 kPa
tensile force was increased until a maximum and 150 kPa.
value. The calibration chamber is 1.50 meters high
In the third step, a compressive loading was and 1.20 meters in diameter. As it is an
applied to the pile head [in Plaxis compression axisymmetric model, the geometry to be drawn
is taken as negative (-)] to simulate the pile in PLAXIS 8.5 was 1.5m high and 0.6m in
under compressive loading. For the four depth diameter.
conditions evaluated, the compressive loading
was increased until a maximum value.
Figure 5 – Vertical stresses for the applied pressure of 50 kPa: (a) without the central hole; (b) hole diameter of 50 mm;
(c) hole diameter of 75 mm.
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Figure 6 - Vertical stresses for the applied pressure of 150 kPa: (a) without the central hole; (b) hole diameter of 50 mm;
(c) hole diameter of 75 mm.
The sand sample under an applied pressure penetration of the helical plate. Since the degree
of 150 KPa (Figure 6) simulates the field soil at of disturbance is not known, the parameters of
a depth of approximately 10 meters depth. the disturbed soil described in table 2 were
Figure 5 and 6 illustrates the initial geostatic reduced in relation to the intact soil.
stresses before the helical pile installation. It For the evaluation of the influence of the size
can be seen in these figures that the larger the of the calibration chamber chosen on the results
diameter of the central hole the greater the zone of the loading tests on a single helix-pile, the
influenced by the hole. contours of vertical and horizontal
These simulations are very important to help displacements were examined numerically.
the decision about the minimum depth needed Four different values of pressure applied by
to install the helical plate of the model pile (for the upper membrane on the top of the sand
tensile loading tests) to prevent any effect of the sample to simulate different conditions of the
membrane hole. depth of the bottom section of a helical pile
The influence of the central hole of the were evaluated: (1) no pressure; (2) applied
membrane on the vertical stresses shown in pressure of 50 KPa; (3) applied pressure of 100
Figures 5 and 6 indicate that the membrane of KPa; and (4) applied pressure of 150 KPa. A
50 mm radius is suitable for the simulation of helical plate of 200 mm diameter was adopted
the sand sample. Therefore, this size of central for the simulations.
hole was chosen for the current study. Figure 7 and figure 8 show the vertical and
horizontal displacements caused by a tensile
3.2 Influence of the size of the calibration loading (maximum value) applied on the
chamber bottom section of a helical pile, under the four
different stresses conditions mentioned above
After the installation of the helical pile, a (helical plates installed at different depths).
cylindrical column of soil is disturbed by the
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Figure 7 - Vertical displacement contours during the tensile loading (a) no pressure; (b) 50 KPa; (c) 100 KPa; and (d)
150 KPa.
As expected, with increasing the applied displacements are concentrated within the
pressure at the top of the sand sample disturbed soil cylinder. In all cases the
(simulating the increase in the depth of the displacements does not reach the edges of the
helical plate) the vertical displacements calibration chamber.
decrease (figure7). It can be seen that the largest
Figure 8 - Horizontal displacement contours during a tensile loading applied to the helical pile: (a) no pressure; (b) 50
KPa; (c) 100 KPa; and (d) 150 KPa.
Figure 8 indicates a concentration of cases of applied pressure of 100 and 150 KPa
horizontal displacement along the outer the displacements reach the edges of the
perimeter of the helix at the interface between calibration chamber, however, these
disturbed and undisturbed soil. As the applied displacements are very small (0.8x10-6 mm) and
pressure to the top of the sand increases, the can be considered insignificant.
horizontal displacements increases, especially in Figures 9 and 10 show the vertical and
the zone just above the helical plate. For the horizontal displacements caused by the
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compressive loading applied on the bottom vertical and horizontal displacements that reach
section of a helical pile. Figure 9 shows that the the edges and the bottom of the calibration
largest displacements occur beneath the helical chamber are very small, and can be considered
plate, as expected for a compression test. In all insignificant.
cases the displacements do not reach the base of Therefore, for this calibration chamber and
the calibration chamber. model pile configurations, in which the distance
Figure 10 indicates a concentration of between the bottom of the chamber and the
horizontal displacements bellow the helical helical plate is 2.5 times the diameter of the
plate. With increasing the pressure on the top of helix (50 mm), and the horizontal distance
the sand sample the horizontal displacements between the edge of the plate and the chamber
increase. The largest displacements are wall is also is 2.5 times the diameter of the
concentrated below the helical plate in the zone helix, the edge of the chamber seems to not
of undisturbed soil in the form of a “water affect the load tests results.
drop” (Figure 10(a) in yellow and figure 10b, in
blue).
In the case of compressive loading, the
Figure 9 – Vertical displacement contours during compressive loading: (a) no pressure; (b) 50 KPa; (c) 100 KPa; and
(d) 150 KPa.
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Figure 10 - Horizontal displacement contours during compressive loading: (a) no pressure; (b) 50 KPa; (c) 100 KPa;
and (d) 150 KPa.
ACKOWLEGEMENTS
REFERENCES
Patricia Österreicher-Cunha
PUC-Rio, Rio de Janeiro, Brasil, osterr@esp.puc-rio.br
RESUMO: O objetivo foi desenvolver uma metodologia para diminuir o fluxo preferencial nas
paredes laterais em ensaios de coluna com solo indeformado. Decidiu-se usar uma membrana termo
retrátil de polietileno (Ratchem®, USA), que apresenta melhor adesão ao solo, não reage com
compostos presentes em solos tropicais brasileiros e pode ser usada para avaliar solos
contaminados. Foi desenvolvida uma metodologia para a coleta de solo não deformado usando um
tubo de alumínio bi-partido. No laboratório, a coluna de solo indeformado foi introduzida na
membrana graças a esse tubo, sendo em seguida o conjunto solo-membrana reintroduzido no tubo
de alumínio, hermeticamente fechado com auxílio da borda da própria membrana, e conectado
diretamente aos frascos de Mariotte. Na saturação do solo, aumentou-se gradualmente a carga
hidráulica para não criar cavitação nem fluxo preferencial por percolação, até atingir uma carga
constante após a saturação. Após vários ensaios e medidas de permeabilidade, obtiveram-se
resultados na faixa de valores encontrados na literatura para este mesmo tipo de solo os quais se
mostraram condizentes numericamente.
de membrana termo retrátil, aderida ao solo Um método possível para reduzir o fluxo da
indeformado, e que ficará no interior de um parede seria fazendo furos no cilindro de PVC
tubo de aluminio constituindo o suporte da após a coleta do núcleo e injetar espuma de
coluna.
poliuretano expansível para preencher quaisquer
vazios entre o monólito do solo e a parede de
2 REVISÃO BIBLIOGRAFICA PVC como feito por Strock e Cassel (2001) e
Meshkat et al. (1999).
Entre os diversos problemas encontrados, está o Martins (2015) recomendou testar o uso de
fluxo preferencial da água percolante na coluna, gesso líquido como material de preenchimento
difícil de contornar em ensaios com solo da região entre a parede interna do tubo em
indeformado. Informações que se encontram na
PVC e a superfície lateral da amostra
literatura relacionadas ao fluxo preferencial em
ensaios de coluna, dizem respeito a colunas de indeformada de solo, com o objetivo de impedir
solo deformado, mas pouca literatura foi ou minimizar o fluxo preferencial.
encontrada a respeito de solo indeformado. Farias (2003) colocou um disco delgado de
Para continuar a pesquisa em solo saturado, e pedra porosa na parte superior do corpo de
esclarecer algumas das questões levantadas prova, e o espaço existente entre o disco e a
anteriormente, foram avaliadas diversas
parede do cilindro do corpo de prova foi
possibilidades de melhoria para a abordagem
experimental, mediante revisão bibliográfica, preenchida com cola 3M para evitar o possível
além de testes de diversas ideias. fluxo preferencial pela parede, garantindo
Segundo o Corwin (2000), o melhor meio assim, que o fluxo só passasse pela pedra
para eliminar o fluxo da parede lateral de uma porosa.
coluna de solo é escavar uma amostra de solo Alguns dos outros problemas abordados na
não perturbado intacta e envolver a coluna de construção das colunas foram: o monitoramento
solo com um material que pode se expandir e
durante o ensaio, a instrumentação das colunas,
contrair em uníssono com o solo. Ele propôs um
projeto simples, mas eficaz, que reduziu como a amostragem; questões específicas para a
significativamente o fluxo da parede com o uso montagem das colunas (válvulas e conexões
de anéis no interior da coluna para desviar o adequadas, controle do fluxo de água, portas de
fluxo da parede lateral para o interior da coluna, acesso) e operacionalizar a coleta de solo
isso antes da coleta do solo. indeformado.
Propuseram-se ideias para evitar a
canalização da água entre o solo e a parede do
lisímetro que incluem fazer a superfície da 3 PRINCIPAIS ETAPAS DA DEFINIÇÃO
parede do lisímetro áspera e instalar uma DA ABORDAGEM EXPERIMENTAL
barreira. Smajstrla (1985) propôs fazer
rugosidade da parede lateral no interior da 3.1 Controle do fluxo preferencial
coluna para diminuir o fluxo preferencial entre
Após cuidadoso exame das possiblidades de
o solo e a parede da coluna. Uma abordagem testar os meios mais comuns de se evitar,
similar foi proposta por Sentenac et al. (2001): reduzir ou mitigar o fluxo preferencial lateral
colar areia na parede lateral para reduzir o fluxo em ensaios de coluna, ficou evidente a
preferencial. necessidade de um enfoque diferente.
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3.4 Amostragem
Figura 3. Membrana termo retrátil Figura 7. Retirada do tubo de aluminio da coluna de solo
A coluna de alumínio com o solo foi aberta Com o soprador térmico com a temperatura
(Figura 4), uma metade retirada, a outra, menor à maxima possível (105oC), promoveu-
contendo a coluna de solo, foi inserida na se a contração de um lado da membrana; a
membrana, o suporte de alumínio sendo em seguir, a própria meia-coluna de alumínio
seguida retirado. retirada permitiu virar o conjunto e aquecer o
outro lado da membrana (Figura 8).
Com a saturação gradual evitaram-se Soil & Crop Science Society of Florida,
problemas de cavitação ou de fluxo preferencial PROCEEDINGS, 28, p. 1867–1870.
Strock, J.S. e Perry, D.K. (2001) Developing and testing a
durante o ensaio. system for studying unsaturated solute transport on
Com este tipo de equipamento, o fluxo undisturbed soil blocks, Journal of Soil and Water
preferencial nas paredes do lisímetro é Conservation 56, Vol. 2, p. 112-119.
diminuído. Zanon, T.V.B. (2014) Avaliação da contaminação de um
O valor da permeabilidade no ensaio foi solo laterítico por lixiviado de aterro sanitário
através de ensaios de laboratório e análise de dados
considerada aceitável para ensaios de coluna. de campo, Dissertação de mestrado, Programa de Pós-
Graduação em Engenharia de Estructuras e
geotécnica, Escola Politécnica da Universidade de São
AGRADECIMENTOS Paulo, São Paulo, 101 p.
REFERÊNCIAS
Adrien Fayolle
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Brasil, fayolle.adrien@gmail.com
Fernando Schnaid
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Brasil, fschnaid@gmail.com
Samir Maghous
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Brasil, samir.maghous@ufrgs.br
RESUMO: Materiais de permeabilidade transitória (10-5 a 10-8 m/s), materiais siltosos, tendem a
desenvolver um comportamento parcialmente drenado quando submetidos a carregamento, o que
introduz erros na interpretação de ensaios como palheta e piezocone. Neste contexto, visando
contribuir a interpretação de ensaios executados em materiais de comportamento transitório, o
presente trabalho apresenta um modelo simplificado para a análise da consolidação induzida pela
rotação de um cilindro infinito no solo. O modelo foi verificado com base em simulações numéricas
em elementos finitos (software Abaqus@). Na sequência, os resultados foram interpretados no espaço
de velocidade normalizada ( V ) e grau de drenagem ( U ), demostrando que o modelo é capaz de
prever as transições de comportamento drenado para parcialmente drenado e parcialmente drenado
para não-drenado. Os resultados apresentados contribuem para a interpretação das condições de
drenagem em ensaios de campo (palheta) executados em materiais siltosos.
u
U=1- (2) Figura 1. Seção caraterística de análise
u 0,max
O solo que envolve o cilindro é modelado
Neste caso u - poropressão medida na como saturado, isotrópico e isotérmico.
velocidade avaliada, u0,max - máxima
poropressão medida, representando uma 2.1 Formulação Constitutiva
condição não-drenada.
Propostas de interpretação das condições de Com o objetivo de analisar a consolidação
drenagem em ensaios in situ utilizando a induzida pela rotação de um cilindro infinito no
normalização dos resultados (espaço V x U) solo um modelo de comportamento foi proposto
podem ser encontradas em literatura (House et por Dienstmann et al. (2018). O modelo teórico
al, 2001; Schnaid et al, 2004; Randolph & Hope, desenvolvido baseia-se na equivalência em
2004; Chung et al, 2006; Schneider et al, 2007; carregamento monotônico de uma resposta
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zona de influência do problema, região a partir resolução do problema será obtida através da
da qual não acontecem mais perturbações devido solução do problema de fluxo.
a rotação do cilindro.
Observando a simetria do problema, a 2.2 Solução do problema de Fluxo
solução para o campo de deslocamentos é
buscada de acordo com a seguinte representação: A solução do problema de fluxo é obtida
observando inicialmente a chamada segunda
ξ= f(r) eθ + g(r) e r (8) equação de estado do meio poroelástico:
(12, 13 e 18).
Visando a obtenção de soluções analíticas, A primeira equação em (21) é a condição de
um procedimento simplificado foi utilizado em impermeabilidade na parede rígida do cilindro,
Dienstmann et al. (2018) e será brevemente enquanto a segunda equação expressa que o
descrito. A ideia consiste em introduzir um excesso de poropressão induzido pela rotação do
módulo G equivalente G(ε d ,ε v ,p) G eq para cilindro rígido é nulo para a região de dimensão
maior que a0 (zona de influência das
cada incremento de tempo. Com base nesta
poropressões). Enquanto que a terceira
consideração, a Equação (18) integrada em
expressão refere-se à pressão no fluido poroso no
relação a coordenada radial resulta em:
instante t=t n . Para t=0, u=u 0 (r) , poropressão
( K+ 4
3 G eq ) trε=b Δp+C(t) (19) inicial devido a instalação do cilindro.
A solução geral para o problema definido
pelas equações (20) - (21) é:
Observando que o estado poromecânico não é
afetado pela instalação e rotação do cilindro
u(r,t) = C*i ωi Y0 (αi r)-J 0 (αi r) e-cf αi ( t-t n )
2
u
= cf 2 u; com cf =k M
( K+ 3 G eq ) (20) 4
As funções J 0 e Y0 são funções de Bessel
t Mb 2 + ( K+ 43 G eq ) de primeira e segunda espécie e ordem zero. O
escalar α i é a i-éssima raiz da expressão (24) em
Destaca-se que o conceito de módulo de relação a variável x .
cisalhamento equivalente ( G eq ) ao longo do
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(a) a0=10R
(a) a0=10R
(b) a0=25R
Figura 4. Evolução das tensões cisalhanetes na face do
(b) a0=25R
cilindro
Figura 5. Trajetória de tensões na face do cilindro
O espaço p x qu apresentado na Figura 5a e
5b, destaca que as trajetórias de tensões não- Adicionalmente, na Figura 6 são apresentadas
drenadas dos modelos numérico e analítico são as distribuições de poropressão em relação a
similares. Para os casos de drenagem plena ( distância radial. Nesta Figura, para comparação
V=10-5 mm/s ) e parcial ( V=10-3 mm/s ) o com os resultados do modelo analítico, somente
os resultados da simulação numérica (Abaqus@)
modelo analítico representa trajetórias
para V=1 mm/s são apresentados. Para este caso
crescentes.
de comportamento não-drenado, observa-se uma
boa concordância entre as distribuições de
proropressão previstas pelos modelos. As
simulações para V=10-3 mm/s , comportamento
parcialmente drenado, e V=10-5 mm/s ,
comportamento drenado do modelo analítico
indicam que uma redução da região definida por
a0, torna o processo de dissipação mais rápido,
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conforme já observado para os resultados na face drenado para drenado acontece em V = 10−4 .
do cilindro. Para a 0 =25R , a transição de comportamento
não-drenado para parcialmente drenado é a
mesma que a observada quando a 0 =25R , ou
seja em V = 10−1 . Já a transição de
comportamento parcialmente drenado para
drenado, neste caso acontece em V = 10−5 .
Velocidades normalizadas entre os valores
especificados caracterizam a ocorrência de
drenagem parcial e devem ser evitadas em
campo. Os valores encontrados para a região de
transição, especialmente para a velocidade de
transição não-drenada para parcialmente drenada
é condizente com valores encontrados em
(a) a0=10R literatura (e.g. Randolph e Hope, 2004; DeJong
et al., 2012).
numéricas em elementos finitos, demostrando porous medium. Computers and Geotechnics, v. 97, p.
uma boa concordância entre modelos, 134-154, 2018.
House, A.R., Oliveira, J.R.M.S., Randolph, M.F. (2001).
principalmente para as previsões de Evaluating the coefficient of consolidation using
comportamento não-drenado. penetration tests. International Journal of Physical
Com base na interpretação dos resultados das Modelling in Geotechnics, 1(3): 17-25.
simulações no espaço de velocidade normalizada Kim, K., Prezzi, M., Salgado, R., Lee, W. (2008). Effect
of penetration rate on cone penetration resistance in
V x U foi possível identificar a transição de saturated clayey soils. Journal of Geotechnical and
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drenado e de parcialmente drenado para drenado. 10.1061/(ASCE)1090-0241(2008)134:8(1142).
A execução de ensaios em velocidades Lehane, B.M., O’Loughlin, C.D., Gaudin, C., Randolph,
normalizadas intermediárias aos valores que M.F. (2009). Rate effects on penetrometer resistance in
kaolin. Géotechnique, 59(1), 41–52.
definem as transições de comportamento Lemarchand, E., Ulm, F.J., Dormieux, L. (2002). The
produzem respostas parcialmente drenadas e effect of inclusions on the friction coefficient of
devem ser evitadas em campo. highly-filled composite materials. Journal of
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Federal do Rio Grande do Sul, Brazil.
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Theoretical analysis and finite element simulation for
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Geomechanics, 10.1061/(ASCE)GM.1943-
5622.0000834.
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RESUMO: O presente estudo avalia os fatores que influenciam na resistência à compressão simples
e à tração indireta de um solo siltoso da Formação geológica Guabirotuba de Curitiba/Brasil
cimentado artificialmente com cal hidratada. O estudo apresenta a relação do crescimento da
resistência da compressão não confinada (qu) e tração por compressão diametral (qt) de um solo
siltoso curado em 30 dias com a influência de fatores como a relação água/cal (a/L), porosidade (η)
e a relação porosidade/teor volumétrico de cal (η/Lv). Os parâmetros de controle avaliados foram: o
teor de cal (L), a umidade de moldagem (ω), o peso específico seco aparente de moldagem (γd) e a
porosidade. Os resultados mostram um crescimento de qu e qt com o aumento de teor de cal e com a
diminuição da porosidade dos corpos de prova. Também foi calculada uma relação geral de
tração/compressão igual a 0,16.
como as realizadas por Consoli et al. (2001, compressão diametral qt de um solo da Formação
2012, 2014) onde aplicam-se teores de 3%, 5%, geológica de Guabirotuba.
7% e 9% de cal para estabilização. Os tipos de
cal comumente usados para estabilizar solos 2 MATERIAIS E MÉTODOS
finos são a cal hidratada com conteúdo alto de
cálcio, cal calcítica, cal dolomítica 2.1 Materiais
monohidratada e cal viva dolomítica. O teor de
cal para usar na estabilização na maioria dos 2.1.1 Solo
solos varia entre o intervalo de 5 até 10%.
Quando se coloca cal nos solos argilosos, O solo usado para o presente estudo foi coletado
acontecem duas reações químicas pozolânicas: a na terceira camada da Formação Guabirotuba no
troca de cátions e floculação-aglomeração das município de Fazenda Rio Grande (PR)-Brazil,
partículas (Das, 2000). Os solos da Formação em um local de construção de habitações
geológica de Guabirotuba, localizados na cidade populares, com localização geográfica
de Curitiba-PR e região metropolitana, têm por 25°41'03.9"S e 49°18'32.5"W. O solo é
sua granulometria a maioria de finos. composto por 9 % de argila (< 0,002 mm), 57,6
Os solos de Guabirotuba não podem em % de silte (0,002 a 0,075 mm), 25,9 % de areia
grande parte serem empregados para camadas de fina (0,075 a 0,42 mm) e 7,5 % de areia média
sub-base e base de pavimentação, para o suporte (0,42 a 2,0 mm). A Figura 1 mostra a curva
de fundações superficiais como as sapatas e para granulométrica do solo. A umidade natural
proteção de encostas. A técnica de encontrada do solo in-situ é próxima a 40%.
melhoramento desse solo também pode ser
utilizada nas fundações de edificações de 100
90
pequeno porte, em solos com baixa capacidade
80
Portentagem passante (%)
Valor de pH
8
solo apresenta um limite de liquidez alto (53,1%)
e o índice de plasticidade indica que a argila é 6
2
2.1.2 Cal 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Teor de cal (%)
A cal usada para o estudo foi uma cal hidratada
dolomítica CH-III composta principalmente por Figura 2. Variação do pH com o teor de cal.
hidróxidos de cálcio -Ca(OH)2- e magnésio-
Mg(OH)2-, produzida no município de 2.2.2 Dosagem das misturas
Almirante Tamandaré, região metropolitana de
Curitiba. O percentual retido acumulado no De acordo com os ensaios de pH das misturas
diâmetro 0,075 mm foi de 9% [≤15%, como solo-cal e tendo em consideração diferentes
especifica a norma brasileira NBR 7175 (ABNT, pesquisas sobre o tema, definiu-se para o
2003)]. A massa específica da cal é igual a 2,39 presente estudo 5 teores de cal a usar (0%,3%,
g/cm3. 5%, 7% e 9%); incluindo o teor de 0% para
verificar a variação da resistência em suas
2.1.3 Água propriedades físicas. O teor mínimo de cal usado
foi definido em função da porcentagem de cal
A água empregada tanto para a moldagem de que atingiu o máximo valor constante do pH, que
corpos de prova como para os ensaios de de acordo à Figura 2 é de 3%. O ensaio de
caracterização do solo foi destilada conforme as resistência não confinada e de tração das
especificações das normas, enquanto está livre misturas constituiu como as principais variáveis
de impurezas e evita as reações não desejadas. de estudo e de avaliação. Dessa forma, são
definidas as propriedades dos corpos de prova a
2.2 Métodos partir dos ensaios de compactação.
Consoli et al. (2007), onde trata o solo com por compressão diametral foram moldados
cimento, e Consoli et al. (2001) que usa a cal de corpos de prova de 100 mm de altura e 50 mm
carbureto como material cimentante para o solo, de diâmetro. O silte foi secado totalmente em
pode-se notar que os pontos de moldagem nestas estufa a 100±5°C e logo colocado em porções
pesquisas são estratégicos. uniformemente distribuídas para serem
De acordo aos resultados dos ensaios de misturadas com os diferentes teores de cal.
compactação se tomaram como pontos de Coloca-se a quantidade de cal seca com
moldagem os pontos ótimos das curvas de referência ao peso seco da amostra do solo. Por
compactação nas três energias do solo: (Energia seguinte, realiza-se a mistura de maneira que a
Normal: EN, Energia Intermediária: EI e Energia mescla final se torna a mais homogênea possível.
Modificada: EM). Também denomina-se os Uma porcentagem de peso de água foi
pontos de moldagem como A1 (EN), A2 (EI) e adicionada na amostra de solo com cal e
A3 (EM). Onde A1 é d=13,80 kN/m3 e =28.5 misturada novamente para atingir a umidade
%, A2 é d=15,10 kN/m3 e =22.8 % e ótima. Durante a moldagem dos corpos de prova,
finalmente A3 é d=16,15 kN/m3 e =20 %. eram compactadas estaticamente duas camadas
Assim, com estes pontos de moldagem, variam- em um molde de aço inox com diâmetro interno
se a porosidade, o peso específico aparente seco de 50 mm e altura de 100 mm, para atingir o peso
e a umidade dos corpos de prova. específico seco aparente de moldagem. Depois
de ser compactado o corpo de prova é retirada do
Energia
molde com a ajuda de um extrator hidráulico,
16,5 A3 Normal
Energia
pesando-a em sequência em uma balança de
16
15,5
Intermediaria precisão de 0,01 g; tomando-se suas dimensões
A2 Energia
15 Modificada com o uso de um paquímetro. Logo após, eram
Sr=100%
envoltas com plástico transparente para
γd (kN/m3)
14,5
14 assegurar a conservação da umidade. Por último,
13,5 A1 levam-se os corpos de prova até a câmara úmida
13 para processo de cura durante 30 dias, com
12,5 Pontos de
moldagem temperatura média de 25°C. Além disso, os
12
11,5
corpos de prova tinham que respeitar as
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 seguintes condições para serem consideradas no
ω (%) ensaio de compressão simples e tração:
Figura 3. Curvas de compactação do solo e pontos de - Dimensões dos corpos de prova: variações de
moldagem diâmetro em ±0,5 mm e altura em ±1 mm;
- Massa específica aparente seca (γd ): dentro de
Tabela 2. Propriedades de compactação (energia normal)
do solo com diferentes teores de cal. ±1% do valor alvo;
Peso específico Umidade - Teor de umidade (w): dentro de ±0,5% do valor
Teor de cal seco
(%)
máximo, ótima, alvo.
γdmax (kN/m3) ω (%)
3 13,58 32,5 Os procedimentos dos ensaios de compressão
5 13,50 32,0 simples seguiram a norma americana ASTM D
7 13,50 31,5 5102 (ASTM, 1996) e os de tração a norma
9 13,50 30,0 ASTM C 496/C 496M (ASTM, 2004). Adota-se
a resistência à compressão não confinada ou
2.2.4 Ensaios de resistência à compressão simples (qu) como o quociente entre a carga de
simples e à tração por compressão diametral ruptura (PR) e a área transversal (AT) do corpo de
prova (qu= PR/AT) e adota-se a resistência à
Para os ensaios de compressão simples e tração tração por compressão diametral (qt) como o
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quociente entre a duas vezes carga de ruptura em seguida o aumento do teor de cal usado
(PR) e o produto entre PI (π), o diâmetro (D) e a também proporciona um aumento nos resultados
altura do corpo de prova (L): (qt= 2PR/ πDL). de qt. Fazendo uma comparação das resistências
qt dos pontos A3 e A1 (menor e maior peso
2.2.5 Ensaios de sucção matricial especifico seco de moldagem, respectivamente)
para 30 dias de cura pode-se mencionar que
A sucção é um dos parâmetros que interferem na houve um acréscimo em porcentagem de 88, 90,
resistência do solo, já que é definida como a 250, 239 e 165% na resistência qt com o emprego
capacidade do solo para reter a água. Assim, no de 0, 3, 5, 7 e 9% de cal.
presente trabalho se estudou a influência da De igual maneira que para os resultados de
sucção matricial na resistência das misturas solo- compressão simples, os resultados de qt seguem
cal com o uso da técnica do papel filtro usada por um comportamento linear com o aumento do
Marinho (1995). Foram usadas os corpos de tempo de cura da forma qt= a2*L + K2. O
prova de solo-ca (de 50 mm de diâmetro e 25 mm comportamento linear é proporcional também ao
de espessura) que foram submetidas a peso específico seco aparente de moldagem dos
compressão e tração. corpos de prova devido a que os valores das
constantes a e k crescem com o aumento de d
3 RESULTADOS EXPERIMENTAIS tanto para qu como para qt. A través da regressão
linear se obtiveram os maiores valores de
3.1 Influência do teor de cal na resistência à coeficiente de determinação (desde 0,90 até
compressão simples e à tração indireta 0,98).
4000 700
A1 :qu= 58,71 L+272,77 (R2=0,95) A1 :qt= 112,71 L+33,01 (R2=0,90)
3500 600
A2 :qu= 175,82 L+426,6 (R2=0,95) A2 :qt= 28,75 L+30,33 (R2=0,94)
3000 2
A3 :qu= 256 L+666,99 (R2=0,98) 500 A3 :qt= 45,63 L+50,93 (R =0,94)
2500
qu (kPa)
qt (kPa)
400
2000
300
1500
200
1000
500 100
0 0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Teor de cal, L (%) Teor de cal, L (%)
a) Compressão simples b) Tração indireta
Figura 4. Influência do teor de cal na resistência qu e qt
4000 700
EN :qu=12,61(A/L)2-228,8(A/L)+1453,1 (R2=0,93) EN :qt=4,65(A/L)2-75,94(A/L)+364,9 (R2=0,93)
3500 =-1,71(A/L)2-191,9(A/L)+2425 (R2=0,99) EI :qt=7,36(A/L)2-119,9(A/L)+566,51 (R2=0,97)
EI :qu 600
2 2 EM :qt=7,68(A/L)2-148,1(A/L)+775,3 (R2=0,97)
EM :qu=42,61(A/L) -769,9(A/L)+4513,9 (R =0,99)
3000
500
2500
qu (kPa)
qt (kPa)
400
2000
300
1500
200
1000
500 100
0 0
2 3 4 5 6 7 8 9 10 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Relação Água/Cal (A/L) Relação Água/Cal (A/L)
a) Compressão simples b) Tração indireta
Figura 5. Influência da relação água/cal na resistência qu e qt
Vs Vs L
3.3 Influência da porosidade na resistência à ( d L ) ( d L ) (100)
compressão simples e à tração indireta 1+ 100 1+ 100 (1)
+
ss sL
Para Consoli et al. (2012) a porosidade tem uma η=100-100
influência na resistência dos solos estabilizados Vs
com cal, haja vista que quando se reduz os vazios
do solo, a mistura se torna mais rígida. A Onde VS é o volume total do corpo de
variação da tração e compressão com a prova em cm3, d é o peso específico seco
diminuição da porosidade foi avaliada na aparente de moldagem em g/cm3, L é teor de cal
presente pesquisa. A porosidade de um corpo de em porcentagem, e sS e sL são o peso unitário
prova solo-cal pode ser calculada como: dos grãos do solo e da cal, respectivamente dados
em g/cm3. Assim, as Figuras 6 (a) e 6 (b)
mostram a influência da porosidade na
resistência à compressão simples e à tração
indireta das misturas solo-cal para 30 dias de
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4000 700
L=3% :qu=-85,41η+4583,7 (R2=0,98)
3500 L=3% :qt=-6,8η+30,9 (R2=0,88)
L=5% :qu=-158,33η+8332 (R2=0,99) 600
L=5% :qt=-23,03η+1195,3 (R2=0,94)
3000 L=7% :qu=-218,21η+11200 (R2=0,98)
L=9% :qu=-223,02η+11639 (R2=0,99) 500 L=7% :qt=-29,41η+1521,9 (R2=0,97)
2500 L=9% :qt=-33,30η+1769,2 (R2=0,93)
qu (kPa)
qt (kPa)
400
2000
300
1500
200
1000
500 100
0 0
38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50
Porosidade (η) Porosidade (η)
a) Compressão simples b) Tração indireta
Figura 6. Influência da porosidade na resistência qu e qt
4000 700
L=3% :qu=-86,17(η/Lv)+2906,5 (R2=0,97) L=3% :qt=-6,85(η/Lv)+256,7 (R2=0,86)z
3500 2
L=5% :qu=-259,83(η/Lv)+5212,1 (R =0,99) 600 L=5% :qt=-37,75(η/Lv)+740,2 (R2=0,92)
L=7% :qu=-504,91(η/Lv)+7041,9 (R2=0,99)
3000 L=7% :qt=-66,72(η/Lv)+947,6 (R2=0,96)
L=9% :qu=-648,36(η/Lv)+7385,9 (R2=0,99) 500 2
L=9% :qt=-95,52(η/Lv)+1122,7 (R =0,92)
2500
qu (kPa)
qt (kPa)
400
2000
300
1500
200
1000
500 100
0 0
6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30
η/Lv η/Lv
a) Compressão simples b) Tração indireta
Figura 7. Influência da relação porosidade/teor volumétrico de cal na resistência qu e qt
.5 Relação entre a resistência à tração indireta compactação, assim 3 delas eram tomadas para
e a resistência à compressão simples realizar ensaios de compressão e 3 para ensaio de
tração. Assim, a Figura 8 (b) mostra uma relação
global entre a tração e a compressão para todos
A relação entre a resistência à tração por os teores de cal e todas as energias de
compressão diametral e a compressão simples é compactação. Observa-se que a relação global de
uma variável muito importante na mecânica de qt e qu sem depender da relação porosidade/teor
solos cimentados artificialmente, já que com a volumétrico de cal ajustado η/Lv0,20 é de 0,16
obtenção de uma das duas resistências se pode com coeficiente de determinação de 0,94. A
fazer uma estimativa da outra. Segundo Consoli relação constante de 0,16 também foi encontrada
et al. (2014) pode-se encontrar uma tendência por Consoli et al. (2012).
única dos pontos da resistência à compressão e à
tração se o teor volumétrico de cal (Lv) é ajustado 3.6 Influência da sucção matricial na
a um exponente. No caso da presente pesquisa o resistência mecânica das amostras
exponente com o qual os pontos se organizam e
se obtém os melhores coeficientes de Depois de realizados os ensaios de compressão
determinação é de 0,20. simples e tração por compressão diametral, foi
Na Figura 8 (a) se pode perceber um medida a sucção matricial mediante a técnica do
aumento potencial da resistência à tração e à papel filtro. Os corpos de prova apresentaram
compressão das misturas de solo com cal. Assim, uma variação de ±0,5% do teor de umidade
é possível estabelecer uma relação entre qt e qu inicial, estando a saturação compreendida entre
tendo em consideração a relação η/Lv0,20. O valor 80% e 82,5%. A sucção calculada com o papel
de qt/qu encontrado foi de 0,16, ou seja, o valor filtro apresentou resultados de 1% até 5,5% dos
da tração é 16% do valor da compressão. valores da resistência à compressão e tração.
Outra forma para o encontrar a relação entre a Pode-se concluir que para estes valores a sucção
tração indireta e a compressão simples de não se torna em uma variável relevante para as
maneira direta é colocar em um mesmo plano análises do presente estudo.
cartesiano os valores correspondentes de qt e qu
das amostras, ou seja, para um teor de cal usado
nos ensaios de resistência eram moldados 6
corpos de prova para uma energia de
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700
qt (kPa)
400
300
200
100
0
0 1000 2000 3000 4000
qu (kPa)
3 CONCLUSÕES
AGRADECIMENTOS
Observa-se que a mistura solo-cal é uma solução
bastante eficaz para estabilizar solos, Os autores querem agradecer o apoio do
principalmente quando o solo encontrado nos Programa de Pós-Graduação em Engenharia
locais de obra não atende aos requisitos exigidos Civil (PPGEC) da Universidade Tecnológica
para realização de obras de barragens e Federal do Paraná (Curitiba, Brazil). Também
pavimentação. O uso de cal em solos com baixas querem agradecer às instituições de fomento de
capacidades mecânicas é de importância pesquisa brasileiras CNPq, CAPES e Fundação
significativa, pois a adição de cal ao solo Araucária do Paraná pelo apoio financiero
acrescentou em mais de 4 vezes a resistência à
compressão simples e de 6 vezes a resistência à REFERÊNCIAS
tração do solo usado para a pesquisa.
Existe uma relação direta e proporcional American Society For Testing Materials. ASTM D 5102.
entre o teor de cal usado, o tempo de cura (1996). Standard Test Method for Unconfined
Compressive Strength of Compacted Soil-Lime
empregado e a resistência à compressão simples Mixtures.
e à tração indireta, elevando a resistência American Society For Testing Materials. C. 496/C 496M–
gradualmente em curto período de análise; com 04. (2004). Splitting Tensile Strength of Cylindrical
resultados satisfatórios à compressão simples e à Concrete Specimens. American Society for Testing and
tração. Assim, a resistência à compressão Materials (ASTM) Committee C, v. 9.
Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 7175.
simples qu e tração qt teve um aumento linear (2003). Cal hidratada para argamassas.
com o aumento do teor da cal e com o aumento Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 7182.
do tempo de cura. (2016). Ensaio de compactação.
Existe uma relação constante entre tração e Consoli, N. C., Prietto, P. D. M., Carraro, J. A. H.,
compressão simples para o solo estudado com Heineck, K. S. (2001). Behavior of compacted soil-fly
ash-carbide lime mixtures. Journal of Geotechnical
cal em 30 dias de cura igual a 0,16. Em and Geoenvironmental Engineering, v. 127, n. 9, 774-
contrapartida, o teor de cal mínimo a ser usado 782.
está limitado pelas reações imediatas da cal com Consoli, N. C., Foppa, D., Festugato, L., e Heineck, K. S.
o solo e pelo pH. (2007). Key parameters for strength control of
artificially cemented soils. Journal of geotechnical and
geoenvironmental engineering. v. 133, n. 2, 197-205.
Consoli, N. C., Dalla Rosa Johann, A., Gauer, E. A., Dos
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RESUMO: O presente trabalho tem como objetivo determinar a relação entre a resistência à tração
indireta (qt ou STS) e a resistência à compressão simples (qu ou UCS). Para isso, foram utilizados três
solos da Formação Geológica de Guabirotuba, Curitiba (Brasil). Os solos foram coletados em
diferentes horizontes da Formação, e então moldaram-se corpos de prova de 50 mm de diâmetro e
100 mm de altura, para submetê-los aos ensaios de tração indireta e de compressão simples. As
amostras foram estabilizadas nos teores de 3, 5, 7 e 9% de cal e curados por um período de 30 dias,
em câmara úmida apropriada. Os corpos de prova foram moldados em diferentes pesos específicos
secos aparentes e umidades para variar o valor da porosidade, do volume dos vazios e do volume de
cal. Variáveis como a relação de volume de vazios por volume de cal e porosidade por teor
volumétrico de cal (η/Lv) foram avaliadas e, também, sua influência sobre a relação qt/qu. Os
resultados demostraram que o valor de qt varia entre 10% e 16% do valor de qu para os três solos
estudados. Os resultados também demonstraram que, qt e qu seguem uma única tendência
exponencial, quando normalizados, na análise da relação η/Lv.
vários fatores como, o tempo de cura, o teor de minerais de argila e, portanto, facilita o
cal usado e a temperatura. A primeira reação desenvolvimento de novos minerais, através de
entre solo e cal é um aumento imediato no pH da reações pozolânicas responsáveis pela formação
água do solo, devido à dissolução parcial de dos agentes cimentantes. A reação prossegue
Ca(OH)2. somente enquanto a água está presente e é capaz
As melhoras no ponto de vista geotécnico das de transportar íons de cálcio e hidroxilas para a
misturas solo-cal, são atribuídas a quatro reações superfície da argila. Os minerais de argila que
básicas: geralmente são encontrados em solos residuais
Troca de cátions: As ordens de substituição tropicais, como a caulinita, a haloisita e os
dos cátions comuns associados aos solos são hidróxidos de alumínio cristalizado, também
dadas pela série isotrópica: Na+ < K+ < Ca++ < contribuem para as reações pozolânicas,
Mg++. Um cátion vai ter uma tendência à enquanto os compostos de ferro são
esquerda dela, e os cátions monovalentes são considerados nocivos ou neutros (de Brito
geralmente substituíveis por cátions Galvão et al., 2004). Os principais componentes
multivalentes. Em alguns casos, o complexo de dos solos lateríticos tropicais que são
troca é praticamente Ca++ saturado antes da responsáveis por reações pozolânicas e as
adição de cal e a troca de cátions não acontece, reações a longo prazo são: sílica amorfa e
ou é minimizada. alumina (Townsend et al., 1971). Quando
Floculação e aglomeração de partículas: adicionada a um solo, a cal induz uma redução
Essas reações resultam em mudanças aparentes do teor de água por hidratação (formação de
na textura (junto com a troca de cátions), são hidróxido de cálcio a partir de óxido de cálcio) e
principalmente responsáveis pelas mudanças na evaporação (reação de hidratação exotérmica),
plasticidade, características de expansão e também provoca a floculação das partículas,
contração e na trabalhabilidade, mas não produz reduzindo ainda mais a plasticidade do solo.
aumento na resistência mecânica das misturas Além disso, leva à formação de compostos
solo-cal. cimentantes através de reações pozolânicas, que
Carbonatação da cal: A cal reage com o unem as partículas do solo e resultam na
dióxido de carbono para formar os agentes de melhoria da viabilidade do solo e do seu
cimentação: carbonatos de Ca e Mg. A comportamento mecânico, a longo prazo após a
Carbonatação da cal é uma das reações mais compactação (Bourokba Mrabent et al., 2017).
lentas e seu efeito pode aparecer em dias, meses A relação tração/compressão fornece um
ou anos (Ola, 1978). parâmetro de grande utilidade. Com esse
Reação pozolânica: Esta é uma reação entre a parâmetro pode-se estimar valores de qt ou qu
sílica do solo e a alumina da cal para formar partindo de um valor real único entre eles,
vários tipos de agentes de cimentação. Os também pode-se estabelecer resistências
agentes de cimentação são geralmente mecânicas empíricas de maneira rápida em
considerados como a principal fonte para o campo. Alguns autores manifestam a
aumento na resistência mecânica da mistura. importância da relação qt/qu. Thomsom (1965),
Semelhante à carbonatação da cal, a reação por exemplo, encontrou valores de qt/qu entre
pozolânica pode acontecer desde dias até anos. 0,10 e 0,16 para diferentes solos finos
De acordo com Ingles e Metcalf (1972), a cal estabilizados com cal, em diferentes tempos de
reage com minerais de argila para formar um gel cura. Consoli et al. (2012a) avaliou o
de silicato de cálcio hidrossolúvel. Com o tempo, comportamento mecânico de um solo siltoso
este gel cristaliza gradualmente em agentes de tratado com cal com 30 dias de cura, encontrando
cimentação bem definidos, tais como hidratos de um valor de qt/qu igual a 0,16. Consoli et al.
cálcio, silicato e hidrato de aluminato de cálcio. (2012b) encontrou um valor da relação qt/qu
A alta alcalinidade em presença de água altera as igual a 0,15 para um silte reforçado com fibras
condições físico-químicas das superfícies de polipropileno e com cal hidratada. Por outro
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3 METODOLOGIA
por compressão diametral foram moldados capacidade de 4,5 kN e 10 kN. Os ensaios foram
corpos de prova de 100 mm de altura e 50 mm feitos com um sistema de coleta de dados
de diâmetro. Os três solos foram secados automatizado, medindo, principalmente, a força
totalmente em estufa a temperatura de 100±5°C aplicada, a deformação, com sensibilidade de
e logo colocados em porções uniformemente 0,001 mm, e a velocidade (1 mm/s) do ensaio.
distribuídas para ser misturados com diferentes Os procedimentos dos ensaios de compressão
teores de cal. Adicionou-se a quantidade de cal simples seguiram a norma brasileira NBR 12770
seca com referência ao peso seco da amostra de (ABNT, 1992). A resistência a compressão
solo. Realizou-se a mistura do solo com a cal de simples é o valor da carga máxima de ruptura do
modo que a mistura ficasse a mais homogênea material ou o valor da pressão correspondente à
possível. Em seguida, foi adicionada uma carga na qual ocorre deformação específica do
porcentagem de água em peso, sendo esta cilindro de 20%, naqueles casos em que a curva
porcentagem referente ao teor de água ótimo da tensão-deformação axial não apresenta um pico
mistura definida pelos pontos de moldagem. máximo. Adota-se a resistência à compressão
As amostras para a moldagem dos corpos de não confinada ou simples (qu) de acordo com a
prova foram compactadas estaticamente em duas seguinte expressão, quando, no ensaio a curva
camadas com um molde de aço inox com tensão-deformação axial, alcança-se um pico
diâmetro interno de 50 mm, altura de 100 mm e máximo:
espessura de 5mm, nas condições ótimas. Para
assegurar o peso específico, foi realizado o
cálculo do volume do molde e do peso de mistura PR
qu = (1)
úmida necessários para cada corpo de prova. AT
Após esses cálculos, foram pesados a quantidade
necessária para cada corpo de prova. Depois do
processo de compactação, a amostra foi retirada Onde PR é a carga de ruptura no pico da curva
do molde com a ajuda de um extrator hidráulico. tensão-deformação axial e AT é a área transversal
Os corpos de prova foram pesados em uma corrigida do corpo de prova. Para os ensaios de
balança de precisão de 0,01 g e eram tomadas as tração por compressão diametral foi usada a
dimensões do mesmo com o uso de um mesma prensa que se usou para os ensaios de
paquímetro de 0,1 mm de erro. Os corpos de compressão simples. O ensaio de tração por
provas extraídos foram envoltos com plástico compressão diametral, também chamado de
transparente para assegurar a não perda da ensaio de tração indireta ou ensaio brasileiro, foi
umidade. Por último, levou-se os corpos de desenvolvido de maneira independente no Brasil
prova para câmara úmida para processo de cura e no Japão em 1943. O ensaio é realizado por
durante 30 dias a temperatura média de 25°C, meio da aplicação de uma carga de compressão
para prevenir mudanças significativas no em um corpo de prova cilíndrico que se encontra
controle de umidade até o dia do ensaio. As entre duas peças retangulares, com dimensões
amostras tinham que respeitar os seguintes erros em função do diâmetro do corpo de prova,
máximos para serem usadas para o ensaio de localizadas de maneira diametralmente opostas,
compressão simples e tração por compressão conforme a Figura 2.
diametral: dimensões das amostras com
Placa de 4 mm de espessura
diâmetro de ±0,5 mm e altura de ±1mm, massa
4 mm
específica aparente seca (γd ) de ±1% e teor de
umidade () de ±0,5%. Corpo de prova solo-cal
50 mm
Para a realização dos ensaios de
compressão simples foi usada uma prensa
4 mm
automática com capacidade máxima de 10 kN
com anéis calibrados para carga axial com D=50 mm 100 mm
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Figura 2. Corpo de prova solo-cal submetido ao ensaio de Os corpos de prova moldados para a realização
tração por compressão diametral dos ensaios de resistência à compressão e à
tração estão compostos por 4 fases volumétricas
A resistência à tração por compressão e de peso: solo, cal, água e ar. A quantidade de
diametral ou tração indireta é calculada com a cal seca em pó (por exemplo: 3%, 5%, 7%, 9%)
seguinte expressão: é adicionada em referência à massa seca do solo,
sendo a massa seca dos sólidos do corpo de prova
2 PR (2)
qt = calculada como:
𝜋𝐷𝐿
L
Onde PR é a carga de ruptura no pico da curva Wds =Wd +Wd ( ) (3)
100
tensão-deformação diametral, D e L são o
diâmetro e o comprimento do corpo de prova, Onde Wds é a massa seca dos sólidos
respectivamente. Os ensaios de resistência à (solo+cal), Wd é a massa seca do solo e L é a
tração indireta seguiram as recomendações da quantidade adicionada de cal em porcentagem.
norma brasileira ASTM C496-96 (ASTM, Então da Equação (3), Wd pode ser calculado
1996). Os corpos de prova para os ensaios de como:
resistência à compressão e tração foram imersos Wds
em água destilada 24 horas antes dos testes com Wd =
L (4)
a finalidade de diminuir o efeito da sucção. 1+ 100
-B
0
η
30 32 34 36 38 40 42 44 qt =Af(qt) ( C )
η/Lv0,10 Lv Af(qt)
-B → qt /qu = (13)
Figura 4. Relação tração/compressão do solo 2
η Af(qu)
qu =Af(qu) ( C )
4500 Lv
4000 Compressão :qu=3050·107(η/Lv0,15)-4,56
(R2=0,94) A Figura 3, 4 e 5 apresentam a forma da
3500 Tração :qt=335·107(η/Lv0,15)-4,56
(R2=0,90)
Equação (12) tanto para tração como para
3000 compressão. Obteve-se para cada tipo de solo
qu e qt (kPa)
qt/qu=0,11
2500 uma relação empírica única tração/compressão
com o uso da relação (η/LvC). Assim, para o solo
2000
1 valor encontrado de qt/qu foi de 0,16; para o
1500 solo 2 foi de 0,10 e para o solo 3 de 0,11. Ou seja,
1000 o valor da tração indireta representa um 16%,
500
10% e 11% do valor da compressão simples para
o solo 1, 2 e 3, respectivamente.
0
31 33 35 37 39 41 43 45 Outra forma de representar um crescimento
η/Lv0,15 único da resistência qu e qt dos três tipos de solos
Figura 5. Relação tração/compressão do solo 3 é mediante a normalização (divisão) das
resistências. Segundo Consoli et al. (2017) a
As Figuras 3-5 exibem um crescimento da normalização é obtida dividindo a Equação (12)
resistência à tração e à compressão simples com por um valor específico arbitrário de resistência
a diminuição da relação vazios cal ajustada a um à compressão simples e à tração, correspondente
exponente C (η/LvC). O uso de η/LvC fornece a um valor de um dado ajustado de porosidade,
excelentes ajuntes (coeficientes de determinação η/LvC =Ω, que leva a:
entre 0,90 e 0,99) da evolução de qu e qt. A
evolução de qu e qt é descrita por uma equação qu
ou
potencial que segue a forma: η
qu ( C =Ω)
Lv
-B -B (14)
η qt A(η/Lv C ) C -B
qu 𝑜𝑢 q𝑡 =A ( C ) (12) = B
=(Ω) (η/Lv )
Lv η A(Ω)-B
qt ( C =Ω)
Lv
Onde A e B são constantes dependentes dos
ajustes matemáticos. Segundo Baldovino et al. O valor de Ω pode ser escolhido da faixa de
(2017) e Consoli et al. (2012b) o valor de A
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η/LvC média dos três tipos de solos. Para o que descreve o comportamento de qt e qu para os
presente trabalho foi escolhido o 35. Assim, com três solos:
o valor de = 35, a Equação (14) se converte
em: qu
ou
η
qu qt -B qu ( C =35)
ou = A(η/Lv C ) Lv
η η (15) qt -4,59
(16)
qu ( =35) qt ( =35) = 11831784(η/Lv C )
Lv C Lv C
η
qt ( C =35)
Lv
Cada valor real de qt e qu deve ser divido pela
sua respectiva resistência de normalização
A Equação (16) pode ser empregada para
resultante de valor específico de η/LvC=35 e
estimar a resistência de qualquer dos 3 tipos de
calculado com as expressões que seguem a
solos estudados com o uso da relação η/LvC ou
forma da Equação (12) para cada um dos solos.
pode estender-se a outro tipo de solos da
Formação Guabirotuba com similar
5
granulometria, limites de Atterberg e massa
4.5
Solo 1 Solo 2 Solo 3 específica real dos grãos. O valor de C está
4 qu/qu(η/LvC=35) ou relacionado diretamente com o tipo de solo e tipo
qt/qt(η/LvC=35)=11831784(η/LvC=35)-4,59
qu/qu (η/LvC=35)-B ou
3.5
(R2=0,94)
de agente cimentante.
qt/qt(η/LvC=35)-B
3
2.5 4 CONCLUSÕES
2
1.5
Dos resultados e das análises apresentadas no
trabalho pode concluir-se que a adição de cal faz
1
aumentar a resistência à tração indireta e à
0.5
compressão simples de três tipos de solos da
0 Formação Guabirotuba. O emprego da relação
25 27 29 31 33 35 37 39 41 43 45
η/LvC vazios/cal forneceu uma melhor tendência dos
Figura 6. Normalização das resistencias dos solos pontos experimentais podendo-se estabelecer
estabilizados com cal uma relação única de tração/compressão para
tipo de solo que variou entre 0,10 e 0,16. Por
Os valores de resistência normalizada para o outra parte foi demonstrado que a diminuição
solo 1 são então: 1115,9 e 174,9 kPa para dos vazios nas amostras e o aumento do volume
compressão e tração, respectivamente. Para o de cal nos corpos de prova faz aumentar qu e qt.
solo as resistências de normalização são: 596,1 e Finalmente, uma equação geral de estimativa da
61,9 kPa para compressão e tração, resistência dos três tipos de solo foi calculada
respectivamente; e finalmente para o solo 3 as com o uso da relação η/LvC=35 e que pode
resistências de normalização são: 2876,1 e 315,9 estender-se como uma relação única devido a
kPa para compressão e tração, respectivamente. que apresentou um bom coeficiente de
Quando cada valor experimental de resistência é determinação (0,94).
dividido pela sua respectiva resistência de
normalização é obtido um valor cociente. Os AGRADECIMENTOS
valores cocientes de compressão e tração indireta
dos três tipos de solos estudados formam uma Os autores agradecem ao Programa de Pós-
mesma tendência potencial descrita pela graduação em Engenharia Civil da Universidade
Equação (15) e mostrada na Figura 6 junto com Tecnológica Federal do Paraná
a normalização das resistências. Assim, a (PPGEC/UTFPR), à CAPES e CNPq pelo
Equação (16) converte-se e, uma equação única suporte financeiro.
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hidratação, o que significa que são formados influência dos tipos de cimento Portland (I, III
compostos cimentantes de hidrato de silicato de e IV) em um solo arenoso adicionando de 3% a
cálcio e hidrato de aluminato de cálcio e o 9% de cimento ao solo com tempos de cura de
excesso de hidróxido de cálcio [CaOH] é 2, 7 e 28 dias. Os autores mostraram que há
liberado (Ronoh et al. 2014). acréscimo de resistência qu de até 1600 kPa,
Lade e Trads (2014) reportaram o papel da 2600 kPa e 1600 kPa para o cimento I, III e IV,
cimentação no comportamento de solos respectivamente. Outros autores como Por et al.
cimentados artificialmente baseados em (2017) apresentaram resultados de compressão
estudos experimentais mediante modelos simples com adição de 5 e 10%, em relação ao
elastoplásticos para estabelecer a influência do peso seco do solo, obtendo resultados de até
poder da cimentação no desenvolvimento da 1500 kPa aos 14 dias e 2900 kPa aos 28 dias de
resistência do material solo-cimento. Por outra cura, esses resultados são semelhantes aos
parte, Horpibulsuk et al. (2010) analisaram o reportados por Consoli et al. (2013). Os autores
desenvolvimento da resistência de misturas de também reportam a diminuição significativa do
uma argila siltosa misturada com cimento índice de plasticidade e expansão do solo,
baseados em considerações microestruturais, diminuindo de 8% (sem adição de cimento)
estudando a influência do teor de umidade, do para 0% com adição de cimento.
tempo de cura e da quantidade de cimento. A Como foi visto anteriormente, o tópico de
adição do cimento melhora a estrutura do solo estabilização de solos com cimento vem sendo
aumentando a ligação inter-cluster e reduzindo bastante pesquisado, sobretudo em lugares
assim o espaço dos poros. Para Horpibulsuk et onde os solos por suas própias caracteristicas
al. (2010) a água influencia tanto nos produtos fisico mecânicas não podem ser empregados na
de hidratação como nos tamanhos dos poros, engenharia geotécnia nem na construção civil.
sendo a água ótima 0.8 vezes o valor da Assim, o presente trabalho presenta os efeitos
umidade ótima de compactação. da adição de cimento CP V na resistência à
Pakbaz and Alipour (2012) pesquisaram a compressão simples de um solo siltoso da
influência da adição de cimento Portland nas região metropolitana de Curitiba/PR. O artigo
propriedades geotécnicas em um solo argiloso, apresenta os fatores que influenciam no
com adições de cimento de 4, 6, 8 e 10% em acresimo ou disminuição da resistência
referência ao peso seco do solo, usando três mecânica.
umidades de mistura, 30, 48 e 70% e
empregando 7, 14 e 28 dias de cura. Os 2 PROGRAMA EXPERIMENTAL
pesquisadores reportaram a resistência à
compressão simples de 250 kPa para 4% de O programa experimental foi dividido em duas
cimento chegando a 2900 kPa para adição de etapas: a primeira foi a realização dos ensaios
10% de cimento, ambos aos 28 dias de cura. A de caracterização do solo e do cimento:
massa real dos grãos (Gs) após a cura aumentou granulometria do solo de acordo à norma
ligeiramente de 2,68 (para a amostra não americana ASTM D2487 (ASTM, 2000),
estabilizada) para 2,73-2,76 (para amostras limites de Atterberg do solo de acordo às
estabilizadas com cimento). Os valores do Gs normas brasileiras NBR 7180 (ABNT, 1984) e
das amostras tratadas diminuíram com um NBR 6459-84 (ABNT, 1984), a massa
aumento do teor de cimento e tempo de cura. especifica real dos grãos do solo de acordo à
Recentemente, Jin et al. (2018) reportaram norma ASTM D854 (ASTM, 2014), massa
valores de até 5000 kPa com misturas de solo especifica real dos grãos dos tipos de cimento
estabilizado com 3 e 15% de cimento em de acordo à norma brasileira NBR 6474
referência ao peso seco do solo e com (ABNT, 1984) e as propriedades de
significativa redução da plasticidade da compactação do solo nas três energias (normal,
mistura. Consoli et al. (2013) estudaram a intermediária e modificada) de acordo à norma
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brasileira NBR 7182 (ABNT, 2016); e a fina de 25,9%; silte 57,6% e de argila de 9,3%,
segunda etapa, consistiu-se na moldagem, cura sendo a porcentagem de silte (0,002 mm < <
e rompimento dos corpos de prova solo- 0,075 mm) compõe a maior parcela do solo.
cimento submetidos a ensaios de compressão
simples. 2.2 Definição dos pontos de moldagem e
condições de cura
2.1 Materiais
Os pontos de moldagem foram estabelecidos
No presente trabalho foram utilizados três após a realização dos ensaios de compactação
materiais: solo, cimento Portland CP V e água do solo nas três energias: normal, intermediária
destilada. A amostra de solo foi coletada na e modificada, de acordo com a norma brasileira
zona sul da cidade de Curitiba (Brasil) de NBR 7182 (ABNT, 1986). A Figura 2 mostra
maneira manual em estado deformado, as curvas de compactação do solo, as curvas de
evitando uma possível contaminação e em saturação de 100, 80 e 60% e os pontos de
quantidade suficiente para a realização de todos moldagem propostos (A1, A2, A3 e A4).
os ensaios. O solo já foi utilizado em estúdios
prévios por Baldovino et al. (2018a; 2018b) 100
20
Tabela 1. Propriedades físico-químicas do cimento
10
Propriedade Valor
% MgO 4,11 0
% SO3 2,99 0.001 0.01 0.1 1 10 100
% CaO 60,73 Diâmetro dos grãos (mm)
% Resíduo insoluvel 0,77
Resistência aos 28 dias 53 MPa Figura 1. Curva de distribuição granulométrica do solo
% Finura 0,04
GsC 3,11 Tabela 2. Propriedades físicas do solo
Propriedade Valor
Para a realização de todos os ensaios de Limite de liquides 53,1%
Índice de plasticidade 21,3%
caracterização do solo, das misturas solo-
Densidade dos grãos 2,71
cimento e para a moldagem de corpos de prova Brita (4,75 mm < < 19 mm) 0%
foi usada água destilada a 24±3°C para evitar Areia grossa (2,0 mm < < 4,75 mm) 0%
reações não desejadas e limitar o número de Areia média (0,425 mm< <2,0 mm) 7,5%
variáveis no estudo. Areia fina (0,075 mm < < 0,425 mm) 25,9%
Segundo o Sistema Unificado de Silte (0,002 mm < < 0,075 mm) 57,6%
Classificação de Solos, o solo é classificado Argila ( < 0,002 mm) 9,3%
Diâmetro efetivo (D50) 0,025 mm
como um silte elástico arenoso (MH). A curva
Classificação SUCS MH
de distribuição granulométrica do solo é
apresentada na Figura 1. Os resultados dos
Com o objetivo de estudar a influência do
ensaios de caracterização física do solo são
peso específica seco e dos vazios sobre a
apresentados na Tabela 2. O solo apresenta
resistência mecânica do solo cimentado
uma porcentagem de areia média de 7,5%; areia
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15.5
intermediária
Energia
condições de compactação mostradas na Tabela
A1 modificada 3 e Figura 2. Para assegurar o peso específico
15 S=100%
γd(kN/m3)
±1 mm, peso específico aparente seco (γd ) de específico seco das amostras aumenta-se a
±1% e teor de umidade () de ±0,5%. Para cada resistência à compressão simples, assim como
ponto de moldagem e teor de cimento foram com o aumento do teor de cimento também há
moldados 3 corpos de prova. Após os 27 dias um aumento na resistência à compressão
de cura, os corpos de prova eram imersos em simples. No ponto de moldagem A1, os corpos
um tanque com água destilada durante 24 horas de prova com 3% de cimento alcançaram um
antes do ensaio para garantir a sua saturação e valor médio de qu = 1191,6 kPa, para 5% de
evitar com isto a influência da sucção na cimento alcançaram uma resistência média de
resistência. Depois da imersão, eram secados qu = 2011,1 kPa, para 7% de cimento
superficialmente com um pano seco. Assim, alcançaram uma resistência média de
todas as amostras foram curadas durante 28 qu=2622,6 kPa e, finalmente, com 9% de
dias. cimento, o valor de qu alcançado pelos corpos
Para a realização dos ensaios de compressão de prova foi de 3365,1 kPa. No ponto de
simples foi usada uma prensa automática com moldagem A2, os corpos de prova com 3% de
anéis calibrados para carga axial com cimento alcançaram um valor de qu = 1095,9
capacidade de 4,5 kN e 10 kN. Os ensaios kPa, para 5% de cimento alcançaram uma
foram feitos com um sistema automatizado, resistência de qu = 1874,9 kPa, para 7% de
medindo, principalmente, a força aplicada, com cimento alcançaram uma resistência de qu =
resolução de 2,5 N, a deformação, com 2421,9 kPa e, finalmente, com 9% de cimento
sensibilidade de 0,001 mm, sendo a velocidade o valor de qu alcançado pelos corpos de prova
do ensaio de 1 mm/min. Os procedimentos dos foi de 2675,8 kPa. No ponto de moldagem A3,
ensaios de compressão simples seguiram a os corpos de prova alcançaram resistências à
norma brasileira NBR 5739 (ABNT, 1980). A compressão simples de 916,8; 1356,9; 1868,4 e
resistência a compressão simples é o valor da 2201,6 kPa com o emprego de 3, 5, 7 e 9% de
carga máxima de ruptura do material ou o valor cimento, respectivamente. Por último, no ponto
da pressão correspondente à carga na qual A4 os corpos de prova alcançaram resistências
ocorre deformação específica do corpo de à compressão simples de 801,8; 950,9; 1232,3
prova de solo de 20%, naqueles casos em que a e 1985,9 kPa com o emprego de 3, 5, 7 e 9% de
curva tensão-deformação axial não apresenta cimento CP V, respectivamente.
um pico máximo. Adota-se a resistência à
3500
compressão não confinada ou simples (qu) de
acordo com a seguinte expressão, quando, no 3000
ensaio a curva tensão-deformação axial,
2500
alcança um pico máximo:
qu (kPa)
2000
PR
qu = (1) 1500
AT
1000 A1:qu= 356.6c+157.9 (R2=0.99)
Onde PR é a carga de ruptura no pico da A2 :qu= 264.3c+431.2 (R2=0.95)
curva tensão-deformação axial e AT é a área da 500 A3 :qu= 218.4c+275.9(R2=0.97)
A4 :qu= 191.7c+92.6 (R2=0.88)
seção transversal corrigida do corpo de prova. 0
2 3 4 5 6 7 8 9 10
Cimento, c (%)
3 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Figura 3. Influência do teor de cimento na resistência à
compressão simples
A Figura 3 mostra os resultados de qu das
amostras depois de 28 dias de cura com a Assim, comparando as resistências qu nos
variação dos teores de cimento CP V de 3 até pontos A4 e A1 (menor e maior peso especifico
9%. Nota-se que com o aumento do peso de moldagem, respectivamente), pode-se
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qu (kPa)
2000 c=3%
porosidade inicial na resistência à compressão
1500
simples das misturas solo-cimento. Observa-se
uma variação na porosidade de 44% a 52% para 1000
3%, 5%, 7% e 9% de cimento. Há, também,
uma relação inversamente proporcional da 500
porosidade com qu, pois à medida que a
0
porosidade diminui, a qu aumenta. 5 10 15 20 25 30 35 40 45
η/Civ
3500
Figura 5. Influência da relação porosidade/teor
3000 volumétrico de cimento na resistência à compressão
simples
2500
O teor volumétrico de cimento (Equação 2)
qu (kPa)
2000
é definido como a razão entre volume cimento
1500 c=9% pelo volume de um corpo de prova.
c=7%
1000
c=5% γd c
500 Civ = ( ( )) /sc (2)
c=3% 1+c/100 100
0
42 44 46 48 50 52 54
η (%)
Figura 4. Influência da porosidade na resistência à
O teor volumétrico de aumenta com o
compressão simples aumento do teor de cimento, enquanto que a
relação porosidade/teor volumétrico diminui.
A melhor maneira de caracterizar a variação Para as misturas, a relação η/Civ varia de
da porosidade e os resultados da resistência à 10,1-13,6; 12,7-17,1; 17,5-23,5 e de 28,5-38,2
compressão simples observados foi através da para 9, 7, 5 e 3% de cimento, respectivamente
terminação de uma curva de regressão que (Ver Figura 5). Em média, o range de η/Civ para
pudesse representar, de forma satisfatória, os cada teor de cimento é de 3,6; 4,5; 6,3 e 10,5
resultados. A curva de regressão que melhor para 9, 7, 5 e 3%, respectivamente. Ou seja, o
representou os pontos foi uma curva linear. Em range cresce com a diminuição da quantidade
média, a redução de 8 pontos porcentuais na de cimento no corpo de prova, e, o quando o
porosidade dos corpos de prova solo-cimento range diminui fornece os maiores valores de
aumentou em 1050 kPa a resistência à resistência mecânica.
compressão simples das amostras. Ingles e Pode-se observar na Figura 5 que existe uma
Metcalf (1972); Moore et al. (1970) e Consoli tendência linear de qu dependente de η/Civ para
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cada teor de cimento. Embora exista uma valor de Civ é ajustado a um exponente entre
tendência linear dos pontos para cada teor de 0,01 e 1,00 dentro da faixa da relação η/Civ
cimento, os pontos experimentais de todos os específica estudada. Desta maneira, os valores
teores apresentam uma leve tendência reportados na Figura 6 foram ajustados a um
potencial. Assim, procurando estabelecer a exponente decimal entre 0,01 e 1,00 sendo o
relação η/Civ para parâmetro único que prevê os exponente de 0,40 o qual forneceu o melhor
resultados de qu, uma tendência potencial foi coeficiente de determinação para o cimento
definida e é apresentada na Figura 6. empregado. Assim, os valores de qu
dependendo da relação η/Civ0,40 para os
3500 cimentos são apresentados na Figura 7.
CP V(c=9%)
3000 CP V(c=7%) 3500
2000
2500 CP V(c=5%)
1500 qu (kPa) CP V(c=3%)
2000
1000
1500
500 𝜂 −1,10 2
𝑞𝑢 = 46500 [ ] (𝑅 = 0,86) 1000
𝐶𝑖𝑣
0 −2,64
500 𝜂
5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 𝑞𝑢 = 18 ∙ 106 [ 0,40
] (𝑅2 = 0,95)
η/Civ (𝐶𝑖𝑣 )
0
Figura 6. Influência da relação porosidade/teor 20 23 26 29 32 35 38 41 44 47 50
volumétrico de cimento na resistência à compressão
η/Civ0.40
simples (regressão potencial)
Figura 7. Influência da relação porosidade/teor
volumétrico de cimento (ajustado a um exponente de
A Equação 3 define o crescimento de qu com 0,40) na resistência à compressão simples
a diminuição de η/Civ com a regressão potencial
apresentada na Figura 6:
Nota-se na Figura 7 que os valores de
𝜂 −1,10 coeficientes de determinação com o emprego
𝑞𝑢 = 46500 [ ] (𝑅 2 = 0,86) (3) do exponente de ajuste 0,40 aumentaram de
𝐶𝑖𝑣
0.86 até 0.95 para o cimento CP V. A redução
Nota-se que a Equação 3 segue a forma: de 20 pontos porcentuais de η/Civ0,40=45 até
𝜂 −𝐵 η/Civ0,40=25 fornece crescimentos de 2893 kPa
𝑞𝑢 = 𝐴 [𝐶 ] ; onde A e B são constantes. O nos valores de qu. A Equação 4 define o
𝑖𝑣
valor de A pode depender do tempo de cura ou crescimento de qu com a diminuição de
também do elemento cimentante. η/Civ0,40:
A Figura 6 mostra que comparando a
𝜂 −2,64
redução de 20 pontos porcentuais de η/Civ se 𝑞𝑢 = 18 ∙ 106 [ ] (𝑅 2 = 0,95) (4)
obtém que, por exemplo, se se reduz a relação (𝐶𝑖𝑣 )0,40
vazios/cimento de uma mistura de η/Civ=35 a
η/Civ=15 aumenta a sua resistência em 1430 Pode-se observar que a Equação 4 segue a
𝜂 −𝐵
kPa. forma: 𝑞𝑢 = 𝐴 [𝐶 𝐶 ] . Baseado nos estudos
Consoli et al. (2017c) sugere que uma 𝑖𝑣
melhor tendência dos pontos experimentais de feitos por Consoli et al. (2007; 2013; 2017c) o
resistência à compressão simples de misturas valor de B e C depende do tipo de solo. O valor
solo-cimento e solo-cal pode ser obtida se o de A com o uso do exponente 0,40 cresce
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destilada e, para o ensaio de densidade real dos argila teve comportamento praticamente linear
grãos, a amostra de bentonita foi reduzida a com uma aderência de R² = 0,999, como mostra
quantidade de material de 50g para 15g, que a Figura 1.
permaneceu durante sete dias em água
destilada. O prolongamento no tempo de
repouso da bentonita se fez necessário para que
ela alcançasse perfeita hidratação enquanto a
diminuição da quantidade de material ensaiado
ocorreu devido à sua grande expansão.
Para caracterização química do solo inicial,
bentonita pura e da zeólita, foram realizados os
ensaios de pH em CaCl2 e pelo método pH-SM
e de capacidade de troca catiônica. A empresa
responsável pelos ensaios foi a IBRA, que fica
localizada em São Paulo, no bairro Jardim Nova
Veneza Sumaré. Os ensaios foram realizados
por meio de amostras, de aproximadamente
200g de cada material. Figura 1. Índice de Plasticidade das amostras S/B.
RESUMO: O objetivo das investigações é realizar uma análise comparativa dos resultados do
ensaio de massa especifica dos grãos para amostras de solos retiradas ao longo de um perfil de solo
tropical localizado no Campo Experimental do Programa de Pós-Graduação em Geotecnia, Brasília
/ DF. As amostras foram preparadas nas quatro condições a seguir: solo natural passando na peneira
de malha nº 4, seco em estufa à temperatura de 110 °C por 24 horas e não submetido a
destorroamento; solo destorroado, passando na peneira de malha nº 4 e seco na estufa à 110 °C por
24 horas, solo passando na peneira de malha n° 4, desagregado por meio de ultrassom e seco na
estufa à 40 °C por 48 horas e submetido a destorroamento e por último solo passando na peneira de
malha n° 4, desagregado por meio de ultrassom, seco na estufa à 40 °C por 48 horas e seco na estufa
à 110 °C por 24 horas e submetido a destorroamento. Nesse experimento usando o pentapicnômetro
o procedimento de secagem é necessário para evitar que a presença de água interfira no resultado da
massa específica medida. Nessas quatro situações estudadas os resultados evidenciam sobretudo a
importância do destorroamento nos valores da massa específica dos grãos. Eles apontam ainda para
uma maior sensibilidade aos tratamentos dos solos mais superficial (mais laterizado) e mais
profundo (menos intemperizado). Os resultados obtidos são utilizados em análises granulométricas
nas curvas de saturação inseridas no gráfico de compactação.
2 METODOLOGIA
Tabela 2. Gs médio dos solos coletados a 1 m, 5 m, 9 m e com a profundidade o que pode estar refletindo
11 m de profundidade. as variações do teor de gibbsita ao longo do
perfil, pois o teor desse mineral de menor
Ultrassom Ultrassom densidade diminui com o aumento da
Prof. Natural Destorroado 40°C 110°C profundidade.
(m) Gs Gs Gs Gs
1 2.6831 2.7160 2.7139 2.7371 3.2 Imagens com Lupa
5 2.7140 2.7503 2.7496 2.7553
9 2.7374 2.7993 2.8010 2.7969 As Figuras 5, 6, 7 e 8 apresentam
11 2.8532 2.8785 2.8998 2.9400 respectivamente imagens dos solos coletados a 1
m, 5 m, 9 m e 11 m de profundidade, en estado
A Figura 4 apresenta os perfis de Gs obtidos úmido (a) e seco (b). De u modo geral observa-
para os diferentes tratamentos dispensados ao se que o processo de secagem gera certa
solo. Observa-se nessa figura que os resultados aglutinação das partículas ampliando o tamanho
obtidos para o solo natural não dstorroado dos agregados naturais existentes a 1 m e 5 m de
apresentou valores inferiores de Gs o que aponta profundidade ou gerando pseudo agregados a 9
para o não acesso do gás Hélio a certos poros m e 11 m de profundidade.
presentes nos agregados. Verifica-se também
que para a profundidade de 1 m os valores
obtidos com destorroamento do solo no
ultrassom e manual com secagem a 110 °C
levou a valores um pouco maiores de Gs
apontando para a eliminação de eventuais poros
residuais que impediam o acesso do gás Hélio.
Tem-se ainda para a profundidade de 11 m, (a) (b)
apesar desse solo não conter, em princípio, Figura 5. Solo de 1 m de profundidade na condição
natural (a) e seca (b).
agregados que o Gs sofreu influência de todas as
técnicas de preparação das amostras. Destaca-se
no entanto, que após o uso do ultrassom o solo
úmido passa por processo de secagem podendo
formar pseudo agregados o que estaria
intervindo nos resultados.
(a) (b)
Figura 6. Solo de 5m de profundidade na condição natural
(a) e seca (b).
(a) (b)
Figura 4. Ensaio de Gs de amostras de 1,5, 9 e 11m. Figura 7. Solo de 9m de profundidade na condição natural
(a) e seca (b).
A Figura 4 mostra ainda que o Gs aumenta
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(a) (b)
Figura 8. Solo de 11m de profundidade na condição
natural (a) e seca (b).
(a) (b)
Figura 10. Solo de 5 m de profundidade na condição Figura 13. Análise Granulométrica de solo de 9 m de
destorroada a mão (a) e natural seco (b). profundidade considerando Gs mínimo e máximo.
Rafaela Lazzarin
Centro Universitário Assis Gurgacz, Cascavel, Brasil, rafaela_lazzarin@hotmail.com
RESUMO: Diversos estudos têm sido conduzidos com o material Lignina, armazenado em plantas
terrestres e abundantes na madeira, a fim de verificar os possíveis ganhos na trabalhabilidade e
resistência que o material pode proporcionar na mistura com solos de base, podendo ser uma boa
alternativa ecológica. O presente artigo teve como objetivo determinar a influência da adição de
variados teores de Lignosulfonato de cálcio (lignina) em solo argiloso-laterítico, analizando-se o
intercepto coesivo, ângulo de atrito e resistência ao cisalhamento desta mistura. Por meio do ensaio
de compressão triaxial, foram moldados doze corpos de prova com adições de lignina com os teores
que variam até 10%. Através da análise dos resultados com a mistura entre solo e lignina foi
possível verificar um crescimento nos parâmetros de resistência conforme o aumento de seu teor no
material. A adição de 7,5% foi a que apresentou o maior ganho proporcional na resistência ao
cisalhamento do solo. Através do ensaio de índice suporte Califórnia (ISC), comprovou-se também
que a lignina não apresentou um bom rendimento como reforço estrutural de pavimentos asfálticos,
apresentando ISC inferiores aos com o solo nas condições naturais.
Figura 3. Execução ensaio ISC. Figura 4. Tensão desviadora x deformação axial para o
corpo de prova com teor de lignina de 2,5%.
Ainda segundo a ABNT (2016b), o ISC é
determinado pela relação entre a maior pressão
obtida entre as deformações de 2,54 mm ou
5,08 mm e a pressão padronizada em brita para
a respectiva deformação.
3 RESULTADOS OBTIDOS
Já quanto a coesão, não foi constatada uma Na Tabela 3 é apresentado um resumo dos
tendência de aumento ou redução com relação valores de ISC e da expansão média obtidos
ao mesmo solo, quando comparado com o solo para cada par de amostras, nas porcentagens em
nas condições naturais. massa de adição de lignina de 3,3%, 6,6% e
10%.
3.2 Indice Suporte Califórnia (ISC)
Tabela 3. Média dos resultados de expansão e ISC para
Após a moldagem dos corpos de prova, os 3 teores de lignina nos corpos de prova
utilizando a energia normal de Proctor e a Teor de lignina 3,33% 6,60% 10,0%
umidade ótima do solo, deixou-se as amostras Expansão (%) 0,70% 0,96% 0,48%
imersas em água durante um período de 72 ISC (%) 10,57 11,68 9,32
horas, realizando leituras de
expansão/contração a cada 24 horas. Após o
Pode-se observar que a melhor composição
termino, os corpos de prova foram conduzidos
de solo-lignina é de 6,6% em massa, com índice
para o ensaio de penetração, afim de determinar
ISC máximo de 11,68%. Comparando com o
os valores de ISC de cada amostra.
ISC in natura do mesmo solo de 14%,
Nas Figuras 9 e 10 são apresentadas as
determinado por Santos e Guth (2015), verifica-
curvas de pressão (kPa) x penetração (mm)
se que o material não propicia uma melhora na
obtidas para os ensaios ISC, para dois corpos de
resistência, e em teores maiores tende a reduzir
prova realizados em cada um dos três teores de
ainda mais a mesma.
lignina, totalizando seis corpos de prova.
4 CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
RESUMO: Este trabalho tem como finalidade determinar a influência da porosidade e da ação do
intemperismo em materiais pétreos e em alternativos (escória de aciaria) a serem utilizados como
lastro ferroviário. Para o seu desenvolvimento foram utilizadas britas de gnaisse e de escória de
aciaria, separadas pelo processo de quarteamento, em seguida determinando sua granulometria.
Foram realizados os ensaios: resistência ao choque no aparelho Treton NBR 5564 (ABNT, 2014),
abrasão “Los Angeles” NBR NM51 (ABNT, 2001) e carga pontual NBR 5564 (ABNT, 2014). Após
determinado o comportamento mecânico inicial das amostras, foram realizados dois ensaios
simultâneos com adaptações das normas: resistência a intempérie NBR 5564 (ABNT, 2014) e
resistência ao congelamento e degelo NBR 15845 (ABNT, 2010). Com os resultados obtidos
verificou-se uma redução da resistência mecânica dos agregados quando submetidos às intempéries
e ao congelamento, entretanto não atigiram as especificações do lastro padrão sendo necessária a
realização de mais ensaios.
características inerentes devido ao seu processo temperatura que podem levar à fadiga e ruptura
de formação e sua composição química. do material, alterando seus parâmetros
As rochas são aglomerados de minerais estruturais e com isso conferir sua resistência.
sólidos de origem natural que se consolidam de Já o químico ocorre com as reações, durante a
várias maneiras. As rochas Magmáticas (Ígneas) percolação da água e do ar nos poros das
são provenientes do resfriamento do magma que rochas, que modificam a conformação dos
pode ocorrer de forma intrusiva e extrusiva. minerais. Geralmente ocorrem em regiões de
Rochas intrusivas (plutônicas) são consolidadas clima tropical devido aos altos índices
de forma lenta no interior do planeta por pluviométricos. Por fim, o biológico, se dá
processos denominados de plutonismo, com através da ação de bactérias que decompõem os
isso, têm-se cadeias cristalinas bem materiais orgânicos (PRESS et al., 1995).
desenvolvidas. Como o magma é composto na Desde as primeiras civilizações,
maior parte de misturas de silicatos, rochas há registros da utilização das rochas como
magmáticas possuem boa resistência e são material de construção civil. Baseando-se
muito utilizadas na construção civil, como nesses argumentos, é de suma importância
granito, diorito e o gabro. Já as rochas analisar os diversos fatores que influem na
extrusivas provem do processo de efusão do durabilidade e eficiência dos materiais
material magmático (vulcanismo) que em utilizados na construção, especialmente para o
contato direto com a atmosfera resfriam uso como lastro ferroviário.
rapidamente dificultando a cristalização dos
minerais constituintes. Dentre elas tem-se o No caso da via permanente ferroviária, as
riolito e o basalto. rochas são utilizadas como material mais
As rochas sedimentares (ou estratificadas) granular, componentes de sublastro e de lastro.
Além dos trilhos, a via permanente ferroviária é
por sua vez são formadas pelo intemperismo de
dividida em sublastro e lastro, os quais são
outras rochas e material orgânico, que se
constituídos de materiais que apresentam
acumulam em bacias. Com as condições de
características específicas. De acordo com
temperatura e pressão ideias essas rochas são
NABAIS. (2014), as rochas utilizadas como
compactadas e consolidadas. As rochas
sublastro devem conter algumas características,
sedimentares químicas, como o calcário e o
tais como:
dolomito, na maioria das vezes suportam
esforços compressionais e são formadas por Conter a penetração do lastro no sublastro;
carbonatos, sulfatos, sílica e fosfatos. Aumentar a resistência do leito à erosão;
As rochas metamórficas, como o gnaisse e Favorecer uma melhor drenagem da via;
o quartzito são formadas pela transformação Permitir relativa elasticidade ao apoio do
(metamorfismo) de uma rocha já existente, ou lastro;
seja, há uma reorganização dos minerais
presentes em outras cadeias estruturais Já o lastro ferroviário, deve apresentar
conferindo uma textura laminada. características como:
Com o passar do tempo, as rochas sofrem Resistência aos esforços transmitidos.
uma série de alterações que influenciam Possuir elasticidade limitada para abrandar os
significantemente em sua estrutura. Parte destas choques.
alterações se dá devido ao fenômeno
Ter dimensões que permitam sua
denominado intemperismo, podendo ser
denatureza física, química ou biológica. O interposição entre os dormentes e sublastro.
físico se origina com a atuação da pressão e Ser resistente aos agentes atmosféricos.
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nas rochas, dependendo das características temperatura mínima de -15 °C por 24 horas, na
físico-químicas de cada material analisado. qual após seu completo congelamento, eram
deixadas descongelando por ± 12 horas em
A predisposição de que uma determinada rocha
temperatura ambiente, para que possa iniciar o
tem de alterar-se é denominado alterabilidade e
ciclo novamente. Após o final dos ciclos, os
tem relação direta com o grau de intemperismo
ensaios iniciais de resistência ao choque,
da rocha e indica a disposição à desagregação.
abrasão “Los Angeles” e carga pontual foram
Este índice é útil, por apresentar uma faixa
mais uma vez realizados para comparar com os
relativa de durabilidade da rocha, que é definida
resultados iniciais.
como a dificuldade que uma determinada rocha
de se alterar.
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
2 OBJETIVOS
4.1 GRANULOMETRIA
3 METODOLOGIA
Nota-se que os valores obtidos não se ao desgaste das rochas, não foi possível obter 3
encaixam com o padrão de amostragem amostras para a realização do ensaio, como
estabelecido pela NM-ISO 3310. Porém se proposto na ABNT/NBR 5564 - anexo E. Assim
mantiveram próximos ao padrão A. os ensaios foram realizados com apenas duas
4.2 ABRASÃO LOS ANGELES amostras.
A as Tabelas 8 e 9, exibem os resultados
Na Tabela 6 e 7 são apresentados os obtidos de cada ensaio e porcentagens de
resultados do ensaio da abrasão Los Angeles. desgaste.
Tabela 6. Ensaio de abrasão Los Angeles – Gnaisse Tabela 8. Resultados do ensaio de resistência ao choque
para o lastro padrão, uma vez que, como ainda maior, pois o surgimento de fissuras
descrito na ABNT NBR 5564, estes deveriam permite a maior entrada de solução na rocha,
resistir a uma compressão axial mínima de danificando-a ainda mais, como demonstrado
25%. nas figuras 2.
Tabela 8. Resultados do ensaio de Carga Pontual Figura 2. Amostra de escória pós ensaio de carga pontual
CARGA PONTUAL
Valor médio das tensões
Material (escória)
(Mpa)
Padrão 10,87 Do mesmo modo na figura 3, verificamos o
Pós intempérie 10,60 plano de ruptura da amostra de gnaisse,
Pós congelamento 9,25 submetida ao ensaio de congelamento/degelo.
5 CONCLUSÃO
AGRADECIMENTOS
Os autores agradecem aos técnicos e
professores do Laboratório de Ferrovias e
Asfalto da Universidade Federal de Ouro Preto
pelo auxilio prestado e também ao incentivo da
Fundação Gorceix a produção cientifica.
REFERÊNCIAS
RESUMO: Ensaios de resistência à compressão simples são comumente utilizados para verificar a
efetividade da estabilização de solos com cal. Na realização deste ensaio a amostra de solo-cal
encontra-se na condição não-saturada, onde espera-se que um determinado nível de sucção esteja
presente. As medidas de sucção neste trabalho têm o objetivo de verificar qual sua magnitude e se
esta apresenta variação significativa entre as amostras. Para atingir os objetivos da pesquisa foram
realizados ensaios de resistência à compressão simples (qu) e ensaios de sucção matricial (Su) em
amostras com diferentes teores de cal, diferentes porosidades, diferentes teores de umidade e
diferentes tempos de cura. A partir dos resultados obtidos pode-se verificar que a Su tende a
aumentar à medida que diminui o índice de vazios. Além disso, os corpos-de-prova não
apresentaram grandes variações em relação a Su, que não passa de 15% da qu em todas as amostras
ensaiadas.
corpo de prova foi imediatamente extraído do medições de sucção foram realizadas com o
molde, e seu peso, diâmetro e altura medidos objetivo de verificar a sua magnitude e verificar
com precisão de cerca de 0,01 g e 0,1 mm. Os se houve variação significativa entre os corpos
corpos de prova foram então, colocados dentro de prova de diferentes porosidades e diferentes
de sacos plásticos, para evitar variações quantidades de cal.
significativas do teor de umidade. Além disso, A sucção medida foi a matricial, ou seja, a
eles foram curados por 28, 90 e 360 dias em que decorre das forças de capilaridade no
uma câmara úmida com 23º±2º C e umidade interior do corpo de prova. Ela foi medida
relativa do ar acima de 95%. usando a técnica do papel filtro. O papel filtro
Os corpos de prova que foram considerados utilizado foi o Whatman No 42. As equações de
aptos para os ensaios respeitaram as seguintes calibração utilizadas para este papel filtro foram
tolerâncias: as apresentadas por Chandler et al. (1992).
• d: dentro de ± 1% do valor alvo; Segundo Bicalho (2015) o método do papel
• : dentro de ± 0,5% do valor alvo; filtro é o mais simples dos métodos disponíveis
• Dimensões: diâmetro de ± 0,5 mm e altura para estimar a sucção do solo e pode ser
de ± 1mm em relação ao valor alvo. utilizado em uma ampla faixa de sucção (30
kPa a 30000 kPa). O método estima
2.2.2 Ensaios de Resistência à Compressão indiretamente a sucção do solo, através da
Simples determinação da umidade do papel filtro em
equilíbrio hidráulico com o solo.
Após a cura em câmara úmida as amostras
foram submersas em um tanque com água por 2.2.4 Programa de ensaios de resistência à
24 horas para saturação, e assim minimizar a compressão simples e sucção matricial
sucção, antes da realização dos ensaios de qu. A
temperatura da água foi mantida a 23±2ºC. As percentagens de cal (Ca = 3, 5, 7 e 9%,
Para a realização dos ensaios de 28 e 360 sendo Ca a massa de cal em relação a massa
dias foi utilizada uma prensa automática seca de solo) foram definidas a partir de outras
(LEGG/ENVIRONGEO – UFRGS) com pesquisas para posteriores comparações, e estão
capacidade máxima de 100 kN, além de anéis de acordo com a experiência brasileira e
dinamométricos calibrados com capacidade de internacional com solo-cal. O programa de
10 kN e 50 kN e resolução de 0,005 kN (0,5 ensaios de qu teve como objetivo avaliar a
kgf) e 0,023 kN (2,3 kgf), respectivamente. Para influência das variáveis: quantidade de cal (Ca),
os ensaios de 90 dias foi utilizada a prensa umidade () e porosidade () sobre a qu.
automática do LABGEO– FEUP, que consiste Para que seja possível a mensuração da
em uma prensa automática com capacidade influência de uma variável isoladamente é
máxima de 100 kN equipada com células de necessário que as outras variáveis sejam
carga de 5, 10, 20, 25 e 100 kN. A taxa de mantidas constantes. Para isto foi elaborado o
deslocamento adotado foi de 1,14 mm por programa de ensaios conforme apresenta a
minuto. O procedimento dos ensaios de Figura 1. Observa-se que os pontos de
resistência à compressão simples seguiram a moldagem foram posicionados em três linhas
norma americana ASTM D 5102/96. verticais (pontos: A1, A2, A3, A4, A5, A6, A7,
A8 e A9), denominadas linhas “A”, com três
2.2.3 Ensaios de Sucção Matricial diferentes teores de umidade (17, 20 e 23%) e
diferentes pesos específicos aparentes secos.
Em sua umidade de moldagem todos os corpos Cada ponto da linha “A” foi moldado com 4
de prova estão em um estado insaturado, e um diferentes percentagens de cal (3, 5, 7 e 9%) e
certo nível de sucção pode estar presente. As as amostras foram curadas durante 28, 90 e 360
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3 RESULTADOS E ANÁLISES
4000
3000
2000
1000
0
2 3 4 5 6 7 8 9 10
Ca (% )
menor quantidade de água, como era de se resistência à compressão simples nos corpos-de-
esperar. Entretanto, o grau de saturação obtido prova ensaiados com 28, 90 e 360 dias de cura.
após a imersão apresentou pequena variação em Nota-se também, na Figura 16 que a
relação ao índice de vazios, girando em torno de influência da sucção não passa de 10% da
81% para todos os corpos-de-prova. O valor resistência à compressão simples em mais de
médio obtido para a sucção matricial de todos 88% dos corpos-de-prova ensaiados. Assim,
os corpos-de-prova da linha “A” das amostras observa-se que os corpos-de-prova não
com 20% de umidade e 28, 90 e 360 dias de apresentaram grandes variações em relação a
cura ficou em 122 kPa. sucção.
A Figura 15 apresenta a tendência e a relação Dalla Rosa (2009) também identificou que
existente entre a medida de sucção matricial e o após a imersão das amostras de solo-cinza-cal a
índice de vazios. Apesar da dispersão dos sucção matricial não passou de 16% da
pontos pode-se verificar que a sucção matricial resistência à compressaõ simples. Guedes
tende a aumentar à medida que diminui o índice (2013) identificou que após a imersão das
de vazios (e consequente menor grau de amostras de solo-cimento-fibra a sucção
saturação), para qualquer tempo de cura matricial não passou de 10% dos valores de
estudado. Esta mesma tendência foi observada resistência à compressão simples e tração
por Dalla Rosa (2009). diametral. Silvani (2013), que estudou uma
Lira (2015) também identificou esta areia estabilizada com cal e cinza volante, relata
tendência ao estudar um solo areno argiloso que após a imersão das amostras a sução
compactado no peso específico aparente seco matricial não passou de 1% da resistência à
máximo e em três graus de saturação diferentes compressão simples.
(condição saturada, condição na umidade ótima,
condição seca). Em que a sucção matricial foi
maior para as amostras com menor grau de
saturação.
tempo de cura, maior a resistência à compressão No. 42 filter paper. Pan American Conference on Soil
simples (qu) das misturas solo-cal estudadas. Mechanics and Geotechnical Engineering, PCSMGE,
Buenos Aires, 2015. v. 15. p. 2071-2077.
• Analisando-se os resultados de sucção Chandler, R. J., Crilly, M. S., Montgomery-Smith, G.
matricial pode-se perceber que a mesma tende a (1992). A low-cost method of assessing clay
aumentar à medida que diminui o índice de desiccation for low-rise buildings. Institute of Civil
vazios das amostras. Engineers, Civil Engineering, Vol. 92, p. 82-89.
• Contudo, observou-se que mesmo assim Consoli, N.C.; Viana da Fonseca, A.; Cruz, R.C.;
Heineck, K.S. (2009). Fundamental parameters for the
a influência da sucção matricial não passou de stiffness and strength control of artificially cemented
15% da resistência à compressão simples dos sands. Journal of Geotechnical and
corpos-de-prova ensaiados, para todos os Geoenvironmental Engineering, ASCE, Vol. 135,
tempos de cura e teores de umidade estudados. p.1347-1353.
Este fenômeno se deve ao fato de que ao Consoli, N.C.; Dalla Rosa, A.; Saldanha, R.B. (2011).
Variables governing strength of compacted soil-fly
mesmo tempo que a diminuição do índice de ash-lime mixtures. Journal of Geotechnical and
vazios (e consequente menor grau de saturação) Geoenvironmental Engineering, ASCE, Vol. 23,
proporciona um aumento da sucção matricial p.432-440.
também proporciona um aumento da resistência Consoli, N.C.; Saldanha, R. B.; Mallmann, J.E.C.; Paula,
T.M.; Hoch, B.Z. (2017). Enhancement of strength of
à compressão simples da amostra. Mesmo fato
coal fly ash–carbide lime blends through chemical
observado por Dalla Rosa (2009). E também and mechanical activation. Construction and Building
por Lira (2015), em que valores maiores de Materials, Eselvier. Vol. 157, p. 65-74.
sucção também indicaram maiores valores de Cruz, P. T. (2001). Compacted Soils – A Particular Case
índice de suporte de Califórnia (ISC) para um of Non Saturated Material. Simpósio Brasileiro de
Solos Não Saturados, Ñsat, ABMS, Porto Alegre,
solo compactado em diferentes graus de
Vol. 4, p.113-133.
saturação. Dalla Rosa, A. (2009). Estudo dos Parâmetros-chave no
• Além disso, observa-se que o processo Controle da Resistência de Misturas Solo-Cinza-Cal.
de imersão dos corpos-de-prova por 24 horas se Dissertação de Mestrado, Programa de Pós-
mostrou satisfatório no aumento e Graduação em Engenharia Civil, Universidade
Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre. 198p.
uniformização do grau de saturação das
Guedes, Saul Barbosa. (2013). Estudo do Desempenho
amostras, diminuindo a variabilidade da sucção Mecânico de um Solo-Cimento Microreforçado com
matricial no solo-cal estudado. Fibras Sintéticas para Uso como Revestimento
Primário em Estradas não Pavimentadas, Tese de
AGRADECIMENTOS Doutorado, Programa de Pós-Graduação em
Engenharia Civil, Universidade Federal de
Pernambuco, Recife, 515 p.
Os autores demonstram agradecimento ao Lira, G. A.; Carneiro, D. A. ; Monteiro, F. F. ; Aguiar, M.
suporte financeiro da CAPES e do CNPq. F. P. ; Oliveira, F. H. L. (2015). Avaliação da
Relação Entre Sucção e Resistência De Solos Para
Fundações Sobre Aterros. Simpósio Brasileiro de
Solos Não Saturados, Ñsat, ABMS, Fortaleza, Vol. 8.
REFERÊNCIAS Marinho, F. A. M.; SILVA, R. M. (2001). Relation
Between Undrained Shear Strength and Suction for
ASTM D 2487 (1993). Standard Practice for Some Brazilian Soils. Simpósio Brasileiro de Solos
Classification of Soils for Engineering Purposes Não Saturados, Ñsat, ABMS, Porto Alegre, Vol. 4, p.
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Fernando A. M. Marinho
Universidade de São Paulo, São Paulo-SP, Brasil, fmarinho@usp.br
1.70 (1)
d (g/cm3)
1.60
Assim, a relação entre estas duas grandezas
1.50
fornece a velocidade de propagação da onda de
Solo A
1.40 Solo B
cisalhamento no interior do solo.
Solo C S = 80%
1.30 3.2. Calibração dos transdutores
0 5 10 15 20 25 30
Teor de umidade (%)
Antes do início dos testes com os corpos de
Figura 1. Curvas de compactação dos solos estudados.
prova compactados é necessária a calibração
dos bender elements.
Os ensaios de caracterização foram
Para isso, foi realizado o contato direto entre
executados no Laboratório de Mecânica dos
os sensores para a medição do tempo de
Solos da Universidade Cidade de São Paulo –
propagação da onda. A recepção do sinal
UNICID.
transmitido deveria ser a mesma, porém isso
A Tabela 3 apresenta os valores de teor de
não é observado, devido a interferências
umidade ótimo e densidade seca máxima
causadas pelos próprios equipamentos do
obtidos nos ensaios.
ensaio. Portanto, este atraso de tempo aferido
Tabela 3 – Parâmetros de compactação obtidos
(time delay) deverá ser considerado, e com isso,
Solo wot (%) d (máx) (g/cm3)
será descontado do tempo total medido nos
Solo A 19,3 1,65 testes com os corpos de prova.
Solo B 6,5 1,87 Para a medição deste time delay, os
Solo C 15,5 1,80 parâmetros da onda transmitida foram iguais
aos utilizados nos ensaios com os corpos de
3. METODOLOGIA DOS ENSAIOS COM prova, cujos valores variaram nas etapas de
BENDER ELEMENTS tomadas de dados, conforme se observa na
Tabela 4 abaixo:
3.1. Bender Elements
Tabela 4. Time Delay dos sensores Bender Elements.
Os bender elements são pequenas placas Dados da Onda Frequências Time Delay
(s)
retangulares piezo-cerâmicas que sofrem flexão
5kHz 96 – 112
quando excitadas por pulsos elétricos ou geram
pulsos elétricos quando fletidas. Os bender 7kHz 84 – 96
Senoidal (onda
elements trabalham em pares, sendo um única) 10kHz 72 – 84
elemento transmissor e outro receptor, e são 20 Vpp
12kHz 66 – 80
posicionados em faces opostas do corpo de 10ms
15kHz 62 – 72
prova (e.g. Viggiani e Atkinson, 1995;
20kHz 60 – 64
Squeglia, 2009).
O cálculo da velocidade da onda de
3.3. Procedimento de Ensaio
cisalhamento (Vs) que atravessa o solo é dado
pela equação (1). Esta determinação considera
A distância percorrida pelo pulso de
que o comprimento percorrido pela onda
cisalhamento (Ltt) foi tomada como a distância
corresponde a distância entre as extremidades
entre as extremidades dos bender elements que
do elemento transmissor e receptor (Ltt) e que o
foram integradas ao corpo de prova, seguindo a
tempo que a onda leva no percurso até o
sugestão de Viggiani e Atkinson (1995). Para
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isso, o comprimento saliente dos elementos que Tabela 5. Parâmetros dos ensaios com Bender Elements.
penetra no solo, que neste trabalho variou de Solo Tipo de Amplitude Frequências
Onda
4,89mm a 5,25mm, foi descontado da altura do
corpo de prova. 5kHz
O tempo de percurso (tt) foi tomado por 7kHz
meio do método pico a pico, sendo aferido o Solo A
Senoidal 10kHz
Solo B 20Vpp
primeiro pico da onda transmitida até o Solo C
(onda única)
12kHz
primeiro pico após a deflexão do sinal recebido,
15kHz
conforme mostrado na Figura 2.
20kHz
Calibração, E10, Voltage = 20Vpp, Onda Senoidal, 5kHz
Em teoria, o tempo de propagaçao da onda
de cisalhamento não deveria variar ao modificar
Entrada: Onda Senoidal
a frequência, contudo na prática isto não é
observado. Seguindo a sugestão de diversos
tt (pico a pico)
autores, neste estudo foi realizada a medição
utilizando-se diversas frequências. O tempo de
propagação foi subtraído do time delay aferido
na etapa de calibração, correspondente a cada
frequência transmitida. Em seguida, foi feito o
Saída: Onda S
cálculo da média dos tempos aferidos em cada
frequência, para ser considerado como o tempo
de propagação da onda no solo (tt).
Figura 2. Medição do tempo de propagação da onda.
Osciloscópio
3.4. Aparato Experimental
1.80
1.70 seca e Vs com um formato semelhante ao da
1.60 Solo C curva de compactação. É necessário mais
estudos para melhor definir este aspecto de
1.50
modo a possibilitar o seu uso em controle de
1.40
compactação.
(b) Solo A
1.30 O grau de saturação também apresenta uma
1.20 relação não linear com a velocidade de onda.
0 100 200 300 400 500
Velocidade (m/s) Observou-se um valor máximo para a
100 velocidade de onda além do qual a velocidade
90 Solo C não se altera. A eventual redução da velocidade
80
de onda pode estar associada à formação de
Grau de Saturação (%)
70
60
Solo A trincas no corpo de prova em processos de
50 secagem.
40 O método bender elements vem se
30 Solo B mostrando ao longo dos anos mais eficaz,
20
(c) apesar da falta de padronização dos testes.
10 Contudo, é um método com aplicação
0 interessante no processo de controle de
0 100 200 300 400 500
Velocidade (m/s) compactação, pois correlaciona os seus
Figura 5. Teor de Umidade e Densidade Seca versus Vs. principais parâmetros envolvidos no processo.
Na Tabela 7 estão apresentados os valores de AGRADECIMENTOS
teor de umidade ótimo, velocidade de onda e o
Gmáx estimado para uma situação não confinada. Os autores agradecem ao CNPq pelo apoio e
pela bolsa fornecida e à Universidade Cidade de
Tabela 7. Módulo de Cisalhamento Máximo (Gmáx) dos
Solos em Umidade Ótima (wótima).
São Paulo – UNICID pelo apoio e
Solo wótima Vs Gmáx disponibilização dos laboratórios. Ao Prof.
(%) (m/s) (MPa) Charles Ng da HKUST pelo fornecimento dos
Solo A 19,3 293 223 bender elements utilizados.
Solo B 6,5 238 147
Solo C 15,5 317 266
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REFERÊNCIAS
RESUMO: O seguinte estudo tem o objetivo de analisar o ganho de resistência de uma amostra de
solo arenoso com os teores de 1%, 2%, 3%, 4% e 5% de adição de cimento. A amostra foi
classificada como um solo arenoso mal graduado pelo Sistema Unificado de Classificação dos
Solos (SUCS) e como um A-3 pelo Transportation Research Board (TRB). O ensaio de densidade
real dos grãos obteve como resultado 2,54g/cm³. A umidade ótima e a densidade máxima seca
encontradas no ensaio de compactação foram de 6,5% e 1,98g/cm³, respectivamente, utilizando-se
a energia de Proctor Intermediário. No ensaio de cisalhamento direto, foram moldadas as amostra
com as misturas de solo, cimento e água dentro do próprio molde da célula de cisalhamento,
deixando-se curar durante 2 dias. As tensões normais adotadas foram de 50 kPa, 100kPa, 200 kPa e
300 kPa. O intercepto coesivo variou de 16,16 a 114,59 kPa e o ângulo de atrito de 39,67° a 50,89°,
tais resultados mostram a influência da cimentação nos mecanismos de resistência do solo.
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2 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS como densidade, rugosidade, forma, etc. Por
exemplo, para uma mesma areia o ângulo de
2.1 Resistência ao cisalhamento atrito desta areia no estado compacto é maior
do que no estado fofo (φdensa > φfofa)
Caputo (2015) afirma que a propriedade dos (BARATA, 1984).
solos de suportar cargas depende da resistência
ao cisalhamento do solo, quando excedida essa 2.1.2 Resistência por coesão
resistência, toda massa de solo se rompe.
De acordo com Pinto (2006), a ruptura Segundo Vargas (1981), de uma forma
do solo é quase sempre um fenômeno de intuitiva, a coesão é a resistência que a fração
cisalhamento. Sendo a resistência do solo argilosa empresta ao solo, pelo qual ele se torna
definida como a máxima tensão de capaz de se manter coeso em forma de torrões
cisalhamento que o solo pode suportar sem ou blocos, ou pode ser cortado em formas
sofrer ruptura, ou a tensão de cisalhamento do diversas e manter esta forma. Os solos que têm
solo no plano em que a ruptura estiver essa propriedade chamam-se coesivos. Os solos
ocorrendo. não-coesivos, que são areias puras e
A resistência ao cisalhamento de um solo pedregulhos, esboroam-se facilmente ao serem
saturado pode ser descrita pelas diversas cortados ou escavados.
combinações críticas da tensão normal efetiva No caso de solos considerados coesivos, há a
com a tensão de cisalhamento. Essas presença de uma maior ligação entre as
combinações descrevem uma envoltória partículas, fazendo com que se exerça um
conhecida na mecânica dos solos como esforço maior parar se efetuar o movimento.
envoltória de ruptura de Mohr-Coulomb Isso levando em consideração que a coesão ou
(GERSCOVICH, 2016). intercepto de coesão (c) é apenas uma
resistência a mais que o material terá ao
2.1.1 Resistência por atrito deslocamento.
Existe porém, o fenômeno de coesão
Segundo Fiori (2009), o conceito de atrito está aparente. Segundo Pinto (2006), a coesão real,
fundamentalmente ligado ao movimento, pois o gerada pela atração química entre as partículas,
atrito surge quando se há a tendência ao deve ser bem diferenciada da coesão aparente,
movimento. Levando em conta que só há que é uma parcela da resistência ao
movimento por ação de forças, conclui-se que o cisalhamento de solos úmidos, não saturados,
atrito é a resistência ao movimento, uma força devido à tensão gerada da pressão capilar da
que se opõe à força provocadora de água. A coesão aparente é, na verdade, um
deslocamento. fenômeno de atrito, onde a tensão normal que a
O atrito é função da interação entre duas determina é consequente da pressão capilar.
superfícies na região de contato. Nos materiais Além disso, o fenômeno físico da coesão não
granulares, constituídos de grãos isolados e deve ser confundido com a coesão
independentes, o atrito é um misto de correspondente a uma equação de resistência ao
escorregamento (deslizamento) e de rolamento, cisalhamento, que representa simplesmente o
afetado fundamentalmente pela entrosagem dos intercepto de um equação linear de resistência
grãos. Enquanto no atrito simples de válida para uma faixa de tensões mais elevadas
escorregamento entre os sólidos o ângulo de e não para a tensão normal nula ou próxima de
atrito “φ” é praticamente constante, o mesmo zero.
não ocorre com os materiais granulares, em que
as forças atuantes modificam sua compacidade, 2.2 Adição de cimento
variando o ângulo de atrito “φ” para um mesmo
solo. Portanto, o ângulo de atrito interno do A pesquisa de Schnaid et al (2001) mostra que
solo depende do tipo de material, e para um para uma dada variação de tensões, a resistência
mesmo material, depende de diversos fatores, ao cisalhamento de solos naturalmente e
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artificialmente cimentados pode ser constante, cerca de 10%, sendo praticamente
representada por uma envoltória reta de Mohr- independente do teor de cimento.
Coulomb, definida por um intercepto coesivo,
que é apenas função da cimentação, e por um
ângulo de atrito que parece não ser afetado pela 3 MATERIAIS E MÉTODOS
cimentação. Além disso, a parcela de coesão da
resistência ao cisalhamento é predominante em Inicialmente, realizou-se a coleta das amostras,
pequenas deformações, porém, depois de um em seguida, procedeu-se aos ensaios de
certo nível de deformação, ocorre uma quebra laboratório e, com os resultados desses ensaios,
gradual da cimentação e a resistência por atrito foram feitas as análises do solo para conceber
torna-se predominante. as conclusões.
Em elevadas deformações, há uma O solo utilizado nos ensaios deste trabalho
destruição total da cimentação estrutural e a foi coletado do material de bota fora da obra de
resistência ao cisalhamento é de natureza uma academia localizada internamente ao
completamente friccional. Em geral, o campus da Universidade de Fortaleza (Figura
comportamento tensão-deformação de solos 1), na cidade de Fortaleza, estado do Ceará. O
cimentados pode ser descrito como inicialmente campus se localiza na Avenida Washington
rígido, aparentemente linear até um ponto de Soares, 1321.
plastificação bem definido, além do qual o solo
sofre aumento nas deformações plásticas até a
ruptura. Outra característica apresentada é a
marcante fragilidade na ruptura com a
formação de planos de ruptura. Tal fragilidade
aumenta com o acréscimo da quantidade de
cimento e diminui com o acréscimo da tensão
efetiva média (SCHNAID et al., 2001).
Ingles e Metcalf (1972) afirmam em seus
estudos que, com a hidratação do cimento, o
solo estabilizado torna-se mais resistente às
intempéries. Também salientam que esse efeito Figura 1 – Local de retirada da amostra.
é generalizado e proporcional à quantidade de
cimento utilizada. A adição de pequenos teores Realizou-se ensaios de granulometria, limite
de cimento, a partir de 2%, são suficientes para de liquidez, limite de plasticidade, densidade
alterar as propriedades do solo, enquanto real dos grãos e compactação e cisalhamento
grandes quantidades do aglomerante alteram direto.
radicalmente essas propriedades. Neste trabalho foram realizados ensaios de
Para Mâcedo (2004), a literatura tradicional cisalhamento direto em corpos de prova na
e a prática rodoviária definem o solo melhorado condição de saturação. As amostras de solo
ou modificado com cimento como aquele que foram moldadas em formas quadradas de 5 cm
utiliza teores de 2% a 4%. O solo-cimento de lado por 2 cm de altura.
apresenta percentual acima de 5%. Foram feitas as moldagens da amostra por
Kédzi (1979) e Oliveira (2016) observaram meio da compactação das misturas de solo,
que, em ensaios de compactação, a umidade cimento e água dentro do próprio molde e, após
ótima e o peso especifico seco máximo não a retirada da amostra de dentro do molde, a
variam muito com a adição de cimento, mesmo armazenagem dentro de recipientes de isopor
com a pequena quantidade de cimento para manter a umidade. Prosseguiu-se, depois
adicionada a mistura. de 2 dias de cura, à transferência de cada
Foppa (2005) detectou, em sua pesquisa, que amostra para a célula de cisalhamento, onde
o teor de umidade com o qual se obteve a houve o inundamento dos corpos de prova antes
máxima resistência era aproximadamente
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da aplicação das tensões normais, iniciado-se o Transportation Research Board (TRB), como
ensaio após a leitura dos sensores de um A-3.
deslocamento se estabilizarem. Foram No ensaio de densidade real dos grãos,
ensaiados cerca de 50 corpos de prova, dos obteve-se o resultado de 2,54 g/cm³.
quais foram selecionados as amostras que mais Prosseguiu-se ao ensaio de compactação
se aproximavam de um resultado para a determinação da umidade ótima e do
representativo, uma vez que algumas amostras peso específico máximo seco, cujo os valores
mostraram uma resistência muito abaixa das são, respectivamente, 6,5% e 1,98g/cm³. A
restantes, podendo ser devido a alguma falha no Figura 3 apresenta a curva de compactação
processo executivo do ensaio. obtida no ensaio.
Durante o ensaio de cisalhamento, a
velocidade de deformação foi controlada no
valor de 0,1 mm/min e as tensões normais
aplicadas foram de 50 kPa, 100 kPa, 200 kPa e
300kPa. Os valores considerados para a tensão
normal foram devido a capacidade do
equipamento.
A partir desses ensaios foram encontrados os
resultados apresentados no item a seguir. Dessa
forma, foi possível determinar o ângulo de
atrito e coesão de cada amostra, por meio da
Figura 3 – Gráfico do ensaio de compactação.
equação da reta de cada gráfico. Sendo a
equação reduzida de uma reta qualquer definida As Figuras de 4 a 9 apresentam os resultados
pela Equação 1: obtidos por meio do ensaio de cisalhamento
direto para as diferentes tensões aplicadas.
(1)
4 Resultados
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A Tabela 1 apresenta o resumo dos parâmetros
de resistência encontrados nos ensaios de
cisalhamento direto apresentados
anteriormente.
Figura 8 – Resultado do ensaio de cisalhamento direto na Figura 10 – Curvas tensão x deslocamento das amostras
amostra com acréscimo de 4% de cimento. submetidas a 50 kPa de tensão normal.
Figura 9 – Resultado do ensaio de cisalhamento direto na Figura 11 – Curvas tensão x deslocamento das amostras
amostra com acréscimo de 5% de cimento. submetidas a 100 kPa de tensão normal.
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influência da cimentação nos dois mecanismos
de resistência ao cisalhamento, principalmente
sobre a coesão, que apresentou maior variação
em função do grau de cimentação, assim como
Schnaid et al (2001), que havia mostrado em
seu trabalho que o acréscimo de coesão é
apenas função da cimentação, porém, não
havendo influência da cimentação sobre o
ângulo de atrito.
Conforme os gráficos de tensão x
Figura 12 – Curvas tensão x deslocamento das amostras deslocamento, pode-se notar que os efeitos da
submetidas a 200 kPa de tensão normal. cimentação a partir de 2% tornam-se notórios
com formação de picos. Ingles e Metcalf (1972)
também mostram em sua pesquisa que
acréscimo a partir de 2% são suficientes para
alterar as propriedades do solo.
Com a adição de cimento, as curvas foram
gradualmente sofrendo mudanças no formato
do traçado e atingindo maiores valores de
tensão de ruptura. Com relação a esse tipo de
comportamento de Schnaid et al (2001)
afirmam que o comportamento tensão-
deformação de solos cimentados pode ser
Figura 13 – Curvas tensão x deslocamento das amostras descrito como inicialmente rígido,
submetidas a 300 kPa de tensão normal. aparentemente linear até um ponto de
plastificação bem definido, além do qual o solo
Nota-se que as curvas tensão x deslocamento sofre aumento nas deformações plásticas até a
apresentam um pico conforme ocorre uma ruptura.
maior adição de cimento, já para as amostras de
0% e 1% de acréscimo de cimento, o
comportamento da ruptura não apresentam tais REFERÊNCIAS
picos, sendo estas mais semelhantes entre si.
Observa-se nas curvas correspondentes à BARATA, F. E. Propriedades Mecânicas dos Solos: uma
adição de 5% de cimento da Figura 12 e às introdução ao Projeto de Fundações. Rio de Janeiro:
adições de 2% e 3% da Figura 13 mudanças de Livros Técnicos e Científicos, 1984.
CAPUTO, Homero Pinto. Mecânica dos Solos e Suas
inclinação. Esse comportamento pode ser Aplicações. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e
devido às variações naturais do solo ou Científicos, 2015. 1.vol. 7. ed.
variações da homogeneização da amostra, CONSOLI, Nilo; ROSA, Daniela A.; CRUZ, Rodrigo C.;
ocasionando em regiões do corpo de prova onde DALLA ROSA, Amanda. Water Content and
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o efeito da cimentação foi mais efetiva.
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5 Conclusão estabilidade dos taludes. Curitiba: Editora da UFPR,
2009.
FOPPA, Diego. Análise de variáveis-chave no controle da
Os resultados dos ensaios de cisalhamento
resistência mecânica de solos artificialmente
direto mostram que o acréscimo de cimento cimentados. 2005. 146 f. Dissertação (Mestrado) -
proporcionou um aumento da coesão e do Curso de Engenharia Civil, Universidade Federal do
ângulo de atrito, que variaram de 16,16 a Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2005.
114,59 kPa e de 39,67° a 50,89°, GERSCOVICH, D. M. S. Estabilidade de taludes. São
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respectivamente. Tais resultados mostram a
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RESUMO: Este trabalho apresenta os resultados das análises dos deslocamentos horizontais de uma
estrutura de contenção ocorridos durante a execução de uma escavação instrumentada com
inclinômetros. A estrutura em balanço responsável por conter o solo é composta por estacas
secantes com perfis metálicos implantados nas estacas de fechamento. Foi utilizada também berma,
ou escavação, de alívio. A obra consiste na construção de uma edificação comercial com um nível
de subsolo com pé direito elevado. O estudo trata da avalição dos resultados obtidos com o
programa Plaxis 2D que utiliza o método dos elementos finitos para análise de problemas
geotécnicos. Os resultados foram comparados com os dados obtidos pela instrumentação, tendo sido
considerados satisfatórios para os deslocamentos observados na cortina em balanço. Constatou-se
que o modelo constitutivo Hardening-Soil forneceu resultados mais próximos aos medidos para a
escavação avaliada. Constatou-se, também, a redução dos deslocamentos horizontais em função da
presença da escavação de alívio.
As estacas formam uma estrutura rígida com contenção a ser executado, e como guia para
elevada resistência ao empuxo horizontal execução das estacas.
provocado pelo solo e pela água e, além disso, a A perfuração das estacas é feita por uma
cortina é praticamente impermeável. A cortina perfuratriz hidráulica semelhante ao empregado
de estacas pode ser construída em locais de na execução de estacas hélice contínua. Seu
dimensões reduzidas e junto à estruturas já diferencial é possuir um cabeçote de dupla
existentes. A técnica de perfuração para as rotação, capaz de girar a hélice em sentido
estacas secantes permite a construção das horário e o tubo de revestimento no sentido
paredes em condições de terreno difíceis, solos oposto. A ponta do tubo é confeccionada em
de alta resistência e variabilidade entre vídea (material utilizado na confecção de brocas
camadas. e equipamentos de corte), para permitir o
No presente trabalho será analisado, em recorte das peças de concreto.
termos de deslocamentos horizontais, o O bombeamento do concreto é feito
desempenho de um trecho de cortina de estacas simultaneamente à retirada do trado interno e,
secantes em balanço utilizada para contenção de assim, pode-se girar o tubo em sentido anti-
escavação em terreno predominantemente horário, favorecendo a retirada do material e
arenoso. O caso estudado trata-se da construção diminuindo o atrito deste com o solo. A saída
de subsolo de uma edificação no município do do concreto se dá por uma válvula existente na
Rio de Janeiro, no bairro Barra da Tijuca. lateral da ponteira da hélice.
Os deslocamentos horizontais obtidos na A perfuração das estacas secundárias
análise numérica, realizada com o programa (fechamento) sempre deve cortar as estacas
Plaxis 2D, serão comparados com os obtidos primárias de forma a eliminar falhas e garantir
por meio de instrumentação. Com o objetivo de estanqueidade da cortina. Para que a perfuratriz
reproduzir o comportamento dos materiais consiga fazer esse corte lateral, é necessário que
geotécnicos que compõem o subsolo, serão as estacas sejam executadas com concreto com
utilizados dois modelos constitutivos, Mohr- slump alto (28 ± 2 cm), com características
Coulomb e Hardening-Soil. especiais de plasticidade e trabalhabilidade.
Geralmente as estacas primárias possuem
armação somente para fissuração, sendo
2 MÉTODO EXECUTIVO – CORTINA preenchidas com concreto ou argamassa,
DE ESTACA SECANTE enquanto as secundárias devem receber a
armação principal necessária para suportar a
O método para execução das estacas secantes é solicitação de empuxos. As estacas receberão a
uma derivação da técnica de construção das armação após o término do processo de
estacas de hélice contínua que são usadas desde concretagem, e como a cortina será solicitada à
1990. Utiliza-se o mesmo equipamento para esforços de flexão, devem ser providas de
perfuração, porém adaptado com novos armação capaz de combater os momentos
acessórios. O procedimento executivo apresenta fletores atuantes. A armação pode ser composta
cinco fases distintas: construção da mureta guia, por barras verticais e estribos soldados (Gaiola)
perfuração das estacas primárias, concretagem, ou pelo emprego de perfis laminados de aço.
perfuração das estacas secundárias (ou de Por fim, para completar a construção da
fechamento), lançamento da armadura ou perfil cortina de estacas secantes, a execução das
metálico. estacas primárias e secundárias é repetida
A execução da mureta guia consiste na alternadamente até que se complete todo o
escavação de uma vala, onde são posicionadas perímetro da escavação. A Figura 1 apresenta
as fôrmas de polietileno (isopor) que receberão sequência executiva recomendada para a
o concreto. Elas servem para delinear o muro de realização da cortina.
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(5)
onde: E é a energia real aplicada ao amostrador,
correspondente a NSPT;
E60 é a energia corresponde a 60% da Para o modelo Hardening-Soil, são
energia potencial teórica. necessários 3 diferentes módulos de
elasticidade, E50, Eoed e Eur, tendo sido definidos
Sendo C a relação da energia aplicada e a a partir das seguintes relações: e
energia internacionalmente admitida de 60% da . Já para o modelo Mohr-Coulomb é
energia teórica de queda (equação 2), têm-se os utilizado apenas o modulo de elasticidade E =
seguintes valores sugeridos para a correção do E50.
número de golpes (Tabela 2). Para o ângulo de atrito efetivo, a
correlação para areias, equação (6), foi obtida
(2) de KULHAWY & MAYNE (1990).
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(7)
(8)
(9)
Figura 4. Perfil estratigráfico utilizado (ZUCCHI, 2018). onde: é igual a 1 para granito e gnaisse;
é a resistência característica à
4.4 Parâmetros estruturais da cortina
compressão do concreto;
Figura 5. Detalhamento das estacas secantes, (Sigma 1 As análises numéricas consideraram o subsolo
Consultoria & Projetos).
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Além dos deslocamentos, os momentos Tabela 10. Análise de sensibilidade – Escavação de alívio
fletores da cortina também foram previstos Com Sem
Aumento
escavação escavação
numericamente (ZUCCHI, 2018). Para as (%)
de alívio de alívio
diversas fases analisadas o programa Plaxis
possibilita a obtenção de perfis de momentos Deslocamento -22 -34 54
máximo
fletores. Os resultados obtidos foram
Momento -52 -75 43
compatíveis com o esperado para a escavação Fletor máximo
em balanço, como ilustrado pela figura 8.
É notória a influência da escavação de
alívio nos resultados tanto em termos de
momento fletor atuante quanto em termos de
deslocamentos horizontais obtidos. Sem a
realização da escavação, a cortina teria um
deslocamento horizontal máximo 54 % superior
e um aumento no momento fletor máximo
atuante em 43%.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
RESUMO: O estudo teve por objetivo avaliar a influência a curto prazo da cal nas propriedades e
comportamento de um solo tropical profundamente intemperizado. A natureza da influência a curto
prazo geralmente tende a ser distinta daquela que ocorre alongo prazo tendo em vista que a curto
prazo ocorrem apenas trocas iônicas e reações de carbonatação. Geralmente se avalia o
comportamento a longo prazo, ou seja, para um período de cura de no mínimo 14 a 28 dias. Foram
usados no estudo dois tipos de cal, uma CH-I e outra CH-III em teores 4%, 6% e 10%. Os ensaios
foram realizados após 24 horas de repouso. Foram realizados os seguintes ensaios: análise
granulométrica, limites de Atterberg, raios X, compactação e mini-CBR. Os resultados obtidos
mostram que tanto as propriedades como o comportamento do solo a curto prazo são afetados pela
adição de cal.
1 INTRODUÇÃO
2 MELHORIA DE SOLOS COM CAL
A cal é um aditivo usado na estabilização de
solos desde tempos antigos. A melhoria do Existe mais de um critério para a determinação
comportamento do solo depende não só das do teor ótimo de cal a ser usado na estabilização
propriedades e características do solo como de um solo (Oliveira, 2010; Basso et al. 2005).
também das especificidades da cal. Geralmente No presente estudo optou-se por considerar o
a cal, a depender do tipo de solo, contribui para método bazeado na variação do pH com o teor
a melhoria do comportamento mecânico dos de cal, por ser um método simples e de rápida
solos (Rezende, 2003; Pessoa, 2004; Önal, 2015; avaliação.
Leite et al. 2016). Essa melhoria pode ocorrer em A eficiência da cal na melhoria do
consequencia de trocas iônicas e/ou da formação comportamento mecânico do solo depende
de ligações cimentícias entre os grãos. A cal muito da composição químico-mineralógica do
quase sempre contribui ainda para a melhoria da solo e das propriedades da cal.
trabalhabilidade do solo. Com relação ao tempo de cura, Amadi &
Ambos, a melhoria da trabalhabilidade e o Okeiyi, (2017) consideraram o aporte da cal na
ganho de resistência potencializa seu uso em melhoria de um solo argiloso e avaliaram dois
construções rodoviárias. tipos de cal, cal virgem e cal hidratada. Eles
O objetivo desse estudo é analisar a influência identificaram uma mudança de tendência na
da cal a curto prazo nas propriedades e no resistência à compressão simples das misturas
comportamento de um solo laterítico fino. solo-cal hidratada quando adicionados 7,5 e 10%
em peso (curva). Esta variação no
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3 MATERIAIS UTILIZADOS
3.2 Cales
O solo foi coletado entre 2 e 3 metros de
profundidade no Campo Experimental do As cales utilizadas foram do tipo hidratada
dolomítica enquadradas nas categorias CH-I
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(Figura 3) e CH-III, sendo a marca da cal CH-I Tabela 1. Variação textural do solo estudado (NBR6502).
MASSICAL e da CH-III SUPERCAL. areia areia areia
silte argilas
% grosa média fina
0,06 -
2-0,6 0,6 - 0,2 0,2 - 0,06
0,002
<0,002
-Solo com
defloculante 1,30 18,07 31,40 24,27 24,96
-Solo sem
defloculante 0,83 46,45 34,48 14,42 3,78
70,0
análise granulométrica realizada sem o uso de
60,0
50,0
defloculante o solo classifica-se como SC
40,0 segundo o SUCS e como A-2-6 segundo o
30,0 sistema de classificassão TRB.
20,0
Segundo a metodologia MCT utilizando a
10,0
0,0 norma DNER-CLA 259/96 o solo estudado se
0,001 0,010 0,100 1,000 10,000 100,000 classifica como uma areia argilosa laterítica
Diâmetro das partículas (mm)
(LA’) o que corresponde a classificação SUCS
Figura 4. Curvas granulométrias do solo puro. sem uso de defloculante na análise
Nota-se que para o solo com uso de granulométrica. Na Tabela 2 é apresentado o
defloculante aproximadamente 50% passa na resumo da caracterização do solo estudado sem
peneira #200. Já sem o uso de defloculante esse o uso de defloculante nas análises
percentual cai para 23% fazendo com que o solo granulométricas.
seja classificado como areno-siltoso devido a sua
Tabela 2. Resumo da caracterização do solo.
formação agregada. Material Solo
Na Tabela 1 são apresentados os teores das Classificação MCT LA'
diferentes frações granulométricas obtidas com e Classificação SUCS (SD) SC
sem o uso de defloculante segundo os limites Classificação TRB (SD) A-2-6
Gs 2,69
estabelecidos na NBR 6502/95. Esses resultados
wl 35
mostram que a granulometria obtida sem o uso wp 23
de defloculante reflete melhor o comportamento IP 12
dos solos lateríticos. SD= sem defloculante
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% que passa
50,0
40,0
30,0
Gs CBR
20,0
10,0
0,0
0,001 0,010 0,100 1,000 10,000
Diâmetro das partículas (mm)
Wl-Wp Tração
Figura 9. Curvas granulométricas solo-cal CH-I.
100,0
12,6
90,0
12,4 80,0
12,2 70,0
60,0
% que passa
12,0
0% 2% 4% 6% 8% 10% 12% 50,0
40,0
Teor de Cal (%)
30,0
Figura 8. Influência da cal no pH do solo. 20,0
10,0
Destaca-se, que considerando-se o fato de que 0,0
o PCZ do solo é igual a 6,9, tem-se para ambas 0,001 0,010 0,100 1,000 10,000
Diâmetro das partículas (mm)
as cales que mesmo o acréscimo de 2% de cal é
susceptível de propiciar a desagregação do solo Figura 10. Curvas granulométricas solo-cal CH-III.
(Figura 8). A influência da cal é compatível com a análise
As Figura 9 e Figura 10 apresentam as curvas realizada em relação ao ponto de carga zero do
granulométricas do solo puro (1) com e sem o solo, ou seja, como a adição da cal eleva o pH
uso de defloculante e das misturas solo-cal para passando pelo ponto de carga zero já era
os três teores de cal analisados usando-se esperada certa desagregação do solo com a
respectivamente os dois tipos de cal hidratada adição da cal.
(CH-I e CH-III). A Tabela 4 apresenta a classificação dos solos
a partir das misturas solo-cal comparados ao solo
puro, verífica-se a predominância de siltes e
areias finas.
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(%)
Solo com
def 1,30 18,07 31,40 24,27 24,96
Solo sem 10
def 0,83 46,45 34,48 14,42 3,78
S-4%CH-I 1,36 28,13 41,13 29,38 0,00 0
0 2 4 6 8 10
S-6%CH-I 1,09 30,02 39,31 29,58 0,00 Teor de Cal (%)
S- Wl - CH-I Wp-CH-I IP CH-I
1,37 33,44 39,03 26,17 0,00
10%CH-I Wl - CH-III Wp - CH-III IP CH-III
S-4%CH-
III
1,20 33,63 37,63 27,54 0,00 Figura 12. Influência das cales nos limites de
S-6%CH- consistência.
1,93 34,41 37,36 26,29 0,00
III
S- Verifica-se que o wl praticamente não é
10%CH- 0,86 30,53 33,02 35,59 0,00
III afetado pela adição de qualquer das cales, no
entanto, o wp aumenta para o teor de cal 4% e
A Figura 11 apresenta a variação da depois se mantem praticamente constante para os
densidade real dos grãos (Gs) do solo sob dois tipo de cal. As variações registradas para o
influência da cal. Verifica-se que o Gs do solo IP diminuindo de 12% para 7% na cal CH-I e 5%
diminui com o incremento do teor de cal, mas na cal CH-III são condizentes com os
existe um ponto (6%) em que essa variação muda comportamentos verificados quanto ao wl e ao
de sentido incrementando o valor do Gs (10%) wp. Esses resultados mostram que o ponto de
sem que, no entanto, atinja o valor registado para inflexão registrado para aproximadamente 4%
o solo puro. As tendências são semelhantes para de cal no gráfico que relaciona o pH das misturas
os dois tipos de cal. solo-cal com os teores de cales é definidor da
interferência da cal cal na plasticidade do solo
estudado.
2,70 Gs Realizadas as análises de DRX para as
2,65 misturas solo-cal verifica-se na Tabela 5 que
2,60 formou-se a gipsita, sulfato de cálcio hidratado,
2,55 cuja cela unitária apresenta a composição:
Ca(SO4) • 2H2O. Este sulfato de cálcio hidratado
Gs
2,50
2,45 geralmente apresenta aspecto lamelar e
2,40 característica aglutinante, o que pode ter
2,35 contribuído para a agregação da fração argila não
0% 2% 4% 6% 8% 10% 12% agregada presente no solo em estado puro. Sua
% Cal densidade, 2,32 g/cm3, é próxima à da gibbsita
Solo-Cal CH-I Solo-Cal-CH-III
que varia entre 2,3 e 2,4. Nessa Tabela: Q =
Figura 11. Influência da cal no Gs do solo. Quartzo, K = Caulinita, G = Gibbsita, H =
O tipo de cal também influência nesta Hesmectita, R = Rutilo, A = Anastácio,
variação, sendo que a cal tipo III apresenta Go=Goethita, V = Vermiculita como
valores um pouco menores de Gs a partir de 6% componentes predominantes do solo e Ca =
de cal. Calcita, P = Portlandita, Ar = Aragonita e Ah =
Na Figura 12 apresenta-se a influência da cal Anhidrito como minerais principais da cal (I e
nos limites de consistência. III); e a Gi = Gipsita, mineral novo nas misturas
solo – cal.
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Solo Puro CH - I - 4% CH - I - 6%
CH - I -10% CH - III - 4% CH - III - 6%
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
CH - III - 10%
22
suficiente para determinar o teor de cal ótimo em
misturas solo-cal para solos lateríticos como o
17
estudado como estabelece a norma ASTM
12
D6279 mencionada no manual de dosagem e
7 procedimentos de ensaios para misturas solo-cal
2 da National Lime Association, (2006) que indica
13 13,5 14 14,5 15 15,5 16
um pH 12,4 como valor que determina o teor
Peso específico aparente seco (kN/m3) ótimo de cal. Cabe destacar que essa análise se
Figura 14. Influência da cal no mini-CBR do solo. fundamenta no comportamento a curto prazo
sendo necessário que se avalie também o
Ao se observar a Figura 15 que relaciona o
comportamento a longo prazo antes de uma
mini-CBR com o teor de umidade de
conclusão definitiva;
compactação, verifica-se certa tendência ao
- Realizadas as análises de granulometria
comportamento das misturas solo-cal
verifica-se que a cal gerou no solo estudado certa
melhorarem no ramo seco com o aumento do
desagregação na fração silte e areia apontando
teor de cal sendo aparentemente melhor para a
como relevante a consideração do PCZ nas
cal CH-I. No ramo úmido os resultados tendem
análises de estabilização dos solos lateríticos
a se sobreporem. Comparando-se os gráficos
com cal;
obtidos para as misturas solo-cal em função do
- Dos resultados obtidos a partir da
teor de umidade de compactação com os
determinação do Gs das misturas e comparados
resultados obtidos para o solo puro verifica-se
ao do solo verificou-se uma diminuição que
que a cal promove um deslocamento das curvas
depende do tipo de cal sendo maior para o tipo
para a direita e só atinge o valor máximo de mini-
III, no entanto essa variação não mostrou-se
CBR obtido para o solo puro para misturas com
dependente do teor de cal;
6% (cal CH-I) e 10% (CHI e CH-III) de cal.
- Com relação aos limites de Atterberg
Solo Puro CH - I - 4% CH - I - 6% verificou-se que para o solo estudado as cales
CH - I -10% CH - III - 4% CH - III - 6% influenciaram apenas o limite de plasticidade
CH - III - 10%
intervindo por consequência no índice de
42 plasticidade;
37
- Dos resultados de DRX evidenciou-se a
formação de novos minerais contribuintes tanto
32
na determinação do tempo de cura (Portlandita)
27 quando no tempo de pega (Gypsita),
mini - CBR
RESUMO:A falta de recursos naturais na pavimentação remete a estudos que buscam alternativas
viáveis no quesito ambiental, econômico e estrutural. O objetivos desse trabalho é estudar a
capacidade de carga e distribuição de tensão da camada solo-cimento com a utilização do pó de
pedra. Neste artigo é avaliado o comportamento carga vs. recalque de uma camada de 30 cm de
solo-cimento e pó de pedra. Para tanto, foram realizados ensaios de prova de carga em placa de
diâmetro de 33 cm, além ensaios em laboratório, além de apresentar análise das tensões por meio do
software ELSYM5. O resultado referente a prova de carga sobre a camada estudada demonstrou
capacidade de suporte adequada alcançando carga de ruptura de 1,76 MPa, as análises numérica
mostrou-se compatível com observado em campo. Conclui-se que o resíduo da atividade de
mineração tem potencial de incorporação em camada de sub-base de pavimentos rodoviários.
3.1.Solo
Tabela 6. Imagens da tensão σx, σz e τxz Tabela 7. Imagens da tensão σx, σz e τxz
máximo por meio do máximo por meio do
ELSYM5 ELSYM5
Carga 25 kN Carga 50 kN
σx σx
Distäncia do Centro (m) Distäncia do Centro (m)
0.0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7
0.0 0.0
-0.1 -0.1
-0.2 -0.2
Profundidade (m)
Profundidade (m)
-0.3 -0.3
180 kPa 600 kPa
-0.4 -0.4
-0.6 -0.6
20 kPa
-400 kPa
-0.7 -0.7
σz σz
Distäncia do Centro (m) Distäncia do Centro (m)
0.0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7
0.0 0.0
-0.1 -0.1
-0.2 -0.2
Profundidade (m)
Profundidade (m)
-0.3 -0.3
500 kPa
-0.4 200 kPa -0.4
-0.6 -0.6
40 kPa 100 kPa
-0.7 -0.7
τxz τxz
Distäncia do Centro (m) Distäncia do Centro (m)
0.0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7
0.0 0.0
-0.1 -0.1
-0.2 -0.2
Profundidade (m)
Profundidade (m)
-0.3 -0.3
-10 kPa
-0.4 -0.4 -40 kPa
-0.6 -0.6
-130 kPa
-280 kPa
-0.7 -0.7
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2010, 11p.
Willian Fakhouri
Unoeste, Presidente Prudente, Brasil, willianfakhouri@hotmail.com
pode-se estabelecer uma relação. A NBR 11804 respectivas umidades ótimas obtidas
(1991) determina que sub-bases e bases anteriormente.
estabilizadas granulometricamente devem A primeira etapa de moldagem e
apresentar abrasão “Los Angeles” de no compactação dos corpos-de-prova foi realizada
máximo 55%. Com base na norma de de acordo com a umidade ótima obtida no
referência, é possível afirmar que o agregado ensaio de compactação. Em seguida
reciclado deste trabalho apresentou valor de procederam-se com as duas etapas posteriores:
abrasão “Los Angeles” satisfatório. No entanto, ensaio de expansibilidade e de penetração.
assim como há variação nas características Os corpos-de-prova apresentaram expansão
físicas verificadas anteriormente, também há praticamente nula, ficando bem abaixo dos
variação na resistência à abrasão, que depende limites para base, sub-base e reforço do
da composição, porosidade e forma dos grãos subleito, especificados pela NBR 15115 (2004)
da amostra, tornando-se difícil estipular um e pela PMSP/SP ETS-001 (2003). Em relação
valor limite de desgaste para este tipo de ao ensaio de penetração, os resultados são
material. apresentados na Tabela 5.
A pode ser aplicada em reforço de subleito (ISC elas está a composição do material, que
≥ 12%) e em sub-base (ISC ≥ 20%). Já as geralmente apresenta grande heterogeneidade,
amostras B e C apresentaram ISC bem superior, sendo um aspecto que dificulta a repetição dos
podendo ser aplicadas nas camadas de reforço resultados. Juntando-se a este fator está a
de subleito e sub-base, além de poder ser aplicação de impacto e vibração ao material.
empregada em base de pavimentos com baixo Procedimentos como peneiramento e
volume de tráfego, pois possuem ISC ≥ 60%. principalmente como a compactação podem
A partir dos resultados, pode-se observar o causar alteração na forma e granulometria e,
ganho de resistência que o acréscimo de consequentemente, na capacidade de absorção,
agregado reciclado propicia ao corpo-de-prova. resistência à abrasão e no comportamento
Essa diferença é evidente comparando-se as mecânico. Assim, o material que atende os
amostras que possuem determinada quantidade requisitos, após esses processos pode passar a
de solo em sua mistura (A e B). O aumento da não atender mais, ou vice-versa.
quantidade de agregados na mistura B, Na verificação do comportamento mecânico
acarretou em um grande ganho de suporte em pelo ensaio de Índice de Suporte Califórnia, foi
relação à mistura A, comprovando o bom utilizada a umidade ótima determinada pela
comportamento mecânico desse tipo de energia normal de compactação, para submeter
material. No entanto, a amostra C, que é o agregado reciclado a uma condição de
totalmente composta por RCD, apresentou bom umidade mais elevada. A partir da determinação
valor de ISC, porém, abaixo da mistura B, que da umidade ótima dos três tipos de amostras por
possui apenas 75% de RCD. Esse decréscimo meio do ensaio de compactação, foi realizado o
na resistência pode ser explicado pela ausência ensaio de ISC com energia intermediária. Em
de solo na mistura, pois sendo miúdo, este termos de expansibilidade, os valores obtidos
consegue proporcionar melhor coesão e foram praticamente nulos, atendendo a restrição
travamento aos grãos. Apesar da amostra C da norma e da especificação. Já no ensaio de
apresentar boa quantidade de finos provenientes penetração foram obtidos ISC médio de 21%,
dos RCD, o comportamento destes é distinto do 95% e 76%, para as amostras A, B e C,
solo, podendo ter influenciado no resultado respectivamente. De acordo com a NBR 15115
final. (2004) e com a PMSP/SP ETS-001 (2003), a
amostra A possui condição de ser utilizada em
4 CONCLUSÃO sub-base e reforço do subleito, enquanto as
amostras B e C apresentaram bom
São realizadas conclusões a partir dos comportamento, podendo ser empregadas em
resultados dos ensaios de caracterização física e base de vias de tráfego com número equivalente
comportamento mecânico dos agregados de operações do eixo padrão menor ou igual a
reciclados de RCD, buscando avaliar a 106 durante o período de projeto, ou seja, o
aplicabilidade desses agregados como material comportamento mecânico foi bastante
de pavimentação com base nos requisitos satisfatório mesmo com a utilização de um teor
estabelecidos pela norma NBR 15115 (2004) e de umidade um pouco elevado.
pela especificação técnica PMSP/SP ETS-001 Com os resultados de ISC é possível
(2003). verificar o ganho de resistência que o acréscimo
A partir de toda a análise física realizada, de agregado reciclado proporciona, evidente nas
pode-se concluir que o agregado reciclado amostras que possuem solo na sua mistura (A e
apresenta boas características para aplicação em B). Em relação à amostra C, observou-se uma
camadas de pavimentação. Contudo, como já diminuição no suporte comparando com a
mencionado, deve-se atentar para alguns fatores amostra B, que possui 25% a menos de RCD.
que influenciam nessas características. Dentre Essa diminuição pode ser explicada pela falta
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de solo, que como já mencionado, tem 15116: Agregados reciclados de resíduos sólidos da
importância na diminuição do volume de construção civil - Utilização em pavimentação e
preparo de concreto sem função estrutural –
vazios, aumentando o travamento entre os Requisitos. Rio de Janeiro.
grãos, a coesão e a massa específica. Apesar da Associação Brasileira de Normas Técnicas. (2005), NBR
amostra C possuir praticamente 50% de 7809: Agregados graúdos – Determinação do índice
agregado miúdo (menor que 4,76 mm), que de forma pelo método do paquímetro - Método de
também ajuda na coesão, este não possui o ensaio. Rio de Janeiro.
Associação Brasileira de Normas Técnicas, (2001). NBR
mesmo comportamento apresentado pelo solo NM 51: Agregado graúdo – Ensaio de abrasão “Los
laterítico. Angeles”. Rio de Janeiro.
Pode-se concluir que o agregado reciclado de Brasil. Ministério do Meio Ambiente/Conselho Nacional
RCD possui grande potencial de aplicabilidade do Meio Ambiente (CONAMA). Resolução n° 307,
na execução de bases, sub-bases e reforços do de 5 de julho de 2002. Estabelece diretrizes, critérios
e procedimentos para a gestão dos resíduos da
subleito de pavimentos, em substituição aos construção civil. Diário Oficial da União, Brasília/DF,
materiais convencionais. Essa alternativa é 17 jul. de 2002. Disponível em:
bastante interessante por uma série de fatores. A <http://www.mma.gov.br/port/conama/legiabre.cfm?c
reciclagem e reaproveitamento dos resíduos de odlegi=307>. Acesso em: 20 mai. 2016.
Departamento Nacional de Estradas e Rodagem, (1994),
construção e demolição, em decorrência de um
DNER-ME 049/94: Solo – determinação do índice de
gerenciamento adequado, resultam na suporte Califórnia utilizando amostras não
diminuição da disposição irregular, da extração trabalhadas. Rio de Janeiro.
de recursos naturais e dos impactos ambientais, Departamento Nacional de Estradas e Rodagem, (1998),
além disso, reduz gastos da gestão pública, DNER-ME 081/98: Agregados – Determinação da
absorção e da densidade de agregado graúdo. Rio de
podendo gerar renda para outros setores. Um
Janeiro.
melhor controle da composição do material para Leite, F. C., (2007), Comportamento Mecânico de
diminuição da variabilidade das características Agregado Reciclado de Resíduo Sólido da
físicas, assim como uma execução adequada, Construção Civil em Camadas de Base e Sub-base de
pode resultar em um pavimento com bom Pavimentos. Dissertação (Mestrado) – Escola
Politécnica, Universidade de São Paulo, 216 p.
desempenho.
Prefeitura do Município de São Paulo. PMSP/SP ETS-
001: Camadas de reforço do subleito, sub-base e base
AGRADECIMENTOS mista de pavimento com agregado reciclado de
resíduos sólidos da construção civil. Disponível em:
Agradencimentos aos técnicos da UNOESTE <http://ww2.prefeitura.sp.gov.br//arquivos/secretarias/
infraestruturaurbana/normas_tecnicas_de_pavimentac
pelo auxílio na execução dos ensaios e a ao/pmspets0012003.pdf>. Acesso em 26 de jul. 2016.
UNESP – Presidente Prudente, por proporcionar
a trituração do resíduo no triturador mecânico
localizado no Núcleo Morumbi.
REFERÊNCIAS
RESUMO: Os solos são materiais complexos, onde muitas vezes, não apresentam as condições
solicitadas em projeto para sua utilização em obra. Um dos métodos recomendado para melhorar o
solo existente é a inclusão de um material adicional. O presente trabalho teve como objetivo estudar
o comportamento mecânico do compósito areia-fibra através da inserção de fibra natural de sisal em
uma matriz arenosa, com teores de fibra distintos, onde as fibras foram distribuídas na forma
aleatória na massa de solo. A etapa experimental foi realizada a partir de ensaios de cisalhamento
direto, em amostras de dimensão 300 mm x 300 mm e 200 mm de altura. As fibras de sisal tiveram
25 mm de comprimento, nos teores de 0,5% e 0,75%, em relação ao peso seco do solo, e o solo com
uma densidade relativa de 50% com um teor de umidade de 10%. Os resultados se mostraram
satisfatórios, com valores de resistências superiores na inclusão de fibras naturais de sisal como
reforço de solos.
resultados como reforço de solo, porém como com fibras depende das características das
desvantagens estão sujeitas à degradação fibras (resistência à tração, módulo de
biológica, seu uso é uma forma de reciclagem elasticidade, comprimento, teor e rugosidade),
para contribuir com a preservação do meio do solo (tamanho, forma e granulometria das
ambiente. partículas, índice de vazios, etc.), da tensão de
A ideia principal do reforço de solo é obter confinamento e do modo de carregamento.
uma melhoria nos parâmetros de resistência do Assim, existem vários tipos de fibras para
solo. De acordo com Michell e Villet (1987), o reforços de solo, cada uma com características
conceito de solo reforçado foi desenvolvido na de comportamento distintas, isto é, propriedades
década de 60, pelo engenheiro francês Henri físicas e mecânicas diferentes. Fazendo-se
Vidal, que patenteou uma de suas descobertas, a necessário o entendimento dos mecanismos de
“Terra Armada”, onde provou que introduzindo interação matriz-reforço e suas parcelas de
um elemento de reforço na matriz do solo, a contribuição no comportamento do material
resistência ao cisalhamento do solo melhoraria. compósito para a definição do melhor tipo de
Atualmente observa-se um crescente reforço (fibra) a ser utilizado.
interesse no uso de novos materiais como O desenvolvimento de materiais compósitos
reforço de solo. Sendo as fibras vegetais boas reforçados por fibras de origem vegetal é em
opções, devido seu baixo custo e grande grande parte motivado por uma maior
disponibilidade. consciência ambiental, devido aos problemas de
Diversos autores relataram em seus trabalhos eliminação de resíduos e o esgotamento dos
algumas mudanças que ocorrem no recursos petroquímicos (Dittenber e Gangarao,
comportamento mecânico dos solos reforçados 2012). Em boa parte dos casos de reforço com
com fibras. Estas mudanças são relacionadas à fibras vegetais, o maior benefício obtido por
compactação, resistência ao cisalhamento, reforçar matrizes frágeis é a melhoria do
deformabilidade, modo de ruptura, variação comportamento pós-fissuração da matriz.
volumétrica, rigidez inicial e condutividade Segundo Izquierdo (2011), o Brasil é o maior
hidráulica. produtor de sisal do mundo, onde o estado da
A técnica de reforçar solos com fibras está Bahia é responsável por 80% da produção da
estabelecida na tecnologia dos materiais fibra nacional. Algumas vantagens apresentadas
compósitos, sendo este uma combinação de dois pela fibra de sisal são: facilidade de cultivo,
ou mais materiais que tenham propriedades que material biodegradável proveniente de fonte
os materiais componentes não possuem por si renovável, boas propriedades como isolante
próprios. Sendo assim, estes são formados por térmico, acústico alta tenacidade, resistência à
uma matriz (solo, concreto, argamassa) e pelo abrasão e baixo custo, por esses motivos a fibra
elemento de reforço (fibras, aço e outros). de sisal é uma das fibras naturais mais
As melhorias das propriedades mecânicas de estudadas no país.
um material, criando assim um novo material, Vários trabalhos nos últimos anos foram
denominado compósito, podem ocorrer tanto desenvolvidos utilizando a fibra de sisal como
por processos físicos e/ou químicos. Quando se reforço de solo. Leocádio (2005) estudou o
aborda o tema melhoria de solos, normalmente comportamento de um solo laterítico reforçado
estando associado a processos químicos de com fibras de sisal através dos ensaios de
estabilização, enquanto que o termo reforço de compactação, Índice de Suporte Califórnia
solos está associado a processos físicos, como (CBR) e cisalhamento direto. Verificando um
por exemplo, a inserção de fibras na matriz do aumento na capacidade de suporte com a
solo. inclusão das fibras, variando teor e
O melhoramento ou alteração das comprimento.
propriedades mecânicas dos solos reforçados
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227,8 - 1002,3 10,9 - 26,7 2,8 - 4,2 Tolêdo Fillho, 1997 2.2 Ensaios de Cisalhamento Direto
340 12 3,3 Santiago, 2011
484 19,5 3,3 Fidelis, 2014
O equipamento de cisalhamento direto de
médias dimensões (Figura 4) utilizado na
2.1.3 Preparação da amostra pesquisa foi desenvolvido por Palmeira (1998)
até adaptação feita por Sánchez et al. (2016) no
Foram executados ensaios com matrizes de Laboratório de Geotecnia da na Universidade de
areia com 0.0, 0.5 e 0.75 % de adição de fibras Brasília – UnB.
de sisal de 25 mm de comprimento (Figura 3) e
variação da tensão efetiva média inicial (25, 50
e 100 kPa). As fibras foram distribuídas de
forma aleatória na massa de solo. A Tabela 4
resume as variáveis investigadas
3 RESULTADOS E ANÁLISES
Figura 7. Curvas tensão cisalhante x deformação
As Figuras 5, 6 e 7 apresentam as curvas de horizontal para areia pura e compósito areia-fibra nos
tensão de cisalhamento x deslocamento teores 0,5 e 0,75% para tensão de 100 kPa.
horizontal, para todas as tensões confinantes
(25, 50 ou 100 kPa). As fibras de sisal foram
cortadas no comprimento de 25 mm, variando
os teores em 0.0, 0.5 e 0.75% de fibra, que
foram dispostas de forma aleatória na massa de
solo. A Figura 8 mostra os resultados de todos
os ensaios.
compósito areia-fibra com teor de 0,5% de sisal; resistência para todas as tensões aplicadas. Para
ângulo de atrito de 37° e coesão aparente de 19 os teores de fibras avaliados, quanto maior o
para o compósito areia-fibra com teor de 0,75% teor e a carga aplicada, maior foi o acréscimo de
de sisal, conforme a Tabela 5. resistência mecânica.
A adição de fibra permite alcançar tensões
tangenciais maiores. Para o deslocamento
máximo atingido (40 mm) a adição de fibras
gerou um acréscimo de tensão cisalhante de 6 a
12 kPa para a tensão normal de 25 kPa, de 14 a
20 kPa para a tensão normal de 50 kPa e de 20 a
26 kPa para a tensão normal de 100 kPa. Com
mobilização de resistência maior para um
deslocamento cisalhante menor na adição de
0,75% quando comparado com as curvas para
adição de 0,5%.
As envoltórias de Mohr - Coulomb se
ajustaram bem aos resultados dos ensaios, com
Figura 9. Envoltórias de resistência. valores de coesão maiores com a adição de
fibras. Propiciando também maiores ângulos de
Tabela 5. Resumo dos ensaios de cisalhamento direto. atrito tangente da envoltória para o
Tensões φ’ (ᵒ) Coesão Aparente
Amostra
aplicadas (σ’₃) (kPa)
deslocamento máximo (40 mm), com valores
Areia Pura 25, 50 e 100 29 11 próximos para os dois teores considerados.
Areia - Sisal (0,5%) 25, 50 e 100 35 17 Entretanto, deve-se notar que as amostras
Areia - Sisal (0,75%) 25, 50 e 100 37 19
ensaiadas apresentaram baixa compacidade, o
que pode explicar a proximidade de valores de
ângulo de atrito, de apenas 2º.
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O aumento no ângulo de atrito e no
intercepto coesivo é efeito da adição de fibras
O presente trabalho apresentou a análise do
de sisal na matriz de areia gerando um efeito de
comportamento mecânico de uma areia
ancoragem no compósito areia fibra.
reforçada com fibra natural de sisal através de
Os resultados se mostraram satisfatórios para
ensaios de cisalhamento direto em verdadeira
a inclusão de fibras naturais de sisal como
grandeza. A partir dos ensaios de cisalhamento
reforço de solos, com potencial aplicação em
direto de médias dimensões executados em solo
aterros sobre solos moles, taludes e fundações
arenoso e misturas solofibra de sisal com 25
superficiais, dando um fim mais nobre a este
mm de comprimento, nos teores de 0, 0.5 e
material no âmbito técnico, atendendo também
0.75% e com disposição das fibras de forma
a aspectos econômicos, sociais e ambientais.
aleatória na massa de solo, foram estabelecidas
algumas conclusões relatadas a seguir:
A adição da fibra de sisal, como reforço de
AGRADECIMENTOS
solo, independente dos teores estudados,
resultou num aumento do ângulo de atrito e do Os autores agradecem a Coordenação de
intercepto coesivo do material, como resultado Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
foi observado também um aumento na (CAPES) pelo apoio a pesquisa da mestranda
resistência do material. em primeiro autor e ao Laboratório de
A adição de fibras de sisal com 25 mm de Geotecnia da Universidade de Brasília (UnB)
comprimento e no teor de 0.75% na matriz em Brasília-DF pelo apoio físico e técnico para
arenosa resultou nos maiores valores de realização das pesquisas.
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Energia modificada
GC Penetração
γd (g/cm³) w (%)
(%) (mm)
1,39 18,29 95,98 3,78
1,44 24,27 99,49 3,22
1,48 30,11 102,02 3,67
1,35 37,67 92,85 9,67
1,43 31,26 98,70 3,78
1,46 40,21 100,84 3,22
1,42 43,95 97,62 3,67
1,33 46,66 91,39 9,67
Figura 5. Massa Específica Seca x Grau de Compactação
1,43 25,15 98,45 2,89
Na sequência, foi possível relacionar o 1,41 28,67 96,99 5,11
Grau de Compactação (%) para cada ensaio de γdmáx (g/cm³) wótimo (%)
1,44 30
Proctor realizado e sua relação com a
penetração média (mm/golpe) realizada pelo
Já na Figura 6, é possível verificar a
CPD, para os 9 últimos golpes do corpo de
penetração média obtida relacionada com a
prova, como apresenta a Tabela 2. O índice foi
massa específica seca obtida para cada corpo de
obtido medindo-se a distância entre a haste que
prova ensaiado, referente ao ensaio de Proctor
desce em direção ao CP e a base que recebe o
Normal.
golpe do martelo, ligados pela barra.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
Tabela 3. Nomenclatura dos corpos de prova ensaiados. espécimes são escovados com uma força de
Características do Corpo de Prova 13,3 N, adotando-se para isso um número fixo
Nomenclatura
γd (kN/m³) Cal (%) NaCl (%) Fibra (%)
de 19 escovadas em cada ciclo.
γd 14/C5/S0/F0 14 5 0 0
Vale ressaltar que as temperaturas
γd 14/C5/S0/F0,5 14 5 0 0,5
γd 14/C5/S0,5/F0 14 5 0,5 0
indicadas na norma ASTM D 560 (2016), foram
γd 14/C5/S0,5/F0,5 14 5 0,5 0,5 adotadas nesta pesquisa visando uma futura
γd 15/C3/S0/F0 15 3 0 0 comparação com resultados obtidos em outras
γd 15/C3/S0/F0,5 15 3 0 0,5 pesquisas internacionais referentes a este tipo de
γd 15/C3/S0,5/F0 15 3 0,5 0 durabilidade. Como as temperaturas da região
γd 15/C3/S0,5/F0,5 15 3 0,5 0,5 sul do Brasil possuem grande variação de -15
γd 15/C5/S0/F0 15 5 0 0 °C no inverno a 40 °C no verão (INPE 2017), o
γd 15/C5/S0/F0,5 15 5 0 0,5
ideal seria realizar tal ensaio para cada situação
γd 15/C5/S0,5/F0 15 5 0,5 0
e local de implantação da obra geotécnica.
γd 15/C5/S0,5/F0,5 15 5 0,5 0,5
γd 15/C7/S0/F0 15 7 0 0
Simulando assim, de forma mais próxima da
γd 15/C7/S0/F0,5 15 7 0 0,5 realidade, a condição de campo.
γd 15/C7/S0,5/F0 15 7 0,5 0
γd 15/C7/S0,5/F0,5 15 7 0,5 0,5 3 RESULTADOS E ANÁLISES
γd 16/C5/S0/F0 16 5 0 0
γd 16/C5/S0/F0,5 16 5 0 0,5 3.1 Resistência à Compressão Não Confinada
γd 16/C5/S0,5/F0 16 5 0,5 0 (qu)
γd 16/C5/S0,5/F0,5 16 5 0,5 0,5
γd 16/C7/S0/F0 16 7 0 0
A Figura 2 compara os resultados de resistência
γd 16/C7/S0/F0,5 16 7 0 0,5
γd 16/C7/S0,5/F0 16 7 0,5 0
à compressão não confinada (qu) dos espécimes
γd 16/C7/S0,5/F0,5 16 7 0,5 0,5
em relação ao índice η/(Liv)0,11, com
temperaturas de cura de 23°C e 40°C, das
2.2.2 Ensaios de Compressão Simples (não- misturas de areia de Osório-CFA-cal dolomítica
confinada) (a) sem fibras e sem sal, (b) com sal, (c) com
fibra e (d) com fibra e com sal. Já a Figura 3
Os ensaios de compressão seguiram a norma compara todas as curvas anteriormente descritas
ASTM C 39 (2010), com corpos de prova forçando as equações a um mesmo expoente
cilíndricos de 50 mm de diâmetro e 100 mm de comum (-3,5), permitindo assim, a análise
altura. A velocidade de deformação destes numérica da influência de cada elemento da
ensaios foi de 1,14 mm por minuto. mistura e da alteração da temperatura de cura.
Inicialmente é necessário ressaltar que todos corpo de prova γd15/C3/S0/F0 (40°C), com
os espécimes curados a 40°C resistiram aos 12 PMA = 43,9%, uma diminuição de PMA na
ciclos de durabilidade, logo serão utilizados os ordem de 15,7%. No entanto, vale ressaltar que
valores do 12° ciclo nas análises a seguir. A este aumento de durabilidade é proveniente de
adição de 0,5% de sal proporcionou um ganho um aumento de 4% no teor de cal.
de até 23,2% na durabilidade para o corpo de Logo, para as proporções dos materiais
prova γd14/C5/S0,5/F0 (40°C) - PMA = 68,4%, analisados, define-se a seguinte ordem de
quando comparado a mesma mistura sem sal eficácia em termos de maior durabilidade por
[γd14/C5/S0/F0 (40°C), PMA = 91,6%]. A congelamento e degelo, com cura de 40°C:
análise de todos os espécimes testados, Compactação > NaCl + Fibras de polipropileno
revelaram que a adição de 0,5% de NaCl é uma > Fibras de polipropileno ≅ NaCl > Cal.
maneira eficaz para se aumentar a durabilidade Em geral, o aumento da temperatura, de
(congelamento-degelo) das misturas estudadas. 23°C para 40°C durante o tempo de cura,
A adição de fibras proporcionou às misturas proporcionou elevados ganhos de durabilidade
γd14/C5/S0/F0,5 (40°C) um ganho de 17,4% de em relação às misturas estudadas. Uma prova
durabilidade, reduzindo a PMA de 91,6% para disso é que todos os corpos de prova curados a
74,2%. Já a adição conjunta de 0,5% de fibras 40°C sobreviveram aos 12 ciclos de
de polipropileno e 0,5% de sal apresentou o durabilidade, mas nem todos os espécimes
maior ganho deste tipo de durabilidade, para o curados a 23°C sobreviveram à mesma
espécime γd14/C5/S0,5/F0,5 (40°C), com uma quantidade de ciclos.
melhoria de 25,2%. Sendo que o corpo de prova A seguir é comparado os efeitos das duas
não se desintegrou até o 12° ciclo, 9 ciclos a temperaturas de cura aplicadas, tendo por base o
mais que a mistura equivalente sem aditivos. ciclo máximo alcançado dos espécimes curados
Tendo por base as análises de todos os a 23°C, uma vez que o ciclo máximo alcançado
corpos de prova testados, afirma-se que a por estes espécimes é menor do que os curados
inclusão de fibras + NaCl apresenta os melhores a 40°C. Exemplo: um corpo de prova curado a
resultados para durabilidade (ciclos de 23°C que se desintegrou após o 3° ciclo, será
congelamento-degelo) em relação a este tipo de comparado com o respectivo corpo de prova,
mistura. No entanto, não ficou claro qual dos curado a 40°C que sobreviveu aos 12 ciclos,
dois componentes, fibras de polipropileno ou sendo o valor a ser comparado referente ao
cloreto de sódio, proporciona o maior ganho de ganho de durabilidade no 3° ciclo e não no 12°
durabilidade. ciclo. Um resumo dessa comparação em relação
Tendo em vista o aumento da compactação à adição de sal é exposto na Tabela 4.
(γd), o maior ganho de durabilidade ocorreu Tabela 4. Comparação da durabilidade, dos espécimes
para os espécimes com 5% de cal, onde a PMA curados a 23°C e 40°C, com 0,5% de sal adicionado, no
referido ciclo máximo alcançado
foi de 42,8% para γd = 16 kN/m³, enquanto que, Ciclo
para γd = 14 kN/m³, a PMA foi de 91,6%, Nomenclatura do
23°C 40°C máx. a
representando um ganho de 48,8%. Além disso, Corpo de Prova
23°C
percebeu-se que tanto para altos graus de γd14/C5/S0,5/F0 +20,2 % +3,7 % 2°
compactação (γd de 14 para 16 kN/m³) quanto γd15/C3/S0,5/F0 +31,9 % +6,4 % 3°
para baixos graus (γd de 14 para 16 kN/m³), esta γd15/C5/S0,5/F0 +29,4 % +4,6 % 3°
forma de melhoramento apresentou melhores γd15/C7/S0,5/F0 +23,6 % +0,4 % 4°
γd16/C5/S0,5/F0 +30,4 % +10,6 % 8°
resultados que a adição de sal e fibras.
γd16/C7/S0,5/F0 +37,3 % +12,7 % 12°
Já em relação ao aumento do teor de cal, as
É notável que a adição de NaCl é muito mais
maiores mudanças de durabilidade foram
efetiva para os corpos de prova curados a 23°C,
percebidas para o espécime γd15/C7/S0/F0
quando submetidos a ciclos de congelamento-
(40°C), com PMA = 59,6%, em relação ao
degelo. Acredita-se que a menor eficiência da
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adição deste catalisador nos corpos de prova A Tabela 7 compara cada ganho de
curados a 40°C ocorre devido à estrutura dos durabilidade (congelamento-degelo) em relação
espécimes já estarem consolidadas, proveniente ao aumento do grau de compactação em relação
da aceleração pela temperatura das reações entre às misturas estudadas, sendo notável um maior
a cal dolomítica e a cinza volante de carvão. ganho de durabilidade em relação aos corpos de
Comparando os resultados obtidos para os prova curados a 23°C. Já o aumento do teor de
espécimes curados a 40°C com adição de fibras cal possui pequena influência no
(Tabela 5) fica ainda mais nítido que a adição comportamento de durabilidade (congelamento-
de fibras de polipropileno é muito mais efetiva degelo) das misturas de areia de Osório-CFA-
para os corpos de prova curados a 23°C. cal dolomítica, quando curadas a 40°C, se
Acredita-se que a mesma explicação da menor comparadas aos valores de 23°C, como pode ser
eficiência da adição de NaCl à mistura curada a observado na Tabela 8.
40°C pode ser aplicada ao caso da menor Tabela 7. Comparação dos efeitos do aumento da
eficiência da adição de fibras, quando compactação na durabilidade, com temperaturas de cura
de 23°C e 40°C, no referido ciclo máximo alcançado
comparado aos corpos de prova curados a 23°C. Ciclo
Nomenclatura do
Corpo de Prova 23°C 40°C máx. a
Tabela 5. Comparação da durabilidade, dos espécimes
23°C
curados a 23°C e 40°C, com 0,5% de fibras adicionado,
γd16/C5/S0/F0 +37,3 % +3,6 % 3°
no referido ciclo máximo alcançado
γd15/C5/S0/F0
Ciclo
Nomenclatura do γd16/C5/S0/F0 +55,2 % +6,9 % 2°
23°C 40°C máx. a
Corpo de Prova γd14/C5/S0/F0
23°C
γd15/C5/S0/F0
γd14/C5/S0/F0,5 +29,4 % +1,5 % 2° +25,4 % +5,5 % 2°
γd14/C5/S0/F0
γd15/C3/S0/F0,5 +43,0 % +6,1 % 3°
γd16/C7/S0/F0 +22,2 % +2,1 % 8°
γd15/C5/S0/F0,5 +47,7 % +3,5 % 3°
γd15/C7/S0/F0
γd15/C7/S0/F0,5 +43,6 % +0,1 % 4°
γd16/C5/S0/F0,5 +53,2 % +10,7 % 8° Tabela 8. Comparação dos efeitos do aumento do teor de
γd16/C7/S0/F0,5 +42,2 % +12,6 % 12° cal na durabilidade, com temperaturas de cura de 23°C e
40°C, no referido ciclo máximo alcançado
Como mencionado anteriormente, é possível Ciclo
Nomenclatura do
perceber, tendo por base a Tabela 6, que a Corpo de Prova 23°C 40°C máx. a
adição conjunta de 0,5% de fibras e 0,5% de sal 23°C
proporciona maiores ganhos de durabilidade γd15/C7/S0/F0 +20,0 % +11,3 % 3°
γd15/C3/S0/F0
para os espécimes curados a 23°C. Sendo que a
γd15/C7/S0/F0 +10,7 % +3,6 % 3°
inclusão de fibras e sal possuem melhores γd15/C5/S0/F0
resultados de durabilidade em relação à adição γd15/C5/S0/F0 +9,3 % +7,7 % 3°
apenas de fibras ou só de sal, para 40°C. γd15/C3/S0/F0
γd16/C7/S0/F0 +22,2 % +2,2 % 8°
Tabela 6. Comparação da durabilidade, dos espécimes γd16/C5/S0/F0
curados a 23°C e 40°C, com 0,5% de sal e 0,5% de fibras
adicionados, no referido ciclo máximo alcançado A análise dos dados acima apresentados
Ciclo sugere que o grau de compactação possui maior
Nomenclatura do
23°C 40°C máx. a
Corpo de Prova influência na durabilidade (congelamento-
23°C
γd14/C5/S0,5/F0,5 +49,2 % +0 % 2° degelo) para as misturas curadas a 40°C do que
γd15/C3/S0,5/F0,5 +59,1 % +9,3 % 3° para as curadas a 23°C. Sendo possível definir a
γd15/C5/S0,5/F0,5 +56,6 % +3,5 % 3° seguinte ordem de eficácia em termos de maior
γd15/C7/S0,5/F0,5 +58,5 % +4,4 % 4° durabilidade com ciclos de congelamento-
γd16/C5/S0,5/F0,5 +61,6 % +15,7 % 8° degelo, com 23°C de cura: NaCl + Fibras de
γd16/C7/S0,5/F0,5 +50,0 % +20,4 % 12° polipropileno > Fibras de polipropileno >
Compactação > NaCl > Cal.
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4 CONCLUSÕES
NaCl + Fibras de polipropileno > Fibras de M.S.; Siacara, A.T.; Nierwinski, H.P.; Pereira, F.;
polipropileno > Compactação > NaCl > Cal Festugato, L. (2017). A general relationship to
estimate strength of fibre-reinforced cemented fine-
• Já a ordem de eficácia em termos de maior grained soils. Geosynthetics International, 24(4), 435-
durabilidade por congelamento e degelo, com 441.
cura a 40°C, foi definida: Festugato, L.; Menger, E.; Benezra, F.; Kipper, E.A.;
Compactação > NaCl + Fibras de polipropileno Consoli, N.C. (2017). Fibre-reinforced cemented soils
> Fibras de polipropileno ≅ NaCl > Cal. compressive and tensile strength assessment as a
function of filament length. Geotextiles and
Geomembranes, v. 45, 77-82.
AGRADECIMENTOS Ibraim, E.; Fourmont, S. (2006). Behaviour of sand
reinforced with fibres. In: Ling, H.I.; Callisto, L.;
Os autores desejam expressar sua profunda Leshchinsky, D.; Koseki, J. (eds.) Soil Stress-Strain
gratidão a PRONEX FAPERGS/CNPq 12/2014 Behavior: Measurement, Modelling and Analysis, v.
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e CNPq (INCT-REAGEO e Produtividade em INPE (2017). Brazilian Institute of Spatial Research.
Pesquisa) por financiar este grupo de pesquisa. Brasília, Brazil. Disponível em: < http://www.inpe.br>
Acesso em: março de 2018.
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Fernando Abecê
Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, Brasil, fernandoabece@gmail.com
Rodolfo Gonçalves
Instituto Federal de Minas Gerais, Congonhas, Brasil, rodolfo.goncalves@ifmg.edu.br
Samuel de Mendonça
Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, Brasil, samueldemendonca@gmail.com
Edgar Alfredo Sá
Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, Brasil, gagafixe87@gmail.com
RESUMO: Este trabalho tem como objetivo analisar o desempenho mecânico de concretos
asfálticos usinados a quente (CAUQ) utilizando o rejeito ardósia e comparar o desempenho
mecânico do mesmo em relação aos agregados normalmente utilizados. A confecção dos corpos de
prova foi feita de acordo com a metodologia Marshall de dosagem das misturas asfálticas, conforme
especificado na norma DNER-ME 043/95, com distribuição granulométrica na Faixa C do DNIT e
utilizando como ligante o cimento asfáltico de petróleo tipo CAP 50/70. Foram realizados ensaios
para caracterização dos agregados, do ligante asfáltico e das misturas, conforme especificados na
norma DNIT ES 031/2006. A caracterização mecânica das misturas ocorreu por meio dos ensaios de
resistência à tração por compressão diametral (RT), módulo de resiliência (MR), determinação da
estabilidade e fluência Marshall. Os resultados indicam uma utilização favorável desse agregado em
revestimentos asfálticos.
Tabela 1. Parâmetros de caracterização dos agregados Figura 2. Composição granulométrica das misturas
Parâmetro Resultado Limites
Densidade real Para a determinação do teor de ligante ótimo
2,74 -
agregado miúdo(g/cm³) de projeto foram moldados três corpos de prova
Densidade real para cada teor. As porcentagens de teor
2,75 -
agregado graúdo(g/cm³) utilizadas foram: 4,0%, 4,5%, 5,0%, 5,5%,
Densidade aparente
agregado graúdo(g/cm³)
2,71 - 6,0% e 6,5%.
Absorção O seguinte gráfico, representado na figura 3,
0,51 <2 apresenta a variação do volume de vazios (Vv)
agregado graúdo (%)
Equivalente de areia 25,21 > 55 e a relação betume/vazios (RBV) dos corpos de
Índice de forma prova. Ambos os parâmetros são expressos em
0,59 > 0,5
Graduação D função do teor de ligante. A linha azul é
Treton (%) 12 < 60
referente ao Vv, enquanto a de cor vermelha,
Adesividade Satisfatória -
representa a RBV.
Abrasão Graduação B 19,1 < 50
Los Graduação C 17,1 < 50
Angeles(%) Graduação C 17,4 < 50
Para a composição granulométrica das misturas Figura 3. Vv e RBV em função do teor de ligante
asfálticas adotou-se a faixa C de rolamento do
DNIT (DNER ME 313/97). Portanto, foram Assim, o teor de projeto para a mistura
estabelecidos os percentuais em massa dos asfáltica com rejeito de ardósia como agregado
agregados, de maneira tal que a curva da foi estimado em 4,8%.
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Figura 5. Ensaio MR
A equação (2) pode ser representada através Para resolver o problema de otimização (5)
da formulação dos elementos finitos levando-se deve-se empregar as metodologias de
em conta as seguintes relações: programação matemática, nesse trabalho,
programação cônica de segunda ordem (SOCP)
εi ui B, ui ui N u , e programação semidefinida (SDP).
(3)
σ σN , ti ti N u , bi bi N u
3.1 Adaptação dos Critério de Ruptura
onde B é a matriz da relação deformação-
deslocamento, Nu e a matriz de interpolação A restrição f(ij) 0 (critério de ruptura)
para os deslocamentos e Nσ são matriz de deve-se adaptar de acordo com o tipo de
interpolação para as tensões. programação matemática escolhida. O critério
Finalmente temos que: de Drucker-Prager tridimensional se adapta à
programação SOCP e a SDP, enquanto que o
critério de Mohr-Coulomb 3D adapta-se apenas
σN BdV t N dS b N dV
V S
i u
V
i u
(4) a programação SDP.
onde: 0 0 0 0 0 0
1/ 2 0 1/ 2 0 0 0
I1 11 22 33 (7) 3 / 6 2 3 / 6 3 / 6 0 0 0 (14)
L
0 0 0 1 0 0
J2
1
6
11 22 22 33 11 33
2 2 2
(8)
0
0 0 0 1 0
0 0 0 0 0 1
122 23
2
132
onde: ρ Qσ q (18)
0 0 q={k,0,0,0,0,0}T e a matriz Q é:
1 1 1 2 0 0 0 (12)
P
60 0 0 1 0 0 0 0 0
0 0 0 0 1 0 1/ 2 0 1/ 2 0 0 0
0 0 0 0 0 1 3 / 6 2 3 / 6 3 / 6 0 0 0 (19)
Q
0 0 0 1 0 0
A matriz P pode-se expressar da seguinte 0 0 0 0 1 0
maneira:
0 0 0 0 0 1
onde as tensões principais são os autovalores do Através das desigualdades (27) e (29) pode-
tensor de tensões σij (σ1≥σ2 ≥σ3): se obter seis soluções, cada uma delas
representa um dos seis planos da envoltória
11 12 13 tridimensional do critério de Mohr-Coulomb.
σij 21 22 23 (24) Então as variáveis semidefinidas do critério
31 32 33 de Mohr Coulomb são:
t 11 21 31
Define-se duas restrições semidefinidas X e
X 21 t 22 32 (32)
Z:
31 32 t 33
X σij tδij 0 (25)
k at 11 21 31
Z σij (k at )δij 0 (26)
Z 21 k at 11 32 (33)
31 32 k at 11
onde t é uma variável auxiliar. Para provar a
adaptação deve-se empregar propriedades as
Finalmente, o problema (5) fica expresso da
matrizes semidefinidas positivas. Então,
seguinte forma:
lembrando a propriedade dos autovalores: se
B=A+nI e os autovalores de B são λi então maximizar (λ)
λ1xλ2x...xλn=det(B) além se então sujeito a:
. Então, aplicando na equação (25),
temos: σN BdV t N
V S
i u dS bi N u dV
V
X 0 (34)
det( X ) (1 t )( 2 t )( 3 t ) 0 (27) Z 0
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4. RESULTADOS
a)
O exemplo avaliado nesse trabalho é baseado
no modelo físico feito por Sterpi, D. et al.,
(1996). Na Figura 2 mostra-se a geometria e
malha de elementos hexaédricos.
b)
a)
b)
b)
c)
5. CONCLUSÕES
a)
Comparado os resultados do fator de colapso
em relação à profundidade do túnel para cada
tipo de programação, o fator de colapso com
SOCP tem um desvio padrão de 0.06% (Figura
3), enquanto que com a programação SDP tem
um desvio padrão de 0.66% (Figura 4).
Finalmente, conclui-se que o fator de colapso
não depende da profundidade do túnel e se
obtém um maior desvio com SDP do que com
SOCP.
Comparando em relação à profundidade,
observa-se que até a curva de iso velocidade a
b) zona de colapso visualmente de 1e-04 não
possui muita diferença, ou seja, a curva de iso
velocidade 1e-05 possui maior variação, a
mesma observação para SOCP e SDP. (Figura 3
e Figura 4).
Observa-se que a diferença dos resultados
com SOCP e SDP, não ocorre apenas pela
programação usada mas também pelos
diferentes critérios implementados.
Visualmente observa-se que os gráficos
apresentam o efeito chaminé que é descrito
pelos modelos físicos desenvolvidos por
Chambon, P., & Corté, J. (1994); Kirsch, A.
(2010). Em comparação com os modelos
Figura 6. Curvas iso velocidade para a) SOCP e b) SDP,
físicos, nos exemplos trabalhados, o efeito de
para relação C/D=1.0. Com aplicação de força externa.
chaminé concordaria apenas até a velocidade
A continuação se mostra na Tabela 1 com o 1e-04 nas duas programações.
resumo dos resultados numéricos com maior Na Tabela 1 percebe-se que o tempo de
detalhe. solução com SDP pode ser até 30 vezes o tempo
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de solução com SOCP. Isto ocorre, pois, o (Doutorado) – PUC Rio, Departamento de Engenharia
resultado depende do maior número de Civil, Rio de Janeiro. 170p.
Krabbenhoft, K., Lyamin, A. V., & Sloan, S. W. (2007).
iterações, de variáveis escalares, variáveis Three-dimensional Mohr-Coulomb limit analysis
semidefinidas e maior número de restrições. O using semidefinite programming. Communications in
processador usado é Intel Core i7-7700-CPU Numerical Methods in Engineering, 24(11), 1107-
3.60GHz. 1119.
No resultado da variação do ângulo de atrito Kirsch, A. (2010). Experimental investigation of the face
stability of shallow tunnels in sand. Acta
nota-se que para 32 graus (Figura 5) é provável Geotechnica,5(1), 43-62.
que a zona de colapso não atinja a superfície Mafra, G. (2011). Análise por elementos finitos de
para as duas programações. Entretanto, para 24 maciços escavados por túneis. Dissertação
graus (Figura 6) possui maiores velocidades na (Mestrado). Escola Politecnica da Universidade de
superfície, por isso é mais provável que a zona São Paulo, Departamento de Estruturas e da
Geotecnia, São Paulo. 102p
de colapso atinja a superfície para as duas Makrodimopoulos, A. (2006). Computational formulation
programações. of shakedown analysis as a conic quadratic
Era esperado que a diferença de forças optimization problem. Mechanics Research
externas aplicadas na frente de avanço fosse Communications, 33(1), 72-83.
Martin, C. M., & Makrodimopoulos, A. (2008). Finite-
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Coulomb do que para a formulação com SOCP in 3D Using Semidefinite Programming. Journal of
e Drucker Prager (menos resistente ou de Engineering Mechanics, 134(4), 339-347.
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contato com o terreno alterou a forma como a apresentou deslocamentos menos acentuados
resistência foi mobilizada na estaca. A parcela em relação ao radier estaqueado CC1.
de ponta registrada foi de 1% logo no 1º estágio A situação apresentada no parágrafo anterior
de carregamento e aumentou para 4% (5º revela que em termos de capacidade de suporte
estágio), atingindo o valor máximo de 11% (10º tem-se equiparação entre o radier estaqueado
estágio) Figura 6. analisado numericamente (CC1) e o bloco de
Como a resistência do radier estaqueado estaca sem contato (SC1). No entanto, o fator
(bloco em contato com o terreno) é superior ao diferenciador entre a presença do contato bloco-
do bloco sem contato (SC1), por fatores terreno ou a sua ausência, está diretamente
relativos a rigidez e resistência da estaca em relacionado ao fato desse efeito (contato)
relação ao radier estaqueado (CC1), a propiciar a ocorrência de deslocamentos
participação por atrito lateral é maior no caso (recalques) mais acentuados; provavelmente
do bloco estaqueado SC1, ao passo que a relacionados ao comportamento que o elemento
resistência de ponta é mais expressiva para o de fundação superficial (bloco) impõe ao
radier estaqueado (CC1). Tal fato pode ser conjunto radier estaqueado (fundação
atribuído à diferença de mobilização da superficial + fundação profunda).
resistência da estaca ocorrer da ponta para o
topo, no caso do radier estaqueado (CC1), e do
topo para a ponta, no caso bloco de estaca sem
contato (SC1). Assim, como observado na
literatura, o comportamento de radier
estaqueado é marcado pela mobilização da
ponta para o topo da estaca, devido ao contato
do radier solo.
análises efetuadas anteriormente, ou seja, o perda de resistência por atrito lateral, levando
bloco SC1 apresenta a tendência de suportar ao seu esgotamento e ocasionando uma
cargas mais elevadas (entre estágios) mantendo mobilização prematura da ponta nos primeiros
os deslocamentos abaixo de 5% (0,85 da carga estágios de carregamento.
normalizada) (Figura 9). A partir desse ponto,
os deslocamentos acentuam-se, porém 4 CONCLUSÕES
permanecem inferiores aos observados no
radier CC1. Diante das análises e discussões foi possível
elencar as seguintes conclusões:
AGRADECIMENTOS
REFERÊNCIAS
RESUMO: Solos moles, em sua maioria, apresentam baixa resistência ao cisalhamento e grande
compressibilidade, tornando-se susceptíveis a recalques e rupturas. Assim, quando solicitados,
apresentam necessidade de técnicas construtivas que viabilizem execuções de aterros sobre os
mesmos. Este trabalho analisa aterros apoiados em laje estaqueada. De modo geral as estacas
costumam ser dimensionadas considerando apenas esforços axiais. Entretanto, mediante a
carregamentos assimétricos acidentais, surgem momentos fletores e esforços cortantes adicionais,
que podem ocasionar rupturas. Estes esforços são analisados através da variação de parâmetros,
como altura do aterro, magnitude do carregamento assimétrico e tempo de adensamento, além da
comparação com a técnica com uso de geossintético. Os resultados são dispostos em termos de
momentos fletores e esforços cortantes nas estacas. Observou-se que todas as variações de
parâmetros promovem alterações dos valores dos esforços. As análises numéricas, diferentemente
de modelos analíticos, possibilitam a determinação dos esforços em todas as estacas.
1 INTRODUÇÃO
O modelo hipotético estudado foi elaborado Na Tabela 1 estão dispostas as propriedades dos
buscando se aproximar da geometria de casos solos utilizados no modelo hipotético, assim
reais. O esquema é mostrado nas figuras 1 e 2 a como a modelagem constitutiva da análise
seguir. numérica. Como pode ser visto, para o solo
mole o modelo utilizado SSM (Soft Soil Model)
é responsável pela consolidação do solo ao
longo do tempo. Os demais solos tiveram como
modelo constitutivo o Mohr-coulomb.
sat 21 22 20 15
Sx = 2,2 (kN/m³)
m
E (kPa) 30.000 20.000 25.000 -
Sy = 2,2 m
0,3 0,3 0,3 -
cc - - - 1,329
5.1 Análise L0
De acordo com os resultados mostrados na estão submetidas não se dão mais apenas pelo
figura 4.a e 4.b é possível observar que os carregamento do próprio aterro, mas também
esforços nas estacas crescem à medida que elas pelo valor da sobrecarga. É possível observar
se dispõem nas proximidades externas dos uma queda no módulo dos esforços quando o
aterros, havendo, entretanto, uma pequena carregamento assimétrico é introduzido ao
redução nos valores nas estacas imediatamente sistema de análise. Esse fato pode se justificar
mais externas, ou seja, a estaca 1 e a estaca 10. principalmente devido ao carregamento
Nota-se também, de acordo com os gráficos, assimétrico contrabalançar a carga imposta pelo
que as curvas apresentam um comportamento aterro. Na figura 6 é possível observar
aproximadamente simétrico, o que se deve ao graficamente a redução destes valores com a
fato de o carregamento acidental assimétrico comparação direta das curvas.
não ser atribuído nesta análise. Os esforços nas
estacas advêm apenas da carga imposta pelo
próprio aterro.
(a)
(a)
(b)
(a)
5.5 Análises L0 e L0 UN
x
As análises representadas na figura 12 referem-
se à comparação do comportamento dos
esforços nas estacas em duas situações: quando
se considera o adensamento do solo (L0) e
quando o adensamento não é considerado (L0
UN). Ambas as análises são feitas para valores
Figura10. Vetores de deslocamento horizontal para de sobrecarga lateral nula. Os esforços
carregamento assimétrico de 70 kPa.
apresentados quando o adensamento não é
considerado são muito pequenos,
5.4 Análises H1.5 e H25
principalmente quando comparados ao
comportamento imediatamente após a fase de
Na figura 11 estão dispostos os resultados
consolidação. Além disso, tanto em termos de
gráficos quando é feita a variação do parâmetro
momento fletor como de esforço cortante, os
altura. É de compreensão imediata que, quanto
módulos dos esforços se mantém
maior a altura do aterro para sobrecarga lateral
aproximadamente constante quando o
nula, maiores são os esforços ao longo das
adensamento não é considerado.
estacas. O comportamento se mantém
aproximadamente simétrico tanto para as curvas
de Momento Fletor como para as curvas de
Esforços Cortantes.
(a)
(a)
(b)
(a)
(a)
(b)
Figura 13. Análises L50 e L50 UN (carga = 50 kPa):
13.a) Momento Fletor; 13.b) Esforço Cortante.
(b)
5.7 Análise T50
Figura 14. Análise T50 (carga = 50 kPa):
14.a) Momento Fletor; 14.b) Esforço Cortante.
A próxima análise trata da variação do
parâmetro tempo no período de consolidação. O
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(b)
(a)
Figura 16. Análises L50 e L50 GRID (carga = 50 kPa):
16.a) Momento Fletor; 16.b) Esforço Cortante.
se dão os menores valores de momento para Janeiro Soft Clays - Part 1., Soils & rocks, v. 31, p.
ambos os casos. 69-75.
Almeida, M.S.S, Marques, M. E.S. (2013) Aterro Sobre
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aterro e o tempo de consolidação; além disso, Brasileiro de Mecânica das Rochas, III Congresso
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elevados são os esforços nas estacas.
Os esforços variam ao longo do tempo de
consolidação, sendo que, quanto maior o tempo
de adensamento, maiores os esforços. Os
esforços na fase imediatamente anterior ao
início do adensamento são consideravelmente
menores, existindo ou não carregamento lateral.
Os esforços para o modelo de laje,
comparados ao uso de geossintético, são
maiores.
AGRADECIMENTOS
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Flávia Gonçalves
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1,90
1,88
1,86
1,84
Figura 3. Solo melhorado com cimento: (a) Cilindro 1,82
ρd (g.cm-3)
35
30
0 0,00 0,00 0,00 0,00
25
20
24 0,82 0,72 0,44 0,38
15 48 0,83 0,73 0,53 0,46
10 72 0,85 0,74 0,55 0,48
5
96 0,86 0,75 0,57 0,50
0
0 1 2 3 4 5 6 7
Penetração (mm)
Energia Normal Energia Intermediária
As características físicas dos corpos de prova
de solo melhorado (2 e 4 % de cimento),
Figura 5. Curva pressão versus penetração do ISC para as referentes a massa específica seca (ρd), teor de
energias normal e intermediária. umidade (ω), porosidade (η), grau de
compactação (GC) e desvio de umidade (Δω)
A determinação do Índice de Suporte em torno da umidade ótima, usados nos ensaios
Califórnia, baseada nas pressões de resistência à compressão simples, estão
correspondentes às penetrações de 2,54 e 5,08 sumarizadas na Tabela 5.
milímetros, é apresentada na Tabela 3.
Tabela 5. Características físicas dos corpos de prova
Tabela 3. ISC para o solo compactado nas energias usados nos ensaios de compressão simples.
normal e intermediária. ρ (g.cm- ω η Δω GC
Ci.¹ (%) CP d 3
Penetração Pressão ISC ) (%) (%) (%) (%)
Energia
(mm) (kgf.cm-2) (%) Energia Normal
2,54 6,68 9,5 1 1,78 13,6 33,8 0,2 95,7
Normal
5,08 11,41 10,8
2 2 1,78 13,6 33,8 0,2 95,7
2,54 28,53 40,6
Intermediária 3 1,77 13,6 34,2 0,2 95,2
5,08 44,30 42,0
1 1,77 13,8 34,2 0,0 95,2
4 2 1,79 13,8 33,3 0,0 96,2
O ISC para o solo compactado na energia 3 1,79 13,8 33,3 0,0 96,2
normal foi de 11 %, enquanto que na energia Energia Intermediária
intermediária foi de 42 %. Baseado nesses 1 1,82 13,6 32,4 0,2 96,3
valores de suporte e nas especificações técnicas 2 2 1,80 13,6 32,9 0,2 95,2
do DNIT (1981) para as camadas de pavimento 3 1,80 13,6 32,9 0,2 95,2
flexível, o mesmo atende aos requisitos para ser 1 1,82 13,8 32,4 0,0 96,3
4 2 1,82 13,8 32,4 0,0 96,3
utilizado no subleito e nas camadas de reforço
3 1,81 13,8 32,9 0,0 95,8
de subleito para a energia normal, além de ¹Cimento
aplicabilidade como sub-base ao ser
compactado na energia intermediária. As curvas de tensão versus deformação
A respeito dos dados de expansão (Tabela determinadas no ensaio de RCS são
4), os valores máximos obtidos para as duas
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Tensão (kgf.cm-2)
5,0 5,0
4,0 4,0
3,0 3,0
2,0 2,0
1,0 1,0
0,0 0,0
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6
Deformação (%) Deformação (%)
2% - CP1 2% - CP2 2% - CP3 4% - CP1 4% - CP2 4% - CP3
(c) (d)
8,0 8,0
7,0 7,0
6,0 6,0
Tensão (kgf.cm-2)
Tensão (kgf.cm-2)
5,0 5,0
4,0 4,0
3,0 3,0
2,0 2,0
1,0 1,0
0,0 0,0
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6
Deformação (%) Deformação (%)
2% - CP1 2% - CP2 2% - CP3 4% - CP1 4% - CP2 4% - CP3
Figura 6. Curvas tensão versus deformação na energia normal: (a) 2% e (b) 4 % de adição; e energia intermediária nos
teores de (c) 2 % e (d) 4 % de cimento.
Tabela 6. RCS para energia normal e intermediária. Foi verificado que as resistências médias
Ci.¹ RCSmáx RCSmédia Def.² Desvio CV obtidas nas adições de 2 e 4 %, para as duas
CP
(%) (kgf.cm-2) (%) padrão (%)
energias de compactação, não atingiram a
Energia Normal
resistência mínima entre 15 e 21 kgf.cm-2
1 3,85 0,86
estabelecida pelo Departamento de Estradas de
2 2 4,37 4,2 1,00 0,27 6,5
3 4,24 1,33
Rodagem (DER/PR ES-P 11/05) e
1 5,26 1,10 Departamento Nacional de Infraestrutura de
4 2 4,73 4,9 1,14 0,32 6,6 Transportes (DNIT 143/2010).
3 4,68 1,24 Loch e Pejon (2016), ao avaliarem o efeito
Energia Intermediária da estabilização química na RCS de um solo
1 5,29 1,05 arenoso, classificado como uma areia mal
2 2 5,16 5,3 1,05 0,13 2,4 graduada com argila, obtiveram, para o teor de
3 5,41 1,14 3 % de cimento curado por 7 dias, resistência
1 6,71 1,05 média de 3 kgf.cm-2.
4 2 6,56 6,6 1,05 0,12 1,9 Constata-se que a técnica de melhoramento
3 6,47 1,14 de solo, compreendida por teores de cimento
¹Cimento; ²Deformação. entre 2 e 4 %, se apresenta ineficaz para
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6,0 AGRADECIMENTOS
5,0
Os autores agradecem a Fundação Araucária e
RCS (kgf.cm-2)
4,0
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de
3,0 Nível Superior (CAPES) pelo fomento de
2,0 bolsas aos estudantes de Pós-Graduação
1,0
envolvidos no trabalho.
0,0
2% 4%
RCS - EN (kgf.cm-2) 4,2 5,3
RCS - EI (kgf.cm-2) 4,9 6,6 REFERÊNCIAS
Figura 7. RCS média apresentada pelo solo melhorado ABNT (1984) NBR 6459 – Solo – Determinação do
para os teores de 2 e 4 % nas energias normal e Limite de Liquidez, Associação Brasileira de Normas
intermediária. Técnicas, Rio de Janeiro.
ABNT (1984) NBR 7180 – Solo – Determinação do
Limite de Plasticidade, Associação Brasileira de
Essa tendência de acréscimos de resistência
Normas Técnicas, Rio de Janeiro.
frente o aumento do percentual de cimento e ABNT (1984) NBR 7181 – Solo – Análise
energia foram relatadas por Consoli et al. Granulométrica: Método de Ensaio, Associação
(2007) ao utilizar uma areia fina uniforme Brasileira de Normas Técnicas, Rio de Janeiro.
proveniente da cidade de Osório (RS) e Cancian ABNT (1986) NBR 6457 – Amostras de Solo –
Preparação para Ensaios de Compactação e Ensaios
(2013), Cancian (2017), Cancian et al. (2017)
de Caracterização, Associação Brasileira de Normas
ao trabalharem com adições de 6, 7, 8, 9 e 10 % Técnicas, Rio de Janeiro.
de cimento empregando uma areia siltosa ABNT (1986) NBR 7182 – Solo – Ensaio de
localizada em Tuneiras do Oeste (PR). Compactação, Associação Brasileira de Normas
Técnicas, Rio de Janeiro.
ABNT (1988) NBR 10838 – Solo – Determinação da
Massa Específica Aparente de Amostras
4 CONCLUSÕES Indeformadas, com Emprego da Balança
Hidrostática, Associação Brasileira de Normas
Diante dos resultados e discussão realizada, foi Técnicas, Rio de Janeiro.
observado que o solo em questão, ao ser ABNT (2016) NBR 6458 – Grãos de Solos que Passam
compactado na energia normal, apresenta na Peneira de 4,8 mm – Determinação da Massa
Específica, Associação Brasileira de Normas
aplicabilidade para uso como material de Técnicas, Rio de Janeiro.
subleito e camada de reforço. Balbo, J. T. (2007) Pavimentação Asfáltica – Materiais,
Com o aumento da energia, o solo apresenta Projeto e Restauração, Oficina de Textos, São Paulo,
os requisitos de suporte e expansão requeridos 560 p.
para emprego em camada de sub-base, ficando Balbo, J. T.; Cintra, J. P. (1994) Fatigue Verification
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Celso Romanel
PUC, Rio de Janeiro-RJ, Brasil, romanel@puc-rio.br
RESUMO: Este trabalho discute a aplicação da técnica de redes neurais artificiais (RNA) para a
previsão de propriedades geotécnicas baseada em propriedades índices previamente conhecidas. A
multiplicidade de correlações publicadas para estimar o índice de compressão, CC, utilizado no
cálculo do recalque de adensamento de solos argilosos moles quando solicitados por carregamentos
externos, indica a necessidade de critérios de seleção e uso das mesmas. Neste estudo investiga-se
um banco de dados de 244 amostras de argilas moles de diferentes estados do litoral brasileiro,
incluindo um conjunto de 54 amostras de argilas marinhas da Grande Vitória-ES. Avalia-se a
previsão do CC através de correlações empíricas previamente publicadas na literatura e do uso de
RNA. O desempenho das previsões é avaliado através dos parâmetros estatísticos: coeficiente de
determinação (R²) e erro quadrado médio (MSE). Os resultados indicam que as RNA têm potencial
de aplicação como alternativa às correlações empíricas na previsão de CC.
empíricas publicadas para estimar CC: Terzaghi simples ou múltiplas variáveis para prever CC a
e Peck (1967), Azzouz et al. (1976), Oh e Chai partir dos resultados das propriedades índices
(2006), Ozer et al. (2008), Kalantary e das argilas moles empregadas tais como, índice
Kordnaeij (2012) e McCabe et al. (2014). de plasticidade (IP), umidade natural (Wn),
A técnica de redes neurais artificiais (RNA) índice de vazio inicial (e0) e limite de liquidez
tem sido utilizada para a previsão de determinado pelo método de Casagrande
propriedades geotécnicas de solos baseada em (LLCUP).
propriedades índices previamente conhecidas Na conformação dos depósitos de argilas
desses solos. O trabalho de Rumelhart (1986) moles do litoral brasileiro se destaca a presença
sobre o algoritmo backpropagation é um marco de associações sedimentares nas regiões
no emprego das RNA em estudos de engenharia aplainadas, datadas do Terciário e Quaternário,
civil. No Brasil, os estudos de Diminsky (2000) formadas pela deposição de sedimentos,
representam importante pesquisa sobre o predominantemente, de origem flúvio-marinha
potencial de uso das redes neurais em geotecnia, sob influência da variação do nível do mar e do
com publicação de estudos com redes neurais clima, além de sedimentos flúvio-lagunar e de
artificiais na previsão da capacidade de carga, sedimentos coluvionares (MARTIN et al.,
além de modelagem do desempenho da tensão- 1997).
deformação do solo. Outros estudos sobre a Esta pesquisa ilustra o uso de RNA na
aplicação de redes neurais em engenharia civil estimativa do índice de compressão de argilas
podem ser encontrados em Goh (1995), que moles da Grande Vitória, ES, e de outros locais
empregou RNA em pesquisa de condutiviade do litoral brasileiro.
hidráulica em argilas. Najjar et al. (1996)
usaram RNA para controle de compactação do
solo, em que estimaram os valores da umidade 2 BASE DE DADOS
ótima e a correspondente densidade seca do
solo. Isik (2009) empregou RNA na previsão do 2.1 Análise das amostras de argilas moles
índice de expansão do solo (CS). Redes Neurais empregadas
Artificias foram usadas na estimativa de
recalques por Nawari et al. (1999), Nejad et al. Os resultados de ensaios de laboratório
(2009) e Benali e Bousid (2013). Pesquisa de oedométricos e as correspondentes propriedades
previsão do índice de compressão, CC, podem índices para 244 amostras de argilas moles de
ser encontrados em Kolay et al. (2008), Ozer et difirentes depósitos da Grande Vitória, ES, e de
al. (2008), Kalantary e Kordnaeij (2012) e outras cidades do litoral brasileiro são
Kurnaz et al. (2016). investigados nesta pesquisa. A base de dados
Neste estudo são avaliadas algumas equações investigada é composta por 54 amostras
empíricas previamente publicadas para estimar disponibilizadas pelo Laboratório de Geotecnia
CC de amostras de argilas moles a partir de da Universidade Federal do Espírito Santo
propriedades índices previamente conhecidas (UFES), 66 amostras de argilas de diferentes
desses solos. São investigados resultados de cidades do litoral brasileiro organizadas por
ensaios de adensamento de amostras de argilas Silva (2013), 8 resultados de argilas de Itaguaí-
moles de depósitos originários da Grande RJ publicados por Queiroz (2013), 109
Vitória (GV), no estado do Espírito Santo (ES). amostras de argila mole do litoral brasileiro
Também são analisadas amostros de argilas agrupadas por Baran (2014), e 7 resultados de
moles de depósitos do litoral de Santa Catarina ensaios oedométricos para argilas moles de
(SC), Pernambuco (PE), Rio de Janeiro (RJ), Macaé-RJ publicados por Póvoa (2016).
Rio Grande do Sul (RS) e São Paulo (SP). As As propriedades índices investigadas são:
correlações empíricas avaliadas empregam índice de plasticidade (IP), umidade natural
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(Wn), índice de vazio inicial (e0) e limite de superiores aos observados nas amostras da GV-
liquidez determinado pelo método de ES. Os valores mínimo e máximo do e0 (0,64 e
Casagrande (LLCUP). Um resumo da descrição 6,20, respectivamentte) coincidem com os
estatística dos dados experimentais analisados limites das amostras da GV-ES, entretanto a
da GV-ES e do litoral do Brasil é apresentado média é superior, 2,52. O CC das amostras do
nas Tabelas de 1 e 2. litoral brasileiro também diverge da média dos
valores da GV-ES, com valor máximo de 3,49 e
média de 1,35. A média dos valores do IP está
Tabela 1. Resumo da descrição estatística das 54
amostras de argilas da GV-ES investigadas
em 53,12%, entretanto, o valor mínimo é de
LLCUP IP Wn
4,00% e máximo de 166,00%, o que classifica
e0 CC as amostras majoritariamente como plásttica,
(%) (%) (%)
entretanto, são encontradas amostras de baixa e
Mínimo 32,80 12,60 0,64 19,23 0,10 média plasticidade.
Máximo 142,00 99,70 6,20 128,00 1,53 A avaliação estatística da influência das
Média 73,21 44,59 1,76 62,94 0,68 propriedades físicas das argilas na determinação
Desvio de CC para o grupo de amostras do litoral
25,32 18,78 0,88 20,39 0,37
Padrão brasileiro indica que Wn apresenta o maior
valor de coeficiente de correlação (R² = 0,747),
Tabela 2. Resumo da descrição estatística das 244 seguido por e0 (R² = 0,661), LLCUP (R² = 0,606)
amostras de argilas do litoral brasileiro investigadas e IP (R² = 0,532).
LLCUP IP Wn As Figuras de 1 a 4 mostram as correlações
e0 CC
(%) (%) (%) entre os índices físicos das amostras de argila
Mínimo 25,00 4,00 0,64 19,23 0,09 do litoral brasileiro e os correspondentes valores
Máximo 209,00 166,00 6,20 221,34 3,49
de índice de compressão dessas argilas.
Média 88,03 53,12 2,52 94,18 1,35
Desvio
39,91 31,76 1,02 39,32 0,79
Padrão
Importante destacar que os valores de limite de Outra propriedade índice avaliada foi o índice
liquidez empregados nesta pesquisa foram de vazio inicial, cujo valor do coeficiente de
determinados pelo método de Casagrande, determinação foi o mais desfavorável para as
definido como LLCUP. As correlações estão argilas da Grande Vitória (R² = 0,31), o mesmo
apresentadas na Tabela 4. As argilas do Brasil ocorreu para os valores de MSE. Para as
apresentaram R² = 0,606, enquanto as da GV- amostras do litoral do Brasil foi obtido R² =
ES R² = 0,487. Assim como nas corrrelações 0,661 e mínimo MSE = 0,222. A Tabela 5
usando a umidade natural, os menores valores mostra um resumo das correlações investigadas
de MSE foram para as argilas da GV-ES. A e os resultados estatísticos para as argilas da
correlação de Azzouz et al. (1976) apresentou o GV-ES e do litoral brasileiro.
pior desempenho com MSE = 1,155.
Tabela 5. Algumas correlações empíricas publicadas na
Tabela 4. Algumas correlações empíricas publicadas na literatura para estimar CC usando e0
literatura para estimar CC usando LLCUP MSE MSE
Referência Correlação
MSE MSE BRA GV-ES
Referência Correlação Azzouz et al.
BRA GV-ES CC = 0,400e0 - 0,100 0,463 0,111
Terzaghi e Peck CC = 0,009(LLCUP - (1976)
0,732 0,083 Castello e
(1967) 10) CC = 0,228e0 + 0,22 0,689 0,091
Azzouz et al. CC = 0,006LLCUP – 1,155 0,171 Polido (1986)
(1976) 0,054 Bicalho et al. CC = 0,4961e0 –
0,277 0,140
Castello e Polido CC = 0,01(LLCUP - (2014) 0,1163
0,595 0,069 Higashi (2016) CC = 0,2096.e01,2783 0,716 0,163
(1986) 8)
Bicalho et al. CC = 0,011(LLCUP - Baroni e
0,501 0,070 C = 0,5284e0 0,222 0,209
(2014) 8,3) Almeida (2017) C
CC = 0,0237LLCUP
Higashi (2016) 0,355 0,270
- 0,7679
Baroni &
CC = 0,125LLCUP 0,322 0,126
As correlações para as amostars do Rio de
Almeida (2017) Janeiro apresentaram bons resultados, R² =
0,865 e mínimo MSE = 0,101; as amostras de
São Paulo apresentaram R² = 0,713, embora alto
Analisando os resultados por estado, as
valor de MSE = 1,745 para a correlação de
argilas do Rio de Janeiro apresentaram R² =
Castello e Polido (1986); as amostras de Santa
0,60 e mínimo MSE = 0,208, para a correlação
Catarina também apresentaram alta correlação,
de Baroni e Almeida (2017); São Paulo obteve
R² = 0,734, e máximo MSE = 0,387, para a
R² = 0,497 e mínimo MSE = 0,191 para a
correlação de Higashi (2016); o índice de vazio
correlação de Higashi (2016), entretanto
inicial ofereceu os melhores resultados de
apresentou valores elevados de MSE para outras
correlação para as amostras estudadas do Rio
correlações, MSE = 1,38, para a função de
Grande do Sul, R² = 0,412, e maior MSE =
Terzaghi e Peck (1967); Santa Catarina
0,259; as amostras de Pernambuco
apresentou R² = 0,367, e mínimo MSE = 0,378
apresentaram alto valor de correlação, R² =
para a correlação de Baroni e Almeida (2017); o
0,810, entretanto, os valores de MSE foram
menor coeficiente de correlação ocorreu para o
elevados, 1,995 para a correlação proposta por
Rio Grande do Sul (R² = 0,161); embora
Castello e Polido (1986).
Pernambuco apresentasse R² = 0,734, os valores
de MSE foram elevados, 2,532 para a
3.4 Estimativas de CC a partir de correlações
correlação de Terzaghi e Peck (1967).
com múltiplas propriedades índices
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Foram investigadas duas correlações com conjunto de conexões de entrada (Xj), pesos
múltiplas variáveis para estimar valores de CC sinápticos (Wkj), e bias (bk). Este último é um
do grupo de amostras estudadas. Enquanto as parâmetro de ponderação das conexões, que
argilas do litoral brasileiro apresentaram o pode aumentar ou diminuir o valor da
maior R² = 0,698, para a correlação de Azzouz combinação linear das entradas da função de
et al. (1976) as argilas da GV-ES apresentaram ativação de um neurônio. A Figura 5 apresenta
R² = 0,436 para a mesma correlação. A Tabela 6 o modelo simplificado de um neurônio
apresenta as correlações empregadas e um artificial, onde uk corresponde à combinação dos
resumo estatístico dos resultados obtidos para sinais de entrada; yk representa à saída do
as amostras de solos estudadas neste trabalho. neurônio e f(.) é a função de ativação.
as correlações empíricas testadas para prever CC Vitória, ES, Brasil. Comunicações Geológicas (2014)
das argilas da GV-ES obtiveram valores de R² 101, especial III, CNG/2º CoGePLiP. Rio Grande do
Sul, Porto Alegre.
menores que 0,488, inferiores às estimativas das Castello, R. R e Polido, U. F. (1986) Algumas
redes neurais artificiais. Importante destacar que características de adensamento das argilas marinhas
embora o parâmetro umidade natural tenha de Vitória, ES. VIII Congresso Brasileiro de
apresentado maior correlação com CC (Figura Mecânica dos Soles e Engenharia de Fundações. Porto
1), R² = 0,7465, o seu emprego nas correlações Alegre. pp. 149 – 159.
Coutinho, R Q. e Bello, M. I. M. C. V. (2014)
empíricas não resultou em melhores resultados Characterization of Suape soft clays, Brazil. Soils and
de previsão de CC. A mesma observação se Rocks, 37 (3), pp. 257-276.
estende à modelagem das RNA, onde a retirada Diminsky, A. S. (2000) Análise de problemas
desse parâmetro não resultou em piora geotécnicos através de redes neurais. Tese de
significativa no desempenho das redes, embora Doutorado em Engenharia Civil, Pontifícia
Universidade Católica do Rio de Janeiro, Rio de
seja observada redução no valor de R². A Janeiro, 2000.
variável LLCUP parace ser a mais sensível na Flood, I. & Kartam, N. (1994) Neural networks in civil
modelagem das redes para as amostras engineering I: Principles and understanding. Journal
estudadas em nível de Brasil, enquanto o e0 é o of Computing in Civil Engineering, 8(2), pp. 131-148.
Futai, M. M., Almeida, M. S. S., Lacerda, W. A. e
mais sensível para estimar CC das argilas da
Marques, M. E. S. (2008) - Laboratory behavior of
GV-ES. Rio de Janeiro soft clays . Index and compression
Importante destacar que as correlações properties– part 1. Soils and Rocks. 31 (2), pp. 69-75.
empíricas são melhores aplicadas aos sítios de Goh, A. T. C. (1995) Modeling soil correlations using
amostras de sua modelagem, por outro lado, as neural networks. Journal of Computing in Civil
Engineering, ASCE, 9(4), pp. 275-278.
redes neurais artificias se mostraram menos
Haykin, S. (2001). Neural Networks. A Comprehensive
influenciadas por essa regionalidade. Foundation. Second Edition, Pearson Education,
Os resultados preliminares obtidos mostram McMaster University, Hamilton, Ontario, Canada.
o potencial de aplicação das RNA na estimativa Higashi, R. A. R (2006). Metodologia de uso e ocupação
do índice de compressão de argilas moles do dos solos de cidades costeiras brasileiras através de
SIG com base no comportamento geotécnico e
litoral brasileiro, empregando propriedades
ambiental. Tese de Doutorado, Curso de Engenharia
índice das argilas na modelagem das redes. Civil, Centro Tecnológico, Universidade Federal de
Santa Catarina - UFSC, Florianópolis, 398 p.
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BARAN, Karin Rodrigues (2014) Propriedades compression index using artificial neural network.
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de Itajaí-SC. Dissertação de Mestrado, Curso de 2848.
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and stress history of very soft organic clays. Geomechanics (IACMAG). 1-6 October, India.
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Compressibilidade das argilas marinhas, Grande McCabe, B. A., Sheil, B. B., Long, M. M., Buggy, F. J. e
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Propriedades Mecânicas Valor
Densidade relativa 0,92
Módulo de elasticidade (GPa) 5
Resistência à tração (MPa) 300
Deformação axial na ruptura (%) 80
Para assegurar a saturação das amostras, foi fibras. Quanto maior o tempo em exposição,
utilizado o parâmetro B de Skemptom. A menor a resistência ao cisalhamento.
saturação foi realizada pelas técnicas de Nas tensões confinantes efetivas de 50kPa e
percolação e contrapressão. Para definir a 100kPa, observa-se que as fibras passam a
velocidade de cisalhamento, foi adotado o contribuir no acréscimo de resistência do
critério apresentado em Head (1986), sendo material logo no início do ensaio. Apenas no
0,030mm/min a velocidade de cisalhamento ensaio de 150kPa que a partir da deformação
utilizada em todas as amostras ensaiadas. axial de 2,0%, aproximadamente, que a
resistência do material reforçado passa a ser
maior, permanecendo assim até o final do
3 RESULTADOS E ANÁLISES ensaio, com de formação de 20%.
No gráfico tensão desviadora x deformação
As figuras a seguir mostram as curvas tensão vertical, todas as tensões obtidas nas amostras
desviadora e variação volumétrica vs de solo reforçado com fibra de polipropileno
deformação axial, com tensão efetiva de 50, 100 são maiores em relação às amostras reforçadas
e 150kPa, correspondentes ao ensaio do tipo com fibra de coco, sob as mesmas condições
CID nos solo arenoso e no solo arenoso (tensão confinante efetiva e tempo de
reforçado com fibras de coco e de polipropileno degradação).
degradadas. As fibras apresentam 25mm de Observa-se que a rigidez dos materiais
comprimento, teor de 0,5% com distribuição ensaiados aumenta com o aumento das tensões
aleatória. efetivas. Para uma mesma tensão efetiva, os
Para melhor visualização dos resultados, as compósitos de areia reforçados com fibra de
curvas foram separadas de acordo com a tensão coco e os compósitos reforçados com fibra de
confinante efetiva aplicada no ensaio. As polipropileno, independentemente do grau de
figuras 7 a 13 apresentam os resultados obtidos degradação, apresentam maior rigidez que a
nos ensaios triaxiais. areia sem reforço, indicando uma mudança na
A Figuras 7 e 8 apresentam as curvas tensão estrutura do material com a incorporação de
desviadora vs deformação axial e deformação fibras na matriz arenosa, exercendo influência
volumétrica vs deformação axial, na sua rigidez.
respectivamente, a uma tensão confinante
efetiva de 50kPa. As Figuras 9 e 10 apresentam,
respectivamente, a curva tensão desviadora vs
deformação axial e a curva deformação
volumétrica vs deformação axial a uma tensão
efetiva de 100kPa.
As curvas tensão desviadora vs deformação
axial e deformação volumétrica vs deformação
axial estão apresentadas, respectivamente, nas
Figuras 11 e 12
Com os dados obtidos nos ensaios, observa-se
que a resistência aumenta com o aumento da
tensão confinante efetiva. Nota-se também o
acréscimo da resistência ao cisalhamento em
função da adição de fibras em relação ao
material não reforçado, sendo que esse
acréscimo diminui com a degradação das fibras.
É possível observar a perda da resistência ao
cisalhamento em função do tempo nas duas
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Augusto Romanini 6
Universidade do Estado de Mato Grosso e Faculdade de Ciências Sociais e Aplicadas, Sinop, Brasil,
augusto.romanini@unemat.br
RESUMO: Este trabalho avaliou o efeito da erodibilidade de um solo da região de Sinop - MT para
aplicação em camadas de cobertura e proteção de taludes através do ensaio de Inderbitzen. Visando
reduzir a erodibilidade do solo, foi proposta a adição de RCC (Resíduo da Construção Civil) ao solo.
As amostras ensaiadas foram as de solo puro (M01), solo com adição de 25% de RCC (M02) e solo
com adição de 50% de RCC (M03). O estudo foi realizado com amostras compactadas no teor de
umidade ótimo (wot) e na Energia Proctor Normal. Parte das amostras não foram submetidas à
imersão e parte foram submetidas à imersão parcial e total, com o objetivo de simular três situações
distintas que podem ocorrer em campo. Foi construído o equipamento para a execução do ensaio de
Inderbitzen, que avalia em laboratório, através da perda de massa, a erosão causada pela água. O
aparelho foi confeccionado utilizando placas de acrílico de 0,5 cm de espessura, que foram cortadas
e coladas na montagem no equipamento. Foi possível verificar que, quando submetidas à imersão
parcial as amostras obtiveram uma melhor resposta a erosão. Foi possível verificar também que a
adição do resíduo acarretou no aumento da erodibilidade das amostras, caracterizando um
comportamento erodível principalmente na condição de imersão total. Portanto, a aplicação do RCC
para o solo ensaiado foi considerada inadequada.
erosão pode tornar o aterro instável ou até pela ausência de coesão na resistência ao
mesmo levá-lo a ruptura (GERSCOVICH, cisalhamento destes solos. Solos de
2012). características argilosas e siltosas têm valores de
Esta camada superficial pode ser constituída pelo coesão maiores e, portanto, são mais resistentes
mesmo material que compõe o aterro/corte ou à erosão.
ser confeccionada. Esta camada pode ser natural A sucção, segundo Conciani (2008), é um valor
(vegetação) ou artificial (concreto ou de poro-pressão negativa decorrente da
geossintético). Outra alternativa é a utilização de insuficiência de água para saturar o solo. Em
estruturas mistas, que podem ser constituídas de outras palavras, é a energia que um elemento
materiais naturais e artificiais, como poroso exerce para absorver água do solo.
geossintético e grama, ou mistura de solo com Quanto maior a sucção de um solo, maior a sua
outros materiais (GEORIO, 2000). resistência ao cisalhamento. Apesar de mais
A criação de mistura de solo com outros resistentes, esses solos são os mais suscetíveis a
materiais tem se apresentado interessante, pois erosão, pois a entrada de água em sua estrutura
na maioria dos casos tem-se um material com faz com que ocorra uma perda de resistência de
qualidades que o solo natural não tinha. Esse forma abrupta.
processo de estabilização já foi estudado com No meio geotécnico a erodibilidade é avaliada
diversos aditivos em dois solos da região de por meio de métodos empíricos, como o método
Sinop – MT. Uma das misturas que se têm da USLE (Equação Universal de Perda de Solo)
mostrado interessante é a adição de Resíduos de e ensaios de laboratório, tais como ensaios de
Construção Civil (RCC) em solos visando alterar caracterização física (granulometria e índices de
as suas características. consistência), desagregação por imersão, pin
A mistura solo – resíduo de construção civil é hole e o de Inderbitizen.
interessante pois propõe a reutilização de um Existem diversos ensaios para se determinar a
material que ainda pode ter um valor agregado e erodibilidade de um solo. Todos eles visam
que é gerado constantemente. Analogamente a identificar características do solo e
esse processo, existe uma preocupação proporcionam informações para o entendimento
ambiental que se caracteriza pela grande destas características. Os resultados destes
quantidade de resíduo produzido, pela falta de ensaios, permitem propor soluções viáveis e de
um local adequado para a disposição do mesmo cunho sustentável para problemas que envolvem
e pelo grande volume que é ocupado na sua a erodibilidade do solo e os processos erosivos.
disposição. O ensaio de Inderbitzen, desenvolvido em 1961,
O processo erosivo é muito complexo, possuindo constitui-se de um aparelho simples que simula,
diversos fatores condicionantes. Conciani (2008) em laboratório, as condições em que a erosão
avaliou e dividiu esses fatores em: ocorre em campo e que avalia a erodibilidade
granulometria, limites de liquidez e plasticidade, através do escoamento superficial, inclinação e
sucção, forma da encosta, pedologia, teor de umidade da compactação da amostra.
permeabilidade, cobertura, ação antrópica e Esse aparelho foi inicialmente constituído de
compactação. Todos esses fatores influenciam uma rampa em que uma amostra de solo é
no processo erosivo de um solo, porém, do ponto colocada sob a mesma e, na parte superior, existe
de vista geotécnico, apenas alguns deles um reservatório que escoa a água por toda a
possuem maior relevância superfície da rampa.
A granulometria influi diretamente nos Portanto, o objetivo deste trabalho foi avaliar a
processos erosivos, sendo assim, uma das perda de massa de um solo puro típico da região
propriedades mais estudadas. Conciani (2008) e também de misturas com adição de RCC
afirma que solos como siltes e areias finas e com através de ensaios com o equipamento de
pouca quantidade de argila são os mais Inderbitzen.
suscetíveis a erosão. Isso se dá, basicamente,
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2 MATERIAIS E MÉTODOS
2.1 Materiais
A
Os materiais utilizados foram um solo local e o
resíduo de construção civil, além do
E
equipamento de Inderbitizen.
2.1.1 Solo D
C
O solo utilizado neste trabalho é comumente F
conhecido como “amarelo”, e foi coletado em
um trecho de uma estrada vicinal do município B
de Sinop, MT, em um ponto situado a cerca de
500 metros do eixo da rodovia MT – 423, nas Figura 1. Aparelho de Inderbitzen. Itens: A:Suporte para
coordenadas geográficas 11°45'29.3"S mangueira de alimentação; B: Molde padrão; C: Base com
55°22'31.9"W. A coleta foi feita no segundo angulação ajustável; D: Rampa do aparelho; E: Placa de
semestre do ano de 2014, a uma profundidade regulagem de vazão e altura da lâmina de água; F: Suporte
entre 0,60 e 1,00 m. Após a coleta, o material foi para o molde. Fonte: Os autores, 2017.
levado ao Laboratório de Engenharia Civil da
O aparelho da Figura 1 foi confeccionado
UNEMAT. O solo foi seco ao ar, peneirado na
utilizando placas de acrílico de 0,5 cm de
peneira de 4,8 mm (nº 4) e armazenado em
espessura, cortadas e coladas para formar a
tambores metálicos.
rampa e o canal de escoamento. As paredes da
rampa tem altura de 5,0 cm, assim como a placa
2.1.2 Resíduo de Construção Civil
de regulagem de vazão e a altura da lâmina de
água. A rampa tem dimensões de 60,00 cm x
Os resíduos de construção civil foram coletados
20,00 cm. O centro da amostra está localizado a
em obras do município de Sinop. Os resíduos
36,50 cm do início do fluxo.
foram britados de forma mecânica, utilizando
O recorte para o encaixe da amostra possui
um britador disponibilizado por uma empresa
diâmetro externo de 11,00 cm, uma vez que o
local. A escolha da faixa granulométrica seguirá
molde possui diâmetro interno de 10,00 cm e
a utilizada por Alves e Benatti (2015), ou seja, a
altura de 5,00 cm.
fração areia, o intervalo utilizado é do passante
A vazão foi medida por uma estrutura auxliar
na peneira nº 10 (2,00 mm) até o retido na
com registro e rotâmetro, conforme a Figura 2.
peneira nº 200 (0,076 mm) conforme a ABNT
(1984c).
2.2 Métodos
Por se tratar da primeira avaliação, optou-se por relação a área da amostra e o tempo de fluxo,
realizar o ensaio utilizando a inclinação de 20º obtendo-se assim, gráficos expressos em perda
proposta por Freire (2001) e utilizada por acumulada de solo (g/cm²) por tempo (minutos).
Grando (2011). A inclinação da rampa pode ser Segundo Conciani (2008), o fator de
ajustada diretamente no equipamento. erodibilidade K é obtido pela equação 2:
A vazão escolhida foi fixada em 50 mL/s,
conforme proposto por Ide (2009) e corresponde Ms
K= (2)
a uma precipitação de 28 mm em 30 minutos no A tS
município de Bauru - SP, porém a escolha da
mesma vazão se justifica pelo fato de diversos Onde:
autores a utilizarem e ainda ser a vazão que K = Fator de erodibilidade;
proporciona o melhor desempenho do 𝑀𝑠 = Massa de solo seco perdido no ensaio (g);
equipamento. t = Tempo de ensaio (minutos);
O ensaio foi baseado no proposto por Campos A = Área da amostra (cm²);
(2014), onde cada amostra foi submetida um S = Tensão hidráulica cisalhante atuando na
fluxo de água por cerca de 30 minutos e o amostra (Pa).
material erodido foi coletado nos intervalos
decorridos de 1, 5, 10, 15 e 30 minutos, sem O cálculo da tensão hidráulica cisalhante (S) da
pausa durante as coletas. O material coletado foi amostra,calculada por meio da Equação 3:
armazenado em recipientes limpos e secos, onde
foram separados o solo da água em um conjunto S = w H cos (3)
de peneiras de malhas nº 50 (0,297 mm) nº 100
(0,150 mm), e nº 200 (0,074 mm) e Onde:
posteriormente secos em estufa e pesados. S = Tensão hidráulica cisalhante atuando na
Na Figura 4 é apresentado um ensaio em amostra;
andamento no equipamento. 𝛾𝑤 = Peso específico da água;
H = Altura da lâmina d’agua atuando sobre a
amostra;
α = Ângulo de inclinação da calha (em relação à
horizontal).
12
Foram realizados também ensaios de
granulometria e de limites de consistência (LL e 11
LP) para o solo puro e para cada uma das
AF (%)
LL (%)
LP (%)
IP (%)
5
13
M01 7 37 17 39 38 25 4
3
M02 10 39 21 30 30 20 9
2
M03 18 36 18 28 24 NP -
1
RCC 21 53 12 14 NL NP - 0
1 5 10 15 30
Nota: * Classificação segundo a ABNT (1995): areia grossa - AG M01 0,6384 1,0771 1,3758 1,5432 1,8742
(0,60 ≤ ϕ < 2,00 mm), areia média – AM (0,20 ≤ ϕ < 0,60 mm),
areia fina - AF (0,06 ≤ ϕ < 0,20 mm) e silte + argila - S+A (ϕ ≤ 0,074 M02 3,0108 3,9193 4,4756 5,0218 5,6643
mm). Limite de liquidez – LL, Limite de plasticidade – LP, Índice M03 3,1541 4,4639 5,0242 5,4213 6,3162
de plasticidade – IP. Não líquido – NL, Não plástico – NP. Fonte:
Os autores, 2017. Tempo (minutos)
15 15
14 14
13 13
12 12
11 11
Perda de massa (g)
9 9
8 8
7 7
6 6
5 5
4 4
3 3
2 2
1 1
0 0
1 5 10 15 30 1 5 10 15 30
M01 1,1368 1,4997 1,6716 1,7764 2,4324 M01 4,7081 5,0155 5,2253 5,4695 6,0399
M02 0,5913 0,7172 0,8376 0,9417 1,2818 M02 2,7764 3,9123 4,6279 5,0909 6,4489
M03 1,0226 1,2270 1,3467 1,5440 2,0267 M03 7,7725 10,275511,001712,381914,5006
Tempo (minutos) Tempo (minutos)
M01 M02 M03 M01 M02 M03
Figura 6. Caso B - Imersão Parcial. Fonte: os autores,2018 Figura 7. Caso C - Imersão Total. Fonte: os autores,2018
Na situação de imersão total (Figura 7), assim Na Figura 8 é apresentada uma análise da perda
como no ensaio modificado ocorre uma perda de massa acumulada para as três misturas nas
acentuada no incio do ensaio para a mistura M03, três situações em que foram expostas. Ao se
caracterizando um comportamento irregular que analisar a perda de massa acumulada, percebe-se
se reduz no decorrer do ensaio, sendo este o caso que os casos em que se adicionou RCC, houve
mais critico observado. A situação da mistura um aumento da erodibilidade, nos casos de
M01 apresenta uma estabilidade, enquanto a imersão total e sem imersão. Para o caso de
mistura M02 apresenta a menor perda de massa imersão parcial, percebe-se ume perda inferior,
inicialmente, porém ocorre um crescimento de acredeita-se que isto é decorrete do caso de
perda de massa com o passar do tempo de maior influência da sucção no solo e misturas.
ensaio,ultrapassando a perda máxima observada
na mistura M01..
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15
100,000
14,50
14
M01 M02 M03 Alta
13 erodibilidade
12 10,000
11
7 0,100
6,45
6
6,32
6,04
5,66
5 Baixa
0,010 erodibilidade
4
3
1,28
0,001
2,43
Tabela 3. Valores médios de K (g/cm² × min × Pa) conclusão de curso, Engenharia Civil. Universidade do
Estado de Mato Grosso - UNEMAT. Sinop, 2015.
Erodibilidade
Erodibilidade
Erodibilidade
Mistura
Caso A
Caso B
Caso C
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS
TÉCNICAS (ABNT).
RESUMO: Os solos utilizados em diversas obras de terra não devem ter seus comportamentos
considerados totalmente homogêneos, pois na realidade, são meios anisotrópicos, suas características
variam conforme a direção a ser estudada. Uma dessas características é a permeabilidade, que é
afetada em função da deposição natural ou compactação do solo, sobretudo os argilosos, nos quais os
grãos lamelares orientam-se em uma direção preferencial, alterando a capacidade de conduzir fluxos
em diferentes eixos. Neste contexto, objetivou-se neste trabalho a avaliação da permeabilidade de um
solo argiloso compactado, através da comparação de valores de coeficientes de permeabilidade
horizontal e vertical. Buscando verificar se essa diferença de fluxo é grande o suficiente a ponto de
causar impactos relevantes na execução dessas obras. O estudo verifica fatores relevantes em seu
comportamento anisotrópico, como teor de umidade e energia de compactação, evidenciando a
necessidade de avaliar outros métodos de compactação em futuros estudos.
2 MATERIAIS E MÉTODOS
Densidade seca(g/cm³)
(%) (%) (%) 1,4
(g/cm³))
Solo 74,8 44,8 30 2,651 1,35
Argiloso 1,3
1,25
Foi verificada também a classificação do solo 1,2
a partir da carta de plasticidade de Casagrande, 1,15
identificando o solo como um MH, silte de alta
1,1
plasticidade. 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32 34 36 38 40 42
Umidade (%)
Normal Intermediário Modificado
prova a partir do mesmo ponto de compactação, Para que o ensaio de permeabilidade tivesse
conforme a figura 6 ilustra. melhores resultados foi necessário saturar os
corpos de prova. Os corpos de prova foram
submetidos a saturação por capilaridade, onde os
mesmos repousam sobre uma grade perfurada,
em um recipiente com água, de forma que a
mesma submergisse 2mm do corpo de prova por
24h. As dimensões do corpo de prova foram
mensuradas após a saturação para os cálculos do
coeficiente de permeabilidade.
Coef. de permeabilidade
permeabilidade, de cada corpo de prova, foi
horizontal (cm/s)
mensurado o tempo que a coluna d’água levava 4,00E-07
para diminuir 10 cm, num intervalo entre 100 cm
e 40 cm. As medidas de tempo e deslocamento
4,00E-08
de nível foram inseridas na equação (1)
determinada na respectiva norma do ensaio:
4,00E-09
𝑎.𝐿 ℎ𝑖 Umidade de compactação (%)
𝐾 = 2,3 𝐿𝑜𝑔 (1)
𝐴.𝑡 ℎ𝑓
Kh Normal Kh Intermediário Kh Modificado
4,00E-07
umidade ótima, até praticamente se estabilizar
4,00E-08 no ramo seco. Teoria que fora comprovada na
prática dos resultados obtidos em laboratório.
4,00E-09
Outra análise cabível é em relação a variação
Umidade de compactação (%)
de energia, onde foi verificado que a alteração
mais significativa se encontrava na energia
Kv Normal Kv Intermediário Kv Modificado normal. Em outra mão, a energia modificada
sofreu uma leve variação na condutividade.
Figura 9. Resultados da permeabilidade vertical (Kv). Fenômeno que pode ser explicado
parcialmente por Farias et al. (2011), onde é
analisado que a embora o acréscimo de energia
na compactação diminua os macroporos, ela não
é eficiente para fechar microporos. Supondo
então, que ao aumentar a energia de
compactação a permeabilidade atinja um valor
limite, próximo a uma estabilização.
À primeira vista, os resultados provenientes
do ensaio de permeabilidade são muito
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1,5
1,3
Kh/Kv
1,1
0,9
15 25 35 45
Umidade de compactação (%)
Kv/kh Normal Kv/Kh Intermediário Figura 12. Influência do tipo de compactação na estrutura
Kv/Kh Modificado dos solos compactados, adaptado de Maranha das neves,
(1971).
RESUMO: Esta pesquisa tem por finalidade contribuir para a avaliação experimental da
permeabilidade de um horizonte pedológico tropical pertencente às regiões de risco a deslizamentos
na Região do Grande ABC - São Paulo - Brasil. O estudo de permeabilidade de solos tropicais, além
de contribuir para dimensionamentos de projetos de engenharia, auxilia na compreensão de diversos
problemas urbano-ambientais relacionados ao uso e ocupação do solo. Dessa forma, ressalta-se a
importância da avaliação do comportamento geomecânico dos solos dessa região, sendo discutido,
neste trabalho, a condutividade hidráulica de um horizonte residual jovem. Para tanto, a amostra foi
submetida aos ensaios de caracterização geotécnica para as devidas classificações, aos ensaios de
Retenção de Água para estimativa da porosidade efetiva e microporosidade, e corpos de prova, nas
direções vertical e horizontal, com diferentes condições de umidade, aos ensaios de Permeabilidade
de parede rígida à carga variável, conforme Metodologia MCT – Miniatura, Compacta, Tropical
(NOGAMI & VILLIBOR, 1995). A amostra apresentou coeficiente de permeabilidade na ordem de
10-5 cm/s para as direções vertical e horizontal, sendo discutida a influência da anisotropia
estrutural, dupla estrutura e porcentagem textural do solo na percolação de água.
Figura 1. Localização da região amostral no município de Santo André do Estado de São Paulo - Brasil.
3 METODOLOGIA
Figura 7. Curva de condutividade hidráulica horizontal Figura 10. Curva de condutividade hidráulica vertical da
da amostra A para o teor de umidade natural. amostra A para o teor de umidade natural.
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Figura 8. Curva de condutividade hidráulica horizontal Figura 11. Curva de condutividade hidráulica vertical da
da amostra A para o teor de umidade seco ao ar. amostra A para o teor de umidade seco ao ar.
Figura 9. Curva de condutividade hidráulica horizontal Figura 12. Curva de condutividade hidráulica vertical da
da amostra A para o teor de umidade saturado. amostra A para o teor de umidade saturado.
Tabela 3. Coeficientes de permeabilidade para as direções horizontal (kh) e vertical (kv) - Regime permanente.
macroporos, sendo 43,4% do seu volume total horizontal como na direção vertical, além do
composto por microporos e 8,9% por ensaio de Retenção de Água, conclui-se que:
macroporos (porosidade efetiva). - O equipamento de permeabilidade à carga
variável utilizando corpos de prova em
Tabela 4. Micro e macroporosidade – Amostra A. miniatura, conforme proposto pela Metodologia
Natural 1,68 MCT, mostrou-se satisfatório para a obtenção
Massa específica (g/cm³)
Seca 1,39 do coeficiente de permeabilidade (com baixo
Umidade valor de desvio padrão).
20,3 - A amostra de micaxisto, do município de
gravimétrica
Teor de umidade (%)
Umidade
28,4
Santo André, apresentou valor médio para os
volumétrica coeficientes de permeabilidade nas direções
Porosidade total (%) 52,3 horizontal e vertical de 4,8 x 10-5 cm/s e 4,5 x
10-5 cm/s, respectivamente.
Microporos (%) 43,4
- Apesar da anisotropia estrutural inerente à
Porosidade efetiva (%) 8,9 fábrica de solos saprolíticos residuais e planos
de xistosidade estarem presente na amostra, não
Tabela 5. Índices físicos – Amostra A. se obteve diferença significativa entre os
Massa específica
coeficientes de permeabilidade horizontal e
1,51 Índice de vazios 1,12 vertical.
natural (g/cm³)
- Acredita-se que a porcentagem de finos
Teor de umidade* (57,5%) e a dupla estrutura do solo, retratada
19,9 Porosidade (%) 52,6
(%)
pela baixa conectividade promovida pelos
Massa específica Grau de saturação macroporos, (8,9%), possuem maior influencia
1,26 23,2
seca (g/cm³) (%) na estimatima da permeabilidade da amostra
Massa específica Massa específica analisada, do que a anisotropia estrutural.
2,65 1 - Sugere-se que outros ensaios sejam realizados
dos sólidos (g/cm³) da água (g/cm³)
*Valores calculados para condição natural de umidade. para diferentes tipologias de solo e condições de
umidade, com o objetivo de avaliar o fluxo de
água em regime transiente.
A propensão à baixa permeabilidade é - Por fim, destaca-se a importância da avaliação
caracterizada, conforme Restrepo (2010), à da dinâmica da água no solo pela sua influência
microestrutura asssociada à porosidade total em problemas urbano-ambientais frequentes e
presente no solo. Dessa forma, pode-se atualmente de interesse à área da Geotecnia
presumir que a amostra A apresenta baixo valor Ambiental, como na ocorrência de riscos
de permeabilidade em decorrência da menor naturais e geotécnicos, nos projetos de
conexão entre os macroporos e pela água livre dimensionamento de aterros sanitários, no
ter menor volume de poros efetivamente entendimento do fluxo de contaminantes em
disponíveis para ocupar, ou seja, supõe que áreas com passivo ambiental de contaminação,
ocorre maior influencia da microporosidade na na prevenção e mitigação de inundações, entre
amostra analisada, em decréscimo da outros impactos no meio físico.
anisotropia.
AGRADECIMENTOS
5 CONCLUSÃO
Os autores agradecem ao Programa de
Pelos ensaios realizados para avaliação do Iniciação Científica da Universidade Federal do
coeficiente de permeabilidade tanto na direção ABC (PIC/UFABC) pelo financiamento da
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RESUMO: Este trabalho tem como objetivo apresentar a metodologia de projeto de uma ponteira
para leitura da resistividade elétrica do solo. A verificação da resistência mecânica da ponteira foi
realizada através de análises teóricas, visando a obtenção da força máxima que pode ser aplicada
nas etapas de cravação e retirada do equipamento. Para tanto, foram considerados os possíveis
modos de falha: ruptura à compressão do esqueleto de aço do equipamento; esmagamento por
tensão de compressão nos trechos de material isolante; cisalhamento na ligação das luvas; flexo-
compressão devido à inclinação. O projeto do equipamento foi testado mediante dois solos típicos,
um arenoso e o outro argiloso, se estimando tanto as forças necessárias para cravação da ponteira
em três profundidades diferentes, bem como as forças desenvolvidas na fase de retirada do
equipamento do solo. Dessa maneira, se avaliou a capacidade máxima da ponteira em cada caso.
corrente induzida. No entanto, o conhecimento contido nos poros; o formato dos grãos; a
desses valores pode auxiliar em um melhor porosidade; a disposição dos poros; teor de
entendimento da resistência elétrica em solos. umidade; grau de saturação; mineralogia; etc.
Portanto, este trabalho tem como objetivo Em solos arenosos, a corrente elétrica
apresentar a metodologia de projeto de uma caminha através dos fluidos condutores
ponteira para leitura da resistividade elétrica do contidos nos poros, tendo em vista que
solo, com controle e avaliação das variáveis de partículas de areia, ar e contaminantes de fase
entrada, e com dimensões similares ao não aquosa (NAPLs) podem ser considerados
piezocone de resistividade elétrica existente no isolantes, facilitando correlações entre os
laboratório da Faculdade de Engenharia – índices físicos e a resistividade
Bauru, UNESP, para que as perturbações (CAMPANELLA & WEEMEES 1990). Em
geradas no solo pela cravação de ambos os contrapartida, nos solos argilosos e orgânicos, a
equipamentos sejam semelhantes, condução elétrica ocorre também através da
possibilitando a comparação dos resultados. troca catiônica, que ocorre entre as superfícies
das partículas do solo, o que dificulta as
correlações (CHOO et al. 2016).
2 BREVE REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Precursor dos estudos da resistividade em
solos, Archie (1942) desenvolveu a eq. (3).
Damos o nome de resistência elétrica, à
dificuldade da passagem de uma corrente -
(3)
elétrica por um material, sob influência de um
campo elétrico, podendo ser expressa pela eq. Em que:
(1). FF: fator de formação que relaciona a
resistividade do solo saturado com a
(1) resistividade da solução salina;
n: porosidade do solo;
Em que: m: constante que depende do grau de
R: resistência elétrica; cimentação entre as partículas.
V: diferença de potencial elétrico;
i: corrente elétrica. Mais recentemente, através de ensaios
laboratoriais, Kelly et al. (2016) verificou que a
Mas diferente da resistência, a resistividade equação proposta por Archie (1942), também é
elétrica é uma propriedade intrínseca do válida para solos argilosos quando a
material, sendo a capacidade do material em se resistividade do fluido intersticial for baixa,
opor à passagem de corrente elétrica, dada pela tendo em vista que nesses casos, o fenômeno da
eq. (2). condução elétrica ocorre mais através dos
líquidos dos poros do que pela superfície das
partículas.
(2)
Com o avanço da tecnologia da leitura da
resistividade do solo, além de ser utilizada para
Em que: localização de água salina (FU et al. 2015;
: resistividade e étrica; CAMPANELLA 2008), de contaminações,
A: área da seção transversal; provenientes de aterros sanitários (KODA et al.
l: comprimento do material. 2017), minas abandonadas e postos de
combustível (CAMPANELLA 2008), e de
A resistividade elétrica do solo depende de fábricas de pesticidas (LIU et al. 2012), ela
vários fatores, dentre os quais se destacam: a também vem auxiliando na localização de
resistividade das partículas de solo e dos fluidos formações cársticas, onde pode aparecer
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os dois centrais fazem a leitura da resistência força que o equipamento de cravação exerce
elétrica, para evitar o efeito da polarização. sobre a ponteira. Porém, como a cravação tem
A conexão do sistema de hastes com a velocidade praticamente constante, essa força
ponteira será efetuada através de uma luva que varia de acordo com a resistência de penetração
contará com um dispositivo de temperatura, do solo. Portanto, foi adotado o valor de 100
tendo em vista a influência desse fator na leitura kN, por ser a capacidade de cravação média dos
da resistividade elétrica do solo (JUNG et al. equipamentos.
2015). Essa peça também facilita a manutenção O peso específico do solo arenoso e argiloso,
e reposição de alguma parte, caso necessário. tiveram seus valores adotados de 200 e 180
Por fim, uma segunda luva, servirá para acoplar N/m³, respectivamente.
as hastes do equipamento de cravação, já
disponíveis no laboratório, que possuem rosca 3.2.2 Verificação à Compressão e Tração na
cônica. Seção Menos Resistente de Aço
Todo isolamento contra água, será feito por
meio de o-rings, entre todas as peças. A seção menos resistente, ou seja, de menor
área de aço inox, encontra-se na peça principal,
3.2 Fundamentação Teórica onde a seção é vazada e com fenda. O modo de
falha considerado foi o de compressão simples,
Durante a cravação da ponteira de resistividade em que a força máxima que pode ser aplicada
elétrica do solo são gerados esforços na seção é dada pela eq. (4):
solicitantes de compressão, tanto nas peças de
aço inox, bem como nas de poliamida, que (4)
podem danificar o equipamento, caso esse não
esteja bem dimensionado. Além dessas Em que:
solicitações normais, devido à pequenos desvios Fmáx: força máxima aplicada;
durante a cravação inclinando o equipamento, : tensão normal de escoamento do material;
se deve também levar em consideração os A: área da seção transversal.
efeitos da flexo-compressão.
No processo de retirada do equipamento do A força máxima a ser considerada no
solo pode ocorrer, tanto a ruptura à tração da instante da retirada do equipamento do solo
seção menos resistente de aço, quanto a ruptura pode ser considerada como igual à força
por cisalhamento nas ligações das luvas máxima de cravação (em módulo), uma vez que
metálicas. Essas verificações fazem-se essa força representa a última condição de
necessárias para evitar uma possível perda do equilíbrio do equipamento.
equipamento no furo da sondagem.
3.2.3 Verificação à Compressão da Poliamida
3.2.1 Valores Adotados para os Cálculos
No processo de cravação, na mesma seção
O aço inox 304 foi adotado para o transversal composta por aço e poliamida, parte
dimensionamento da ponteira, por apresentar da força é resistida pelo aço e parte pela
alta resistência à oxidação e à corrosão. poliamida. Para a obtenção dessas parcelas de
A tensão normal de escoamento e o módulo força em cada material foi adotada a hipótese de
de Young foram adotados, respectivamente, aderência perfeita entre as interfaces desses
como sendo 300 MPa e 200 GPa, para o aço, e materiais. Dessa forma, a eq. (6) foi escrita em
35 MPa e 3,1 GPa, para a poliamida, valores termos de compatibilidade de deslocamentos de
esses contidos em especificações dos materiais. ambos os conjuntos. A variação de
O cálculo da tensão de compressão na comprimento envolvida nesse cálculo é dada
poliamida e da flexo-compressão utilizou a pela eq. (5) para cada peça.
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Assim, com o par de equações (7) e (8), (10), admitiu-se distribuição uniforme das
calcula-se o valor das parcelas que são tensões cisalhantes em função da pequena área
transmitidas para cada elemento, e com a eq. de superfície lateral. O limite de tensão
(9), se encontra o valor da tensão atuante na considerado para o rompimento por
poliamida. cisalhamento foi dado pela eq. (11). A partir
dessas considerações, as eq. (12) e (13) foram
(5) utilizadas para a determinação do comprimento
da rosca de conexão entre as peças.
Em que:
Δ : variação do comprimento da peça; (10)
L: comprimento inicial da peça;
F: força aplicada; Em que:
E: módulo de Young. : tensão atuante de cisalhamento.
(6) e
e (11)
2
Em que:
: variação do comprimento da peça de aço; Em que:
: variação do comprimento da peça de e : tensão limite de cisalhamento.
poliamida.
e
(12)
2
(7)
Em que:
Em que: AL: área da superfície lateral.
FA: parcela de força atuante no aço;
LA: comprimento da peça de aço; (13)
e
EA: módulo de Young do aço;
AA: área da peça de aço; Em que:
FP: parcela de força atuante na poliamida; L: comprimento da rosca
LP: comprimento da peça de poliamida; r: raio da seção transversal do elemento.
EP: módulo de Young da poliamida;
AP: área da peça de poliamida. 3.2.5 Flexo-Compressão Devido à Inclinação
tg (15) r fs s (18)
Em que: Em que:
: â gu o de desvio; Fr: força necessária para retirada;
Z: comprimento cravado sem nivelamento. z: profundidade;
n: peso específico natural do solo;
E a expressão da tensão normal devido a AΔ: diferença de área devido aos diferentes
flexão composta, é dada pela eq. (16): diâmetros da luva e do sensor de resistividade.
Figura 5. Sondagem em Paranaguá, adaptado Mio & Figura 6. Sondagem em Caravelas, adaptado Mio &
Giacheti (2007). Giacheti (2005).
Tabela 7. Valores utilizados nos cálculos. Tabela 9. Máximos valores de q e fs por camada.
Aq (m²) As (m²) AΔ (m²) n (kN/m³) Camada (m) Prof. (m) q (MPa) Prof. (m) fs (kPa)
1520×10-6 120400×10-6 503×10-6 200 2 - 17 10,9 24,0 11,1 127
17 - 30 27,0 2,5 17,1 66
Tabela 8. Forças resultantes por camada.
Prof. (m) Característica Fc (kN) Fr (kN) Tabela 10. Forças resultantes por camada.
0 - 13 Arenoso 71,5 25,3 Prof. (m) Característica Fc (kN) Fr (kN)
Argiloso 2 – 17 Arenoso 51,8 16,8
13 - 23 13,6 11,8
Arenoso 17 - 30 Argiloso 11,7 10,7
23 - 30 71,5 30,0
Régis Marçal
Faculdade de Engenharia de Bauru – UNESP, Bauru, Brasil, regis.ata@hotmail.com
Rafael Marçal
Faculdade de Engenharia de Bauru – UNESP, Bauru, Brasil, rafael_g1@hotmail.com
RESUMO: Este trabalho avaliou a variação da resistência mecânica de um solo arenoso antes e
depois da inclusão de fibras de polietileno (PET) em diferentes tamanhos e percentagens. O solo
estudado é típico da região de Bauru (SP - Brasil), sendo classificado como areia média a fina
pouco argilosa marrom avermelhada. O comprimento das fibras usadas foi de 10, 15, 20 e 30 mm,
com largura de 1,5 mm e em percentagens de 1,0, 1,5, e 2% em relação à massa seca do solo.
Foram realizados ensaios de compactação (Proctor Normal), resistência não confinada e
cisalhamento direto, com e sem a inclusão de fibras. Os resultados mostraram que a maior
resistência uniaxial do solo foi obtida para a inclusão de fibras de 20 mm em uma percentagem de
1,5% em relação à massa seca do solo. Foi obtida uma resistência de 109,34 kPa, que se mostrou
92,7% maior que a resistência do solo sem a inclusão de fibras. Para este mesmo comprimento e
percentagem, os resultados dos ensaios de cisalhamento direto mostram um aumento de 67% do
parâmetro de coesão e uma diminuição de 4% do ângulo de atrito do solo. De forma geral, conclui-
se que a adição de fibras de polietileno ao solo aumenta significativamente sua resistência uniaxial,
assim como a resistência ao cisalhamento.
mais freqüente, o solo-fibra mostrou-se uma percentuais pré-determinados 1,0; 1,5 e 2,0%,
excelente alternativa para melhoria da em relação à massa seca do solo.
capacidade resistente do solo em obras Para a avaliação da resistência não confinada
geotécnicas. Assim, diversos autores estudaram (Figura 1), os solos foram moldados na
o desempenho de diferentes solos com a adição umidade ótima do ensaio de Proctor, ou seja, foi
de fibras variadas, com diferentes utilizado um grau de compactação (GC) igual a
comprimentos e percentagens 100%.
O conhecimento do mecanismo de interação Os ensaios foram realizados com 3 corpos de
solo-fibra é fundamental para que se prova para cada comprimento e respectivo teor
compreenda o comportamento mecânico da de fibra. Com os valores médios de resistência
mistura. Diversos fatores influem neste não confinada, buscou-se o parâmetro ótimo de
mecanismo, a saber: a) em relação ao solo solo com teor de fibra. Para tanto, foi traçado
(granulometria, índice de vazios e grau de um gráfico com os valores médios de
cimentação) e b) em relação às fibras resistência não confinada versus valores dos
(comprimento, espessura, rugosidade, módulo teores de fibra em percentagem. Assim, foi
de elasticidade, capacidade de alongamento, possível obter qual o comprimento e teor de
entre outros fatores) (CASAGRANDE, 2005). fibra conduz ao maior valor de resistência não
Bueno (1996), por exemplo, afirma que uma confinada. Com esse parâmetro, foram
constatação que surge de estudos experimentais moldados os corpos de prova para os ensaios de
de laboratório é a de que a presença das fibras cisalhamento direto.
modifica o comportamento dos solos, gerando
um material mais dúctil, mais coesivo e
levemente mais compressível.
Nesse contexto, as fibras poliméricas tem
sido as mais utilizadas nas pesquisas nacionais e
internacionais. Os principais polímeros
utilizados são o polipropileno (PP), polietileno
(PE), poliéster (PET) e poliamida (PA). No
Brasil, a utilização mais frequente é da fibra de
PP. Poucas pesquisas tem utilizado o polietileno
nos estudos de reforço de solo. De acordo com
Cristelo et al. (2015), o polipropileno tem sido o
tipo mais usual com percentuais de fibra
variando de 0,05 a 3,0%. Dessa forma, esse
trabalho apresenta resultados de ensaios de Figura 1. Ensaio de resistência não confinada em
andamento.
compressão uniaxial e de cisalhamento em solo
arenoso com fibras de polietileno tereftalato
(PET).
3 RESULTADOS OBTIDOS E
ANÁLISES
2 MATERIAIS E MÉTODOS
A Tabela 1 seguinte apresenta os valores
Para o desenvolvimento da pesquisa foi médios de tensão axial para cada comprimento
utilizado solo arenoso da região de Bauru (SP). e percentagem de fibra analisados.
As fibras utilizadas foram de polietileno Nota-se que a resistência não confinada varia
tereftalato (PET) com comprimentos de 10, 15, para todos os tamanhos e percentagens de fibras
20 e 30 mm e largura de 1,5 mm. Estas foram analisados. Em todos os casos ocorreu aumento
adicionadas aleatoriamente ao solo em da resistência uniaxial do solo devido à inclusão
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Pode-se notar na Figura 2 que o parâmetro Figura 3. Envoltórias do solo com e sem adição de fibras.
ótimo solo- fibra para a inclusão de fibras tipo
Tabela 2. Parâmetros de resistência ao cisalhamento do
PET foi obtido para a fibra de 20 mm, solo, encontrados para cada envoltória.
adicionada em quantidade de 1,5% em relação à Parâmetros de resistência ao cisalhamento do solo
massa seca do solo, a qual apresentou o valor Coesão (kPa) Ângulo de atrito
médio de resistência de 109,34 kPa, Solo sem adição de
11,7 31,4
significando um aumento de 92,7% em relação fibras
Solo com adição de
à resistência do solo sem fibras, que foi de 19,5 30,3
fibras
56,75 kPa.
4 CONCLUSÕES
RESUMO: Inserida na mesorregião do Vale do Itajaí, Santa Catarina, e local deste estudo, a cidade
de Blumenau possui características físicas, químicas, biológicas e antrópicas que contribuem na
ocorrência de movimentos de massa. Além disso, falhas no planejamento urbano acarretaram em
uma ocupação urbana desordenada, onde parte da população necessitou ser deslocada para àreas
próximas a encostas, locais de maior incidência de deslizamentos de terra, que podem estar
diretamente ligados à ocorrência de solos coluvionares. Entretanto, nas classificações de mapas
geotécnicos utilizados na cidade, estes colúvios são tratados como materiais de comportamento
semelhante, apesar de possuírem evoluções geológicas e pedogenéticas distintas. Assim, o trabalho
busca entender até que ponto a variação dos parâmetros geotécnicos desses colúvios está atrelado ao
seu litotipo. Foram coletadas amostras deformadas para os ensaios de caracterização do solo e
amostras indeformadas para os ensaios de cisalhamento direto.
Portanto, os objetivos deste trabalho são: a) de pesquisa do qual faz parte. Esses projetos
analisar a variação dos parâmetros mecânicos têm como título “Elaboração de cartas de
de cada solo de acordo com sua litologia e b) aptidão à urbanização frente aos desastres
verificar se essa variação implica em uma nova naturais” da Universidade Federal de Santa
forma de classificação dos “Cambissolos de Catarina (UFSC) em conjunto com a Fundação
depósitos de encosta” na metodologia de de Ensino e Engenharia de Santa Catarina
Davison Dias. (FEESC).
Figura 1. Envoltória de resistência ao cisalhamento dos Figura 2. Envoltória de resistência ao cisalhamento dos
solos residuais de gnaisse máfico. solos residuais de arenito fino/siltito.
5 CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
Sérgio Tibana
Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro, Campos dos Goytacazes, Brasil,
stibana@gmail.com
John S. McCartney
University of California San Diego
mccartney@ucsd.edu
RESUMO: O adensamento térmico consiste na expulsão da água presente nos poros do solo como
consequência do excesso de poro pressão gerada quando o sistema é submetido a uma elevação de
temperatura. Esse fenômeno ocorre devido à maior dilatação sofrida pela água em relação aos grãos
do solo, o que acaba por desenvolver esse excesso de poro pressão. Diante de tal efeito, surge o
intuito de avaliar o impacto e a distribuição de um gradiente térmico no solo, visando verificar a
possibilidade do manejo desse fator para gerar um melhoramento térmico de argilas. Para as
primeiras avaliações de tal aplicação, o presente estudo objetivou visualizar e compreender a
dissipação do calor oriundo de uma fonte cilíndrica no interior de uma massa de lama de caulim
Speswhite. Para tanto, o meio em questão foi submetido a três diferentes gradientes de temperatura
(40, 50 e 60°C), acompanhando o desenvolvimento da temperatura e da poro pressão no sistema. Os
resultados obtidos permitiram perceber a ocorrência da convecção no meio poroso ensaiado. Foram
percebidas também relações lineares entre a temperatura máxima atingida num determinado ponto
do solo e a temperatura alvo configurada para a superfície da fonte de calor. A geração da poro
pressão também pôde ser avaliada, verificando a tendência de desenvolvimento e dissipação da
mesma durante o aquecimento do meio.
Seção 2
Foram percebidas também relações lineares
35 Seção 3
entre a temperatura máxima atingida num
Seção 4
determinado ponto do solo e a temperatura alvo
30 Seção 5
configurada para a superfície do heater, sendo
maior a linearidade quanto mais próximo do
25 heater está o ponto.
0 1 2 3 4 5 Ficou evidente também o desenvolvimento da
Distância ao heater (cm) poro pressão como consequência do
Figura 6: Temperatura Máxima x Distância ao Heater. aquecimento do meio, onde, no momento em
que um determinado gradiente de temperatura
O comportamento discutido fica ainda mais atinge um ponto do meio, imediatamente há um
perceptível ao analisar a imagem final da desenvolvimento de poro pressão proporcional
representação tridimensional da distribuição da à esse gradiente. Essa poro pressão tende a
temperatura realizada no software DIAdem, dissipar de forma gradual, indicando a
apresentada na Figura 7. ocorrência do adensamento térmico do meio.
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AGRADECIMENTOS
REFERÊNCIAS
2 MATERIAIS E MÉTODOS
As esferas de vidro são produzidas para serem As partículas do material foram examinadas
utilizadas em misturas de tintas para pinturas de ao microscópio digital e fotos foram obtidas
sinalização horizontal de estradas e vias (uma delas apresentada na
urbanas. Por serem de vidro, têm a característica figura 2) para uma avaliação visual da forma das
de refletir a luz dos faróis, fazendo com que a esferas e classificação utilizando parâmetros
sinalização seja perceptível à noite e em definidos no trabalho de Cho et al. (2006),
condições de chuva ou nevoeiro. conforme apresentado na figura 3.
A norma NBR 16184/2013 preconiza os
requisitos e métodos de ensaios para a
finalidade de sinalização dessas esferas. No
presente trabalho, somente as características
geométricas de formato dos grãos e
granulometria têm importância, a fim de se ter
um material o mais próximo possível de esferas
perfeitas.
As esferas do tipo Drop-On IIC apresentam
uma curva granulométrica uniforme, com o
coeficiente de não uniformidade CNU = 1,4 e
coeficiente de curvatura CC = 1,03, o que indica
que os diâmetros equivalentes das partículas
não possuem muita variação. Segundo
classificação da ABNT (norma NBR Figura 2 – Foto de esferas Drop-On IIC sobre malha de
espaçamento 1 mm.
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R=
para garantir que a sobrecarga fique sempre em em forma de espiral, da borda para o centro,
contato com o solo a ser vibrado. A figura 7 para formar camadas sem desníveis
mostra a configuração do equipamento durante significativos, bem como uniformes. O
o procedimento. movimento em espiral deve ser cuidadoso para
evitar a segregação das partículas.
Figura 7 – Configuração para o equipamento utilizado no Figura 8 – Funil utilizado para o método “A” e amostra
“Geolabs in-house method”. após a pluviação.
emín
emín
RESUMO: Ensaios de integridade de estacas tem por objetivo a investigação das características da
seção transversal de uma estaca ao longo de sua profundidade. Isso se dá através da análise da
velocidade de propagação de uma onda de compressão e de baixa deformação ao longo do concreto.
Essa onda pode ser refletida para a cabeça da estaca após atingir o final da mesma ou devido a
alterações de impedância por variações de seção transversal, peso específico ou módulo de
elasticidade do material. Este trabalho teve o objetivo de avaliar os defeitos de quatro geometrias de
estacas, por meio do emprego de dois equipamentos: PIT (Pile Integrity Tester) e PET (Pile Echo
Tester), ambos baseados no Pulse Echo Method (Método Sônico). Os modelos de estacas
empregados foram em superfície (não enterradas) de forma a possibilitar a execução dos “defeitos”
e avaliá-los sem a interferência do solo. Os ensaios mostraram que os equipamentos (PIT e PET)
apresentaram resultados similares nas respostas dos defeitos previamente preparados nas estacas.
diâmetro e 5,8 m de comprimento, além de análise dos dados anteriores está além do
estribos de 5 mm de diâmetro com dimensões escopo deste trabalho.
de 20 cm x 20 cm instalados com um
espaçamento de 20 cm. 3. RESULTADOS
0.00
se obter a velocidade e os sinais de vários
golpes sobrepostos para se reduzir o ruído -0.22
T1 Toe
Vel
aleatório. 0 1 2 3 4m
F/Z
0.00
T1 Toe
Figura 8b. Estaca 7 – Resultado PET
-0.19 Vel
F/Z
0 1 2 3 4 5 6m
0.00
T1 Toe
-0.15 Vel
F/Z
Figura 9b. Estaca 7a – Resultado PET
0 1 2 3 4 5 6m
cm/s
Figura 7a. Estaca 6a – Resultado PIT 0.38
Pile: E08 - 16: # 10 11 12 13 MA:
MD:
1.00
1.20
LE: 6.00
WS: 3860
LO: 0.00
0.19 HI: 0.0
PV: 0
T1: 37
0.00
T1 Toe
-0.19 Vel
F/Z
0 1 2 3 4 5m
0.00
T1 Toe
-0.28 Vel
F/Z
Figura 10b. Estaca 8 – Resultado PET
0 1 2 3 4 5m
REFERÊNCIAS
RESUMO: O objetivo deste trabalho é apresentar e discutir a aplicação da teoria dos campos
aleatórios em problemas associados à variabilidade espacial das propriedades do solo, visando
acompanhar a evolução dos projetos geotécnicos baseados na fiabilidade. A título de demonstração,
é apresentado um exemplo de geração de campos aleatórios dos parâmetros de resistência de um solo
residual de granito do Porto para análise da estabilidade de um talude, comparando-se os fatores de
segurança, FS, e a probabilidade de rotura em função da variação da escala de flutuação. Demonstra-
se a importância desta variável, com impactos muito significativos nos FS obtidos.
∆x2 ∆y2
ρs = exp (-2√ + ) (1)
δ21 δ22 Figura 1. Discretização de um campo aleatório com uma
malha de 30 × 30 pontos.
Em que ρs representa o coeficiente de
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sua variância é 1 e a sua média é 0, pelo que, Como se vê por esta imagem, ela é totalmente
usando as equações 5 e 6, resultam os idêntica à Figura 4, sendo os valores da variável
coeficientes: a = 30 e b = 3. ϕ distintos, e seguindo uma distribuição normal
Gerou-se então um campo aleatório baseado com valor médio de 30° e desvio padrão de 3°.
numa variável com distribuição normal padrão,
com 50 × 50 pontos afastados de 1 m em ambas
as direções, e escala de flutuação segundo x igual 4 CASO DE ESTUDO: SIMULAÇÃO EM
a 10 m, e segundo y igual a 0,5 m. O resultado é UM SOLO RESIDUAL DO PORTO
o que se apresenta na Figura 4.
A variabilidade natural do solo tornou-se um
fator importante a ser considerada em projetos
geotécnicos, visando acompanhar a linha de
renovação imposta pelos Eurocódigos acerca das
metodologias probabilísticas de análise de
fiabilidade das estruturas.
Isto significa que as metodologias clássicas
de dimensionamento baseadas na determinação
do fator de segurança global tendem a ser
gradualmente substituídas por abordagens mais
representativas do comportamento do solo,
dentre as quais se destacam as semiprobalísticas
– por exemplo, o método dos coeficientes
Figura 4. Campo aleatório exemplo, com uma variável parciais – e as probabilísticas, que assentam na
normal padrão, para uma malha de 50 × 50 pontos.
teoria da fiabilidade (Pinheiro Branco et al.,
2014).
Da imagem anterior é claro que há uma maior
Entretanto, esta transição requer uma
correlação das propriedades na direção
caracterização ampla e exaustiva da
horizontal. A transformação deste campo numa
variabilidade dos parâmetros geotécnicos que
variável normal, não padrão, é imediata,
definem o comportamento dos maciços, o que
bastando para tal aplicar as equações 5 e 6,
impõe uma análise estatística dos dados obtidos.
resultando o campo aleatório ilustrado na Figura
A partir daí, sugerem-se alguns atributos
5.
importantes, como o coeficiente de variação e a
escala de flutuação, para quantificar as
incertezas associadas ao solo (Phoon &
Kulhawy, 1999).
mencionado, para efeito da simulação, são os de atrito ϕ´, e 50 matrizes para a coesão c´. O
apresentados na Tabela 1. peso volúmico, γ, do solo foi considerado
constante, por apresentar variações pouco
Tabela 1. Dados de entrada para geração da malha de significativas relativamente aos outros
campo aleatório parâmetros.
Parâmetros c' ' As figuras 6 e 7 mostram o resultado de
(kN/m3) (kPa) ()
alguns campos aleatórios relativos ao ângulo de
Média 20 10 35
Coef. variação (%) - 20 9 atrito e à coesão, respetivamente, com escalas de
Desvio padrão - 2 3,15 flutuação horizontal, δh, e vertical, δv, iguais a 1
Escala flutuação δh (m) - 1, 2, 6, 10, 12, 60 m.
Escala flutuação δv (m) - 1,6
Distribuição teórica - normal normal
No pontos na direção horizontal 40
No pontos na direção vertical 40
Distância horizontal entre pontos, Δx (m) 0,5
Distância vertical entre pontos, Δy (m) 0,5
Obs: δh - na direção horizontal; δv - na direção vertical
figuras 10 e 11.
18
0.500
1.000
1.500
2.000
16
2.500
3.000
3.500
14
4.000
4.500
1.320
5.000
12
5.500
6.000+
10
8
6
4
2
0
-2 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26
1,80
Mínimo Média Máximo referência de 50 anos.
1,60
1,40
Tabela 3. Probabilidade de rotura do talude definido pelos
FATOR DE SEGURANÇA - FS
RESUMO: Este trabalho apresenta o estudo da estabilidade do talude situado no Santo Antônio
Além do Carmo, Salvador/BA. Foram coletados blocos indeformados e amostras amolgadas,
realizando-e sua caracterização física, química e mineralógica. A curva característica de retenção de
água foi obtida pelos métodos do papel filtro e potenciômetro de ponto de orvalho. Para a
determinação da permeabilidade, usou-se o permeâmetro de Guelph, e o permeâmetro de parede
flexível. Os parâmetros de resistência foram obtidos através de ensaios de cisalhamento direto nas
condições inundada e seca, utilizados para a estimativa da envoltória de resistência não saturada de
acordo com a equação de Villar (2006). Foi realizada então uma retroanálise do deslizamento que
ocorreu em novembro de 2011, após uma forte chuva de quase 200mm em 48h. Percebeu-se que a
instabilidade do talude pode ser fortemente associada à ação humana, aqui representada pela
sobrecarga no talude e lançamento de águas servidas, além das fortes chuvas ocorridas em 2 dias
seguidos.
período de chuvas típico ocorre anualmente talude, se espalhando até a rua. A Defesa Civil
entre os meses de abril a junho, sendo o verão o de Salvador (CODESAL) totalizou 103 casas
período mais seco, como demonstra a figura 2, condenadas e 2 desabadas após o ocorrido. Pela
que reúne dados dos últimos 20 anos de chuvas figura 4, nota-se que a superfície de ruptura
na cidade. tende a ser circular, rasa, tendo mobilizado
apenas o material superficial.
Local da
ruptura
Figura 5. Visual das amostras coletadas. Figura 7. Curvas granulométricas das amostras.
Tabela 5. Composição química das amostras. de mercúrio, que permitiu conhecer se seu
Perda por comportamento era bimodal ou unimodal.
Amostra Si
calcinação
As amostras 1 a 3, apresentaram curvas
AM 1 2 36,5 39,5 11,5 9,8
bimodais, enquanto as amostras 4 e 5,
AM 2 2 36,4 38,1 10,7 11,3 unimodais.
AM 3 0,59 33,3 52,4 4,1 8,4 Para os ajustes, usou-se o programa SVFlux
AM 4 2 36,8 39,2 11,4 9,9 (SoilVision, 2017), no qual foram obtidos os
parâmetros das tabelas 6 e 7:
AM 5 1,4 39,6 39 5,9 13,2
Tabela 6. Parâmetros de ajuste pelo método de Fredlund e
Pelos teores de titânio, alumínio, sílica e Xing (1994).
ferro, os resultados mostram 3 origens para as Amostra a m n
amostras, seguindo os padrões da caracterização
física, já que as amostras 1,2 e 4 apresentam AM 1 9,52 0,5976 20,0 0,9364
valores próximos, diferentes das amostras 3 e 5. AM 2 13,48 1,7785 1,0540 0,9473
Pelos teores de ferro, entre 10,7 e 11,4, os AM 3 31,23 8,4670 2,2137 0.9949
solos 1, 2 e 4 aparentam ser ricos em minerais
AM 4 2499,99 0,6986 3,0741 0,9531
máficos, logo, estes provavelmente não foram
formados pela rocha local (que é rica em AM 5 2499,97 1,6535 1,1109 0,9555
minerais félsicos), devendo ser solos
coluvionares.
A perda por calcinação sugere que a AM 5 Tabela 7. Umidades volumétricas e sucções de entrada de
ar e residuais para os macro e microporos.
apresenta o maior teor de argilominerais, visto o
Macroporos Microporos
maior valor encontrado para esta, de 13,2. Amostra
3.1.3 Caracterização mineralógica AM 1 0,37 9,5 0,28 12,5 0,26 1450 0,089 15000
AM 2 0,47 2,4 0,36 60 0,32 1550 0,085 12500
Foram realizados de difração de raio-x (método AM 3 0,40 7,0 0,36 30 0,31 560 0,038 25000
do pó), tendo sido encontradas a presença de AM 4 - - - - 0,43 1450 0,087 10000
quartzo e argilominerais do grupo da caulinita.
AM 5 - - - - 0,45 530 0,038 16000
Como a amostra 5 apresentou grau de
atividade médio, foram realizados ensaios
adicionais, com as amostras preparadas pelo 3.2 Ensaios de permeabilidade
método da lâmina orientada, nas frações areia,
silte e argila separadamente, encontrando-se A permeabilidade saturada foi obtida por
alto teor de caulinita mal cristalizada na ensaios de campo (permeâmetro de Guelph) e
primeira, o que pode contribuir para a atividade laboratório (permeâmetro de parede flexível
média desta. com carga constante). Os coeficientes de
permeabilidade encontrados são compatíveis
3.1.4 Curva característica de retenção de água com os siltes e areias finas, conforme
apresentado nas tabelas 8 e 9.
As relações entre sucção e umidade volumétrica Percebe-se que as condutividades hidráulicas
das amostras foram obtidas através dos métodos de campos são maiores que as de laboratório, o
do papel filtro e potenciômetro de ponto de que pode ser justificado pelo fato dos ensaios de
orvalho, e ajustadas pelo método de Fredlund e laboratório não levarem em conta a
Xing (1994), que proporcionou o melhor ajuste, configuração do maciço, que pode conter
e com os resultados dos ensaios de porosimetria fissuras e raízes e/ou, por ser um maciço
heterogêneo, a condutividade hidráulica pode
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variar consideravelmente para cada ponto. 3.3.1 Estimativa da resistência não saturada
Tabela 8. Condutividades hidráulicas saturadas obtidas As resistências não saturadas foram obtidas pela
em campo (Adaptado de Cajado e Campos, 2017). estimativa de Vilar (2006), que propôs uma
k (cm/s) função hiperbólica que considera as situações
Prof. (m)
G1 AM 2 AM 3 AM 4 e 5 em que a sucção tende a zero (condição
0,6 2,52E-02 2,54E-03 8,80E-06 1,88E-02 submersa) e a infinito, quando c’ atinge seu
1,00 4,15E-04 1,42E-04 1,95E-03 1,87E-03 valor máximo (condição seca).
2,00 1,81E-05 3,19E-05 4,20E-04 4,72E-03
Tabela 11. Envoltórias não saturadas.
3,00 1,60E-04 - - 2,82E-04
4,00 1,40E-04 - - 8,15E-03
5,00 2,36E-04 - - 3,83E-03
6,00 1,09E-04 - - -
Como não se tinham informações sobre o perfil O contato solo-rocha foi tratado como uma face
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4.2.2 Resultados
AGRADECIMENTOS
REFERÊNCIAS
RESUMO: Este trabalho tem por objetivo realizar a comparação entre resultados de simulações
numéricas desempenhadas através de dois programas de modelagem: Plaxis e GeoStudio. O caso
analisado faz referência a um aterro reforçado com características geohidromecânicas disponíveis
no trabalho de Cardoso (2013). Nota-se que mesmo utilizando os mesmo parâmetros e modelos de
comportamento relativamente compatíveis entre os programas, obteve-se uma discrepância
significativa acerca dos resultados de deslocamentos verticais máximos. Entretanto, o excesso de
poropressão apresentou valores bastante semelhantes, assim como as estimativas do esforço
mobilizado no reforço, que atingiram valores muito próximos do coletado em monitoramento de
campo. Por fim, nota-se que a escolha do programa e dos modelos de comportamento do material
deve ser feita de acordo com o objetivo da análise, podendo levar a resultados bastante distintos.
consequentemente, ganho de resistência). moles. Desde sua primeira aplicação (Clough &
Diversas técnicas construtivas foram Woodward, 1967) foi observado o quão
desenvolvidas com o objetivo de evitar ou poderoso é este método. Muitos pesquisadores
conviver com estes inconvenientes. Entre elas, têm empregado tal técnica para interpretar os
têm-se: a introdução de bermas de equilíbrio, comportamentos de campo de diversos tipos e
sobrecarga temporal, remoção/substituição total configurações de estruturas.
ou parcial do solo mole, reforço com Na modelagem de aterros sobre solos moles,
geossintéticos, utilização de drenos verticais o MEF é utilizado visando uma previsão mais
(geodrenos ou drenos de areia), reforço com realista da estabilidade e das deformações
colunas de brita, construção do aterro por fases, causadas pela construção e operação do aterro.
reforço com colunas rígidas, entre outras, O conhecimento das deformações é importante
podendo ou não serem combinadas. para verificar não apenas se a força no reforço,
A inserção de reforço geossintético na calculada nas análises de estabilidade, é
interface aterro-fundação é uma alternativa realmente mobilizada, como também avaliar a
econômica e tecnicamente atrativa, pois esta condição de trabalho do aterro. Adicionalmente,
permite a redução do espraiamento lateral do através do MEF é possível também avaliar tais
aterro e do deslocamento horizontal da estruturas com relação às suas dependências do
fundação, podendo também minimizar o tempo, onde permite-se simular diversas
consumo de material necessário para a situações e adversidades que possam ocorrer em
construção do aterro, aumentar a velocidade de um período predeterminado.
construção e reduzir os recalques diferenciais As modelagens e análises numéricas
(Terzaghi & Peck, 1967; Johnson, 1975; U.S. incorporam diferentes níveis de sofisticação
Navy, 1982; Holtz, 1989 e 1990). para os modelos de comportamento do solo,
Resumidamente, os aterros reforçados sobre como exemplo tem-se os modelos: elástico
solos moles são sistemas compostos por três hiperbólico, de Mohr-Coulomb, Cam-clay,
componentes: o solo mole de fundação, o modelo Cam-clay modificado e Visco-plástico.
material de reforço e o material do aterro Assim, esta pesquisa objetiva realizar uma
propriamente dito. O desempenho deste sistema comparação entre os resultados obtidos para um
é altamente depende das condições de trabalho mesmo modelo – referente a um aterro sobre
de cada um destes componentes, seja com solo mole reforçado com geossintético e que faz
relação as deformações, desenvolvimento de uso de drenos verticais – desenvolvido em
tensões, estabilidade, bem como da interação diferentes programas de modelagem (GeoStudio
entre eles e de outros fatores (BELO, 2018). e Plaxis), os quais utilizam diferentes modelos
A execução de aterros experimentais para descrever os comportamentos dos
instrumentados, com a finalidade de avaliar o materiais envolvidos, ou adaptações destes.
desempenho de alternativas construtivas e
configurações dos reforços, apresentam custos
elevados e, geralmente, são nada triviais. Como 2 METODOLOGIA
alternativa, tem-se a prática da elaboração de
modelos numéricos que simulam metodologias 2.1 Programas Utilizados
e configurações construtivas para a estrutura de
interesse, comumente, fazendo uso do Método 2.1.1 Plaxis
dos Elementos Finitos (MEF) (SILVA, 2008).
O MEF tem se mostrado uma poderosa O Plaxis é um programa desenvolvido pela
ferramenta na avaliação do comportamento de empresa de mesmo nome, PLAXIS BV. O
sistemas geotécnicos, assim como é o caso dos programa faz uso dos Métodos dos Elementos
aterros reforçados construídos sobre solos Finitos para realização de análises de
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Tabela 2. Estimativas dos ganhos de resistência da argila mole devido à construção por etapas.
hetap
Etapa Δσ'v = γat*hetapa (kPa) U Δσ'v,l = U*Δσ'v (kPa) ΔSu (kPa) Su (kPa)
(m)
Inicial 0,0 0,00 0,0 0,00 0,00 5,00
1ª Consolidação 3,5 61,25 0,6 36,75 9,19 14,19
2ª Consolidação 3,0 52,50 0,6 31,50 7,88 22,06
3ª Consolidação 2,5 43,75 0,6 26,25 6,56 28,63
45
40
35
Esforço axial (kN)
30
25
20
15
10
5
0
0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600
t [dias]
Figura 5. Comparação entre as tensões axiais máximas modeladas.
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RESUMO: Este artigo apresenta um estudo sobre modelagem numérica de grupos de estacas
helicoidais em areia, sujeitos a carregamento axial de tração. Utilizando o método dos elementos
finitos, o modelo foi calibrado com base em provas de carga realizadas em estudo prévio. Foram
conduzidas análises paramétricas em que o espaçamento entre os eixos foi variado entre 3 e 5
diâmetros das hélices das estacas, em grupos com duas e quatro estacas, com topo livre ou em bloco
de coroamento. Constatou-se que a interferência entre estacas reduz a capacidade de carga do
conjunto e, consequentemente, a eficiência de grupo. Assim, com o aumento do espaçamento, existe
menor superposição das zonas de influência de duas estacas adjacentes e maior mobilização da
capacidade de carga. Essa tendência foi consolidada quando as estacas são instaladas a uma distância
de centro a centro do seu eixo referente à cinco vezes o diâmetro da hélice, para os grupos com topo
livre e coroados. Todavia, o acréscimo de estacas ao grupo ocasiona uma redução na eficiência em
razão da maior superposição de tensões.
relações teóricas que permitam o seu cálculo Narasimha Rao e Prasad (1992). Assim, o solo
adequado, especialmente em se tratando de deslocado lateralmente transfere tensões ao
grupos de estacas helicoidais, insere-se o subjacente e o densifica. Em contrapartida, no
potencial da modelagem numérica, em razão de cilindro de solo atravessado pelas hélices ocorre
permitir encontrar soluções a problemas que cisalhamento torsional e vertical, além de
envolvem uma mecânica complexa, sobre a qual deslocamentos radiais e verticais (TSUHA et al.,
ainda não se tem soluções analíticas fechadas. 2012). Como consequência há uma alteração nas
Esta dificuldade é creditada, conforme Perko condições iniciais do solo: altera-se o estado de
(2009), às condições do solo circundante, tais tensões nas vizinhanças das hélices e reduz-se
como distribuição das camadas de solo, tensões parâmetros de resistência e de rigidez. Dado o
efetivas, razão de sobre adensamento, adesão na exposto, a instalação de grupos tende a ampliar
haste; assim como à geometria da ancoragem e estes efeitos, de modo que a eficiência de grupos
ao espaçamento entre estacas. Resultados de de estacas com baixa razão de espaçamento, S/D
pesquisas apontam que a eficiência de grupo cai (em que S representa a distância entre estacas),
à medida que o espaçamento entre estacas tende a ser inferior a 100%.
diminui, decorrente da redução de capacidade de Assim, os métodos de previsão de capacidade
carga e do aumento dos deslocamentos. de carga à tração até então formulados precisam
Diante do exposto, empreender uma análise ser revisados de modo a considerar os efeitos de
sobre o comportamento de grupos de estacas instalação (TSUHA et al., 2012). Os métodos
helicoidais, em depósitos de areia pura, que são teóricos mais conhecidos são o das capacidades
comuns em locais específicos da costa do individuais (ADAMS & KLYM, 1972) e o
nordeste brasileiro, configura-se como a método da ruptura cilíndrica (MITSCH &
importância da pesquisa. Dessa forma, neste CLEMENCE, 1985; DAS, 1990). A
artigo objetiva-se avaliar a capacidade de carga consideração da capacidade de carga teórica dos
a tração e eficiência de diversas configurações de grupos, reportada por Perko (2009), envolve
grupos de estacas helicoidais, por meio de procedimento semelhante ao do método da
simulações numéricas tridimensionais por ruptura cilíndrica. Contudo a parcela referente ao
elementos finitos. cisalhamento é definida por um bloco hipotético
de solo contido entre hélices das estacas.
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA A eficiência de grupo é um fator determinante
para avaliar a interação entre as estacas quanto à
O comportamento de estacas helicoidais é capacidade de carga. Uma eficiência positiva
complexo e regido por diversos fatores. Ghaly et resulta em η > 1; em contrapartida η < 1
al. (1991), ao empreender um estudo representa a capacidade de carga do grupo
experimental com modelos reduzidos de inferior à de cada estaca isoladamente (𝑄𝑢 ).
ancoragens com uma hélice em areia, mostraram Hanna et al. (1972) estudaram o
que o mecanismo de ruptura e a capacidade de comportamento de grupos de estacas helicoidais
carga variam conforme as características da embutidas em areia e mostraram que a eficiência
areia, diâmetro da ancoragem e profundidade do grupo é inferior à 100% para H/D ≤ 12 e S/D
relativa de instalação da hélice superior, H/D ≤ 4. Também concluíram que a distribuição da
(sendo H a profundidade até a hélice de topo e D carga entre as hélices é quase uniforme em baixo
o diâmetro da hélice superior). nível de carga e a hélice central é a menos
Outro fator que torna a interação solo-estaca solicitada ao se aproximar da carga de ruptura.
de difícil solução se deve à alteração das Das et al. (1976) relatam que a eficiência do
condições iniciais do solo durante a instalação grupo sob carga de tração aumenta com o
das estacas. Nesse processo ocorre um espaçamento das estacas, mas diminui com um
deslocamento lateral e para cima do solo em número crescente de estacas no grupo.
contato direto com as hélices, como cita Conclusão similar foi reportada por Ghaly &
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Hanna (1994), que realizaram investigações passo de 0,075 m. Maiores detalhes sobre os
experimentais sobre o desempenho de grupos de ensaios de campo podem ser obtidos em Costa
3, 4, 6 e 9 estacas em areia densa, média e fofa. (2017b).
Para cada uma das configurações de grupos,
analisou-se o efeito da profundidade de
instalação e o espaçamento entre as estacas sobre
a eficiência de grupos. Os autores constataram
que, para areias fofas e médias, a eficiência 𝜂
aumenta com o afastamento entre estacas e com Figura 2. Protótipo da estaca ensaiada e modelada
a profundidade de instalação. Este
comportamento é válido para uma mesma Os limites geométricos da modelagem
configuração de grupo, contudo o aumento do numérica no plano horizontal (x-z), paralelo ao
tamanho do grupo resulta em uma redução na terrapleno, conforme a Figura 3, foram
eficiência para a mesma relação H/D e S/D. configurados para no mínimo 60 ∙ 𝐷𝑒𝑖𝑥𝑜 (i. e.,
sessenta vezes o diâmetro da haste central da
3 MATERIAIS E MÉTODOS estaca) à fronteira mais próxima, de forma a
evitar o efeito de bordo, como relatam estudos
O estudo numérico da pesquisa foi realizado com similares (PHILIPS & VALSANGKAR, 1987;
o software Plaxis 3D Foundation, o qual é BOLTON et al.,1999; RAWAT & GUPTA,
baseado no Método dos Elementos Finitos 2017). Considerando a inserção de grupos com
(MEF). O programa esquematiza o sistema solo, espaçamento variável, foram delimitadas as
estaca, bloco, interface solo-estrutura, e os coordenadas: 𝑥𝑚𝑖𝑛 = -5m; 𝑥𝑚𝑎𝑥 = 5m; 𝑧𝑚𝑖𝑛 = -
associa às diversas leis de comportamento 5m e 𝑧𝑚𝑎𝑥 = 5m, de modo a garantir que as
necessárias para representar o problema. estacas do grupo com maior afastamento
Os resultados numéricos foram validados por apresentem uma distância de 60 ∙ 𝐷𝑒𝑖𝑥𝑜 . Na
um conjunto de provas de carga a tração profundidade, o modelo deve ter uma dimensão
realizados por Costa (2017b). O perfil de solo mínima de oito vezes o diâmetro da hélice de
representativo do terreno investigado é topo abaixo da ponta da estaca, conforme
apresentado na Figura 1, e foi obtido de verificado por Knappett et al. (2016). Para
sondagens à percussão realizadas nas atender às referências citadas configurou-se o
proximidades dos pontos de execução das provas domínio por um cubo de lado igual a 10 m.
de carga à tração conduzidas pelo citado autor.
Não foi observado o nível do lençol freático.
A estaca helicoidal utilizada nas provas de Figura 3. Domínio da malha de elemento de finitos com a
carga (Figura 2) é composta de tubos metálicos inserção da estaca helicoidal no centro.
de aço com 0,073 m de diâmetro, e três hélices
de diâmetros externos de 0,25, 0,30 e 0,35 m e O comportamento do material da estaca foi
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definido como elástico-linear, em razão do baixo longo da profundidade (y), direção de maior
nível de tensões na estaca, durante os ensaios, significância, optou-se por uma malha de
não ter provocado o escoamento do aço. As refinamento médio, balanceando a acurácia dos
propriedades para a estaca estão listadas na resultados com o esforço computacional e tempo
Tabela 1. A conformação do protótipo da estaca para os cálculos requeridos na análise 3D.
é dada a partir da interação entre elementos de Então deu-se início à calibração propriamente
casca (wall) e de placa (floor). Para o eixo dita do modelo 3D. O ponto de partida em
utilizou-se a seção transversal “Circular tube”, a relação aos parâmetros do solo foram os
qual inseriu-se as propriedades de parede, adotados por Costa (2017b) na calibração do
enquanto para as hélices utilizou-se elementos de modelo no Plaxis 2D. O resultado obtido foi
placa, com espessura (e) definida comparado com a envoltória delimitada pelas
aproximadamente ao modo da estaca projetada. provas de carga realizadas pelo referido autor e
Embora as chapas da estaca ensaiada apresentem com a curva 2D. Os parâmetros do modelo 3D
formato helicoidal de passo controlado, elas foram ajustados dentro de limites razoáveis até
foram inseridas no modelo como sendo planas, que se chegou à uma aproximação satisfatória
em razão de restrição ao desenho no software. das curvas de campo (Figura 4).
Tipo de E 𝛾 160
e (m) 𝜐
elemento (GPa) (kN/m³)
Wall 0,0125 210 78 0,3 120
Floor 0,0125 210 78 0,3
80
Obs.: E = Módulo de Young; 𝛾 = Peso específico; 𝜐 =
Coeficiente de Poisson.
40
Topo livre
escolha de um valor adequado para o fator de
G2SD5 1,75 5
redução de resistência da interface (R inter ), que 2,57 0,35 7,3
foi definido em 0,54 para o contato entre solo G4SD3 1,05 3
arenoso e aço. Este valor foi definido com base G4SD4 1,40 4
em estudo realizado por Potyondy (1961). G4SD5 1,75 5
Para os grupos coroados adotou-se um bloco G2(B)SD3 1,05 3
de concreto com resistência característica à G2(B)SD4 1,40 4
Coroados
compressão (𝑓𝑐𝑘 ) de 30 MPa e com 50 cm de G2(B)SD5 1,75 5
altura (h). A modelagem desses grupos considera 2,57 0,35 7,3
G4(B)SD3 1,05 3
um embutimento do topo de cada estaca no G4(B)SD4 1,40 4
interior do bloco de 0,1 m. Valor esse escolhido G4(B)SD5 1,75 5
conforme a recomendação reportada por Perko
(2009), que menciona que deve existir no
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
mínimo a inserção de 76 mm (i. e., 3”). A Tabela
3 resume os parâmetros de entrada para os
4.1 Análise de deslocamentos verticais
blocos. O valor de R inter adotado para o concreto
seguiu recomendação de Potyondy (1961).
A Figura 5 e a Figura 6 de plumas de
Tabela 3. Parâmetros dos blocos de concreto deslocamentos verticais (𝑢𝑦 ) dentro da massa do
solo apresentam os contornos de interação entre
Tipo de h E 𝛾 estacas para as razões S/D dos grupos de duas
𝜐 R inter
elemento (m) (GPa) (kN/m³) estacas avaliados. Em consonância com
Volume 0,5 26,84¹ 25 0,2 0,76 resultados relatados por Livneh & El Naggar
¹ Módulo de elasticidade secante (𝐸𝑐𝑠 ) (2008), observou-se que a separação das zonas
de influência ocorre para S/D > 3. Assim,
Após validação do modelo, deram-se início às maiores espaçamentos resultam na tendência de
análises paramétricas dos grupos com 2 e 4 plena mobilização individual de capacidade de
estacas, com o topo livre (i. e., G2 e G4) e com a carga, em razão das estacas passarem a trabalhar
presença de bloco de coroamento (i. e., G2(B) e isoladamente. A mesma tendência foi observada
G4(B)), como sumariza a Tabela 4. Em cada para os grupos de quatro estacas.
grupo estudou-se o comportamento de grupos de Outrossim, em todas as configurações de
estacas com S/D de 3, 4 e 5, adotando-se sempre grupo, nas quais a profundidade de instalação é
o modelo utilizado na etapa de validação das de 2,57 m, correspondente a uma taxa de
simulações numéricas como referência. Todas as embutimento (H/D) de 7,3, a superfície de
análises paramétricas foram desenvolvidas sob ruptura não alcançou a superfície do terreno,
as mesmas condições de carregamento, materiais comportamento referido como condição de
constituintes, refinamento da malha gerada e âncora profunda na literatura (DAS, 1990;
interfaces. PERKO, 2009).
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deslocamento vertical
120
200
critério da ICC-ES (2007). A capacidade de
0 carga para a estaca isolada, estimada pelo
0 10 20 30 40 50 método da ruptura cilíndrica, resultou em 167
Deslocamento vertical (mm)
Legenda: kN.
G2(B) S/D = 3 G4(B) S/D = 3
G2(B) S/D = 4 G4(B) S/D = 4 4.4 Análise de capacidade de carga e eficiência
G2(B) S/D = 5 G4(B) S/D = 5 dos grupos
Figura 8. Capacidade de carga vs deslocamento dos grupos
de estacas coroadas A Figura 9 apresenta o crescimento na
capacidade de carga (𝑄𝑢𝑔 ), via critério de
4.3 Determinação da capacidade de carga dos ruptura, à medida que se insere um bloco ao
grupos grupo, bem como mais estacas. Apresenta, ainda,
a eficiência de grupo para os casos em estudo. A
Uma fundação atinge sua capacidade ótima sua análise evidencia o aumento na capacidade
quando a carga por unidade de área não excede de carga com a inserção dos blocos de
um valor limite, que causaria a falha por coroamento, quando se comparam os pares G2 e
cisalhamento no solo. Este valor limite é G2(B), assim como G4 e G4(B). Essa tendência
denominado como capacidade de carga. Nesse é creditada à contribuição do elemento de
estudo a obtenção da capacidade de carga ou coroamento ao sistema global, a qual não é
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800 1,2
externas do grupo e na profundidade pela hélice
600 1
de topo e a de ponta; τ é a resistência ao
400 0,8 cisalhamento; s é o espaçamento entre cada
200 0,6 hélice da estaca do grupo; n representa o número
0 0,4 de estacas no bloco, demais parâmetros foram
3,00 4,00 5,00 definidos anteriormente.
Razão de espaçamento (S/D)
Legenda:
Q ug
G2 - Q_ug G2(B) - Q_ug η= (2)
G4 - Q_ug G4(B) - Q_ug ∑ Qu
G2 - η G2(B) - η
G4 - η G4(B) - η
Os parâmetros da Equação 2 foram definidos
Figura 9. Capacidade de carga e eficiência de grupo anteriormente.
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1200 1,6
Eficiência de grupo ( 𝜂)
Grupo de estacas
1000 1,4 1,6
1,5 Legenda:
800 1,2
(kN/m²)
Qug* / Qug
1,4
600 1,0 G2
1,3
400 0,8 1,2 G4
1,1
200 0,6
1,0
0 0,4 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5 5,0 5,5
3,00 4,00 5,00 Espaçamento entre estacas /
Razão de espaçamento (S/D) Diâmetro da maior hélice
Legenda:
(G2) - Q_ug (G4) - Q_ug Figura 11. Comparativo entre as capacidades de carga dos
(G2) - η (G4) - η grupos de estacas pelo método teórico e via MEF
RESUMO: Este estudo investiga as características deletérias de três amostras de agregados miúdos
entre os mais utilizados na Região Metropolitana do Cariri (RMC). Essas amostras foram coletadas
observando-se a NBR NM 27/2001 e submetidas aos ensaios de material pulverulento (NBR
7219/1987), teor de matéria orgânica (NBR NM 49/2001) e teor de torrões de argila (NBR
7218/1987). Os resultados apontam que todas as amostras apresentam matéria orgânica e teores de
material pulverulento que restringe seu uso para alguns tipos de concreto e filtros de barragens de
terra, drenos subterrâneos de rodovias, entre outras. Uma das três amostras estudadas mostra-se
imprópria para concretos e outras obras civis em função do elevado teor de torrões de argila. As três
amostras apresentam alguma característica prejudicial aos concretos e/ou algumas obras de terra,
fazendo-se necessário um melhor controle tecnológico desses materiais antes da sua utilização.
2.2.3 Quanto à massa unitária 2.3 Substâncias nocivas nos agregados miúdos
Segundo Effting (2014) para essa classificação São aquelas que podem afetar alguma
leva-se em consideração a relação entre a massa propriedade desejável nos concretos fabricados
de um determinado agregado e o volume com agregado que as contém. Essas substâncias
ocupado pelos seus grãos, incluindo-se os também podem ser denominadas de impurezas e
vazios. Nesse caso, os agregados podem ser: são classificadas em coloidais e não coloidais
leves, normais e densos/pesados. (BAUER, 2011). As coloidais compreendem as
a) Leves: têm massa unitária inferior a que têm grãos de diâmetro da ordem do
1.000 kg/m³, entre os quais estão a argila micrômetro (milésimo de milimetro) e podem
expandida, pedra-pomes, escória siderúrgica, ser retiradas por lavagem, enquanto as não
ardósia, lixo sintetizado e folhelhos. coloidais são misturas heterogêneas cujo
b) Normais: têm massa unitária de 1.000 kg/m³ diâmetro médio das partículas têm de um a
a 2.000 kg/m³. São exemplos destes as areias e 100 namômetros e não são elimináveis
cascalhos, os seixos rolados e a rocha britada. (BAUER, 2011). Esse autor ainda afirma que as
c) Densos ou pesados: têm massa unitária maior impurezas não coloidais que mais ocorrem nas
que 2000 kg/m³, tendo-se como exemplos a areias são as argilas em torrões e materiais
brita de barita, magnetita, hematita, limonita, friáveis, materiais pulverulentos e impurezas
agregados de aço, etc. orgânicas.
Effting (2014) relata que qualquer agregado
2.2.4 Quanto à composição mineralógica para uso em concreto, que seja submetido à
imersão em água, exposição prolongada à
Bernucci (2007) classifica os agregados quanto atmosfera úmida, ou contato com solo úmido,
à composição mineralógica das rochas que lhe não deve conter materiais que sejam
deram origem, conforme descrição abaixo: potencialmente reativos com os álcalis do
a) Ígneas: São as rochas que se formaram pelo cimento em quantidades suficientes para causar
resfriamento e consolidação do magma; expansão. Isto sucita para maiores cuidados
b) Sedimentares: Formada atraves da deposição com os concretos destinados a túneis,
e consolidação dos sedimentos. Sedimentos, são fundações, obras marítimas, muros de arrimo,
materiais originados do intemperismo de rochas obras subterrâneas ou de condução de rejeitos
preexistentes; e industriais e esgotos.
c) Metamórficas: Resultante da transformação Apesar de nocivas aos agregados miúdos,
de rochas preexistentes, sob influência da essas outras substâncias, não são objeto desse
pressão, temperatura e fluídos gasosos. estudo, uma vez que o mesmo se limita à
O conhecimento da natureza dos agregados investigação do material pulverulento, matéria
é de fundamental importância para a orgânica e argila em torrões e materiais friáveis.
definição do uso que este terá, sendo suas
propriedades físicas e químicas e suas 2.3.1 Material pulverulento
misturas ligantes, essenciais para a vida das
estruturas (obras) em que são usados São, por definição, partículas com dimensão
(FRAZÃO, 2002; VIEIRA e MOLIN, 2004). inferior a 0,075mm, inclusive os materiais
Frazão (2002) explica que as características solúveis em água, presentes nos agregados
físico-químicas e químicas (reação com os (ABNT, 2003a).
álcalis do cimento) dos agregados Segundo Nevile (2016) há dois tipos de
influenciam diretamente na qualidade final materiais finos que podem estar presentes no
dos concretos e argamassas. agregado: o silte e o pó de britagem, sendo o
material pulverulento, constituído de partículas
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filtro. O autor esclarece que essas areias devem g) Assentamento de blocos intertravados: A
ter graduação tal que impeça os mais finos do NBR 15953 (ABNT, 2011) estabelece que o
maciço de jusante e da fundação de serem material de assentamento para pavimento
carreados, provocando a erosão interna intertravado de concreto deve cumprir as
(pipping); terem capacidade suficiente para especificações da NBR 7211 (ABNT, 2005),
absorver e transportar todas as águas quanto à presença de torrões de argila, materiais
provenientes do dreno vertical e fundação; e friáveis e impurezas orgânicas. Essa norma
permeabilidade suficiente para que as águas da afirma que a porcentagem de material retida na
fundação percolem livremente, sem provocar peneira 75 µm depende da sua natureza
altas pressões de baixo para cima no aterro de mineralógica e recomenda que esta deve estar
jusante. Completa ainda que as areias para uso compreendida entre 90 e 100%. Tal
em filtros deve apresentar porcentagem máxima recomendação se justifica pelo fato do excesso
de 5%, em peso, passando na peneira #200, para de material retido nesta peneira poder acarretar
que o material não apresente coesão e evite a uma compactação excessiva da camada de
propagação de trincas de tração no interior do assentamento, o que resultaria em deformações
filtro. do pavimento.
d) Misturas asfálticas: Segundo Bauer (2011) a h) Outros usos: As areias ainda podem ser
areia, juntamente com o filler, entra na dosagem usadas para melhorar propriedades geotécnicas
do concreto betuminoso, para impedir o de solos de baixo suporte, para serviços de
amolecimento do concreto betuminosos dos aterro e reaterros, filtros de muros de arrimo,
pavimentos nos dias de intenso calor. Para etc.
confecção de misturas asfálticas para
revestimentos de pavimentos flexíveis, a
Especificação de Serviço 031 (DNIT, 2004), 3 MATERIAIS E MÉTODOS
requer que as areais tenham grãos resistentes e
livres de torrões de argila e de substâncias Foram coletadas três amostras de areias, cujas
nocivas. jazidas foram selecionadas entre as mais
e) Drenos Profundos: Quando utilizadas para utilizadas na construção civil nos três principais
material filtrante como enchimento para os municípios da RMC. As substâncias nocivas
drenos subterrâneos, executados nas camadas estudadas foram o material pulverulento, a
subjacentes de pavimentos de corte ou aterro, as matéria orgânica e os torrões de argila e
areias devem ter partículas limpas, resistentes e partículas friáveis, uma vez que suas presenças
duráveis e isentas de matéria orgânica, torrões nas areias estão entre as que mais influenciam
de argila ou outros materiais deletérios e na qualidade das obras geotécnicas, bem como
granulometria adequada, cujos grãos devem nas estruturas de concreto.
passar integralmente na peneira 9,5 mm e não Vale ressaltar que a coleta de areias foi
mais de 10% na peneira 0,15 mm, para impedir realizada em jazidas devidamente licenciadas
que as partículas finas fiquem retidas nos pelos órgãos ambientais competentes, com
interstícios do material drenante, o que causa a distância não superior a 30 km do centro
sua colmatação (DNIT, 2006). geométrico formado pelo polígono das áreas
f) Assentamento de paralelepípedos: a areia urbanas das cidades de Barbalha, Crato e
para o colchão de assentamento dos blocos deve Juazeiro do Norte.
ser constituída de particulas limpas, duras e O procedimento experimental foi dividido
duráveis, apresentar índice de plasticidade nulo, em duas etapas principais:
passar integralmente na peneira 4,8 mm e não a) Amostragem e preparação das amostras:
contar com mais de 15% de material passando Coletaram-se 40 kg de cada uma das amostras,
na peneira 0,0075 mm (DERT, 1994). as quais foram acondicionadas em baldes
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devem ser usadas para execução de drenos sub- Todas as amostras estudadas apresentaram
superficiais de pavimentos rodoviários, nem excesso de material pulverulento, conforme
para a produção de misturas para revestimentos teores apresentados no gráfico da Figura 3.
asfálticos, porém, podem ser utilizadas para
assentamento de paralepípedo e blocos
intertravados.
UDESC, Santa Catarina, 2014. Disponível em: alimentação e agricultura. 120p. (Publicação da FAO
www.scribd.com/document/237775479/aula-3-agrega sobre rega e drenagem, 64).
dos-parte-2>Acesso em: 07 Jul. 2017.
RESUMO: O trecho de 936,8 km da rodovia federal BR-040 (DF, GO e MG), concedido a Via040,
interliga as regiões Sudeste e Centro Oeste do Brasil e se destaca pela relevância estratégica para
desenvolvimento da economia brasileira. Objetivando pesquisar as propriedades dos materiais dos
pavimentos, foram realizados ensaios de campo e laboratório em diferentes pontos da rodovia,
nomeados Unidades de Amostragem (UAs). No artigo foram analisadas as estruturas do pavimento
de seis UAs, localizadas em cinco compartimentos geomorfológicos distintos. Dentre os ensaios
realizados têm-se: densidade in situ (frasco de areia), umidade in situ (Speedy), caracterização física,
compactação, Índice de Suporte Califórnia (ISC ou CBR) e triaxial de cargas repetidas (módulo de
resiliência). Os resultados dos ensaios revelaram diferenças significativas nas propriedades dos
materiais coletados nos compartimentos geomorfológicos adjacentes. Tal variação de propriedades
constituiu uma contribuição importante aos estudos de pavimentação, principalmente para a
compreensão dos comportamentos dos pavimentos.
As UAs foram definidas aplicando-se o critério em geral, com alta suscetibilidade à erosão.
de hierarquização, seguindo a sequente Geração de colúvios e depósitos de tálus nas
ordenação: Unidade de Federação; Região baixas vertentes (Machado e Silva, 2010).
Climática; Geomorfologia; Tráfego; Deflexão Denominado Depressões e Chapadas São
Máxima (D0); Área Trincada; Afundamentos em Francisco/BH, a UA-04 está localizada neste CG
Trilha de Roda (ATR) e Irregularidade caracterizado por formas de relevo suavemente
Longitudinal (IRI). dissecadas, com extensas superfícies de
Dentre as UAs nomeadas pela metodologia gradientes extremamente suaves, com topos
supracitada tem-se : UA-01 (km 097+625/GO), planos e alongados e vertentes retilíneas nos
UA-02 (km 107+000/GO), UA-03 (km vales encaixados em forma de “U”. Formação de
052+065/MG), UA-04 (km 352+550/MG), UA- solos areno-argilosos e argilosos, espessos e de
05 (km 631+550/MG) e UA-06 (km cor vermelho-escura, em geral, com baixa a
708+650/MG). moderada suscetibilidade à erosão (Machado e
A partir dessa definição, foram realizados Silva, 2010).
ensaios para a caracterização física e mecânica No CG das Serras do Quadrilátero Ferrífero
dos materiais. encontra-se a UA-05, marcada por um forte
Através dos resultados obtidos, foi possível dissecamento e enorme variabilidade litológica,
avaliar com mais consistência as condições dos sobressai na área a influência do material de
pavimentos da rodovia, ampliando a origem sobre as características dos solos, em que
confiabilidade das informações dos trechos se destaca o conjunto de solos de constituição
levantados e, o entendimento a cerca dos ferrífera, distinguidos pelos teores de óxidos de
mecanismos que regem os pavimentos. ferro muito elevados e intensa cor vermelha
(Carvalho Filho, 2008). Os fundos de vales são
normalmente amplos e planos, sendo a camada
2 GEOMORFOLOGIA superior constituída de material de colúvio de
cor avermelhada e a inferior, com média de 2,5
As UAs caracterizadas no presente estudo estão m abaixo da primeira, por sedimentos fluviais. A
inseridas em 5 diferentes compartimentos denominação da região se refere aos grandes
geomorfológicos (CG). depósitos de minério de ferro, cuja área principal
As UAs 01 e 02 estão situadas no CG do de ocorrência é delimitada por serras que lhe
Planalto do Distrito Federal, este domínio ocorre conferem uma forma aproximada de quadrilátero
sob a forma de grandes superfícies planas, (Projeto RADAMBRASIL, 1983).
sustentadas por carapaças endurecidas, que são Por fim, a UA-06 encontra-se no CG do
recobertas por latossolo areno-argiloso, do nível Planalto dos Campos das Vertentes. Constituído
superior do horizonte laterítico. Este horizonte por uma paisagem característica do tipo “Mares
possui baixa erodibilidade natural e boa de Morros”, ocorrem escarpas acentuadas e vales
estabilidade em taludes de corte, mas possui alta estruturais geralmente profundos. Os processos
resistência ao corte e à penetração (Moraes, de erosão superam os de sedimentação. A
2014). cobertura coluvial, de tonalidade amarelo-
A UA-03 está contida no CG dos Patamares avermelhada, espessura variável, pode atingir
dos Rios São Francisco/Tocantins, que possui mais de 6m (Projeto RADAMBRASIL, 1983).
relevo de morros convexo-côncavos dissecados Há formação de solos espessos e bem drenados,
e topos arredondados ou aguçados. Também se em geral, com moderada suscetibilidade à
insere nessa unidade o relevo de morros de topo erosão. Geração de rampas de colúvios nas
tabular, característico das chapadas baixas vertentes (Machado e Silva, 2010).
intensamente dissecadas e desfeitas em conjunto
de morros de topo plano, formação de solos
pouco espessos em terrenos muito inclinados,
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4.3 Índice de Suporte Califórnia (ISC) Conforme explicam Medina e Motta (2015),
não sendo os solos e britas materiais elásticos
O ensaio de ISC é destinado, preferencialmente, lineares, não se aplicam as expressões da lei de
para a obtenção de parâmetros para o Hooke generalizada. Os módulos de resiliência
dimensionamento de pavimentos rodoviários. dos solos dependem do estado de tensões atuante
Este parâmetro é, até hoje, o mais utilizado na – as decorrentes do peso próprio mais as tensões
elaboração de projetos. causadas pelas cargas dos veículos. O que se
Por definição, ISC expressa a relação entre a procura determinar nos ensaios triaxiais é a
resistência à penetração de um cilindro relação experimental:
padronizado numa amostra do solo compactado
e a resistência do mesmo cilindro em uma pedra 𝑀𝑅 = 𝑓(𝜎3 , 𝜎𝑑 )
britada padronizada. O ensaio permite, também,
obter um índice de expansão do solo durante o As amostras foram moldadas em laboratório
período de saturação por imersão do corpo-de- com as mesmas características (peso específico,
prova umidade, etc.) do material in-situ. A partir dos
Para o presente estudo foram adotados os resultados dos ensaios realizados nas amostras
procedimentos concernentes à norma do das UAs foram avaliados os seguintes modelos
Departamento Nacional de Infraestrutura de matemáticos:
Transportes (DNIT) (DNIT – ME 172/2016).
• Modelo 1:
4.4 Módulo de Resiliência
𝑘
𝑀𝑅 = 𝑘1 𝜎𝑑 2
Os ensaios triaxiais de carga repetida realizados
nas amostras das camadas de pavimento das • Modelo 2:
unidades de amostragem seguiram as 𝑘
orientações da norma DNIT 134/2010 – ME. 𝑀𝑅 = 𝑘1 𝜎3 2
Essa normativa recomenda a aplicação de 18
• Modelo 3:
pares de tensões desvio e confinante, sendo
utilizados os últimos 5 ciclos para obtenção do 𝑀𝑅 = 𝑘1 𝜃 𝑘2
MR de cada sequência. Vale destacar, no
entanto, que nem sempre é possível realizar toda onde k1 e k2 são constantes experimentais, σd é a
essa sequência, pois o corpo-de-prova pode tensão desvio, σ3 é a tensão confinante e θ, no
romper antes disso. caso de compressão triaxial, é dado pela soma θ
O Módulo de resiliência (MR), em MPa, é o = σ1 + 2σ3 = σd + 3σ3.
módulo elástico obtido em ensaio triaxial de Conforme a classificação e aos critérios de
carga repetida cuja definição é dada pela enquadramento definidos por Medina e Preussler
expressão: (1980), a partir dos modelos de comportamento
tensão-deformação avaliados, juntamente com o
𝜎𝑑 valor do coeficiente de determinação R², que
𝑀𝑅 =
𝜀𝑟 varia de 0 a 1, adotou-se que quanto maior o
valor de R², mais explicativo é o modelo.
𝜎𝑑 = 𝜎1 − 𝜎3 = tensão desvio aplicada
repetidamente no eixo axial, MPa;
𝜎1 = tensão principal maior, MPa; 5 RESULTADOS
𝜎3 = tensão principal menor ou tensão de
confinamento, MPa; 5.1 Base
𝜀𝑟 = deformação específica axial resiliente
(recuperável), mm/mm; A avaliação da camada de base é apresentada em
dois tópicos denominados Análise I e Análise II,
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Tabela 1 – Resumo Granulometria, Base, amostras 2 e 5. Tabela 3 - Resumo ISC – Base, amostras 2 e 5.
Amostra 2 5 Amostra 2 5
Umidade
% passante
ótima (% )
nº 40 62,06 51,85 Dens. seca
2,010 2,740
I.S.C.
amostra 5 apresentou um ISC quase duas vezes definida como cascalho argiloso. Já as amostras
superior ao da amostra 2. E ambos se enquadram 4 e 6, foram classificadas como bica corrida e
nas especificações do DNIT (2006) como brita graduada, respectivamente. De acordo com
materiais para base, apresentando ISC ≥ 80% e a norma do DNIT – ES 141/2010, todos os
expansão ≤ 0,5%. materiais poderiam ser usados como camada de
base em pavimentos, pois a parcela passante na
5.1.2 Análise II peneira #200 é menor que 67% do que a parcela
passante na peneira #40.
As curvas granulométricas da camada de base A Tabela 5 apresenta os resultados dos
das amostras 1, 3, 4 e 5 são apresentadas na ensaios de limites e a classificação HRB.
Figura 3.
Tabela 5 – Resumo Limites, Base, amostras 1, 3, 4 e 6.
Amostra 1 3 4 6
LL
NL 27,90 23,50 NL
(% )
Limites IP
NP 12,47 8,20 NP
Físicos (% )
LP
NP 15,43 15,30 NP
(% )
I.G. 0 0 0 0
H.R.B. A-1-b A-1-b A-1-b A-1-a
Tem-se que, dos valores de ISC, o material da Verifica-se que a amostra 1 foi classificada na
amostra 1 apresentou o maior ISC, e a amostra 4 sondagem como cascalho siltoso, enquanto as
o menor. Todos os materiais atenderam as amostras 4 e 5 foram definidas como cascalho
especificações do DNIT (2006) como materiais arenoso. Já a amostra 6 foi classificada como
para base, exceto a amostra 4 que embora atenda cascalho argiloso.
à expansão ≤ 0,5%, não apresentou ISC ≥ 80%. A Tabela 88 apresenta os resultados dos
ensaios de limites e a classificação HRB.
5.2 Sub-base
Tabela 8 – Resumo Limites, Sub-base, amostras 1, 4, 5 e
As curvas granulométricas da camada de sub- 6.
Amostras 1 4 5 6
base das amostras 1, 4, 5 e 6 são apresentadas na
LL
Figura 4. NL 32,00 NL NL
(% )
Limites IP
NP 14,57 NP NP
Físicos (% )
LP
NP 17,43 NP NP
(% )
I.G. 0 0 0 0
H.R.B. A-2-4 A-2-6 A-2-4 A-2-4
máx (g/cm³)
Amostras 1 4 5 6
I.S.C. (% ) 43,51 40,58 16,95 49,19
% passante
Expansão
nº 40 59,37 23,85 42,68 27,10 0,19 0,07 0,08 0,03
(% )
nº 200 27,47 19,70 27,80 19,38 Módulo de
355,10 88,19 214,58
Resiliência (Mpa)
Material Cascalho Cascalho Cascalho Cascalho Conforme DNIT (2006), os materiais para
siltoso arenoso quartzo argiloso
(Sondagem) sub-base devem apresentar ISC ≥ 20%, e
rosa
expansão ≤ 1%. Nas amostras da Tabela 9,
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I.S.C.
máx (g/cm³)
nº 40 96,75 91,45 25,94 83,28
I.S.C. (% ) 13,90 6,18 19,37 8,90
nº 200 83,90 90,80 17,01 52,15
Argila Expansão
Argila 0,00 0,00 0,00 0,00
Material Argila Solo Silto- (% )
siltosa
(Sondagem) Vermelha Escória arenosa
amarela
Vermelha Conforme DNIT (2006), os materiais para
subleito devem apresentar ISC ≥ 2%, e expansão
Verifica-se que a amostra 2 e 3 foram ≤ 2%. Nas amostras da Tabela 122, verifica-se
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que todos os materiais atenderam aos parâmetros A partir da compração entre a faixa de valores
de expansão e ISC. obtidas nos ensaios e a faixa de valores proposta
por Ferreira (2008), verifica-se que a maioria dos
5.4 Ensaios Triaxiais de Carga Repetida valores encontrados nas amostras estão com
valores de MR acima dessa faixa de valores
A partir da classificação proposta por Medina e típicos. Uma das possibilidades atribuídas a esse
Preussler (1980), considerando o modelo mais fato, deve-se ao tempo em que as camadas
adequado, dentre os três avaliados, o que encontram-se dispostas no pavimento, fazendo
apresentou o maior valor de R², tem-se, portanto, com que, mediante à solicitação do tráfego e as
que os materiais das camadas de base das condições do ambiente, a estrutura se enrijeça.
amostras 3, 4 e 5 e de sub-base das amostras 5 e Os valores de MR, muito abaixo da faixa de
6 seguiriam modelos de comportamento tensão- valores típicos, encontrados na base das
deformação nos quais o MR dependeria apenas amostras 1 e 6, sub-base da 5 e sub-leito da 6,
da tensão confinante (σ3). podem indicar que as camadas em análise não
Para as camadas de base das amostras 1, 2 e estão suportando as tensões conforme deveriam,
6, sub-base da amostra 4 e subleito das amostras um melhor estudo pode ser feito a partir de uma
3 e 5, mostraram-se uma melhor aproximação análise estrutural com medidas deflectométricas
com o modelo dependente apenas da tensão dessas estruturas in situ, o que contribuirá para
desvio (σd). Já para a camada de sub-base da uma melhor compreensão e se necessário
amostra 1 e subleito da amostra 6, apresentou um intervenção nessas estruturas.
maior valor de R² para o modelo no qual o MR No geral, as amostras 5 e 6 apresentaram
depende de θ, ou seja, de σd e σ3 consideráveis diferenças de MR entre suas
simultaneamente. camadas. Como as camadas do pavimento
A Tabela 13, apresenta a faixa de valores de trabalham em conjunto, é importante que haja
MR observada nos ensaios realizados além de compatibilidade de rigidez dos materiais,
uma compração com faixa de valores típicos evitando-se gradientes elevados de módulos de
para o tipo de material. Ferreira (2008) apresenta resiliência entre camadas.
faixas de valores típicos de MR de acordo com a
classificação H.R.B. do material.
2. MATERIAS E MÉTODOS
Os parâmetros de resistência para a condição ABNT (2016) NBR-7180. Solo – Determinação do limite
não inundada caracterizaram a amostra 01 como de plasticidade. Método de ensaio. Associação
Brasileira de Normas Técnicas, Rio de Janeiro, Brasil,
mais resistente, porém, na condição inundada, 03p.
esta amostra obteve uma redução significativa
dos parâmetros. American Society For Testing And Materials. D3080:
A amostra 02 teve uma redução do standard test method for direct shear test of soils
intercepto de coesão de aproximadamente 50% under consolidated drained conditions. Pensilvânia,
Estados Unidos: ASTM, 1998
e manteve praticamente constante o ângulo de
atrito, fazendo com que a amostra 02 se mostre Fookes, P. G.: Tropical Residual Soils. The Quarterly
mais resistente para esta condição, mas com Journal of Engineering Geology, Volume 23, p. 1–
comportamente semelhante ao observado na 101. 1997.
primeira amostra.
Santos Jr, O. F.; Coutinho, R. Q.; Severo, R. N.:
Essa variação expressiva dos parâmetros Propriedades geotécnicas dos sedimentos da
de resistência da amostra 01 pode ser relegada a Formação Barreiras no litoral do Rio Grande do Norte
influência da sucção desenvolvida no solo, uma – Brasil. Revista Geotecnia n° 134, p. 87-108, julho,
vez que foi observada sua dissipação com a 2015.
inundação da amostra. Essa mesma parcela de
Sousa, R. A. (2018). Resistência e compressibilidade de
sucção pode ser a razão para o valor exagerado solos da Formação Barreiras da região de Natal/RN.
observado no ângulo de atrito na amostra Dissertação de Mestrado, Programa de Pós-
indeformada, uma vez que se observa uma Graduação em Geotecnia, Departamento em
conformidade entre os valores de resistência Engenharia Civil, Universidade Federal do Rio
obtidos em ensaio pela envoltória (R² mínimo Grande do Norte, 112 p.
observado de 0,94), com grande resistência total
devido à parcela de coesão aparente, e com os
valores compatíveis com os observados por
Sousa (2018).
RESUMO: O trabalho consiste em apresentar a caracterização dos solos das vias Luís Torres e
Francisco Cunha Lobato localizadas na cidade de Angicos/RN com o objetivo de identificar as
causas dos danos que estão presentes nos pavimentos e poder sugerir melhorias. Para atingir esse
objetivo foram coletadas uma amostra de solo de cada via e em seguida foram realizados ensaios de
granulometria por peneiramento, limite de plasticidade (LP), limite de Liquidez (LL), ensaio de
compactação e o ensaio mais importante que é o de índice de suporte Califórnia (CBR). Os
resultados indicaram que as características do solo são os responsáveis pelas patologias nos
pavimentos e devido a isso é necessário realizar melhorias nesse solo para conseguir fazer a
correção no pavimento garantindo a segurança de quem trafega na via.
De acordo com a ABNT NBR 7181/1984, o método para determinar a relação entre o teor de
resultado final do ensaio de granulometria deve umidade e a massa específica aparente seca de
ser apresentado graficamente, de maneira que a solos quando compactados.
abcissa do gráfico representa os diâmetros das
partículas, em escala logarítimica, e a ordenada 2.4 Índice de Suporte Califórnia
representa as porcentagens das partículas
menores do que os diâmetros considerados, em A ABNT NBR 9895/1987 prescreve o método
escala aritmética. para determinar o valor do índice de suporte
A partir desses resultados pode-se classificar Califórnia e da expansão de solos em
o solo. A ABNT NBR 6502/1995 classifica os laboratório, utilizando amostras deformadas,
solos da seguinte maneira: não reusadas, de material que passa na peneira
Argilas: Frações menores do que de 19 mm, com o mínimo de 5 corpos-de-prova.
0,002mm; De acordo com Bernucci et. Al. (2006), o
Siltes: Maior do que 0,002 e menor do valor do ISC é expresso em porcentagem, sendo
que 0,06 mm; definido como a relação entre a pressão
necessária para produzir uma penetração de um
Areia fina: Maior do que 0,06 e menor
pistão num corpo-de-prova de solo ou material
do que 0,2 mm;
granular e a pressão necessária para produzir a
Areia média: Maior do que 0,2 e menor mesma penetração no material padrão
do que 0,6 mm; referencial.
Areia grossa: Maior do que 0,6 e menor Segundo Bernucci et. Al. (2006) os solos que
do que 2 mm; apresentam valores significativos de expansão
Pedregulho: Maior do que 2 mm. sofrem deformações consideráveis ao serem
solicitados. Costuma-se estipular que o valor
máximo aceitável de expansão do subleito seja
2.2 Limites de Consistência de 2%, medida axialmente, no ensaio ISC; Para
materiais de reforço do subleito, estipula-se em
Os solos não devem ser caracterizados somente geral 1% como o valor máximo admissível de
pela sua granulometria, pois as frações finas expansão axial e 0,5% para bases e sub-bases.
interferem no comportamento dos solos. Sendo
assim, é necessário o conhecimento do limite de 3 MATERIAIS E MÉTODOS
plasticidade no qual o ensaio é normatizado
pela ABNT NBR 7180/1984 e o limite de Para a realização dos ensaios foram coletadas
liquidez dos solos normatizado pela norma duas amostras de solo. A amostra de solo 1 foi
ABNT NBR 6459/1984. Além disso, calcula-se coletada da rua Luís Torres do bairro alto da
o índice de plasticidade do solo que é resultante alegria da cidade de Angicos/RN e a amostra de
da subtração do limite de liquidez do limite de solo 2 foi coletada da via da rua Francisco
plasticidade. O índice de plasticidade permite a Cinha Lobato. A localização das amostras são
classificação do solo em: mostradas na Figura 1.
Fracamente plástico: 1 < IP < 7
Medianamente plástico: 7 < IP < 15
Altamente plástico: IP > 15
2.3 Compactação
A ABNT NBR 7182/1984 mostra o ensaio de
compactação de maneira que prescreve o
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Casagrande. As amostras de solo que foram pedregulhosa. Pode-se observar também que
ensaiadas também foram as frações que pela configuração do gráfico mostrado na
passaram pela peneira de n°40. Em seguida essa Figura 4, a amostra é bem graduada.
amostra foi colocada em uma cápsula de
porcelana e foi adicionando pequenas
quantidades de água até se obter uma pasta
homogênea. Depois disso, a mistura foi
colocada no aparelho de Casagrande,
modelando-a de forma que na parte central a
espessura seja de ordem de 10 mm, sem que
fiquem bolhas no interior da mistura. Com o
cinzel é feito uma divisão da massa de maneira
que fique uma ranhura na parte central. Feito
isso, começou a dar os golpes girando a Figura 4. Curva Granulométrica da amostra 1.
manivela a uma razão de duas voltas por
segundo. Quando a ranhura fechou ao longo de Para a amostra de solo 2 foi construída a
13 mm, anotou o número de golpes. Em curva granulométrica mostrada na Figura 5. Os
seguida, pequenas quantidades da amostra valores são bem próximos ao da amostra 1.
foram levadas para a estufa para obtenção do Sendo assim, o solo também é classificado
teor de umidade. como areia pedregulhosa bem graduada.
Além dos ensaios já mencionados foram
realizados ensaios de compactação conforme as
premissas da ABNT NBR 7182/1986. Esse
ensaio foi executado com energia proctor
intermediária, utilizando o cilindro e soquete do
tipo grande, aplicando 26 golpes por camada, no
total de cinco camadas.
O último ensaio realizado foi o de índice de
suporte Califórnia (CBR) que segue a ABNT
NBR 9895/1987. A amostra de solo ensaiada foi
compactada os pares de valores de umidade
Figura 5. Curva Granulométrica da amostra 2.
ótima e massa específica aparente seca máxima
determinados no ensaio de compactação.
Nos ensaios de limite de consistência para as
2 amostras de solo foram obtidos os dados
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
mostrados na Tabela 1.
No ensaio de granulometria da amostra de solo Tabela 1. Limites de consistência das amostras.
1 obteve-se a curva granulométrica que é Amostra LP (%) LL (%) IP (%)
mostrada na Figura 4. Através da curva
granulométrica pode-se observar que a fração de 1 20,5 26,3 5,8
solo mais presente na amostra é a areia já que 2 20,3 26,3 6
cerca de 55 % da amostra tem diâmetro de 0,05
mm a 2 mm que está dentre o limite da fração Através dos limites de plasticidade e de
de areia. A segunda fração mais frequente é a de liquidez do solo é possível calcular o índice de
pedregulho que corresponde a cerca de 40% do plasticidade que da amostra 1 deu 5,8 %. Dessa
diâmetro da amostra coletada. Dessa maneira, maneira, pode-se classificar o solo como
pode-se classificar o solo como areia fracamente plástico. Para a amostra 2 o índice
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de plasticidade foi 6 %, sendo assim o solo solo desse bairro foi aumentando e nessas ruas
também é considerado como fracamente foram se instalando grandes supermercados, e
plástico. com isso aumentou o fluxo de veículos por
No ensaio de compactação só foi realizado essas vias, inclusive de veículos pesados como
para a amostra de solo 1 já que os valores dos caminhões que trazem mercadorias para esses
outros ensaios estavam dando muito próximos. supermercados.
Esse ensaio foi realizado com energia proctor Tendo em vista que não foi considerado esse
intermediária obteve-se o resultado da curva de grande fluxo de veículos nessas vias e também
compactação mostrado na Figura 6. Através que o material de base utilizado não era
dessa curva de compactação foi possível adequado devido apresentar uma expansão no
concluir que a umidade ótima da amostra é 10% ensaio de CBR maior que 0,5% começaram a
e a massa específica seca correspondente a essa surgir manifestações patológicas nesses
umidade é de 2,24 g/cm³. pavimentos.
Uma das manifestações patológicas
apresentadas nessas vias foi o afundamento do
solo principalmente nos locais que tem contato
com os pneus dos caminhões, pois esse
afundamento se apresenta em forma de listas
mais baixas do que o resto do pavimento. Essa
manifestação pode ser observada na Figura 7 e
na Figura 8. A ocorrência dessa manifestação
patológica é ocasionada devido a expansão de
CBR do solo ser muito alta.
Figura 6. Curva de Compactação do solo.
REFERÊNCIAS
Simone Malutta
Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Joinville, Brasil, simone.malutta@ufsc.br
1 INTRODUÇÃO partículas.
Para poder classificar os solos desta
Conhecer as características do solo é maneira, são necesários ensaios como os de
imprescindível para as obras da construção composição granulométrica e limites de
civil, pois é sobre o mesmo que se assentam as Atterberg. Existem vários tipos de
estruturas. A forma como o solo responde as classificações propostas pela literatura,
solicitações impostas define o seu entretanto, no presente trabalho serão utilizadas
comportamento. Nesse sentido, Fernandes as classificações Unificada e AASHTO, por
(2016) afirma que um dos objetivos da serem mais usuais no cotidiano da engenharia
Mecânica dos Solos é avaliar o comportamento (Das, 2007).
dos solos, mas para isso é preciso, inicialmente, As amostras de solo avaliadas nesta pesquisa
caracterizá-lo e classificá-lo de forma adequada. são provenientes da Curva do Arroz, que se
De acordo com Pinto (2006) existem localiza às margens da BR-101, km 52, região
diversas formas de classificar os solos, sul de Joinville, onde será implantado o futuro
podendo-se citar: pela sua origem, pela sua Campus da Universidade Federal de Santa
evolução, pela presença ou não de matéria Catarina (UFSC). A área total do terreno é de
orgânica, pela estrutura, pelo preenchimento de aproximadamente 118ha, mas, apenas 73ha
vazios, etc. Embora os métodos de classificação serão utilizados para a implantação da
mais utilizados na engenharia geotécnica são os Universidade, já que, o restante da área possui
fundamentados no tipo e composição das limitações como linhas de alta tensão, contorno
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3.2 Ensaios
REFERÊNCIAS
RESUMO: A presente pesquisa analisa os resultados dos ensaios de caracterização física e classifica
o solo estudado, de acordo com o sistema de classificação TRB, em um solo residual de granito, da
região rural do município de Biguaçu, Santa Catarina. Os ensaios laboratoriais realizados no processo
de caracterização foram: determinação da massa específica, análise granulométrica, determinação dos
limites de liquidez e plasticidade, ensaio de compactação e determinação do teor de matéria orgânica.
Foi calculado o índice de plasticidade e índice de grupo do solo. De acordo com os resultados
encontrados, o solo se classifica como Grupo A-4 no sistema TRB. Conclui-se que o solo não se torna
eficiente para uso em camadas de pavimentação, porém, se fazem necessários outros ensaios de
resistência para melhor avaliação do comportamento do solo no uso rodoviário. Além disso, é
possível melhorar suas propriedades com o uso de estabilizações.
propriedades do solo como resistência mecânica, conhecimento que no local está sendo executada
CBR (California Bearing Ratio), expansão, a implantação de uma obra de pavimentação de
propriedades físicas, entre outros. grande porte, sendo assim, utilizando o material
As propriedades físicas são identificadas a próprio da região para compor as camadas do
partir de ensaios laboratoriais, dentre estes: pavimento. A Figura 1 mostra o talude no estado
determinação de massa específica, determinação já exposto devido as obras anteriormente
dos limites de consistência do solo, análise mencionadas, o que permitiu uma análise tátil-
granulométrica, compactação e determinação do visual prévia do material.
teor de matéria orgânica. Todos os ensaios são
preconizados e preparados de acordo com as
Normas Técnicas da Associação Brasileira de
Normas Técnicas.
O solo pode ser um material bastante
heterogêneo, por isso se faz necessário
classificá-lo de modo que seja possível formular
métodos de projetos de pavimentação de acordo
com algumas propriedades físicas (DNIT, 2006).
Sendo assim, o presente estudo busca avaliar as
propriedades físicas de um solo originado do
município de Biguaçu, Santa Catarina, em Figura 1. Representação fotográfica da região onde
função do material disponível em área de corte localiza-se o talude objetivo desta pesquisa, com indicação
para a construção futura de uma rodovia na do ponto da coleta da amostra, ao pé do talude de corte.
região. Além disso, visa classificar o solo de
acordo com o sistema TRB (Transportation Foram coletadas amostras de solo
Research Board), antigo HRB (Highway deformadas, ao pé do talude apresentado, sendo
Research Board), sendo um dos mais utilizados todo o material envolvido em sacos plásticos
para pavimentação. para posterior transporte ao Laboratório de
Materiais e Solos do IFSC – Instituto Federal de
Educação, Ciência e Tecnologia de Santa
2 MATERIAL E LOCAL DE ESTUDO Catarina, onde ocorreu o acondicionamento do
material. Para o ensaio realizado no Laboratório
A pesquisa foi realizada em solos residuais de de Engenharia Civil da UNISUL – Universidade
granito originados da região rural do município do Sul de Santa Catarina, o material fora
de Biguaçu, em Santa Catarina. As coordenadas transportado posteriormente, no momento do
geográficas do ponto de estudo são 27º 28’ ensaio.
09.89’’ S e 48º 43’ 20.58’’ S, que pode ser
expressado também por -27.4694136 e -
48.7223827. O talude objeto desta pesquisa faz 3 METODOLOGIA
parte do Complexo Canguçu, sendo massas
rochosas com formas diferenciadas, 3.1 Densidade real dos grãos
preferencialmente alongadas na direção NE-SW
ou NNE-SSW. A região de estudo se encontra O ensaio de Densidade Real dos Grãos é regido
em uma área com eminência de solo Podzólico pela norma NBR 6508/1984, que prescreve o
Vermelho-Amarelo Álico, usualmente bem método de determinação da massa específica dos
drenados, com grandes quantidades de argila de grãos de solos que passam na peneira de 4,8mm,
atividade baixa e textura variada, presença ou por meio do picnômetro. A preparação do ensaio
não de cascalhos, calhaus e matacões. foi feita com base na norma NBR 6457/2016,
O talude foi escolhido em função do com secagem do material até a umidade
higroscópica. O ensaio foi realizado no
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sedimentação. Foi coletado material para seco em estufa e o peneiramento grosso com o
determinação da umidade higroscópica. O solo material seco em estufa retido na peneira de
destinado à sedimentação fora deixado imerso 2,0mm. Os dados obtidos do procedimento de
em defloculante por 24 horas. A Figura 3 retrata sedimentação e peneiramento são apresentados
o ensaio de sedimentação em execução. na Tabela 2 e Tabela 3, respectivamente.
Com os resultados obtidos, foram
Tabela 2. Dados obtidos com o ensaio de Sedimentação. determinados a porcentagem de material em
Tempo (s) Temperatura (ºC) D (g/cm³) suspensão na sedimentação e o diâmetro dos
45 29,9 1,0262 grãos e materiais passantes no peneiramento
60 29,9 1,0253 grosso e fino.
120 29,9 1,0241
240 29,9 1,0230 3.3 Limites de consistência
480 29,9 1,0210
960 29,8 1,0185 Os Limites de Liquidez e Plasticidade são
1800 29,8 1,0170 regidos pelas normas NBR 6459/2016 e NBR
7180/2016, respectivamente. As preparações dos
3600 29,6 1,0151
ensaios foram feitas com base na norma NBR
7200 29,4 1,0133
6457/2016, com secagem do material na estufa.
16380 30,0 1,0112 O ensaio foi realizado no Laboratório de Solos e
35100 26,5 1,0100 Materiais do IFSC.
74220 26,0 1,0096 O equipamento de Casagrande fora
84360 26,0 1,0089 previamente inspecionado e calibrado, onde
Legenda: D: Densidade. utilizou-se o cinzel de repartição para solos
argilosos. O ensaio para determinação do Limite
Tabela 3. Dados obtidos com o ensaio de Peneiramento
de Liquidez teve como amostra cerca de 200g de
Fino e Grosso.
P MR FFR FGR AR FFP FGP material, onde foi adicionado primeiramente
(mm) (g) (%) (%) (%) (%) (%) 25% de umidade, sendo esta determinada por
76,2 0,00 0,00 0,00 100,00 experiência dos autores da pesquisa. O material
50,8 0,00 0,00 0,00 100,00 foi homogeneizado por aproximadamente 15
minutos. Não sendo suficiente tal umidade para
38,1 0,00 0,00 0,00 100,00
determinar o primeiro ponto de 35 golpes, foi
25,4 0,00 0,00 0,00 100,00
descartado o resultado e adicionado mais água.
19,1 0,00 0,00 0,00 100,00
O ensaio resultou em 6 repetições (Tabela 4),
9,5 0,00 0,00 0,00 100,00 variando seus extremos entre 35 e 15 golpes. A
4,8 1,66 0,11 0,11 99,89 prévia do ensaio pode ser observada na Figura 4.
2,0 37,61 2,57 2,68 97,32 Com os dados obtidos é construído o gráfico
1,20 2,05 2,63 0,14 2,63 97,37 94,76 “Número de Golpes x Teores de Umidade”.
0,60 8,18 10,49 0,56 13,11 86,89 84,55
0,42 4,73 6,06 0,32 19,18 80,82 78,65 Tabela 4. Dados obtidos com o ensaio de Limite de
Liquidez.
0,30 5,37 6,88 0,37 26,06 73,94 71,95 Golpes PA (g) PS (g) U(%)
0,15 7,46 7,56 0,51 35,62 64,38 62,65 35 1,50 4,54 33,04
0,075 6,35 8,14 0,43 43,76 56,24 54,73 29 1,43 4,13 34,62
Legenda: P: Peneira; MR: Material Retido; FFR: Fração
Fina Retida; FGR: Fração Grossa Retida; AR: Acumulada 27 1,43 4,15 34,46
Retida; FFP: Fração Fina Passante; FGP: Fração Grossa 25 1,77 4,85 36,49
Passante. 20 1,55 3,99 38,85
15 2,78 7,12 39,04
Posteriormente foi executado o peneiramento Legenda: PA: Peso da Água; PS: Peso Solo Seco; U:
fino com o material utilizado na sedimentação Umidade.
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seguir:
90%
solo de acordo com o tamanho das partículas. A (1988) demonstra a classificação quanto à
Tabela 9 apresenta as frações distribuídas do plasticidade do solo de acordo com o IP, sendo o
solo estudado. solo estudado enquadrado como Fracamente
Nota-se uma fração predominantemente Plástico. O Índice de Grupo fora calculado de
maior de silte com frações basicamente acordo com a Equação 02, chegando-se em um
igualitárias de argila, areias fina, média e grossa, valor de IG igual a 4,00. Ambos os valores são
sendo o solo classificado como areia siltosa. utilizados para a classificação TRB.
A determinação do Limite de Liquidez foi O DNIT (2006) informa que, para materiais
feita a partir da Figura 8 que atende o número de de base de pavimentos, o Limite de Liquidez
golpes no eixo da abscissa, em escala deve ser menor que 25% e o Índice de
logarítmica, e a umidade relativa de cada Plasticidade menor que 6%.
amostra no eixo da ordenada, em escala linear. O ensaio de compactação informa a densidade
máxima do solo e a umidade correspondente.
41 Com o valor das umidades características
40 calculou-se a massa específica aparente seca
Teor de Umidade (%)
1,6
amostras não difiram em 5% o valor da média.
1,58
Foi feito a média aritmética simples dos valores
1,56
de umidade e encontrou-se um valor de 28,61%.
1,54
Logo, o valor do Limite de Plasticidade é de
1,52
28,61% pois não houveram discrepâncias em
1,5
relação aos 5% impostos por norma.
1,48
Com os valores de Limite de Liquidez e
1,46
Plasticidade encontra-se o Índice de Plasticidade
1,44
do solo, utilizando a Equação 06: 19,00% 21,00% 23,00% 25,00% 27,00%
Umidade
𝐼𝑃 = 𝐿𝐿 − 𝐿𝑃 (06) Figura 9. Curva de Compactação Final da amostra de Solo
Natural.
REFERÊNCIAS
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TÉCNICAS (2016a), NBR 6457: Amostras de solo -
Preparação para ensaios de compactação e ensaios de
caracterização, Brasil.
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TÉCNICAS (2016b), NBR 6459: Solo – Determinação
do limite de liquidez, Brasil.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS
TÉCNICAS (1995), NBR 6502: Rochas e solos, Brasil.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS
TÉCNICAS (1984), NBR 6508: Grãos de solos que
passam na peneira de 4,8mm – Determinação da massa
específica, Brasil.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS
TÉCNICAS (2016c), NBR 7180: Solo – Determinação
do limite de plasticidade, Brasil.
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TÉCNICAS (2016d), NBR 7181: Solo – Análise
granulométrica, Brasil.
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TÉCNICAS (2016e), NBR 7182: Solo – Ensaio de
compactação, Brasil.
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TÉCNICAS (1996), NBR 13600: Determinação do
teor de matéria orgânica por queima a 440ºC, Brasil.
CAPUTO, H. P. (1988), Mecânica dos solos e suas
aplicações: Fundamentos, 6. ed, Rio de Janeiro: Ltc,
Brasil.
DNIT (2006). Manual de pavimentação, Diretoria de
Planejamento e Pesquisa, Coordenação Geral de
Estudos e Pesquisa, Instituto de Pesquisas Rodoviárias,
3. ed., Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
PEREIRA, K. L. A. (2012). Estabilização de um Solo com
Cimento e Cinza de Lodo para Uso em Pavimentos,
Dissertação de Mestrado, Programa de Pós-Graduação
em Engenharia Civil, Universidade Federal do Rio
Grande do Norte, Natal, RN, Brasil, 125 p.
SANDRONI, S.S. (1985), Sampling and Testing of
Residual Soils – A Review of International Practice,
ISSMFE, Hong Kong, China.
SENÇO, W. (1997). Manual de técnicas de pavimentação,
volume I, 1ª. Ed., Pini, São Paulo, SP, Brasil.
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Tâmili Bastistella
FEFB - UNISEP, Francisco Beltrão, Brasil, tamili_batistella@hotmail.com.
RESUMO: O solo, por ser o material de suporte de diferentes construções, o mesmo deve receber
atenção especial. Nesse contexto, o presente trabalho foi elaborado com o intuito de iniciar uma base
de dados para o município de Francisco Beltrão - PR, com o objetivo de posteriormente facilitar a
escolha do método de fundação mais adequado para diferentes localidades, através de ensaios
laboratoriais para caracterização física e mecânica dos solos. Foram colhidas duas amostras de solos
em locais distintos de forma deformada e indeformada, e as mesmas foram submetidas a ensaios para
caracterização fisica de massas especificas, limites de consistência, analise granulométrica conjunta,
compactção pelo método de Proctor, e para caracterização mecânica foi realizado o ensaio de
cisalhamento direto. As amostras foram classificadas uma como argila siltosa, com valores de ângulo
de atrito de 33,34º e coesão de 3,90 kPa, e a outra classificada em silte argiloso, com ângulo de
atrito de 22,21º e a coesão 46,10 kPa.
As amostras foram obtidas através de cortes já Estes ensaios são utilizados para determinar a
existentes e recentes nos locais marcados, para consistência do solo, observando-se a variação
possibilitar maior rapidez na coleta de amostras, da umidade e, a partir deste, pode-se determinar
a quantidade de solo retirada foi de o comportamento do solo.
aproximadamente 25 kg de material em cada um O Limite de liquidez (LL) é padronizado pela
dos locais, além das amostras indeformadas. norma NBR 6459 – Solo – Determinação do
A preparação de todas as amostras para os Limite de Liquidez (ABNT, 2016), é realizado
ensaios a serem realizados tem como norma a através do método de Casagrande.
NBR 6457 – Amostras de solo – Preparação Já o Limite de Plasticidade é padronizado
para ensaios de compactação e ensaios de pela norma NBR 7180 – Solo – Determinação
caracterização (ABNT, 2016) e o Manual de do Limite de Plasticidade (ABNT, 2016), e
Métodos de Análise de Solo da EMBRAPA consiste em moldar uma amostra de formato
(1979). idêntico ao gabarito.
Para caracterização física foram realizados os Os ensaios de massa específica foram realizados
ensaios de análise granulométrica conjunta, seguindo os procedimentos do Manual da
limites de liquidez e plasticidade, massas EMBRAPA (1979), pelo fato de que os
especificas, e ensaio de compactação mecânica. equipamentos disponíveis na Instituição seguem
este Manual e não as Normas da ABNT.
3.3.1 Análise granulométrica conjunta Foram realizados os ensaios de massa
específica aparente e massa específica dos
Este ensaio tem por objetivo caracterizar os sólidos.
diferentes compostos presentes no solo, A massa específica dos sólidos segue o
separando-os por tamanho de partículas para Manual da Embrapa (1979) pelo método do
que, posteriormente, possa ser determinado o balão volumétrico.
tipo de solo predominante, e tendo conhecido A massa específica dos sólidos, em g/cm³ é
isso facilitar os demais parâmetros tais como a obtida conforme a Equação (2).
resistência ao cisalhamento do solo.
Este procedimento segue a descrição obtida Ms
ρs = (2)
na norma NBR 7181 – Solo – Análise 50 - Válcool
Granulométrica (ABNT, 2016).
O ensaio é composto por duas fases a 3.3.4 Compactação mecânica.
sedimentação e peneiramento.
O ensaio de sedimentação foi o primeiro O presente ensaio segue as normativas
procedimento, tendo como normativa a NBR brasileiras através da NBR 7182 – Solo – Ensaio
7181 – Solo – Análise Granulométrica (ABNT, de compactação (ABNT, 2016). Seguindo a
2016). metodologia proposta por Proctor, onde se
O ensaio de peneiramento fino foi o segundo moldam corpos de prova através de
procedimento do ensaio, tendo como normativa compactação das amostras, com energia de
a NBR 7181 – Solo – Análise Granulométrica compactação normal.
(ABNT, 2016). Deve-se moldar corpos de prova até que os
resultados do peso do cilindro cheguem ao
máximo e comecem a reduzir, ou seja, até o
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Para o solo do RM, por apresentar medianamente ou altamente plástico, como visto
predominância quase absoluta de argila, o valor na Tabela 2. A Equação (1) apresenta o valor do
encontrado de LL foi de 47,94 %, e pode ser IP. Para a AB tem-se IP = 2,18 e para o RM
visto identificado na Figura 7 também com a cor tem-se IP = 4,12. Com base nos resultados
alaranjada. encontrados, classifica-se ambos os solos como
Já como consequência dos ensaios de Limite fracamente plásticos, por apresentarem 1 < IP <
de Plasticidade realizados, na Água Branca o 7. Mesmo com as diferenças entre ambos os
valor correspondente ao LP, pode ser visto na solos os dois levam a mesma classificação de
Tabela 5. Apenas 3 dos 5 valores obtidos foram plasticidade, pois apresentaram índices de LL e
válidos, seguindo um limite de margem de erro LP muito próximos.
de 2% da média dos valores.
4.3 Massa específica dos sólidos
Tabela 5. Resultados de LP – AB.
LIMITE DE PLASICIDADE - ÁGUA BRANCA Para a determinação da Massa Especifica dos
Massa Massa Massa da Sólidos do Solo (ρs) foram utilizados 20g de
Nº W%
Úmida (g) Seca (g) Cápsula (g)
1 11,8 11,49 10,91 53,45
solo, tanto para a amostra AB, quanto para a
2 11,9 11,59 11,03 - amostra RM. O volume de álcool etílico gasto
3 12,29 12,02 11,57 - no solo AB foi de 42,2mL, enquanto que para
4 13,17 12,79 12,06 52,05 RM foi de 42,5mL. Por meio da Equação (3),
5 11,36 11,04 10,39 49,23 calculou-se ρs = 2,56g/cm³ para o solo AB e ρs =
Média 51,58
2,67g/cm³ para o solo RM.
Pode-se dizer que no RM a massa específica
Já nos ensaios provenientes da amostra do foi maior devido a argila, que tem dimensões
Rio do Mato, os valores encontrados podem ser menores que a areia, logo há uma concentração
vistos na Tabela 6: maior de partículas na mesma quantidade de
massa tomada.
Tabela 6. Resultados de LP – RM.
LIMITE DE PLASICIDADE - RIO DO MATO
Massa Massa Massa da 4.4 Compactação Mecânica
Nº W%
Úmida (g) Seca (g) Cápsula (g)
1 11,89 11,64 11,1 46,30 A compactação foi realizada com o intuito de
2 12,28 12,02 11,45 45,61 se obter dados de umidade ótima (wot) e a
3 11,74 11,49 10,89 41,67 máxima massa específica seca, que seriam
4 12,27 11,96 11,23 42,47
necessários para alimentar o software do ensaio
5 12,53 12,25 11,6 43,08
Média 43,82%
de cisalhamento direto.
Na compactação do solo coletado na Água
Portanto, após a realização do Branca foram moldados 9 corpos de prova, com
processamento de dados obteve-se a umidade incrementos de água deionizada iniciando em
necessária para se chegar ao LP igual a 51,58% 16%, com intervalo de 2%, até atingir 32% de
para a AB, esse valor se apresentou bastante umidade.
elevado devido a concentração da parcela de Na compactação do solo coletado no Rio do
areia no solo. E, de 43,82 % para o RM devido Mato foram moldados 5 corpos de prova, com
a predominância de argila, isso ocorre devido ao umidade variando de 24%, com intervalo de
fato da argila ser saturada com quantidade 3%, até esta atingir 36%.
inferior de água que a areia. Após os dados obtidos, foi traçada a curva de
A partir dos valores de LL e LP, pode-se compactação vista expressa na Figura 7 para a
determinar o índice de plasticidade do solo, o AB e Figura 8 para o RM.
qual classifica o solo em fracamente,
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Fernando Schnaid
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Brasil, fschnaid@gmail.com
Figura 2. Mapa geológico de Santa Catarina – zona norte. (CPRM – Serviço geológico do Brasil)
ser obtidos através do site:
Os ensaios de campo foram realizados em http://www.ufrgs.br/araquari-ets/.
duas campanhas distintas, sendo a primeira
mais geral abrangendo cerca de 3.600m2 3 PROGRAMA EXPERIMENTAL,
(maiores detalhes em Bochero, 2014). Já na MATERIAIS E MÉTODOS.
segunda foram executados 7 ensaios de CPTu
e 3 ensaios do tipo SPT, localizados no eixo A campanha de ensaios de laboratório para
de cada estaca teste em uma área de 225m2. caracterização básica e os ensaios triaxiais
Durante a realização das sondagens, foram drenados a diferentes profundidades, foi
obtidas as amostras que foram ensaiadas na executada no Laboratório de Engenharia
presente pesquisa. Geotécnica e Geo-ambiental (LEGG) da
Além dos ensaios de campo, a investigação UFRGS. Com o propósito de determinar a
geotécnica do campo experimental engloba a mineralogia, forma e tamanho dos grãos,
realização de provas de carga em estacas. foram executados no Instituto de Geociências
Todos os resultados desta campanha podem da UFRGS ensaios de difração raios-X e na
Universidade de Passo Fundo (UPF) no
laboratório do programa de Pós-graduação em a investigação geotécnica. As profundidades
Engenharia Civil e Ambiental (PPGENG- das amostras estão entre 3,0m até 24,0m.
UPF) ensaios de Microscopia Eletrônica de
Varredura (MEV). Adicionalmente, no 3.2 Metodologias das investigações
Laboratório de Materiais Cerâmicos
(LACER) da UFRGS, foram realizados os 3.2.1 Microscopia eletrônica de varredura
ensaios de granulometria a laser. Na Tabela 1 (MEV)
é apresentado um resumo dos ensaios
realizados. O equipamento usado para efetuar as análises
do MEV foi o Silicon Drift Detector X-maxN
3.1 Materiais desenvolvido pela Universidade de Oxford,
tem a capacidade de detectar tamanhos na
Para a caracterização foi necessária extração faixa de 150mm2 até 20mm2. O uso do
de amostras a diferentes profundidades na software AZtec permite a realização do ensaio
área de localização das estacas construídas no MEV, usando a metodologia Espectroscopia
campo experimental. Os ensaios foram de raios-X por dispersão de energia (EDS),
realizados em 23 amostras, coletadas durante que proporciona a análise semi-quantitativa
da composição química da amostra.
Distribuição tamanhos
dos grãos (%)
# Descrição qt Dr σv´
Prof (m) Nspt60 LL PL e Areia Silte Argila
camada do solo (MPa) (%) (kN/m²)
1 0,0 – 3,0 Areia fina 4,5 6 NL NP 42,13 0,78 24,82 89,45 9,38 1,17
3,0 – Areia 10,0 –
2 30 NL NP 75,82 0,61 123,06 78,73 18,4 2,87
10,0 argilosa fina 25,0
10,0 – Areia 2,5 –
3 7 NL NP 27,78 0,79 200,17 59,67 35,88 4,45
18,0 argilosa fina 3,8
18,0 – Argila baixa
4 3,5 5 28 18 22,15 0,95 244,02 16,5 73,84 9,66
21,0 plasticidade
21,0 – Areia meia a 8,0 –
5 9 NL NP 27,12 0,78 366,19 63,98 30,33 5,69
24,0 fina 10,0
Figura 3. Fotografias ensaio MEV para as profundidades 6,0m, 14,0m, 19,0m e 24,0m respetivamente.
Em qualquer dos casos, sendo estes argilo-
A fração areia apresenta ampla minerais não expansivos.
predominância de quartzo, com pequena
proporção de feldspato potássico, em todos os 4.1 Ensaios triaxiais
perfis e frações granulométricas analisadas. A
fração argila mostra ampla predominância de Com a análise dos resultados dos ensaios
ilita, sendo bem menos abundante a caolinita. triaxiais podem ser definidos os ângulos de
atrito para a condição de cisalhamento de pico
e no estado crítico. Na Tabela 4 são altos de tensão. Na profundidade 12,0m a
apresentados os resultados obtidos a partir da resistência atingiu valores perto aos 160 kPa.
interpretação dos ensaios. Nesta profundidade há uma alta presença de
finos que poderiam afetar o comportamento
Tabela 3. Resumo dos ensaios triaxiais. do corpo de prova, reduzindo a resistência do
contato entre partículas.
Parâmetros de Apesar das granulometrias definirem o
Densidade resistência solo encontrado como granular, em alguns
Profundidade
relativa
(m) ϕpico' corpos de prova houve presença de intercepto
(%) c' (kPa)
(°) coesivo, devido ao ajuste realizado para traçar
a envoltória de resistência. Esta ocorrência
3,0 40 33,7 0,0
pode ser observada no corpo de prova da
5,0 80 38,0 0,0 profundidade de 24,0m que apresentou um
9,0 60 34,0 3,0 intercepto coesivo de 16 kPa, sendo o maior
valor dos ensaios efetuados.
12,0 20 23,3 6,5
O corpo de prova que apresentou dilatação
15,4 40 32,8 2,4 durante o cisalhamento foi aquele moldado
24,0 30 33,1 16,1 com uma densidade relativa de 80%
mostrando uma expansão na curva de
Com a análise dos resultados dos ensaios deformação axial – deformação volumétrica.
triaxiais podem ser definidos os ângulos de Nos ensaios restantes os corpos tiveram um
atrito para a condição de cisalhamento de comportamento de compressão durante o
pico. Os ângulos de atrito de pico tendem a cisalhamento.
diminuir com o aumento da tensão de As tensões de confinamento utilizadas
confinamento, uma vez que o incremento na tiveram a intenção de simular as tensões de
tensão confinante limita a capacidade campo, portanto, se procurava simular as
dilatante do solo. A envoltória de ruptura que condições de sobrecarga, para as diferentes
permite definir o ângulo de atrito é profundidades que estão em contato com as
estabelecida por meio de três ensaios triaxiais estacas. Devido às tensões aplicadas pode se
em diferentes tensões de confinamento, sendo dizer que não houve quebra de grãos.
que para o presente trabalho foram usadas as Segundo Been (1991) para que ocorra um
tensões de 50, 100 e 150 kPa. fracionamento das partículas as tensões
Em termos de deformação axial foram aplicadas devem ser maiores a 1MPa.
alcançados valores em torno de 10%. Os Portanto, na presente pesquisa foi possível
picos maiores de resistência foram reutilizar o material para fazer os ensaios sem
apresentados na profundidade de 5,0m, sendo mudar as condições intrínsecas do solo
que neste nível o corpo de prova foi moldado estudado. (Lee e Farhoomand, 1967; Hardin,
com uma densidade relativa de 80%, portanto, 1987)
esperava-se que chegasse aos níveis mais
Figura 4. Difratograma para as amostras nas profundidades 3,2 e 10,0 m.
2 MATERIAIS E MÉTODOS
2.1 Solos
A mineralogia dos solos estudados foi obtida As curvas granulométricas (Figura 3) mostram
por meio da aplicação das técnicas de Análise que o solo de Londrina foi o único a apresentar
Térmica Gravimétrica (ATG) e Análise como fração granulométrica principal a argila,
Térmica Diferencial (ATD), além da Difração sendo classificada como argila siltosa. O relevo
de Raio-X (DRX). Para a realização da ATG, ondulado suave e o clima subtropical propiciam
técnica analítica que acompanha a variação da que o intemperismo atue até grandes
massa da amostra em função da programação da profundidades, culminando em um perfil de
temperatura, e da ATD, arranjo matemático no solo bastante espesso na região. O basalto
qual a derivada da variação da massa em originado da rocha vulcânica básica deste
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substrato resulta, até uma profundidade média sendo de baixa atividade coloidal (AC < 0,23),
de 8m, em um solo laterítico, com alto teor de ou seja, suas propriedades mineralógicas e
argila (TEIXEIRA et al., 2006a), corroborando química-coloidais tem pouca influência nos
o observado por este estudo. processos de interação deste solo
Por meio da Tabela 1, composta pela (SKEMPTON, 1953).
características físico-químicas dos solos Quanto as características químicas deste solo
estudados, é observada a elevada massa há ainda a constatação de pH com caráter ácido.
específica dos sólidos (ρs = 3,03 g.cm-3) para o Além disso, o teor de carbono orgânico e o
de Londrina quando comparada às demais. O valor aludido da matéria orgânica estão em
resultado está em consonância com os valores consonância com valores esperados para
preditos por Teixeira et al. (2010), indicando amostras de solos coletadas na profundidade de
que a significativa presença de ferro (Tabela 2), dois metros ou mais (GONÇALVES, 2016;
constituinte denso, acaba por imprimir tal TEIXEIRA et al., 2013). A saturação por bases,
característica ao solo (PAIVA NETO et al., dada em percentual pela soma de bases (Ca²+,
1951). Mg²+ e K+) dividida pela capacidade de troca
Segundo o índice de plasticidade (IP), catiônica (CTC), é de, aproximadamente, 25 %,
calculado pela diferença entre o limite de o que indica que a carga negativa ocupada por
liquidez (LL) e o de plasticidade (LP), este solo estes íons em relação aos pontos de troca dos
é classificado como de plasticidade média cátions ácidos, H+ e Al³+, é pequena. Estas
(BURMISTER, 1949). observações ratificam que a argila deste tipo de
A partir do resultado obtido pela relação do solo é de baixa atividade coloidal, exposto
IP e o percentual da fração argila do solo de anteriormente.
Londrina foi possível classificar a argila como
Londrina 3,03 51 38 13 4,70 0,08 4,96 1,07 0,41 0,16 6,60 3,23 5,56
Tuneiras
2,89 20 13 7 4,00 0,83 3,42 0,80 0,53 0,07 4,82 1,36 2,34
do Oeste
Mandaguaçu 2,69 31 15 16 3,80 1,08 3,17 0,67 0,28 0,05 4,17 1,20 2,06
Nota: ρs = Massa específica dos sólidos; LL = Limite de liquidez; LP = Limite de plasticidade; IP = Índice de
plasticidade; C = Carbono; MO = Matéria orgânica.
Londrina e o de Tuneiras do Oeste possuem Research Board Meeting. National Research Council,
baixa atividade coloidal. Já o solo de Washington, D.C., vol. 29, p. 402-433.
Denari, G. B. (2013). Contribuições ao Ensino de Análise
Mandaguaçu apresenta a atividade coloidal Térmica. Dissertação de Mestrado, Mestrado em
normal. Química Analítica e Inorgânica, Universidade de São
O solo de Tuneiras do Oeste apresentou um Paulo, São Carlos.
valor de CTC intermediário aos valores dos França Junior, P. et al. (2010) Relato de campo sobre os
demais, haja vista que sua jazida está localizada aspectos físicos do terceiro planalto paranaense
(Maringá aos terraços do Rio Paraná). Boletim de
em uma área de transição geológica. Geografia, Vol. 28, pp. 185-195.
Observando os resultados das análises Golovati, D. et al. (2013) Análise do Conteúdo Fitólitico
termogravimétricas dos três solos, foi observada de um Latossolo em uma Reserva Florestal de
uma endoterma de desidroxilação no instervlo Tuneiras do Oeste – Paraná. In: PALEO PR/SC,
de 480 a 500 °C, indicando a perda de massa de Anais... vol. 1.
Gonçalves, F. (2016). Interação Temporal por Difusão de
caulinita. Apenas o solo de Londrina apresentou Lixiviado de Resíduos Sólidos Urbanos com Solo
esta característica no intervalo de 200 a 300 °C, Argiloso e solo Arenoso. Dissertação de Mestrado,
referente à perda de massa de gibsita. Mestrado em Engenharia de Edificações e
Mesmo os componentes dos três solos sendo Saneamento, Universidade Estadual de Londrina,
semelhantes, suas proporções são diferentes, o Londrina.
Gutierrez, N. H. M.; Nóbrega, M. T.; Vilar, O. M. (2008)
que confere características físico-químicas e Influence of Microstructure in the Colapse of a
mineralógicas distintas. Residual Clayey Tropical Soil. Bull Eng. Geol
Environ, v 68, p. 107-116.
Kämpf, N.; Curi, N. (2012) Formação e Evolução do
AGRADECIMENTOS Solo (Pedogênese). In: KER et al. Pedologia:
Fundamentos. Viçosa, Minas Gerais.
Mitchell, J. K.; Soga, K. (2005) Fundamentals of Soil
Os autores agradecem aos Laboratórios de Behavior, 3rd ed., John Wiley & Sons, INC.,
Geotecnia e Espectroscopia, ao LAPA e ao Hoboken, NJ, USA, 558 p.
LARX, todos da Universidade Estadual de Paiva Neto, J. E. De; et al. (1951) Observações Gerais
Londrina, e ao IAPAR, pela disponibilidade do sobre os Grandes Tipos de Solo do Estado de São
Paulo. Bragantia [online], vol. 11, n. 7-9, p. 227-253.
espaço e dos equipamentos. Agradecem Pavan, M. A. et al. (1991) D. C. Manual de Análise
também à Fundação Araucária e a Coordenação Química do Solo. Instituto Agronômico do Paraná,
de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Londrina, Nov.
Superior (CAPES) pelo fomento de bolsas aos Resende, M. (1976). Mineralogy, Chemistry, Morphology
estudantes de Pós-Graduação envolvidos no and Geomorphology of some Soils of Central Plateau
of Brazil. Tese de Doutorado, Purdue University,
trabalho. West Lafayette.
Rocha, A. A. (2005) Controle de Qualidade de Solo. In:
Philipp J. R. A. (Ed). Saneamento, Saúde e Ambiente:
REFERÊNCIAS Fundamentos Para um Desenvolvimento Sustentável.
Manole: São Paulo.
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Liquidez. Associação Brasileira de Normas Técnicas, Características dos Solos do Campus da Universidade
Rio de Janeiro. Estadual de Londrina, PR. Semina: Ciências Agrárias,
ABNT NBR 6508 (1984). Determinação da Massa Londrina, vol. 12, n. 1, p. 21-25.
Específica dos Grãos. Associação Brasileira de Sato, J. H. et al. (2014) Methods of Soil Organic Carbon
Normas Técnicas, Rio de Janeiro. Determination in Brazilian Savannah Soils. Sci. Agric.
ABNT (1984) NBR 7180 – Solo – Determinação do vol. 71, n. 4, p. 302-308.
Limite de Plasticidade, Associação Brasileira de Skempton, A. W. (1953) The Colloidal Activity of Clays.
Normas Técnicas, Rio de Janeiro. III ICSMFE, vol. 1, p. 143-147.
ABNT NBR 7181 (1984). Análise Granulométrica. Teixeira, R.S. et al. (2010) Mobility of potentially
Associação Brasileira de Normas Técnicas, Rio de harmful metals in latosols impacted by the municipal
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Burmister. D. M. (1949) Principles and Techniques os Geochemistry, v. 25, p.1–15.
Soil Identification. Proceedings of Annual Highway
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1 INTRODUÇÃO
Onde:
AM1 – Amostra 1
AM2 – Amostra 2
AM3 – Amostra 3
3 RESULTADOS E DISCUSSÕES
AGRADECIMENTOS
REFERÊNCIAS
Fernando A. M. Marinho
Universidade de São Paulo, São Paulo, Brasil, fmarinho@usp.br
(a) (b)
6. RESULTADOS
t (kPa)
CAU-50 kPa
As diferenças de comportamento entre os CAU-100 kPa
250
cp’s é possivelmente fruto da heterogeneidade CAU-200 kPa
CAU-300 kPa
do material. 200 Envoltória de ruptura
150
450
q = σ1-σ3 (kPa)
CAU - 50 kPa
400 CAU - 100 kPa 100
CAU - 200 kPa
350 CAU - 300 kPa
50
300 K = 0.7
250 0
0 100 200 300 400
200 s' (kPa)
150
Figura 6. Trajetórias de tensões
100
deformabilidade normalizado pela tensão ABEF (1989) denominou estas porções do solo
efetiva média (p’). Observa-se que não há uma como caulim e migmatito, respectivamente.
tendência única com este tipo de normalização. O solo foi caracterizado como um silte
Este aspecto pode ser devido a aspectos arenoso por grande parte dos autores, porém foi
estruturais do solo e a sua variabiulidade. detectada uma grande variação na análise
granulométrica realizada pelos autores. O teor
120
de silte e argila foi muito variável entre as
E (MPa)
CAU - 50 kPa
100 CAU - 100 kPa análises dos autores, com variações de até 47%.
CAU - 200 kPa
80
CAU - 300 kPa
Os limites de plasticidade e liquidez também
60 apresentarem grandes variações. Tais diferenças
40
estão associadas ao grau de intemperismo das
amostras analisadas e a elevada
20
(a) heterogeneidade, típico deste tipo de solo.
0
0.01 0.1 1 10 Na Tabela 2 estão apresentados parâmetros
ε (%) de resistência encontrados na literatura. Embora
600
boa parte dos autores tenham realizados ensaios
E/p'
500
em amostras compactadas do solo residual,
400
estas informações permitem uma avaliação do
300 aspecto estrutural do material.
200 Em amostras indeformadas, o ângulo de
100 atrito efetivo variou entre 20° e 32° e a coesão
0
(b) efetiva apresentou uma elevada variabilidade,
0.01 0.1 1 10 entre 8,7 kPa e 116 kPa, indicando, mais uma
ε (%)
vez, a elevada heterogeneidade deste solo. O
Figura 7. Parâmetros de deformabilidade
ângulo de atrito do material indeformado variou
7. DISCUSSÃO de 23o a 32o. A coesão do material compactado
indicou valores muito inferiores ao material
As propriedades geotécnicas deste solo também indeformado com varibilidade entre 5 kPa e 27
foram estudadas por ABEF (1989), Stuermer kPa. Já o ângulo de atrito apresentou uma
(1998), Vieira (1999), Oliveira (2004), Guzmán variação entre 27o e 34o. A média do ângulo de
(2014) e Orlando (2015). Os resultados dos atrito do material compactado foi ligeiramente
ensaios de caracterização obtidos por estes superior ao do indeformado.
autores estão apresentados na Tabela 1, Com relação aos módulos de
juntamente com o resumo dos resultados deformabilidade é necessário se aprofundar os
obtidos no presente estudo. Stuermer (1989) e estudos sobre o efeito da variabilidade do
Vieira (1999) realizaram ensaios de material e de sua estrutura no processso de
caracterização em mais de uma amostra, nestes degardação do módulo. No entanto, os cuidados
casos estão apresentados os valores máximos, empreendidos na obtenção das amostras e na
mínimos e a média dos resultados obtidos por realização dos ensaios, permitem estimar o
estes autores. módulo de deformabilidade para um nível de
ABEF (1989) realizou um estudo detalhado deformação da ordem de 0.01%.
da área estudada, com realização de diversos Devido a elevada variabilidade dos dados
ensaios laboratoriais e in situ. Em uma das compilados, a adoção destes valores como
análises, foram realizados ensaios especiais e de parâmetros de projeto deve ser realizada com
caracterização comparando o comportamento de cautela, considerando a porção do solo de
duas porções distintas do solo: os bolsões interesse.
caoliníticos (leucossoma) e o paleossoma.
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RESUMO: As características dos solos desempenham um papel fundamental para a análise de seu
comportamento quando são solicitados por esforços externos visto que as obras de engenharia estão
assentadas sobre eles. Com base nisso, este estudo foi realizado com o objetivo de caracterizar e
classificar geotecnicamente quatro tipos de solos coletados numa topossequência típica no
município de Cruz das Almas, Bahia. Para a classe predominante (Latossolo Amarelo) também se
estudou a variabilidade em profundidade em três profundidades no perfil de uma trincheira. Os
solos foram submetidos a ensaios de caracterização física, onde foi possível determinar massa
específica dos sólidos, avaliar os índices de consistência dos solos e classificar, segundo
metodologia da SUCS e AASHTO, os tipos de solos existentes verificando a existência de três
grupos principais de solo e que a argila tem uma atuação expressiva nelas.
Tabela 5- Classificações das amostras por meio da apresentar bom comportamento quando na
AASHTO e SUCS condição de subleito de estradas ou fundações.
Sistemas de classificação AASHTO SUCS
Do ponto de vista ambiental, o solo mais
Amostra 1.0 A-7-6 CL
argiloso (Solo 2.0) é passível de ser usado como
Amostra 2.0 A-7-5 CH
base na construção de aterros sanitários, por
Amostra 3.0 A-7-6 SC
exemplo, pois na condição compactada esse
Amostra 4.1 A-4 SC
material pode apresentar parâmetros de
Amostra 4.2 A-4 SC
A-2-4 SC
permeabilidade adequados.
Amostra 4.3
Para uma melhor interpretação dos resultados Tabela 3 – Resultado dos ensaios de compactação
obtidos dos ensaios executados para Ensaio Proctor Normal
caracterização da lama vermelha filtrada pelo Wot (%) dmáx (g/cm³)
filtro prensa, foram utilizados como referência e Neves 2017 26,5 1,6
comparação os resultados do aterro FT - 2015 27,3 1,3
experimental, realizado em 2015 (FT-2015),
Nery 2013 32 1,4
utilizando-se resíduo do Filtro Tambor
proveniente da mesma área do resíduo do filtro
prensa estudada neste trabalho. O material foi
escavado no próprio reservatório e transportado
para as áreas de secagem e tratamento até
atingir características próximas à do resíduo do
filtro prensa (umidade e teor de sólidos). A
outra referência adotada neste capítulo foi o
material pesquisado por Nery et al., (2013) .
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Figura 5 – Comparação da curva de compactação entre os Tabela 5 – Comparação dos ensaios de permeabilidade
rejeitos de minério e alumina. realizado no resíduo de bauxita densificado.
k (m/s)
3.3 Ensaios de Adensamento com medida de Neves 2017 3 X 10-8
Permeabilidade FT - 2015 2,5 X 10-7
85%, ou seja, maior parte deste material possui de áreas de deposição de resíduos pelo método a
bolhas oclusas. Sabendo disto, haverá um montante. 118p. Dissertação de Mestrado (Programa
de Pós-Graduação em Engenharia Civil),
aumento na resistência com o aumento do Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de
confinamento. Janeiro, 2008.
Pelos ensaios PN, pode-se adotar o valor de Neves, Manoela Cristina do Amaral. Caracterização
u/1 igual 0,27 para o conjunto de ensaios, para geotécnica e avaliação do comportamento de um
resíduo filtrado da produção de alumina (lama
o nível de tensões de interesse, para as
vermelha) estocado na forma de aterro densificado.
condições de compactação dos blocos Rio de Janeiro, 2017. 154p. Dissertação de Mestrado -
ensaiados, englobando aproximadamente 85% Departamento de Engenharia Civil, Pontifícia
dos resultados observados. Ressalta-se que este Universidade Católica do Rio de Janeiro.
valor é apropriado para baixas tensões, pois a Nery, Kellen Dias. Caracterização geotécnica e avaliação
da compactação de um resíduo da produção de
medida que a tensão aumenta há redução dos
alumina (lama vermelha) desaguado por filtro prensa.
valores de u/1. - 2013. xv, 143 f., enc.: il.
Para os valores de Ru referente aos Silva, SUELI Aparecida da. Crítérios de projeto de
parâmetros de resistência estudados para este sistemas de disposição em pilhas de resíduos de
trabalho, verificou-se que após as análises de alumina desaguados por filtro prensa – Ouro Preto,
Julho 2016.
estabilidade foi possível concluir que a
disposição do material caracterizado nesta
pesquisa desaguado por filtro prensa
densificado em forma de aterro, após ser
disposto em camadas compactadas, se apresenta
estável (com fatores de segurança acima de 1,3)
com 66 m de altura e inclinação de 1V : 3H.
Porém, ressalta-se que a operação deve ser
feita de forma a não permitir que haja saturação
da pilha, para se ter o controle destas
poropressões, a pilha deverá ser devidamente
instrumentada.
AGRADECIMENTOS
REFERÊNCIAS
RESUMO: Este trabalho apresenta a caracterização geotécnica do solo de uma encosta da Formação
Barreiras localizada em setor de risco muito alto na Comunidade Santa Clara, no bairro Castelo
Branco, na cidade de João Pessoa-PB. Realizaram-se sondagem SPT e ensaios de caracterização
geotécnica em laboratório, com amostras deformadas e indeformadas. Identificou-se um perfil
heterogêneo, com solos argilosos e arenosos, e impenetrável na profundidade de 10,39 m (sem
atingir o nível de água). A permeabilidade é da ordem de 10-5 m/s na base da encosta e 10-7 m/s no
topo, o solo da base apresenta ângulo de atrito interno de 36°, coesão de 8,6 kPa no teor de umidade
natural e nula na condição inundada, enquanto que o solo do topo apresenta coesão de 22 kPa na
condição natural e 3,4 kPa na inundada, ângulo de atrito interno de 31° e menor potencial de
colapso (CP). Os resultados estão de acordo com a classificação e granulometria determinadas.
4.2 Permeabilidade
RESUMO: Este trabalho é parte do diagnóstico do meio físico dos Estudos de Impacto Ambiental
(EIA/RIMA) para a implantação do Aterro Sanitário da Regional Seridó-Caicó a ser construído no
município de Caicó – RN. O objetivo do presente trabalho foi caracterizar e classificar os solos da
área onde será implantado o Aterro Sanitário (AS Seridó-Caicó) e investigar suas características
hidráulicas. Foram realizadas investigação de campo e laboratório. Em campo realizaram-se visitas
de reconhecimento, levantamento topográfico planialtimétrico, sondagens a trado e escavação de
poços do tipo trincheiras para identificar o perfil litológico do subsolo e coletar amostras para
realização de ensaios de laboratório. Os ensaios de laboratório foram de caracterização geotécnica,
ensaios de compactação e ensaios de permeabilidade com carga variável. Concluiu-se que a área do
AS Seridó-Caicó e sua área de influência direta apresenta em grande parte da área rochas cristalinas
aflorando a superfície. As rochas presentes na área são do tipo granitódes com Gnaisses e Granitos.
Nos locais onde se encontram os solos observa-se a presença de areias silto-argilosas e pedregulhos.
Os solos presentes na área sob ponto de vista Geotécnico são Solos Residuais de Gnaisse (SRG) que
apresentam em sua composição mineral biotita gnaisse, feldspato, mica e quartzo. Os solos
apresentam boa trabalhabilidade, baixa compressibilidade e pequena porcentagem de argila, o que
explica a falta de plasticidade na maioria das amostras. Nas amostras com maior presença de argila
foram realizados ensaios de permeabilidade e a partir dos resultados observou-se que a
permeabilidade é considerada muito baixa, da ordem de 10-8 m/s. Devido a permeabilidade muito
baixa do solo e ao substrato rochoso aflorando a não mais do que 1,30 metro de profundidade nos
locais de solo mais espesso concluiu-se que a taxa de absorção do solo é considerada baixa ou muito
baixa e que o local (Área de Influência Direta do AS Seridó-Caicó) é considerado adequado para
implantação de um empreendimento como um aterro sanitário sob o ponto de vista geotécnico.
Figura 1. Disposição geral e Planta de Localização do Aterro Sanitário da Regional Seridó-Caicó (FUNCERN, 2016).
O fundo dos poços escavados foi limpo para pelos litotipos das Formações Jucurutu, Equador
mostrar a presença do substrato rochoso que foi e Seridó (Grupo Seridó), com intrusões
analisado pelas equipes responsáveis pela graníticas e depósitos colúvio e luviais, estes
Geologia e pela Geotecnia. últimos encontrados na porção SE da área
proposta para implantação do aterro sanitário
Tabela 1. Locais de Coletadas das Amostras (Figura 3).
(Coordenadas UTM). A área de influência do empreendimento está
Solo e
inserida geomorfologicamente no Escudo
P 01 727.452 / 9.285.768 Cristalino, que se estende pela maior parte do
P 02 727.229 / 9.285.974 Rio Grande do Norte, onde predominam
P 03 727.033,025 / 9.286.163,273 elevados níveis de energia interveniente. As
P 04 727.696 / 9.285.834 unidades geomorfológicas (Figura 4) da área
P 05 727.491 / 9.286.056 estudada estão inseridas principalmente nos
P 06 727.301,456 / 9.286.248,082 domínios da Depressão Sertaneja e do Planalto
da Borborema (FUNCERN, 2016).
Nas áreas destinadas ao Aterro Sanitário
3 ASPECTOS GEOLÓGICOS E ocorre uma ampla faixa de mármores, de
GEOMORFOLÓGICOS DA ÁREA coloração predominantemente cinza,
ocasionalmente com fácies de coloração
Na região do Seridó ocorrem esbranquiçada, inclusive com área em fase de
predominantemente em subsuperfície formações lavra mineral (FUNCERN, 2016).
rochosas do Grupo Seridó, Complexo Caicó e Não foram detectadas fraturas nas rochas
da Formação Jucurutu. Essas formações são presentes na área do Aterro sanitário
constituídas predominantemente de rochas FUNCERN (2016).
metassedimentares variando de xistos a Os Depósitos Colúvio-eluviais ocorrem na
anfibolitos (Grupo Seridó), ortognaisses e porção NE da Área de Influência Direta (AID),
migmatitos (Complexo Caicó) e biotita ocupando uma pequena área na porção SE da
paragnaisse e xistos (Formação Jucurutu). área destinada à implantação do aterro sanitário.
Recobrindo essas rochas ocorre um manto Os Depósitos Colúvio-eluviais se encontram
espesso de solos com características areno silto- recobrindo parcialmente os litotipos do
argilosas e areno argilo-siltosas, impregnado Complexo Caicó e do Grupo Seridó, sendo
com pedregulhos. Em diversos locais os estratos constituídos por sedimentos arenosos e areno-
rochosos afloram. argilosos, de coloração avermelhada, por vezes
A Área de Influência Indireta do AS Seridó- constituindo depósitos conglomeráticos com
Caicó de acordo com FUNCERN (2016) está seixos de quartzo predominantes, localmente de
inserida geologicamente no extremo NE da natureza polimítica (cascalheiras) (FUNCERN,
Província da Borborema, englobando o conjunto 2016) (FUNCERN, 2016).
de unidades geológicas estabilizadas ao final da Os depósitos aluvionares estão restritos aos
orogênese brasiliana, ocorrendo rochas leitos das drenagens principais que cortam a
gnáissico-migmatíticas de idade área de estudo, sendo constituídos
Paleoproterozóica datadas de 2,2 - 2,1 bilhões principalmente por estratos arenosos,
de anos, constituintes do Complexo Caicó arenoargilosos e argiloarenosos, pouco espessos
(Embasamento Cristalino). e com granulometria dominantemente nas
Sobrepostos a este embasamento cristalino frações média à grossa (FUNCERN, 2016).
tem se uma sequência supracrustal constituída
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Figura 3. Mapa Geológico das Áreas de Influência Direta do AS e da Jazida Execução Aterro (FUNCERN/2016).
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RESUMEN: La inclusión de fibras para el refuerzo de suelos tiene como objetivo mejorar el
desempeño de materiales susceptibles a problemas causados por el surgimiento de fisuras, que
conllevan a pérdidas de capacidad soporte del suelo. A su vez, las fibras funcionan como elementos
de tracción por medio de mecanismos de interacción en su interface, además mejoran la resistencia
mecánica del suelo a compresión, tracción, corte e incluso a flexión y actúan en el control de
propagación de fisuras. La mecánica del daño es el estudio, que, a través de variables mecánicas, de
los mecanismos involucrados en el deterioro de los materiales cuando son sometidos a cargas, nos
permiten describir el comportamiento en el proceso de agrietamiento de la masa. El programa
experimental de este estudio, primeramente, fue llevado a cabo la caracterización física del suelo
natural siguiendo las normativas correspondientes. Además, fue obtenida la caracterización
mecánica y física de las fibras de polipropileno. Por último, fueron realizados ensayos triaxiales
estáticos con ciclos de carga-descarga-recarga (CDR) del suelo natural y el suelo reforzado con
fibras, para varios niveles de deformación axial. Los resultados son presentados en curvas de
tensión-deformación para el suelo y suelo-fibra en estudio. Subsecuentemente, la obtención del
daño fue determinado a partir de los parámetros elásticos y mecánicos del suelo y suelo-fibra.
ha sido comprobado que las cargas variables y de una cantera localizada en el barrio Viñas Cué
las deformaciones son las principales de la ciudad de Asunción-Parguay, la misma es
responsables de producir el daño y deterioro de extraída del Río Paraguay en una zona cercana
los diferentes materiales (Granda Marroquin, al puente Remanso Castillo. El material se
2016). caracteriza por ser una arena limpia, de
El término “Mecánica de daño continuo” y su granulometría uniforme (mal graduada), con
abreviación en inglés “CDM” fue contrastada y tamaño de partículas de arena que varían entre
usada por Janson & Hult (1977). Una definición medias a finas, con menos de 1% de pasante
presentada por dichos autores es la siguiente: tamiz #200. La curva granulométrica del
“La Mecánica del Daño Continuo es una rama material, Figura 2.1.1, fue determinada
de la mecánica aplicada responsable del estudio mediante tamizado (ASTM D 2487-17).
del deterioro del material, causado por la
aplicación de cargas y efectos ambientales,
previo a la formación de macrogrietas”.
Recientemente ha sido desarrollado un
modelo de material que describe el
comportamiento de suelos con fibras mediante
un modelo de Drucker-Prager modificado
(López, 2016). Este modelo ha sido
desarrollado e implementado en el Laboratorio
de Mecánica Computacional de la FIUNA,
obteniéndose los parámetros del modelo Figura 2.1.1. Curva granulométrica de la arena utilizada.
mediante ensayos realizados en el Laboratorio
de Ensaios Geotécnicos e Geoambientais de la 2.2 Fibras
Universidad Federal do Rio Grande do Sul. Este
modelo considera la distribución de daño en Las fibras utilizadas como refuerzo del material
forma anisotrópica, siendo realizada la granular son poliméricas de polipropileno
implementación para una versión simplificada FibroMac® 12. La Tabla 2.2.1. presenta las
debido a la necesidad de utilizar técnicas más principales características, definidas por el
complejas de caracterización del material. Es fabricante de las fibras utilizadas.
importante mencionar que este modelo está
Tabla 2.2.1. Propiedades físicas y mecánicas de las fibras,
basado en la hipótesis de la deformación Maccaferri América Latina (2017).
equivalente (entre una configuración con daño y Propiedades geométricas
una configuración efectiva), siendo realizada la
Diámetro 0,018 mm
implementación mediante un algoritmo Sección Circular
implícito que permite simular cargas estáticas, Longitud 12 mm
quasi-estáticas y dinámicas de baja velocidad,
Propiedades físicas
con cargas monótonas y cíclicas. Este modelo
0,91 g/cm3
tiene un potencial de representación de suelos Peso específico
de las muestras y la realización de los ensayos, a real de los granos, límites de liquidez y
excepción de la carga de la cámara del equipo plasticidad, compactación y determinación de
triaxial, donde fue utilizada agua proveniente de humedad. Para la determinación de la humedad
la red pública de abastecimiento. óptima se utilizó la norma de compactación
ASTM D698-12. Los coeficientes de
3 METODOLOGIA uniformidad (Cu) y coeficiente de curvatura
(Cc), fueron calculados a través de las
Existen diversos métodos para medir el daño en definiciones presentadas por (LAMBE;
materiales entre los que se encuentran el WHITMAN, 1979) y la norma (ASTM D2487-
método directo e indirecto (destructivos y no 17). Otras propiedades físicas del suelo fueron
destructivos). En este trabajo, se utilizó como determinadas de acuerdo a las normas ASTM D
método de medición de daño el tipo destructivo, 854 y ASTM D 4254.
mediante la variación del módulo de elasticidad
ya que, según Lemaitre (1996) resulta muy 3.2. Preparación de los cuerpos de prueba de
aconsejable frente a casos de fractura frágil, ensayo triaxial.
dúctil, fluencia y fatiga de bajos ciclos. En ese
sentido, fueron ejecutados ensayos triaxiales, En la preparación de los cuerpos de prueba, para
capaz de realizar de manera automática ciclos los ensayos de compresión triaxial, se utilizó la
de Carga-Descarga-Recarga y que luego humedad 11,38 ± 0,5%. Peso específico
mediante un simple procesamiento de datos aparente seco utilizado para la compactación de
pueden ser obtenidos los parámetros elásticos, la arena reforzada fue de 16,71 kN/m3. La
necesarios para medir el daño de esta manera. preparación de los cuerpos de prueba para
Las variables dentro de la investigación ensayos triaxiales comprendió las siguientes
pueden ser divididas en dos grupos grandes: etapas: mezclado y compactación. Todos los
dependientes e independientes. Las materiales (suelo, fibras y agua) fueron pesados
independientes son todos los factores de los con una precisión de 0,01 g. (Figura 3.2.1). Las
ensayos a realizar que pueden causar algún cantidades de fibra y agua fueron determinadas
efecto sobre las dependientes. Las en relación a la masa de material granular seco.
independientes, a su vez, pueden ser
clasificadas en factores controlables y
constantes.
Factores controlables: Peso específico del
suelo-fibra: 16.71 kN/m3; Porcentaje de fibra:
0.25, 0.5 y 0.75%.
Factores constantes: Suelo arenoso; Tipo de
fibra; Temperatura de moldeo 21±2°C;
Porcentaje de humedad (): 11,38% de masa de
Figura 3.2.1. Pesaje de materiales para la confección de
agua divida la masa del material seco expresado suelo-fibra.
en porcentaje.
Las variables dependientes son las que Inmediatamente luego de la mezcla, la
resultan del experimento: Resistencia a la compactación de los cuerpos de prueba fue
compresión triaxial drenada; Daño. realizada en un molde tripartido con
dimensiones tales para la confección de
3.1. Caracterización de Materiales muestras de 50 mm de diámetro y 100 mm de
altura. Luego del proceso de preparación del
Para la caracterización del suelo se utilizaron cuerpo de prueba (Figura 3.2.2), finalmente fue
ensayos de granulometría, gravedad específica montada la cámara de presión y levantada sobre
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la prensa, previo ajuste de las piezas de sujeción 3.3. Ensayos de compresión triaxial.
del conjunto.
El equipo utilizado para la ejecución del ensayo
fue el Sistema Automatizado Triaxial
GDSTAS, como se muestra en la Figura 3.3.1.
Absorción 0,40%
Tabla 4.2.1. Valores de ' para las diferentes mezclas de de CDR para arena sin fibras y PC de 20 kPa.
arena-fibra.
En la Tabla 4.3.1 se muestran las diversas
variables obtenidas del análisis de los datos
registrados en el ensayo triaxial para arena sin
refuerzo y PC 20 kPa. Donde:
E: módulo de elasticidad;
ΔE: variación del módulo de elasticidad;
D: valor del daño obtenido en el ciclo.
El valor de Daño debido a la variación del
módulo elástico, según la bibliografía, debe
obtenerse mediante la siguiente ecuación:
D = 1 − Ei E0 Eq.(4.3)
E0 9,176
E4 58,396 1% 0,1569
1 1 1,4 1,4
2 1 1,4 1,3
3 1 1,4 1,3
4 1 1,4 1,3 Figura 4.3.4. Evolución del daño para distintas presiones
5 1 1,4 1,3
de confinamiento. Arena con 0,50% de fibras como
refuerzo.
6 1 1,5 1,3
5 CONCLUSIONES
GRAY, D. H., & OHASHI, H. Mechanics of fiber Pós-Graduação em Engenharia Civil da UFRGS, 1997.
reinforcement in sand. Journal of Geotechnical
VENDRUSCOLO, M. A. Comportamento de ensaios de
Engineering, 109(3), 335–353, 1983.
placa em camadas de solo melhoradas com cimento e
HANNANT, D. J. Fibre Cements and Fibre Concretes. fibras de polipropileno. Porto Alegre, 2003.
Wiley, 1978.
RESUMO: Este estudo teve como objetivo a identificação e classificação de amostras de solos e
rochas da região de Santa Maria e do noroeste do estado do Rio Grande do Sul através da
Metodologia MCT. Para todas as amostras estudadas foram realizados os ensaios de análise
química, ensaios básicos de caracterização física e mecânica e Ensaio de Mini-MCV e Perda de
Massa por Imersão. Além disso, todos os solos foram classificados pelo Método das Pastilhas,
sistema expedito de identificação geotécnica. A partir dos resultados obtidos, foi possível identificar
que seis dos solos estudados foram classificados com comportamento laterítico, enquanto que dez
possuem comportamento não-laterítico. Comparando-se a classificação obtida na MCT com o
Método das Pastilhas, foi possível identificar de forma geral uma concordância entre ambos os
sistemas. Assim, evidencia-se a importância da Metodologia MCT e do Método das Pastilhas na
identificação e classificação dos solos lateríticos, considerados materiais alternativos para
pavimentação.
1 INTRODUÇÃO temperado.
No Brasil, há um predomínio de solos
Os dois sistemas de classificação geotécnica tropicais, que possuem peculiaridades no seu
mais difundidos na engenharia rodoviária são o comportamento. A utilização das classificações
Sistema Unificado de Classificação de Solos tradicionais em projetos rodoviários sobre solos
(SUCS) e o Highway Research Board (HRB). tropicais pode levar a resultados não
O primeiro classifica os solos para utilização condizentes com seu real desempenho.
como subleito rodoviário tendo como base os Nogami e Villibor (1981) identificaram a
ensaios de análise granulométrica por necessidade de uma classificação mais
peneiramento e Limites de Atterberg. O adequada às peculiaridades dos solos tropicais
segundo, por sua vez, possui como parâmetros brasileiros. Assim, os autores desenvolveram a
classificatórios a curva granulométrica, limite Metodologia MCT (Miniatura, Compactada,
de liquidez e índice de plasticidade dos solos. É Tropical). Baseada em ensaios em corpos de
importante ressaltar que ambas as metodologias prova em miniatura, a MCT permite avaliar
foram desenvolvidas em países de clima frio e diferentes propriedades dos solos tropicais
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obtida após 4n golpes e a obtida após n golpes Massa por Imersão permite a obtenção do
para cada sequência de golpes. Assim, é parâmetro Pi, relativo à porcentagem da massa
formada uma família de curvas de compactação. seca antes saliente do corpo de prova.
Juntas, estas são denominadas curvas de Com a realização dos dois ensaios
deformabilidade ou de Mini-MCV, pois classificatórios da MCT, é possível obter o
permitem a determinação do valor de Mini- parâmetro e’, calculado conforme a Equação 1.
MCV.
O coeficiente c’, utilizado na classificação 3 𝑃𝑖 20
MCT, é obtido a partir da curva de 𝑒 ′ = √100 + 𝑑′ (1)
deformabilidade correspondente ao valor que
mais se aproxima do Mini-MCV igual a 10. O 2.3.5 Método das Pastilhas
valor representa o coeficiente angular da parte
retilínea da curva de deformabilidade. Já o O ensaio do Método das Pastilhas foi realizado
coeficiente d’ é obtido a partir da inclinação da de acordo com o método proposto por Nogami
parte retilínea do ramo seco da curva de e Villibor (1994). Separa-se cerca de 100g de
compactação, correspondente a 10 golpes do material, umedecido com água destilada e
ensaio de Mini-MCV, em gráfico plotado que espatulado sobre uma placa de vidro
relaciona o Teor de Umidade (%) e a Massa esmerilhada. O ensaio pode ser iniciado quando
Específica Aparente Seca (g/cm³). a penetração de uma agulha padrão medida no
Após a realização do ensaio de Mini-MCV, penetrômetro for inferior a 1mm.
procede-se o ensaio de Perda de Massa por Para cada amostra de solo, foram moldadas
Imersão, preconizado pela normativa DNER- cinco pastilhas com 20mm de diâmetro e 5 mm
ME 256/98. Os corpos de prova compactados de espessura. Em seguida, as pastilhas são secas
são extraídos cerca de 10mm para fora do por 12 horas em estufa à temperatura constante
molde com o auxílio do extrator do de 60ºC. Após a secagem em estufa, as
equipamento de compactação. Os cinco corpos pastilhas são retiradas e é feita a medida dos
de prova são então dispostos em posição seus diâmetros com auxílio de um paquímetro.
horizontal no tanque de submersão, conforme a Para cada pastilha são feitas três medidas
Figura 2. diferentes de diâmetro, sendo que a variação
aceitável entre elas é de 0,2mm entre as leituras.
O valor de contração diametral (Ct) para cada
pastilha é definido pela média aritmética das
três medidas realizadas.
Em seguida, as pastilhas são submetidas à
reabsorção de água por um período de duas
horas. Após o período de reabsorção, as
medidas de penetração são feitas com o
aparelho chamado penetrômetro, procedimento
ilustrado na Figura 3.
Figura 2. Corpos de prova dispostos no tanque de
submersão.
entre os estados seco e úmido, não apresentando Quanto aos quatro solos da região noroeste
bom comportamento como subleito rodoviário. do estado, apresentaram predomínio das frações
Conforme o sistema de classificação SUCS, finas silte e argila e foram considerados de
as amostras BOT2, PT1 e TR são areias fraco a pobre comportamento quando utilizados
argilosas (SC). De acordo com a classificação como subleitos rodoviários de acordo com a
HRB, a amostra BOT2 se enquadra no HRB. Além disso, foi possível perceber uma
subgrupo A-2-6, composta por areias com finos inconsistência entre as granulometrias e as
argilosos. Amostras PT1 e PT2 se enquadram classificações obtidas. Devido ao alto valor de
no subgrupo A-4, que agrupa solos siltosos não limite de liquidez, a amostra CA-S foi
plásticos ou moderadamente plásticos, porém classificada como solo argiloso pelo sistema
divergem na classificação SUCS, já que a PT2 HRB. Entretanto, este material possui
está compreendida no grupo SM-SC. predomínio de silte (61%). Isso reforça a
Segundo a SUCS, a amostra BOT1 e os solos limitação das classificações tradicionais quando
provenientes da Formação Caturrita foram aplicadas ao estudo de solos tropicais.
designados como areias siltosas (SM), havendo
concordância com a classificação TRB, que 3.3 Caracterização Mecânica
enquadra estes materiais no subgrupo A-2-4,
representado pelos solos granulares finos Na Tabela 6 são apresentados os principais
siltosos, sendo considerados materiais de bom parâmetros obtidos nos ensaios de compactação
comportamento para emprego como subleito e CBR (com imersão) para todos os solos desta
rodoviário. pesquisa.
Os solos CA-L e IJ-S são classificados como
CH de acordo com a SUCS, ou seja, argilas Tabela 6. Resumo dos parâmetros obtidos.
muito plásticas com areia. Conforme a HRB, os Massa
Massa
materiais são A-7-5, ou seja, solo argiloso. Por Específica Teor de
específica Expan-
Aparente Umidade CBR
fim, o solo CA-S foi classificado como MH Amostra
Seca Ótima
aparente
(%)
são
(silte elástico) na SUCS e como A-7-5 na HRB, seca (%)
Máxima (%)
(kg/m³)
um solo argiloso. (kg/m³)
Por meio da Tabela 4 é possível verificar o BOT1 1835 14,5 1816 26 0,78
predomínio de areia fina na composição das BOT2 1794 15,0 1771 8 0,41
amostras da Formação Botucatu, condizendo 1690 16,0 1658 6 0,00
CAT1
com os grupos em que foram enquadrados nas
CAT2 1866 13,4 1831 11 0,01
classificações tradicionais, divergindo na
SC1 1648 21,5 1618 10 0,20
quantidade de argila, o que conferiu maior
plasticidade ao solo BOT2. SC2 1655 18,6 1634 8 4,91
Os solos da Formação Caturrita ALE1 1748 19,0 1717 2 0,24
apresentaram diferenças nas percentagens de ALE2 1738 16,7 1705 3 2,62
areias, porém as classificações finais pelos dois PT1 1810 15,3 1776 9 0,51
métodos tradicionais foram as mesmas. Os PT2 1775 16,0 1771 5 0,06
solos da Formação Santa Maria/Passo das RS 1647 19,9 1625 16 0,18
Tropas apresentaram divergências nas TR 1787 15,1 1771 14 0,27
percentagens de areia fina e média, 1590 25,3 1610 13,2 0,15
CA-L
apresentando diferença na classificação SUCS,
CA-S 1395 35,6 1326 6,5 2,5
porém a mesma classificação segundo a
IJ-L 1488 29,8 1432 12,3 0,11
metodologia HRB. O solo TR apresentou um
IJ-S 1402 34,7 1387 5,2 2,21
predomínio da fração areia (em torno de 26%),
e o solo RS apresentou um predomínio de
partículas finas (silte+argila), na razão de 55%. Devido ao predomínio de partículas
argilosas, os solos CA-S, IJ-L E IJ-S
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apresentaram as menores massas específicas SC1 1,55 63,16 0,00 0,68 LG'
máximas e, consequentemente, as maiores SC2 1,94 5,71 360,00 1,92 NG'
umidades ótimas de compactação Proctor ALE1 1,33 32,00 190,00 1,36 NS'
Normal. ALE2 1,62 44,17 161,00 1,27 NG'
Quanto aos valores de CBR para a energia 1,16 33,18 234,00 1,43 NS'
PT1
Proctor normal, apenas o solo BOT1 apresentou
PT2 1,42 42,86 48,00 0,98 LA'
resultado satisfatório para emprego como base
RS 1,77 80,00 47,00 0,90 LG'
ou sub-base de pavimentos. As amostras BOT2,
CAT2, SC1, PT1, RS, TR, CA-L e IJ-L TR 2,06 115,40 15,00 0,69 LG'
apresentaram valores variando de 8% a 16%, CA-L 1,29 50,70 38,00 0,92 LA'
sendo considerados solos regulares para uso CA-S 1,16 18,00 262,00 1,55 NS'
como sub-base. Os solos CAT1, PT2, CA-S e IJ-L 2,06 66,47 44,00 0,9 LG'
IJ-S apresentaram valores bem semelhantes de IJ-S 1,94 42,86 160,00 1,27 NG'
CBR, sendo classificados como pobre a regular.
Já os solos da Formação Santa
Maria/Alemoa e a amostra SC2 apresentaram os
menores valores, ficando enquadrados na faixa
dos solos muito pobres para o emprego na
pavimentação.
Em relação à expansão, com exceção dos
solos ALE2, SC2, CA-S e IJ-S, as demais
amostras obtiveram resultados pouco
expressivos, inferiores a 1%, conforme
esperado, devido à presença dos argilominerais
caulinita (argilomineral não expansivo) e ilita Figura 4. Ábaco para classificação segundo a
em suas composições. Estando dentro dos Metodologia MCT.
limites apresentados no Manual de
Pavimentação do DNIT (2006) para solos Os solos da Formação Caturrita não
utilizados como camada de subleito (Expansão atingiram o patamar de compactação inicial no
≤ 2%). Mini-MCV, sendo classificados como NA
(Areia não laterítica), não aparecendo no
3.4 Classificação MCT gráfico da MCT.
Verificou-se que, das dezesseis amostras,
Os índices de classificação obtidos nos ensaios seis são classificadas como solos de
Mini-MCV e perda de massa por imersão, comportamento laterítico, sendo que, os solos
segundo a proposta de Nogami e Villibor PT2 e CA-L apresentam comportamento
(1981), são apresentados na Tabela 7. A Figura laterítico arenoso (LA’) e os solos SC1, RS, TR
4 mostra o ábaco da classificação MCT com a e IJ-L comportamento laterítico argiloso (LG’),
indicação da posição dos solos em estudo. estes possuindo granulometria típica de argilas
e argilas arenosas, alta capacidade de suporte,
Tabela 7. Índices e Classificação MCT das amostras em baixa perda de massa por imersão, baixa
estudo. expansão, média à alta contração, baixa
Índices Classificatórios Classificação permeabilidade e média à alta plasticidade.
Amostra
c' d' Pi (%) e' MCT De acordo com a Metodologia MCT, esses
BOT1 0,44 10,43 257,00 1,65 NA solos são considerados adequados para o uso
BOT2 1,07 34,00 182,00 1,34 NA' em pavimentação, seja como base, reforço de
---- ---- ---- ---- NA subleito, subleito, aterro compactado, proteção
CAT1
à erosão, como também para revestimento
CAT2 ---- ---- ---- ---- NA
primário. Isso contraria o enquadramento obtido
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pelas classificações tradicionais, que indica que PT2 0,87 1,28 1,47 LA'
aqueles materiais são inadequados pra RS 1,45 1,72 1,24 LG'
utilização em pavimentação, em parte pelo seu TR 1,44 1,72 1,71 LG'
baixo valor de CBR. É importante salientar que CA-L 1,21 1,56 0,23 LA'-LG'
o valor de CBR é um dos parâmetros levados 1,38 1,68 4,56 NS'-NG'
CA-S
em conta no método de dimensionamento de
IJ-L 2,16 2,07 0,31 LG'
pavimentos vigente no Brasil, considerado NA'/(NG'-
defasado por muitos pesquisadores. Essa 1,25 1,59 2,08
IJ-S NS')
contrariedade evidencia a importância dos
estudos para solos tropicais e da classificação
MCT.
O elevado índice classificatório e’, associado
ao índice c’, qualificam os demais solos como
materiais não lateríticos. Dentre eles, os solos
da Formação Caturrita e o solo BOT1 são
classificados como areias não lateríticas (NA), a
amostra de solo BOT2 é enquadrado como solo
não laterítico arenoso (NA’), as amostras PT1,
ALE1 e CA-S são classificadas como solos não
laterítico siltosos (NS’) e os solos SC2, ALE2 e Figura 5. Ábaco da classificação pelo Método das
IJ-S são considerados não lateríticos argilosos Pastilhas.
(NG’).
A classificação expedita foi realizada de
3.5 Método das Pastilhas acordo com o exposto por Nogami e Villibor
(1994), sendo necessária a determinação dos
A classificação expedita foi realizada de acordo parâmetros de contração e penetração.
com o exposto por Nogami e Villibor (1994), Comparando os resultados apresentados nas
sendo necessária a determinação dos parâmetros Tabelas 7 e 8, observa-se que os solos
de contração e penetração. A Tabela 8 apresenta classificados como NA pela classificação MCT
os valores obtidos nos ensaios e a Figura 5 são classificados como NA-NS’ pelo método
ilustra o ábaco da classificação deste método das pastilhas. Os solos BOT2 e PT1 são
com a distribuição das dezesseis amostras. enquadrados no mesmo grupo de solos
(NS’/NA’) e as amostras ALE1 e CA-S são
Tabela 8. Índices e classificação dos solos pelo Método classificadas como NS’-NG’. Os solos PT2,
das Pastilhas. SC2, ALE2, TR, RS e IJ-L apresentaram a
Índices classificatórios mesma classificação em ambos os métodos. Já
Amostra Contração Penetração Classificação
solo CA-S foi classificado como NS’-NG’ e o
Diametral c'
(mm) solo IJ-S foi considerado NA’/(NG’-NS’).
(mm)
BOT1 0,21 0,48 4,91 NA-NS' 3.6 Comparação com outros estudos
BOT2 0,67 1,07 4,14 NS'/NA'
CAT1 0,19 0,34 4,78 NA-NS' Norback (2015) avaliou a utilização de um
CAT2 0,20 0,47 4,45 NA-NS' solo argiloso da cidade de Ijuí em misturas de
SC1 1,46 1,73 0,57 LG' solo-brita, propondo sua utilização em
SC2 1,79 1,91 2,79 NG' pavimentação. O solo pesquisado pela autora
1,25 1,59 5,15 NS'-NG' está localizado na mesma unidade geotécnica
ALE1
1,49 1,75 2,37 NG'
dos solos IJ-L e IJ-S, tendo sido coletado cerca
ALE2
de 5km de distância do ponto de coleta destes
PT1 0,68 1,06 5,14 NS'/NA'
materiais e em profundidade semelhante ao solo
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RESUMO: Este estudo teve como objetivo analisar a classificação MCT dos solos em relação ao
comportamento mecânico para o uso em base de pavimentos urbanos. Foram coletados três solos,
para a realização dos ensaios de módulo de resiliência e deformação permanente, sendo dois solos
de textura fina e uma laterita, classificados como latossolos vermelho amarelo pela pedologia. Os
solos finos classificam-se como LG’ pela metodologia MCT e a parcela fina da laterita como NG’.
O módulo de resiliência dos solos estudados apresentaram valores médios elevados, na ordem de
300 a 492 MPa com tendência linear. As análises de deformação permanente indicaram um
comportamento do tipo A para as lateritas e AB para os solos de textura fina. O comportamento dos
solos frente ao dimensionamento mecanístico-empírico foi satisfatório, com valores de deformação
permanente baixos para as situações propostas.
para comparar com o previsto para os solos Dawson A. R.; Wellner F. (1999) Plastic behavior of
finos. Ressalta-se a importância de estudos na granular materials. Final Report ARC Project 933,
University of Nottingham. Reference PRG 99014,
revisão e implantação de novos parâmetros no April 1999.
método MCT para englobar estes tipos de solos DNIT (2017) Pavimentação – Solos – Determinação do
ou outra proposição de identificação. módulo de resiliência – Método de ensaio, Publicação
Quanto ao comportamento resiliente nota-se IPR 134, Rio de Janeiro, Brasil, 18 p.
que os solos estudados apresentam valores EMBRAPA. (2013). Sistema Brasileiro de Classificação
de Solos, 3ª ed, Centro Nacional de Pesquisa de Solos,
médios elevados na ordem de 300 a 492 MPa e Rio de Janeiro, Brasil, p 353.
R² baixos para o modelo composto, inferindo Espindola, C. R. & Daniel, L.A. (2008). Laterita e solos
que predomine a tendência a módulos lateríticos no Brasil. BoletimTécnico da FATEC-SP-
constantes nos gráficos de log MR versus log BT/24, p. 21-24.
tensões confinante e desvio Guimarães, A. C. R., (2009), Um Método Mecanítico-
Empírico para a Previsão da Deformação
Outro ponto importante observado foi o Permanente em Solos Tropicais Constituintes de
comportamento dos materiais quanto ao Pavimentos. Tese de Doutorado, Programa de
acomodamento, as lateritas apresentando curvas Engenharia Civil da COPPE/UFRJ. Rio de Janeiro,
do tipo A e os solos finos do tipo AB. RJ. 352 p.
Guimarães, A. C. R.; Motta, L. M. G.; Figueiredo, Y. A.
Ressalta-se ainda que os solos finos, apesar
B.; Oliveira, J. C. S.. (2015) Um Procedimento Para
de descartados pelas metodologias tradicionais, Identificação de Solos Lateríticos Pedregulhosos
podem apresentar desempenho satisfatório e seu Visando Utilização em Camadas de Base e Sub-base
emprego pode diminuir muito o custo de de Pavimentos. Revista Pavimentação, ABPV, Rio de
pavimentos urbanos para ruas de baixo volume Janeiro, v. 36, p. 19-34.
Marangon, M. e Motta, L. M. G. (2006). Estudo da
de tráfego comercial. A laterita, amplamente
deformação permanente de alguns solos argilosos
utilizada com sucesso, confirma que os padrões lateríticos visando o uso em pavimentos de baixo
de seleção atuais propostos no novo método de volume de tráfego. In: II Simpósio brasileiro de
dimensionamento (MCT, MR e DP) permitem jovens geotécnicos, Nova Friburgo, RJ, Brasil.
selecionar adequadamente materiais antes não MeDiNa. (2018) [S.I] Version 1.0.0. IPR.
Medina, J.; Motta, L. M. G. (2015). Mecânica dos
aceitáveis pelos critérios tradicionais, e
Pavimentos. 3ª ed., Interciência, Rio de Janeiro,
apresentam resultados excelentes em camadas Brasil, 638 p.
de base de pavimentos. Motta, L. M. G. (1991). Método de dimensionamento de
pavimentos flexíveis; critério de confiabilidade e
AGRADECIMENTOS ensaios de cargas repetidas. Tese de Doutorado.
À Transterra Terraplenagem e Pavimentação COPPE/UFRJ. Rio de Janeiro. 366 p.
Ltda pelo auxílio no transporte do solo até o Rio Motta, L. M. G.; Medina, J., (1988) Considerações sobre
de Janeiro. Ensaios de Carga Repetida de Solos e Materiais de
Pavimentação. Simpósio sobre Novos Conceitos em
Ensaios de Campo e Laboratório em Geotecnia.
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Albernaz, C. A. V.; Fritzen, M. A.; Motta, L. M. G.; Nogami, J. S; Villibor, D. F. (1995). Pavimentação de
Medrado, W. A (2014) Avaliação de trechos baixo custo com solos laterícos. São Paulo, Villibor,
experimentais de solo fino e tratamento superficial em 213 p.
Minas Gerais. 21º Encontro de Asfalto IBP, Rio de Norback, C. (2018), Caracterização do módulo de
Janeiro. resiliência e da deformação Permanente de três solos
Anand, R. R.; Paine, M. (2002) Regolith geology of the e misturas solo-brita. Dissertação de Mestrado,
Yilgarn Craton, Western Australia: Implications for Programa de Engenharia Civil da COPPE/UFRJ. Rio
exploration. Australian Journal of Earth Sciences, vol. de Janeiro, 161p.
49, issue 1, p. 3-162. Villibor D. F. e Alves D. M. L. (2017). Classificação de
CONAB, Companhia Nacional de Abastecimento. solos tropicais de granulação fina e grossa. Revista
(2018). Série histórica das safras. Disponível em: Pavimentação. ABPV, Rio de Janeiro, v. 46, p. 16-37.
<https://www.conab.gov.br/index.php/info-
agro/safras/serie-historica-das-safras > Acesso: 05 de
maio de 2018.
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RESUMO: Ensaios de cisalhamento direto, com e sem reversão, foram realizados em um rejeito
arenoso de minério de ferro, de forma a se determinar o ângulo de atrito no estado de regime
permanente deste material e comparar com os resultados determinados a partir de ensaios triaxiais e
ring shear realizados por Telles (2017) e André et al. (2017), respectivamente. Os resultados
mostraram que os ensaios ring shear e cisalhamento direto, que possuem condições de contorno mais
semelhantes, apresentaram uma diferença de apenas 1 no valor do ângulo de atrito, tendo essa
diferença, no entanto crescido para 3 - 4 quando comparado com os resultados dos ensaios triaxiais.
O material utilizado nesta pesquisa foi o rejeito Os ensaios de cisalhamento direto foram
arenoso de minério de ferro que se encontrava realizados utilizando uma caixa bipartida de
depositado no reservatório do Dique 1 da dimensões 5 x 5 cm. Não foram utilizadas pedras
Barragem do Fundão, localizada no município porosas por se tratar de um material com
de Mariana, Minas Gerais, antes da sua ruptura permeabilidade elevada. A moldagem do corpo
em 2015. de prova foi realizada por pluviação do rejeito
A Figura 1 mostra como era a divisão dos dois seco no interior da caixa de cisalhamento, de
reservatórios da barragem. A amostragem do forma a obter um valor de índice de vazios entre
material foi realizada na região da praia do Dique 0,80 e 0,82. Em seguida o material foi deixado
1, em 2013. inundando por 30 minutos antes de iniciar o
adensamento. Os valores de tensões efetivas
verticais as quais os corpos de prova foram
submetidos foram os mesmos utilizados nos
ensaios de ring shear realizados por André et al.
Reservatório do (2017), isto é, 100, 200, 400 e 800kPa.
A fase de cisalhamento teve início somente
Reservatório do
após a estabilização das leituras do extensômetro
vertical, e a velocidade de cisalhamento adotada
foi igual a 0,065mm/min para todos os ensaios.
Todos os corpos de prova foram cisalhados
Figura 1. Imagem de satélite da Barragem do Fundão em até um deslocamento horizontal de 9 mm, com
2015, apresentando os reservatórios do Dique 1 e do Dique exceção do ensaio com reversão, que alcançou
2 (adaptado de Flórez, 2015). 18 mm de deslocamento.
A caracterização do rejeito foi realizada por
4 RESULTADOS E ANÁLISES
Flórez (2015), Telles (2017), e Silva (2017). Sua
curva granulométrica pode ser observada na
4.1 Resultados dos ensaios
Figura 2, e um resumo dos resultados obtidos é
apresentado na Tabela 1.
O ensaio de cisalhamento direto com reversão
100 foi o primeiro ensaio executado, a fim de se
90 avaliar a importância da realização das reversões
Porcentagem que passa
0,7 700
y = 0,593x
0,5 500
normalizada
0,4 400
0,3 300
0,2 200
0,1 100 Cisalhamento direto sem reversão
Cisalhamento direto com reversão
0 0
0 5 10 15 20 0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000
Deslocamento horizontal (mm) Tensão normal efetiva (kPa)
Figura 3. Tensão-deslocamento do ensaio de 100kPa Figura 6. Envoltória para o estado de regime permanente
realizado com reversão. obtida a partir dos ensaios de cisalhamento direto.
-0,1
200 (André et al., 2017)
100 'ss = 30º
-0,2
-0,3 0
0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000
-0,4
-0,5 100kPa Tensão normal efetiva (kPa)
200kPa
-0,6 400kPa Figura 7. Envoltórias de resistência dos ensaios de
800kPa cisalhamento direto obtido neste trabalho, de ring shear
-0,7
0 2 4 6 8 10 obtido por André et al. (2017) e do ensaio triaxial obtido
Deslocamento horizontal (mm) por Telles (2017).
Figura 5. “Deslocamento vertical” versus “Deslocamento
horizontal”
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Ressalta-se que, dos três ensaios analisados, apesar dos resultados encontrados por Motta
os ensaios de ring shear e cisalhamento direto (2008) se referirem aos valores de pico, este
são os que possuem condições de contorno mais resultado demonstra outro caso em que se
semelhantes, visto que o estado de tensões inicial encontrou diferenças ao analisar envoltórias de
de ambos parte da condição de repouso, um mesmo material determinadas em ensaios
enquanto que os triaxiais CID e CIU partem de com condições de contorno diferentes.
um estado de tensões hidrostático. E, além disso,
durante o cisalhamento, em ambos os ensaios há 5 CONCLUSÕES
a impossibilidade de deformação do corpo de
prova no sentido transversal à direção do Foram apresentados resultados de ensaios de
cisalhamento, assemelhando-se a uma condição compressão triaxial CIU e CID, ring shear e
de deformação plana, enquanto que no ensaio cisalhamento direto. Os parâmetros de
triaxial a deformação é livre em todas as resistência obtidos nestes ensaios foram
direções. comparados, percebendo-se que os ensaios
Uma comparação entre valores de ângulo de triaxiais resultaram em um ângulo de atrito 3° a
atrito no estado de regime permanente 4° superior aos outros dois.
determinados a partir de ensaios de ring shear e A presente pesquisa está em andamento com
triaxial foi feita também por Garga et al. (2002), a realização de mais ensaios em outras condições
em corpos de prova de areia. Os autores de contorno, e de estudos sobre a possibilidade
encontraram uma diferença de 3° para menos no de quebra de grãos.
ângulo de atrito determinado com ensaios de
ring shear. Segundo os autores, o ângulo de REFERÊNCIAS
atrito menor obtido pelo ensaio de ring shear
poderia ser atribuído às grandes deformações André, I. M. O. Telles, A. C. M. Becker, L. D. B. Barbosa,
alcançadas neste ensaio, de tal forma que nele M. C. (2017) Determinação de parâmetros de
resistência de rejeitos de minério de ferro. XII
seria certamente alcançado o estado de regime Conferencia Brasileira sobre Estabilidade de
permanente, o que poderia não acontecer no Encostas, COBRAE 2017, Florianópolis, Santa
ensaio triaxial, desde que tais níveis de Catarina, Brasil.
deformação seriam impraticáveis neste último Flórez, C. T. (2015) Estudo da alteração em laboratório
ensaio. de rejeitos de mineração de ferro para análise em
longo prazo. Tese de D.Sc., COPPE/UFRJ, Rio de
Esta hipótese, contudo, apresenta duas Janeiro
contradições quando analisada para os resultados Garga, V. K., Sedano, J. I. (2002) Steady State Strength of
dos ensaios discutidos na presente pesquisa: (i) Sands in a Constant Volume Ring Shear Apparatus.
os ensaios de ring shear e cisalhamento direto Geotechnical Testing Journal, v. 25, n.4, p. 414 - 421.
aparentam que não é preciso um grande Head, K. H. (1982) Manual of soil laboratory testing, Vol
2, Pentech Press, London. 743p.
deslocamento para se atingir o estado de regime Lupini, J. F. Skinner, A. E. Vaughan, P. R. (1981) The
permanente neste material e; (ii) a variabilidade drained residual strength of cohesive soils,
dos resultados no estado de regime permanente Géotechnique, Volume 31 (2), p. 181-213
dos 26 ensaios triaxiais analisados por Telles Motta, H. P. G. (2008) Comportamento de um rejeito de
(2017) é muito baixa. transição em centrífuga geotécnica. Dissertação de
M.Sc., COPPE/UFRJ, Rio de Janeiro.
Em rejeitos de minério de ferro, Motta (2008) Silva, C. G. C. (2017) Estudo da influência do teor de finos
realizou ensaios triaxiais (CIU e CID), e ensaios no comportamento de um rejeito de minério de ferro a
de cisalhamento direto em rejeito fino, e partir de ensaios edométricos. Trabalho de conclusão
determinou os parâmetros de resistência de pico de curso, Escola Politécnica/UFRJ, Rio de Janeiro.
para esse material. A autora encontrou ângulos Telles, A. C. M. (2017) Análise do comportamento de um
rejeito de minério de ferro no estado de regime
de atrito iguais a 42° e 41° a partir dos ensaios permanente. Dissertação de M.Sc., COPPE/UFRJ, Rio
CID e CIU, respectivamente, e 32° para os de Janeiro.
ensaios de cisalhamento direto. Ressalta-se que,
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RESUMO: A consideração de situações que envolvam solicitações cíclicas em estruturas é cada vez
mais frequente na prática da engenharia geotécnica. Desse modo, faz-se necessário o aperfeiçoamento
constante das análises desses projetos, fato, que justifica, a ascensão de estudos envolvendo análises
de modelos numéricos e ensaios de laboratório que se assemelham às condições de campo. Nesse
sentido, o presente trabalho apresenta resultados de ensaios de cisalhamento direto conduzidos com
carregamentos monotômicos, ensaio comumente realizado, e ensaios com carregamento cíclicos. Ao
final dos experimentos, constatou-se a validação do sistema de carregamento cíclico adaptado ao
equipamento de laboratório. Verificou-se uma significativa queda da resistência do solo quando
submetido ao processo de carregamento cíclico em comparação ao experimento realizado com
carregamento monotônico. Percebeu-se ainda, que o aumento da tensão normal proporcionava uma
redução maior nos parâmetros resistência analisados, mostrando assim que o efeito do carregamento
cíclico é afetado pelo nível de tensão aplicado.
𝑁 𝑡𝑔∅𝑢 = 𝑇 (2)
250
(ASTM, 2011), devido a inexistência de normas
nacionais, além disso, os experimentos foram 200
Verifica-se nos gráficos da figura 5 que após compactos e compressões em solos arenosos
aplicação do carregamento cíclico houve uma fofos.
queda significativa nos valores de tensão Outro fato que merece destaque é a tendência
cisalhante, e que quanto maior a tensão de de elevação da tensão cisalhante mobilizada após
confinamento aplicada, maior foi a variação a queda resultante da atuação do carregamento
desse parâmetro. Para exemplificar melhor essa cíclico nos ensaios conduzidos com tensão
perda, a figura 6 apresenta quatro curvas de normais iguais à 400 kPa. Esse comportamento
resistência ao cisalhamento, sendo as curvas de se justifica pela compacidade do corpo de prova
tensão 400kPa e 200kPa retiradas do trabalho de ensaiado. Por se tratar de uma areia com
Salmaso (2017) e representativas de um ensaio compacidade elevada, o processo de rearranjo
convencional (carregamento monotônico) e as dos grãos promove uma aproximação maior dos
curvas de 400kPa CC e 200kPa CC com a grãos fato que justifica a elevação da resistência
aplicação do carregamento cíclico. mobilizada.
Nesse sentido, percebe-se que o ensaio Pela comparação dos dois gráficos percebe-se
executado com uma tensão normal igual a 50 kPa uma falta de coerência nas curvas, sendo a
não sofreu variação de tensão cisalhante após a resistência mobilizada pelos ensaios com
atuação do carregamento cíclico. carregamento cíclico antes de 5% de deformação
Constata-se ainda que após a queda inicial da estão maiores do que os ensaios com o
tensão cisalhante, ela tende a se manter em um carregamento monotônico. Essa variação pode
valor aproximadamente constante. Contudo, ser devido a eventuais erros na montagem do
percebe-se uma suave elevação da resistência no corpo de prova e execução dos ensaios, como
ensaio realizado com tensão normal de 400 kPa. observado nos tópicos anteriores.
A partir dos resultados foram traçadas duas
350 envoltórias de ruptura sendo uma considerando
300 o momento antes da aplicação do carregamento
250
cíclico e outra logo após a aplicação desse
carregamento, e serão apresentadas na figura 7.
Tensão cisalhante (kPa)
200
150
350
100
TENSÃO CISALHANTE (KPA)
300
50 250
0 200
0 2 4 6 8
150
Deslocamento horizontal (mm)
100
400 kPa CC 400 kPa 200 kPa CC 200 kPa
50
Figura 6. Gráficos tensão cisalhante versus deslocamento
horizontal. Comparação ensaios cíclicos (cc) e 0
monotônicos. (CR 50%) 0 100 200 300 400 500
TENSÃO NORMAL (KPA)
Quando as curvas estão sobrepostas torna-se Antes do carregamento cíclico Após o carregamento cíclico
atrito encontrado por Salmaso (2017) foi igual a A partir dos gráficos, verifica-se uma
34º em ensaios realizados com carregamento aproximação considerável entre as curvas dos
monotônico, a discrepância entre os resultados ensaios realizados com tensão igual a 400 kPa,
se deve a possíveis variações na compacidade do fato que não se repete no ensaio realizado com
corpo de prova devido à montagem do tensão igual 200 kPa. Essa situação reflete a
equipamento. Contudo, os valores estão em dificuldade de execução de ensaios que
faixas muito próximas, fato que justifica a apresentem repetibilidade, com amostras
manutenção desses valores como referência. reconstituídas de solo, como foram os corpos de
prova moldados nos trabalhos analisados.
4.2 Ensaios realizados com compacidade de Pode-se perceber uma considerável alteração
90% na resistência residual após o carregamento
cíclico. Na curva com a tensão de 400 kPa com
Para essa compacidade também foram realizados carregamento cíclico, é perceptível que após a
4 ensaios com diferentes tensões normais, os aplicação do carregamento cíclico a resistência
resultados são apresentados na figura 8. sofre decaída até o final do ensaio. Ao final do
350 experimento, foi registrado um valor de
300 resistência mobilizada de aproximadamente 100
kPa.
250
Comparando os resultados obtidos nas
Tensão cisalhante (kPa)
250
compacidade do corpo de prova utilizado.
200 Percebeu-se ainda, que o aumento da tensão
150
normal proporcionava uma redução maior nos
parâmetros resistência analisados, mostrando
100
assim que o efeito do carregamento cíclico é
50 afetado pelo nível de tensão aplicado. Nesse
0
sentido, os experimentos conduzidos com
0 100 200 300 400 500 tensões normais iguais a 50 e 100 kPa não
TENSÃO NORMAL (KPA) apresentaram variações significativas nas
Antes do carregamento cíclico Após o carregamento cíclico resistências mobilizadas devido a atuação de um
Figura 10. Envoltória de ruptura. Comparação os carregamento dinâmico.
resultados antes do carregamento cíclico e após. (CR
50%)
AGRADECIMENTOS
Os valores do ângulo de atrito antes do
carregamento cíclico e após foram iguais a 34º e Agradecemos à Universidade Federal de Ouro
24º, respectivamente. Para essa compacidade Preto e a CAPES por todo o apoio dispensado
Salmaso (2017) encontrou valores iguais a 34º. durante a realização desse trabalho.
5 CONCLUSÃO REFERÊNCIAS
Na engenharia geotécnica diversas são as Caputo, H. P. Mecânica Dos Solos e Suas Aplicações. Rio
situações em que carregamentos cíclicos estão de Janeiro, LTC, 1988.
relacionados, tais como: rodovias, compactação Huat B. B. K.; Toll D. G.; Prasad A. Handbook of Tropical
Residual Soils Engineering. Londres, CRC Press,
de aterros em barragens de terra ou de rejeitos, 2012.
fundações de máquinas e fundações offshore, Mitchell, J.K, and Soga, K. Fundamentals of soil behavior,
projetos em áreas sujeitas a terremotos. Contudo, 3nd Ed, Wiley and Sons Inc, New York, 2005, 577 p.
estudos nacionais que associem esse tipo de Paria, C. J. B. Avaliação do efeito de escala no estudo da
carregamento em ensaios de laboratório ainda resistência ao cisalhamento de um estéril de minério
de ferro. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-
são incipientes. Fato que justifica um dos Graduação em Geotecnia, Deciv/EM/UFOP, Ouro
objetivos do presente estudo, que é a Preto, MG, Brasil. 2015.
implementação de mecanismos que possibilitem Pinto, C. S. Curso Básico de Mecânica dos Solos, 3ª ed.,
a atuação de cargas ciclicas em equipamentos de Oficina de Textos, São Paulo, 2006, 368 p.
laboratórios. Salmaso, V.H.S. Estudo dos parâmetros de resistência em
areia utilizando o equipamento de cisalhamento direto
A partir dos experimentos realizados, de grande porte; Trabalho de Conclusão de Curso-
verificou-se que a atuação do carregamento Ouro Preto: UFOP, 2017.
cíclico promoveu uma redução da tensão Silva, A. J. N; Cabeda, M. S. V. Influência de diferentes
cisalhante máxima obtida nos ensaios de sistemas de uso e manejo na coesão, resistência ao
cisalhamento direto monotônico. cisalhamento e óxidos de Fe, Si E Al em solos de
Tabuleiro Costeiro de Alagoas- Universidade Federal
Verificou-se que o ângulo de atrito obtido a do Rio Grande do Sul – UFRGS, 2005.
partir dos valores de resistência de pico para os Silva, P. B. A. Discussão e proposta de Ensaio de
experimentos conduzidos com carregamento Cisalhamento Direto de grande porte para obtenção
monotônico foram superiores em de parâmetros de resistência de rejeito grosso de
aproximadamente 10º em relação aos parâmetros carvão mineral. Trabalho de Conclusão de Curso – Rio
de Janeiro: UFRJ/ Escola Politécnica, 2012.
de resistência após a aplicação do carregamento Simões, F. B. Caracterização geotécnica da areia da
cíclico. Tal comportamento foi verificados em praia de Ipanema Trabalho de Conclusão de Curso –
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2.1 Localização
(1)
(2)
(3)
procedimento de talhagem.
6 RESULTADOS E DISCUSSÕES
7 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
SUMMARY: In order to do the test of soil pullout resistance, need to apply a tensile load using a
hydraulic jack in the steel bar, anchored to the ground making a displacement of the bolt. Based on
it, the in situ test performed in three locations, Sorocaba city, Sao Roque city and Sao Paulo city, for
different types of soil, considering two bolts with length 3 meters and 6 meters, respectively. In the
slope in Sorocaba, it was necessary to do the massif restoration with soil-cement. The covering
realized by concrete projection and applied of Portland cement by pump compressed air and
manually. In order to check the efficient of the test, samples of these soils analyzed on laboratory. In
the tests was performed six stages of charge application getting the maximum load applied as 9,9
ton force for in situ test and less for laboratory test. Based on the analysis, it notices that the results
obtained in the test are in accordance with the specifications set out in the project, considering a
margin of safety acceptable.
KEYWORDS: test soil pullout, in situ test, laboratory test, three types of soil locations, six stages,
concrete projection.
SBMR 2018
1 INTRODUCTION Paulo, in civil works in which the authors acted
to analyze the stability of the bolt according to
In order to do the test of soil pullout resistance, the type of soil.
need to apply a tensile load (static tensile) using
a hydraulic jack in the steel bar, anchored to the 3.2 Bolt installation process
ground making a displacement of the bolt.
Considering the applied load and the The coupling of the bolt executed in three
displacement of the bolt can build the grapher stages: Drilling, installation of the bolt and
“Displacement x Load” to obtain the maximum injection of the cement sheath.
axial tensile load on the bolt in the pullout - Drilling: the holes drilled with a 15-degree
resistance test. inclination using an electric drill of 3HP with a
The pullout resistance test can be performed helical drill producing a hole with a diameter of
with displacement control (constant velocity) or around 100mm and a length of 6m, it is
by force control, being the last is more important to notice that on this stage it was not
common. necessary to coat the hole because it has good
Through the test it is possible to determine stability.
the maximum pullout force, the residual force - Bolt installation: to do it uses as a bolt a
and the coefficient [k β], corresponding to the CA-50 steel bar previously prepared with
initial inclination of the "Displacement x Load" anticorrosive paint, with 20.0 mm in diameter
curve. and a length of 6 m. On each bolt put spacers
In order to perform the pullout resistance, the every 2 meters and a PVC tube with 20.0 mm
system assembly scheme should be follow: the diameter provided with "headlines" spaced 0.50
hydraulic jack axis and the bolt axis must be m, in order to perform the injection of the
aligned (using a reaction grid between the sheath.
hydraulic jack and the reaction plate), the strain This stage performed on two situations, first
gauges should be kept aligned to the bolt axis in a place where the covering realized by
and the test should be performed on staples with concrete projection and applied of Portland
an initial free section followed by an injected cement by pump compressed air, Figure 1, and
section. manually by collaborator with bricklayer's
spatula.
2 OBJECTIVE
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application.
- Equipment: hydraulic jack with capacity for
60 tf, strain gauge with scale background of
0.01 mm, steel plate with center hole with
thickness of 22 mm and dimensions 80 x 50 cm,
calibrated hydraulic manometer with a
maximum capacity of 15000 Psi and 103.4
MPA and scale background 0.1 MPa, aluminum
tripod with sharp edges for ground fixation, iron
holder to support the magnetic base with fine Figure 3. Pullout resistance test.
adjustment and Mitutoyo Mark comparator Legend: A: applied the steel plate with a hole centered on
watch model 3062-S-19 with 0.01 - 50 mm the bolt, B: connected the hydraulic jack, C: put the hand
pump with the pressure gauge on it, D: applied the
precision; support tripod with iron support and the dial indicator.
- Equipment assembling: to do it applied the
steel plate with a hole centered on the bolt, - Loading application: on the tests was
connected the hydraulic jack, put the hand performed six stages of charge application on
pump with the pressure gauge on it, the support each one until no increase in displacement
tripod with iron support and the dial indicator, occurred anymore, getting the maximum load
Figure 2. applied as 9,9 ton force.
The test performed on two situations, first in
a place where the covering realized by concrete 3.4 Characterization of Materials Used
projection and applied of Portland cement by
pump compressed air, Figure 3, and manually After doing the auger manual drilling until 2m
by collaborator with bricklayer's spatula, Figure deep in each region, the samples collected sent
2. to the laboratory for characterization and
performance tests.
Each sample of it was air-dried, deroasted,
homogenized, quenched and later the fractions
defined for the performance of the tests.
The next step consisted in choose the soil
characterization method, based on soil origin,
pedological classification, texture, visual, tactile
classification and soil geotechnical parameters.
Among these methods, we use those that
Figure 2. Pullout resistance test consider soil geotechnical parameters
Legend: A: applied the steel plate with a hole centered on specifically the Highway Research Board
the bolt, B: connected the hydraulic jack, C: put the hand (H.R.B) or The American Association of State
pump with the pressure gauge on it, D: the support tripod Highway Officials (A.A.S.H.O.), the Unified
with iron support and the dial indicator.
Soil Classification System (SUCS), the MCT
Methodology for Rapid Classification of
Tropical Soils and considering the international
standard ASTM D698-12e2 performed the
proctor test at normal energy.
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4. RESULTS Table 3. Equipment measurement with loading 7,2 tf.
Time Loading Disp. Disp. Disp.
(min) (tf) (mm) (mm) (mm)
The bolt assembling performed following
0 7,2 0 0 0
ABNT premises, the safety norms and obeying
the methodology proposed in the bolt 1 7,2 0,03 0,04 0,03
installation process, Figure 2. 2 7,2 0,04 0,04 0,03
Keeping the load constant, the displacements 3 7,2 0,04 0,05 0,04
read (Disp.) in the three locations at the 5 7,2 0,04 0,05 0,04
following intervals: 0, 1, 2, 3, 5, 7, 15 and 30 7 7,2 0,05 0,05 0,04
minutes. 15 7,2 0,05 0,06 0,05
Considering the intervals measurement’ time
30 7,2 0,06 0,06 0,05
the test performed for loading 2,7 tf, Table 1.
Considering the intervals measurement’ time
Table 1. Equipment measurement with loading 2,7 tf
Sorocab Sao Sao the test performed for loading 9,0 tf, Table 4.
a Paulo Roque
Time Loading Disp. Disp. Disp. Table 4. Equipment measurement with loading 9,0 tf.
(min) (tf) (mm) (mm) (mm) Sao Sao
Sorocaba
0 2,7 0 0 0 Paulo Roque
1 2,7 0,03 0,04 0,03 Time Loading Disp. Disp. Disp.
2 2,7 0,03 0,04 0,03 (min) (tf) (mm) (mm) (mm)
3 2,7 0,04 0,04 0,03 0 9,0 0 0 0
5 2,7 0,04 0,04 0,03 1 9,0 0,01 0,02 0,01
7 2,7 0,04 0,05 0,04 2 9,0 0,01 0,02 0,01
15 2,7 0,04 0,05 0,04 3 9,0 0,02 0,02 0,01
30 2,7 0,04 0,05 0,04
5 9,0 0,02 0,03 0,02
7 9,0 0,02 0,03 0,02
Considering the intervals measurement’ time
15 9,0 0,03 0,03 0,02
the test performed for loading 5,4 tf, Table 2.
30 9,0 0,03 0,04 0,03
SBMR 2018
visual, tactile classification and soil 5 CONCLUSIONS
geotechnical parameters.
Among these methods, we use those that Analyzing the data obtained with the pullout
consider soil geotechnical parameters resistance test we can notice that the ease of
specifically the Highway Research Board carrying out the displacement during its
(H.R.B) or The American Association of State execution is relate to the characteristics of the
Highway Officials (A.A.S.H.O.), the Unified soil, since the more granulated and compacted
Soil Classification System (SUCS), the MCT the more difficult it is to perform the test.
Methodology for Rapid Classification of For all three place the characteristics is
Tropical Soils and considering the international similar so there is no big discrepancy among
standard ASTM D698-12e2 performed the them.
proctor test at normal energy, Table 6: The result obtained manually was as efficient
as doing the coating with concrete projection.
Table 6: MCT Methodology for Rapid Classification of Analyzing the results obtained in the test it
Tropical Soils. can notice it is in accordance with the
Sample Sorocab Sao Paulo Sao Roque
a
specifications established in the design, thus
Classification NA-NS' LG' NS' meeting the specifications with an acceptable
safety margin.
REFERENCES
SBMR 2018
ASTM D4318-10e1. Standard Test Methods for Liquid
Limit. Plastic Limit. and Plasticity Index of Soils
(2010). ASTM International. West Conshohocken.
PA.
ASTM D6913-04(2009)e1. Standard Test Methods for
Particle-Size Distribution (Gradation) of Soils Using
Sieve Analysis (2009). ASTM International. West
Conshohocken. PA..
ASTM D698-12e2. Standard Test Methods for
Laboratory Compaction Characteristics of Soil Using
Standard Effort (12 400 ft-lbf/ft3 (600 kN-m/m3))
(2012). ASTM International. West Conshohocken.
PA.
Lazart, C.A., Elias, V., Espinoza, D. and Sabatini, P.J.
(2003) Soil nail walls – Report no: FHWAO-IF- 03-
017. Geotechnical Engineering. Circular no 7 –
Federal Highway Administration, D.C.
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Alan Donassollo
Maccaferri, Porto Alegre, Brasil, alan.donassollo@maccaferri.com.br
RESUMO: O trabalho compila resultados de ensaios realizados no âmbito de projeto, bem como,
apresenta resultados de ensaios realizados ao final da execução de uma estrutura de contenção em
sistema Terramesh às margens da RS-122 no estado do Rio Grande do Sul. Os ensaios adicionais,
tiveram intenção acadêmica de aprofundar estudos referente ao comportamento geomecânico do
aterro executado. A campanha de ensaios engloba a caracterização do solo residual de arenito
Botucatu, compondo ensaio de granulometria, Limite de Liquidez e Limite de Plasticidade, bem
como, ensaios mecânicos em laboratório como: compactação, ISC e Cisalhamento Direto (CD).
espaço completado com serragem para absorver da umidade ótima do solo obtidos através do
possíveis impactos durante o transporte até o ensaio de compactação. O ISC foi realizado após
laboratório de mecânica dos solos da Pontifícia quatro dias de imersão na água, onde também foi
Universidade Católica do Rio Grande do Sul. medida a expansão do material.
Primeiramente, foi medida a umidade de topo e Para a mistura solo-fibra, também foram
do fundo do bloco, onde obteve-se: 8,1% e 8,6%, realizados ensaios de compactação e ISC, a fim
respectivamente. de comparar os resultados com e sem a adição da
fibra.
3.1 Caracterização
Os estudos realizados para obtenção de índices obtido após imersão (ISC=3,2%) e o solo sem
do material na compactação foram todos obtidos levar a imersão (ISC=23,0%).
na energia normal de Proctor.
A massa específica aparente seca e a
umidade ótima do solo para os diversos ensaios
de Proctor realizados foi de 1,81 g/cm³ e 14,9%, ~5mm
respecitivamente. Os valores encontrados na
coleta de Bohrer et al. (2017) foi de 1,87 g/cm³ e
13,0%. Quadros (2017) também realizou ensaio
de Proctor numa amostra desta jazida e obteve os
seguintes resultados: 1,77 g/cm³ e 13,0%.
Os valores de ISC também foram obtidos
para amostras com e sem a adição de fibra. O
Figura 6. Comportamento mecânico no ISC.
valor do ISC obtido para a amostra após imersão
de quatro dias foi de 3,2% para o solo natural e
3.3 Resistências ao Cisalhamento do solo
de 10,8% para o solo com a adição de 0,5% de
natural
fibra. As expansões foram de 0,13% e 0,08%,
respectivamente.
Bohrer et al. (2017) a apartir de blocos
Percebe-se um grande incremento de
indeformados retirados da jazida em questão
resistência por parte da fibra sobre o solo puro
(horizonte B/C) realizaram ensaios de
(solo residual de arenito compactado),
Cisalhamento Direto no LACTEC da UFPR.
promovendo um acréscimo de 240% ao valor do
Duas envoltórias foram realizadas, uma com
ISC e uma redução de 38,5% na expansão do
ruptura dos CPs na umidade natural e outra com
material. Da Silva (2007) também encontrou
CPs inundados. A primeira resultou no limite
comportamento mecânico semelhante quando
superior dos parâmetros de resistência de pico de
analisou um solo predominantemente argiloso,
todos as condições ensaiadas para este solo
observando um aumento de 52,9% no ISC e
(ϕ'=37,8° e c'=35,7kPa). Quando inundado (grau
redução de 36,5% na expansão do solo na sua
de saturação médio 96%) obteve-se praticamente
mistura mais eficiente.
o limite inferior (ϕ'=28,9° e c'=0kPa) das
Através da análise da Figura 6 é possível
resistências de pico, apenas sendo superior a uma
identificar o comprimento médio de ancoragem
envoltória obtida a partir de corpos de prova
da fibra, em torno de 5 mm de penetração, isto é,
provenietes do fundo da camada de compactação
o ponto em que a fibra deixa de ter expressiva
do aterro executado.
participação na resistência do solo e rompe por
arrancamento. Esse ponto corresponde a
3.4 Resistências ao Cisalhamento do solo
aproximadamente metade do comprimento da
compactado em laboratório
fibra.
Quadros (2017) construiu uma curva de
Cabe salientar que todos os ensaios remoldados
ISC com as respectivas umidades de ensaio de
tiveram o procedimento padrão de serem
Proctor, neste caso, o autor obteve ISC de 23,0%
submetidos a inundação.
com umidade de 11,6%, porém as amostras não
Dos solos compactados em laboratório, os
foram rompidas depois da imersão de 4 dias, mas
ensaios de Cisalhamento Direto obtidos na
sim, logo após o ensaio, pois o autor teve o
campanha de Bohrer et al. (2017), tiveram
intiuto de correlacionar o ISC com ensaios DCP
parâmetros de resistência de pico (ϕ'=28,3° e
de campo. Embora pertencentente a uma outra
c'=6,0kPa) muito próximos da condição
amostragem, mas de solo correspondente, nota-
inundada daquela mesma amostragem
se uma grande sensibilidade à inundação do solo
indeformada, mas ainda superiores.
compactado, quando se compara o resutado
Os ensaios realizados no âmbito deste
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Retroanálise solo
saturado¹
A/B 30,0 14,0
Compactado em campo
(horizotal)²
B/C 36,3 23,9
Compactado em campo
(vertical)²
B/C 36,2 29,0
Compactado em campo
(horizontal)³
B/C 26,6 0,0
Figura 8. Curva de retenção indicando a sucção mátrica
estimada para os ensaios de CD inundado (envoltória Compactado em
laboratório PN
B/C 34,2 7,1
mínima) e natural (envoltória máxima) de amostras
indeformadas. Adaptado de Bohrer et al. (2017). Com adição de 0,5% de
fibra PN
B/C 36,6 36,3
Por outro lado, este comportamento é ¹ Bohrer et al. (2017); ² CP do topo do bloco; ³ CP na base
particular do solo residual natural (justifica as do bloco indeformado da compactação de campo.
rupturas que motivaram a construção da
contenção). Porém, quando o solo é
desestruturado para ser posteriormente
compactado, espera-se que o efeito da sucção
seja atenuado. Entretanto, para este trabalho não
foram realizadas medidas de sucção no solo
compactado.
Como todas as amostras compactadas foram
inundadas antes do cisalhamento, ultrapassando
graus de saturação crítico do solo natural
(superior a 70%), as resistências ao cisalhamento
de solos bem compactados mostram um ganho Figura 9. Resistências de pico.
efetivo de resistência no ambiente externo, pois
devem ser comparadas com a envoltória de Tabela 3. Propriedades índices dos solos estudados.
resistência do solo natural na sua condição
Propriedade/Parâmetro Sigla Valor Unid.
inundada (patamar inferior). Massa específica dos grãos ρs 2,66±0,04 g/cm³
A Tabela 3 resume as propriedades índices Massa específica natural¹ ρn 1,90±0,05 g/cm³
obtidas para este solo, complementando os dados Massa específica ρn 2,05±0,05 g/cm³
obtidos por Bohrer et al. (2017), no que tangem compactado no PN
Massa específica aparente ρd 1,65±0,06 g/cm³
aos solos compactados e a hipótese de seca¹
melhoramento com adição de fibra polimérica. Massa específica aparente ρd 1,81±0,05 g/cm³
seca no PN
Tabela 2. Parâmetros de resistências.
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Massa específica aparente ρd 1,73 g/cm³ ensaios de cisalhamento direto sobre o solo, foi
seca-c/fibra PN
Índice de Suporte ISC 3,2 %
possível identificar aumento de 414% na coesão
Califórnia no PN do material e 6% no ângulo de atrito
Índice de Suporte ISC 10,3 % Foi também visto que a fibra
Califórnia no PN-c/fibra
Índice de Suporte ISC 23,0 %
proporcionou redução nas características de
Califórnia no PN (não umidade ótima e massa especifica aparente seca
imerso) máxima do material, onde a mistura obteve
Expansão PN - 0,13 %
Expansão PN-c/fibra
redução de 2,7% e 4,4%, respectivamente.
- 0,08 %
Teor de umidade natural¹ w 15,3±1,8 % Fazendo a análise do ISC, a inserção de fibra fez
Teor de umidade de campo w 8,35±0,35 % com que o valor do ISC aumentasse 240% e a
Teor de umidade ótima no w 13,6±1,1 % expansão sofresse uma redução considerável de
PN 38,5%.
Grau de saturação¹ S 63,6±6,0 %
Grau de saturação no PN S 86,71 %
Na amostragem do aterro compactado,
Grau de saturação no PN- S 73,5 % notou-se que houve uma diferença considerável
c/fibra de resistência ao cisalhamento entre o topo e a
Índice de vazios¹ e 0,65±0,06 - base do bloco amostrado, indicando que existe
Índice de vazios no PN e 0,49±0,04 - (naquela camada) variação de energia de
Índice de vazios-c/fibra no e 0,52 -
PN compactação.
Coeficiente de ksat 3,1x10-6 cm/s Houve uma pequena diferença (de 5,1
permeabilidade¹ kPa) no intercepto coesivo entre os ensaios
Coeficiente de Cv 0,066 cm²/s
adensamento no PN² realizados com planos diferentes de extração da
Índice de Compressão no Cc 0,10 - amostra em relação a direção de compactação.
PN² Sendo que os plano perpendicular apresenta este
¹ Bohrer et al. (2017); ²Ensaio de Adensamento.
pequeno ganho de resistência por conta da
direção de esmagamento das partículas que nesta
ocasião precisam ser distorcidas ou quebradas
4 CONCLUSÕES para causar deslocamento no cisalhamento.
Por fim, este trabalho destaca que os
No presente estudo, apresenta-se resultados de solos a serem utilizados como material
ensaios do solo residual do arenito Botucatu na compactado, devem apresentar resistência ao
sua condição natural e em diferentes condições cisalhamento adequada. Por isso, é
compactadas, mostrando que pode ocorrer imprescindível a realização de ensaio de
grande variação dos parâmetros de resistência, resistência para os reaterros e aterros estruturais,
uma vez que o solo natural tem forte em destaque, aqueles que compõem obras de
sensibilidade no comportamento geomecânico contenção. Os parâmetros de resistência dos
em função da sucção mátrica.
solos compactados são variáveis
Foi definida que a resistência ao
importantíssimas nos cálculos de empuxo,
cisalhamento na condição inundada natural é um capacidade de suporte, ancoragem, etc., e,
patamar inferior para os solos compactáveis. portanto, definem as dimensões de uma estrutura
Neste contexto, todos os solos compactados em de contenção.
laboratório na energia PN tiveram ganho de Também é imprescindível o controle de
resistência em relação a condição natural quando qualidade das obras com aterros compactados,
ultrapassado o grau de saturação de 70%. no que tange a verificação de resistência ao
Na compactação quando adicionado cisalhamento da massa representativa executada
0,5% de teor fibra em massa seca de solo, ou em execução. O que leva os autores a
observou-se um acréscimo expressivo de identificarem a necessidade de estabelecer
resistência e melhoria do comportamento controle tecnológico através de ensaios de
mecânico da massa. Avaliando os parâmetros de resistência nas especificações públicas. Assim
resistência ao cisalhamento, obtidos através dos
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Stela Fucale
Escola Politécnica da Universidade de Pernambuco, Recife, Brasil, sfucale@yahoo.com.br
RESUMO: Com o desenvolvimento dos grandes centros urbanos, a busca por alternativas que
reutilizem os resíduos sólidos gerados, tais como os resíduos de pneus inservíveis, vem sendo
incentivada, uma vez que o seu descarte inadequado causa sérios impactos para a sociedade.
Diversas pesquisas tem sido realizadas como intuito de reutilizar os resíduos de pneus, por exemplo,
no melhoramento de solos que apresentam propriedades insatisfatórias. Diante disso, este artigo
visa analisar a influência da inserção de 20% de fibras de pneus nas propriedades geomecânicas de
um solo areno-argiloso. Para tal, foram realizados ensaios de caracterização e de cisalhamento
direto (não inundados e saturados). Os resultados mostram que a adição das fibras ao solo pouco
interfere na granulometria e na plasticidade, diminui a densidade real dos grãos, os índices de
compactação e aumenta a resistência ao cisalhamento. Assim, as fibras de pneus combinadas ao
solo se mostram interessantes para aplicações em obras geotécnicas.
dos Solos (LMS), da Escola Politécnica da ensaio de compactação, para que se pudesse
Universidade de Pernambuco (POLI/UPE). realizar a moldagem dos corpos de prova.
-τ
variando de 2,66 para 1,98, sendo isso
justificado pelas fibras serem
característicamente mais leves, apresentando
um valor de densidade de 1,12.
As fibras de pneus apresentam um IP nulo e
a plasticidade do solo, que é alta (IP > 15%),
não é modificada pela inserção das fibras.
Os índices de atividade (IA) do solo e do
compósito são menores do que 0,75,
apresentando um comportamento inativo,
(b)
-τ
conforme Skempton (1953).
De acordo com o SUCS, o solo e o
compósito foram classificados como areias
argilosas (SC) e as fibras de pneus equiparam-se
a um solo do grupo SM (areia mal graduada).
Pelo TRB, a adição das fibras não melhorou as
características do solo para aplicação como
subleito de pavimentos, permanecendo na classe
A-7-6, cujo comportamento é sofrível a mau.
Os resultados obtidos a partir dos ensaios de
compactação estão na Tabela 2. Há uma (c)
-τ
d máx (kN/m )3
17,60 - 14,77
wot (%) 17,49 - 16,14
n (%) 34 - 25
Obs.: d máx – peso específico aparente seco máximo; wot
– umidade ótima; n – porosidade.
Ruptura
Ao se comparar os resultados dos ensaios contribuições feitas pelo Técnico Fábio Ferreira
não inundados em relação aos ensaios na coleta e condução dos ensaios de laboratório.
saturados, observa-se que a coesão dos
materiais diminui, devido à redução da sucção
mátrica, enquanto que o ângulo de atrito REFERÊNCIAS
permanece em uma mesma faixa de valores,
Tabela 3. ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas.
Os coeficientes de determinação, Tabela 3, (2016a). Amostras de solo – preparação para ensaios
de compactação e ensaios de caracterização, NBR
indicam uma boa qualidade de ajuste das linhas 6457, Rio de Janeiro.
de tendência das amostras saturadas, pois os ______. (2016b). Solo – determinação do limite de
valores para as envoltórias Morh-Coulomb liquidez, NBR 6459, Rio de Janeiro.
situam-se próximos de 1 (um). ______. (1995). Rochas e Solos, NBR 6502, Rio de
Janeiro.
______. (2016c). Grãos de solos que passam na peneira
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS de 4,8 mm – determinação da massa específica, NBR
6508, Rio de Janeiro.
A inserção das fibras de pneus, praticamente, ______. (2016d). Solo – determinação do limite de
não altera a granulometria e a plasticidade do plasticidade, NBR 7180, Rio de Janeiro.
solo, permanecendo este com a sua classificação ______. (2016e). Solo – análise granulométrica, NBR
7181, Rio de Janeiro.
como areia argilosa de alta plasticidade. ______. (2016f). Solo – ensaio de compactação, NBR
A densidade real dos grãos do solo sofre uma 7182, Rio de Janeiro.
redução pela adição das fibras de pneus, ______. (2004). Resíduos sólidos – classificação, NBR
permitindo que o compósito solo-fibra seja 10004, Rio de Janeiro.
utilizado em aterros leves. ASTM – American Society for Testing and Materials.
(2004). Standard test method for direct shear test of
A porosidade, o peso específico aparente soils under consolidated drained conditions, D 3080,
seco máximo e a umidade ótima do solo West Conshohocken.
apresentam significativas reduções quando da Brasil. Ministério do Meio Ambiente. (2009). Resolução
inserção das fibras de pneus, em virtude do CONAMA 416, de 30 de setembro de 2009. Dispõe
sobre a prevenção à degradação ambiental causada
volume e da baixa densidade do material
por pneus e sua destinação ambientalmente adequada,
pneumático. e dá outras providências, Diário Oficial da União,
As fibras de pneus se mostraram eficientes Brasília.
no reforço do solo estudado, visto o acréscimo De Campos, T.M.P. e Carrillo, C.W. (1995). Direct shear
da sua resistência ao cisalhamento, constatado testing on an unsaturated soil from Rio de Janeiro,
Proceeding of the first International Conference on
por meio dos ensaios de laboratório.
Unsaturated Soils, UNSAT’95, Paris, France, vol. 1.
A condição saturada exerceu uma maior Edinçliler, A. e Ayhan, V. (2010). Influence of tire fiber
influência na coesão do solo e do compósito inclusions on shear strength of sand, Geosynthetics
solo-fibra do que no ângulo de atrito, pois este International, vol. 17, n. 4, p. 183-192.
parâmetro se manteve em uma mesma faixa de Edinçliler, A.; Baykal, G.; Dengili, K. (2004).
Determination of static and dynamic behavior of
valores dos obtidos nos ensaios não inundados e
recycled materials for highways, Resources,
aquele diminuiu. Conservation and Recycling, vol. 42, n. 3, p. 223-237.
Franco, K.L.B. (2012). Caracterização do
comportamento geotécnico de misturas de resíduos de
AGRADECIMENTOS pneus e solo laterítico, Dissertação de Mestrado,
Programa de Pós-Graduação em Engenharia Sanitária,
Universidade Federal do Rio Grande do Norte, 120 p.
Os autores agradecem ao Programa de Macedo, M.C. (2016). Investigação sobre o
Fortalecimento Acadêmico da Universidade de comportamento geomecânico de misturas de solo com
Pernambuco (PFA/UPE) pelo apoio concedido resíduos de pneus e resíduos de construção e
por meio da bolsa de estudos e as importantes demolição, Dissertação de Mestrado, Programa de
Pós-Graduação em Engenharia Civil, Escola
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0,8
importantes características comportamentais do
0,6 solo, fundamentando-se na teoria da
elastoplasticidade e uso (implícito) do conceito
0,4
Areia do Quiou
D50=0,70mm
da superfície de subcarregamento proposto por
0,2 Cu=4,50 Hashiguchi (1980) e modificado por Nakai e
Hinokio (2004). Os principais condicionantes
0,01 0,1 1 10 100 1000
Tensão Vertical Efetiva σ(MPa)
que este modelo pode considerar são os efeitos
da densidade inicial, estrutura e taxa de
Figura 1. Curvas de compressão unidimensional da areia
de Quiou (Mesri e Vardhanabhuti, 2009). deformação sobre a resposta mecânica do solo
(Nakai et al., 2008; Nakai et al., 2009a; Nakai
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et al., 2009b; Shahin et al., 2010; Kyokawa et sub-índice “N” indica que o ponto está sobre a
al., 2010; Kyokawa , 2010; Nakai et al, 2011a; reta normalmente adensada (NCL – Normally
Nakai et al, 2011b) Consolidated Line). A inclinação λ da reta de
Nakai et al. (2001b) mostram como compressão virgem (NCL) e a inclinação κ da
generalizar todos os aspectos concebidos sob reta de descarregamento-recarregamento
condições unidimensionais, para um estado denotam os índices de compressão e expansão,
tridimensional. Esta generalização é alcançada respectivamente. Para estas condições, a
mediante o uso do conceito do tensor formulação da variação do índice de vazios com
modificado tij (Nakai e Mihara, 1984) e das o acréscimo de tensões no espaço
hipóteses de decomposição aditiva do unidimensional, baseado na Figura 4, é dada
incremento de deformação plástica (Nakai e por:
Matsuoka, 1986), considerando a influência da
dσ
tensão principal intermediária e a trajetória de d ( −e ) = d (−e) p + d (−e)e = ( λ − κ ) + κ (1)
σ
tensão nas características de resistência e
deformabilidade do solo, respectivamente. onde d(-e) é a deformação total em termos de
A Figura 3 apresenta a concepção do índice de vazios e, a qual está dividida em uma
modelo, ilustrando sua divisão em duas partes. parte elástica e em outra plástica, denotadas
A primeira com relação às influências internas pelos sobrescritos “e” e “p”, respectivamente.
(densidade e cimentação) que modificam a σ0 σ
ln σ
e
forma da curva de compressibilidade e a I
e0 = eN 0
segunda com relação aos efeitos externos (taxa
1
de deformação, temperatura e não saturação) (−∆e) p λ
que deslocam a linha de adensamento normal (−∆e)
1
(NCL). Como a finalidade deste artigo se e
k
(−∆e)
restringe à validação do efeito da estrutura, e = eN
P
apenas este aspecto será descrito. As deduções
dos demais efeitos podem ser encontradas nas Figura 4. Mudança de índice de vazios para uma argila
respectivas referências. normalmente adensada (Nakai et al, 2009).
q σ0 σ Ln σ
Superfície
Subcarregamento
M
Superfície
e
Normal
eN0
ρ0
δ
I
e0
ps pN p
(a) eN
ρ
e ln ps ln p N e
ln p P
represente a cimentação do solo, como pode ser progressivamente até zerar. Quando a curva do
visto na Figura 7. material cimentado estiver acima da curva do
σ0 σ Ln σ material desestruturado (ρ<0), como ilustrado
e na Figura 2, a varável ρ e a função G(ρ)
eN0 assumem valores negativos. Com o avanço do
ρ0 processo de desestruturação por quebra das
I cimentações, eventualmente a soma G(ρ)+Q(ω)
e0 ρ
eN
ω0 no denominador da Equação (7) se anula, o
e processo de evolução das variáveis internas
ω
P
cessa, e o material volta à condição
Figura 7. Mudança da relação de vazios para um solo normalmente consolidada, representativa de um
estruturado. material totalmente desestruturado.
O modelo apresenta apenas dois parâmetros
Nakai (livro) sugere a seguinte lei de adicionais (a e b) os quais controlam as taxas de
evolução para a variável interna de cimentação: evolução da densidade (ρ) e da cimentação (ω)
−Q (ω ) .d (−e) p
dϖ = (7) iniciais. Farias et al. (2016) mostram como
estes parâmetros podem ser calibrados a partir
onde Q(ω) é uma função de ω que descreve a de ensaios experimentais. Nesta secção mostra-
degradação desta variável com as deformações se uma breve análise paramétrica das novas
plásticas, similarmente ao suposto para ρ, na variáveis do modelo como é apresentado na
Equação (5). A cimentação afeta a evolução da Figura 8. As validações do modelo proposto
densidade e neste caso a lei de evolução da feitas até agora são quase sempre teóricas, mas
variável de densidade (ρ) é alterada para: elas coincidem com resultados de
− {G ( ρ ) + Q (ω )}.d (−e) p
dρ =
comportamentos dos solos encontrados na
(8)
literatura (Hashiguchi, 1980; Nakai e Hinokio,
Seguindo os mesmos passos, a formulação 2004; ). Na Figura. 9-a é mostrado o efeito da
matemática dos efeitos combinados é obtida, densidade inicial (ρο) do solo e na Figura 9-b o
chegando à seguinte equação: efeito da cimentação inicial (ωo). A transição
suave entre o comportamento elástico e
λ−κ dσ
=d ( −e ) + κ (9) elastoplástico é bem simulada pelo modelo.
1 G ( ) Q ( )
+ ρ + ω σ Percebe-se também o processo de
Para a lei de degradação da variável de desestruturação progressiva, partindo-se uma
cimentação (ω), Nakai (2012) também sugere curva estruturada e pré-adensada abaixo da
uma relação linear, Q(ω)= b.ω, onde um novo NCL, cruzando-se a NCL num trecho
parâmetro (b) é introduzido no modelo. As intermediário, e retornando suavemente a esta
funções G(ρ) e Q(ω) são apresentadas na Figura curva à medida que o processo de quebra de
cimentações se completa.
6. A variável ρ começa com um valor inicial
(ρo>0) positivo, o qual decresce G(ρ) Q(ω)
0.80
(a) ρo= 0.05
vem pré-dosado, devendo-se inicialmente
efetuar a homogeneização dos componentes A e
Índice de Vazios (e)
0.75
0.70
ρo= 0.10
B, em separado. Posteriormente, é feita a
ρo= 0.15 mistura de ambos em sua totalidade, sendo
0.65 a = 100
b = 40
agitada manualmente durante 5 min, até obter
0.60
ωo = 0.15 uma cor uniforme. As principais características
0.55
1.0 5.0 10.0 Ln(σ(Pa))
das microesferas e do cimento epóxi são
apresentadas na Tabela 1.
0.80
(b)
Índice de Vazios (e)
AH 200X AH 400X
índice de vazios inicial da amostra. Os
comportamentos observados no estudo
experimental coincidem com os registrados na
literatura (Leroueil e Vaughan, 1990; Burland,
(a) (b) 1990; Cuccovillo e Coop, 1999).
25mm 10mm
As linhas de adensamento normal (NCL) de
Plástico
cada um dos níveis de cimentação não
Vaselina
coincidem entre si, como é observado na Figura
13. Uma possível explicação é o fato de as
50mm partículas mudarem de forma quando ocorre a
quebra da cimentação, resultados em
Cilindro
comportamentos diferentes em relação às
(c) (d) partículas esféricas originais. Além disso, para
Figura 10. Detalhes do material e do molde cilíndrico: (a)
porcentagens altas de cimentante, gera-se outro
e (b) microesferas com ampliações de 200 e 400 vezes;
(c) Molde típico; (d) Sistema para a diminuição do atrito. material com predomínio da matriz cimentante
sobre as esferas de vidro.
Para a determinação da curva de Para a simulações (curvas contínuas) foram
compressibilidade foi utilizado o ensaio de usados os índices de compressão de cada uma
deformação controlada a taxa constante das curvas, porém os parâmetros de evolução da
(Constant Rate of Strain, CRS) sob condições variável ρ foram únicos para todos os materiais.
de deformação unidimensional. A escolha foi Estes parâmetros foram obtidos da curva com
deve-se às vantagens de rapidez e precisão menor teor de cimentante (6%) após da última
apresentadas pelo método [16]. A velocidade da recarga, tendo como hipótese a quebra total das
imposição do deslocamento nas amostras cimentações. Na Tabela 2 mostram-se as
ensaiadas foi de 1 mm/min, até se atingir uma condições iniciais e os parâmetros obtidos para
carga máxima de 40 kN, em função da a simulação dos ensaios executados nas
capacidade da célula de carga disponível. amostras de microesferas cimentadas com
(a)
epóxi.
(b)
(e) De uma forma geral, o modelo consegue
simular o comportamento de solos cimentados
satisfatoriamente, apesar de algumas
(c) (d) deficiências. Na Figura 13 são apresentadas
todas as curvas de compressão, as
experimentais e as simuladas, observando a
potencialidade do modelo. Este é formulado de
Figura 11. Processo de confecção dos corpos de prova. uma maneira simples para parâmetros constates
sob diversas condições, não obstante nas
3 RESULTADOS evidencias experimentais encontram-se
variações nos diferentes parâmetros. Estas
Os resultados experimentais dos ensaios de variações podem ser incluídas de uma forma
compressão unidimensional são mostrados na simples.
Figura 12. Observa-se que o comportamento é
do tipo estruturado, no qual o material adquire Tabela 2. Condições iniciais e parâmetros do modelo.
% Densidade Estrutura Índices
uma rigidez inicial maior podendo ultrapassar a σ0
(kPa)
e0
epóxi a b ω0 b λ k
linha NCL e voltando posteriormente para as 100 0,99 6 7,0 1,10 1,1 7,0 0,1260 0,0011
condições de um material desestruturado. Pode 100 1,0 12 7,0 1,10 2,1 7,0 0,1395 0,0046
100 0,86 18 7,0 1,10 1,9 8,5 0,1301 0,0014
ser observado que este fenômeno é controlado 100 0,76 24 7,0 1,10 1,0 10 0,1522 0,0014
tanto pelo nível de cimentação como pelo
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18%
0,85 24%
0,75
0,75 0,65
(b)
0,65 0,55
0,55 0,45 (b)
12% Epóxi
0,45 0,35
Experimental
0,35 Simulado 0,25
Tensão (kPa)
0,25
Tensão (kPa) Figura 13. One-dimensional compression curves: (a)
experimental; (b) simulated.
100 1000 10000 100000
1,05
ω0 = 1,9
Neste trabalho descreveu-se o marco teórico
0,95
b = 8,5 para um modelo unidimensional proposto pelo
Índice de Vazios (e)
RESUMO: A técnica de terra armada apresenta vantagens que viabilizam seu emprego, além da
grande disponibilidade de solos de graduação fina e a necessidade de conservação das jazidas. O
objetivo deste trabalho foi analisar o comportamento de solos não convencionais com adição de
fitas poliméricas e fitas metálicas em um talude. Na metodologia foram utilizadas simulações
numéricas de um muro com 10 metros de altura, 7 metros de comprimento e com espaçamento
0,6m de inclusões. Para tanto, utilizou-se o programa Geostudio nas plataformas Slope/W e
Sigma/W, sendo que, na plataforma Slope, foram calculados os fatores de seguranças nas
superfícies de ruptura, a saber: interna, mista e global. Já na plataforma Sigma/W, foram simuladas
as tensões e deformações no maciço. Os resultados demonstraram que os valores dos solos não
convencionais apresentaram resultados satisfatórios considerando os seguintes fatores: segurança,
deslocamento de face, tensões nas inclusões e fundação.
apresenta-se instável. A função das inclusões Armada em países tropicais, como é o caso do
são unir a Zona 1 a Zona 2 na tentativa de Brasil, em muitas situações, existe a
promover maior resistência à tração do solo e necessidade de se deslocar até as mineradoras
garantir a estabilidade da estrutura. para a extração dos solos granulares, o que
torna a estrutura muito cara.
Patias (2005) reforça afirmando que solos
não convencionais de granulometria fina
apresentam-se em abundância no Brasil, além
disso, possuem parâmetros de coesão e ângulo
de atrito que justificam a sua utilização,
conferindo obras geotécnicas estáveis tornando-
as, principalmente, menos deformáveis.
Bueno et al. (2006), ainda reforçam a idéia
de que solos finos tropicais lateríticos mal
graduados e geralmente de granulometria fina
comportam-se como solos granulares,
motivando assim a sua utilização.
Figura 1: Zona 1 e Zona 2 da maciço de solo reforçado Os autores Maparagem (2011), Bueno et al.
em geossintéticos (BECKER, 2006). (2006) e Patias (2005) procuraram desmistificar
a utilização dos solos não convencionais,
De acordo com Patias (2005), alguns estudos defendendo seu emprego em muros de solos
de aterros reforçados construídos com solos não reforçados.
têm se mostrado eficazes, sendo que, as
pressões neutras geradas durante o período
construtivo são de pequena magnitude ou 2. METODOLOGIA
podem ser dissipadas logo ao final da
construção se as inclusões utilizadas forem Para a realização das simulações foram
permeáveis ao longo do plano, ou seja, se as utilizados o software Gestudio nas plataformas
inclusões apresentarem capacidade de fluxo no SLOPE/W e SIGMA/W, tomado como base
plano (transmissividade). Logo, a escolha da uma das primeiras obras a utilizar inclusões de
inclusão deve levar em conta esse parâmetro. geossintéticos para contenção de solos.
Os países do Hemisfério Norte recomendam Em seu trabalho, Patias (2005) descreveu
a utilização de solos granulares em muros de que esta obra encontra-se na rodovia SP – 213,
solo reforçado segundo Aashto (2002) e BS próximo à cidade de Campos do Jordão, como
8006 (1995) devido à alta capacidade de ilustrado na figura 2 a seguir:
drenagem, bem como a alta resistência ao
cisalhamento.
No estudo desenvolvido por Jones (1990),
defende que na construção de Muro em Solo
Reforçado deve-se utilizar o material granular e
bem graduado.
Entretanto, a grande dificuldade é que a
disponibilidade dos solos granulares não é tão
grande se compararmos com os solos argilosos.
Segundo Bueno et al. (2006), solos granulares
não estão disponíveis facilmente na vizinhança,
em países de clima tropical.
Mendonça et al. (2000) justifica que na
Figura 2: Estrutura de solo reforçado construída em 1984
prática de construção de Muros em Terra na SP-123 (PATIAS, 2005).
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3. RESULTADOS E DISCUSSÕES
(4)
famílias de fraturas e fraturas aleatórias. O mapa preenchidas é dado o valor 2 (4ac) ao índice Ja,
de pontos levantados é exibido na Figura 3. enquanto nas fraturas não preenchidas, esse
índice é igual a 1 (4ab).
A partir dos dados coletados em campo,
calculou-se o RMR através da soma dos
parâmetros e o Q’ através da Equação 4. Os
valores de RQD, Q’ e RMR para cada ponto
mapeado são exibidos na Tabela 2.
Tabela 4. Fatores de correlação obtidos através do RQD. ocasionam um acréscimo no número de quebras
RQD RQD no maciço, conferindo um valor menor ao RQD.
Testemunho Testemunho Mapeamento FC (RQD)
Através desta pesquisa também foi
IGA43 93 80.8 15%
IGA46 90 81.4 11%
possível constatar que o sistema de classificação
IGA57 92 80 15% RMR é limitado para o cálculo do fator de
correlação, sendo os valores obtidos através do
Sistema Q’ mais confiáveis. O número RMR é
obtido através de um somatório, enquanto o Q’
é definido por uma soma de razões, assim uma
pequena alteração em algum dos parâmetros
observados modifica pouco o RMR.
Sugere-se que as atividades de
mapeamento geomecânico, descrição geotécnica
de testemunhos e comparação entre os
resultados de classificação do maciço sejam
realizadas também em outras galerias da mina e
para outras litologias, de forma a obter uma
Figura 6. Comparação entre os valores de RQD obtidos maior quantidade de resultados, tornando
nos testemunhos e no mapeamento. possível obter um fator de correlação com
confiabilidade estatística superior à alcançada
neste trabalho.
4 CONCLUSÕES
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RESUMO: Para a classificação dos solos, na maioria dos casos, utilizam-se métodos convencionais
(Sistema Unificado e Sistema Rodoviário). No entanto, considerando que solos tropicais possuem
características peculiares, tais como presença de agregações devido ao intenso intemperismo, a
classificação deste tipo de solo ocorre por meio da metodologia MCT, e das classificações
expeditas: de Pastilhas e da Mancha por Azul de Metileno. Este trabalho tem como objetivo
verificar a correlação entre essas diversas classificações para solos da região metropolitana de
Goiânia. Para isso, compilaram-se os dados referentes a essas classificações, por meio de resultados
obtidos em pesquisas realizadas em solos da referida região. Ao todo, foram coletados 42 dados de
amostras classificadas pela metodologia MCT, e pelos métodos tradicionais, SUCS e TRB, sendo
que destas amostras, 23 possuíam classificações expeditas. Constatou-se que em 82,61% dos casos
houve concordância dos métodos expeditos com a classificação MCT, evidenciando-se, portanto, a
boa viabilidade desses métodos para classificação preliminar de solos da região metropolitana de
Goiânia.
peneira, e não 50% como na classificação Para realização deste trabalho, foram coletados
unificada (PINTO, 2006). dados de pesquisas e estudos realizados no solo
Considerando a grande quantidade de solos da região de Goiânia, Goiás. Estes dados foram
lateríticos no Brasil, ou seja, materiais correlacionados, visando discutir seus pontos
originários de um processo de intenso principais e apontando a correspondência das
intemperismo e lixiviação, com propriedades classificações apresentadas em cada trabalho.
que são bastante influenciadas por sua Além de trabalhos e pesquisas, utilizou-se o
mineralogia, criou-se o sistema de classificação manual do DNIT (2006) para estabelecer inter-
conhecido como MCT (Miniatura Compactado relações entre diferentes métodos.
Tropical), com fins rodoviários, uma vez que os
sistemas convencionais não consideram as 2.1 PESQUISAS COM DADOS
agregações presentes neste tipo de solo, o que COMPILADOS
ocasiona uma grande variação nos limites de
consistência e textura (NOGAMI E VILLIBOR, Com a finalidade de observar a concordância ou
1996). não, entre as classificações covencionais e de
Dada a metodologia MCT, Nogami e solos tropicais, para solos, predominatemente,
Villibor (1994 e 1996) propuseram um da região metropolitana de Goiânia, buscou-se
procedimento expedito para atender às artigos e dissertações com resultados de
necessidades de identificação expeditas dos classficações de solos da região.
solos tropicais segundo os grupos da As classificações de solos em que foram
metodologia MCT. Conforme o manual de compilados os dados são as classificações
Diretriz para Identificação Expedita do Solo convencionais pela SUCS e TRB, a
Laterítico – “Método da Pastilha” (DERSA, classificação MCT e classificações por métodos
2006), o método é baseado na verificação da expeditos.
contração diametral em pastilhas que são Dentre as pesquisas que tiveram seus
moldadas em anéis de inox, secas, e submetidas resultados compilados neste trabalho, destacam-
à reabsorção de água. se Rufo (2009) e Metogo (2011) que estudaram
Visando ainda analisar a composição misturas de solos com fosfogesso, para isso os
mineralógica de solos tropicais, Fábria e Sória solos utilizados foram caracterizados, por meio
(1991) propuseram o ensaio de adsorção de azul da realização de ensaios para classificação pelos
de metileno, o qual permite avaliar a superfície sistemas SUCS, TRB e pela metodologia MCT.
específica total (SE) e a capacidade de troca Cardoso (2010) realizou ensaios
catiônica dos argilominerais presentes nos classificatórios dos sistemas convencionais e da
solos. Desta forma, quanto maior a superfície de metodologia MCT para solos tropicais. Ele
um argilomineral (interna e externa), maior a ensaiou 17 amostras com objetivos de cadastro
quantidade de azul de metileno adsorvida geotécnico na região metropolitana de Goiânia,
(FABBRI; SÓRIA, 1994). sendo ao final observado a predominância de
Considerando que no estado de Goiás, há solos argilosos lateríticos na região.
predominância de solos tropicais, este trabalho Azevedo (2013) estudou os parâmetros
objetiva verificar a correlação entre os obtidos por ensaios para solos tropicais. Ele
diferentes tipos de classificação de solos do compilou os resultados das classificações MCT,
estado de Goiás, com predominância na região SUCS e TRB de Silva (2010), Cardoso (2010) e
metropolitana de Goiânia. Metogo (2011), e ensaiou os correspondentes
solos por método das pastilhas e da mancha por
Azul de Metileno. Ao todo foram 14 amostras
2 METODOLOGIA analisadas que apresentaram boa correlação
entre as classificações para solos tropicais.
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Silva (2015) avaliou a aplicabilidade dos Tabela 1. Resultados compilados dos trabalhos.
métodos expeditos de Pastilhas e de Azul de Nº
Trabalho SUCS TRB MCT Expeditos
Amostras
Metileno pelo método da mancha na
RUFO
caracterização de solos tropicais para 1 1 1 1 0
(2009)
pavimentação na região metropolitana de
Goiânia. Para isso, foram ensaiadas e/ou CARDOSO
17 17 17 17 3
compilados dados de 9 amostras de solos da (2010)
região, em ensaios de pastilhas, mancha e MCT, METOGO
1 1 1 1 1
em que foi observada boa correlação nos (2011)
resultados dos métodos expeditos com a AZEVEDO
10 10 10 10 10
classificação MCT. (2013)
A Tabela 1 mostra o número de amostras SILVA
classificadas e de resultados de classificações 9 2 2 9 9
(2015)
compilados pelos diferentes trabalhos. A Figura
1 apresenta a localização das amostras cujos
resultados das classificações dos solos foram 3 RESULTADOS
compilados dos trabalhos de Rufo (2009),
Metogo (2011), Cardoso (2010), Silva (2015) e Correlacionou-se os resultados por diversos
Azevedo (2013), sendo que este último estudou métodos de classificação de solos, tais quais, as
solos de Cardoso (2010) e Silva (2010). classificações convencionais pela SUCS e TRB
Destaca-se que as amostras de Rufo (2009) e e a classificação MCT. Ainda, comparou-se os
uma de Silva (2015) não se encontram na região resultados de ensaios expeditos com a
metropolitana de Goiânia (Figura 1b), sendo classificação MCT.
apresentadas apenas na Figura 1a.
3.1 SUCS x TRB
em seguida, identificados os coeficientes w-, Para casos em que o número de amostras era
correspondente a soma de todos os valores maior que 25, repetia-se todo o processo citado
negativos de Rank, e w+, que contempla todos anteriormente. Após a obtenção de wmínimo,
os valores positivos de Rank em uma soma. estipulava-se o maior α para as amostras
Descartando o sinal de ambos os coeficientes, unilaterais, encontrava-se a média e a variância
foi identificado qual obtinha o menor valor, em relação ao número de amostras. Após isso,
então este era denominado wmínimo. foi calculado e obtido o valor de zcalculado. O
Com o número de amostras menor ou igual a valor de zcalculado, para o teste realizado, tornou-
25, foi identificado qual o valor de α de acordo se a “linha de corte”, ou seja, os valores abaixo
com a Tabela 1, desenvolvida por Montgomery deste eram eliminados da tabela, até que wmínimo
e Runger (2002, p. 671), utilizando os dados se tornasse maior que α. Situações em que, sem
para testes unilaterais (0.05). eliminação alguma, a condição de igualdade era
aceita, os dados eram mantidos como os
originais.
Tabela 1. Valores críticos para o Teste de Wilcoxon. Todo o processo citado foi aplicado para
α 0.10(1) 0.05(1) 0.02(1) 0.01(1) cada compacidade de areia e coesão de argila,
(2) (2) (2)
n 0.05 0.025 0.01 0.005(2)
resultando em novos valores para correlações
4
5 0 entre qc e NSPT.
6 2 0 Foram estabelecidos novos gráficos de
7 3 2 0 correlação entre qc e NSPT para cada categoria de
8 5 3 1 0 areia e argila. Nestes novos gráficos, pode-se
9 8 5 3 1
definir as melhores linhas de tendência, com as
10 10 8 5 3
11 13 10 7 5 respectivas equações e R-quadrados. A partir
12 17 13 9 7 destas equações, definiram-se os valores dos
13 21 17 12 9 coeficientes de correlação entre as duas
14 25 21 15 12 sondagens.
15 30 25 19 15
16 35 29 23 19
17 41 34 27 23
18 47 40 32 27 3 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS
19 53 46 37 32 RESULTADOS
20 60 52 43 37
21 67 58 49 42
22 75 65 55 48
3.1 Solos Arenosos ou Granulares
23 83 73 62 54
24 91 81 69 61 Como um estudo preliminar, e obtenção de
25 100 89 76 68 ponto de referência, criou-se um gráfico com
(1)
Testes bilaterais. 325 pontos (Figura 1) a partir dos dados obtidos
(2)
Testes unilaterais.
das sondagens, correlacionando o qc e NSPT.
Aplicada uma linha de tendência, do tipo linear,
pode-se observar que sua determinante de ajuste
Após isso, se caso o valor de wmínimo fosse de curva (R-quadrado) era relativamente baixa,
maior que α, iniciava-se o processo de como mostra a Equação 1.
eliminação das linhas da tabela, uma por uma,
até que α fosse maior que wmínimo. Para
situações em que α se mostrasse maior que
wmínimo sem a necessidade de nenhuma
eliminação de dados, os dados mantiveram-se
como os originais, e a hipótese de igualdade era
aceita.
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Muito ≤2 < 1,56 1,44 0,78 a 1,05 resultados de qc calculados a partir da aplicação
mole 1,33 dos valores de k – mediano, k – mínimo e k – máximo.
Mole 3a 1,79 a 2,02 0,45 a 0,50
5 2,25 0,60
Média 6a 2,48 a 2,94 0,34 a 0,37
(o) 10 3,40 0,41
Rija (o) 11 a 3,63 a 4,55 0,29 a 0,30
19 5,48 0,33
Dura > > 5,71 10,32 0,25 a 0,26
(o) 19 0,29
qc = k . NSPT (5)
Figura 5. Relação da sondagem original com os novos
A Figura 5 mostra o perfil estratigráfico do coeficientes k para qc.
solo, contendo a sondagem original e os
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Fabian Corgnier
Teknier Engenharia e Tecnologia, São Paulo, Brasil, fabian@teknier.com.br
RESUMO: Este trabalho tem como objetivo apresentar uma correlação entre prova de carga estática
(PCE) e ensaio de carregamento dinâmico (ECD) em uma estaca tubada metálica de ponta aberta de
1,0m de diâmetro para carga de trabalho de 370 tf. O ensaio de carregamento dinâmico com energia
crescente foi realizado no final da cravação e após 15 dias do final da cravação. As análises
CAPWAP foram realizadas segundo o procedimento proposto por Murakami (2015), que inclui
uma nova forma de avaliar a análise CAPWAP: conceito de “Match Quality de Recalques” (MQR).
Mostra-se neste caso de obra que o procedimento proposto permitiu determinar o valor do quake do
fuste da estaca (qs), melhorando a relação carga-recalque simulada pelo CAPWAP, obtendo melhor
“Match Quality” da curva “Wave Up” (MQWU), assim como melhor MQR. O trabalho apresenta
também uma aplicação da nova solução gráfica do “Match Quality de Recalques” (Murakami,
2018), onde se correlaciona para cada incremento de carga da PCE o recalque da PCE e seu
correspondente recalque da curva simulada do CAPWAP.
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Recalque (mm)
CAPWAP REC15
Y=αxX
30
(1)
40
50
Quanto mais próximos da unidade forem os
valores de α e do coeficiente de determinação
60
A figura 3 indica a curva RMX vs DMX na Na figura 4 nota-se que a curva simulada do
recravação aos 15 dias, enquanto que a figura 4 CAPWAP referente ao golpe de maior energia
indicam as curvas simuladas carga-recalque do (H=120 cm) não atingiu o Método de Davisson
CAPWAP para cada golpe análisado com original. Desta forma os testes foram
energia crescente. A curva da PCE foi comparados segundo o Método de Davisson
extrapolada segundo Van der Veen (1953). Modificado (Murakami, 2015), obtendo 729tf
para a PCE e 788tf para o CAPWAP. A
Carga (tf)
variação de capacidade obtida do CAPWAP em
0
0 200 400 600 800 1000 relação à prova de carga estática foi de apenas
10
PCE 1º Ciclo +8,1%.
PCE 2º Ciclo
A figura 8 ilustra a evolução da força axial
20 CAPWAP REC15
em profundidade para cada golpe analisado
Recalque (mm)
RMX-DMX
30
através do CAPWAP. Nota-se que os 18m
40
iniciais referem-se à lâmina d´água. Portanto,
50
conforme esperado, nesta região o gráfico
60
apresenta-se como uma reta vertical, indicando
70
ausência de atrito lateral. A partir de
Figura 3. Comparação dos resultados da PCE cíclica, aproximadamente 25m, observa-se que a
ECD recravação aos 15 dias.
inclinação do gráfico de força axial em
profundidade vai aumentanto em função da
Carga (tf) altura de queda aplicada, indicando progressiva
0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000
0
PCE 1º Ciclo
mobilização do atrito lateral.
PCE 2º Ciclo
10 Van der Veen
CAPWAP H=20cm
CAPWAP H=40cm
20 Força axial na estaca (tf)
CAPWAP H=60cm
0 200 400 600 800 1000
Recalque (mm)
CAPWAP H=80cm
30 CAPWAP H=100cm 0
CAPWAP H=120cm H=120cm
40 Davisson Modificado 5
Davisson
H=100 cm
10 H=80 cm
Profundidade (m)
50
15 H=60cm
60 20 H=40cm
H=20cm
25
70
30
Figura 4. Curvas simuladas carga-recalque do 35
CAPWAP para cada golpe. 40
45
Através das figuras 2, 3 e 4 percebe-se que o Figura 8. Força axial em profundidade para cada
trecho inicial da curva simulada do CAPWAP golpe analisado.
apresentou boa proximidade com a curva da
prova de carga estática, permitindo a A figura 9 ilustra o comportamento da ponta
determinação do quake do fuste segundo da estaca. Percebe-se que os resultados obtidos
Murakami (2015), O valor do quake do fuste nas análises CAPWAP para cada golpe estão
(qs) que conduziu ao melhor ajuste da curva próximos do modelo elasto-plástico ideal,
simulada do CAPWAP com a PCE foi de 1,91 apresentando boa definição do parâmetro R de
mm. Cambefort.
Este valor de qs foi utilizado nas análises de
todos os golpes. A partir de uma determindada
profundidade o valor de qs dimunui
proporcionalmente com a carga, indicando que
o atrito lateral não se esgotou nesta região.
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80000
120cm 30,00
100cm CAPWAP H=40cm
70000
25,00 Série2
60000
80cm
50000 60cm 20,00 Linear (CAPWAP H=40cm)
40cm y = 1,0158x
40000 R² = 0,9953
15,00
30000
R CAPWAP
20000 20cm 10,00
Modelo Ideal
10000 quake da ponta
5,00
0
0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 1,4 0,00
Deslocamento (mm) 0,00 5,00 10,00 15,00 20,00 25,00 30,00
Recalque da PCE (mm)
25,00 Série2
Série2 5,00
10,00
Linear (CAPWAP H=20cm) 0,00
8,00 y = 0,971x 0,00 5,00 10,00 15,00 20,00 25,00 30,00
R² = 0,9902
6,00 Recalque da PCE (mm)
30,00
de prova de carga estática do CAPWAP com o
CAPWAP H=100cm
resultado da prova de carga estática. Quanto
Recalque do CAPWAP (mm)
25,00 Série2
menor for o valor de MQR dado pela expressão
20,00 Linear (CAPWAP H=100cm)
y = 0,9939x
R² = 0,9938
matemática melhor é a solução do CAPWAP no
15,00
sentido físico (relação carga-recalque).
10,00
A curva simulada do CAPWAP referente ao
5,00 golpe de maior energia (H=120 cm) não atingiu
0,00 o Método de Davisson original. Desta forma os
0,00 5,00 10,00 15,00 20,00 25,00 30,00
Recalque da PCE (mm)
testes foram comparados segundo o Método de
Davisson Modificado, obtendo 729tf para a
Figura 13. Solução gráfica do MQR para o golpe de
altura de queda de 100cm.
PCE e 788tf para o CAPWAP. A variação de
capacidade obtida do CAPWAP em relação à
prova de carga estática foi de apenas +8,1%.
30,00
CAPWAP H=120cm Foi apresentado neste caso de obra a
Recalque do CAPWAP (mm)
REFERÊNCIAS
ABSTRACT: This paper presents a statistical approach to evaluate the variation between current
correlation models of Dynamic Penetrometer Light (DPL) against Piezocone Penetration Test (CPT)
results. Work methodology included the execution of three DPL tests and three CPT at the left bank
of Ave River (Vila do Conde, Portugal) and the calculation of the cone resistance through DPL
correlations. Besides, addressed a comparison of the values obtained from such correlations and the
measured values by the CPTu device by the measures profiles technique. Statistical analyses allowed
identifying the level of parallelism, horizontality and coincidence between results in depth. From the
results, it was found that the existing correlations between DPL and CPT are not accurate for
intermediate soils and it is necessary to develop a new correlation for this type of materials.
KEY WORDS: cone resistance, in situ tests, repeated measures profiles, statistical analysis.
The results of this test are represented by the Viana da Fonseca (1996) affirmed that in
number of blows to achieve 10 cm penetration homogeneous soils the value of K e = 1 and Dos
(N10). The main limitation of DPL is that in Santos & Bicalho (2017) indicated such values
higher depths, the initial energy is dissipated varies from 1.3 to 2.5 in sands.
along the tubing and the device does not
advance. For that reason, the maximum depth of 2.3 Repeated measures profiles
the test is 8 m and rarely reaches firm layer or
bedrock. Furthermore, the test could be rejected The repeated measures profiles (RMP) is a
if N10>100. statistical technique, which analyses the mean
Usually, DPL results are correlated to found variation of the values measured at the same
its equivalent values with other tests (as the CPT) level (Molina-Gómez, 2017). Furthermore, this
and allow obtaining a better identification of the technique allows estimating the variation of a
ground. Moreover, DPL results complement response variable subjected to different
CPT results and provide additional information treatments. Tabachnick & Fidell (2013) mention
about the mechanical behaviour of the soil at that the data set may come from a dependent
different depths (Martins & Miranda, 2003). The variable measured several times under the same
International Organization for Standardization, level; for example, data collected at the same
in its standard procedure ISO 22476-2 (2005), depth.
presents a model to transform the DPL results RMP technique focuses mainly on the
into dynamic cone resistance (qd). Such model is comparison of variances. Thereby, it evaluates if
presented in equation 1. The results depend only the mean vectors of the measured values are
on the energy of the hammer falling (specific equal (Friendly, 2010). To establish the above
energy) in each blow per unit area of the nozzle approach is necessary to evaluate three null
section. Equation 1 presents the Dutch formula, hypotheses (Davis, 2002). Those hypotheses are
where 𝑞𝑑 represents the resistance values in Pa; parallelism, flatness and coincidence. Harrar &
𝑚 is the mass of the hammer in kg; 𝑔 is the Kong (2016) affirm that such hypotheses seek to
acceleration of gravity in N / kg; ℎ is the fall respond the following questions: (i) whether
height of the mass (m); 𝐴 is the base area of the there is the interaction effect between the
cone in m2; 𝑒 corresponds to the mean measurements and within-subject factors (ii)
penetration; and 𝑚′ is the total mass of rod, whether there is a between-subject factor effect,
hammer and guide rods in kg. and (iii) whether there is a within-subject factor
𝑚2 𝑔ℎ𝑁10 effect. Figure 3 presents a graphical
𝑞𝑑 = ∙ (1) representation of the null hypothesis.
𝑚+𝑚′ 𝐴𝑒
0,180
0,250
0,841
2,000
4,760
50 50
40 60
30 70
20 80
10 90
0 100
0,001 0,01 0,1 1 10
Grain size (mm)
SILT SAND
CLAY GRAVEL
(c) FINE MEDIUM COARSE FINE MEDIUM COARSE
Figure 5. Soil classification based on SBTn: (a) point 1; Figure 6. Grain size distribution of the intermediate soil.
(b) point 2; (c) point 3.
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(b)
(c)
Figure 9. Linear regression results in intermediate soil
layers: (a) point 1; (b) point 2; (c) point 3.
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RESUMO: O Piezone (CPTu) e o Dilatômetro Plano Sísmico (SDMT) são duas técnicas modernas
de investigação do subsolo muito empregadas em projetos geotécnicos. O presente trabalho apresenta
e discute os resultados do uso simultâneo dessas técnicas de investigação para definição do perfil do
subsolo e para estimativa de parâmetros geotécnicos em um perfil de solo arenoso localizado na
região central da cidade de Bauru-SP. Os resultados obtidos também mostram que as correlações
entre ensaios CPTu e SDMT foram satisfatórias, mas que dependem do histórico de tensões e do tipo
de comportamento do solo (contrátil ou dilatante). Constatou-se também que apenas a partir da
determinação de Go por meio de ensaios sísmicos foi possível identificar o comportamento não
convencional do solo estudado. Por fim, conclui-se o trabalho mostrando que a combinação do CPTu
e do SDMT contribuiu para uma melhor caracterização do perfil da área investigada.
Tabela 1 (Robertson, 2009). Cada região é Nesse ensaio são feitas leituras de pressão,
agrupada em cores diferentes para facilitar a após a cravação da lâmina a intervalos de 200
identificação do tipo de comportamento do solo mm de profundidade. A leitura A corresponde a
ao longo do perfil. pressão necessária para que ocorra o
Tabela 1. Tipo de comportamento do solo em função do deslocamento da membrana do disco sensível e
índice Ic a perda de contato da mesma com o equipamento
Zona Tipo de comportamento do Ic (pressão de descolamento). A leitura B é a
solo
pressão imposta para que a membrana desloque
1 Solo fino sensível N/A 1,10 mm.
2 Solos orgânicos >3,6
3 Argilas a argilas siltosas 2,95 – 3,6
Segundo Totani et al. (2001), a interpretação
4 Misturas siltosas 2,6 – 2,95 dos dados desse ensaio é feita calculando-se os
5 Misturas arenosas 2,05 – 2,6 parâmetros usuais do solo, que são: índice de
6 Areias a areias siltosas 1,31 – 2,05 material (ID), índice de tensão horizontal (KD) e
7 Areias com cascalho a areais <1,31 o módulo dilatométrico (ED). O ID é empregado
8 Areais muito compactas N/A
9 Solos finos muito duros N/A
com a finalidade de classificar o tipo de solo
Fonte: Robertson (1990), atualizado por Robertson. (ID = [p1-p0]/[p0-u0]), onde u0 é a pressão neutra
(2009). hidrostática. O KD é utilizado para o cálculo dos
demais parâmetros geotécnicos, através de
correlações (KD = (p1-p0)/(σv0’), onde σ’v0 é a
3 SDMT tensão vertical efetiva. Finalmente, o módulo
dilatométrico é determinado por meio da teoria
O Ensaio de Dilatômetro Plano (DMT), da elasticidade (ED = 34,7* (p0 – p1)).
introduzido pelo professor Silvano Marchetti na A partir dos valores de ID o solo pode ser
década de 1980, consiste na medida de duas classificado como: areia (ID>1,8), silte
pressões necessárias para expansão de uma (0,6<ID<1,8) ou argila (ID<0,6). Importante
membrana circular metálica na profundidade de lembrar que esse parâmetro reflete o
interesse. comportamento mecânico do solo, e não sua
O equipamento consiste de uma lâmina de aço classificação granulométrica (Marchetti, 1980).
inoxidável de 14 mm de espessura, 95 mm de Esse ensaio também pode incorporar
largura e 220 mm de comprimento, constituída geofones, e quando isso ocorre passa a ser
de uma membrana fina de aço, com 60 mm de denominado por dilatômetro sísmico (SDMT).
diâmetro (Figura 2). Ele consiste na combinação do dilatômetro plano
com uma ponteira sísmica posicionada atrás da
lâmina do DMT. Essa ponteira possui dois
geofones empregados para que se possa definir o
perfil de velocidade da onda cisalhante (Vs) e
consequentemente o módulo de cisalhamento
máximo (Go), quando se realiza o ensaio sísmico
pela técnica down-hole.
Membrana
4 ÁREA ESTUDADA
A cidade de Bauru está localizada na parte Figura 4. Resultados de ensaios CPTu e de composição
central do Estado de São Paulo a uma distância granulométrica do perfil do subsolo.
de aproximadamente 300 km da capital.
Segundo Cavaguti (1981), esta área é coberta por Nas figuras 4a e 5b tem-se os perfis de qc e fs,
sedimentos do Grupo Bauru (Formação Marília onde é possível visualizar um pico a 1,5 m de
e Formação Adamantina). No Grupo Bauru profundidade, que pode estar associado a maior
existe a predominância da Formação Marília nos resistência do solo devido a sua condição não
interflúvios, enquanto a Formação Adamantina saturada. Após esta profundidade, ocorre uma
está presente nas regiões mais baixas do terreno redução dos valores de qc e fs. A partir de
(IPT, 1989). aproximadamente 2,2 m de profundidade os
valores de qc e fs tendem a apresentar um
aumento praticamente linear com a
profundidade. Convém mencionar que os valores
de qc e fs determinados nos ensaios CPTu-1 e
CPTu-2 são muito semelhantes entre si, fato que
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não ocorreu no ensaio CPTu-3. A maior drenada ou não drenada. Entretanto, Robertson
diferença foi observada na região do perfil (2012 e 2015a) e Santos et al. (2015) destacam
localizada entre 2,5 e 3,4m de profundidade. que a validade dessa classificação é limitada a
Essa região de baixa resistência não foi solos pouco evoluídos e não cimentados. Solos
identificada nos outros dois ensaios, como que não possuem tais características são
mostra a Figura 4. A partir de 6m de considerados não convencionais, conforme
profundidade o perfil apresenta uma maior destacam Leroueil e Hight (2003). Nesse caso as
variabilidade nos resultados de qc e fs. correlações tradicionais para estimativa de
A poro-pressão gerada durante a cravação da parâmetros devem ser avaliadas e empregadas
ponteira (u2) foi medida ao longo de todo ensaio. com critério.
Em um dos três ensaios a pedra porosa foi Assim, Robertson (2012) propôs um ábaco
saturada com glicerina enquanto nos outros dois simplificado que indica a presença de 4 regiões
empregou-se o filtro de cavidade preenchido de comportamento típico (Figura 5). Para
com graxa automotiva. Até praticamente 3 m de mostrar o comportamento típico do perfil de solo
profundidade registraram-se poro-pressões estudado, apenas os resultados do CPTu-2 foram
próximas de zero e a partir daí o excesso de poro plotados nesse ábaco. Nele é possível observar
pressão foi quase sempre negativo longo de todo que esse solo apresenta comportamento
o perfil abaixo dessa profundidade, conforme se predominantemente dilatante, com alternância
pode observar na Figura 4c. Os valores de Ic entre penetração drenada e penetração não
determinados ao longo do perfil podem ser drenada.
observados na Figura 4d. O solo é classificado
por variações entre a zona 4 e 5 em quase todo o
perfil, as quais correspondem a misturas siltosas
e misturas argilosas, respectivamente. Na Figura
4d mostra que o ensaio CPTu-3 identificou a
presença de um material de elevada
compressibilidade (Ic > 3,6) entre 2,5 e 3,4 m de
profundidade, ou seja, um solo orgânico (zona
2), presente apenas nesse ensaio.
Os resultados dos ensaios de granulometria
conjunta indicaram que o solo é arenoso, com um
perfil médio composto por 5% de argila, 10% de
silte e 85% de areia (Figura 4e). Assim, esse solo
é classificado texturalmente como uma areia
siltosa. Além disso, esse solo não apresenta
limite de liquidez e nem de plasticidade, devido
ao elevado teor de fração areia em sua
composição.
Os resultados dos ensaios de cone também
podem ser analisados para classificá-lo quanto Figura 5. Ábaco de classificação do solo baseado no
ao seu comportamento. Robertson (2012) comportamento e resultados do CPTu-02 (Adaptado de
sugeriu uma atualização dos ábacos de Robertson, 2012 e 2015a).
classificação dos solos, considerando que solos
granulares com parâmetros de estado () 5.2 SDMT
menores do que -0,05 e solos finos com razão de
sobre adensamento (RSA) maior do que 4 O resultado dos 3 SDMTs são apresentados na
possuem comportamento dilatante e também Figura 6. Na Figura 6a, tem-se os perfis de p0 e
definiu regiões em que a penetração do cone é p1, onde também é possível notar um aumento
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dilatante. Considerando o ábaco apresentado na são apresentados por Robertson e Wride (1998).
Figura 7 e o perfil da Figura 6c, observa-se que Tsai et al. (2009) observaram, para os materiais
o solo apresenta comportamento dilatante para com ID < 1,2, que os solos com valores de Qtn,cs
valores de KD>4, o que ocorre nas profundidades < 16KD tem maior presença de microestrutura.
até 2m e a partir dos 6m de profundidade. Entretanto, convém destacar que as correlações
O comportamento dilatante até os 2m de para previsão de resistência de ponta a partir de
profundidade pode estar associado a condição KD e ED devem ser consideradas de forma
não saturada. Esse efeito também pode ter bastante aproximada (Marchetti, 2011).
provocado um aumento em ED, como mostra a A proposta apresentada por Tsai et al. (2009)
Figura 6d. foi aplicada ao solo que ocorre na área
investigada, combinando os resultados dos
ensaios SDMT e CPTu realizados. Nessa análise,
5.3 Identificação de solos não convencionais devido a proximidades dos ensaios, optou-se em
utilizar apenas os resultados dos ensaios CPTu1-
A maioria dos métodos de previsão do SDMT3 e CPTu2-SDMT2. Na Figura 8 tem-se
comportamento dos solos foram desenvolvidos tais resultados, acompanhado da linha que divide
baseados em resultados de ensaios em solos as duas regiões (aumento da cimentação) e da
sedimentares, e infelizmente, tais métodos são reta ajustada para os dados desse trabalho. Esse
inapropriados para solos residuais (Vaughan et gráfico indica que é possível observar que a
al., 1988). Na intepretação de resultados de microestrutura só estaria presente no solo para
ensaios de campo essa questão não é diferente, valores de KD>7, o que corresponderia a
uma vez que a maioria das correlações empíricas praticamente ao horizonte mais superficial do
utilizadas para interpretação destes resultados perfil. Assim, segundo essa abordagem, poder-
consideram a existência de um solo jovem e com se-ia considerar que o perfil de solo estudado tem
pouca cimentação (Robertson, 2015a). A pouca influência da microestrutura em seu
presença de cimentação pode interferir de comportamento. Além disso, pode-se observar
maneira significativa na interpretação dos grande dispersão entre os resultados dos ensaios,
ensaios e na estimativa de parâmetros o que dificulta estabelecer correlações aceitáveis
geotécnicos (Cruz et al., 2012). O compor- entre Qtn,cs e KD .
tamento de natureza coesivo-ficcional observado
nesses solos pode dificultar a interpretação dos
ensaios de campo e de laboratório segundo a
mecânica dos solos clássica (Cruz et al., 2012).
Tal fato motiva a procura de propostas para
identificar os solos de comportamento não
convencional a partir de resultados de ensaios de
campo
A comparação de resultados de ensaios DMT
e CPT permite observar que KD é mais sensível
ao efeito da microestrutura no comportamento
do solo do que Qtn (Robertson, 2015a).
Tsai et al. (2009) combinaram resultados de
ensaios CPT e DMT a fim de avaliar o potencial
de liquefação do solo de Taiwan. Eles afirmam
que é possível avaliar a presença de
microestrutura correlacionando a resistência de
ponta normalizada equivalente a uma areia limpa Figura 8. Relação entre Qtn,cs e KD (Adaptado de Tsai et al,
(Qtn,cs) e o KD. Os detalhes para o cálculo de Qtn,cs 2009)
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Uma técnica muito utilizada para identificar a Abordagem proposta por Cruz (2010) indica
presença de microestrutura no solo é a que o solo que ocorre na área estudada apresenta
propagação e ondas cisalhantes para alguma cimentação, típica de solos residuais,
determinação de Go, parâmetro empregado na assim como o solo localizado no campo
proposta de Schnaid et al. (2004). Robertson experimental da Unesp. Assim, destaca-se que o
(2012) sugere uso do SCPT para essa finalidade, comportamento não convencional desse solo não
enquanto Marchetti (2014) propõe uma técnica está associado apenas a condição não saturada,
semelhante, baseada no SDMT. mas também da cimentação presente no solo
Cruz (2010) propôs um ábaco para identificar mesmo abaixo do nível d´água, a qual está
a presença de solos com presença de associada ao processo de pedogênese
microestrutura a partir de resultados de ensaios experimentado pelo solo dessa região durante
SDMT (Figura 9). O autor mostrou que elevados seu processo de formação.
valores da relação Go/ED e Go/MDMT são Outro ponto que merece destaque é que a
indicativos da presença de solos cimentados. Ao técnica de propagação de ondas permitiu
utilizar esse ábaco, Rocha et al. (2015) identificar a presença de solos de
mostraram que o extenso perfil de solo não comportamento não convencional na área
saturado localizado campo experimental de estudada. A partir dessa identificação, pôde-se
Bauru (localizado a cerca de 2 km de distância afirmar que os ábacos de classificação e as
do Parque Vitória Régia) apresentam correlações clássicas para estimativa de
comportamento típicos de solos cimentados. Os parâmetros geotécnicos devem ser utilizados
resultados dos ensaios SDMT realizados na área com critério, devido ao comportamento não
estudada foram então plotados no ábaco convencional identificado.
proposto por Cruz (2010) e são apresentados na
Figura 9. Nela também estão apresentados os 5.4 Relação entre CPT e SDMT
resultados de Rocha et al. (2015) para o solo que
ocorre campo experimental da Unesp de Bauru. Por mais que os ensaios CPT e DMT sejam
utilizados para a investigação do subsolo, poucos
estudos procurando correlacionar os resultados
desses dois ensaios foram publicados
(Robertson, 2009a). Robertson (2009a) destaca
que essas correlações devem ser tratadas como
aproximadas, pois dependem do histórico de
tensões, do envelhecimento, da cimentação,
dentre outros fatores.
Poucos estudos avaliaram a aplicabilidade de
tais correlações em solos de comportamento não
convencional, como o que ocorre no local
investigado. Na Figura 10 apresenta uma relação
aproximada entre alguns índices e parâmetros
determinados em quatro dos seis ensaios
realizados.
No gráfico da Figura 10a, tem-se os perfis de
MDMT/qc. Nele são observadas duas tendências:
uma da ordem de 5 e outra da ordem de 20.
Segundo Marchetti et al. (2001) esses valores são
típicos de areias “normalmente adensadas” e
Figura 9. Resultados de ensaio SDMT do solo Vitória
Régia e do solo Unesp-Bauru plotados no gráfico Go/ED areias “sobreadensadas”, respectivamente. Tais
vs. ID (a) e Go/MDMT vs. KD (Adaptado de Cruz, 2010). resultados mostram que a estimativa da rigidez
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5 CONCLUSÕES
Os autores agradecem a FAPESP (Processos Robertson P.K. e Wride C.E. (1998). Evaluating cyclic
2010/50650-3 e 2015/16270-0), ao CNPq e a liquefaction potential using the cone penetration test.
Canadian Geotechnical Journal, Vol. 35, nº 3, p. 442-
CAPES, pelo apoio a essa pesquisa. 459.
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RESUMO: No presente artigo aborda-se a influência das deformações ocorridas nos ensaios de
compressão não confinada das misturas solo-cal. Foram realizados ensaios laboratoriais com o solo
residual maduro da Zona da Mata de Minas Gerais, de acordo com os seguintes procedimentos: (i)
ensaios de caracterização geotécnica e de compressão não confinada em corpos de prova do solo
confeccionados na energia Proctor Normal; e (ii) ensaios de compressão não confinada, em corpos
de prova de misturas solo-cal compactados na energia do Proctor Normal, nos teores de cal de 2, 4 e
6% em relação à massa de solo seco, nos períodos de cura de 3, 7, 28 e 90 dias. Obtiveram-se os
seguintes resultados: (i) verificou-se maiores deformações para elevados valores de tensão e; (ii) o
aumento da quantidade de cal, para um mesmo período de cura, provocou aumento da resistência de
pico e diminuição da deformação na qual o pico é atingido.
sem a adição do estabilizante químico. Tabela 2. Deformação axial na ruptura e desvio padrão de
As misturas foram ensaiadas nos teores de cada ensaio.
cal de 2, 4 e 6%, de modo a atender aos Deformação axial na ruptura (εa rup) (%m)
requisitos de solo melhorado com cal e mistura Período de Cura Teor de Cal
solo-cal preconizados pelo DNIT (2006). (dias) 2% 4% 6%
As quantidades de cal utilizadas nas misturas
Média 2,190 2,120 2,410
foram calculadas em relação à massa seca do 3 Desvio
solo e as quantidades de água em relação à 0,109 0,141 0,156
Padrão
soma das massas de solo seco e cal. Para o Média 2,930 2,910 2,970
início dos ensaios de compactação e confecção 7 Desvio
0,396 0,365 0,405
dos corpos de prova, esperou-se o período de Padrão
uma hora após a homogeneização da mistura Média 2,050 1,990 2,100
solo-cal-água, a fim de promover a ocorrência 28 Desvio
0,018 0,024 0,022
das reações de troca catiônica entre o solo e a Padrão
cal. Os corpos de prova foram moldados na Média 2,650 2,570 2,050
90 Desvio
umidade ótima (wot) e massa específica aparente 0,160 0,113 0,105
Padrão
seca máxima (dmax) determinados no ensaio de Solo Desvio
compactação, com três repetições. Média 3,810 0,001
Natural Padrão
Em todos os ensaios, os corpos de prova
compactados foram inseridos em sacos plásticos A Figura 1 apresenta os resultados das
e selados, para cura posterior nos períodos de 3, curvas tensão-deformação para os ensaios de
7, 28 e 90 dias, na temperatura de 22,8 oC. compressão não confinada. Verificam-se
Ressalta-se que, todos os ensaios foram maiores deformações para elevados valores de
realizados com três repetições e, para a tensão. Via de regra, a evolução do parâmetro
confecção dos gráficos das curvas médias deformabilidade depende, essencialmente, do
tensão-deformação, utilizou-se o ajuste teor em cal e do tempo de cura. Observa-se que
polinomial. Cada teor de cal está relacionado a o solo natural (SN) apresenta curva de tensão-
um período de cura. Diante disto, foram obtidas deformação típica de solos finos, com
três curvas tensão-deformação (três repetições) comportamento dúctil e ruptura por deformação
e a partir destas calcularam-se as curvas de excessiva.
aproximação que foram utilizadas na confecção
SN 2% cal
dos gráficos. 400 1500 3 dias
7 dias
28 dias
Tensão (kPa)
Tensão (kPa)
300
1000 90 dias
200
500
3 RESULTADOS E DISCUSSÕES 100
0 0
0 1 2 3 4 5 0 1 2 3 4
(%m) (%m)
Na Tabela 2, têm-se as médias dos resultados a
4% cal
a
6% cal 3 dias
das deformações axiais obtidas através dos 2000 3 dias
7 dias
3000 7 dias
28 dias
ensaios de compressão não confinada realizados
Tensão (kPa)
Tensão (kPa)
quantidade de cal, para um mesmo período de para os teores em cal, o que se traduz no
cura, provoca aumento da resistência de pico e aumento do módulo de deformabilidade; e
diminuição da deformação na qual o pico é (iii) o aumento da quantidade de cal, para
atingido. um mesmo período de cura, provocou
Analisando as relações tensão-deformação aumento da resistência de pico e diminuição
obtidas em ensaios de compressão não da deformação na qual o pico foi atingido.
confinada realizados em um solo residual
granítico, cuja ruptura é típica de um material
dúctil, e suas misturas solo-cal, Cristelo e Jalali AGRADECIMENTOS
(2002) concluíram que essa ductilidade tornou-
se inversamente proporcional ao período de Os autores agradecem a CAPES, pela concessão
cura e ao teor de cal utilizado. de bolsa de mestrado ao primeiro autor, e ao
No estudo realizado por Alcântara et al. CNPq, pelo apoio financeiro a esta pesquisa
(1997) foram obtidas curvas de tensão- através do Processo 305949/2014-4.
deformação a partir de ensaios triaxiais, não
consolidados não drenados, de um solo que
apresentava um comportamento essencialmente
dúctil, para diferentes tempos de cura. Os REFERÊNCIAS
autores verificaram que, com a adição de cal e
Alcântara, M. A. M., Lima, D. C., Bueno, B. S. & Costa,
com o aumento do período de cura da mistura, o
L. M. (1997). Estabilização de solos com cal em
solo sofreu mudanças nos seus parâmetros regiões tropicais: aplicação a solos de Ilha Solteira-
elásticos, caminhando para um comportamento SP, Brasil. Anais do 6º Congresso Nacional de
frágil relacionado ao desenvolvimento das Geotecnia, 211-220p.
reações pozolânicas. Associação Brasileira de Normas Técnicas. (2016b).
NBR 6459: Solo - determinação do limite de liquidez.
Rio de Janeiro, RJ, 6p.
Associação Brasileira de Normas Técnicas. (1984d).
4 CONCLUSÕES NBR 6508: Grãos de solos que passam na peneira de
4,8 mm - determinação da massa específica. Rio de
Considerando o comportamento do solo em Janeiro, RJ, 8 p.
Associação Brasileira de Normas Técnicas. (2003). NBR
estudo e do estabilizante empregado, a análise 7175: Cal hidratada para argamassas - Requisitos. Rio
dos resultados do presente estudo levou às de Janeiro, RJ, 4p.
seguintes conclusões: Associação Brasileira de Normas Técnicas. (2016c).
(i) nas curvas de tensão-deformação dos NBR 7180: Solo - determinação do limite de
ensaios de compressão não confinada, plasticidade. Rio de Janeiro, RJ, 3p.
Associação Brasileira de Normas Técnicas. (2016a).
verificou-se que ocorreram maiores NBR 7181: Solo - análise granulométrica. Rio de
deformações para elevados valores de Janeiro, RJ, 13p.
tensão, corroborando que a evolução da Associação Brasileira de Normas Técnicas. (2016e).
deformabilidade depende, essencialmente, NBR 7182: Solo - ensaio de compactação. Rio de
do teor em cal e do período de cura. Sob Janeiro, RJ, 10 p.
Associação Brasileira de Normas Técnicas. (1992). NBR
esse aspecto, observa-se a evolução da 12770: Solo coesivo– determinação da resistência à
capacidade cimentante da cal hidratada no compressão não confinada. Rio de Janeiro, RJ, 4p.
solo, através do pico da curva de resistência Consoli, N. C.; Prietto, P. D. M.; Carraro, J. A. H.;
à ruptura no ensaio de compressão não Heineck, K. S. (2001). Behavior of compacted soil-fly
confinada; ash-carbide lime mixtures. Journal of Geotechnical
and Geoenvironmental Engineering, New York:
(ii) verificou-se que o aumento da rigidez ASCE, v.127, n.9, p.774-782.
dos corpos de prova foi acompanhado do Consoli, N. C.; Cruz, R.C.; Floss, M.F.; Festugato, L.
aumento da resistência ao longo do tempo, (2010). Parameters controlling tensile and
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©ABMS, 2018
Carine Norback
Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil, norback.carine@gmail.com
RESUMO: A deformação permanente é um dos defeitos estruturais que surgem durante a vida do
pavimento e a escolha do material é intimamente ligada ao seu surgimento e acúmulo, sendo os
solos tropicais lateríticos, identificados pela metodologia MCT (Miniatura Compactado Tropical),
um dos materiais que tem sido bastante utilizado em camadas de pavimento. Devido a essa grande
utilização de solos tropicais e diversidade brasileira, o objetivo principal do presente trabalho é o
estudo do comportamento de três solos de distinta classificação, incluindo um laterítico, coletados
na região do Estado do Rio de Janeiro, por meio de ensaios convencionais e mecânicos no
equipamento triaxial de cargas repetidas (deformação permanente e módulo de resiliência). Foram
obtidos parâmetros para o modelo de previsão de deformação permanente e concluiu-se que esses
solos podem ser utilizados para camadas de base e sub-base dependendo do tipo de tráfego que o
pavimento irá ser submetido.
MR =
d (2)
3.1 Métodos
r
Os ensaios de caracterizações convencionais
MR = k1. 3 . d consistiram na classificação MCT por
k2 k3
(3)
NOGAMI e VILLIBOR (1995), difração de
raios-X que foi realizado com base na
Onde,
metodologia preconizada por Jackson (1969) e
MR: módulo de resiliência (MPa);
adotado no Laboratório de Geologia da UFRJ.
σ3: tensão confinante constante (MPa);
Os demais ensaios foram baseados nas
𝜎𝑑: tensão desvio aplicada repetidamente (MPa)
respectivas normas da Tabela 1.
𝜎𝑑 = (𝜎1-𝜎3);
r : deformação axial resiliente específica; Tabela 1. Normas utilizadas para caracterizar os 3 solos.
k1, k2, k3: coeficientes da regressão. Ensaios/Propriedades Normas
Sedimentação – SE (%) NBR 7181/84
Segundo MEDINA (1997), a escolha pelo Curva de compactação – CC NBR 7182/16
termo resiliência para comportamento elástico Limite de liquidez – LL (%) NBR 6459/16
dos materiais foi devido às deformações Limite de plasticidade – LP (%) NBR 7180/16
recuperáveis (elásticas) nos pavimentos serem Expansão – EX (%) DNIT 160/12
muito superiores àquelas observadas em outros
tipos de estrutura para as quais se utiliza o
Os procedimentos para realização dos
módulo de Young.
ensaios mecânicos de DP e MR seguiram as
novas normas disponibilizadas pelo DNIT em
3 MATERIAIS E MÉTODOS
2018, respectivamente: DNIT 179/2018-IE
Pavimentação – Solos – Determinação da
3.1 Materiais
deformação permanente – Instrução de ensaio e
DNIT 134/2017-ME Pavimentação – Solos –
Nesta pesquisa são utilizados três solos (Figura
Determinação do módulo de resiliência –
2), onde, segundo a classificação MCT, dois são
Método de ensaio. Para cada um dos três
de comportamento não laterítico (NA’ e NG’) e
materiais foram realizadas triplicatas para
o outro denominado laterítico argiloso (LG’).
determinação do MR à frequência de 1 Hz e
Todos os solos são oriundos do estado do Rio
nove corpos de prova com estados de tensões
de Janeiro (RJ) próximos à cidade de Magé e
distintos, à 2 Hz, propostos pela norma para
comumente utilizados para pavimentos.
observação do acúmulo de DP. Todos os corpos
Inclusive estes materiais estão sendo utilizados
de prova tiveram dimensões 10x20 cm
na camada de base e reforço de subleito de uma
compactados na energia equivalente à de
duplicação de uma rodovia federal no RJ.
Proctor Intermediária em moldes tripartidos
assim como foram feitas as curvas de
compactação para definição da umidade ótima
(Hot) e massa específica aparente seca (MEAS).
4 RESULTADOS E ANÁLISES
200
3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
2Theta (Coupled TwoTheta/Theta) WL=1,54060
3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
2Theta (Coupled TwoTheta/Theta) WL=1,54060
uma camada de sub-base é de 10%, ou seja, Figura 5. Difratogramam da amostra argila glicolada do
todos os solos atendem esse critério. O ensaio solo LG’ desta pesquisa.
DNIT 160/2012 é realizado no LNEC que é um
700
600
300
3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
2Theta (Coupled TwoTheta/Theta) WL=1,54060
em água e deve ter expansão ≤ 1%, o que Figura 6. Difratograma da amostra argila aquecida do
solo LG’ desta pesquisa
justifica a diferença nas considerações e limites
de aceitação do material. No entanto, pelas
600
300
3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
2Theta (Coupled TwoTheta/Theta) WL=1,54060
definidas pelas curvas de compactação para Figura 7. Difratograma da amostra argila natural do solo
NA’ desta pesquisa.
atingir as MEAS obtidas da Tabela 2.
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200
3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
12,5 mm.
Counts
400
300
200
100
0
3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
2Theta (Coupled TwoTheta/Theta) WL=1,54060
200
100
0
3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
2Theta (Coupled TwoTheta/Theta) WL=1,54060
(a)
Figura 10. Difratograma da amostra argila natural do solo
NG’ desta pesquisa.
300
200
Counts
100
0
3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
2Theta (Coupled TwoTheta/Theta) WL=1,54060
200
100
0
3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30
2Theta (Coupled TwoTheta/Theta) WL=1,54060
No que diz respeito à DP do solo NA’ indicando que quanto maior a tensão desvio,
(Figura 13b), este apresentou deformação maior maior a deformação permanente resultante. Em
que 4 mm com a aplicação do maior par de relação aos parâmetros encontrados para o
tensão confinante e desvio, valor considerado número de ciclos de carga, o Ψ4, todos os
elevado. Seus ensaios 1, 2, 3, 4 e 5 apresentam valores foram muito próximos, variando entre
um rápido aumento de deformação nos ciclos 0,05 e 0,06, exercendo influência semelhante
iniciais, e posteriormente, a tendência do para os materiais, e menor do que as tensões.
material é apresentar certo acomodamento das Dentre os três tipos de solos, o LG’ foi o
suas partículas. Já para os ensaios de 6 a 9 material que apresentou melhor comportamento
observa-se que com a aplicação dos ciclos de em relação às curvas de DP, visto que nos ciclos
carga, a amostra tende a continuar se iniciais apresentou um rápido acúmulo de
deformando, não tendendo a acomodar sua DP. deformação permanente e, com a aplicação de
A DP máxima acumulada em 150 mil ciclos ciclos de carga ao longo do tempo, essa taxa de
encontrada para NG’, como pode ser observada crescimento foi diminuindo, não chegando a ser
na Figura 13c, foi no ensaio 9 (σd=360 kPa e nula, mas apresentando acomodamento do
σ3= 120kPa), com valor maior que 3,5 mm que material ao longo dos ciclos para todos os pares
é considerado elevado, visto que se este de tensão.
material estivesse em uma camada do Observa-se pelas Figuras 13 que a razão de
pavimento com espessura de 20 centímetros, tensão 1 apresenta menores deformações, e
estando submetida às tensões aplicadas no conforme essa razão aumenta, no caso razão de
ensaio 9, a contribuição de deformação dessa tensão 2 e 3, nota-se valores de deformação
camada seria de quase 20% em relação a um maiores. Logo, o aumento da tensão desvio para
ATR de 12,5 cm, para N = 2x105, sem a mesma tensão confinante causa maior
tendência ao acomodamento. acúmulo de deformação permanente total da
Como observado na Figura 13c, os ensaios 1 amostra, proporcionalmente como já observado
e 2 tendem ao acomodamento das suas em outros trabalhos (GUIMARÃES, 2009;
partículas com a aplicação das cargas, e os LIMA, 2016; ZAGO, 2016).
demais ensaios, apresentam crescimento até o
fim dos 150.000 ciclos e no ensaio 9 (σd=360 Tabela 4. Parâmetros do modelo de GUIMARÃES
kPa e σ3= 120kPa) até com 200.000 ciclos de (2009) para os materiais desta pesquisa.
Solo Ψ1 Ψ2 Ψ3 Ψ4 R²
aplicação de cargas. Constatou-se para este par
NA’ 0,57 0,71 0,28 0,05 0,77
de tensões que mesmo aplicando 50.000 ciclos a
NG’ 0,39 0,84 0,54 0,06 0,81
mais nessa amostra não chegaria ao
LG’ 0,32 -0,09 1,21 0,05 0,96
acomodamento da deformação, prosseguindo o
acúmulo de DP.
Pela Tabela 4 observa-se que somente o
Na Tabela 4 estão os valores de Ψ1, Ψ2, Ψ3 e
material NA’ apresentou valor de R² inferior a
Ψ4 e também os valores de R² para cada os
0,8, mas o modelo ainda é representativo.
solos desta pesquisa. Os parâmetros do modelo
Foram feitas análises adicionais com erro
de GUIMARÃES (2009) foram obtidos após
quadrático que confirmou a eficiência estatística
regressão multipla realizada no programa
do modelo para estes materiais.
Statistica 8.0.
Para todos os ensaios foi realizado controle
Observa-se que os materiais que não
da umidade para que estivesse em torno da
apresentaram valores negativos para o
ótima obtida nas curvas de compactação, sendo
parâmetro de tensão confinante Ψ2 foram os
permitida uma variação de 0,5%.
solos NA’ e NG’ . Para o parâmetro referente à
tensão desvio Ψ3, todos os materiais e misturas Quanto ao estudo do shakedown, na Tabela 5
estão as classificações em níveis por ensaio de
estudadas apesentaram valores positivos,
DP de cada um dos três solos estudados nesta
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pesquisa, e nos gráficos da Figura 14 estão as que foram diferenciados com base em
curvas de taxa de acréscrimo de DP como o resultados de materiais granulares, ainda estão
modelo da Figura 1 utilizadas para classificar. sendo aprimorados em uma pesquisa de
Destes solos, o que mais apresentou nível A doutorado em andamento na COPPE/UFRJ para
foi o LG’, e o que mais apresentou nível do tipo que se possam englobar os diferentes tipos de
B foi o NG’. O LG’ e NA’ mostraram um solos brasileiros.
comportamento do qual tendia ao acréscimo de
DP e depois passou a acomodar, o que indica Tabela 5. Níveis dos ensaios no estudo de shakedown dos
um nível do tipo AB. Adicionalmente o NA’ três solos desta pesquisa.
manifestou comportamento difícil de identificar Ensaio σc (kPa) σd (kPa) LG' NA' NG'
visualmente, mas que se classificou como B. 1 40 A A A
2 40 80 A A A
3 120 A A B
4 80 A A B
5 80 160 A A/AB B
6 240 A A/AB B
7 120 A B/AB B
8 120 240 A B/AB B
9 360 A/AB B/AB B
NS’/NA’ (solo não laterítico silte/arenoso). Deve-se considerar que quando a tensão
Adicionalmente há três solos de ZAGO (2016): confinante (parâmetro Ѱ2) resulta em valores
Areia Argilosa de classificação NA’/NG’ e negativo, indica uma menor influência nas
Argilas Arenosas classificadas como LG’. deformações permanentes, ocorrendo o inverso
Os coeficientes de correlação R² para todos para a tensão desvio (parâmetro Ѱ3), que exerce
os modelos calibrados da Tabela 7 variaram de maior influência no aumento das deformações
0,70 a 0,95, o que pode ser considerado como permanentes acumuladas, ou seja, quanto maior
comportamento satisfatório para todos os for a tensão desvio em relação a tensão
materiais. Dentre os R², o menor deles foi confinante, maiores serão as deformações
resultado de um dos solos desta pesquisa. Os permanentes resultantes.
erros quadráticos também confirmaram Ao que tudo indica, pelos parâmetros na
possibilidade do uso do modelo. Tabela 7, a tensão vertical (σd) tem sido a
Ainda observando a Tabela 7, é possível principal responsável pela deformação
apontar tendências com relação aos parâmetros permanente de solos.
de regressão: os Ψ2 da tensão confinante foram
em geral positivos e os parâmetros referentes à 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
tensão desvio, Ψ3, apresentaram valores
positivos assim como Ψ4. O parâmetro do Em vista dos resultados obtidos para os solos de
número de ciclo de carga, o Ψ4, distingui-se dos classificação NG’ e NA’, pode-se concluir que
outros pelo fato de todos os valores terem estes materiais apresentam elevada deformação
retratado exercer similar influência: muito permanente ao longo da aplicação dos ciclos de
próximos e baixos. carga. O NG’ na maioria dos ensaios não
apresentou acomodamento, e o NA’ em alguns
Tabela 7. Parâmetros do modelo de GUIMARÃES pares de tensão também não acomodou, não
(2009) de previsão de DP para sete materiais distintos. sendo recomendável a utilização desses
materiais em camadas de pavimento que terão
Material Ψ1 Ψ2 Ψ3 Ψ4 R²
solicitação de tensões da ordem de grandeza das
NA’ 0,57 0,71 0,28 0,05 0,77
NG’ 0,39 0,84 0,54 0,06 0,81
maiores simuladas nos ensaios.
LG’ 0,32 -0,09 1,21 0,05 0,96
Também se constatou que o solo do tipo LG’
foi o que apresentou menores deformações
Laterita de permanentes acumuladas até 150 mil ciclos e
Porto 0,18 0,47 0,33 0,04 0,80 melhor enquadramento quanto ao
Velho comportamento do material dentro do estudo
Argila
shakedown, mostrando que é um material que
Ribeirão 0,20 -0,24 1,34 0,03 0,98
Preto acomoda. O MR atingiu valores como de brita
Areia graduada simples. De modo geral, foi o melhor
Argilosa 0,45 0,09 1,57 0,05 0,90 material dos três e é possível afirmar, com
do ES relação a essas caracterizações, que é um solo
Solo
0,24 0,41 1,30 0,06 0,94 recomendado para pavimento e possível de
Papucaia
aplicação em qualquer uma das camadas: base,
CI - Areia sub-base, ou mesmo subleito. Confirma a ideia
0,59 -0,20 1,33 0,04 0,92 que os materiais lateríticos são bons para
Argilosa
TR - Argila
0,39 -0,86 1,52 0,08 0,92 pavimentos.
Arenosa Vale salientar que é importante executar
JC - Argila
Arenosa
0,87 0,01 1,21 0,04 0,90 ensaios de deformação permanente e módulo de
resiliência como realizados neste estudo, não só
as caracterizações e CBR (California Bearing
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Caroline M. De C. Rosenbach
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Porto Alegre, Brasil,
carolmomoli@gmail.com
Antônio H. Carraro
Imperial College London, Londres, Reino Unido, antonio.carraro@imperial.ac.uk
RESUMO: As análises de melhoramento de solos com uso de cinzas volantes e cal realizadas até o
momento se baseiam principalmente na resistência após certo período de cura, desconsiderando o
desempenho a longo prazo, a durabilidade. Esta pesquisa avalia o impacto do teor de cal de
carbureto e do peso específico seco (γd) em misturas de fresado de asfalto (RAP) – cinza volante de
carvão – cal de carbureto, com e sem adição de 0,5% de sal (NaCl) em relação ao desempenho
destas misturas submetidas a ciclos de molhagem-secagem (WD) e congelamento-degelo (FT). As
misturas consideraram três pesos específicos aparentes secos (17, 18 e 19 kN/m³), a umidade de 9%
e três porcentagens de cal de carbureto (3 %, 5% e 7%), sendo os espécimes curados por 7 dias a
23°C. A resistência a tração por compressão diametral (qt), a compressão não confinada (qu) e a
perda de massa acumulada (PMA) de ambos os tipos de durabilidade (WD e FT), foram avaliados
em função do índice porosidade / teor volumétrico de cal (η/Liv). Os resultados mostraram que os
ganhos mais significativos de durabilidade ocorreram para os ciclos de congelamento-degelo com
adição de sal (11,8%), com o aumento da energia de compactação (20,6%) e com o aumento do teor
de cal de carbureto (19,7%), sendo o ganho de durabilidade com ciclos de molhagem e secagem de:
0,83%, 1,15%, 0,37%, respectivamente. Através de ensaios de compressão triaxial drenados (γd =
17 kN/m³ e 7% de cal), observou-se um aumento de 3,4° no ângulo de atrito e 42,8 kPa no
intercepto coesivo com a adição de 0,5% de NaCl.
2.2 Métodos
normal. É importante citar que a porcentagem cura de 7 dias a 23°C. Antes de cada ensaio ser
de CFA foi mantida constante (25%) em todas realizado, os espécimes foram imersos em água
as misturas. A porcentagem de sal (0,5% de durante 24 horas, visando completa saturação,
NaCl) baseou-se nos estudos de Saldanha reduzindo a sucção (Consoli et al. 2011).
(2017). O tempo de cura para todas as amostras
foi de 7 dias a 23°C. 2.2.2 Ensaios de Compressão Simples (não-
confinada)
Tabela 2. Nomenclatura dos Corpos de Prova.
Características do Corpo de Prova Devido a granulometria do RAP, foram
Nomenclatura
γd (kN/m³) Cal (%) NaCl (%) utilizados corpos de prova de 10 cm de
γd 14/C5/S0 14 5 0 diâmetro e 20 cm de altura, de acordo com a
γd 14/C5/S0 14 5 0 norma ASTM C 39 (2010). A prensa automática
γd 14/C5/S0,5 14 5 0,5 utilizada possui capacidade máxima de 100 kN,
γd 14/C5/S0,5 14 5 0,5 com anel dinamométrico calibrado com
γd 15/C3/S0 15 3 0 capacidade de 10 kN, e resolução de 0,005 kN
γd 15/C3/S0 15 3 0 (0,5 kgf). A velocidade de deformação destes
γd 15/C3/S0,5 15 3 0,5
ensaios foi de 1,14 mm por minuto.
γd 15/C3/S0,5 15 3 0,5
γd 15/C5/S0 15 5 0
2.2.3 Ensaios de Tração na Compressão
γd 15/C5/S0 15 5 0
Diametral
γd 15/C5/S0,5 15 5 0,5
γd 15/C5/S0,5 15 5 0,5
Os ensaios de tração na compressão
γd 15/C7/S0 15 7 0
diametral seguiram a norma NBR NM 8 (1994).
γd 15/C7/S0 15 7 0
Os mesmos procedimentos, equipamentos e
γd 15/C7/S0,5 15 7 0,5
critérios de controle utilizados nos ensaios de
γd 15/C7/S0,5 15 7 0,5
compressão simples foram aplicados neste
γd 16/C5/S0 16 5 0
ensaio, alterando apenas a posição do corpo de
γd 16/C5/S0 16 5 0
γd 16/C5/S0,5 16 5 0,5
prova durante o ensaio e suas dimensões (6 cm
γd 16/C5/S0,5 16 5 0,5
de altura e 10 cm de diâmetro).
γd 16/C7/S0 16 7 0
γd 16/C7/S0 16 7 0
2.2.4 Ensaios de Durabilidade – Molhagem-
γd 16/C7/S0,5 16 7 0,5 Secagem (WD)
γd 16/C7/S0,5 16 7 0,5
Para este tipo de ensaio foram moldados corpos
de prova de 12,3 cm de altura e 10 cm de
A quantidade de RAP, cinza volante e cal
diâmetro. Os testes de durabilidade através de
constituem a massa seca total da mistura, sendo
ciclos de molhagem-secagem foram realizados
as quantidades de água e sal calculadas em
de acordo com a ASTM D 559 (2015), tal
relação à soma do material seco. Após a
norma determina a perda de massa após ciclos
pesagem dos materiais ocorreu a mistura até
de raspagens. Os procedimentos de teste
completa homogeneização e, em seguida, foi
determinam as perdas de massa produzidas por
adicionada a água destilada. Posteriormente
12 ciclos de molhagem e secagem. Cada ciclo
ocorreu a etapa de moldagem dos corpos de
possui duração de 48 horas, sendo 5 horas de
prova. Obtendo por fim, com uso de balança de
imersão em água (23°C ± 2°C), 42 horas de
precisão e paquímetro, a massa e medidas
secagem em estufa a 71°C ± 2°C e 1 hora de
(diâmetro e altura) com resolução de 0,01 g e
intervalo para escovagem e pesagem do corpo
0,1 mm, respectivamente. Em seguida, foi feito
de prova. Conforme a norma, adotou-se um
o acondicionamento em sacos plásticos para
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número fixo de 19 passadas de escova de aço na A Figura 2 exibe os resultados para a resistência
lateral do corpo de prova e 4 passadas em cada à compressão não confinada (qu) das misturas
face, com uma força de 13,3 N em cada com e sem adição de NaCl, em termos de
escovada. η/(Liv)0,11. A regressão quadrática resultou em
valores mais próximos de 1 (melhor ajuste) que
2.2.5 Ensaios de Durabilidade – a regressão linear. Tal análise indica que o
Congelamento-Degelo (FT) índice porosidade/teor volumétrico de cal
η/(Liv)0,11 é uma boa ferramenta na
A norma ASTM D 560 (2016) determina as determinação da resistência a compressão
perdas em massa produzidas após 12 ciclos de simples das misturas analisadas. Pode-se
congelamento e degelo. Sendo todo ciclo analisar também um aumento de 43,1% em
iniciado através do congelamento dos corpos de relação a resistência à compressão simples para
prova a uma temperatura inferior a -23°C. Após as misturas de RAP-CFA-cal de carbureto com
24 horas de congelamento, os corpos de prova adição de 0,5% de NaCl, curadas a 23°C.
foram descongelados em temperatura de 23°C ±
2°C, por 23 horas. Posteriormente, ocorriam as
escovagens da mesma forma descrita para
molhagem e secagem.
3.5 Triaxial
resistência das misturas, tanto para os 42,8 kPa, ou seja, a envoltória praticamente se
espécimes com e sem adição de NaCl. Sendo deslocou para cima, aumentando assim a
nítido o aumento do pico de resistência com a resistência da mistura através da aceleração das
adição de sal, como catalisador das reações reações pozolânicas com adição de um
pozolânicas. O comportamento inicial das catalisador (cloreto de sódio).
misturas se demonstrou rígido e aparentemente
linear até um ponto de plastificação bem Tabela 3 – Parâmetros de resistência das misturas de
definido, onde ocorreu aumento das RAP, com e sem adição de sal.
Parâmetros de Resistência
deformações plásticas até a ruptura frágil do
espécime, resultado similar ao de solos Ângulo de Intercepto
melhorados com agentes cimentantes Atrito (°) Coesivo (kPa)
0% Sal 52,7 20,5
(SCHNAID et al. 2001; CONSOLI et al. 2001).
A determinação da coesão e do ângulo de 0,5% Sal 56,1 63,3
atrito (parâmetros de resistência ao
cisalhamento) se deu através do ajuste das
3 CONCLUSÕES
envoltórias de resistência no espaço s’ x t,
definidas como:
• A adição de 0,5% de sal aumenta
consideravelmente qu (43,1%) e qt (17%), para
(2)
todo o intervalo de η/(Liv)0,11;
(3) • O ganho mais significativo de durabilidade
por congelamento-degelo (FT), com adição de
A Figura 9 apresenta uma comparação das
sal foi de 11,8%, com aumento da energia de
envoltórias obtidas (R²=0,99) e dos parâmetros
compactação (de γd = 17 kN/m³ para γd = 19
de resistência encontrados.
kN/m³) foi de 20,6% e com aumento do teor de
cal de carbureto (de 3% para 7%) foi de 19,7%;
• Ordem de eficácia em termos de maiores
ganhos de durabilidade (FT):
Compactação > NaCl > Cal de Carbureto;
• O ganho mais significativo de durabilidade
por molhagem-secagem (WD) com adição de
sal foi de 0,83%, com aumento da energia de
compactação (de γd = 17 kN/m³ para γd = 19
kN/m³) foi de 1,15% e com aumento do teor de
cal de carbureto (de 3% para 7%) foi de 0,37%;
• Para as misturas analisadas a durabilidade
(comportamento a longo prazo) é controlada por
η/(Liv)0,11;
• Através de ensaios de compressão triaxial
drenados, em espécimes γ17/C7/S0 e
Figura 9 –Comparação das envoltórias de ruptura e dos
γ17/C7/S0,5, obteve-se um aumento de 3,4° no
parâmetros de resistência das misturas com e sem adição
de 0,5% de NaCl. ângulo de atrito e 42,8 kPa no intercepto
coesivo, com a adição de 0,5% de NaCl;
A Tabela 3 apresenta os parâmetros de
resistência obtidos nos ensaios triaxiais. AGRADECIMENTOS
Observa-se um pequeno aumento de 3,4° no
ângulo de atrito com a adição de 0,5% de NaCl. Os autores desejam expressar sua profunda
Já o intercepto coesivo teve um aumento de gratidão a PRONEX FAPERGS/CNPq 12/2014
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RESUMO: A aceleração dos recalques de adensamento pode ser induzida por técnicas que
envolvem o pré-carregamento em associação com drenos verticais. O emprego de drenos verticais
tem a função de promover um caminho preferencial para o escoamento da água, promovendo o
escoamento radial (do solo até o dreno) e o vertical (através do dreno). O dimensionamento destes
drenos consiste em determinar qual o espaçamento dos drenos e qual o diâmetro a ser utilizado.
Objetiva-se desenvolver um software interativo conjugando as soluções matemáticas das equações
de adensamento 2D de forma a calcular porcentagem de adensamento com a possibilidade de variar
a relação entre os raios drenantes e os raios dos drenos. São considerados os estudos de Barron
(1948) e de Terzaghi (1967). A interface produzida contribui para facilitar projetos de engenharia
geotécnica.
- 8c r t
f(n) = 2 2 (12)
4n r ln(1 - U r )
n2 3n 2 1 8c t
ln(n) - 2 2 r =0
n2 1 2
4n 4n r ln(1 - U r ) (13)
(nd w ) 2 n2 1
2 ln ...
8c r n 1 1 - U r
3 1 1
ln(n) - 4 2 1 2 - t = 0
(14)
n 4n Figura 2. Distribuição dos drenos nas malhas quadrada e
triangular respectivamente.
.
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Gislaine Luvizão
Universidade do Oeste de Santa Catarina, Joaçaba, Brasil, gislaine.luvizao@unoesc.edu.br
Renata Chiarani
Universidade do Oeste de Santa Catarina, Joaçaba, Brasil, rechiarani@hotmail.com
RESUMO: Estradas vicinais não pavimentadas, embora simples, são responsáveis por escoar a
produção agropecuária e o proporcionar o acesso da população rural aos centros urbanos. Inúmeras
patologias que afetam essas vias estão relacionadas à baixa capacidade de suporte do solo local. A
estabilização química ou mecânica do solo torna-se uma solução economicamente viável para
minimizar os altos custos em obras rodoviárias ao buscar um novo material geotécnico que atenda
às necessidades dos projetos. O estudo apresenta a estabilização de um solo argiloso de formação
residual, através da substituição parcial de solo seco por pó de pedra basáltico em teores de 25%,
30% e 35% em sua massa seca e substituição parcial do solo por cimento Portland CPV-ARI nas
proporções de 10%, 12% e 14%, formando assim, nove traços diferentes de solo-cimento. Para
analisar a influência da substituição do solo por esses materiais, foram compactados 4 corpos de
prova para cada um dos nove traços formulados, a fim de verificar a resistência à compressão
simples (RCS) nas idades de 7, 14 e 28 dias de cura. Avaliando os resultados obtidos nos ensaios de
RCS das amostras compactadas, observou-se que a mistura que obteve o melhor desempenho em
relação à RCS foi o traço P35C14 (35% de pó de pedra e 14% de cimento), com valor de 9,55 MPa
aos 28 dias de cura. Avalia-se que a substituição parcial de solo por determinadas quantidades de pó
de pedra, melhorou o desempenho das misturas quanto a sua capacidade de RCS.
básicos, como educação, assistência médica e solo seco por pó de pedra de origem basáltica,
outros recursos governamentais. resíduo de menor custo no mercado.
O solo é um material de construção O trabalho tem como finalidade avaliar o
imprescindível para a elaboração de projetos e desempenho de misturas de solo-cimento
construção de obras rodoviárias, constituindo o quando testadas à compressão simples, visando
subleito e a base dos pavimentos. Para a substituição parcial na massa seca de solo por
desempenhar essa função com excelência, o pó de pedra basáltico e cimento Portland para a
solo necessita de uma boa condição de suporte, utilização como revestimento primário em
que pode variar significativamente dependendo estradas vicinais.
de sua composição. Muitas vezes, não
satisfazendo esse parâmetro de resistência, 2 SOLO-CIMENTO
demanda-se substituir o material, explorando tal
matéria-prima em novas jazidas, o que pode O método de estabilização de solos com
acarretar altos custos ou até inviabilizar a obra. cimento é o mais difundido, dessa forma, a
As vias vicinais são formadas em sua grande técnica é amplamente empregada na construção
maioria por um revestimento primário de rodovias, utilizando-se geralmente como
exclusivamente em solo. Dessa forma, são base ou sub-base de pavimentos (INGLES;
afetadas por diversas patologias que se METCALF, 1972).
espalham ao longo de seu comprimento, A técnica do solo-cimento, consoante
comprometendo o conforto e a segurança de Vendruscolo (1996), poderia ser comparado ao
seus usuários. Tais patologias são provocadas concreto. Todavia, no concreto a granulometria
por diversos fatores, como a exposição direta do dos agregados permite que o cimento envolva a
material às condições climáticas, a falta de superfície granular unindo suas partículas,
manutenção periódica, as excessivas cargas do possibilitando elevadas resistências. No solo-
tráfego, falta de dispositivos de drenagem cimento, devido à estrutura complexa, as
adequados e principalmente pela baixa partículas de cimento são envolvidas pelos finos
capacidade de suporte do solo (tipo de solo). do solo estabelecendo ligações de menor
Para melhorar as características de suporte e resistência.
adequá-las às solicitações dos projetos de obras De acordo com Felt (1995) as propriedades
rodoviárias, diferentes técnicas de estabilização físicas das misturas de solo-cimento são
são empregadas a fim de melhorar sua influenciadas pela quantidade adicionada de
resistência e reduzir o custo da obra. Uma água e cimento, a densidade da mistura
dessas opções é a adição de cimento Portland. compactada e o tempo em que o solo, cimento e
De acordo com Ingles e Metcalf (1972), água são homogeneizados antes da
realiza-se a estabilização mecânica do solo compactação.
quando não é possível obter-se um material Qualquer tipo de solo pode ser tratado com
geotécnico, ou uma mistura de materiais, capaz cimento, entretanto há melhor desempenho em
de sanar as características de resistência, solos arenosos, devido a facilidade de mistura e
deformabilidade, permeabilidade e durabilidade pelas resistências adquiridas. Em solos com
solicitadas. maiores teores de argila, há maior dificuldade
Múltiplas alternativas buscam incorporar de mistura e carecem de uma maior quantidade
diferentes materiais ao solo-cimento na de aditivos para que haja mudança significativa
premissa de minimizar os teores de cimento em suas propriedades de suporte (INGLES;
Portland necessários para a estabilização de METCALF, 1972).
solos argilosos, uma vez que, o aglomerante As propriedades finais do solo-cimento são
gera maior impacto econômico na mistura. Um influenciadas pelo tipo de solo utilizado no
dessas alternativas, é a substitiuição parcial de processo. As diferenças nas propriedades e nas
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reações do cimento são consequências da ocorre através dos produtos das reações
composição química variada do solo (FELT, primárias, enquanto em solos
1995). predominantemente argilosos, a reação
Zampieri (2015) ressalta que se tratando de cimentante advém das reações secundárias
um solo argiloso, verifica-se uma reação mais (VENDRUSCOLO, 1996).
lenta com o cimento. Esse fato explica-se em Herzog e Mitchell (1963) destacam, que o
razão da argila mole e da turfa possuírem ganho de resistência à compressão simples em
massas específicas naturais muito baixas e função do tempo de cura ocorre devido ao
vazios muitos grandes. Nesse caso, a maioria endurecimento do agente cimentante, da
dos vazios estão preenchidos com água e para a produção das reações primárias e secundárias
estabilização, deve-se substituir a água por um ocorrida entre os argilomateriais provenientes
agente cimentante, que é usualmente o cimento do solo e a cal liberada durante a hidratação do
Portland. cimento.
Quanto ao cimento utilizado para a Solos de alta plasticidade demandam maiores
estabilização, Ingles e Metcalf (1972) explanam proporções de cimento e equipamentos
que qualquer tipo de cimento pode ser usado na adequados para a mistura, completando as
estabilização do solo, no entanto o cimento reações entre o solo e cimento num prazo de 15
Portland comum é o mais utilizado. O uso de dias. O processo de cura também pode intervir
cimento de alta resistência inicial pode ser útil no ganho de resistência à compressão simples.
em solos orgânicos em função dos altos teores Em corpos de prova curados em imersão, o
de cálcio que pode compensar a presença de valor da resistência à compressão simples tende
matéria orgânica. a ser inferior (VENDRUSCOLO, 1996).
Figura 8. Comparação entre o γd do ensaio de proctor e o Figura 10. Evolução da resistência à compressão simples
γd de moldagem para os traços com 35% de pó de pedra. ao longo do tempo de cura.
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Avaliando os resultados obtidos nos ensaios quando novamente aumentado para 35% a RCS
de RCS das amostras compactadas, observou-se ficou próxima ao primeiro teor. Quando
que a mistura que obteve o melhor desempenho avaliado o comportamento do teor de 14%,
em relação à resistência à compressão simples visualiza-se que as resistências caíram em
foi o traço P35C14, com valor de resistência à pequenas proporções enquanto foi aumentado a
compressão simples aos 28 dias de 9,55 MPa. O quantidade de pó de pedra.
mesmo traço apresentou valores de 6,93 MPa
aos 14 dias de cura e 5,40 MPa aos 7 dias de
cura.
Em relação ao tempo de cura, todos os traços
apresentaram ganho de resistência à compressão
simples conforme aumentou-se o período de
cura de 7 para 14 dias e de 14 para 28 dias. O
mesmo comportamento é constatado nos
trabalhos de Pissato e Soares (2006) e Grando et
al. (2016),
Com base nos dados obtidos no Figura 10, Figura 11. Avaliação da resistência à compressão simples
verifica-se que os todos os traços atendem às em função do acréscimo de pó de pedra na mistura na
exigências da norma DNIT 143/2010-ES: idade de 7 dias.
Pavimentação – Base de solo-cimento, para sua
aplicação como base de pavimentos, com todas Avaliando as RCS das misturas aos 14 dias,
as misturas adquirindo valores de 2,1 MPa aos 7 conforme pode ser observado no Figura 12,
dias de cura. percebe-se que as resistências começaram a se
Faganello (2006), desenvolveu duas misturas estabilizar comparados aos traços rompidos
diferentes de solo-cimento incorporados com com 7 dias de cura.
resíduos da britagem de rocha basáltica. O
resíduo em ambas as misturas possuíam
granulometrias diferentes, uma com dimensões
inferiores a 4,8 mm e outra com dimensões
inferiores a 6,3 mm. Os corpos de prova
rompidos aos 7 dias de cura, apresentaram
resistências superiores a 2,1 MPa, sendo
necessário teores de 9% e 7% de cimento,
respectivamente, para as misturas.
Para verificar o comportamento da mistura
de acordo com as quantidades substituídas de
pó de pedra (25%, 30% e 35%), analisaram-se Figura 12. Avaliação da resistência à compressão
as resistências à compressão simples das simples em função do acréscimo de pó de pedra na
misturas para cada um dos tempos de cura. mistura na idade de 14 dias.
Na Figura 11 estão organizados o
desempenho das misturas aos 7 dias de cura. O traço com porcentagem de 10% de
Nota-se que para o teor de cimento de 10%, à cimento, à medida que foi substituído solo por
medida que substituiu-se uma maior quantidade maiores proporções pó de pedra, houve
de pó de pedra, aumentou também a resistência aumento na sua RCS. Para o traço com 12% de
à compressão simples. O teor de 12%, quando cimento, no momento em que acrescida maior
ampliada a quantidade de pó de pedra de 25% quantidade de pó de pedra de 25% para 30%
para 30%, houve um pequeno decréscimo e apresentou um descréscimo, mudando
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Cândida Bernardi
UFSC, Florianópolis-SC, Brasil, candidabernardi@hotmail.com
RESUMO: Foi realizado um estudo com sensores de sucção de matriz granular do tipo WaterMark
visando encontrar correlações de correção de suas leituras. Para isso foram realizados alguns ensaios
de laboratório, em condições controladas, para o melhor entendimento de seu funcionamento. Foi
utilizado um solo residual de diabásio compactado nas condições da umidade ótima no interior de
dois cilindros Proctor, onde foram instalados 10 sensores de matriz granular (SMG) e dois
tensiômetros de campo. Foi verificado que os SMG apresentam uma dispersão nos valores de sucção
medidos após ser atingida a estabilização. Desta forma houve a necessidade de se obter, para cada
um dos SMG equações de calibração. Para a obtenção dos pontos do ajuste, foi executado o
umedecimento da amostra com posterior etapas de secagem do solo ao ar, onde os moldes foram
abertos e novamente fechados até estabilização das leituras medidas pelos sensores. Verificou-se que
os sensores SMG estudados apresentaram dispersão nos resultados, sendo que a calibração única
fornecida pelo fabricante não resultou em valores confiáveis de sucção. Cada sensor teve uma
tendência e nenhum deles pode ser usado sem correção.
de movimentos de massa é mais apopriado para deve ser verificada, se a calibração dos mesmos
pesquisas em solos de regiões tropicais. necessita de ajustes.
Quando a ruptura de um talude é provocada
pela chuva, o mecanismo de falha envolve a
infiltração de água que faz com que ocorra uma 2. MATERIAIS E MÉTODO
redução na sucção matricial dos solos
localizados na zona de aeração. A análise da 2.1 Monitoramento da sucção
estabilidade de taludes não saturados requer um
estudo extensivo e detalhado da infiltração de Antes da instalação dos equipamentos em
água, porque os deslizamentos em condições não campo, são necessárias algumas investigações
saturadas estão diretamente relacionadas com o em laboratório para calibrar os sensores. Foram
regime de chuva e sua infiltração no solo (YEH realizados ensaios para se verificar o melhor
ET AL., 2004). Normalmente, os solos residuais procedimento de instalação e de saturação e um
não saturados apresentam valores altos de sucção ajuste dos valores registrados pelos sensores de
matricial durante períodos secos, o que contribui sucção.
para o aumento de sua resistência. No entanto, Nesta pesquisa foram utilizados sensores de
durante períodos de chuva, quando há infiltração sucção de matriz granular fabricados pela
de água no perfil do solo, passa a ocorrer uma Irrometer Company, os quais por meio de sinais
redução no valor da sucção. Como resultado, a elétricos enviam as informações da variação da
resistência ao cisalhamento adicional fornecida sucção do solo até um datalogger.
pela sucção matricial pode ser reduzida o
suficiente para desencadear um deslizamento 2.1.1 Sensor de sucção de matriz granular
(FREDLUND E RAHARDJO, 1993). (SMG)
O trabalho de campo, focado no
monitoramento do perfil de sucção matricial com O SMG, apresentado na Figura 1, é um
a profundidade, é importante para uma análise equipamento formado por uma pedra porosa
detalhada da estabilidade da encosta do ponto de envolvida em uma proteção de aço inoxidável
vista da mecânica dos solos não saturados. Tal que abriga dois eletrodos ligados a dois fios
monitoramento pode ser feito através da elétricos (Figura 2).
instalação de sensores de sucção utilizando
medição direta ou indireta da sucção matricial do
solo. O sensor de matriz granular (SMG),
instrumento de medida indireta, apresenta um
tempo de resposta lento quando comparado com
um tensiômetro. No entanto, considera-se que
seu uso pode fornecer informações importantes
para estudos envolvendo o movimento da água
no solo (MENDES, 2008). O instrumento de
medição indireta parece ser mais adequado para
Figura 1. Sensor de sucção de matriz granular (SMG)
medir solos argilosos úmidos e pode não ser
adequado para medir solos com um grau de Conforme a umidade no local aumenta a
saturação menor que cerca de 40% (GUAN, condutividade elétrica entre esses eletrodos
1997). cresce e isso significa uma diminuição da sucção
Sensores do tipo resistência e capacitância do solo no local. A faixa de leitura do SMG é de
elétrica têm algumas vantagens tais como não 0 a 200 kPa com precisão de 1 a 2 %. Essas
necessitarem de manutenção periódica. informações são encaminhadas ao datalogger
Entretanto, em virtude de os sensores que, através de uma equação de calibração,
determinarem a sucção do solo de forma indireta,
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Figura 3. Datalogger
3. RESULTADOS E ANÁLISE
Tabela 1. Resumo dos ensaios de caracterização Figuras 11 e 12 estão os valores dos SMG 6 a 10.
Argila [%] 27,7 Nas Figuras 9 e 11 estão também as leituras de
Silte [%] 29,8 sucção fornecidas pelo tensiômetro de campo.
Análise Areia Fina [%] 16,3 É possível observar que o tensiômetro obteve
Granulométrica Areia Média [%] 20,0 valores diferente de zero a partir do final do
Areia Grossa [%] 3,9 primeiro dia de registros. Já os SMG 1 a 5
Pedregulho [%] 2,2 levaram uma semana para registrar a umidade
wl [%] 47 presente no solo. Isto está relacionado ao tempo
wp [%] 44
Limites de Atterberg necessário para estabilização da sucção entre a
Ip [%] 3
lama e o solo compactado. No momento da
IG 3
instalação dos SMG a lama começa a perder
Peso específico dos
s [kN/m³] 28,0 água para o solo compactado. Este processo
sólidos
MCT NA' - NG'
termina quando a lama atingir a mesma sucção
HRB/AASHTO A-5
do solo compactado, o que demanda um tempo
Classificações SUCS ML de aproximadamente uma semana. Após esse
Argila período de estabilização, os SMG apresentaram
Textural comportamento semelhante ao tensiômetro por
siltosa
wl – Limite de liquidez; wp – limite de plasticidade; Ip – mais uma semana. Posteriormente, o tensiômetro
Índice de plasticidade; MCT – Miniatura compactada começou e registrar valores superiores aos SMG.
tropical; NA’ – areia com finos não laterítica; NG’ – Solo A Figura 11 apresenta os valores registrados
argiloso não laterítico; SUCS – Sistema unificado de
classficação dos solos; ML – Silte inorgânico do baixa
pelos SMG 6 a 10 e pelo tensiômetro.
plasticidade. Para os SMG 6 a 10 o tempo de estabilização
foi semelhante aos primeiros sensores, cerca de
De acordo com a Tabela 1 o solo residual de uma semana. Os valores registrados foram mais
diabásio apresenta uma granulometria com dispersos quando comparado com os SMG 1 a 5.
predomínio de solos finos, sendo o silte a fração Pode-se constatar que para este conjunto, na
predominante. O valor do índice de plasticidade semana seguinte à estabilização, os SMG
é baixo classificando o solo como pouco ultrapassam os valores registrados pelo
plástico. Pela classficação MCT e SUCS o solo tensiômetro. Após cerca de 25 dias e 3 etapas de
estudado apresenta respecitvamente um secagem da amostra o tensiômetro começa a
comportamento não laterítico e de um silte de registrar sucções superiores aos SMG com
baixa plasticidade. exceção do SMG 6 que se distanciou
O ensaio de compactação indicou umidade significativamente do restante dos sensores.
ótima de 30%, correspondente a uma massa Como os sensores foram instalados em um
específica seca máxima de 14,2 kN/m³, na mesmo solo era de se esperar que, os valores de
energia normal. sucção medidos, no momento em que atingem a
estabilização, fossem os mesmos. No entanto,
3.2 Resultados do Modelo experimental este fato não foi constatado. Para cada valor de
sucção imposta ao corpo de prova, por
O ajuste de valores foi feito em dois cilindros sucessivas etapas de evaporação, os valores de
idênticos preenchidos com solo compactado. No sucção variam dentro de um determinado
primeiro cilindro foram utilizados os sensores intervalo, justificando os ajustes dos SMG feitos
numerados de 1 a 5 e no segundo foram no presente trabalho.
utilizados os sensores numerados de 6 a 10. As Na Figura 9 estão apresentados os resultados
Figuras 9 e 10 apresentam os valores de sucção da variação do SMG ao longo do período de 9 de
registrados pelos SMG 1 a 5, enquanto que nas maio a 14 de junho de 2017. É possível
identificar os períodos em que a amostra foi
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aberta para secagem. Após picos de sucção os Tabela 2. Médias de valores de sucção registradas
sensores tendem a estabilizar, como Média SMG 1 Média SMG 6 ao
Tempo ao 5 (kPa) 10 (kPa)
posteriormente aos dias 18, 24 e 27 de maio. Isso
acontece devido ao fechamento da amostra para 22/05/2017 08:15 15 16,4
estabilização dos SMG e tensiômetro. 25/05/2017 08:13 23,4 30,2
A Figura 10 apresenta os valores de sucção 01/06/2017 12:11 30,8 44
registrados pelos SMG e pelo tensiômetro em 5 06/06/2017 12:47 33,6 48
instantes diferentes do estudo. Foram 09/06/2017 08:50 39,4 58,2
selecionados momentos durante a estabilização e
após o fechamento das amostras contendo os
SMG e tensiômetro.
90
SMG 1
80
SMG 2
Leituras de Sucção [kPa]
70
SMG 3
60
SMG 4
50 SMG 5
40 Tensiômetro de campo
30
20
10
0
9/5 12/5 15/5 18/5 21/5 24/5 27/5 30/5 2/6 5/6 8/6 11/6 14/6
Dia e mês (2017)
22/05/2017 08:15
90,0
25/05/2017 08:13
Sucção [kPa]
80,0
70,0 01/06/2017 12:11
Figura 10. Relação entre os valores de sucção medidos pelos SMG 1 a 5 e o tensiômetro ao longo do tempo.
100
90 SMG 6
SMG 7
80
Leituras de Sucção [kPa]
SMG 8
70
SMG 9
60
SMG 10
50 Tensiômetro de campo
40
30
20
10
0
9/5 12/5 15/5 18/5 21/5 24/5 27/5 30/5 2/6 5/6 8/6 11/6 14/6
Dia e mês (2017)
20/05/2017 13:18
26/05/2017 07:52
90,0
30/05/2017 08:45
80,0
Sucção [kPa]
06/06/2017 12:47
70,0
09/06/2017 10:02
60,0
50,0
40,0
30,0
20,0
10,0
0,0
Tensiômetro SMG 6 SMG 7 SMG 8 SMG 9 SMG 10
Figura 12. Relação entre os valores de sucção medidos pelos SMG 6 a 10 e o tensiômetro ao longo do tempo.
Observa-se nas Figuras 11 e 12 que o SMG 6 encontrado para o sensor 5 nas Figuras 9 e 10.
apresenta pontos experimentais que ficaram De forma geral pode ser observado que as faixas
acima da faixa de valores registrada pelo de variação das leituras dos sensores ficam cada
tensiômetro, indicando que o mesmo mede vez maiores na medida em que aumenta o valor
sucções sempre maiores do que o valor médio da sucção do corpo de prova. Este fato
medido por todos os cinco sensores. Este provavelmente está relacionado ao início da
comportamento anômalo é semelhante ao que foi entrada de ar na estrutura do solo compactado
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4 CONCLUSÕES REFERÊNCIAS
Os ensaios para definição das equações de Fredlund, D. G., Rahardjo, H. (1993). Soil
calibração dos valores de sucção dos SMG Mechanics for Unsaturated Soils. John Wiley
permitiram um melhor entendimento do & Sons, INC, New York.
funcionamento e confiabilidade dos sensores Guan, Y., Fredlund, D.G. (1997). Use of the
utilizados em campo. Tensile Strength of water for the Direct
Os sensores SMG estudados apresentaram Measurement of High Soil Suction. Canadian
grande variabilidade nos resultados. A Geotechnical Journal, Vol. 34, pp. 604-614.
calibração única fornecida pelo fabricante não Mendes, R. M. Estudo das Propriedades
foi verificada por meio da calibração realizada de Geotécnicas de solos residuais não saturados
maneira que a variabilidade dos resultados de Ubatuba (SP). Tese de Doutorado - Escola
apresentou certa dispersão. Cada sensor teve Politécnica da Universidade de São Paulo.
uma tendência e nenhum deles pode ser usado São Paulo, p. 236. 2008.
sem correção. Yeh H. F., J. F. Chen, and C. H. Lee, (2004)
Recomenda-se a utilização do método de Application of a Water Budget Model to
ajuste dos dados quando não se dispõe de Evaluate Rainfall Recharge and Slope
tensiômetros de medida direta para conferência Stability, Journal of the Chinese Institute of
dos dados em campo. Sendo assim, como Environmental Engineering, 14 (4), 227-37.
estimativa da sucção, usa-se a média dos valores
encontrados pelos sensores.
O método com a calibração dos dados é
recomendado quando se dispõe de tensiômetro
que pode ser utilizado para inferir a leitura dos
sensores. A desvantagem é que os tensiômetros
habitualmente utilizados tem capacidade de
leituras reduzidas, até aproximadamente 90kPa.
Os SMG são vantajosos devido ao baixo custo
de aquisição, a facilidade de instalação, a
durabilidade das peças e por medir valores de
sucção muito superiores ao tensiômetro
convencional de medida direta. Porém, para a
utilização dos SMG é preciso realizar a
calibração de cada um deles e introduzir no
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RESUMO: O solo é um meio particulado formado por três principais componentes: sólidos, água e
ar. A gênese do solo depende basicamente das características oriundas do processo de intemperismo
do material rochoso, do qual se deu sua origem. Objetiva-se, com este trabalho buscou realizar a
caracterização pedogeotécnica de um perfil de Latossolo situado na área da Universidade Estadual
de Goiás (UEG), na cidade de Anápolis-GO. A metodologia para caracterização do solo consistiu,
em trabalhos realizados em campo e em laboratório, preconizados nos procedimentos conforme
normas EMBRAPA e ABNT. No aspecto morfológico, os resultados mostraram que o material em
estudo se trata de um Latossolo de coloração vermelho amarelada, plástico com presença pífia de
cascalho. Quanto ao aspecto geotécnico, os dados obtidos caracterizaram um solo com textura
predominantemente argilosa, com atributos plásticos e valores de densidade condizentes com os
propostos em literatura para materiais argilosos. Os dados permitem concluir que o estudo do perfil
de solo pode ser utilizado como indicador pedogeotécnico preliminar, dando subsídios para o
planejamento e implantação de atividades de uso e ocupação do solo.
Segundo Camapum de Carvalho et al. (2015), o Por possuir uma elevada abrangência no
processo de intemperização varia conforme as território brasileiro, esse tipo de solo denota
características geográficas presentes na região de variações ao longo de sua extensão podendo ser
formação dos solos, podendo-lhe conceder classificado como: Latossolo Vermelho muito
características peculiares referentes a sua argiloso ou argiloso, Latossolo Vermelho –
composição. Amarelo com textura argilosa ou média, dentre
Além do espaço geográfico, a profundidade outros. Por conta do grande número de variações
também é um fator importante no processo de é de suma importância fazer uso o de ferramentas
gênese do solo, podendo proporcionar que possibilitem sua correta discretização e
características físicas, químicas e mineralógicas classificação (SANTOS, H. G. et al, 2013).
distintas a medida em que é analisado a altura de Muitas ferramentas são utilizadas na
um perfil de solo. Essa distinção, permite dividi- engenharia e na agronomia para possibilitar a
lo em camadas denominadas horizontes. O caracterização e classificação dos solos no
conjunto de horizontes viabiliza caracterizar um Brasil. Dentre esses mecanismos, dar-se
perfil de solo, conferindo-lhe uma classificação, destaque ao uso da pedologia como agente
atualmente definida pelo Sistema Brasileiro de identificador. O emprego dessa ciência no
Classificação de Solos (IBGE, 2015). âmbito da engenharia, tem-se demonstrado
Caracterizar e classificar um solo do ponto de satisfatório em trabalhos analisados do ponto de
vista geotécnico, consiste em descrever as vista prático e econômico, no que diz respeito a
informações referentes as características físicas, classificação dos solos. Esse fato definiu
químicas e mineralógicas. Tais informações são diretrizes a serem tomadas em projetos, por meio
selecionadas e adquiridas com o uso de diversas de uma integração de dados (IBGE, 2015).
metodologias disponíveis na área tecnológica. Dentre as informações constantes nos
Quanto mais aprofundado o entendimento das levantamentos pedológicos passíveis de serem
incógnitas que regem um determinado correlacionadas diretamente, estão os dados
mecanismo de correlação, maior será a gama de gerais sobre o meio físico da região de interesse:
informações disponíveis para descrição final do relevo, clima, geologia e vegetação; os dados
solo em estudo (CAPUTO, 2015). mais específicos sobre as condições ambientais:
O Latossolo, quando comparado aos demais distribuição de áreas inundáveis, solos saturados
tipos de solos presentes em território brasileiro, e não saturados; características inerentes ao solo:
destaca-se por possuir a maior extensão aspectos mineralógicos, químicos e físicos; e,
geográfica de toda área nacional. No Cerrado, sob o ponto de vista mais aplicado, a ocorrência
sua abrangência estende-se, praticamente, por de solos expansivos, compressíveis e com maior
toda região com relevo característico variando de suscetibilidade à erosão (Santos, et. al., 2009).
plano a suave-ondulado, envolvendo chapadas Embora as informações obtidas do
ou vales. Além disso esse solo também ocupa levantamento de solos não substituam os ensaios
posições de topo até terço médio em encostas convencionais físicos, mecânicos e hidráulicos,
suave-onduladas (IBGE, 2015). típicos da geotécnica, entende-se que a sua
Os Latossolos, quanto ao aspecto visual, são utilização direta nas fases de avaliação
solos minerais, homogêneos, com pouca preliminar, desse tipo de metodologia, seja
diferenciação entre os horizontes, sendo então extremamente útil para definir a melhor
reconhecido com facilidade pela cor quase finalidade do material quanto ao planejamento
homogênea com o decorrer da profundidade. do uso e ocupação do solo (IBGE, 2015).
Quanto as características físicas, químicas e
mineralógicas, os Latossolos são profundos, bem
drenados e com baixa capacidade de troca de 2 OBJETIVO
cátions, com textura média ou mais fina (IAC,
2014). Fundamentado no melhor entendimento dos
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solos localizados na área do Câmpus Henrique que para a escolha do local de execução da
Santillo, o presente artigo, objetiva-se estudar o trincheira foi realizado o estudo preliminar e
comportamento pedogeotécnico das diversas topográfico do terreno buscando um terreno de
classes de solos, buscando subsidiar o da Universidade que fosse acessível e isento de
planejamento do uso do solo, potencial de interferência antrópica em sua composição de
fornecimento de material de construção (saibro, horizontes de solo.
argila, areia, etc), definição de traçado de obras A abertura da trincheira foi efetuada segundo
lineares e seleção de sítios para disposição final processo manual com a utilização de ferramentas
de resíduos e recuperação ambiental de locais básicas para o método de escavação (enxadão, pá
contaminados. redonda pequena, picareta, pá redonda grande e
pá reta). A trincheira apresenta 1,20 metros de
largura e 2,7 metros de comprimento com 1,20
3 METODOLOGIA metros de profundidade. Todo o procedimento
aqui descrito para abertura da trincheira
3.1 Área de Estudo fundamentou-se no processo executivo
estabelecido por IBGE (2015).
As amostras de solo utilizadas para os ensaios
laboratoriais foram coletadas a partir de uma 3.2 Procedimento de Ensaios
trincheira escavada à aproximadamente 800
metros a Leste da rodovia BR 153, dentro dos 3.2.1 Quantitativo de Terra Fina, Cascalho e
limites da Universidade Estadual de Goiás no Calhaus
Campus de Ciências Exatas e Tecnológicas
Henrique Santillo, na cidade de Anápolis – GO A determinação do quantitativo de materiais foi
(Figura 3.1). realizado conforme metodologia adotada pela
Embrapa (1997). Basicamente, as amostras
coletadas foram posicionadas para secagem à
umidade higroscópica e posteriormente levadas
para peneiramento. Nesta etapa foram utilizadas
peneiras de malhas de 20mm e 2mm, sendo que
com o material retido em ambas se determinou,
respectivamente, o quantitativo de calhaus e
cascalho. E, com o material passante pelas
malhas, se quantificou o total de terra fina.
todavia fazendo uso de Erlenmeyers como Embrapa (1997) e seguiu o mesmo procedimento
recipientes. adotado para análise granulométrica,
diferenciando apenas no processo de
3.2.3 Densidade Aparente, de Partículas e peneiramento e na determinação da argila. No
Porosidade Total peneiramento a fração retida foi descartada por
não ser utilizada no processo executivo de ensaio
A determinação das densidades aparente e de e para obter a fração de argila dispersa foi
partículas foram realizadas conforme realizada a medição da densidade do material
metodologia adotada pela Embrapa (1997). Para com auxílio de um densímetro, e por meio da
a primeira foram coletadas amostras relação entre entre densidade e volume do
indeformadas de solo in situ com auxílio de um recipiente foi determinado a quantidade de argila
molde metálico. O material então foi pesado e a dispersa. E com a relação entre o quantitativo de
densidade foi obtida por meio da relação entre a argila e de argila dispersa em água foi
massa do conjunto e do volume do molde. Já determinado o grau de floculação da amostra de
para a outra densidade foi pesado 20g de solo e solo.
então colocado em estufa por um período de 24h.
A amostra foi retirada e colocada em balão 3.2.6 Limites de Consistência e Pegajosidade
volumétrico de 50mL, onde foi inserido álcool
etílico até atingir o volume total do balão. Com A determinação limites de consistência foi
o volume de álcool inserido no balão foi realizada conforme descrito pela ABNT NBR
determinada a segunda densidade. Por meio da 6459:2016 e ABNT NBR 7180:2016, e o limite
relação entre as duas densidades foi determinada de pegajosidade conforme Embrapa (1997). Para
a porosidade total do solo. o primeiro foi realizado, com auxílio do aparelho
de casa grande, os ensaios de limite de liquidez
3.2.4 Análise Granulométrica do solo e, com auxílio de uma placa esmerilhada,
os ensaios de limite de plasticidade. Com a
A determinação da análise granulométrica foi diferença entre os valores obtidos com os dois
realizada conforme metodologia adotada pela ensaios foi possível determinar o limite de
Embrapa (1997). Inicialmente, foi colocada uma consistência do solo. Já para o outro ensaio,
fração da amostra de solo submersa em determinou-se a umidade necessária para que a
defloculante (hidróxido de sódio) e deixada em amostra de solo aderisse a uma superfície
repouso por um período de 24h. Posteriormente metálica lisa.
a amostra foi levada para dispersão e então
lavada em uma peneira com abertura de 3.2.7 Peso Específico dos Grãos
0,053mm. A amostra lavada foi colocada em
uma proveta de 1000mL onde foi tomada a A determinação do peso específico dos grãos foi
temperatura de cada para determinação do tempo realizada conforme metodologia adotada pela
de sedimentação. Concluído o tempo, foi feita a ABNT NBR 6458:2016. Para esse ensaio, foi
coleta de 50ml da amostra para determinação do tomada uma fração da amostra para realização de
quantitativo de argila. A amostra retida na sua dispersão. Posteriormente a amostra foi
peneira, foi levada a estufa por um período de transferida para um balão volumétrico, onde foi
24h e então feito o peneiramento para retirado o ar presente no interior do solo. O
determinação do quantitativo de areia e silte. recipiente com a amostra foi pesado e então
determinado seu peso específico por meu da
3.2.5 Argila Dispersa e Grau de Floculação relação da massa de solo e seu volume ocupado
na vidraria.
A determinação da argila dispersa em água foi
realizada conforme metodologia adotada pela
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P2BA, P2Bw1 e P2Bw2 tem-se teores próximos a do solo que, segundo a classificação de Jenkins,
100% do material. Esse fato pode indicar que o encontra-se como medianamente plástico.
perfil em estudo, está sob influência forte Mbagwu e Abeh (1998) discorrem sobre a
processo de intemperização. Santos (2013) importância em se analisar o estado de
caracteriza o Latossolo como um solo plasticidade de um material (limite de
constituído por minerais que apresenta um plasticidade, liquidez e índice de plasticidade).
elevado estádio de intemperização, Segundo os autores a correlação entre esses
corroborando com os resultados encontrados. índices tem grande aplicação em avaliações de
Na tabela 2, verifica-se uma predominância solos para uso em infraestrutura, tais como,
de argila nos horizontes em estudo, exceto para estradas e estruturas para armazenamento e
a camada P2Bw2, caracterizando o teor plástico do retenção de água.
material. Atterberg, citado por Renedo (1996) Vale ressaltar também que uma das
comprovou que, à medida em que aumenta o características mais importantes para a
conteúdo de argila do solo, aumentam também engenharia é a consistência do solo. Esse atributo
os valores do índice de plasticidade; desta forma, contribui na determinação do comportamento do
quanto maior é a relação da superfície total das solo, frente determinados estados de tensões e
partículas de argila em relação ao seu volume, deformações. Essa característica se repete
maior número de moléculas de água é capaz de também com o grau de consistência, em que esse
absorver e, por conseguinte, serão mais elevados exerce considerável influência sobre o regime de
os valores dos limites de Atterberg. Desta forma, água presente no solo, afetando a condutividade
os valores obtidos para os índices de hidráulica e permitindo fazer-se inferências
plasticidades das amostras estudadas corrobora sobre a curva de umidade.
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AGRADECIMENTOS
Terezinha Espósito
Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
Belo Horizonte, Brasil
tjespositobarbosa@gmail.com
2.2 Métodos
As Figuras 20 a 23 apresentam os
comparativos para coesão e ângulo de atrito
(TTT e TTE), obtidos em ensaios CIU e CIUnat
para amostras deformadas e indeformadas. Figura 23. Ângulo de atrito TTT e TTE em ensaios
CIUnat
5 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
Según datos de USBR (1998), los proyectos 1.4. Fibra como refuerzo de suelos
especifican el uso de la cal para estabilización
mediante la adición de una cantidad mínima Para Taylor (2013), está consensuado que el
capaz de producir un suelo no dispersivo. mayor potencial de los materiales compuestos
Sherard et al. (1976b) realizaron decenas de fibrosos está en el estado post-fisuración, en
ensayos Pinhole en diferentes arcillas donde las fibras contribuyen de forma más
dispersivas modificadas con pequeñas efectiva en la resistencia del material,
cantidades de Ca (OH)2 (1% a 4% respecto al aumentando así su capacidad de absorción de
peso seco). En todos los casos, sin excepción, el energía.
suelo cambió para no dispersivo. Las fibras no impiden la formación de fisuras
en el compuesto, pero son capaces de aumentar
1.2. Suelos sulfatados la resistencia a tracción por el control de la
propagación de fisuras (Taylor, 2013). Según
La expansión inducida por sulfatos conocido Johnston (1994), Las fibras en una matriz
como sulfate induced heave es atribuida a la cimentada pueden en general tener dos efectos
presencia de sulfato en los suelos o en el agua importantes. Primero, tienden a reforzar el
de los suelos, ocurriendo cuando la cal o compuesto sobre todos los modos de carga que
cemento se utilizan como estabilizantes de estos inducen tensiones de tracción, esto es, tracción
suelos (HUNTER, 1988). Varias investigaciones indirecta, flexión, y cizallamiento, y,
han demostrado que el uso de estabilizadores a secundariamente, mejoran la ductilidad y la
base de calcio con suelos ricos en sulfato puede tenacidad de una matriz con características
conducir a un nuevo problema en lugar de frágiles. El funcionamiento de las fibras como
mitigarlo (BITTAR, 2017). elementos de refuerzo es entonces comandado
por las características de deformabilidad del
1.3. Cal como agente mejorador de suelos suelo y por la forma de distribución de estas
deformaciones, que dependen del tipo de
De acuerdo con Little (1995), dos fases ocurren solicitación al cual el material está siendo
en el proceso de estabilización de las mezclas de sometido.
suelo-cal. La primera involucra prácticamente
las reacciones inmediatas de intercambio de 2. MATERIALES
cationes y floculación, que se desarrollan poco
después de la adición de la cal al suelo y pueden 2.1. Suelo
ocurrir en minutos o días. La segunda involucra
las reacciones puzolánicas, que son responsables En la presente investigación el suelo utilizado
del aumento continuo de la resistencia mecánica fue un suelo arcillo-limoso originario de la
de las mezclas de suelo-cal pudiendo llevar región occidental (chaco) paraguaya. El local de
meses o hasta años para ser concluidas. préstamo de suelo se encuentra en la ciudad de
Recientes investigaciones relatan el uso de la Filadelfia.
relación volumen de vacíos/volumen de agente De esta forma, las propiedades del suelo se
cementante en la predicción del comportamiento resumen en la tabla 2.1 y tabla 2.2. Los ensayos
mecánico de suelos artificialmente cementados, químicos referentes a la cuantificación de sales
utilizando agentes como cal, cemento, cal- y sulfatos solubles siguieron las
cenizas, en diferentes tipos de suelos como recomendaciones de las normas (ASTM C1580,
arenas, suelos residuales, arcillas dispersivas y 2010) y (SMEWW, 1989). Como resultado se
sulfatadas (Foppa, 2005), (Consoli et al., 2009), obtuvo una cantidad de 1100 ppm de sulfatos
(Quiñónez Samaniego, 2015), (Bittar, 2017), solubles.
dicha relación fue utilizada en este trabajo.
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Tabla 2.1 Propiedades físicas del suelo Las propiedades se presentan en las Tablas 2.3 y
Propiedades Valores Norma 2.4.
Limite Liquido (LL) 27 ASTM D4318-10
Limite Plástico (LP) 15 ASTM D4318-10 Tabla 2.3 Características mecánicas de la fibra
Índice de Plasticidad Polipropileno mono
12 ASTM D4318-10 Materia prima
(IP) polímero
Peso Específico Real de 26,68 Peso específico 0.91 g/cm3
ASTM D854-14
los Granos (G) kN/m³
% Pasante Tamiz #200 80% ASTM D6913-10 Temperatura de fusión 160 0C
% Materia Orgánica 0.57% ASTM D2974-10 Resistencia a la tracción 300 Mpa (Nmm2)
pH 7.6 ASTM D4972-01
Módulo de Young 3 GPa
Dispersión (Pinhole) ND3 ASTM D4647-13
Área Muy buena resistencia a los ácidos, alcalinos y sales
Sherard et al.
Dispersión (SAR) Dispersiv (1976b)
a Tabla 2.4 Características físicas de la fibra
ASTM C1580-10/ Diámetro 18 µm
Sulfatos Solubles 1100 ppm SMEWW
Clasificación SUCS CL ASTM D2487-11 Sección Circular
Clasificación AASHTO A6 ASTM D3282-15 Largo 12mm
para aumentar la integración entre las capas Los cuerpos de prueba fueron moldados em
superpuestas. moldes con dimensiones de 54 mm de diámetro
Por fin los cuerpos de pruebas se almacenaban e 21 mm de altura de modo a clavar el anillo
para su curado a una temperatura de 20 ° ± 2 ° C muestreador de consolidación en el material
o 40 ° ± 2 ° C. compactado y este quede adecuadamente preso
en el mismo. Los cuerpos de prueba fueron
3.2. Ensayos de Resistencia a Compresión moldados con compactación estática.
Simple
4. RESULTADOS
El ensayo se realizó con una tasa de
deformación constante de 1,0 mm por minuto. 4.1. Efecto de la temperatura de curado en la
Los procedimientos descritos siguieron la norma resistencia a compresión simple.
(ASTM D5102, 1996). Para evitar el efecto de
la succión, los cuerpos de prueba se saturados En las Figuras 4.1, 4.2, 4.3, 4.4, 4.5 y 4.6 se
sumergiendo en agua al menos 24 horas antes de presentan las curvas de ajuste de la variación de
la realización del ensayo, el agua se mantenía a la resistencia a la compresión en función al
una temperatura de 20 ± 2 ° C. porcentaje de cal para 7 y 28 días de curado.
Cada curva, aisladamente, tiene la misma masa
3.3. Ensayos de Durabilidad por Mojado y específica aparente seca y todos los puntos
Secado poseen el mismo contenido de humedad (ω =
13%). Las muestras de suelo-cal se muestran a
Los ensayos de durabilidad fueron realizados diferentes temperaturas de curado.
basados en la norma ASTM D559, el cual
evalúa la durabilidad de probetas de suelo
cemento a través del porcentaje de pérdida de
masa de probetas luego del cepillado después de
12 ciclos de secado e mojado e con la
utilización de probetas cilíndricas de 101,6 ± 0,4
mm de diámetro e 116,43 ± 0,3 mm de altura,
moldados en compactación estática.
Primeramente, se procede a la inmersión de la
probeta por cinco horas para después ser secado
a estufa por 42 horas a una temperatura de 71 ±
3°C, e al final es realizado el cepillado en las Figura 4.1 Efecto de la temperatura de curado sobre la
fases laterales, en la base y en el tope de acuerdo resistencia a la compresión simple de una muestra de
suelo-cal con peso específico de 1,70 kN/m³ a los 7 días.
con la norma finalizando así un ciclo.
Figura 4.2 Efecto de la temperatura de curado sobre la Figura 4.6 RCS de una muestra de suelo-cal con peso
resistencia a la compresión simple de una muestra de específico de 1,90 kN/m³ a los 28 días.
suelo-cal con peso específico de 1,80 kN/m³ a los 7 días.
4.2. Efecto de la adición de fibras sobre la
resistencia a compresión simple del geo-
material.
Figura 4.8 Efecto de la adición de fibras sobre la Figura 4.11 Efecto de la adición de fibras sobre la
resistencia a la compresión simple de muestras de suelo- resistencia a la compresión simple de muestras de suelo-
cal y suelo-cal-fibras con peso específico de 1,80 kN/m³ a cal y suelo-cal-fibras con peso específico de 1,80 kN/m³ a
los 7 días. los 28 días.
que esta relación es capaz de controlar el 1,9 3,22 0,73 0,26 0,26 - 0,33 0,13 0,69
γd
comportamiento del geomaterial en términos de (kN/ 1,8 2,45 0,73 0,51 0,73 - 0,51 0,18 0,89
la durabilidad. 3
m)
1,7 3,11 0,44 0,44 0,29 - 0,55 0,51 0,95
5. CONCLUSIONES
RESUMO: A compactação dos solos é uma atividade fundamental nas obras geotécnicas e sua
correta execução é capaz de promover melhorias significativas no comportamento do solo. O
controle da compactação em campo representa a alternativa viável para melhoria de solos
colapsíveis. Nesse contexto, esta pesquisa trata de um estudo sobre a compactação como método de
melhoria de um solo colapsível arenoso proveniente da região de Bauru-SP. Ensaios de
caracterização, de compactação Proctor Normal e ensaios edométricos com inundação em uma
determinada tensão compõem o programa experimental dessa pesquisa. Constatou-se, com os
resultados obtidos, que as deformações por colapso diminuem com o aumento do grau de
compactação do solo, demonstrando o benefício da compactação na redução de problemas
resultantes da colapsibilidade dos solos.
1.90
1.85
1.80
1.75
5 6 7 8 9 10 11 12 13 14
w (%)
Figura 3. Curva de compactação na energia Proctor
normal.
5 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
Francielle Rocha
Universidade Federal do Rio Grande, Rio Grande, Brasil, rochafrancielle@outlook.com
RESUMO: O presente artigo visa contribuir para o melhor entendimento da influência da salinidade
nos limites de consistência e na distribuição granulométrica de amostras de solos artificiais a base
de caulim e bentonita. A análise das propriedades físicas de 6 amostras de solo artificiais foi
realizada. Os dois traços propostos (100% de caulim e a mistura de 85% de caulim e 15% de
bentonita), foram analisados com a adição de soluções de cloreto de sódio com concentrações de 10
g/l e 30 g/l. Os valores dos limites de liquidez foram avaliados através de ensaios utilizando o
aparelho de Casagrande e o cone de queda livre, propostos nas normas NBR 6459 (ABNT, 2016) e
BS 1377 (1990), respectivamente. Os resultados dos ensaios de sedimentação mostraram que a
salinidade não alterou a distribuição granulométrica das amostras estudadas. Porém, o Limite de
Liquidez e o Índice de Plasticidade tem uma redução proporcional ao aumento da salinidade e a
redução do teor de bentonita nas amostras.
25%. Estes resultados são semelhantes aos salina em amostras com o teor de bentonita de
encontrados por BJERUM E ROSENQVIST 15% e variações pouco significativas nas
(1956) em experimentos com amostras da argila amostras com a predominância do caulim.
de Asrum sedimentadas artificialmente em
laboratório.
O Índice de Atividade Coloidal do solo T(0-
0) foi de 0,14 (Tabela 4). Valores de Ia < 0,75
representam um comportamento de solo inativo
e um indicativo de uma argila 1:1. A redução
pouco significativa (0,12 a 0,11) com o
aumento da concentração salina nas amostras
com 100% de caulim, T(0-0)S10 e T(0-0)S30,
evidencia o comportamento pouco ativo
condizente com a mineralogia de argila
dominante (caulinita). Figura 7. Correlação entre limite de liquidez e
Por outro lado, a adição de 15% de bentonita concentração de NaCl para os traços T(0-0) e T(15-0).
acarretou um aumentou do Ia para 0,41 na
amostra de referência T(15-0) (Tabela 4). Este
aumento da atividade coloidal é função do teor
de bentonita nas amostras, tendo em vista que a
bentonita é um argilo-mineral bastante ativo,
2:1. O aumento da concentração salina nas
amostras T(15-0)S10 e T(15-0)S30 acarretou
uma redução significativa no valor do Ia quando
comparadas com a amostra de referência T(15-
0), evidenciando a interação da bentonita com o
NaCl.
A Figura 7 apresenta a variação do Limite de
Liquidez em função do aumento da
Figura 8. Correlação entre índice de plasticidade e
concentração salina. Para as amostram com concentração de NaCl para os traços T(0-0) e T(15-0).
100% de caulim pouca ou nenhuma influência
da concentração salina foi observada nos A Figura 9 apresenta a variação do Índice de
valores de LL. Entretanto, uma redução de cerca Plasticidade em função do Limite de Liquidez.
18% no valor de LL foi observada para a As amostras compostas por 100% de caulim
amostra T(15-0)S30 quando comparada com a ficaram concentradas em uma mesma região
amostra de referência T(15-0). Este levemente abaixo da linha A, indicando um
comportamento evidencia a interação da fração comportamento siltoso do material e com pouca
da bentonita e o NaCl. influência da salinidade.
A Figura 8 apresenta a variação do Índice de Todas as amostras com um teor de 15% de
Plasticidade, IP, em função do aumento da bentonita ficaram acima da linha A. A amostra
concentração salina. Tendo em vista que o valor T(15-0) é o ponto mais a direita da linha B,
de IP é dado pela subtração do LL pelo LP e os indicando maior compressibilidade. O aumento
valores de LP foram praticamente constantes, o da concentração salina aproximou os pontos do
comportamento apresentado na Figura 8 foi traço T(15-0) da linha B. Este comportamento
semelhante ao da Figura 7. Assim, podemos pode ser tomado como um indicativo de que o
concluir que o Índice de plasticidade apresentou aumento da salinidade pode diminuir a
uma redução com o aumento da concentração compressibilidade do solo.
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4 CONCLUSÕES REFERÊNCIAS
ABNT – Associação Brasileira De Normas Técnicas.
O presente trabalho estudou a influência da (2016) Amostras de solo – Preparação para ensaios de
salinidade nos limites de consistência e na compactação e caracterização: NBR 6457. Rio de
distribuição granulométrica de amostras de Janeiro, 9p.
solos artificiais a base de caulim e mistura de ABNT – Associação Brasileira De Normas Técnicas.
(2016) Solo – Determinação do limite de liquidez:
caulim com bentonita. NBR 6459. Rio de Janeiro, 5p.
Os resultados das curvas granulométricas ABNT – Associação Brasileira De Normas Técnicas.
não se mostraram influenciados pela adição de (2016) Solo – Determinação do limite de plasticidade:
solução salina em ambos os traços estudados. O NBR 7180. Rio de Janeiro. 3p.
peso específico real dos grãos não apresentou ABNT – Associação Brasileira De Normas Técnicas.
(2016) Solo – Análise granulométrica: NBR 7181.
variação relevante nas diferentes amostras de Rio de Janeiro. 12p.
solo estudas. Bjerrum, L., Rosenquist, I. (1974), Some experiments
A comparação entre os métodos para a with artificially sedimented clays. Geotechnique. V 6,
determinação do limite de liquidez, aparelho de pp. 124-136.
Casagrande e cone de queda, apresentou uma British Standard. (1990) Methods of test for soils for
Civil Engineering purposes. BS 1377.
pequena variação nos seus valores. Para o traço Hajela, R. B.; Bhatnagar, J. M. (1972). Applications of
composto por 100% caulinita a diferença entre rheological measurements to determine liquid limit of
os métodos foi maior em comparação aos soils. Soil Science. U.S.A. V114(2), p.122- 130.
valores encontrados para o traço com 15% de Locat, J.; Demers, D. (1988) Viscosity, yield stress,
bentonita. remolded strength, and liquidity index relationship for
sensitive clays. Canadian Geotechnical Journal.
Os valores do Limite de Plasticidade não Canadá, V 25, p. 799-806.
apresentaram variações significativas tanto para Naeini, S.A., Jahanfar, M.A. (2011) Effect of Salt
o aumento do teor de bentonita quanto para o Solution and Plasticity Index on undrain Shear
aumento da concentração salina. Por outro lado, Strength of Clays. World Acedemy os Science,
Engineering and Technology International Journal of
o Limite de Liquidez e o Índice de Plasticidade
Materials and Metallurgical Engineering. V. 5, N. 1.
tem uma redução proporcional ao aumento da Noorany, I. (1984) Phase Relations in Marine Soils.
salinidade e a redução do teor de bentonita nas Journal of Geotechnical Engineering. V110, n.4, p.
amostras. 539-543.
O Índice de Atividade Coloidal da amostra Pinto, C.S. (2000) Curso básico de Mecânica dos Solos
em 16 aulas. São Paulo: Oficina de Textos, 247p.
T(0-0) foi de 0,14 e na amostra T(15-0) de 0,41,
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Alexandre Cardoso
Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Curitiba, Paraná, alexandrecardosomj@gmail.com
Wagner Teixeira
Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Curitiba, Paraná, teixeira.wagner@hotmail.com
Igor Dalmagro
Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Curitiba, Paraná, igordalmagro@gmail.com
por Bigarella & Salamuni e compreende uma ineficácia na obtenção da densidade mínima a
área de cerca de 3000 km² na região da Grande ser alcançada na compactação de um solo, não
Curitiba, Paraná. Em essência é formada por satisfaz os requisitos de rigidez assumidos no
sedimentos argilosos, argilo-siltosos ou silto- projeto, o que ocasionará uma deficiência na
argilosos, encontra-se também a presença de segurança e funcionalidade da porção
lentes de areias arcosianas com alto teor de compactada (Izquierdo, Querol e Vazquez,
feldspato, conglomerados e horizontes de 2010).
caliches (depósitos carbonáticos) (Salamuni, Izquierdo, Querol e Vazquez (2010)
1998). realizaram um estudo avaliando uma amostra de
O ensaio de compressão simples determina a solo confinada em um molde cilíndrico, sujeito à
resistência de compressão do solo coesivo em queda livre de um martelo padrão sob diferentes
termos de tensões totais, indicando o quanto de números de golpes. O teste resultou em
carga máxima será suportado até ruptura de um informações sobre a relação entre a densidade
material (ASTM D 2166, 2000). seca e o teor de água em diferentes condições de
Bordignon (2015) realizou um estudo com energias de compactação, sendo 4,5 vezes maior
um solo representativo da Formação no ensaio Proctor Modificado do que no Proctor
Guabirotuba, utilizando corpos de provas nas Normal.
dimensões de 50 mm de diâmetro e 100 mm de A compactação de solos in situ é diferente da
altura. A compactação dos corpos de prova foi compactação feita por Proctor utilizando solos
dividida em três camadas. O autor obteve uma homogeneizados com aplicação de energia
resistência a compressão simples de 140 kPa constante. No entanto, esse ensaio é um bom
para energia de compactação normal e de 243 indicador da sensibilidade dos solos à
kPa para energia de compactação intermediária. compactação em campo (Barzegar, Asoodar e
A tensão de compressão não confinada é uma Ansari, 2000).
medida típica usada na aplicação DSM (Deep Este trabalho tem como objetivo apresentar a
Soil Mixing) e é equivalente a duas vezes a influência da energia de compactação na
resistência de cisalhamento não drenada resistência ao cisalhamento de um solo da
(Timoney e Mccabe, 2017). Os mesmos autores Formação Geológica Guabirouba.
realizaram uma estabilização de um solo silte
argiloso orgânico, com LP = 28% e LL=75%, 2 MATERIAIS E MÉTODOS
com cimento Portland e verificaram uma força
de compressão não confinada de 800 kPa e uma 2.1 Materiais
resistência ao cisalhamento não drenada de 15
kPa a uma tensão de moldagem de 4 kPa. 2.1.1 Solo
O teste de compactação de solos, também
conhecido por Proctor, é o procedimento mais O solo foi coletado no Município de São José dos
utilizado para se estudar e avaliar a redução do Pinhais/PR. O talude onde o solo foi coletado
volume de vazios em solos conforme uma está exposto na Figura 1.
variação de quantidade de água presente em seu
meio. Desse processo resultam as curvas de
compactação com a finalidade de se determinar
os valores de conteúdo crítico de água para a
compactação e a densidade máxima do maciço
terroso (Aragón et al., 2000).
Parâmetros de compactação são essenciais e
garantem o grau de rigidez e propriedades
mecânicas que são assumidas na garantia da
estabilidade estrutural e vida útil de projetos. A Figura 1 – Talude com solo à mostra
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2.1.2 Água
A obtenção da umidade ótima e do peso unitário - Dimensões dos corpos de prova: variações de
seco máximo foi conduzida conforme norma diâmetro em ±0,5 mm e altura em ±1 mm;
NBR 7182 (ABNT, 2016). Os resultados de - Massa específica aparente seca (γd): dentro de
compactação estão apresentados na Tabela 2. ±1% do valor alvo;
- Teor de umidade (ω): dentro de ±0,5% do valor
2.2.3 Ensaios de Resistência à compressão alvo.
simples
3 RESULTADOS
As características de resistência à compressão
foram obtidas por meio do ensaio de compressão 3.1 Ensaio de Caracterização
simples não confinado. O teste foi conduzido de
acordo com a norma D 2166 (ASTM, 2016) em 3.1.1 Solo
uma prensa eletromecânica e microprocessada
(EMIC), com uma velocidade de deformação A Figura 3 mostra a curva granulométrica do
constante de 1 mm / min. Foi construído um solo. A umidade higroscópica encontrada do
aparato de compactação especificamente para a solo in situ é próxima a 40%.
moldagem, conforme mostrado na Figura 2 com
dimensões de 50 mm de diâmetro por 100 mm
de altura.
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100 17,0
90 16,5
Porcentagem que Passa (%)
16,5
Peso Específico Seco Máximo (KN/m³)
16,0
15,5
15,0
14,5
Solo
14,0
Caroline M. De C. Rosenbach
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Porto Alegre, Brasil,
carolmomoli@gmail.com
Thaís M. De Paula
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Porto Alegre, Brasil,
thaismartinsdepaula@gmail.com
RESUMO: O uso de resíduos industriais, como cinzas volantes provenientes da queima de carvão,
em obras de terra, é de grande interesse para engenheiros geotécnicos, pois reduz o consumo de
recursos naturais. Dentro deste contexto, a adição de 0,5% de cloreto de sódio (NaCl) e 0,5% de
fibras de polipropileno a misturas de areia de Osório - Cinza volante - Cal dolomítica é avaliada
nesta pesquisa em termos de resistência à compressão não confinada e durabilidade à exposição a
ciclos de congelamento-degelo (FT) e ciclos de molhagem-secagem (WD). Foram definidos três
teores de cal dolomítica (3%, 5% e 7%) e pesos específicos secos (14, 15 e 16 kN/m³). Todos os
corpos de prova foram curados a 23°C, por 7 dias. A adição de NaCl se demonstrou mais efetiva no
aumento da resistência a compressão simples da mistura em comparação a adição de fibras
(aumento de resistência de até 35,6% com a adição de NaCl, 24,6% com adição de fibras e 49,5%
com adição conjunta de fibras e NaCl). Os resultados de durabilidade mostraram que as misturas
submetidas a ciclos de molhagem-secagem (WD) apresentaram melhor desempenho que quando
submetidas a ciclos de congelamento-degelo (FT). Sendo que a adição de fibras proporcionou um
maior ganho de durabilidade do que a inclusão de NaCl tanto para os ciclos de FT e WD.
Constatou-se a efetividade da aplicação do índice porosidade/teor volumétrico de cal na estimativa
da resistência a compressão confinada e do comportamento a longo prazo (durabilidade) das
misturas com ou sem adição de fibras de polipropileno e cloreto de sódio.
nomenclatura dos corpos de prova foi definida ASTM D 560 (2016). Após o período de cura
da seguinte forma: Peso específico seco / % de de 7 dias, os procedimentos de teste
Cal / % de Sal / % de Fibra (sigla em inglês do determinaram as perdas de massa geradas
tipo de ensaio de durabilidade: WD-molhagem durante 12 ciclos de congelamento e degelo,
e secagem; FT – congelamento e degelo). com escovagens entre estes ciclos. Cada ciclo
Exemplo: para uma mistura com peso começa com o congelamento do corpo de prova
específico seco de 15 kN/m³, 5% de cal, 0 % de a uma temperatura inferior a -23 °C por 24h.
sal e 0% de fibras, submetida a ciclos de Em seguida, o espécime era colocado em
congelamento e degelo, a nomenclatura do câmara úmida com temperatura de 21+/-2 °C e
espécime será: γd14/C5/S0/F0 (FT). umidade relativa de 100% por 23h. Finalmente,
É importante citar que a porcentagem de os espécimes são escovados com uma força de
CFA foi mantida constante (25%) em todas as aproximadamente 13,3 N. A norma ASTM D
misturas. Para as amostras com fibras ou sal, foi 560 (2016) recomenda que todas as áreas do
aplicado um teor de 0,5% em relação ao peso espécime sejam escovadas duas vezes,
seco da mistura, com base na experiência lateralmente seriam necessários de 18 a 20
internacional (por exemplo, Prakbar e Sridhar escovadas. Logo, adotou-se um número fixo de
2002, Ibraim e Fourmont 2006, Festugato et al. 19 escovadas em cada ciclo, independente se
2017). Os espécimes foram estaticamente eram escovadas mais de duas vezes cada área
compactados em 3 camadas em moldes do corpo de prova.
cilíndricos. Posteriormente, foram extraídos dos
moldes e seus pesos, diâmetros e alturas foram 2.2.4 Ensaios de Durabilidade – Molhagem-
medidos com precisão de 0,01 g e 0,1 mm, Secagem (WD)
respectivamente. Os corpos de prova foram
curados em sala úmida a 23º ± 2ºC e umidade Os ensaios de durabilidade (Molhagem-
relativa de pelo menos 95% (ASTM 2016). Secagem) foram realizados de acordo com a
ASTM D 559 (2015). Após o período de cura
2.2.2 Ensaios de Compressão Simples (não- de 7 dias, os procedimentos de teste
confinada) determinaram as perdas de massa produzidas
durante 12 ciclos de molhagem e secagem,
Os ensaios de compressão seguiram a norma seguidos de escovadas. Cada ciclo inicia-se
ASTM C 39 (2010). Antes do teste ser colocando os espécimes submersos em água por
realizado, os espécimes foram imersos em água 5 horas a 23+/-2 °C. Em seguida, os corpos de
durante 24 horas, visando completa saturação, prova são colocados em uma câmara de
reduzindo a sucção (Consoli et al. 2011). A temperatura controlada a 71+/-2 °C por um
temperatura da água foi controlada e mantida a período de 42 horas. Por último, os espécimes
21+/-2 °C. A prensa automática utilizada possui são escovados várias vezes - em média 22 a 24
capacidade máxima de 100 kN, com anel vezes - para cobrir toda a superfície da amostra
dinamométrico calibrado com capacidade de 10 duas vezes, usando uma força de
kN, e resolução de 0,005 kN (0,5 kgf). A aproximadamente 13,3 N. Sendo este
velocidade de deformação destes ensaios foi de procedimento repetido mais 11 vezes.
1,14 mm por minuto.
3 RESULTADOS E ANÁLISES
2.2.3 Ensaios de Durabilidade – Congelamento-
Degelo (FT) 3.1 Influência do Índice η/Liv na Resistência à
Compressão Não Confinada (qu)
Os ensaios de durabilidade (Congelamento-
Degelo) foram realizados de acordo com a
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4 CONCLUSÕES
Nos minerais formadores das rochas, que são Este trabalho foi desenvolvido por meio de
isolantes naturais, a condutividade elétrica investigações experimentais em laboratório e
ocorre de forma iônica através do caminhamento complementares in situ. A investigação
elétrico pela água existente nos poros do material experimental laboratorial deu apoio ao projeto e
(água intersticial), diferentemente dos materiais à escolha dos materiais para a construção do
metálicos e da grafite onde a condução da sistema geofísico proposto (sonda), além de
corrente ocorre, principalmente, por passagem viabilizar a realização de medidas com o sistema
de elétrons pelo material. Entretanto ressalta-se desenvolvido, comparando-se valores
que, em alguns casos como o das rochas padronizados de condutividade com os valores
cristalinas, com baixa a baixissíma porosidade medidos e calculados.
intergranular, o caminhamento elétrico ocorre ao
longo de fraturas e fissuras do corpo rochoso. 3.2.1 Projeto, Confecção e Montagem da Sonda
Elis et al. (2004) e Bolinelli Jr. et al. (2005), nos
resultados obtidos para a caracterização Considerando a proposta de um equipamento
geoambiental do subsolo através de medidas de robusto e de fácil transporte e cravação, a sonda
resistividade elétrica, enfatizam a forte foi projetada com componentes metálicos para a
influência da gênese, da textura, do tipo de condução do sinal elétrico e componentes
argilomineral presente na fração fina dos poliméricos que pudessem ter a função de
horizontes prospectados e do grau de saturação isolante elétrico. Portanto, no projeto da sonda,
no valor da resistividade do solo. houve a necessidade de considerar não só a
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realização dos ensaios e medidas no campo, mas Cabe destacar que foram confeccionados 3
também a natureza e condições dos terrenos a conjuntos de anéis metálicos (elétrodos) de
serem investigados. diferentes espessuras (he = 3 mm, 11 mm e 15
O projeto da sonda subdivide-se em duas mm) e 3 conjuntos de anéis espaçadores com as
grandes partes: o projeto mecânico seguintes dimensões: hi = 10 mm, 21 mm e 30
contemplando a arquitetura em si, formada pelo mm, possibilitando, desta forma, a montagem de
corpo, haste e elétrodos e o projeto elétrico 9 diferentes arranjos para a sonda proposta.
constituído por um circuito oscilador eletrônico
para geração de tensão alternada em 1 kHz. 3.2.2 - Projeto do circuito oscilador eletrônico
A figura 1 mostra o projeto da sonda
realizado em 3D e que serviu de base para a sua Paralelamente à confecção da estrutura da
fabricação. sonda, foi montado um circuito eletrônico com a
intenção de alimentar o sistema com corrente
alternada (Figura 3). O circuito é constituído
basicamente por um oscilador sinusoidal de 1
kHz que excita um conversor tensão-corrente,
baseado em um amplificador operacional com
alta capacidade de corrente. O sistema é capaz de
atingir, na sonda, 5 ampères, com uma saída
sinusoidal. A sonda, excitada por um sinal
sinusoidal (corrente alternada - CA), apresenta
algumas vantagens, principalmente a de evitar a
ocorrência de reações químicas que podem
Figura 1 - Projeto da sonda e imagem em prejudicar os materiais condutores da sonda
3D. através de oxidação e de deposição de metais nas
A Figura 2 mostra, como exemplo, um arranjo suas superfícies quando a sonda é excitada em
de elétrodos e espaçadores montado para uso da corrente contínua (CC).
sonda, já com os cabos instalados (soldados) nos
anéis de latão.
CONDUTIVIDADE DA
16
y = 0,0168x - 0,0936
14 R² = 0,9995
3.3.3 - Ensaios e Calibração da Sonda 12
10
8
Para a obtenção da constante de calibração da 6
sonda, foram utilizadas soluções de cloreto de 4
potássio (KCl) com condutividades conhecidas 2
(Figura 4). A partir dos valores da corrente e da 0
0 500 1000 1500
tensão medidos, obteve-se uma curva que
relaciona a condutância (I/ΔV) com a I/∆V (mS)
condutividade (σ).
Figura 5 - Gráfico de calibração da sonda:
medida de I/V para diferentes valores em
soluções de KCl – (arranjo hi = 21 mm e he = 11
mm).
Tabela 2. Valores para a resistividade elétrica das amostras analisadas pelo uso da sonda geofísica.
Corrente Condutividade Teor de
Tensão (V) Resistividade (Ω.m)
(mA) (mS/cm) Umidade (%)
Balde 1 (Areia) 0,4550 0,1783 0,0066 1515 5,75
Balde 2 (Micaxisto) 0,2948 0,1363 0,0078 1282 19,11
Balde 3 (Gnaisse
0,5329 0,1973 0,0062 1613 11,94
Granítico/Migmatito)
Balde 4 (Areia *) 0,8545 0,2400 0,0047 2128 9,93
AGRADECIMENTOS
Os autores agradecem ao Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico
(CNPq) o apoio financeiro através do projeto
CNPq/VALE S.A. no. 05/2012.
REFERÊNCIAS
RESUMO: Este artigo discute o resultado de três ensaios SDMT realizados em um perfil de solo
tropical arenoso que ocorre no campo experimental da Unesp de Bauru. Determinaram-se os perfis
de ID, KD, ED, velocidade de onda cisalhante (Vs) e de parâmetros geotécnicos (MDMT, φ’, Ko, RSA).
Esses dados foram comparados com resultados de ensaios de laboratório e de campo previamente
realizados neste local. O módulo confinado (MDMT) e o módulo de cisalhamento máximo do solo
(Go) determinados no ensaio SDMT foram empregados para a previsão de recalques de fundações
rasas. As previsões foram comparadas com os resultados de ensaios de prova de carga em placa. O
SDMT mostrou que é um ensaio eficiente para a definição do perfil do subsolo, estimativa de
parâmetros e, em especial, para a previsão de recalques para a carga de trabalho.
ensaios de placa e os estimados a partir do ensaio neutra hidrostática. O índice de tensão horizontal
SDMT também é apresentada e discutida. KD = (p1-p0)/(σ’vo), onde σ’vo é a tensão vertical
efetiva, fornece a base para várias correlações
para estimativa de parâmetros. O módulo
2 ENSAIO SDMT dilatométrico é calculado pela expressão ED =
34,7.(p1-p0), entretanto é menos utilizado,
O dilatômetro sísmico (SDMT) consiste na devido à falta de informação sobre o histórico de
combinação do dilatômetro de Marchetti (DMT) tensões (Marchetti et al., 2001).
com um módulo sísmico, o qual permite a
determinação da velocidade de propagação de
ondas sísmicas (Vp e Vs), e consequentemente o 3 EMPREGO DO ENSAIO SDMT
módulo de cisalhamento máximo do solo (Go)
por meio da técnica sísmica downhole e da 3.1 Comportamento não convencional
Teoria da Elasticidade (equação 1).
Solos tropicais são caracterizados pela
Go = ρ . Vs2 (1) ocorrência de agregados estáveis cimentados
devidos ao processo de laterização, bem como
onde ρ é a massa específica natural (kg/m³). pela condição não saturada. Deste modo, estes
solos não são adequadamente avaliados por meio
A Figura 1.a ilustra o módulo sísmico que de modelos e de correlações desenvolvidas pela
consiste em um elemento cilíndrico instalado Mecânica dos Solos Clássica. Logo, torna-se
acima da lâmina do DMT, equipado com dois necessário identificar o comportamento não
geofones espaçados 0,5 m um do outro. Na convencional destes materiais para o emprego de
Figura 1.b tem-se a representação esquemática modelos de interpretação de ensaios de campo
da realização do ensaio sísmico com o DMT e a (Schnaid et al., 2004; Robertson 2017).
Figura 1.c demonstra o equipamento para a Cruz (2010) elaborou ábacos para se
realização desse ensaio. identificar a presença de estruturas cimentantes
nos solos através de resultados de ensaios SDMT
realizados em diferentes locais, bem como em
laboratório, em uma grande câmara de
calibração (CemSoil Box). O autor plotou os
dados do SDMT nos gráficos Go/ED vs ID e
Go/MDMT vs KD para essa finalidade.
10
e aplicação de carga, em estágios, com medida
simultânea de recalques.
Resultados de ensaios de prova de carga em
12
14
placa realizados por Agnelli (1997) (Figura 5)
16 foram utilizados para avaliação dos recalques
p1
18 SDMT 1 calculados pelo ensaio SDMT.
Argila
Areia
Silte
20
po
SDMT 2
SDMT 3 Para o cálculo do recalque por meio do ensaio
SDMT adotou-se as recomendações de Terzaghi
Figura 2. Resultados dos ensaios SDMT realizados na área e Peck (1967) como o critério para definição das
estudada. tensões admissível. Estes autores recomendam
que para estruturas comuns (edifícios comerciais
e residenciais) apoiadas em solo arenoso, o
recalque total para sapatas não deve ultrapassar
25 mm. Assim, este valor será nesse trabalho
como sendo o recalque total admissível (ρa).
A Tabela 1 apresenta os valores de tensão
aplicada nas placas, para o valor de recalque
admissível adotado (25 mm).
6
Profundidade (m)
10
12
14
16
18
a) b) c) d) e)
20
Marchetti 1997 Marchetti 1980 Monaco et al 2004b Marchetti 1980 SDMT 1
Cis. Dir Baldi et al 1986 Ens. Edométrico Ens. Edométrico SDMT 2
Triaxial PMT SDMT 3
Bender elements
Figura 4. Parâmetros geotécnicos estimados pelos ensaios SDMT e parâmetros de referência medidos em laboratório.
Figura 5. Provas de carga sobre placa realizados no campo 6.2 Comportamento não convencional
experimental de Unesp de Bauru (Agnelli, 1997).
A Figura 6 apresenta os resultados dos ensaios
SDMT realizados, que foram plotados nos
6 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS gráficos Go/ED vs ID (Figura 6.a) e Go/MDMT vs
KD (Figura 6.b), sugeridos por Cruz (2010). Três
6.1 Classificação linhas e uma equação também são apresentadas,
permitindo definir os limites entre os solos
A classificação do solo por meio do ensaio residuais (cimentados) e os solos sedimentares
SDMT emprega o Índice do Material (ID) e o (não cimentados).
Módulo Dilatométrico (ED) por meio do ábaco
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100
Solo Residual
(Estruturas Cimentantes)
Determinou-se um valor médio de φ’ igual 32,8º,
o qual variou de 30,1º para 1 m de profundidade
a 34,4º, para 19 m de profundidade. A correlação
Go/ED
10
0.1
0.1
SDMT 3
1
médios de ID, KD e ED apresentam boa
Índice de Material, ID concordância com os valores de referência
(cisalhamento direto e triaxial) abaixo de 2 m de
50
b)
Go/MDMT = 6,5 KD-0,691
20
profundidade. Isto não ocorreu acima de 2 m de
profundidade. Tal fato pode estar relacionado ao
10
5
G o/MDMT
1
Solo Residual
(Estruturas Cimentantes)
de p0 e p1, que refletem na determinação de
0.5
parâmetros mecânicos pelo SDMT. Este
0.2
SDMT 1
SDMT 2
Solo Sedimentar
(Material não cimentado)
comportamento vem sendo estudado por Rocha
0.1
1
SDMT 3
10 100
(2018) através de ensaios SDMT e CPTu.
Índice de Tensão Horizontal, KD O ensaio SDMT também pode ser utilizado
para a estimativa do coeficiente de empuxo no
Figura 6. Resultados dos ensaios SDMT plotados nos repouso do solo (Ko). Estes valores foram
ábacos propostos por Cruz (2010).
comparados com aqueles determinados por meio
de um ensaio de pressiômetro de Menárd (PMT).
Em ambos os gráficos se observa que os
A Figura 4.b apresenta os valores de Ko
resultados dos ensaios SDMT encontram-se
empregando as correlações de Marchetti (1980)
sempre acima da linha que separa o material
e de Baldi et al (1986), bem como os valores de
cimentado do não cimentado. Isto indica que a
Ko interpretados dos resultados dos ensaios
estrutura cimentada do solo tropical arenoso
PMT. Para 0,5 m de profundidade, o valor de Ko
estudado, produz valores de Go/ED e de Go/MDMT
determinado pelo ensaio PMT foi de 3,5. A 1,5
sistematicamente superiores aos determinados
m de profundidade Ko foi de 1,3, e este assumiu
em solos sedimentares. Deste modo, as
valor praticamente constante igual a 0,8 até 8 m
metodologias clássicas de interpretação de
de profundidade. Abaixo de 8 m de profundidade
ensaios de campo (por exemplo, CPT e SDMT),
Ko foi igual a 0,5. Assim, considera-se que houve
devem ser empregadas com cautela, e ajustes
boa concordância entre os valores determinados
locais são necessários para uma caracterização
pelo SDMT e pelo PMT.
do solo adequada (Schnaid et al., 2004;
Valores de Razão de sobre adensamento
Robertson 2017).
(RSA) e de Módulo Confinado (Meod)
determinados por meio de ensaios edométricos
6.3 Parâmetros de Projeto
em amostras indeformadas (Saab 2016) foram
utilizados como referência para comparação com
Valores de ângulo de atrito (φ’) determinados
os valores estimados por meio dos ensaios
por meio de ensaios de cisalhamento direto
SDMT. Monaco et al (2014) apresentam duas
(Giacheti et al. 2006) e por meio de ensaios
correlações para a cálculo de RSA em areias.
triaxiais em amostras saturadas (Fagundes e
Essas equações são baseadas, respectivamente,
Rodrigues, 2015) foram utilizados como
na relação MDMT/qc e em KD. Por isso, um perfil
referência na comparação com os valores
típico de resistência de ponta (qc) foi
determinados por meio dos ensaios SDMT
determinado por meio de três ensaios CPT
(Figura 4.a).
previamente realizados nesse local.
Os ensaios de cisalhamento direto foram
Para 1,0 m de profundidade, o valor da RSA
realizados em amostras indeformadas, em
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7 CONCLUSÕES
Sérgio Tibana
UENF, Campos dos Goytacazes, Brasil, stibana@gmail.com
RESUMO: Com a descoberta de novos campos no Brasil e no mundo, a exploração offshore de óleo
e gás tem buscado perfurações em lâminas d´água cada vez mais profundas. Os sistemas offshore
são compostos por unidades marítimas, que são fixadas no leito marinho por um sistema de
ancoragens e em sua extremidade são utilizadas âncoras ou estacas (Basack, 2007). Com o avanço
da exploração, o desenvolvimento tecnológico na área de ancoragem das unidades marítimas vem
crescendo, principalmente por ser um mecanismo de posicionamento das unidades no campo de
exploração que estão sujeitas a carregamentos dinâmicos de ondas, correntezas, ventos entre outros.
A proposta deste trabalho foi realizar investigações experimentais em centrífuga geotécnica, com o
objetivo de identificar e quantificar os efeitos de interação em clusters de duas estacas instaladas em
areia fofa, submetidas ao carregamento vertical, horizontal e inclinado a 45°. Neste estudo busca-se
avaliar a resistência global do sistema de ancoragem, as resistências individuais de cada ponto fixo,
a distribuição de forças e os possíveis modos de ruptura.
unidades offshore.
Trabalhos experimentais em grupos de Os modelos físicos foram confeccionados
estacas sujeitos a carregamentos oblíquos são utilizando uma areia industrial normatizada do
relativamente limitados. Alguns modelos IPT (N50) como material que representará o
teóricos existentes são semi-empíricos, leito marinho, simulando as condições de
baseados em ensaios a 1g como os testes campo durante a cravação da estaca e seu
experimentais de Yoshimi (1964), Broms carregamento. Foi utilizado um total de 106,893
(1965), Das, et. al. (1976), Chattopadhyay e kg de areia em cada ensaio, considerando que
Pise (1986), Ismael (1989), e Jamnejad e Hesar houve reutilização do material após o final de
(1995). cada ensaio.
Este trabalho faz parte do projeto firmado A areia industrial utilizada foi seca ao ar e
entre a Petrobras e a Universidade Estadual do ficou acondicionada em latões para apresentar-
Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF), se limpa. De granulometria uniforme, esta areia
através de ensaios em gravidade modificada apresenta um ângulo de atrito no estado crítico
utilizando modelos reduzidos no Laboratório de de 33°, conforme ensaio de cisalhamento
Engenharia Civil (LECIV-Centrífuga). Este realizado por Santiago (2008). Na Tabela 1 são
projeto, compreende um planejamento inicial de apresentadas as características físicas do solo. O
experimentos de modelagem centrífuga de modelo foi montado em uma caixa teste, que foi
grupos de estacas e visa o desenvolvimento e preenchida com areia no estado fofo com
aperfeiçoamento de tecnologias para sistemas densidade relativa (Dr) de 35% através do
de ancoragem em unidades off-shore com método de pluviação.
estacas torpedo..
Em virtude da necessidade de cargas de
permanência cada vez mais altas exigindo-se Tabela 1. Características Físicas da Areia N50
fundações muito robustas, a proposta deste Diâmetro efetivo D (mm) 0,27
10
trabalho foi realizar investigações 0,3923
experimentais em centrífuga geotécnica, com o Diâmetro médio D50 (mm)
objetivo de identificar e quantificar os efeitos de Índice de Vazios Mínimo emín 0,72
interação em clusters de estacas instaladas em 1,06
areia fofa submetidas ao carregamento vertical, Índice de Vazios Máximo emax
horizontal e oblíquo. Com isso, objetiva-se Coeficente de Curvatura Cc 1,0
utilizar elementos mais leves de ancoragens
Coeficiente de Uniformidade Cu 1,52
trabalhando em grupos (clusters).
Peso Específico dos Grãos 2,67
2 MATERIAIS E MÉTODOS
Foi realizada uma bateria de doze ensaios em A caixa teste (Figura 1) para ensaiar modelos
gravidade modificada a 24G, na Centrífuga físicos é confeccionada em aço tendo como
Geotécnica do Laboratório de Engenharia Civil dimensões, 465 mm de diâmetro interno e
da UENF. Trabalhou-se em modelos reduzidos 480mm de altura interna. As paredes internas
utilizando tubos de alumínio para simular foram forradas com folha de acetato, a fim de
estacas torpedo, sem aletas, seguindo a Teoria reduzir o atrito dos materiais depositados no
da Similitude. Nesse item apresentam-se os interior da caixa com as suas paredes.
materiais, a preparação da amostra e os As estacas foram confeccionadas em tubos
equipamentos utilizados nos ensaios. de alumínio, com diâmetro de 28,57mm e
comprimento de 285,7mm. Em cada estaca, foi
acoplada em seu topo uma peça de latão com
2.1 Descrição dos Materiais uma rótula central (Figura 2), de onde sai um
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cabo de aço. Esta rótula tem como obejtivo permitiu a transferência de pressão na cabeça
evitar transferência de carga lateral que não seja das estacas de forma controlada. A verticalidade
aquela aplicada exclusivamente pelo atuador. O durante a cravação foi garantida pelo
cabo de aço utilizado no ensaio do cluster de posicionamento das estacas em peças vazadas e
duas estacas é único para ambas. O cabo é medição do nivelamento a cada 5 cm de
fixado por uma peça (Figura 2) e atravessa a cravação (Figura 5).
rótula da estaca 1, passa pelo elo e segue até a
peça de fixação da estaca 3 (Figura 3). Do elo
sai um cabo de aço que se conecta a célula de
carga através de uma haste de aço rosqueada
(Figura 4) e a mesma está conectada ao atuador
hidráulico responsável pelo carregamento
durante o vôo da centrífuga.
S 40°
Foram realizados 12 ensaios de
carregamento, sendo um grupo de 4 ensaios
horizontais (ϴ=0°), 4 ensaios verticais (ϴ =90°) Elo
e 4 ensaios inclinados (ϴ=45°). Para cada Cabo de
inclinação (ϴ) de carregamento, executou-se 1 aço
ensaio com uma estaca isolada e 3 ensaios com
o cluster de duas estacas variando a distância Figura 3 Configuração do cabo de aço nas estacas
(S) entre elas (S= 3D, 2D e 1,5D). passando pelo elo
Os cabos de aço utilizados nos ensaios de
carregamento das estacas são os mesmos
utilizados em marcha de bicicleta. Os cabos
foram ensaiados na prensa do laboratório e sua
carga máxima de tração atingiu 1400N.
Para aquisição da carga durante os ensaios
de carregamento, utilizou-se uma célula de
carga acoplada ao atuador hidráulico. A célula
de carga modelo ELH-TC590) utilizada nos
ensaios, tem capacidade de 1000lb e seus dados
são enviados pelo PXI até a sala de controle
durante o ensaio. Na Figura 4 é apresentado um
esquema da montagem de um ensaio e os Figura 4 Esquema ilustrativo da montagem de um ensaio
instrumentos de aquisição utilizados.
de carregamento horizontal
As estacas foram cravadas simultaneamente
no solo através de um macaco hidráulico, que
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Célula de Carga
Atuador
800
700
600
isolada 600
Carga Horizontal (N)
400 2D 500
3D
200 400
1,5D isolada-45°
0 300
2D-45°
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 200 3D-45°
Deslocamento Horizontal (mm)
100 1,5D-45°
0
Figura 8 Carregamento Horizontal versus deslocamento 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
horizontal (estaca isolada e clusters)
Deslocamento Horizontal (mm)
200
isolada 700
150
3D 600
Carga Vertical (N)
100
2D 500
50 1,5D 400
0 2D-45°
300
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 3D-45°
200
Deslocamento Vertical (mm) 1,5D-45°
100
isolada-45°
Figura 9 Carregamento Vertical versus deslocamento 0
vertical (estaca isolada e clusters) 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Deslocamento Vertical (mm)
Nos ensaios com ϴ=0° e ϴ=45°, o cluster
com espaçamento de 2D obteve melhor Figura 11 Carregamento Inclinado a 45°, componente
resistência em relação aos outros (Figura 12). Vertical versus deslocamento vertical (estaca isolada e
Em todos os ensaios de clusters, as duas estacas clusters)
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Horizontal
0,85 13) os resultados dos ensaios realizados neste
45°
estudo.
0,8 Tanto para os valores experimentais como
0,75 para a equação, é observado que Pϴ é mais
dependente da componente horizontal PL do que
0,7
da componente vertical Pu. A proposta
0,65 apresentada por Das et al. (1976) não se ajusta
1 1,5 2 2,5 3 3,5 bem a valores oblíquos, mostrando pouca
Espaçamento (S) interação entre os valores de carga inclinada e
os valores de referência PL e Pu
Figura 12 Eficiêcia dos ensaios horizontal e inclinado em
relação aos espaçamentos no cluster
REFERÊNCIAS
Figura 2. Locação da posição das sondagens DMT em relação ao eixo da barragem da campanha de Queiroz (2008).
Conforme Angelim (2011) e Angelim et al. realizados sem defloculante, por sua vez,
(2016) o solo utilizado para a compactação da indicam 0% de teor de argila, sendo que para
ombreira esquerda de jusante da Barragem do estas condições o solo pode ser classificado
João Leite pode ser classificado, segundo como uma areia siltosa. As curvas
análise granulométrica, como uma argila granulométricas com e sem defloculante estão
arenosa, considerando o ensaio realizado com apresentadas na Figura 5.
agente dispersor (defloculante). Os ensaios
Figura 6. Locação da posição das sondagens DMT em relação ao eixo da barragem (Angelim, 2011)
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AGRADECIMENTOS
5 - CONCLUSÕES
À Eletrobras Furnas pelo apoio tecnológico à
Percebeu-se que as sondagens realizadas por pesquisa e a Fundação de Amparo à Pesquisa do
Queiroz (2008) e Angelim (2011) obtiveram Estado de Goiás (FAPEG) por apoiar na
resultados semelhantes até a profundidade de divulgação deste trabalho.
1,6 m, apresentando média dos valores dos
índices dilatométricos bem próximos,
justificado na semelhança dos solos utilizados REFERÊNCIAS
na compactação da ombreira esquerda a
montante e a jusante da barragem, que, segundo American Society for Testing and Materials – ASTM D
dados de ambos os autores, possuem 6635 – 01(2001): Standard Test Method for
Performing the Flat Plate Dilatometer, 15p.
composição granulométrica bastante similar e Angelim, R. R (2011). Desempenho de Ensaios
provindos de mesma jazida. Pressiométricos em Aterros Compactados de
O módulo dilatométrico (ED), por sua vez, Barragens de Terra na Estimativa de Parâmetros
não apresenta um padrão de comportamento tão Geotécnicos, Tese de doutorado em Engenharia Civil
homogêneo quanto o dos outros índices – Departamento de Engenharia Civil e Ambiental,
Universidade de Brasília, Brasília, 291 p.
dilatométricos. Entretanto, apresentou Angelim, R. R.; Cunha, R.P.; Sales, M. M (2016).
coeficiente de variação entre 20 e 32%, que em Determining the Elastic Deformation Modulus from a
se tratando de solos é bem razoável. Compacted Earth Embankment Via Laboratory and
Ménard Pressuremeter Tests, Soils and Rocks, São
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Rinaldo Pinheiro
Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, Brasil, rinaldo@ufsm.br
Andrea Nummer
Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, Brasil, a.nummer@gmail.com
RESUMO: A erosão é um processo natural e suas consequências podem causar danos para
sociedade e ao meio ambiente. Erodibilidade é uma característica do solo intimamente relacionada
com seu poder de erosão. Na metodologia MCT as propriedades que permitem prever o
comportamento dos solos diante da erosão são: a infiltrabilidade e a erodibilidade específica. O
presente trabalho avaliou a relação entre determinadas propriedades dos solos com os resultados de
erodibilidade pela metodologia MCT, tendo como objetivo auxiliar na previsão do comportamento
dos solos frente ao processo erosivo. As variáveis utilizadas neste estudo foram: densidade,
percentual de finos, percentagem de areia, CTC (Capacidade de Troca Catiônica), perda de massa
por imersão e infiltrabilidade. Dentre os resultados analisados observou-se que quanto maior a perda
de massa por imersão, maior o percentual de areia, e, quanto maior o percentual de finos, menor a
perda por imersão e menor o coeficiente de sorção do solo.
Tabela 3. Valores do coeficiente de sorção (s) e perda de massa por imersão (pi) para diferentes condições de umidade
das amostras.
umidade natural seca ao ar pré-umedecida
(wnat) (sa) (pu)
SOLO
S pi S Pi S pi
pi/s pi/s pi/s
(cm/min1/2) (%) (cm/min1/2) (%) (cm/min1/2) (%)
ALG B 0,054 0,8 15 0,18 1,5 8 0,006 0,3 50
ALG C 0,305 78,4 257 0,637 77 121 0,135 70,2 520
RS239 BC 0,037 6 162 2,557 81,9 32 0,002 0,5 250
RS239 C 0,149 11,2 75 0,267 40,1 150 0,004 0,9 225
PT B 0,288 0,4 1 0,399 11,6 29 0,106 0,1 1
PT C 0,386 39,9 103 0,274 85,2 311 0,351 50 142
CD B 0,173 1,6 9 0,311 38,4 123 0,127 1,6 13
CD C 0,269 40,7 0,46 71,7 156 0,084 4,4 52
BF AB 0,248 0,7 3 0,265 2,8 9 0,004 0,9 382
BF R.
0,166 3,8 24 0,454 26 61 0,003 3 983
Alterada
BF Arenito 0,058 47 0 0,04 55,1 1398 0,001 31,7 36533
SFA A 0,367 0,2 0,6 0,499 0,3 0,7 0,054 1,3 24
SFA B 0,789 22,4 22 0,734 37,6 51 0,053 57,1 1089
SFA C 0,989 77,9 78 1,114 74,8 67 0,042 77 1834
SFA 2C 0,969 79 79 0,677 70,9 105 0,033 73,7 2212
SFA 1ª 0,673 85,1 85 0,802 82,6 103 0,021 59,4 2830
CISM A 0,17 2,57 15,2 0,29 0,47 1,62 0.007 2,07 296
CISM B 0,28 20,2 73,2 0,47 48,7 103,62 0,006 28,6 4765
CISM C 0,37 1,77 4,78 0,49 72,3 147,49 0,005 28,8 5772
Fonte: Bastos(1999); Fernandes J. (2011), Basso (2013); Fernandes L. (2015).
A Metodologia MCT apresentou uma boa limite de 40 para classificar os solos como
relação e correspondência entre os resultados erodíveis. De acordo com os resultados obtidos,
dos ensaios e o comportamento dos os solos não apresentaram diferença na
solos/rochas nos locais estudados, comprovando classificação de Pejon (1992) ou de Nogami e
sua aplicabilidade a estes materiais. Villibor (1979), conforme apresentado na
Tabela 4. Os solos ditos não erodíveis
4.1 Análise comparativa dos ensaios apresentaram na relação pi/s valores menores
que 10. E aqueles solos classificados como
As variáveis utilizadas para comparação estão erodíveis apresentaram pi/s maior que 70.
apresentadas na Tabela 4. Os solos de BF
apresentam valores altos de CTC, indicando 4.2 Relação entre as variáveis
uma maior quantidade de de argilo-minerais, ou
mais ativos. Os solos de SFA são aqueles que Foram elaborados os gráficos de relação de cada
apresentam valores menores de percentual de uma das variáveis analisadas com os resultados
finos e altos valores de percentagem de areia. do MCT para infiltrabilidade e perda de massa
Isso acarreta em uma alta erodibilidade, com por imersão.
exceção do horizonte A que devido a presença
de raízes e matéria orgânica, foi classificado Densidade dos grãos. Os valores de densidade
como não erodível. dos grãos variaram muito pouco, dificultando a
Nogami e Villibor (1979) classificaram os análise. Esta não se mostrou uma boa variável,
solos como erodíveis quando a relação pi/s era nem relacionada com a infiltrabilidade, nem
superior a 52. Já Pejon (1992), utilizou o valor com a perda de massa por imersão.
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Tabela 4. Valores utilizados para análise comparativa e resultados pela metodologia MCT
orgânica, o que acaba tornando o solo bem mais a percentagem de areia foi com a qual melhor se
resistente à erosão. relacionou, apontando uma tendência de valores
Os solos da RS 239 BC e C e o solo de BF mais altos de percentagem de areia quando há
AB apresentaram 68%, 74% e 62% de areia valores maiores de pi.
respectivamente e pi 0,5%, 0,9% e 0,9%. Este
comportamento levou a classifica-los como
solos não erodíveis. No caso das amostras da 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
RS 239, o solo se mostrou não erodível
provavelmente devido à cimentação que ele Os estudos da erodibilidade dos solos e do
possui, herdada do arenito. Já no caso de BF, a potencial de risco à erosão exigem o
não erodibilidade se deve ao fato do solo conhecimento detalhado das características do
possuir presença de matéria orgânica, raízes e solo, das suas propriedades físicas e químicas.
óxido de ferro, que tendem a estabilizar os Com base em alguns autores como Nogami e
agregados. Villibor (1979), Pejon e Silveira (2007) e
A capacidade de troca catiônica também Bastos (1999), observamos alguns ensaios
não apresentou bons resultados. Em geral, solos realizados para se prever o comportamento do
erodíveis apresentaram valores de CTC baixo, solo e classificá-lo como erodível ou não. Afim
justamente por possuírem pouco argilominerais de facilitar esta previsão, correlacionou-se os
em sua composição. O único solo que índices físicos e químicos dos solos com os
apresentou erodibilidade e um alto teor de CTC resultados obtidos pela metodologia MCT, por
foi o solo de Arenito de Buraco Fundo. meio de análises estatísticas vizando possíveis
Em quase todas as relações a tendências para prever o comportamento do
infiltrabilidade não se mostrou uma boa solo frente à erodibilidade, a partir de uma
variável, não ajudando a classificar os materiais metodologia simples e rápida.
em erodíveis ou não. Os solos que apresentaram Foram analisadas amostras de origens
maiores coeficientes de sorção da RS 239 BC e diferentes e as seguintes propriedades foram
de SFA C, com s = 2,557 cm/minl/2 e s = 1,114 relacionadas: densidade dos grãos, percentagem
cm/minl/2 respectivamente, foram classificados de areia, CTC, percentual de finos, perda de
de maneira diferente, sendo o da Região massa por imersão e infiltrabilidade. Foi
Metropolitana de Porto Alegre classificado possível observar algumas tendências no
como não erodível. E quando analisadas em comportamento dos solos.
conjunto com as outras variáveis, a Foi observado que quando o percentual de
infiltrabilidade não teve boa relação com a finos do solo era maior, o coeficiente da perda
percentagem de finos e a CTC. de massa por imersão e o coeficiente de sorção
Os dois solos que apresentaram os menores apresentavam valores menores. A relação que
valores de infiltrabilidade com s = 0,04 cm/min mais se destacou foi o coeficiente da perda de
l/2
para BF Arenito e s = 0,18 cm/minl/2 para massa por imersão com o percentual de areia.
ALG B, também foram classificados de maneira Esta análise nos indicou que quanto maior a
diferentes, erodível e não erodível perda de massa de um solo, maior é seu
respectivamente. percentual de areia.
O coeficiente pi, que mostra a perda de Descobrir se um solo é erodível ou não é
massa por imersão, ajudou a separar todas determinante não só para a engenharia, mas
variáveis – os solos classificados como não também para agricultura e o meio ambiente.
erodíveis apresentaram valores inferiores a 5%,
enquanto os que foram classificados como REFERÊNCIAS
erodíveis tiveram pi maiores que 28.
Quando analisado junto com as outras variáveis, ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS
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Marcelo Heidemann
Universidade Federal de Santa Catarina, Joinville, Brasil, marcelo.heidemann@ufsc.br
RESUMO: Este artigo apresenta um estudo sobre a estabilização físico-química através da mistura
de cimento e cal em um solo sedimentar areno-siltoso. Além da presença da matéria orgânica em
sua composição, este solo apresenta baixa capacidade de suporte em condições naturais, sendo
pouco adequado no ponto de vista geotécnico. Com base nisso, foram moldados corpos de prova
com teores volumétricos de cimento e cal entre 3% e 13% e com o solo em sua umidade ótima.
Depois, estes foram rompidos em compressão simples aos 7, 14 e 28 dias de cura. Os resultados
mostram ganhos de resistência lineares, porém muito abaixo dos verificados por outros autores em
estudos semelhantes. Além disso, foi verificado que as resistências decaíram a partir dos sete dias
para a cal e a partir dos 14 dias para o cimento, sendo a formação de compostos expansivos, devido
a presença de carbonato de cálcio no solo, uma possível explicação para que isso tenha ocorrido.
2.1 Materiais
e cimento mostram a mesma aparência quando Para a determinação do pH, foi utilizado um
molhadas e não podem ser visualmente indicador universal de pH, capaz de medir
distinguidas. valores entre 1 e 14.
sua composição e endossa a cor escura e baixo para o cimento como para a cal, mas a
valor de G para este solo. Calcita (CaCO3) estabilização usando o cimento resulta em um
também ocorre neste material e representa cerca comportamento geotécnico um pouco melhor.
de 10%. Poucos vestígios de sal (NaCl) também No entanto, pode-se observar que houve perdas
foram encontrados, o que é normal, já que esta em termos de resistência à compressão não
área está localizada perto do mar. confinada após sete dias de cura, no caso de
misturas solo-cal, e 14 dias para misturas solo-
3.3 Relação dos Teores de Agente Estabilizante cimento. Aconteceu para todos os teores de cal
e cimento, como mostrado nas Figuras 4 e 5.
A Figura 2 mostra os valores médios de Assim, para o solo tratado com cal, as
resistência à compressão simples (qu) obtidos maiores resistências ocorreram aos sete dias,
para misturas solo-cal após diferentes tempos de diminuindo com o tempo até o 28º dia de cura.
cura. Observou-se que a resistência à Para misturas solo-cimento, a perda de
compressão simples aumentou linearmente com resistência ocorreu após os 14 dias de cura,
o aumento do teor de cal. O mesmo é observado sendo os valores de qu para 28 dias são menores
no solo-cimento, segundo os dados da Figura 3. do que aqueles medidos após 7 dias de cura.
Figura 2. Relação entre o teor de cal e qu. Figura 4. Relação entre qu, teor de cal e tempo de cura.
Figura 3. Relação entre o teor de cimento e qu. Figura 5. Relação entre qu, teor de cimento e tempo de
cura.
Para um tempo único de cura, os ganhos de
resistência seguem uma tendência linear, tanto A perda de resistência com o tempo de cura
nas misturas solo-cal também foi relatada por
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Lovato (2004). Nesse caso, este autor sugere corpos-de-prova com 7 dias de cura mantiveram
que a presença de compostos expansivos (por um maior teor de umidade (entre 22% e 23%).
exemplo, etringita e taumasita) podem ter Aos 14 dias a umidade diminuiu (entre 20% e
contribuído para a diminuição da resistência. 21%) e após 28 dias de cura voltou a cair (entre
No caso de amostras de solo de cimento, as 19% e 20%).
reações de hidratação resultaram em ganhos de
resistência de até 14 dias de cura, seguidas pela
formação de compostos expansivos formados a
partir de sulfatos no solo.
A dissociação do CaCO3 em CO32- é
responsável pela transformação da etringita em
taumasita, compostos expansivos que
prejudicam os ganhos de resistência, da mesma
forma que os sulfatos (BHATTACHARJA et
al., 2003). No caso de Lovato (2004), esses
compostos foram justificados como
possivelmente responsáveis pela queda na
resistência ao longo do tempo de cura. Contudo,
não foram verificadas mudanças nas dimensões Figura 6. Relação da umidade com a Resistência à
do corpo-de-prova (precisão de 0,1 cm). Compressão Simples para amostras moldadas com cal.
Apesar dos ganhos de resistência decorrentes
da adição de cal e, principalmente, do cimento,
os valores de qu medidos devem ser
considerados baixos se comparados com outros
trabalhos encontrados na literatura, como
Consoli et al. (2007), Nunez (1991), Foppa
(2005) e Cruz (2008). Isso provavelmente
ocorre devido à presença de matéria orgânica
que prejudica a reação de cal e cimento com o
solo.
porosidade (η) e teor volumétrico de cal e de 45. Isso porque a porosidade foi mantida
cimento (Civ), respectivamente, em comparação constante, fazendo com que o termo η/(Civ)0,28
com a resistência à compressão não confinada varie apenas devido ao teor volumétrico do
(qu). As equações que governam cada curva são cimento. A Figura 10 compara os resultados
apresentadas nos próprios gráficos. Essa desta pesquisa com os obtidos por Consoli et al.
maneira de expor os resultados é semelhante à (2007), onde qu é mostrado em escala
utilizada por Consoli et al. (2007). logarítmica, devido à grande diferença entre as
resistências obtida em ambas as pesquisas.
Consoli et al. (2007) obtiveram uma curva
mais acentuada que esta pesquisa, mostrando
que o solo utilizado pelos autores (areia
argilosa) apresenta maiores ganhos de
resistência, diminuindo a porosidade ou
aumentando o teor volumétrico do agente
estabilizante. É importante ressaltar que no
estudo de Consoli et al. (2007), o cimento
utilizado foi o CP V-ARI, que permite maiores
ganhos iniciais de resistência.
Figura 8. Relação entre qu e η/Civ para solo-cal,
considerando um expoente de ajuste de 0,28.
Bhattacharja, S., Bhatty, J.I., Todres, H.A. (2003). Teixeira, B.S. (2014). Resistência de solos moles
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Eclesielter Moreira
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Brasil, eclesielter_ebm@hotmail.com
RESUMO: Estabilização de solo através da adição de cal melhora numerosas características físico e
químicas, entre todos os aspectos, propriedades mecânicas são as mais notáveis. Este artigo investiga
o tratamento da adição de cal em um solo argilo arenoso. Busca quantificar e validar a influência das
adições de cal sobre a resistência de um solo proveniente da Formação Geológica de Guabirotuba.
As misturas definidas através do método do pH foram: 3%, 5%, 7% e 9% de cal. O método responde
que em 9% cessa as reações solo-cal. Ensaios de densidade real dos grãos, limites de Atterberg e
compactação para solo puro e misturas foram realizados. Resultados de compactação mostram que o
peso específico seco máximo diminui com a maior proporção de cal e o teor de umidade diminui até
5% e aumenta com 7% e 9%. Resultados mostram que resistência à compressão e à tração por
compressão diametral aumentam com a quantidade de cal, diminuem porosidade e aumentam com o
tempo de cura. Por fim, apresenta-se que a porosidade é um bom parâmetro para avaliar a resistência
à compressão não confinada e resistência à tração por compressão diametral.
2011; LOVATO, 2004; AZEVEDO, 2010). limite. O método define que o menor teor de cal
O objetivo deste trabalho é investigar o que atingir o valor de pH igual a 12,4 é o
tratamento da adição de cal em um solo silte necessário para estabilizar o solo.
arenoso. Busca quantificar e validar a influência Foram colocados 20 gramas de material, solo
das adições de cal sobre a resistência de um solo puro passante na peneira de nº 40 mais cal dentro
proveniente da Formação Geológica de de copos plásticos de 250 ml, nas proporções
Guabirotuba. 0%, 0,5%, 1%, 1,5%, 2%, 3%, 4%, 5%, 7%, 9%,
11% de cal. Em seguida adicionaram-se 100 ml
água destilada. Agitaram-se as misturas por 30
2 PROGRAMA EXPERIMENTAL segundos a cada 10 minutos. Após 1 hora
realizaram-se as medições de pH, os resultados
2.1 Coleta do solo, resíduos e cal estão na Figura 2.
P
qu = (1)
A
Onde:
métodos mais confiáveis para a determinação unificado (SUCS), é classificado como um solo
dos parâmetros de resistência do solo: argiloso muito compressível (CH), ao passo no
intercepto de coesão e ângulo de atrito, pelo sistema rodoviário (T.R.B), foi identificado
fato de ser um ensaio complexo e realizado em como A-7-6, correspondendo a uma argila
ambiente controlado de laboratório. siltosa medianamente plástica, classificada
Para o desenvolvimento deste artigo, foram como regular a mau para utilização como
conduzidos ensaios triaxiais adensados do tipo subleito.
não drenados (CU), até o 14º metro de Zen (2016) realizou três ensaios de
profundidade, em amostras de solo sondagem a percussão do tipo Standard
indeformadas do Campo Experimental de Penetration Test (SPT) no CEEF, a fim de
Engenharia do Centro Universitário Assis verificar o índice de resistência à penetração do
Gurgacz (CEEF), localizado na cidade de amostrador padrão (N) no solo ao longo da
Cascavel/PR. O objetivo principal foi profundidade. Na Tabela 1 é apresentado o
determinar os reais parâmetros de resistência do perfil geotécnico médio obtido, o qual
solo e compará-los aos estimados pelo ensaio representa o subsolo do CEEF. Os índices N
SPT, estabelecendo, se possível, uma correlação foram determinados através da correção do
para determinação mais eficaz dos mesmos no valor da penetração do amostrador para uma
solo da região. penetração de 30 cm, justificando os valores
fracionados. O lençol freático, no intervalo de
execução dos 3 furos, foi encontrado entre as
2 MATERIAIS E MÉTODOS profundidades de 12 e 15 metros.
Tabela 1. SPT realizado no CEEF
2.1 Caracterização geotécnica do solo local
Cota Nspt
Descrição do Subsolo
(m) Médio
A pesquisa foi conduzida no município de 1 1,7
Cascavel, região oeste do estado do Paraná, que 2 1,7
possui as seguintes coordenadas geográficas: 3 2,5
Latitude 24°56'52.5"S e Longitude 4 2,8 Argila Siltosa Marron
5 4,1 Avermelhada Muito Mole a
53°30'41.1"W, com uma atitude 781 metros em 6 7,8 Média
relação ao nível do mar. 7 6,4
O solo da cidade de Cascavel é classificado 8 5,6
quanto a sua origem como um solo residual 9 10,0
proveniente da decomposição de rochas 10 11,9 Argila Siltosa Marron
11 12,6 Avermelhada Rija
eruptivas (basalto), e possui comportamento
12 16,6 Argila Siltosa Marron
laterítico (EMBRAPA, 1984). 13 27,0 Avermelhada Rija a Dura
Segundo Melfi (1997), os solos lateríticos 14 31,3 Percolações Brancas
são os solos típicos da evolução em climas 15 Limite da sondagem
quentes e úmidos e invernos secos, encontrados Fonte: Zen (2016)
principalmente nas regiões tropicais.
A caracterização do solo do Campo Observando a evolução do NSPT com a
Experimental de Engenharia do Centro profundidade, e, concomitantemente, utilizando
Universitário Assis Gurgacz (CEEF) foi a classificação quanto à consistência da ABNT
realizada por Zen (2016). Segundo a autora, a (2001), pode-se sugerir que, no geral, o subsolo
classificação do solo, conforme especificado na do CEEF é constituído por duas camadas de
ABNT (2016a) e de acordo com a curva solo distintas, até a profundidade amostrada. A
granulométrica, apresenta cerca de 90% de primeira sendo composta por argila siltosa,
particulas finas, sendo classificado como uma porosa, marrom avermelhada, de consistência
argila silto arenosa. Em relação ao sistema muito mole à média, até a profundidade de 9 m
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Teixeira (1996)
Também é possível obter a coesão através da a profundidade 9 metros, pelo software Pavitest
Tabela 4, desenvolvida especificamente para do equipamento triaxial.
argilas por Alonso (2010).
c = 5,94.N441,07 (4)
REFERENCIAS
Faiçal Massad
Universidade de São Paulo, São Paulo-SP, Brasil, faical.massad@poli.usp.br
RESUMO:
Este trabalho apresenta estimativas do parâmetro B̅ de Skempton dos solos utilizados para a
construção de aterros compactados no Rodoanel Norte, em São Paulo. Os solos são siltosos,
originários de filitos, granitos, ultramilonitos e metabásicas. São apresentados resultados de ensaios
de caracterização física, junto com os parâmetros de compactação, e valores de B̅, obtidos a partir
de ensaios triaxiais PN, em amostras compactadas com desvios de umidade em relação à ótima
variando entre 0% até 5% e grau de compactação em torno de 95%. Nesses ensaios a tensão
principal maior variou entre 0 e 1.200 kPa, a fim de simular as tensões verticais aplicadas pelos
aterros da obra. O trabalho mostra que, para tensões até 200 kPa, os valores de B̅ foram negativos,
fato atribuído aos baixos graus de saturação dos corpos de prova. Para tensões da ordem de
1.000kPa, o B̅ pode variar de 2% a 21%. Os menores valores (2 a 4%) referem-se à amostra de
metabásica e os maiores (8 a 21%) às amostras de ultramilonito e granito. Comparações são feitas
com dados da literatura.
2. DESCRIÇÃO GEOLÓGICA-
GEOTÉCNICA
3. ENSAIOS DE CARACTERIZAÇÃO
A Figura 6 mostra a comparação dos parâmetros Tabela 4 – Parâmetros dos solos residuais da bibliografia.
B̅ obtidos com valores extraídos de Cruz % Limites de Atterberg Densidade
γs,max hótima
Litologia Argila dos grãos
(2004). Tal comparação é válida para solos < 2μ LL LP IP (kN/m³)
(kN/m³) (%)
(%) (%) (%)
gnáissicos, provavelmente associados ao valor Gnaisse -
de tensão principal máxima (σ1) igual a 1000 Ponte Nova
(Cruz, 1967)
16 50 32 18 27,8 16,4 18,8
solos do Rodoanel Norte de São Paulo: Grandes Barragens, 8, tema 3, v. 2, p. 8, São Paulo,
a) com baixos valores de carregamentos, até 1972. Publicação IPT n. 982, 1972.
POZZEBON, B. H.; YAMAJI, M.H. E MASSAD, F.
aproximadamente 200 kPa, os valores de B̅ são (2016). Estimativa dos parâmetros de resistência e
negativos, fato que pode ser atribuído aos deformabilidade de solos compactados de
relativamente baixos graus de saturação dos decomposição de rocha da região Metropolitana de
corpos de prova, variando de 56 a 84% para São Paulo. In: XVIII Congresso Brasileiro de
Δh=0 a até 5%; Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica, 2016,
Belo Horizonte.
b) para tensões elevadas (σ1 = 1.000kPa), o B̅ http://www.cobramseg2016.com.br/index.php/anais/
variou de 2% a 21%. Os maiores valores (8 a código CB-03-0001
21%) referem-se às Amostras 6 (ultramilonitos) POZZEBON, B. H (2017). Parâmetros de solos residuais
e 7 (granito pouco milonitizado) e os menores compactados da Região Metropolitana de São Paulo
(2 a 4%), à Amostra 5 (metabásica); – Comparação com dados de outras localidades no
Brasil. 2017. Dissertação de Mestrado (Engenharia
c) os valores de B̅ da Amostra 1 (filito) Civil) - Escola Politécnica da USP.
revelaram-se inferiores ou muito próximos aos
filitos de Cruz (1967). A exceção ficou por
conta da Amostra 2, também de filito, com
valores iguais (na hótima) ou superiores (para
Δh=2%, 4% e 5%);
d) para as Amostras 4, 5 e 6 (ultramilonitos e
metabásica), os valores de B̅ para umidades
acima da ótima situaram-se relativamente
próximos aos solos do tipo II de Cruz (2004); e
f) finalmente, para a Amostra 7 (granito pouco
milonitizado), os valores de B̅ foram diferentes
para os diversos desvios de umidade aos dos
solos do tipo IA de Cruz (2004)¸ provavelmente
face às diferenças nos teores de argila e na
plasticidade.
AGRADECIMENTOS
REFERÊNCIAS
José Gómez
Universidad Nacional de Asunción, San Lorenzo, Paraguay, jo_ma_gm@hotmail.com
3 METODOLOGIA
compactación se utilizaron las normas ASTM Norma ASTM D559. Para cada combinación de
D698 Y D1557. Para el análisis de las sales peso específico, porcentaje de cal y temperatura
disueltas en el agua de poros del suelo se utilizo de curado fue realizado un par de probetas
la Norma ASTM C1580. Los ensayos de siendo sometida una al ensayo con cepillado y
contenido de materia orgánica, siguieron la su par al ensayo sin cepillado. Al final del
norma ASTM D2974. tiempo de curado del cuerpo de prueba inician
los ciclos del ensayo. Cada ciclo de 48 horas de
3.3. Cantidad mínima de cal duración consta de las siguientes partes: 5 horas
de inmersión en agua, 42 horas de secado en
El porcentaje mínimo de cal para este trabajo se estufa a 71±3°C y una hora de intervalo para el
consideró de 5%, establecido a través de las cepillado y pesaje a fin de anotar la pérdida de
conclusiones de Consoli et al. (2016). masa. Para el cepillado se utiliza un cepillo
metálico, aplicando 18 a 20 pasadas
3.3. Ensayos de Pinhole verticalmente en el área lateral y 4 pasadas en
cada base. La fuerza de aplicación debe ser
Para los ensayos de Pinhole se siguieron las aproximadamente 13,3 N.
instrucciones de la norma ASTM D4647. En
esta metodología, la susceptibilidad a la 3.6. Análisis económico de las mezclas suelo
dispersión es evaluada mediante la clasificación cal.
de los suelos en 6 categorías, yendo desde los
no dispersivos o ND1 a los altamente Se propone la comparación de costos de las
dispersivos o D1. distintas mezclas de suelo-cal estudiadas. Para
ello se realizó el análisis de costos a través del
3.4. Ensayos de Resistencia a compresión método de los costos unitarios. En cuanto a los
simple costos horarios de los equipos utilizados, fueron
datos de una empresa local, presentados en la
La resistencia se analizó en cuanto al porcentaje Tabla 3.6.1.
de cal utilizado, el tiempo y la temperatura de
curado de tres pesos específicos diferentes para Tabla 3.6.1. Costos horarios de equipos para elaboración
la mezcla suelo-cal manteniendo constantes de suelo-cal.
todas las otras variables para todos los cuerpos Equipos Modelo HP Precio
U$s/hora
de prueba. Para los ensayos fue utilizada una
Volquete para VOLKWAGEN 220 31,50
prensa automática a velocidad de aplicación de transporte de suelos 16220
carga 10 mm/min en conjunto con un aro de Excavadora CAT 336 DL 268 96,46
capacidad de 1tf y otro de 3,5 tf. Fueron Flete para transporte SCANIA P 112 320 45,95
de Cal
seguidos los procesos establecidos en la norma
Motoniveladora CAT 140H 185 63,97
ASTM D5102. Los especimenes se sumergieron Esparcidor de Cal STOLTZ 115 35,20
bajo agua al menos 24 horas antes del ensayo, Recicladora CAT RM 350 430 118,04
con el fin de aproximar a la condición de Camión Regador de VOLKWAGEN 220 36,14
agua 16220 - 18000
saturación. Como criterio de aceptación, se Lts
definió que entre las resistencias individuales de Tractor con Rastras JOHN DEERE 150 34,85
tres cuerpos de prueba no debería exceder al 7505 - 4x4
±10% de la resistencia media del conjunto. Compactador pata CAT 815 100 39,81
de cabra
Compactador DYNAPAC 118 34,36
3.5. Ensayos de durabilidad por mojado y rodillo liso CC-421
secado. Bomba de agua JOHN DEERE- 70 14,16
Diesel
Para la ejecución del ensayo fue utilizada la
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Se consideraron seis procesos para el análisis de de cal. Cabe destacar que para 2% de cal el
costos: producción de cal, transporte de cal, suelo ya mejoró notablemente su
extracción de suelo, transporte de suelo, mezcla, comportamiento (Figura 4.2.1).
homogeneización y compactación. Para
transportes internos se utilizaron distancias
promedio de 1,5 km y un transporte teórico de
12 m3 por viaje; y para externos se utilizó la
distancia de 125 km.
4 RESULTADOS
tiempo de cura de 28 días en función a los 7 Tabla 4.3.2. Razón de resistencia a la compresión simple
días de cura es presentada en la Tabla 4.3.1. para una temperatura de curado de 40°C en función a la
temperatura de 20°C.
Tabla 4.3.1. Razón de aumento de resistencia a la Tipo de CP Tasa de crecimiento 40°C/20°C
compresión simple para el tiempo de cura de 28 días en
17-5%-7días 2,94
función a los 7 días de cura.
18-5%-7días 2,40
Tipo de CP Tasa de crecimiento 28 días/7días
19-5%-7días 2,34
17-5%-40°C 1,35
17-5%-28días 2,52
18-5%-40°C 1,54
18-5%-28días 2,55
19-5%-40°C 1,55
19-5%-28días 2,20
17-5%-20°C 1,58
17-8%-7días 2,70
18-5%-20°C 1,45
18-8%-7días 2,69
19-5%-20°C 1,65
19-8%-7días 2,46
17-11%-40°C 1,69
17-11%-7días 2,56
18-11%-40°C 1,56
18-11%-7días 2,69
19-11%-40°C 1,67
19-11%-7días 2,53
17-11%-20°C 1,52
17-11%-28días 2,85
18-11%-20°C 1,54
19-11%-20°C 1,61 18-11%-28días 2,73
19-11%-28días 2,62
Promedio 1,56
Promedio 2,58
En la Figura 4.3.2. son presentados los valores
Los resultados reflejan el impacto de utilizar
de la variación de la resistencia a la compresión
temperaturas de curado mayores alcanzado la
simple en función a la temperatura de curado de
resistencia a la compresión simple para un
los cuerpos de prueba. Cada valor de
mismo tiempo de curado. Los cuerpos de
resistencia, poseen el mismo porcentaje de
prueba sometidos a una temperatura de curado
humedad. (ω = 13%). En esta Figura se puede
de 40°C experimentaron un aumento en su
observar la influencia de la temperatura de
resistencia de 2 a 3 veces con respecto a sus
curado.
pares sometidos a una temperatura de curado de
20°C. Siendo el aumento promedio de 2,58
veces en la resistencia de los cuerpos de prueba
sometidos a una temperatura de curado de 40°C
con respecto sus pares sometidos a una
temperatura de curado de 20°C.
6, 9 y 12 en función a la relación Liv para una Se observa que para menores relaciones de
0,16
ASTM D559. Standard Test Methods for Wetting and VOLK, G. M., Method of Determination of the Degree of
Drying Compacted Soil-Cement Mixtures. ASTM Dispersion of the Clay Fraction of Soils, Proceedings,
International, West Conshohocken, PA, v. 4, n. C, p. 1–8, Soil Science Society of America, vol. 2, p. 561, 1937.
2011.
RESUMO: O presente trabalho tem por objetivo principal comparar os resultados de previsão de
capacidade de carga pelos métodos de Aoki-Velloso (1975), Décourt-Quaresma (1978) e Antunes e
Cabral (1996) e os resultados de provas de carga estáticas realizadas em duas estacas do tipo hélice
contínua, executadas na cidade de Goiânia-GO. O método de Aoki-Velloso (1975) foi o que mais se
distanciou do valor da carga de ruptura encontrada, obtendo resultados superiores em 140% e
177%, para as estacas. O método Décourt-Quaresma (1978) apresentou resultados superiores em
cerca de 65% e 74%. Já o método que atingiu resultados mais próximos ao apresentado pela prova
de carga foi o de Antunes e Cabral (1996), alcançando valores superiores a prova de carga em cerca
de 36% e 49%. As estimativas determinadas demonstram que as cargas de ruptura reais
apresentaram resultados inferiores aos previstos nos métodos semi-empíricos. Dessa forma,
conclui-se que, provavelmente, as estacas não foram executadas de maneira apropriada, o que
acabou gerando tamanha diferença entre os valores previstos e os apresentados em campo.
estacas do tipo hélice contínua executadas em fuste, e L é a altura da camada por tipo de solo.
Goiânia-GO.
2.3 Antunes e Cabral (1996)
4.1 Perfuração
4.2 Concretagem
2004). 8
10
5 RESULTADOS
12
como executadas duas estacas do tipo hélice Figura 2. Variação do NSPT ao longo do furo SPT-01,
nível d’água à 1,05m.
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Nesse caso, assim como na estaca A, pôde-se Andrade, G. M. (2009). Fundação em estaca hélice
perceber uma variação mais elevada do método contínua: Estudo de caso em obra de viaduto no
munícipio de Feira de Santana – BA. Monografia
Aoki-Velloso (1975), podendo ser explicada (Graduação em Engenharia Civil) – Universidade
pelo elevado valor da carga de ponta encontrada Estadual de Feira de Santana, Feira de Santana.
por esse método. Antunes, W.R e Cabral, D.A. (1996). Capacidade de
carga em estacas hélice contínua. 3º Seminário de
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3 PROGRAMA EXPERIMENTAL
como A-7-5, sendo que mais de 35% do verificar a pior condição, conforme Fotografia
material é passante na #200 e possui o IP ≤ LL- 2.
30.
Quanto a classificação SUCS o solo é
classificado como MH, por sua graduação
possuir mais de 50% passante na #200 e o valor
de LL> 50%.
O cimento utilizado para estabilização foi
Cimento Portland CP II Z-32 da empresa
Votoran.
Para a moldagem dos corpos de prova
propostos ao rompimento à compressão
simples, utilizou-se um molde cilíndrico de 5
cm de diâmetro e 10 cm de altura. Os corpos de
prova foram moldados na prensa manual do Fotografia 2: Corpos de prova em submersão
Laboratório de Materiais e Solos – Campus de
Joaçaba. Foram rompidos os corpos de prova com
A determinação da quantidade de 7, 14 e 28 dias de cura para verificação da
material utilizado para cada corpo de prova resistência a compressão simples. O
(solo + cimento + água), foi fundamentado em rompimento foi realizado na prensa hidráulica
dois valores fixados pelo ensaio do Proctor, do Laboratório de Materiais e Solos – Campus
sendo eles a massa específica aparente seca (γd) de Joaçaba, conforme Fotografia 3.
e a umidade ótima. A quantidade de água foi
adicionada com base na massa de sólidos (solo
+ cimento), de forma que se obtivesse a
umidade ótima desejada.
Os corpos de prova, após moldados,
foram colocados em um saco plástico e
vedados, a fim de reter a umidade do mesmo e
não permitir variações de umidade, conforme
Fotografia 1.
(2)
5 CONCLUSÃO
mostrando o inverso para a redução da Lopes Junior, Luizmar da Silva. Metodologia de Previsão
porosidade. do Comportamento Mecânico de Solos Tratados com
Cal. 2011. Tese (Doutorado em Engenharia) –
No que tange a porosidade/teor Programa de Pós Graduação em Engenharia Civil,
volumétrico de cimento observou-se que quanto UFRGS, Porto Alegre.
maior a resistência à compressão simples
obtida, menor é a relação entre vazios/cimento, Mitchell, J. K., Herzog, A. Reactions Accompanying
demonstrando que a porosidade possui efeitos Stabilization of Clay with Cement. Transportation
Research Board, Washington, DC, Vol. 36, p. 146-
negativos no resultado de resistência. Dessa 171. 1963.
forma, a relação entre porosidade e teor
volumétrico de cimento mostrou-se a melhor Núñez, Washington Peres. Estabilização físico-química
maneira de obter uma correlação que permita a de um solo de arenito botucatu, visando seu emprego
obtenção de resistências requeridas por meio da na pavimentação. 1991. 150 p.. Dissertação
(Mestrado em Engenharia). Universidade Federal do
plotagem do gráfico, onde gera uma curva Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 1991.
exponencial para um solo estabilizado.
Pereira. Kiev Luiz de Araújo. Estabilização de um Solo
REFERÊNCIAS com Cimento de Iodo para Uso em Pavimentos. 2012.
Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós Graduação
Associação Brasileira De Normas Técnicas. NBR 12253: em Engenharia Civil, UFRGN, Natal.
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de pavimento. Rio de Janeiro, 1992. Sales, L. F. P. Estudo do Comportamento de Fundações
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Dalla Rosa, Amanda. Estudo dos parâmetros-chave no (Mestrado em Engenharia) Universidade Federal do
controle da resistência de misturas solo-cinza-cal. Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 1998.
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Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2007.
Fonini. Anderson. Comportamento Mecânico de uma
Areia Cimentada: Análise Experimental e Silvani, Carina. Solos Artificialmente Cimentados Em
Micromecânica. 2012, 210 p. Tese (Doutorado em Célula Cúbica: Isotropia a Pequenas Deformações e
Engenharia) – Programa de Pós Graduação em na Ruptura. 2017. 219 p. Tese (Doutorado em
Engenharia Civil, UFRGS, Porto Alegre. Engenharia) – Programa de Pós Graduação em
Engenharia Civil, UFRGS, Porto Alegre.
Foppa, Diego. Análise de variáveis-chave no controle da
resistência mecânica de solos artificialmente Vendruscolo, Marcio Antonio. Estudo do comportamento
cimentados. 2005, 144 p. Dissertação (Mestrado em de materiais compósitos fibrosos para a aplicação
Engenharia) – Universidade Federal do Rio Grande como reforço de base de fundações superficiais. 2003,
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Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto
Ingles, Owen Graeme.; METCALF, John B. Soil Alegre, 2003.
Stabilization – Principles and Practice. Sidney:
Butterworths,374 p. 1972.
RESUMO: O presente artigo estuda o desempenho de uma mistura solo-cal, tal mistura foi elaborada
com cal e rejeito de manganês de Licínio de Almeida-Ba (caracterizado como um solo siltoso). Isto
com o propósito de atender os requisitos do DNIT para compor base de pavimentos rodoviários. A
cal incorporada ao rejeito foi uma cal hidratada CH III nos teores de 2%, 4% e 6% em peso de rejeito
de manganês. Além do mais, foram realizados ensaios laboratoriais com a mistura para determinação
dos parâmetros geotécnicos rodoviários. Também foi realizado o ensaio de compactação tipo proctor
na energia intermediária do rejeito sem adição da cal e com adição da cal hidratada nos teores de 2%,
4% e 6%. Ainda, verificou-se a eficiência de cada mistura a partir dos valores dos CBRs, para a energia
de Proctor intermediária. Destaca-se que os corpos-de-prova da mistura cal-rejeito de manganês
foram submetidos a dois tipos dis- tintos de cura: a cura imersa (15 dias) e a cura mista (4 dias imerso
e 7 dias à sombra). Finalmente, constatou-se que a mistura de cal-rejeito de manganês com teor de cal
de 2%, em peso, e cura imersa apresentou um CBR de 81,9%, o que evidencia sua utilidade para base
e sub-base de pavimentos.
(quinze dias) e a cura mista, onde os corpos-de- óxido de cálcio ou óxido de cálcio em presença
prova ficaram quatro dias submersos e sete dias natural com o óxido de magnésio, hidratados ou
em penumbra (à sombra). não.
A amostra do rejeito coletada em Licínio
2 MATERIAIS E MÉTODOS de Almeida-Ba foi analisada pelos laboratórios
de geotecnia da Empresa Municipal de
Para realização dos ensaios geotécnicos foi Urbanização de Vitória da Conquista e pelo
retirado em um dos locais de descarte de uma Laboratório de Geotecnia de Universidade
empresa de exploração local, situada em Licínio Federal de Viçosa- UFV, onde a mesma foi
de Almeida-BA, uma amostra do rejeito de classificada como um solo A-4 (HRB, atual
manganês. A Figura 1 mostra a imagem do local TRB), solos siltosos, com pequena quantidade de
do descarte cujas coordenadas geográficas são: material grosso e pequena quantidade de argila.
latitude 14º40’43.1’S e longitude 42º30’53.8’W. Segundo a classificação MCT (Miniatura
Percebe-se, na Figura 1, que o local de descarte Compactada Tropical) o rejeito foi denominado
do rejeito de manganês é próximo a cidade. de NA’ (solo não laterítico arenoso).
O rejeito de minério de manganês, não
apresentou Limite de Liquidez (LL) nem Limite
de Plasticidade (LP), portanto não existiu Índice
de Plasticidade (IP). Segundo a classificação
USCS (Unifield Soil Classification System) o
rejeito é apresentado como SM (sandmo): areias
siltosas.
A curva Granulométrica do Rejeito de
Minério de Manganês é apresentada na Figura 2.
Além do mais, conforme parecer técnico do
Laboratório de Geotecnia da UFV e
fundamentado na NBR 6508/84 Grãos de solos
Figura 1. Localização da amostra do rejeito do minério de que passam na peneira 4,8 mm – determinação
manganês. Fonte: Google Earth (2016). da massa específica, o valor obtido pelo rejeito
para o peso específico dos sólidos foi Ɣs = 3,331
Foi realizada a coleta de 150 kg de amostra g/cm³.
do rejeito do minério de manganês conforme a
norma ABNT NBR 9604/86 – Abertura de Poço
e Trincheira de Inspeção em Solo com Retirada
de Amostras Deformadas e Indeformadas, as
amostras foram levadas ao laboratório da
Empresa Municipal de Urbanização de Vitória
da Conquista (EMURC), a qual foi submetida às
preparações segundo a norma NBR 6457/86 –
Amostras de solo: Preparação para ensaios de
compactação e ensaios de caracterização, para
que fossem executados os ensaios.
Na execução dos ensaios laboratoriais
Figura 2. Curva Granulométrica do Rejeito de Minério de
utilizou-se a Cal Hidratada Itaú CH III como Manganês. Fonte: Laboratório de Geotecnia da
material estabilizante do solo ensaiado, sendo Universidade Federal de Viçosa-MG (2015).
produzida pela empresa Votorantim Cimentos
Ltda. A Figura 3 mostra, o resultado do ensaio
Segundo a NBR 11172 – Terminologia, cal de compactação de Proctor na energia
é um aglomerante cujo constituinte principal é
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intermediária. Foi também realizado o ensaio relação ao peso dos materiais e os teores de cal
CBR na energia intermediária, tais ensaios foram empregados na mistura foram de 2%, 4% e 6%.
feitos com a amostra do rejeito de manganês na Assim sendo, foram realizados ensaios de
EMURC (Empresa Municipal de Urbanização compactação na energia intermediária de Proctor
de Vitória da Conquista). para as misturas cal-rejeito de manganês para os
Verificou-se que o rejeito de minério de teores de 2%, 4% e 6%.
manganês possui um teor de umidade ótima Além do mais, foram moldados 3 (três)
(wot) com cerca de 26,8% e um peso específico corpos-de-prova nos teores 2%, 4% e 6% de cal,
seco máximo de 1,720 g/cm³. Quanto aos ensaios na mistura cal-rejeito, os quais foram submetidos
CBR máximo de 64%, a qual é um valor elevado, a cura imersa (quinze dias) e depois rompidos
mas insuficiente para fazer base de pavimento para determinação dos CBR(s) da mistura. Além
rodoviário. Destaca-se que o CBR máximo foi disso, foram moldados mais 3 (três) corpos-de-
obtido para um teor de umidade ótima de 26,8%. prova nos teores 2%,4% e 6%, na mistura cal-re-
jeito, os quais foram submetidos a cura mista de
4 (quatro) dias submersos e 7 (sete) dias à
sombra e depois rompidos para determinação
dos CBR(s) da mistura. A Tabela 1 apresenta de
forma resumida os principais resultados obtidos
dos ensaios de compactação na energia inter-
mediária de Proctor, tanto para o rejeito sem
mistura quanto para o rejeito com misturas nos
teores de 2%, 4% e 6% de cal, tais resultados
obtidos dos corpos-de-prova utilizados para os
ensaios com cura imersa e cura mista.
máximo na energia intermediária de Proctor da 6%. Além disso, nota-se que a variação do teor
mistura cal-rejeito de manganês, para os teores de umidade ótimo do rejeito com o teor de cal é
de 0%, 2%, 4% e 6% em peso, varia com o teor uma parábola cúbica, cuja equação é apresentada
de cal conforme uma parábola do segundo grau. na Figura 5.
Além do mais, pode-se verificar que o má-
ximo peso específico ocorre para o teor de cal de
0%, onde se obteve um valor de 1,720 g/cm³ para 30,0
29,5
o peso específico seco máximo da energia 29,0
28,5
intermediária de Proctor, e a partir deste teor 28,0
27,5
tem-se que o aumento do teor de cal faz diminuir 27,0
26,5
o peso específico seco máximo da mistura cal- 26,0
25,5 Wot = -0,05(TL)3 + 0,7(TL)2 - 1,9(TL) + 26,8
rejeito. Ademais, a relação entre o teor de cal e o 25,0
24,5
peso específico seco máximo da energia 24,0
intermediária de Proctor foi excelente, pois o 0 5 10
valor do coeficiente de determinação (R²) da Teor de cal, TL, (%)
relação foi igual a 1.
Figura 5. Teores de umidade ótimos para Proctor na
energia intermediária com cura imersa (15 dias) e cura
mista (4 dias imerso e 7 dias à sombra). Fonte: Laboratório
da EMURC (2016).
REFERÊNCIAS
a) A estabilização do rejeito submetido à
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR
cura imersa de 15 (quinze) dias com adição da 6457. Amostras de solo – preparação para ensaios de
cal hidratada no teor de 2% atende aos compactação e de caracterização. Rio de Janeiro.
requisitos exigidos pelo DNIT (Departa- 2016.
mento Nacional de Infraestrutura e Trans- NBR 6508. Grãos do solo que passam na peneira 4,8mm
portes) quanto ao CBR tipo Proctor na energia - determinação da massa especifica. Rio de Janeiro.
1984.
intermediária, podendo ser utilizado como NBR 7181. Solo - análise granulométrica. Rio de Janeiro,
base de pavimentação rodoviária, por 1984.
apresentar resistência suficiente conforme a NBR 7182. Solo -ensaio de compactação. Rio de Janeiro.
norma do DNIT 143/2010. 1986.
b) A reutilização do rejeito estabilizado com NBR 9604. Abertura de Poço e Trincheira de Inspeção em
Solo com Retirada de Amostras Deformadas e In-
a cal hidratada trará benefícios para as obras deformadas. Rio de Janeiro, 1986.
geotécnicas rodoviárias da região, além da NBR 11172/1990. Aglomerantes de origem mineral –
diminuição dos riscos ambientais provocado Terminologia. Rio de Janeiro, 1990.
pelo descarte inapropriado do rejeito no AZEVÊDO, A.L.C. Estabilização de solos com adição de
município de Licínio de Almeida- Ba. cal – um estudo a res- peito da reversibilidade das
reações que acontecem após a adição de cal. 2010. 114
c) O fato de a resistência máxima alcançada f.
no CBR da mistura cal-rejeito, com 2% de cal, Dissertação (Mestrado em Geotecnia) – Universidade
ter sido igual a 81,9%, e para porcentagens Federal de Ouro Preto – UFOP, Ouro Preto, 2010.
maiores de cal a mistura ter apresentado um Castro, C. G. Estudo do aproveitamento de rejeitos do
decréscimo no valor do CBR, é um forte beneficiamento do manganês pela indústria cerâmica.
2011.
indício de que a cal não é um bom CRISTELO, N.M.C. Estabilização de solos residuais
estabilizante para ser aplicado no rejeito de graníticos através da adição de cal. Dissertação
manganês; Assim sendo, recomenda-se (Mestrado em Engenharia Civil) – Escola de
avaliar outros tipos de estabilizantes para o Engenharia da Universidade do Minho. 2001.
rejeito de manganês, tais como: cimento DEPARTAMENTO NACIONAL DE ES- TRADAS E
RODAGEM. DNER-ME 049/94. Solos - determinação
Portland, RBI, britas, etc. do índice de suporte Califórnia utilizando amostras
d) Aparentemente o efeito da água na não trabalhadas. Rio de Janeiro, 1994.
mistura cal-rejeito de manganês parece ser DNER Manual de pavimentação. 2. Ed. Rio de Janeiro.
mais significativo do que o efeito do CO2 1996.
(dióxido de carbono) do ar no que se refere ao DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRA-
ESTRUTURA E TRANSPORTES - DNIT
CBR, pois a cura imersa de 15 dias forneceu 143/2010 - ES: Pavimentação - Base de solo-cimento -
maiores valores de CBR para os mesmos Especificação de serviço. Rio de Janeiro. 2010a.
teores de cal do que a cura mista (4 dias INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRA- FIA E
imerso e 7 dias à sombra). ESTATÍSTICA – IBGE. Cidades. Disponível em:
e) Do ponto de vista tecnológico, é interes- http://cida-des.ibge.gov.br/xtras/perfil.php?lang=&co-
dmun=291940&search=bahia|licinio-de-al-meida.
sante repetir o trabalho para uma cura mista Acesso em: 30 de agosto de 2016.
de 4 dias imerso e 11 dias seco à sombra, para MACHADO, C.F.D. Estabilização de solo típico regional
ser compatível aos 15 dias da cura imersa visando sua utilização como base de pavimentos. Porto
deste trabalho. Alegre, 1978. Dissertação (Mestrado em Engenha- ria)
– CPGEC/UFRGS.
MME, Ministério de Minas e Energia. Pro- duto 11:
Minério de manganês, Consultor. Luiz Felipe
Quaresma. Projeto de Assistência Técnica ao Setor de
Energia. Relatório Técnico 19, Perfil da mineração de
manganês. Ago. 2009. Disponível em:
http://www.mme.gov.br/sgm/galerias/arqui-
vos/plano_duo_decenal/a_mineracao_brasileira/P11_
RT19_Perfil_da_mine- raxo_de_manganxs.pdf.
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ensaios em campo envolvem equipamentos de podem ser utilizados rapidamente para avaliar a
difícil transporte e instalações, fazendo com que variabilidade das condições do solo, permitindo
o levantamento de dados em campo torne-se inclusive a identificação de diferentes camadas.
oneroso e restrito para certas obras. O CBR é O penetrômetro de cone estático (ECP)
ensaio que detém tempo e custo para ser também é constituído por uma ponteira cônica,
realizado, decorrente disso a coleta de dados em que é cravada no solo, por meio de uma carga
campo se dá em um espaçamento muito grande, estática aplicada na parte superior da
refletindo assim uma falta de informações sobre composição de hastes, de forma mecânica ou
o solo a ser construído. manual, medindo ao longo da profundidade a
A investigação por meio do penetrômetro de tensão de ruptura.
cone estático (ECP) se caracteriza pela O Penetrômetro de cone estático utilizado na
determinação da tensão de ruptura (qc), valor Universidade Estadual de Maringá é constituído
que corresponde à tensão necessária para a de uma haste de penetração com 50 cm de
penetração da ponteira cônica na superfície comprimento e 15,8 mm de diâmetro, tendo em
analisada. Para o penetrômetro de cone sua extremidade uma ponteira cônica de 20 mm
dinâmico (DCP), o valor investigado é o índice de diâmetro e ângulo de ataque de 600, e por
de penetração (S), que corresponde a penetração fim também de um sistema de aplicação e de
por golpe do martelo. medição de carga. O penetrômetro de cone
Segundo Belincanta e Reis, (2004), os estático é cravado pela aplicação manual ou
parâmetros de índice de penetração (S) e de mecânica de carga estática, sendo esta carga
tensão de ruptura (qc), apesar de sua geralmente medida por meio de anel
dependência com o peso específico aparente dinamométrico.
seco do solo, são fortemente afetados pelo teor O Penetrômetro de cone dinâmico utilizado
de umidade presente no solo. Assim sendo, este na Universidade Estadual de Maringá é
trabalho apresenta uma análise da variação do constituído de um conjunto de hastes metálicas
índice de penetração (S) e da tensão de ruptura de aço de 15,8 mm, de cravação e de guia, uma
(qc) com os índices físicos do solo: teor de cabeça de bater e um martelo. O conjunto de
umidade (w) e peso especifico aparente seco hastes de cravação de 15,8mm de diâmetro
(γd), além da correlação com o CBR sem possui em sua extremidade uma ponteira cônica
imersão. de aço com 20 mm de diâmetro e ângulo de
ataque de 60º. O conjunto penetra no solo sob
2. CARACTERÍSTICAS DOS ação da queda livre de uma martelo de 80 N, de
PENETRÔMETROS ESTÁTICO E 50 mm de diâmetro, direcionado por uma haste
DINÂMICO, UTILIZADOS guia de 15,8 mm de diâmetro, operado com
altura de queda de 553 mm.
Para Stolf (1991) os Penetrômetros são A partir dos dados obtidos em campo traça-
instrumentos que permitem realizar ensaios de se a curva do DCP, sendo nas ordenadas as
penetração no solo em seu estado natural ou profundidades de cravação em (cm) e nas
compactado, com objetivo da avaliação da abscissas o número de golpes para alcançar a
resistência. profundidade de cravação. Neste caso a
O DCP (Penetrômetro de Cone Dinâmico) é inclinação da curva se relacionaria com o índice
constituído de uma ponteira cônica, cravada no de penetração (S) em cm/golpe.
solo através do impacto de um martelo em Segundo Alves (2002) por meio da curva do
queda livre, com energia padronizada. É um DCP, pode-se verificar a homogeneidade de
dispositivo leve, que pode ser compactação no decorrer da profundidade da
convenientemente utilizado para a investigação camada analisada, ou a distinção das camadas
de aterro compactado ou não, inclusive em de solo.
locais de difícil acesso. Os resultados do DCP Quanto às vantagens dos penetrômetros de
XIX Congresso Brasileiro de Mecânica dos Solos e Engenharia Geotécnica
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COBRAMSEG 2018 – 28 de Agosto a 01 de Setembro, Salvador, Bahia, Brasil
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w wot
d max c 2
wot
S c1 e
d (1)
w wot
c1 c2
GC e
wot
(2)
Figura 1: Relação do índice de penetração em função
S do teor de umidade.
γd (g.f/cm³)
próximo da umidade ótima localizado no ramo 4 1,82
seco apresenta-se um CBR (sem imersão) 3 1,80
elevado. Conforme a Figura 2 1,78
1 1,76
6.2. Tensão de Ruptura (qc) e (γd) em
0 1,74
Função do Teor de Umidade (W) 10,00 12,00 14,00
Umidade (%)
Observa-se na Figura 2 a combinação de Figura 3. Curvas de índice de penetração (S) e (γd) em
dois gráficos independentes: obtidos pela média função da umidade de compactação (w).
dos pares de tensão de ruptura (qc) em função
do teor de umidade (w) e peso específico 6.4. Índice de Penetração (S) em Função do
aparente seco (γd) em função do teor de Teor de Umidade (W)
umidade (w), para o solo compactado na
energia normal. Para cada valor de umidade, o Na figura 4 apresenta-se a linha de tendência
solo se apresenta com uma tensão de ruptura ajustada do tipo exponencial, relacionando o
distinta, sendo decrescente com o valor da índice de penetração (S), em cm/golpe, com o
umidade. teor de umidade (w), em porcentagem, para solo
(qc x w) Compact.(γd x w) compactado na energia normal. Nota-se que o
100 1,95
índice de penetração é crescente com o teor de
80 1,90 umidade, de forma exponencial, colaborando
qc (kgf/cm²)
γd (g.f/cm³)
0 1,75
10,00 11,00 12,00 13,00 14,00
Umidade (%)
Figura 2. Curvas de tensão de ruptura (qc) e (γd) em
função da umidade de compactação (w).
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CBR (Kgf/cm²)
2 30 CBR = 54,907(S)-1,49
25 R² = 0,733
0 20
10 12 14 16 15
w (%) 10
Figura 4. Índice de penetração em função do teor de 5
umidade, para o solo compactado na energia normal. 0
0 2 4 6 8
S (cm/golpe)
Figura 6. Curva de correlação entre CBR e S.
6.5. Correlação Entre o Índice de 7. CONCLUSÕES
Penetração (S) e Tensão de Ruptura (qc)
Com o Índice de Suporte Califórnia Nesta seção serão apresentadas as principais
(CBR) conclusões desta pesquisa. Vale ressaltar que as
conclusões apresentadas estão associadas ao
No Brasil o método de dimensionamento tipo de solo estudado, coletado na cidade de
adotado está relacionado na estimativa da Mandaguaçu-Pr, localizada na Região Noroeste
capacidade de suporte das camadas inferiores do Estado do Paraná, sendo este solo um A-2-6,
do pavimento, representado pelo índice de areia argilosa, solo evoluído proveniente do
suporte Califórnia (CBR). Diante dessa Arenito Caiuá.
realidade o presente trabalho busca oferecer A partir das análises dos resultados pode-se
correlações (S)×(CBR) e (qc)×(CBR). verificar que o índice de penetração (S) e a
Na Figura 5 tem-se a correlação obtida entre tensão de ruptura (qc) são fortemente
índice de suporte califórnia (CBR) por tensão influenciados pelo teor de umidade de
de ruptura (qc). Através do gráfico S×CBR, compactação. Pode-se verificar que os
conhecida a tensão de ruptura é possível definir parâmetros obtidos por meio dos penetrômetros
o valor de CBR médio da camada penetrada. A são capazes de descrever a condição de
seguir tem-se a correlação encontrada. resistência em que o solo compactado na
energia normal se encontra. Verifica-se que a
40 relação da curva índice de penetração em
35 CBR = 21,554ln(qc) - 64,25 função do teor de umidade, ajustada do tipo
30 R² = 0,9017 exponencial, apresenta-se com coeficiente de
CBR (%)
25
20 determinação R²=0,9444, considerado um bom
15 ajuste para os propósitos de engenharia.
10 A partir das análises dos resultados pode-se
5 verificar que o índice de penetração (S) e a
0
tensão de ruptura (qc) apresenta correlação com
0 20 40 60 80 100
o índice de suporte Califórnia, uma vez que
qc (kgf/cm²) seus coeficientes de determinação foram
Figura 5. Curva de correlação entre CBR e qc.
respectivamente R²=0,90 e R²=0,73 considerado
um bom ajuste para os propósitos de
Na Figura 6 tem-se a correlação obtida entre engenharia.
índice de suporte califórnia por índice de Conclui se que os penetrômetros possuem
penetração (S). Através do gráfico, conhecida a
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RESUMO: Com as análises laboratoriais foi possível avaliar a melhor característica dos saibros e as
aplicações em argamassas para a construção civil e a melhor identificação dos argilo-minerais que
contribuem para o desempenho. Para caracterização do saibro foram efetuados ensaios de
granulometria com sedimentação, consistência, determinação da massa específica dos grãos do solo
e limite de contração. Na fase que compreende este trabalho foi realizado o ensaio de caracterização
química da argila que entra na composição do saibro, a caracterização da cinética de hidratação da
pasta, de permeabilidade e a caracterização micro estrutural através de MEV (Microscopia
Eletrônica de Varredura) com a finalidade de explicar a pega do cimento e também o ensaio de
ultrassom e compressão diametral das argamassas no estado endurecido. A composição mineralógica
com a qual é formada o saibro tem influência no processo de cura da argamassa.
2 MATERIAIS E MÉTODOS
3 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Antônio Belincanta
Universidade Estadual de Maringá, Maringá, Brasil, abelincanta@hotmail.com
RESUMO: O Penetrômetro Dinâmico de Cone (Dynamic Cone Penetrometer - DCP) vem sendo
estudado e utilizado como uma alternativa ou complemento para o controle tradicional de
compactação de solo. Neste contexto e com referência a um solo arenoso típico da Região Noroeste
do Paraná, este trabalho tem como objetivo apresentar, analisar e discutir correlações entre o Índice
de Penetração do DCP, a massa específica aparente seca e o teor de umidade, na condição de solo
compactado. Para isto, o Índice de Penetração (Ip) foi obtido por meio da cravação do DCP em
corpos-de-prova compactados em laboratório em diferentes condições de umidade e massa específica
aparente seca. Como resultado, verificou-se que o Ip é fortemente influenciado pelo teor de umidade
de compactação. Com a utilização do Software TableCurve 3D, foram estabelecidas equações
matemáticas, inclusive com coeficientes de determinação (R²) elevados, na ordem de 0,98,
associando a massa específica aparente seca do solo com o teor de umidade e o Índice de Penetração.
Os resultados obtidos corroboram o emprego do DCP na determinação da massa específica aparente
seca do solo compactado e, consequentemente, no controle de compactação de campo.
3 RESULTADOS E DISCUSSÕES
2,0
o número total de golpes.
1,9
∑n2 Ip
Ipmédio = (2)
n-1 1,8
Os dados, obtidos em laboratório nos ensaios Como pode ser notado na Tabela 2 e nas
de compactação e cravação do DCP e que foram Figuras 4 e 5, foi possível se compactar todos os
utilizados nas confecções dos gráficos, estão corpos-de-prova com massa específica abaixo da
apresentados na Tabela 2. curva de compactação da energia normal, no
caso adotada como referência. No entanto, as
Tabela 2. Dados obtidos nos ensaios de .compactação e compactações dos corpos-de-prova com massa
penetração do DCP
Massa específica
específica acima da curva de compactação,
Índice de
Umidade aparente seca Penetração
foram possíveis somente Pontos
Pontos para
obtidos
obtidos aqueles
próximos
próximos daacurva
curvade situados
decompactação
compactação
w (%) Pontos
PontosPontos
Pontos obtidos
obtidos
obtidos abaixo
obtidos abaixo
próximos
próximos daada
da curva
curva
curva
curva de
dede
de compactação
compactação
compactação
compactação
ρd (g/cm³) Ip (mm/golpe) no ramo seco. NosPontos
teores
Pontos
Pontosobtidos
Pontos obtidos
Pontos
Pontos
Pontos
de
obtidos umidade
próximos
próximos
acima
obtidos
obtidos
obtidos
obtidos
da
dada
acima
abaixo
abaixo
próximos da dacurva
da curva
da
curva
curva
de
dede
curva
curva
curva
de de
de
de
de 14% e
compactação
compactação
compactação
compactação
compactação
compactação
compactação
Pontos
Pontosobtidos
obtidosabaixo
abaixodadacurva
curva. dede
compactação.
8,87 1,585 6,97 15% não foi possível alcançar
Pontos
Pontos
Pontos
Pontos
obtidos
obtidos
obtidos
Pontosobtidos
abaixo
obtidosacima
a massa
acima
acima
da da curva
da
curva
acimadadacurva
curva
de específica
compactação
de compactação
compactação
curvade compactação
Pontos obtidos acima da curva de compactação
8,98 1,636 5,92 desejada com valores de 0,05 g/cm³ superiores
Pontos obtidos próximos a curva de compactação
8,94 1,691 4,60 aos da curva de compactação
Pontos
Pontos
Pontos da
obtidos
obtidos
energia
obtidos abaixoada
próximos
próximos a curvacurva
normal.
curvadede compactação
compactação
de compactação
10,20 1,647 9,58 Pontos
Pontos obtidos
obtidos acima
abaixo da da curva
curva de de compactação
compactação
A seguir é apresentado Pontos
Pontos
na
obtidos
Pontos
Figura
abaixo
obtidos
obtidos acimaacima
da curva
6
da curva o gráfico
de compactação
da curva de compactação
de compactação
10,21 1,698 8,07 do índice de penetração em função do teor
10,30 1,744 6,91
10,24 1,793 5,68 umidade dos corpos-de-prova compactados.
11,10 1,749 9,64 60
11,03 1,799 7,96 Pontos obtidos
Energia próximos a curva de compactação
Normal
11,03 1,834 7,33 Pontos
0,5 obtidos
abaixo abaixo da curva de compactação
da Normal
Pontos
0,5 obtidos
acima daacima da curva de compactação
normal
Índice de Penetração (mm/golpe)
1,9
notificado em outros artigos técnicos (Freitas et
al., 2017; Belincanta et al., 2016). Além disso, há
1,8
uma relação entre a massa específica aparente
1,7
seca e o índice de penetração até a umidade
ótima, isto é, mantido o teor de umidade de
1,6 compactação, quanto maior a massa específica
Pontos obtidos próximos da curva de compactação
Pontos obtidos abaixo da curva de compactação
Pontos obtidos acima da curva de compactação
aparente seca, menor é o índice de penetração.
1,5 No entanto, para as umidades acima da ótima
8 9 10 11 12 13 14 15 16
Teor de Umidade (%) notou-se que o índice de penetração se apresenta
numa forma de função crescente com a massa
Figura 5. Massa específica aparente seca em função do teor específica aparente seca, sendo que esta
de umidade de compactação.
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tendência deve ser cofirmada, devido à Tabela 3. Valores das constantes de ajuste da Equação 3.
utilização de índices de penetração de valores Constante Valor
elevados e de baixo número de golpes do a -462,9511
b -27,485835
martelo, necessários para a penetração padrão de c 361,00569
até 120 mm. d -1797,6305
Após o teor de umidade ótimo, e 3124,552
especificamente na umidade de 13% o valor do f 204,33553
índice de penetração manteve-se constante g -35,598685
h 3,0704731
independente do valor da massa específica i -0,13096117
aparente seca dos três corpos-de-prova j 0,0022083023
ensaiados, desta maneira dificultando a
estimativa da massa específica aparente seca. A Equação 3, de elevado coeficente de
determinação, neste caso de R²=0,978, pode ser
3.2 Correlações Obtidas utilizada para a determinação da massa
específica aparente seca, conhecendo-se o teor
Com os dados obtidos em laboratório ajustou-se de umidade e o índice de penetração.
uma superfície no software TableCurve 3D Na figura 8, apresentam-se os erros absolutos
(Figura 7), sendo a mesma representada por uma calculados em função da superfície ajustada
equação matemática (Equação 3) de elevado (Equação 3), nota-se nisto que de modo geral o
coeficiente de determinação (R²), relacionando a erro absoluto na estimativa da massa específica
massa específica aparente seca com o índice de aparente seca é na ordem de ± 0,015 g/cm³, o
penetração e o teor de umidade de compactação que corresponde no caso de ρdmáx = 1,92 g/cm³ a
de 9 a 15 %.
um erro absoluto de ± 0,8% no grau de
b c d e compactação, excetuando-se para a umidade em
ρd =a+ + + + +f*w+g*w2 +h*w3 +i*w4 +j*w5 (3)
Ip Ip2 Ip3 Ip4 torno de 13% onde o erro absoluto é da ordem de
±0,04 g/cm³, o que corresponde a um erro
Onde: absoluto de ± 2,1% no grau de compactação.
2
1.95
1.9 2 -0.04 -0.04
1.85 1.95
10
11
12
13
14
15
9
1.8 1.9
1.75 1.85
1.7 1.8
1.65 1.75 Teor de Umidade (%)
1.6 1.7
1.55 1.65
1.6
1.55
Figura 8. Erros absolutos em relação à superfície ajustada
ìnd 10
ice
de 20 14 com referência a todos os dados
Pe 13
ne 30 12
tra
çã 11 )
o( 40 (%
m
m
/go 50 9
10
Um
ida
de A seguir também foi estabelecida uma
lpe rde
) 60 8 Teo correlação envolvendo os valores obtidos nos
corpos-de-prova compactados no ramo seco da
Figura 7. Superfície ajustada a todos os dados do estudo. curva de compactação da energia normal, isto é,
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10
11
12
9
9.5
10.5
11.5
não adotadas neste trabalho.
Teor de Umidade (%)
compactação da energia normal, o número de ASTM D6951-03. (2003). Standard Test Method for use
golpes para a cravação da ponteira do DCP em of the Dynamic Cone Penetrometer in Shallow
Pavement Applications. American Society of Testing
até 120 mm de solo foi pequeno, em torno de 4 Materials International, West Conshohocken, PA.
golpes. Com o descarte do primeiro valor de ASTM D7380-15. (2015) Standard Test Method for Soil
penetração, o índice de penetração foi calculado Compaction Determination at Shallow Depths Using
com poucas medidas de penetração, desta forma 5-lb (2.3 kg) Dynamic Cone Penetrometer, ASTM
acredita-se que, após a umidade ótima, mais International, West Conshohocken, PA.
ASTM D3282-15. (2015). Standard Practice for
ensaios devem ser realizados para que os valores Classification of Soils and Soil-Aggregate Mixtures for
de índice de penetração médio sejam Highway Construction Purposes, ASTM International,
representativos. Especificamente próximo ao West Conshohocken, PA.
teor de umidade de 13% o valor do índice de Belincanta, A; Costa Branco, C. J. M. (2003). Resultados
penetração manteve-se praticamente constante de Investigações Geotécnicas no Norte e Noroeste do
Paraná. I Encontro Geotécnico do Terceiro Planalto
para os corpos-de-prova com massas específicas Paranaense. Maringá. PR
aparente seca distintas, indicando a não- Belincanta, A.; Gutierrez, N.H.M. (2010) Compactação de
sensibilidade do DCP na determinação da massa Solos, Eduem, Maringá-PR, Coleção Fundamentum,
específica aparente seca nesta umidade. V.65, 76p.
Além disso, como sugestão a trabalhos Belincanta, A.; Reis, J.H.C. (2008). Avaliação do uso de
Penetrômetro Dinâmico de Cone para Controle de
futuros, o uso de um martelo com peso menor ao Execução das Fundações de Pavimentos Rodoviários.
utilizado nessa pesquisa ou mesmo com altura de IV Congresso Luso-Brasileiro de Geotecnia, Coimbra-
queda menor é de interesse para obtenção de Portugal. Anais do IV Congresso Luso-Brasileiro de
índices de penetração mais consistentes, no Geotecnia.
ramo úmido na curva de compactação. Também Belincanta, A.; Lukiantchuki, J. A.; Reis, J. H. C. (2016).
Control of soil compaction in pavement layers: A new
é de suma importância que análises sejam feitas approach using the dynamic cone penetrometer (DCP).
em solos compactados em diferentes energias International. Conference on Geotechnical and
como a energia intermédiária e a modificada, Geophysical site Characterisation, Gold Coast, 5th
inclusive contemplando outros tipos de solos. ISC, Australia.
Por fim, o uso do penetrômetro dinâmico de Freitas, J. H.; Reis, J. H.; Belincanta, A. (2017). Estudo da
influência do teor de umidade na verificação do índice
cone se apresenta com potencial no controle de penetração estático e dinâmico. In: 2º Simpósio
tradicional de compactação, em termos Paranaense de Patologia das Construções, Curitiba. p.
alternativos ou complementar, cuja 512-522.
confiabilidade deverá ser determinada em Gabr, M. A., Hopkins, K., Coonse, J., Hearne, T. (2000).
trabalhos de campo. DCP criteria for performance evaluation of pavement
layers. Journal of performance of constructed
facilities, Vol 14, n. 4, p. 141-148.
REFERÊNCIAS Mohammadi, S. D., Nikoudel, M. R., Rahimi, H., &
Khamehchiyan, M. (2008). Application of the
ABNT NBR 6508/84. (1984). Grãos de solos que passam Dynamic Cone Penetrometer (DCP) for determination
na peneira de 4,8 mm - Determinação da massa of the engineering parameters of sandy
especifica. Associação Brasileira de Normas Técnicas- soils. Engineering Geology, Vol 101, p. 195-203.
ABNT, São Paulo, Brasil. Salgado, R.; Yoon, S. (2003). Dynamic Cone Penetration
ABNT NBR 7181/16. (2016). Solo: Análise Test (DCPT) for Subgrade Assessment. Joint
granulométrica. Associação Brasileira de Normas Transportation Research Program, Indiana Department
Técnicas-ABNT, Rio de Janeiro, Brasil. of Transportation and Purdue University, West
ABNT NBR 6459/17. (2017). Solo: Determinação do Lafayette, Indiana.109p.
Limite de Liquidez. Associação Brasileira de Normas
Técnicas-ABNT. São Paulo, Brasil.
ABNT NBR 7180/16. (2016) Solo: Determinação do
Limite de Plasticidade. Associação Brasileira de
Normas Técnicas-ABNT. São Paulo, Brasil.
ABNT NBR 7182/86. (1986). Solo: ensaio de
compactação. Associação Brasileira de Normas
Técnicas, Rio de Janeiro.
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RESUMO: Este trabalho visa realizar uma comparação de cálculos de capacidade de carga de
estacas realizados a partir dos resultados de sondagens DPL e sondagens SPT, executadas em pares
no mesmo terreno situado na cidade de Taubaté-SP, através de métodos de cálculo semi-empíricos.
Para tanto, estudou-se uma estaca hélice contínua de 250 mm de diâmetro, e comprimento útil de 5
m a 8 m, realizando-se os cálculos de capacidade de carga à compressão de 4 tf, 6 tf, 8 tf e 10 tf,
pelo método de Nilsson (2003) a partir dos resultados das sondagens DPL, e por métodos semi-
empíricos consagrados nacionalmente a partir dos resultados das sondagens SPT. Realizou-se
também, o cálculo por métodos tradicionais para SPT através da correlação obtida entre os ensaios
DPL e SPT, relacionando o N10 do DPL com o N30 do SPT. Os resultados mostraram que o método
de Nilsson (2003) resultou nas maiores capacidades de carga por atrito lateral, sendo que a
capacidade de carga de ponta pelo mesmo método aproxima-se de zero. Adotou-se como fator de
segurança global 2,0, tendo o método de Nilsson (2003) se aproximado dos demais métodos, que
tem uma capacidade de carga por atrito lateral menor e por ponta maior. Assim, concluiu-se que os
comprimentos necessários para uma mesma capacidade de carga prevista pelo método de Nilsson
(2003), a partir dos resultados das sondagens DPL, foram equivalentes aos comprimentos previstos
pelos demais métodos tradicionais para SPT.
Tabela1. Ensaios SP-01 e DP-01, referentes ao 1º par de Figura 2. Correlação Geral SPT e DPL.
ensaios.
PROFUN.
TIPO DE SOLO
SPT DPL A correlação obtida foi :
(m) (N30) (N10)
1 ARGILA ARENOSA 1 2 N30 = 0,65xN10 (11)
2 ARGILA 1 3
N10=1,50xN30 (12)
3 ARGILA 8 9
4 ARGILA SILTOSA 10 14
5 ARGILA SILTOSA 11 32 6.1 Avaliação da capacidade de carga a
6 ARGILA SILTOSA 17 50 partir dos métodos semiempíricos
7 ARGILA SILTOSA 50 50
8 ARGILA SILTOSA 50 50 Com os resultados obtidos nas sondagens,
utilizaram-se o método de Nilsson (2003),
Tabela 2. Ensaios SP-02 E DP-02, referentes ao 2º par de
ensaios.
Aoki-Velloso (1975), Décourt & Quaresma
PROFUN. TIPO DE SOLO SPT DPL (1978), Velloso (1981), Antunes e Cabral
(m) (N30) (N10) (1996) e Gotlieb e Penna (2000) para obtenção
1 ARGILA ARENOSA 1 19 de resultados de avaliação da capacidade de
2 ARGILA 1 7 carga. Destaca-se que o método de Nilsson é
3 ARGILA 5 2 válido apenas para o DPL.
4 ARGILA SILTOSA 9 8 Dessa forma, foi possível originar as Tabelas
5 ARGILA SILTOSA 12 25 4 a 27 que mostram os comprimentos úteis
6 ARGILA SILTOSA 27 35 (Comp. Útil) necessários para as capacidades de
7 ARGILA SILTOSA 43 50
carga à compressão de 4tf ,6tf, 8tf e 10tf para
8 ARGILA SILTOSA 50 50
cada método de cálculo, DPL e SPT realizados,
Tabela 3. Ensaios SP-03 e DP-03, referentes ao 3º par de
além da resistência lateral acumulada (∑RL)
ensaios. resistência de ponta (Rp) e carga admissível
PROFUN. TIPO DE SOLO SPT DPL total (Fadm), com fator de segurança (FS) igual
(m) (N30) (N10) a dois.
1 ARGILA ARENOSA 1 6
2 ARGILA 1 3 Tabela 4. Carga de 4tf – SP1
3 ARGILA 5 5 Comp. ∑RL - Rp - Fadm
Método
4 ARGILA SILTOSA 11 12 Útil - m tf tf (FS = 2) -tf
5 ARGILA SILTOSA 13 20 Nilsson - - - -
Aoki-
6 ARGILA SILTOSA 32 35
Velloso - 5 3,4 5,9 4,7
7 ARGILA SILTOSA 50 59 f (N10)
8 ARGILA SILTOSA 50 59 Pedro P.
C.
4 4,2 4,0 4,1
Dessa forma, é possível obter uma Velloso -
f (N10)
correlação geral, conforme figura 2.
Antunes
e Cabral - 3 2,8 5,9 4,3
f (N10)
Gotlieb e
Penna - f 5 4,9 3,4 4,1
(N10)
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Tabela 11. Carga de 10tf – DP1 Tabela 14. Carga de 8tf – SP2
Comp. Rp - Fadm Comp. ∑RL Fadm
Método ∑RL - tf Método Rp - tf
Útil - m tf (FS = 2) -tf Útil - m - tf (FS = 2) -tf
Nilsson 5 24,1 0,7 12,4 Nilsson - - - -
Aoki- Aoki-
Velloso - 8 10,9 9,2 10,0 Velloso 6 4,8 14,6 9,7
f (N10) - f (N10)
Pedro P. Pedro P.
C. C.
7 19,3 8,7 14,1 7 14,3 10,4 12,4
Velloso - Velloso
f (N10) - f (N10)
Antunes Antunes
12,
e Cabral 6 12,6 12,6 e Cabral 5 7,7 8,8 8,3
5
- f (N10) - f (N10)
Gotlieb e Gotlieb
Penna - f 9 15,2 5,0 10,1 e Penna 7 15,4 9,7 12,6
(N10) - f (N10)
Tabela 12. Carga de 4tf – SP2 Tabela 15. Carga de 10tf – SP2
Comp. ∑RL - Rp Fadm Comp. ∑RL Rp - Fadm
Método Método
Útil - m tf - tf (FS = 2) -tf Útil - m - tf tf (FS = 2) -tf
Nilsson - - - - Nilsson - - - -
Aoki- Aoki-
Velloso - f 5 2,8 6,5 4,6 Velloso - f 7 9,5 21,6 15,5
(N10) (N10)
Pedro P. C. Pedro P.
Velloso - f 5 5,5 4,0 4,8 C. Velloso 7 14,3 10,4 12,4
(N10) - f (N10)
Antunes e Antunes e
Cabral - f 4 4,4 6,6 5,5 Cabral - f 6 15,1 19,6 17,4
(N10) (N10)
Gotlieb e Gotlieb e
Penna - f 5 4,4 3,9 4,2 Penna - f 7 15,4 9,7 12,6
(N10) (N10)
Tabela 13. Carga de 6tf – SP2 Tabela 16. Carga de 4tf – DP2
Comp. Rp - Fadm Comp. ∑RL Rp - Fadm
Método ∑RL - tf Método
Útil - m tf (FS = 2) -tf Útil - m - tf tf (FS = 2) -tf
Nilsson - - - - Nilsson 2 11,3 0,2 5,8
Aoki- Aoki-
Velloso - 6 4,8 14,6 9,7 Velloso - f 4 4,3 4,3 4,3
f (N10) (N10)
Pedro P. Pedro P.
C. C. Velloso 2 5,9 3,9 4,9
6 9,3 5,4 7,4
Velloso - - f (N10)
f (N10) Antunes e
Antunes Cabral - f 3 6,9 2,95 4,9
e Cabral 5 7,7 8,8 8,3 (N10)
- f (N10) Gotlieb e
Gotlieb e Penna - f 5 3,8 7,9 5,9
Penna - f 6 8,6 6,7 7,7 (N10)
(N10)
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Tabela 17. Carga de 6tf – DP2 Tabela 20. Carga de 4tf – SP3
Comp. ∑R Rp - Fadm Comp. ∑RL - Rp Fadm
Método Método
Útil - m L - tf tf (FS = 2) -tf Útil - m tf - tf (FS = 2) -tf
12, Nilsson - - - -
Nilsson 3 0,1 6,5
9 Aoki-
Aoki- Velloso - 5 3,1 7,0 5,1
Velloso - f 5 5,7 9,2 7,4 f (N10)
(N10) Pedro P.
Pedro P. C. C.
5 7,6 5,8 6,7
Velloso - f 3 8,8 4,0 6,4 Velloso -
(N10) f (N10)
Antunes e Antunes e
Cabral - f 4 9,0 5,9 7,5 Cabral - f 4 5,0 8,1 6,6
(N10) (N10)
Gotlieb e Gotlieb e
Penna - f 6 5,9 11,5 8,7 Penna - f 5 4,5 4,9 4,7
(N10) (N10)
Tabela 18. Carga de 8tf – DP2 Tabela 21. Carga de 6tf – SP3
Comp. ∑RL Rp - Fadm Comp. ∑R Rp - Fadm
Método Método
Útil - m - tf tf (FS = 2) -tf Útil - m L - tf tf (FS = 2) -tf
Nilsson 4 16,4 0,2 8,3 Nilsson - - - -
Aoki- Aoki-
17,
Velloso - 6 8,6 12,4 10,5 Velloso - 6 5,4 11,4
3
f (N10) f (N10)
Pedro P. Pedro P.
C. C.
5 13,9 6,4 10 5 7,6 5,8 6,7
Velloso - Velloso -
f (N10) f (N10)
Antunes Antunes
e Cabral 5 13,8 12,5 13,15 e Cabral 4 5,0 8,1 6,6
- f (N10) - f (N10)
Gotlieb e Gotlieb e
Penna - f 6 5,9 11,5 8,7 Penna - f 6 7,8 9,9 8,9
(N10) (N10)
Tabela 19. Carga de 10tf – DP2 Tabela 22. Carga de 8tf – SP3
Comp. ∑RL Fadm Comp. ∑RL Rp - Fadm
Método Rp - tf Método
Útil - m - tf (FS = 2) -tf Útil - m - tf tf (FS = 2) -tf
Nilsson 5 23,9 0,6 12,3 Nilsson - - - -
Aoki- Aoki-
Velloso - f 6 8,6 12,4 10,5 Velloso - 6 5,4 17,3 11,4
(N10) f (N10)
Pedro P. Pedro P.
C. Velloso 5 13,9 6,4 10 C.
6 13,0 12,2 12,7
- f (N10) Velloso -
Antunes e f (N10)
Cabral - f 5 13,8 12,5 13,15 Antunes
(N10) e Cabral 5 8,5 9,6 9,1
Gotlieb e - f (N10)
Penna - f 7 7,7 16,5 12,1 Gotlieb e
(N10) Penna - f 6 7,8 9,9 8,9
(N10)
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Tabela 23. Carga de 10tf – SP3 Tabela 26. Carga de 8tf – DP3
Comp. ∑RL Rp - Fadm Comp. ∑RL - Rp Fadm
Método Método
Útil - m - tf tf (FS = 2) -tf Útil - m tf - tf (FS = 2) -tf
Nilsson - - - - Nilsson 6 23,7 0,7 12,2
Aoki- Aoki-
16,
Velloso 6 5,4 17,3 11,4 Velloso - f 6 6,4 11,3
2
- f (N10) (N10)
Pedro P. Pedro P.
12,
C. C. Velloso 6 15,6 13,9
6 13,0 12,2 12,7 1
Velloso - f (N10)
- f (N10) Antunes e
12,
Antunes Cabral - f 5 10,2 11,4
5
e Cabral 6 17,3 19,6 18,5 (N10)
- f (N10) Gotlieb e
10,
Gotlieb Penna - f 6 8,0 9,3
5
e Penna 7 10,7 17,7 14,2 (N10)
- f (N10)
Tabela 24. Carga de 4tf – DP3 Tabela 27. Carga de 10tf – DP3
Comp. ∑RL Rp Fadm Comp.
Método ∑RL Fadm
Útil - m - tf - tf (FS = 2) -tf Método Útil - Rp - tf
- tf (FS = 2) -tf
Nilsson 4 10,4 0,3 5,4 m
Aoki- Nilsson 6 23,7 0,7 12,2
Velloso - f 5 3,5 9,2 6,3 Aoki-
(N10) Velloso - f 6 6,4 16,2 11,3
Pedro P. (N10)
C. Velloso 5 8,4 6,7 7,6 Pedro P.
- f (N10) C. Velloso 6 15,6 12,1 13,9
Antunes e - f (N10)
Cabral - f 4 5,5 7,4 6,5 Antunes e
(N10) Cabral - f 5 10,2 12,5 11,4
Gotlieb e (N10)
Penna - f 5 4,5 5,8 5,2 Gotlieb e
(N10) Penna - f 7 11,0 18,5 14,8
(N10)
Tabela 25. Carga de 6tf – DP3
Comp. Útil ∑R Rp - Fadm 7 CONCLUSÃO
Método
-m L - tf tf (FS = 2) -tf
Nilsson 5 14,3 0,5 7,4
Aoki- Por conseguinte, oberva-se que os resultados
Velloso mostraram que o método de Nilsson (2003)
5 3,5 9,2 6,3
-f resultou nas maiores capacidades de carga por
(N10) atrito lateral, sendo que a capacidade de carga
Pedro P. de ponta pelo mesmo método aproxima-se de
C.
Velloso 5 8,4 6,7 7,6 zero. Considerando-se o fator de segurança
-f global de 2,0, o método de Nilsson (2003) se
(N10) aproxima dos demais métodos, que tem uma
Antunes capacidade de carga por atrito lateral menor e
e Cabral por ponta maior, verificou-se através de provas
4 5,5 7,4 6,5
-f
(N10) de carga instrumentadas, que estacas escavadas
Gotlieb de pequeno diâmetro funcionam como estacas
e Penna
6 8,0 10,5 9,3
de atrito, entretanto a resistência de ponta só é
-f mobilizada depois de grandes recalques.
(N10) Nesse sentido, o método de Nilsson é o que
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REFERÊNCIAS
RESUMO: O intemperismo consiste no conjunto de alterações que ocorrem nas rochas, sendo o
enorme agente no processo de formação dos solos. Segundo Antunes et al. (2015), os solos vistos
hoje nas paisagens terrestres são resultados de processos geodinâmicos que atuaram e ainda atuam
sobre ele. Neste sentido, o presente trabalho teve como objetivo estudar as propriedades físicas,
químicas e estrutural de um perfil de intemperismo localizado no município de Cunha - SP. O grau
de intemperismo foi avaliado através de vários índices com base em análises químicas, de difração
de raios-X onde se analisam os minerais encontrados, utilizando o método de Perda ao Fogo (PF)
onde a massa que se perde no processo de PF representa a quantidade de argilominerais e
hidróxidos, produtos esses do intemperismo. Além disso, por meio de sua estrutura, o ensaio de
Porosimetria de Intrusão ao Mercúrio foi usado para obter a distribuição de poros. A partir dos
resultados, os solos foram classificados como uma areia siltosa, sendo que duas profundidades não
apresentarem plasticidade. Verificou-se uma densidade dos grãos decrescente ao longo da
profundidade e uma perda ao fogo significativa para as camadas superficiais. A distribuição dos
poros no solo superficial apresentou microporos em sua maior quantidade.
A região de estudo, município de Cunha – SP, Inicialmente foram coletadas sete amostras
trata-se de ambiente serrano de clima deformadas para análise da granulometria
classificado como do tipo Clima Oceânico, juntamente com o ensaio de densidade dos
chamado também de temperado marítimo ou grãos, que determina características das
mesmo subtropical. De acordo com o Mapa partículas do solo. Ainda, nas amostras
Geomorfológico do Estado de São Paulo (IPT, deformadas, foram realizados os ensaios de
1981b apud CPRM, 2017), a área está inserida Limites de Atterberg do solo, que descrevem a
no Planalto Atlântico, e transpõe as zonas relação da água com o solo (liquidez e
Planalto do Paraitinga e Planalto da Bocaina plasticidade), além do ensaio de Perda ao Fogo
entre os contextos geotécnicos da Serra do Mar e difração de raios-X. As alturas no talude as
e da Serra da Bocaina, no alto Vale do Paraíba, quais as amostras foram retiradas são
estado de São Paulo. apresentadas na figura 2. Em relação às
Segundo um estudo realizado pelo CPRM amostras indeformadas, foram retiradas três
(Serviço Geológico do Brasil), o substrato de amostras para o Ensaio de Porosimetria de
Cunha é composto principalmente por rochas Intrusão ao Mercúrio, utilizado para obtenção
ígneas e metamórficas da província de parâmetros como o tamanho e distribuição
Mantiqueira, onde em sua maior parte há a dos poros nas amostras.
presença de xistos, gnaisses e quartzitos. Seu
relevo é caracterizado por morros baixos e altos
e relevo serrano. A área urbana localiza-se em
sua maior parte sobre um relevo susceptível a
movimentações de massa, onde são encontradas
rochas com grande heterogeneidade geotécnica
de forma lateral e vertical. No caso de sofrerem
escavações de formas mais profundas, estes
materiais podem potencializar o risco de
processos erosivos e escorregamentos tornando
Figura 2. Altura de coleta das amostras.
essencial que o município tenha o controle do
crescimento urbano além de presente
Para a caracterização dos solos de Cunha-SP,
fiscalizações e estudos sobre os solos
a granulometria seguiu NBR 7181 (1984). O
encontrados na região (CPRM, 2017).
ensaio para determinação da densidade real dos
O local de estudo é um talude que apresenta
grãos foi realizado através da NBR 6508
perfil de intemperismo vertical, com uma altura
(1984). Também foram analisados os limites de
de aproximadamente quinze metros, conforme
liquidez (LL) e plasticidade (LP), segundo
figura 1.
normas NBR 6459 (1984) e NBR 7180 (1984),
respectivamente.
A técnica de injeção de mercúrio é uma
ferramenta importante no estudo da
microestrutura do solo, usada para se
caracterizar diversos aspectos dos materiais
porosos. Ele fornece a distribuição dos
diferentes tamanhos dos poros e suas
porcentagens em relação ao volume de vazios
Figura 1. Local da retirada das amostras, solo homogêneo do solo.
no topo, com linha de quartzo abaixo do mesmo.
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Deste modo, o estudo envolveu as amostras amostras foram passadas na peneira #200, com
indeformadas, retiradas no talude em três abertura de 0,075mm, procedimento para
diferentes alturas, a superficial, a 5,3m e a 9,0 separar as frações de argila e silte. Em seguida
m. Estas profundidades foram escolhidas por as amostras foram para secagem em estufa por
representarem nitidamente diferentes processos 24 horas, a uma temperatura de 110ºC. Para
de intemperização ao longo do perfil. O ensaio cada uma das 6 amostras retiradas, foram
tem como base o fato de que o mercúrio se separadas 4,0 gramas em cadinhos de porcelana.
comporta com um fluido não molhante, em Após este período na Mufla, os cadinhos com
relação ao restante das substâncias. Sendo solo foram novamente pesados, e a partir daí a
assim, ele não penetra em pequenos furos ou perda ao fogo é calculada pela expressão 1.
fissuras de forma espontânea, a não ser que se
aplique pressão sobre ele. A amostra é
confinada em um recipiente dotado de um PF = x 100% (1)
capilar, com vácuo agindo sobre a mesa e esta
sendo preenchida por mercúrio. Ao se aumentar Onde: PF é o índice de perda ao fogo; Mi a
a pressão sobre o líquido, ele entrará nos poros massa de solo antes da perda ao fogo; Mf é a
da amostra reduzindo assim seu nível capilar massa de solo após a perda ao fogo.
(Oliveira, 2006). De acordo com a redução do
nível de mercúrio, uma curva é obtida a partir Por fim, para o ensaio de difração de raios-X
do nível de mercúrio no capilar em conjunto foram usadas amostras obtidas nas mesmas
com a pressão aplicada. A segunda curva é alturas dos ensaios de porosimetria, a fim de
obtida informando o volume de poros do avaliar os principais minerais presentes no solo.
material em que o mercúrio penetrou a uma Os difratogramas foram determinados a partir
determinada pressão. Na figura 3, observa-se a do equipamento Empyrean da marca
amostra com sua estrutura preservada sendo PANalytical, operacionados por uma tensão de
submetida à pressão. 40kV, uma corrente de 30mA, num intervalo de
leitura entre 15 e 90°, com o passo angular a
0,01° e com contagens realizadas de 30
segundos por ponto. Todas as análises foram
feitas a temperatura ambiente.
4 RESULTADOS OBTIDOS
Figura 6. Distribuição dos diâmetros dos poros. O solo mais profundo, a 9,0 metros,
apresentando um comportamento monomodal,
Verifica-se nitidamente que a porosidade nos em mesoporos, trata-se de um solo ainda
solos varia bastante conforme a profundidade. influenciado pela rocha mãe, com uma
Na camada a 9,0 metros de profundidade, a distribuição de poros homogênea. Na zona de
curva apresenta um comportamento 5,3 metros onde não há um desempenho
monomodal, com predominância de mesoporos definido, é provável que seja uma zona de
presentes. A curva a 5,3 metros apresenta uma grande alteração da estrutura deste solo, onde a
curva de transição, onde não apresenta um partir de uma profundidade, com uma condição
comportamento bem definido. Já na superfície, homogênea, começa a se alterar para uma
a curva apresenta um comportamento bimodal, condição heterogênea com diferentes tamanhos
com poros nas regiões de micro e macroporos, de poros, caracterizando um perfil
com um valor maior do primeiro. intemperizado.
A figura 7 apresenta a distribuição do
volume injetado de mercúrio, confirmando o 4.5 Difração de raios-X
comportamento descrito na figura 6.
Quanto ao ensaio de Difração de raios-X, foi
possível uma análise dos minerais presentes no
solo, a partir da amplitude de presença de cada
um nos difratogramas (visualização dos picos
registrados no ensaio). Os resultados
encontrados mostram a alta presença de
Caulinita no início do perfil e sua diminuição ao
longo talude, confirmando a característica de
um perfil intemperizado.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Figura 7. Distribuição acumulativa dos poros.
partir dos resultados, que nas profundidades de 759p. São Paulo: Associação Brasileira de Mecânica
3,2 metros e especialmente a 5,3 metros, foram dos Solos e Engenharia Geotécnica, 2015.
CPRM – Serviço Geológico Do Brasil. Relatório de Ação
observadas descontinuidades nas características Emergencial para Delimitação de Áreas em Alto e
em relação às demais profundidades. Na Muito Alto Risco a Enchentes, Inundações e
granulometria há uma descontinuidade na Movimentos de Massa, Cunha – SP, Maio, 2017.
fração de finos presentes, onde nestes pontos os Filho, J. A. G.; Solos da formação geológica ao uso da
solos não apresentaram plasticidade, e também engenharia. 2º Ed.Recife: Ed. Universitária da
UFPE.2008.
há uma descontinuidade no índice de perda ao Oliveira, E. P. Caracterização bio-fisíco-químico-
fogo. Além disso, observa-se uma curva mineralógica e micromorfológica de um perfil de
intermediária em relação às demais, na alteração de granito-gnaisse de Curitiba, PR. 2006.
distribuição dos diâmetros dos poros. Todas 197 f. Dissertação (mestrado) – Pontifícia
estas relações estabelecidas provavelmente Universidade Católica do Rio de Janeiro.
devem-se a uma heterogeneidade da rocha-mãe,
por se tratar de um intervalo com resultados
com uma maior diferença de características em
relação ao processo de alteração do perfil.
AGRADECIMENTOS
REFERÊNCIAS
Figura 1.1., pode-se observar os resultados dos solo argilo-siltoso, originário da região
ensaios de resistência à compressão simples das ocidental (chaco) do Paraguai, na Cidade de
amostras tratadas com cal em 28 e 90 dias de Filadelfia. A curva granulométrica do solo é
cura. Avalia-se um bom ajuste dos resultados à apresentada na Figura 2.1.
relação vazios/cal, forçados por um fator
exponencial 0,06.
Figura 1.1. Relação vazios/cal ajustado versus resistência Os resultados da caracterização das
a compressão simples para amostras com 28 e 90 dias de propriedades físicas e químicas do solo são
cura (LOPES JUNIOR, 2007). apresentados na Tabela 2.1.
Porém, várias pesquisas têm demostrado que a Tabela 2.1. Propriedades do solo
utilização de estabilizadores a base de cálcio Propriedades Valores Norma
como a cal ou o cimento Portland com solos
Limite de Liquidez (LL) 33 ASTM D4318
ricos em sulfatos pode levar a um novo
problema em vez de mitiga-lo. (MITCHELL, Limite de Plasticidade
17 ASTM D4318
(LP)
1986; HUNTER, 1988; MITCHELL; Índice de Plasticidade
DERMATAS, 1992; PETRY; LITTLE, 1992; 16 ASTM D4318
(IP)
KOTA et al., 1996a; ROLLINGS et al., 1999; Massa Específica Real
PUPPALA et al., 2010). Segundo Dermatas 26,91 kN/m³ ASTM D854
dos Grãos (G)
(1995), a evidência do efeito prejudicial da
presença de íons de sulfato na resistência dos % Passante Peneira #200 92% ASTM D6913
solos estabilizados com cimento ou cal foi dada
Superfície específica do
por, Mehra et al. (1955), e Sherwood (1958, passante #200
26,17 m²/g Método BET
1962). Essas pesquisas mostraram que houve
% Matéria Orgânica 1.24% ASTM D2974
uma perda da resistência acompanhada pela
desintegração do material quando o solo pH 9.24 ASTM D4972
estabilizado com cimento foi imerso em Dispersão (Pinhole) D2 ASTM D4647
soluções contendo íons de sulfato ou quando o
solo sulfatado estabilizado com cimento foi Área Sherard et al.
Dispersão (SAR)
Dispersiva (1976)
imerso na água.
ASTM
Sulfatos Solúveis 14.299 ppm C1580-10 /
2 MATERIAIS SMEWW
Capacidade de Troca
12 cmol/kg
Catiônica (CTC)
2.1 Solo
Classificação SUCS CL ASTM D2487
2.2 Cal
2.3 Água
Prévia a construção do trecho experimental, foi
construído um trecho teste de solo-cal, com
A água utilizada na construção do trecho comprimento de 10 m, largura de 3 m e
experimental foi água de precipitação coletada espessura de 0,20 m para avaliar o
através de uma lagoa artificial, e para comportamento do material em relação à
moldagem dos corpos-de-prova foi utilizada energia de compactação fornecida pelo
água destilada. equipamento rolo pé de carneiro. Procedeu-se à
medição do peso específico seco pelo método
3 METODOS do cone de arena antes da compactação. É
importante ressaltar, que as passagens dos
3.1 Ensaios Prévios de Laboratório em Obra maquinários deram uma compactação inicial
após adição de água para atingir 15% de
umidade, dando como resultado o valor de
O teor mínimo de cal utilizado neste trabalho 1.320 Kg/m³. Uma vez conhecido o peso
(4%) foi determinado através do Método de específico seco estimou-se a quantidade de cal
dosagem para solo-cal estabelecido pelo ensaio em 6% sob um peso específico seco final de
de Lime Fixation Point (HILT; DAVIDSON, 1.800 Kg/m³, utilizou-se 486 kg de cal, para
1960), e o método do ICL (Initial Consumption uma espessura de 0,20 metros.
of Lime) – proposto por Rogers et al. (1997).
As quantidades de 6% e 8%, foram escolhidas
considerando a experiência internacional com
solos estabilizados com cal (CHEN, 2012;
CONSOLI; DA SILVA LOPES; HEINECK,
2009; PUPPALA et al., 2001b, 2006).
Conhecida a granulometria do solo e os teores
de cal, foram executados ensaios de
compactação Proctor Estândar (Figura 3.1).
Desta forma, foram selecionados a umidade e os
pesos específicos para construção dos trechos
experimentais.
Figura 3.2. Compactação para avaliação da energia
fornecida pelo compactador
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Com cada passada do compactador se obteve atingir. As dimensões de cada um dos 3 trechos
um peso específico seco do solo e a sua experimentais foram de 3 m de largura, 30 m de
umidade através de um densímetro não nuclear comprimento e 0,15 m de espessura depois de
da marca TransTech SDG 200 procedendo sob a compactar. Na Figura 3.4 se observa um
norma (ASTM D7830, 2015), e após a esquema dos trechos experimentais, onde nos
finalização da compactação realizaram-se os primeiros 10 m o teor de cal foi de 4%, nos 10
ensaios de cone de areia (ASTM D1556, 2011) m seguintes foi de 6%, e nos últimos 10 m foi
para a verificação e calibração dos valores do de 8% considerando um desperdício do 10% da
densímetro não nuclear. Os resultados dos pesos quantidade de cal utilizada (perdas por causa do
específicos para cada passada do compactador, vento, manipulação, aderença nos pneus, etc.).
podem-se observar na Figura 3.3.
Pode-se notar que o compactador não fornece
energia suficiente para atingir o valor de
compactação esperado, obtendo-se um valor
final de 1.686 kg/m³ em 16 passadas medido
mediante o cone de areia. Figura 3.4. Esquema dos 9 trechos experimentais.
3.3 Ensaios de Deflectometria em Campo com interior dos moldes de aço. Por fim os corpos de
Deflectômetro de Impacto Leve (LWD) provas eram armazenados e curados a uma
temperatura de 21° ±2°C.
Os ensaios de deflectometria foram executados
com o objetivo de visualizar se existe 3.6 Ensaios de Resistência à Compressão
homogeneidade nos trechos de solo-cal, e Simples
avaliar a resposta da estrutura durante diferentes
períodos de cura. Os ensaios foram realizados Os procedimentos descritos seguiram a norma
utilizando um equipamento Prima 100 (Carl (ASTM D5102, 1996). A prensa utilizada para
Bro), placa de 30 cm de diâmetro com uma os ensaios tem uma capacidade de 50 kN, com
massa de queda de 10 kg, e sensores de um anel de capacidade de 10 kN e resolução de
deslocamento (Geofones) a 0, 30 e 60 cm para 0,005 kN. Para evitar o efeito da sucção os
estimações das respostas das camadas corpos-de-prova eram colocados em imersão em
individualmente. A metodologia para as água pelo menos 24 horas antes da realização
medições de deflexão com o deflectômetro de do ensaio, a água era mantida a uma
impacto leve seguiram a norma (ASTM E2583, temperatura de 21 ± 2 °C.
2007) e as recomendações do manual do As variáveis foram selecionadas conforme aos
fabricante. Fizeram-se medições de 3 pontos em utilizados no trecho experimental:
cada trecho nos 1, 3, 4, 14 e 28 dias após a
compactação. • Peso específico aparente seco: 14,5 kN/m³,
15,5 kN/m³ e 16,8 kN/m³
3.4 Extração de Testemunhos em Campo para • Teor de Cal: 4%, 6% e 8 %
Ensaios de Resistência a Compressão
• Umidade: 15 %
Simples
• Mellowing: 14 hs
• Tempos de cura de 7, 28, 60 e 90 dias
Aos 182 dias após a compactação em campo,
com ajuda de uma picareta e uma furadeira de
impacto procedeu-se à marcação e escavação de As amostras foram identificadas, apresentando
blocos do material, um bloco para cada trecho. uma respectiva codificação, de peso específico
Os blocos foram transportados até o aparente seco, porcentagem de cal, tempo de
laboratório e as extrações das amostras foram cura e número de corpo-de-prova. Como por
executadas sobre os blocos com um exemplo, a amostra CP1-14,5-6C-15W-14M-
equipamento perfuratriz elétrico rotativo. Os 7D corresponde à seguinte formatação:
testemunhos foram colocados em imersão
durante 24hs e finalmente rompidos a CP1: Corpo de prova número 1
compressão simples. 14,5: Peso específico aparente seco
6C: 6% de teor de cal
15W: 15% de teor de umidade
3.5 Moldagem e Cura dos Corpos-de-Prova
14M: 14 hs de mellowing
em Laboratório.
7D: 7 dias de cura
resultados dos corpos de prova moldados em 25), mas poderia ter sido utilizado outro valor
laboratório. que esteja dentro dos limites mínimos e
máximos do conjunto de valores apresentados
nas curvas. A seguir, foram avaliadas as
resistências para (η/Liv0,12 = 25) nas equações
que correspondem para cada tempo de cura,
obtendo-se (qu para [η/Liv0,12 = 25]).
Como os tempos de cura são diferentes,
normaliza-se todas resistências à compressão
simples pelo correspondente (qu para [η/Liv0,12 =
25]) de sua respectiva curva de resistência à
compressão simples em função do (η/Liv0,12 =
25. Com esses dados obtidos da relação da
resistência à compressão simples (qu/qu para
[η/Liv0,12 = 25]) em função à relação vazios/cal
Figura 4.7. Resistência à compressão simples de (η/Liv0,12), apresenta-se a Figura 4.8.
laboratório para 7, 28, 60 e 90 dias e resistência à
compressão simples in situ para 182 dias vs. (η/Liv0,12)-3,12.
corpos de prova de solo-cal moldados em Deflections with a Light Weight Deflectometer. 2007.
laboratório o aumento do teor de cal de 4% a CHEN, F. H. Foundations on expansive soils. Elsevier,
2012.
8% não demostra grandes acréscimos de CONSOLI, N. C.; CRUZ, R. C.; FLOSS, M. F.;
resistência. É importante mencionar que os FESTUGATO, L. Parameters Controlling Tensile and
trechos experimentais foram expostos a Compressive Strength of Artificially Cemented Sand.
temperaturas mais elevadas das controladas no Journal of Geotechnical and Geoenvironmental
laboratório. Engineering, v. 136, n. 5, p. 759–763, 2010.
CONSOLI, N. C.; SILVA LOPES, L. DA; HEINECK, K.
Enquanto à relação vazios-cal demostrou-se S. Key Parameters for the Strength Control of Lime
que essa relação controla o comportamento Stabilized Soils. Journal of Materials in Civil
enquanto à resistência a compressão simples. Engineering, v. 21, n. 5, p. 210–216, 2009.
Foram encontradas relações únicas entre a
resistência à compressão simples de campo e CONSOLI, N. C.; VIANA DA FONSECA, A.; CRUZ, R.
C.; HEINECK, K. S. Fundamental Parameters for the
laboratório, e a relação vazios/cal: (η/Liv0,12)-3,12. Stiffness and Strength Control of Artificially
Mesmo usando composições e tempos de cura Cemented Sand. Journal of Geotechnical and
diferentes, o expoente de ajuste 0,12 é único, Geoenvironmental Engineering, v. 135, n. 9, p. 1347–
evidenciando que este fator está ligado 1353, 2009. American Society of Civil Engineers.
DERMATAS, D. Ettringite-Induced Swelling in Soils:
primeiramente ao tipo de agente cimentante
State-of-the-Art. Applied Mechanics Reviews, v. 48, n.
utilizado e em segundo lugar à matriz de solo. 10, p. 659–673, 1995.
Verificou-se que existe uma normalização das FOPPA, D. Análise de Variáveis-chave no Controle da
resistências à compressão simples, obtendo-se Resistência Mecânica de Solos Artificialmente
uma curva única, com um ajuste satisfatório, Cimentados, 2005. Universidade Federal do Rio
Grande do Sul.
que engloba todos os resultados da resistência à
HUNTER, D. Lime-induced heave in sulfate-bearing clay
compressão simples das amostras moldadas em soils. Journal of geotechnical engineering, 1988.
laboratório (aos 7, 28, 60 e 90 dias) como das LITTLE, D. N. Stabilization of pavement subgrades and
extraídas dos trechos experimentais (182 dias) base courses with lime. 1995.
mediante o fator (η/Liv0,12)-3,12. LOPES JR., L. DA S. Metodologia De Previsão Do
Comportamento Mecânico De Solos Tratados Com
Cal, 2011. Universidade Federal do Rio Grande do
AGRADECIMENTOS Sul.
LOPES JUNIOR, L. DA S. Parâmetros de Controle da
O autor gostaria de expressar a sua gratidão Resistência Mecânica de Solos Tratados com Cal,
Cimento e Rocha Basáltica Pulverizada., 2007.
com a CAPES pelo suporte financeiro e a Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
UFRGS pelo uso das infraestruturas e o apoio MEHRA, S.; CHADDA, L.; KAPUR, R. R. .; MEHRA,
do pessoal da instituição. S. R., . CHADDA L.R. Role of detrimental salts in
soil stabilization with and without cement: 1. Effect of
sodium sulphate. Indian Concrete Journal, v. 29, n. 9,
REFERÊNCIAS p. 336–337, 1955.
MITCHELL, J. K.; DERMATAS, D. Clay soil heave
ASTM D1556. Standard Test Method for Density and caused by lime-sulfate reactions. 1992.
Unit Weight of Soil in Place by Sand-Cone. ASTM PETRY, T. M.; LITTLE, D. N. Update on Sulfate-
International, West Conshohocken, PA, p. 8–14, Induced Heave in Treated Clays: Problematic Sulfate
2011. Levels. Transportation Research Record, v. 1362, p.
ASTM D7830. Standard Test Method for In-Place 51, 1992.
Density (Unit Weight) and Water Content of Soil PUPPALA, A. J.; KADAM, R.; MADHYANNAPU, R.
Using an Electromagnetic Soil Density Gauge. STM S.; HOYOS, L. R. Small-strain shear moduli of
International, West Conshohocken, PA, p. 1–17, chemically stabilized sulfate-bearing cohesive soils.
2015. Journal of Geotechnical and Geoenvironmental
ASTM D854. Standard Test Methods for Specific Engineering, v. 132, n. 3, p. 322–336, 2006.
Gravity of Soil Solids by Water Pycnometer. ASTM PUPPALA, A. J.; TALLURI, N.; GAILY, A.;
International, West Conshohocken, PA, 2014. CHITTOORI, C. S. Heaving Mechanisms in High
ASTM E2583. Standard Test Method for Measuring Sulfate Soils Mécanismes de soulèvement dans les
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O EPS com menor massa específica utilizado Após os ensaios de caracterização do solo
nessa pesquisa possui 14,74kg/m³, ou 0,92 realizou-se um experimento para definir a massa
libras/pés³, o que, de acordo com a Tabela 1 específica dos dois tipos de EPS utilizados, e
fornecida pela ASTM C578/16, o classifica assim classificá-los de acordo com as normas
como de Tipo I. Já o EPS com maior massa ASTM C578/16 e ASTM D6817/15. No
específica possui 44,02kg/m³, ou 2,75 procedimento usado, separou-se três cilindros de
libras/pés³, sendo classificado como de Tipo cada tipo de EPS. Foram medidas três alturas e
XIV. Outra norma comumente utilizada para a três diâmetros de cada cilindro e obteve-se a
classificação do EPS é a ASTM D6817/15. Essa média desses valores. A Figura 2 mostra o
norma também usa a massa específica para momento de medição do diâmetro de um dos
classificação. A Tabela 2 apresenta a massa cilindros de EPS.
especifica dos EPS utilizados.
Expansão
4.2 Penetração
de 9,72% mostrando que esse material também Pavimentação. 3ª. ed. Rio de Janeiro: DNIT, 2006.
pode ser utilizado na camada final. Conclui-se ______. NORMA DNIT 108/2009 – Aterros –
Especificação de Serviço. Rio de Janeiro. 2009a.
que o EPS é uma boa alternativa para ser usado ______. NORMA DNIT 138/2010 – ES: Pavimentos
com o objetivo de reduzir o peso do aterro. Os flexíveis – Reforço do subleito - Especificação de
resultados mostraram uma diminuição na massa serviço. Rio de Janeiro. 2010b.
específica dos corpos de prova e estiveram ______. NORMA DNIT 143/2010 - ES: Pavimentação -
dentro dos parâmetros de segurança do DNIT e Base de solo-cimento - Especificação de serviço. Rio
de Janeiro. 2010a.
da ABNT. No entanto, ressalta-se que se deve HORVATH, J.S. (1995). “Geofoam Geosynthetic” (Isopor
analisar as exigências e especificidades de cada Geosintético), Horvath Engineering, P.C., Scarsdale,
projeto, além de outros fatores, como o N.Y.,
comportamento do material sob o aterro, na hora HORVATH, J.S., (1999) Lessons Learned from Failures
de se definir a solução que será utilizada no Involving Geofoam in Roads and Embankments.
(Lições Aprendidas de Falhas Envolvendo Isopor em
projeto a ser executado. Rodovias e Aterros). Manhattan College School of
Engineering Civil Engineering Department
REFERÊNCIAS MORAES, Christiane Marinho de. Aterros Reforçados
Sobre Solos Moles – Análise Numérica e Analítica.
ABNT - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS 2002. 32f. Trabalho de Conclusão de Curso (Pós-
TÉCNICAS. NBR 5734. Peneiras para Ensaio. Rio de Graduação em Engenharia Civil) – Universidade
Janeiro. 1989. Federal do Rio de Janeiro – Rio de Janeiro, 2002.
______. NBR 6457. Amostra de solos - Preparação para NEGUSSEY, D. (1997). Properties and Applications of
ensaio de caracterização e compactação. Rio de Geofoam, (Propriedades e Aplicações do Isopor),
Janeiro. 1986. Society of the Plastics Industry, Inc. (This reference
______. NBR 6459. Solo - determinação do limite de was provided by Thermal Foams during the field
liquidez. Rio de Janeiro. 1984. visit.).
______. NBR 6502. Rochas e solos – Terminologia. Rio
de Janeiro. 1995.
______. NBR 6508. Grãos de Solos que Passaram na
Peneira de 4,8 mm - Determinação da Massa
Específica. Rio de Janeiro. 1984.
______. NBR 7180. Solo - Determinação do limite de
Plasticidade. Rio de Janeiro. 1984.
______. NBR 7181. Solos - Análise Granulométrica. Rio
de Janeiro. 1984.
______. NBR 7182. Solos - Ensaio de Compactação. Rio
de Janeiro. 1986.
______. NBR 9604. Abertura em poços e trincheiras de
inspeção em solo para retirar amostra deformada e
indeformada. Rio de Janeiro. 1986.
______. NBR 9895. Índice Suporte Califórnia - CBR. Rio
de Janeiro. 1987.
ASTM, A. C578-16 “Standard Specification for Rigid,
Cellular Polystyrene Thermal Insulation”, ASTM
International, West Conshohocken, PA, 2016, DOI:
10.1520/C0578-16.
ASTM, A. D6817-15 “Standard Specification for Rigid
Cellular Polystyrene Geofoam” (Normas de
especificação para células rígidas de poliestireno
expandido), ASTM Internacional, West
Conshohocken, PA, 2003, DOI: 10.1520/C0033-03.
DNER – DEPARTAMENTO NACIONAL DE
ESTRADAS DE RODAGEM. DNER-ME 122. Solos
– Determinação do limite de liquidez – método de
referência e método expedito. Rio de Janeiro. 1994.
DNIT - DEPARTAMENTO NACIONAL DE
INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTE. Manual de
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Gislaine Luvizão
Universidade do Oeste de Santa Catarina, Joaçaba, Brasil, gislaine.luvizao@unoesc.edu.br
Guilherme Rauschkolb
Universidade do Oeste de Santa Catarina, Joaçaba, Brasil, guilhermerausch@hotmail.com
aplicáveis ao solo em estudo. Quando seguidas onde as características do solo superficial são
as especificações, o resultado é um produto representativas do tipo de solo que recobre mais
resistente e durável, efeitos das reações de de 50% da área do estado de São Paulo
hidratação do cimento. (SEGANTINI, 2000).
As misturas ideais de solo, cimento Portland Segantini (2000) concluiu que o uso do SCP
e água, em suas devidas proporções, conferem em estacas moldadas in loco apresenta-se
ao material determinadas características de tecnicamente viável, entretanto o seu custo por
desempenho semelhantes aos materiais kN é superior ao das estacas de concreto. O
utilizados tradicionalmente em algumas autor salienta que, considerando-se a pouca
vertentes da Engenharia Civil, seja na área de experiência acumulada sobre o assunto, são
fundações, seja na área de estradas, entre outras. necessários minuciosos ensaios laboratoriais no
Para chegar em dosagem correta devem-se material SCP para utilização em determinada
estudar as variáveis que resultam em obra, além de considerar imprescindível a
propriedades específicas para cada caso, tais execução de provas de carga em estacas
como quantidade de cimento, quantidade de executadas no local da obra.
água e, principalmente, o tipo de solo Alguns autores já estudaram a possibilidade
disponível no local de aplicação. de uso de solo-cimento como material
No presente estudo foi avaliado o componente de estacas escavadas e afirmam
comportamento de misturas de solo-cimento que o solo-cimento é um material de grande
plástico (SCP), com fins de utilização em potencialidade para ser aplicado em fundações
fundações de obras onde não há necessidade de para obras de pequeno porte (OKAMOTO;
grande desempenho estrutural. Foi empregando TAKANO; NAGAOKA, 1988; SILVA, 1994;
solo de composição argilosa da cidade de SEGANTINI; CARVALHO, 1996;
Joaçaba – SC, variando o teor de cimento SEGANTINI, 2000). Foi afirmado que o uso de
utilizado. Obtiveram-se, além da resistência à solo-cimento como substituto de concreto pode
compressão simples dos corpos de prova, a reduzir o custo com materiais e mão de obra na
retração do material, bem com a variação dos execução de estacas escavadas na ordem de
limites de consistência para cada mistura. 30% (SEGANTINI, 2000; CARVALHO;
Joçaba está localizado no meio oeste do CORTOPASSI; CORTOPASSI JUNIOR,
estado de Santa Catariana formação geológica 1990).
da Serra Geral. A formação da Serra Geral é
proveniente da sucessão de derrames basálticos, 3 MATERIAIS E MÉTODOS
sendo responsáveis pela formação das rochas
vulcânicas que cobrem quase 50% da superfície O solo utilizado no estudo em questão foi
do Estado de Santa Catarina. coletado no estado deformado, mediante
escavação com ferramenta manual em um corte
2 USO DO SOLO CIMENTO EM de talude. O cimento utilizado nos ensaios foi o
FUNDAÇÕES CPV ARI da marca Itambé, escolhido pela
característica de apresentar altos ganhos de
O estudo do solo-cimento plástico (SCP) ainda resistência nas primeiras idades. Essa
é muito restrito e existem poucas pesquisas na característica possibilita a realização dos
área de fundações. As principais pesquisas ensaios de compressão simples aos 7 dias com
encontradas no Brasil foram desenvolvidas por uma menor amplitude entre os resultados.
Segantini, que em suas teses de mestrado e
doutorado estudou a aplicação do solo-cimento 3.1 Caracterização do Solo
plástico em estacas moldadas in loco, utilizando
solo arenoso da região de Ilha Solteira - SP, Foram realizados os ensaios de granulometria -
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Em relação ao teor de umidade das amostras limites para os diversos teores utilizados. Desta
utilizadas no teste da retração, refere-se ao peso forma, os valores ficaram na faixa de 65 e 66%
total de sólidos, foram verificados os valores no para o LL e 47 e 48% para o LP, alterando o
momento da moldagem, bem como após os 7 índice de plasticidade do solo de 9% para 18%.
dias. Os resultados estão apresentados na Figura
3.
na mistura. Sendo que para os 28 dias houve Com relação à retração das misturas, pode-se
acréscimo de 67% de resistência comparado aos concluir que a adição de cimento em qualquer
7 dias. A resistência aos 28 dias foi de 1,5 MPa. um dos teores estudados foi extremamente
O melhor resultado foi observado com o benéfica. As misturas com adição controlaram a
traço de 14% de cimento, aos 28 dias houve fissuração e reduziram em 75% o valor final da
acréscimo de 70% da resistência, atingindo 3,4 retração, quando comparado ao solo sem
MPa. adição.
Com relação ao teor comparativo de 12% de A partir dos resultados obtidos durante a
cimento e 3% a mais de água, não houve execução dos ensaios, acredita-se na
diferenças de resistência quando confrontado ao possibilidade da utilização de solo-cimento de
teor de 12% com umidade padrão, os valores composição argilosa do local estudado para
permaneceram idênticos ao traço de 12% com o fundações de obras solicitas em pequenas
teor de mistura. cargas. Deve-se aprimorar e realizar mais
ensaios, buscando dessa maneira a dosagem de
5 CONCLUSÕES uma mistura técnica e economicamente viável.
A região estudada tem como base econômica
Após a apresentação dos resultados deste pequenas propriedades, tendo como fonte de
trabalho, pode-se concluir que as misturas renda a suinocultura e avicultura, podendo ser
realizadas de solo-cimento plástico utilizado, usado essa técnica nas fundações dessas
são possíveis para aplicação em fundações edificações.
submetidas a pequenas cargas, principalmente
em obras rurais. REFERÊNCIAS
Naturalmente visualizou-se uma melhora da
estabilidade nos corpos de prova com o Associação Brasileira de Cimento Portland. ET-35:
Dosagem das misturas de solo-cimento. Normas de
aumento do teor de cimento. A resistência à dosagem e métodos de ensaio. São Paulo: ABCP,
compressão simples apresentou o menor valor 2004.
para o teor de 8% de cimento, sem evolução ao Carvalho, J.; Cortopassi, R. S.; E Cortopassi Jr, R. S.
longo das idades. Houve um aumento (1990). Análise do comportamento do solo-cimento
considerável para o teor de 10%, ocorrendo plástico para uso em fundações. Salvador, BA. In:
Congresso Brasileiro de Mecânica Dos Solos E
evolução durante o período de cura. Estes Engenharia de Fundações, 9, ABMS, V.2, P.403-408.
resultados foram igualmente obtidos para o teor Departamento Nacional de Estradas de Rodagem.
de 12%. Já o teor de 14% apresentou resultados DNER-ME 201: Solo-cimento: compressão axial de
superiores aos outros traços. corpos de prova cilíndricos. Brasília, 1994.
Ainda com relação aos resultados do Okamoto, T.; Takano, K. E Nagaoka, H. (1988). A new
pile foundation composed of soil cement and steel
comportamento mecânico, verificou-se uma pipe. Balkema, Rotterdam, Deep Foundation on
tendência dos corpos de prova apresentarem aos Bored and Auger Piles, Vam Impe, p.371-376.
7 dias, em média, 60% da resistência final Segantini, A.A.S.; Carvalho D. (1996). Provas de carga
obtido aos 28 dias, e 75% no período de 14 em estacas moldadas “in loco” com solo-cimento
plástico no solo colapsível de Ilha Solteira. São
dias.
Paulo, SP. In: Seminário de Fundações Especiais E
A consistência da mistura também foi Geotecnia, 3, ABMS/ABEF, V.2, p.111-122
alterada com a adição de cimento no solo, Segantini, Antonio Anderson Da Silva. Utilização de
porém não variou consideravelmente de acordo Solo-Cimento Plástico em Estacas Escavadas com
com os teores utilizados. Com o simples fato de Trado Mecânico em Ilha Solteira – SP. Tese de
Doutorado, Universidade Estadual de Campinas.
adicionar cimento ocorreu um aumento no
Campinas, 2000.
limite de liquidez e uma redução no limite de Silva, M.T. (1994). Interação solo-estrutura de fundação
plasticidade, consequentemente melhorando a em estacas de solo-cimento e concreto. Brasília, DF.
plasticidade da mistura. Dissertação de Mestrado, FT, UnB.
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RESUMO: O objetivo deste trabalho foi avaliar o comportamento de doze amostras de solos tropicais
de Santa Maria/RS através dos ensaios de Mini-CBR, Expansão e Contração, complementares da
Metodologia MCT. Os corpos de prova foram compactados nas energias normal, intermediária e
modificada, sendo ensaiados com e sem a sobrecarga padrão na imersão durante 24 horas e sem
imersão. A determinação dos índices de suporte Mini-CBR foi realizada pelo Método de correlações
e pelo Método de cargas padrão. A expansão foi verificada durante a imersão dos corpos de prova.
Após o rompimento dos mesmos, foi verificada a contração, por um período de 24 horas. Foram
encontrados graus de expansão bem distintos nos solos estudados. Os valores de contração foram
semelhantes nos ensaios com e sem sobrecarga padrão. Os valores de Mini-CBR obtidos pelo Método
de cargas padrão foram mais altos do que os do Método de correlações. Pôde-se concluir que somente
três dos solos em estudo foram enquadrados com comportamento satisfatório para utilização em
camadas de bases de pavimentos. Além disso, foi possível identificar uma discordância entre os
sistemas tradicionais de classificação SUCS e HRB em relação à Metodologia MCT.
𝑚𝑖𝑛𝑖𝐶𝐵𝑅𝑖
𝑅𝐼𝑆 = 𝑚𝑖𝑛𝑖𝐶𝐵𝑅𝑠𝑖 ∙ 100 (%) (5)
𝑚𝑖𝑛𝑖𝐶𝐵𝑅𝑠𝑖−𝑚𝑖𝑛𝑖𝐶𝐵𝑅𝑖
𝑃𝑆𝐼 = ∙ 100 (%) (6)
𝑚𝑖𝑛𝑖𝐶𝐵𝑅𝑠𝑖
𝐶2
𝑀𝑖𝑛𝑖 − 𝐶𝐵𝑅 = 100 𝑥 108,90 𝑥 2 (4) Figura 3. Ensaio de Expansão.
CAT
0/0 10/21 56/42 34/36 0/1 0/0 baixa e média plasticidade. Já no sistema HRB,
1 as amostras SC1, ALE2 e RS são classificadas
CAT
2
0/0 9/9 13/16 49/48 29/27 0/0 no subgrupo A-7-6, materiais com elevados
SC1 37/0 18/55 17/17 22/22 7/6 0/0 índices de plasticidade em relação aos limites de
32/1 liquidez e sujeitos a mudanças de volume. As
SC2 42/54 19/28 7/8 0/0 0/0
0 amostras SC2 e ALE1 foram designadas no
ALE subgrupo A-6, classe típica de solos argilosos e
14/0 52/21 21/31 9/27 3/19 1/2
1 plásticos, sujeitos à elevadas mudanças de
ALE
25/4 24/38 39/45 11/13 0/0 0/0 volume entre os estados seco e úmido. Assim,
2
PT1 12/0 24/26 50/49 14/24 0/1 0/0 estes solos não apresentariam um bom
PT2 19/7 17/17 15/25 41/40 7/11 0/0 comportamento como subleito.
RS
41/1
14/32 15/21 16/20 11/15 2/2
No sistema de classificação SUCS, as
0 amostras BOT2, PT1 e TR são areias argilosas
30/1 (SC). Na HRB, a amostra BOT2 foi enquadrada
TR 13/27 18/16 26/29 12/15 1/1
2
no subgrupo A-2-6 (areias com finos argilosos)
Tabela 4. Classificação dos solos estudados.
e o solo TR no subgrupo A-6, o que indica
Classificação material com péssimo comportamento como
Solo camada de subleito. A amostra PT1 foi
SUCS HRB
BOT1 SM A2-4 classificada como A-4, subgrupo que agrupa
BOT2 SC A2-6 solos siltosos não plásticos ou moderadamente
CAT1 SM A2-4 plásticos. Esta é a mesma classificação da
CAT2 SM A2-4 amostra PT2, que divergiu apenas na
SC1 CL A7-6 classificação SUCS, sendo compreendida no
SC2 CL A6 grupo SM-SC.
ALE1 CL A6
Por fim, as amostras BOT1, CAT1 e CAT2
ALE2 CL A7-6
foram classificadas como areias siltosas (SM)
pela SUCS. Para estes solos, há uma
PT1 SC A4
concordância com a classificação obtida na
PT2 SM-SC A4
HRB, que os enquadra no subgrupo A-2-4.
RS CL A7-6
Materiais deste subgrupo são solos granulares
TR SC A6
finos siltosos, caracterizados por um bom
comportamento quando empregados em
Os valores encontrados para o peso específico subleitos rodoviários.
real dos grãos de solos provenientes de uma No ensaio de Análise Granulométrica, foi
mesma unidade geotécnica foram consistentes possível observar uma diferença entre as curvas
com a mineralogia de cada material. Além disso, granulométricas obtidas com e sem o uso do
os valores apresentaram pequena variabilidade. agente defloculante, em especial nos solos SC e
A partir dos resultados do ensaio de Limites ALE. Tal diferença é característica de solos
de Atterberg, foi possível identificar a baixa tropicais. Mesmo assim, a utilização do
plasticidade do solo PT2 e a média plasticidade hexametafosfato não interferiu na classificação
dos solos BOT2, ALE1 e PT2. Os solos CAT1, final dos materiais estudados.
CAT2 e BOT1 são solos não plásticos, o que
condiz com a fração de argila encontrada nestes 3.2 Classificação MCT
materiais. Os demais foram enquadrados como
materiais altamente plásticos, com o valor de A Metodologia MCT foi utilizada para
índice de plasticidade variando entre 18 e 25%. identificar o comportamento laterítico (L) ou não
Pela classificação geotécnica SUCS, as laterítico (N) dos solos estudados. Os índices
amostras SC1, SC2, ALE1, ALE2 e RS são classificatórios obtidos nos ensaios de Mini-
enquadradas no grupo CL, argilas inorgânicas de
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MCV e Perda de Massa por Imersão estão os solos SC1, RS e TR como LG’
apresentados na Tabela 5, enquanto que o ábaco (comportamento laterítico argiloso). Materiais
classificatório da MCT está ilustrado na Figura como estes são caracterizados por altas
6. É importante salientar que os solos CAT1 e capacidades de suporte, baixa perda de massa
CAT2 não atingiram o patamar de compactação por imersão, baixa expansão, contração média a
inicial no Mini-MCV e foram classificados como alta e baixa permeabilidade. Isso faz com que os
areias não-lateríticas. Por isso, estas duas solos de comportamento laterítico sejam
amostras não aparecem no ábaco da MCT. considerados adequados para uso em
pavimentação, seja como base, reforço de
Tabela 5. Índices classificatórios e Classificação MCT. subleito, subleito, aterro compactado e
Índices Classificatórios Classificação revestimento primário.
Solo
c’ d’ Pi(%) e’ MCT O elevado índice e’, associado ao parâmetro
1,6 c’, classifica os demais solos como materiais de
BOT1 0,44 10,43 257,00 NA comportamento não-laterítico. Os solos CAT1,
5
BOT2 1,07 34,00 182,00
1,3
NA’
CAT2 e BOT1 foram enquadrados como areias
4 não lateríticas (NA), enquanto que a amostra
CAT1 - - - - NA BOT2 foi agrupada como solo não laterítico
CAT2 - - - - NA arenoso (NA’). As amostras PT1 e ALE1 foram
0,6 classificadas como solos não-lateríticos siltosos
SC1 1,55 63,16 0,00 LG’
8
(NS’) e os solos SC2 e ALE2 como não-
1,9
SC2 1,94 5,71 360,00 NG’ lateríticos argilosos (NG’).
2
1,3 A partir da análise dos resultados, foi possível
ALE1 1,33 32,00 190,00 NS’
6 identificar a diferença de comportamento
1,2 laterítico ou não laterítico em solos de uma
ALE2 1,62 44,17 161,00 NG’
7 mesma unidade geotécnica. Além disso, foi
1,4
PT1 1,16 33,18 234,00 NS’ possível identificar uma discordância entre os
3
0,9 sistemas tradicionais de classificação SUCS e
PT2 1,42 42,86 48,00 LA’
8 HRB em relação à Metodologia MCT. Solos
0,9 considerados inadequados para uso em subleitos
RS 1,77 80,00 47,00 LG’
0 rodoviários de acordo com aqueles sistemas,
115,4 0,6
TR 2,06 15,00 LG’ como as amostras RS e TR, possuem
0 9
comportamento laterítico. Quando compactados
adequadamente, estes materiais apresentam um
ótimo comportamento como subleito, podendo
ser utilizados em outras camadas.
ilustra os valores numéricos das propriedades Apenas os solos ALE1 e PT1, ambos
recomendados por Villibor e Nogami (2009). classificados como NS’ na MCT, não
apresentaram expansão de acordo com os valores
Tabela 6. Valores propostos por Nogami e Villibor (2009). da Tabela 6, que indica um valor elevado de
Propriedade Valor
expansão para estes solos. Neste estudo, os
Muito elevado > 30
Suporte Mini-CBR valores obtidos são considerados de média
Elevado 12 a 30
(%) com sobrecarga expansão.
Médio 4 a 12
padrão Os valores obtidos para a contração foram
Baixo <4
semelhantes nos ensaios com e sem a sobrecarga
Perda de suporte Elevado > 70
Mini-CBR por Médio 40 a 70
padrão. Isso era esperado, uma vez que a
imersão (%) Baixo < 40 sobrecarga é somente utilizada durante o
Elevado >3 rompimento dos corpos de prova no ensaio de
Expansão (%) Médio 0,5 a 3 Mini-CBR. Os solos PT2, RS e TR apresentaram
Baixo < 0,5 índices de contração medianos, assim como os
Elevado >3 solos das Formações Rosário do Sul e Santa
Contração (%) Médio 0,5 a 3 Maria/Alemoa. Tais valores são típicos de
Baixo < 0,5 materiais com alto percentual de argila. Para a
contração, todos os valores encontrados foram
Os ensaios de Mini-CBR foram realizados condizentes com a Tabela 6.
com e sem imersão de 24 horas e com e sem a Conforme era esperado, os valores de Mini-
sobrecarga padrão de 490g. Considerando que o CBR para os corpos de prova rompidos sem
ensaio foi proposto para as energias normal e imersão foram maiores do que os submetidos a
intermediária de compactação, a discussão dos imersão. Os valores obtidos no Método de
resultados será baseada nessas energias. Devido cargas-padrão foram maiores do que os obtidos
ao elevado número de parâmetros obtidos com pelo Método de correlações, em concordância
os ensaios, os resultados estão apresentados em com vários autores.
tabela no Apêndice 1. Os coeficientes RSI e PSI são parâmetros de
Analisando os resultados, é possível avaliação tecnológica dos solos tropicais pela
identificar uma tendência de maior expansão do Metodologia MCT. A partir da análise dos
solo quando este se encontra sem sobrecarga valores obtidos para os coeficientes, foi possível
durante a expansão. O solo SC2 apresentou identificar que, para os solos SC2, ALE2 e TR,
valores considerados elevados de expansão para com o aumento de energia de compactação há
a energia normal de compactação (4,41% e um decréscimo no coeficiente de suporte de
6,79%). Já os valores obtidos para as amostras carga. De maneira inversa, ocorre um acréscimo
ALE2 e PT1 são considerados médios. na perda de suporte por imersão.
Para os solos ALE1, PT1 e RS identificou-se Na compactação em energia normal, solos
uma divergência nos valores de expansão que apresentam um valor de RIS superior à 30%
obtidos nos ensaios com e sem a carga padrão. são considerados solos com suporte de carga
Estes valores são considerados como baixa e muito elevado. Assim, as amostras BOT2, SC1,
média capacidade de expansão. PT2 e RS são enquadradas neste grupo,
Nos solos da Formação Caturrita (CAT1 e apresentando médios e baixos valores de PSI.
CAT2) os valores de expansão obtidos foram Para esta energia, a amostra SC1 apresentou o
quase nulos. Isso ocorreu devido à presença maior valor de RIS (91%) e consequentemente o
considerável de areia e a ausência de argila na menor valor de PSI (9%). Já o menor valor de
composição desses materiais. Desta forma, os suporte foi encontrado para o solo PT1 (28%).
solos CAT1 e CAT2 são considerados solos com Estes resultados estão condizentes com os
baixa expansão, assim como aqueles com valor valores apresentados na Tabela 6.
de expansão inferior a 0,5%.
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REFERÊNCIAS
RESUMO: O presente trabalho tem por objetivo analisar o comportamento mecânico de solo
arenoso de depósito eólico localizado no bairro de Lourdes, em Fortaleza-CE, por meio de ensaios
de caracterização, compactação, Índice de Suporte Califórnia (ISC), ensaios à percussão tipo SPT e
penetrômetro dinâmico de cone (DPL). A partir dos dados de ensaio de laboratório e campo, pôde-
se analisar as correlações entre ISC e NSPT pelos métodos de Livneh e Ishai (1987) e Livneh e Ishai
(1988). Já para as correlações entre NSPT e N10, analisou-se os métodos de DIN (2003), Sanchez et
al. (2010) e Matos (2015). Pôde-se constatar que, dentre os métodos de correlação de ISC e NSPT, o
que mais de aproximou do resultado de ensaio foi Livneh e Ishai (1988), já para as correlações de
NSPT e N10, o que mais se aproximou foi o método de Matos (2015). O trabalho mostra-se útil como
referência de projeto e acompanhamento de obras em locais que comprovem materiais semelhantes,
principalmente devido a correlações possíveis entre os parâmetros estudados.
Onde SPT é a relação entre profundidade de Em que N10’ é a média entre todos os valores de
penetração, em milímetros (300 mm) e o N10 obtidos, a cada metro.
número de golpes necessários à penetração
(NSPT). Logo, a correlação é dada pela Equação N SPT 0, 6062.N10 '' 0,3644 (7)
4.
Onde N10” é a média de três valores de N10,
0,26
300 com 20cm, 30cm e 40cm mais profundos a
logISC = -5,13+6,55. log (4) partir do nível de início da percussão, em cada
N SPT metro inteiro, para serem obtidos valores nas
mesmas profundidades consideradas pelo
ensaio à percussão (SPT).
6 CORRELAÇÕES ENTRE PARÂMETROS
DO DPL E SPT N SPT 0,1972.N10 ''' 1, 6854 (8)
8 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
Max Barbosa
Solotrat Centro-Oeste, Brasília, Brasil, max@solotrat.com.br
Como resultados do presente trabalho obtêm- fundação no solo poroso. A única referencia é a
se comparações numéricas e experimentais das estaca tipo Ischebeck a qual tem um processo de
provas de carga em diferentes grupos de construção semelhante e já padronizado na
microestacas autoperfurantes na argila porosa. norma DIN-14199 (2005).
Destas comparações mostram-se as percentagens
de carga das estacas em grupo e as percentagens
de contribuição do radier e das estacas em
sistemas compostos. Ademais observou-se a
influência da variabilidade dos parâmetros
geotécnicos na capacidade de carga dos
diferentes tipos de configurações de estacas
testadas. Disto foi obtido a percentagem mínima
e máxima do aporte do radier ao sistema radier
estaqueado.
2 MICROESTACAS
AUTOPERFURANTES
comportamento do material). Isto foi realizado do solo no estado atual pré-adensado e o índice
para observar a capacidade dos modelos para de vazios eN que correspondente ao índice de que
simular o solo estudado e obter parâmetros correspondente ao índice de vazios na mesma
aproximado do solo. tensão no caso de o solo ser normalmente
O primeiro modelo testado foi proposto por adensado (sobre a linha NCL). O outro conceito
Liu e Carter em 2003, para simular solos importante, incluído no modelo é a inclusão da
naturais. O modelo é uma alteração do Cam Clay cimentação do solo. Isto é feito por meio da
modificado (CCM) desenvolvido para solos evolução de uma nova variável ω, que se
reconstituídos. Este modelo foi modificado com assemelha a uma densidade adicional à
a introdução da estrutura (cimentação) na lei de densidade ρ. Esta variável é introduzida através
compressão isotrópica por meio da adição de da função Q(w) = bω, e apresenta uma maior
uma parte à lei de compressão do CCM. Isto foi contribuição quando a densidade ρ é menor que
realizado pela decomposição do índice de vazios zero, ou seja, a densidade assume valores
do solo natural (e) em duas partes. A primeira negativos, os quais fazem que com a linha de
parte é o índice de vazios pela estrutura (∆e) (esta compressão do material passe acima da linha de
vai evolucionando até desaparecer) e a segunda adensamento normal.
é o índice de vazios reconstituído e* do modelo Como resultado desta pesquisa foi simulado o
original. Outra mudança foi uma lei de fluxo comportamento mecânico do solo estudado. Isso
não-associada. A qual se inclui o índice de vazios foi feito através da simulação de ensaios de
pela estrutura ∆e e ωs que é um novo parâmetro laboratório elementares com diferentes modelos
do modelo. implementado. A seguir estão apresentados os
O segundo modelo foi a proposta realizada resultados das simulações feitas.
por Masîn (2006) para solos finos com uma
extensão para estrutura. A modificação realizada (a)
no modelo é feita mediante a incorporação da
degradação da estrutura através da proposta feita
por Baudet & Stallebrass (2004). A proposta
consiste na incorporação de um tamanho maior
da superfície de estado limite (SBS), pela
alteração da tensão equivalente de Hvorslev por
um escalar s. Para esta modificação adicionam-
se três novos parâmetros (s, k e A), onde s é o
fator de estrutura ou sensibilidade. O fator k é um (b)
parâmetro que controla a degradação da
estrutura. O fator A que controla a importância
das deformações de cisalhamento, com valores
entre 0 e 0,5 (Masîn, 2006).
O terceiro como é proposto por Pedroso
(2006) que uma modificação do CCM e o nome
é Subload Cam Clay (SLCC). O principal
conceito aqui introduzido é uma segunda (c)
superfície de plastificação, que leva a uma
transição do comportamento elástico a elasto-
plástico de forma gradual (subcarregamento),
como proposto por Hashiguchi 1980 pela
introdução de uma variável ρ que representa o
pré-adensamento do solo. Esta variável Figura 6. Comparação de simulações dos ensaios triaxiais
representa a diferença entre o índice de vazios e e de compressão com os modelos constitutivos
implementados.
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obtidos a partir dos resultados dos ensaios de Tabela 2. Fatores de eficiência obtidos das simulações
campo e de dados da literatura. numéricas para grupos de estacas
Sistema Carga Ge
Posteriormente, realizar 5000 rodadas dos última
η*
(%)
(-)
modelos FEM e obtêm-se as curvas carga [kN]
recalque. A partir da curva obter a carga última 1Estaca 419 - -
para cada simulação. Isto é comparado com a 2 Estacas 850 1.01 91
carga última obtida da prova de carga real. Com 3 Estacas 1100 0.88 97
isto, realizam-se os tratamentos estatísticos para 4 Estacas 1800 1.07 88
a obtenção da curva probabilidade. Na Figura 9 5 Estacas 1900 0.90 90
apresenta-se um exemplo das simulações com 6 Estacas 2520 1.00 93
parâmetros aleatórios realizadas e a comparação
com la proba de carga realizada para uma estaca Um fator de eficiência médio de 0,97, ou seja,
no campo experimental. aproximadamente um, foi obtido indicando que
com a disposição geométrica dada dos sistemas
(distância pilha a estaca), houve quase zero
efeitos prejudiciais dados pela superposição de
bulbos individuais de estresse e deslocamento.
Isso também significa que "falha do grupo de
estacas" aconteceu em vez de "falha de bloco"
(levando em conta a nomenclatura dada por
Mandolini et al., 2005), confirmando assim o
comportamento "pseudo-independente" de cada
uma das estacas do grupo. Além disso, obteve-se
uma eficiência média do grupo de 92%,
Figura 9. Comparação das curvas obtidas nas simulações e
a curva obtida na prova de carga. indicando que sob deslocamentos semelhantes,
uma estaca dentro do grupo tinha uma carga
6 RESULTADOS ligeiramente menor que a equivalente de uma
estaca única similar. Aponta para uma interação
Os principais resultados das análises numéricas pequena, mas existente, entre as estacas do
em termos de comparação direta e avaliação grupo.
individual dos distintos sistemas grupos de As porcentagens de carga de cada elemento
estacas (PG) e radier estaqueados (PR) são dados do sistema de radier estaqueado foram obtidas
a seguir. desde as simulações numéricas. Estas
porcentagens foram derivadas para a carga de
6.1 Simulações com o efeito da estrutura do trabalho (carga de ruptura/2.0), conforme
solo apresentado respectivamente na Figura 10.
O fator de eficiência (η*) foi calculado uma
relação entre a capacidade final do grupo em
relação à capacidade final de uma única pilha
similar àquelas do grupo. A eficiência do grupo
(Ge), por outro lado, foi calculada como a relação
da carga média (estaca) no grupo dividida pela
carga de uma estaca única (similar) no mesmo
deslocamento vertical do grupo. Ambas as
equações são válidas somente para os sistemas
de grupo de estacas. Assim, a Tabela 3 apresenta
Figura 10. Percentagem de cargas das estacas e do radier
apenas os resultados das simulações numéricas. nos radier estaqueados estudados.
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(b)
RESUMO: A presente pesquisa tem como objetivo analisar o comportamento dos resíduos de
construção e demolição (RCD) na composição solo-cimento, discutindo suas propriedades e
características para ser aplicado na construção civil. Este trabalho desenvolveu-se por meio de
pesquisa bibliográfica acerca do RCD e através dos ensaios realizados em laboratório, de
granulometria, compactação e de resistência à compressão, para analisar o comportamento às
dosagens de 0%, 20% e 30% de RCD no solo-cimento. Como resutado, observou-se que sua
incorporação proporciona ao solo-cimento o aumento na resistência à compressão das amostras,
sendo que na dosagem de 30% de RCD, a resistência apresentou valor médio de 2,164 MPa,
evidenciando uma elevação em torno de 54,39% quando comparado à amostra com 0% de
incorporação. Esta resistência à compressão satisfaz a NBR 8492/2012, que exije valor mínimo de
2,0 MPa. Logo, o RCD proporciona melhor desempenho mecânico aos elementos oriundos da
composição solo-cimento.
se de ensaios realizados em laboratório. A foi realizada a cura úmida das amostras durante
princípio os materiais constituintes da mistura, 7 dias, segundo a NBR 12024/2012.
foram preparados para os ensaios de acordo Posteriormente, realizou-se, com base na
com os parâmetros estabelecidos na NBR NBR 12025/2012, o ensaio de compressão
6457/2016. simples para corpos-de-prova cilindricos de
De acordo com a ABCP (2002) para a solo-cimento, a fim de obter a resistência
estabilização dos solos pode ser utilizado caracteristica das amostras.
qualquer tipo cimento, porém o cimento Os dados obtidos foram analisados
Portland comum (CP II) tem sido o mais conforme a NBR 8492/2012, que estabelece a
utilizado, por apresentar propriedades resistencia mínina a compressão para tijolos
satisfatórias. Sendo assim, usou-se o CP II Z- maciços de solo-cimento, para uso em alvenaria
32, por ser bastante utilizado e comercializado de vedação e de acordo com a norma do DNER-
na região em que foi realizado o estudo, sendo ME 201/94, para analisar a possibilidade de
facilmente encontrado no mercado. utilizar a mistura como base de pavimentação.
Na caracterização do solo e do RCD,
efetuou-se a análise granulométrica por 3 RESULTADOS E DISCUSSÕES
peneiramento, a fim de obter a distribuição
granulométrica destes, e, em seguida, apresentar 3.1 Análise Granulométrica do Solo e RCD
suas características fisicas, como o módulo de
finura, dimensão máxima característica e as Baseado nos ensaios granulométricos,
classificações do solo e do RCD, de acordo com realizados conforme a NBR NM 248/2003, com
os diâmetros dos grãos determinados. o solo utilizado na mistura para a confecção dos
Para a obtenção da umidade ótima das corpos-de-prova de solo-cimento, chegou-se aos
composições em análise, desenvolveu-se em resultados apresentados na Figura 3.
laboratório, o ensaio de compactação para solo-
cimento, em concordância com a NBR
12023/2012, de modo que, utilizou-se o cilindro
pequeno para compactação, possuindo o
diâmetro de 10 cm e através de energia de
compactação normal. A Figura 2 ilustra
exemplos dos CP’s produzidos.
RESUMO: Estudos envolvendo a gênese da sílica neoformada são abordados sob diferentes
aspectos, destacando-se duas grandes áreas onde seu conteúdo nos solos pode impactar diretamente:
na agricultura e na geotecnia. A gênese do quartzo nos solos é geralmente associada ao
intemperismo da rocha de origem, no entanto, este estudo visa apresentar, fundamentada em uma
revisão bibliográfica ampla, a hipótese da quartzilização pela neoformação deste a partir da
transformação de argilominerais por processos de alitização. Estas transformações de
argilominerais, partindo de argilas 2:1, em seguida argilas 1:1 até transformarem óxi-hidróxidos de
alumínio liberam o silício e originam cristais de quartzo neoformados. A análise dessa hipótese
levará em conta pesquisas realizadas em outros países, estados brasileiros e estudos recentes em
perfis de solos do Distrito Federal.
Transformação –transformação de
(2) filossilicatos – mudança de uma fase
cristalina para outra (ambas sólidas) –
Segundo Moniz (1972) estes índices ex.: ilita se transformando em biotita;
fornecem parâmetros para classificação dos Neoformação – reações em fase líquida
solos em lateríticos ou não e como parâmetro de – soluções iônicas, co-precipitações ou
avaliação do grau de intemperismo dos solos: precipitações de geles (Fieldes &
Kr ≤ 1,33 para Laterita; 1,33 ≤ Kr ≤ 2,00; Kr ≥ Swindale, 1954, apud Millot, 1964).
2,00 para Solos não Lateríticos; Solos
Sialíticos: Ki ≥ 2,20 e Kr ≥ 0,75; Solos
Fersialíticos: Ki ≥ 2,20 e Kr ≤ 0,75; Solos 5 CONTEXTO DA QUARTZILIZAÇÃO
Alíticos: Ki ≤ 2,2 e Kr ≥ 0,75; Solos
5.1 Hipótese da Quartzilização
Ferralíticos: Ki ≤ 2,20 e Kr ≤ 0,75.
Além disso, esses índices podem fornecer A hipótese da quartzilização por neoformação
indícios para definir solos cauliníticos, oxídicos pode ser explicada a partir da transformação de
e gibbsíticos: Cauliníticos: Ki e Kr > 0,75; argilominerais em processo de alitização. Estas
Cauliníticos-oxídicos: Ki > 0,75 e Kr ≥ 0,75; transformações partem de argilominerais do
Oxídicos: Ki ≤ 0,75; Gibbsíticos: Ki ≤ 0,75 e Kr tipo 2:1 (por exemplo grupo das esmectitas e
≤ 0,75. das ilitas) para argilominerais do tipo 1:1 (grupo
da caulinita) até se transformarem em óxi-
3.3 Estabilidade Geoquímica dos Silicatos hidróxidos de alumínio e ferro e minerais
paracristalinos, liberando o silício para dar
A estabilidade geoquímica dos silicatos, no origem aos cristais de quartzo neoformados.
caso, dos minerais de argila está Esta verificação estabelecida principalmente
intrinsecamente relacionada com o por Millot (1961, 1964), evidenciou a gênese da
intemperismo. O processo se inicia com a quartzilização, em função de processos de
substituição do silício da estrutura do quartzilização/silicificação a partir de estudos
argilomineral pelo alumínio, resultando em uma de ocorrências observadas principalmente na
perda de resistência em função da meteorização, África. Como se tratam de reações químicas
gerando neoformações. Assim como descrito entre os minerais e a solução, o pH terá grande
por Macedo (1961), a estabilidade dos silicatos importância nesses processos – este influência
é maior para as estruturas mais complexas: na concentração de sílica amorfa e quartzo na
Tetraedros independentes cadeias simples solução. Assim a solubilidade da sílica em água
cadeias duplas Folhas. estabelece um importante papel no processo de
neoformação: ela irá controlar a solubilidade a
partir de leis de polimerização e
4 MECANISMO DE FORMAÇÃO DAS despolimerização.
ARGILAS O crescimento cristalino pode estar
associado à fenômenos relacionados à
O mecanismo de formação das argilas, óxidos e solubilidade de sílica e presença de quartzo na
hidróxidos de ferro e alumínio ocorre em solução e o crescimento de cristais de
função de três processos: variedades de quartzo (calcedônia e opala).
Diversos autores como Washburn e Navias
Herança – argilas de origem detrítica, (1922, 1924), Sosman (1927), Correns e
provenientes da rocha de origem; Nagelschimdt (1933), Midgley (1951) e Folk e
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Weaver (1952), apud Millot (1961) estudaram transformação dos minerais neoformados e a
as ocorrências de opala e calcedônia, quartzilização se dará, portanto, segundo a
descrevendo-os respectivamente como sílica e transformação evolutiva a seguir:
água, em arranjo desordenado e como fibras Argilominerais 2:1 (Grupos das
alternadas de quartzo e camadas finas de opala. Montmorilonitas e Ilitas) Argilominerais 1:1
(Caulinita) Gibbsita+ Hematita + Goethita +
5.2 Crescimento Cristalino Quartzo Neoformado (Quartzilização) + Geles
amorfos de sílica, alumínio e ferro. Esta
Assim, para a gênese da sílica neoformada, sequência também sugere o aumento do grau de
pode-se citar três hipóteses de crescimento intemperismo.
cristalino:
REFERÊNCIAS
ABSTRACT: Infiltration in rectangular ditches is a simple, fast and cheap method to estimate
hydraulic conductivity in large scale, reducing problems related to the scale effect on it. However,
the necessity to the soil saturation before the test increasing its time and cost. The aim of this paper
is to investigate numerically the influence of the previous saturation in the hydraulic conductivity
values. A numerical study is performed using FEFLOW by simulating the infiltration in a rectangular
ditch based on the modified inversed auger-hole infiltration method (Porchet’s method), for different
degrees of saturation previously the test. Results show that the use of the typical formulation in
unsaturated initial condition yields in erroneous hydraulic conductivity values. However, accurate
hydraulic conductivity values are obtained if the infiltration rates are used instead of the water levels.
The absence of the previous saturation can make the test easier and cheaper and stimulate its use.
dy
(ab) =- ab+2 a+b y K, (4)
dt
Figure 1. Mathematical representation of the infiltration
in rectangular ditches (Stibinger, 2014).
which, after integration, yields
estimated as the derivative of the infiltrated Homogeneous volumetric water content was
water level in time yielding considered as initial condition of the soil varying
from 0.1 to 0.9 at constant 0.1 steps for each
dy ∗ y B K simulation. The initially saturated case was
. (8) modeled using the analytic closed-form
dt K t ∗
B exp equations of infiltration presented above.
B
3 NUMERICAL EXPERIMENTATION
smaller the wetting front lasted more to evolve. hydraulic conductivity but the results were not
This implies in larger pressure gradients and satisfactory because the goodness of fitting was
hence larger infiltration rates. poor. This low quality of fitting is originated
because the synthetic data is not well reproduced
by the analytic model due to conceptual
differences.
and lower) were plotted to see the variability in condition affects greatly the water level record
the conductivity hydraulic estimation. It can be and hence the estimation of K, when following
observed that all the experimental rates lie the the typical formulation, yields erroneous values.
interval corresponding to the hydraulic However, the same experimental data can be
conductivities ranging from 1 to 1.5 m/d. The used to estimate accurate values of K if the
bounds plotted in Figure 5 correspond to 1 and infiltration rates are used instead of the water
1.5 m/d for the lower and upper bound levels, such as shown in this paper. These results
respectively. This interval can be considered are very encouraging since the absence of the
small especially when speaking of hydraulic previous saturation can make the test easier and
conductivities where variations of one or two cheaper and stimulate its use. As a future work,
orders of magnitude are usual. we propose the verification of the results in a real
problem in the field.
8
0.1 0.2
7 0.3 0.4 REFERENCES
Infiltration rate [m/day]
0.5 0.6
6
0.7 0.8
5 0.9 K lower Deng, H., Dai, Z., Wolfsberg, A. V., Ye, M., Stauffer, P.
K upper H., Lu, Z., & Kwicklis, E. (2013). Upscaling
4 retardation factor in hierarchical porous media with
3 multimodal reactive mineral facies. Chemosphere,
n91Vol.3, p. 248–257.
2 Doetsch, J., Linde, N., & Binley, A. (2010). Structural
1 joint inversion of time-lapse crosshole ERT and GPR
traveltime data. Geophysical Research Letters, n.37
0 Vol. 24.
0.04 0
0.060.02 0.08 0.1 Godoy, V. A., Valentin Zuquette, L., & Gómez-
time, t [days] Hernández, J. J. (2018). Stochastic analysis of three-
Figure 6. Infiltration rate with time for all initial water dimensional hydraulic conductivity upscaling in a
contents and estimated bounds. heterogeneous tropical soil. Computers and
Geotechnics, n. 100, p. 174–187.
These results suggest that the infiltration in https://doi.org/10.1016/j.compgeo.2018.03.004
Gómez-Hernández, J. J., Fu, J., & Fernandez-Garcia, D.
rectangular ditches can be used to estimate the (2006). Upscaling retardation factors in 2-D porous
saturated hydraulic conductivity even when the media. In M. F. P. Bierkens, J. C. Gehrels, & K. Kovar
previous initial saturation is not guaranteed. In (Eds.), Calibration and reliability in groundwater
this case, the analysis method has to be focused modelling: from uncertainty to decision making :
on the fitting the last portion of the infiltration proceedings of the ModelCARE 2005 conference held
in The Hague, the Netherlands, 6-9 June, 2005 (pp.
rate plot instead of the fitting of the available 130–136). IAHS Publication.
water level at the ditch as usually practiced. Sánchez-Vila, X., Carrera, J., & Girardi, J. P. (1996). Scale
effects in transmissivity. Journal of Hydrology, n. 183
Vol. (1–2), p.1–22. https://doi.org/10.1016/S0022-
5 CONCLUSIONS 1694(96)80031-X
Stibinger, J. (2014). Examples of Determining the
Hydraulic Conductivity of Soils Theory and
The infiltration test in rectangular ditches is a Applications of Selected Basic Methods. (M. Neruda,
simple, fast and accurate method to estimate the Ed.). Jan Evangelista Purkyně University Faculty of
saturated hydraulic conductivity in the field. The the Environment.
formal method presented by Stibinger (2014) van Genuchten, M. T. (1980). A Closed-form Equation for
Predicting the Hydraulic Conductivity of Unsaturated
suggested the previous saturation of the soil to Soils1. Soil Science Society of America Journal, n. 44
permit the estimation of K. Vol. 5, p. 892.
This paper explored the influence of the https://doi.org/10.2136/sssaj1980.0361599500440005
previous saturation in the quality of the results. 0002x
It was found that, in fact, the unsaturated initial Yang, T., Liu, H. Y., & Tang, C. A. (2017). Scale effect in
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RESUMO: O solo é fundamental na construção civil e, para que seja corretamente utilizado, deve-
se ter o conhecimento de suas propriedades, já que se trata de um material hetereogêneo vastamente
aplicável. O presente artigo tem como objetivo caracterizar geotécnicamente o subsolo do Campo
Experimental de Engenharia do Centro Universitário Assis Gurgacz - FAG (CEEF), através de
ensaios de campo e de laboratório. A metodologia adotada consistiu na realização de ensaios de
sondagem SPT em campo, e na coleta de amostras deformadas de solo para posterior realização de
ensaios de caracterização em laboratório. Com os resultados obtidos foi possível verificar que o
subsolo é composto por duas camadas, com pequenas variações entre os índices físicos ao longo da
profundidade, sendo composto basicamente por argila siltosa de caracteristica laterítica e
colapsível.
2 MATERIAIS E MÉTODOS
existentes no solo. Em seguida foi realizada a superficial, nos 3 niveis de energia (Normal,
dispersão das particulas, o ensaio de Intermediário e Modificado), afim de
sedimentação e finalmente o ensaio de determinar o ponto ótimo de compactação do
peneiramento, conforme procedimentos da solo da cidade de Cascavel/PR.
norma. Para moldar os corpos de prova, utilizou-se
Os ensaios realizados para determinação dos 10 kg de material destorroado, partindo de um
índices de consistência, foram: Limite de teor de umidade de aproximadamente 20%.
Liquidez (ABNT, 1984) e Limite de Para os ensaios seguintes, adicionou-se cerca de
Plasticidade (ABNT, 1984). O limite de 150 ml de água, de modo a incrementar a
liquidez (wL), é definido como o teor de umidade do solo em aproximadamente 5%,
umidade necessário para fechar uma ranhura como recomenda a ABNT (1986). Após
realizada no solo sobre a concha do aparelho de moldagem dos corpos de prova, de acordo com
Casagrande, em até 15 mm de extensão através as combinações possíveis entre soquete e
de 25 golpes. O ensaio foi repetido diversas cilindro para cada energia, as amostras foram
vezes de forma a se obter no mínimo de três a pesadas e tiveram seu teor de umidade
quatro pontos com teores de umidade determinado através da coleta de material de 3
diferentes, para cada amostra. pontos diferentes de seu interior.
O limite de plasticidade (wP) é definido
como o menor teor de umidade com o qual é 2.2.3 Ensaio Indice Suporte Califórnia (ISC)
possível moldar um cilíndro com 3 mm de
diâmetro, rolando o solo sobre uma placa de O Índice de Suporte Califórnia (ISC ou CBR -
vidro esmerilhada até que se chegue à California Bearing Ratio) é a relação, em
condições quebradiças. Para esse ensaio optou- porcentagem, entre a pressão exercida por um
se por realizar no mínimo 5 ensaios diferentes pistão de diâmetro padronizado necessária à
para cada amostra, de modo a se obter um penetração no solo até determinado ponto (0,1”
resultado confiável. e 0,2”) e a pressão necessária para que o mesmo
Com os resultados dos ensaios de wL e wP, pistão penetre a mesma quantidade em solo-
foi possível classificar o solo quanto a padrão de brita graduada. Através do ensaio de
plasticidade (IP), atividade das argilas, ISC é possível determinar qual será a expansão
consistência e também quanto aos sistemas de um solo sob um pavimento quando o mesmo
Unificado (SUCS) e Rodoviário (T.R.B), estiver saturado e dimensionar adequadamente
tomando como base a escala da ABNT (1995), um pavimento sobre esse subleito.
que considera as dimensões dos grãos em mm, Foram empregadas as recomendações da
como apresentado na Tabela 1. norma ABNT (2016), que especifica o
procedimento laboratorial para determinar o
Tabela 1. Escala granulométrica da ABNT (1995) índice de suporte Califórnia e a expansão de
Fração Faixa solos, utilizando amostras deformadas, não
Argila < 0,002 mm recusadas, de material passante na peneira de 19
Silte entre 0,002 e 0,06 mm mm.
Areia Fina entre 0,06 e 0,2 mm Após a compactação, os corpos de prova
Areia Média entre 0,2 e 0,6 mm foram submetidos à imersão em água durante
Areia Grossa entre 0,6 e 0,2 mm
96 hrs e posteriormente rompidos, como
Pedregulho > 2,0 mm
previsto na referida norma.
2.2.2 Ensaios de Proctor
2.2.4 Ensaios Triaxiais
Foram realizados também ensaios de
Molina e Gandin (2015) determinaram para os
compactação (Proctor), com amostras de solo
5 primeiros metros do CEEF o valor do ângulo
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3.1 Granulometria
90%
80%
70%
A 60%
S
S
A 50%
P
E
U
Q 40%
%
30%
20%
10%
0%
0,001 0,010 0,100 1,000 10,000
0,002 0,06 2,0
ARGILA SILTE AREIA PED REGULHO
DIÂMETRO DAS PARTÍCULAS (mm)
1º metro C.D. 5º metro C.D. 10º metro C.D. 15º metro C.D.
1º metro S.D. 5º metro S.D. 10º metro S.D. 15º metro S.D.
Figura 4. Curvas granulométricas determinadas para solo do CEEF com ou sem a influência de defloculante
solo laterítico e por ter a presença de minerais característica muito comum de solos lateríticos
com propriedades cimentícias. e que acaba o restringindo ao uso de fundações
Desta avaliação verifica-se que o perfil rasas.
estudado apresenta condições favoráveis para a
ocorrência do fenômeno do colapso que são: 3.4 Classificação do Solo
baixa massa específica natural, baixo teor de
umidade e porosidade elevada. Vieira et al. Com os resultados da granulometria
(2017) comprovou o comportamento colapsível, conjunta, limites de liquidez e plasticidade e
através de provas de carga em placa, da camada índice de plasticidade, foi possível classificar o
de solo superficial do CEEF. solo pelo Sistema Rodoviário - Transportation
Research Board (T.R.B.), antigo Highway
3.3 Índices de Consistência Research Board (H.R.B), e pelo Sistema
Unificado de Solos (S.U.C.S.).
Os resultados obtidos para os índices de De acordo com o Sistema Unificado de
consistências (Limite de Liquidez - wL, Limite Classificação dos Solos (SUCS), o solo é
de Plasticidade - wP e Índice de Plasticidade - classificado como CH (solos argilosos muito
IP), são apresentados na Figura 5. compressíveis). Já pelo Sistema de
Classificação Rodoviário (T.R.B.), o solo foi
classificado como A-7-6, que são solos com
aplicação de regular a má para pavimentação
por terem porcentagens altas de finos. É
classificado quanto a plasticidade como
mediamente plástica com pouco ou nenhum
material grosso, o que inclui material com
elevado índice de plasticidade em relação ao
limite de liquidez, estando sujeito a elevadas
variações volumétricas.
próximos aos citados por Alonso (2010) para para que não ocorram processos de
solos argilosos. Já os ângulos de atrito adensamento na mesma.
apresentaram pouca dispersão entre eles e Foram verificados valores de ângulo de
valores baixos, como era de se esperar, devido atrito entre os grãos variando de 14,2 a 20,4
ao baixo atrito existente entre particulas de graus, e por serem considerados baixos, acabam
argilas não saturadas, variando de 14,2 a 20,4 por prejudicar o dimensionamento de estruturas
graus. de contenção e arrimos, gerando estruturas mais
Em geral, para a elaboração de projetos robustas a fim de resistir aos esforços oriundos
geotécnicos, se utiliza os parâmetros de do solo. O intercepto coesivo obtido também foi
resistência do solo em função das tensões totais, baixo, variando de 2 a 12 kPa.
pois essa última apresenta valores mais
conservadores e mais seguros para projetos,
visto a incerteza das condições de drenagem e REFERÊNCIAS
saturação do solo em campo apos a realização
da obra. Abnt – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR
6459 (1984). Determinação do Limite de Liquidez.
Rio de Janeiro.
Abnt – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR
4 CONCLUSÕES 6484 (2001). Sondagens De Simples Reconhecimento
Com Spt - Método De Ensaio. Rio de Janeiro.
A classificação do solo estudado quanto a sua Abnt – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR
curva granulométrica foi de Argila Silto 6502 (1995). Rochas e solos. Rio de Janeiro.
Abnt – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR
Arenosa; pelo Sistema Unificado, obteve-se 7180 (1984). Determinação de Limite de
uma classificação de CH que são solos Plasticidade. Rio de Janeiro.
argilosos muito compressíveis; no Sistema Abnt – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR
Rodoviário foi classificado como A-7-6, que 7181 (2016). Análise Granulométrica. Rio de Janeiro.
são argilas siltosas medianamente plásticas. Abnt – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR
7182 (1986). Ensaio de Compactação. Rio de
A partir dos ensaios de sondagem a Janeiro.
percussão do tipo SPT, realizados em campo, Abnt – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR
foi possível identificar 2 camadas de solo 9895 (2016). Índice de suporte Califórnia (ISC) -
argilo-siltoso e o comportamento crescente da Método de ensaio. Rio de Janeiro.
resistência do solo ao longo da profundidade, Alonso, Urbano Rodrigues. (2010) Exercícios de
Fundações. 2 ed. São Paulo: Blucher.
típico de um solo residual.
Cintra, J. C. A., Aoki, N., Tsuha, C. H. C, Giacheti, H. L.
A camada superficial de solo da cidade de (2013). Fundações: ensaios estáticos e dinâmicos.
Cascavel é composta por uma argila madura, São Carlos: Oficina dos Textos.
porosa, laterizada, colapsível, cujos minerais Dallacosta, L. e Almeida, M. A. (2017) Determinação da
principais são a caulinita e óxidos de ferro, de Eficiência do Ensaio SPT através de Prova de Carga
Estática sobre Amostrador Padrão. Geocentro.
estrutura microagregada típica dos solos
Goiânia.
tropicais. Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes
Foram determinadas também, para essa - DNIT (2006). Manual de Pavimentação. 3 ed, Rio
camada, suas propriedades quanto a de Janeiro, 274 p.
compactação, índice suporte califórnia e Gerscovich, D. (2017). Estabilidade de Taludes. São
parametros de resistência do solo, esse último Carlos: Oficina dos Textos. 2 ed.
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatistica - IBGE
realizado por Molina e Gandin (2015), através (2015). Disponivel em:
de ensaios triaxiais com amostras indeformadas. ftp://ftp.ibge.gov.br/Estimativas_de_Populacao/Estim
Foi possível verificar que o solo apresenta baixa ativas_2015/estimativa_TCU_2015_20170614.pdf.
capacidade de suporte para pavimentação, Acesso em 28 de abril de 2018.
necessitando de uma base espessa e resistente Minerais do Paraná - Mineropar (2005). Mapa geológico
de Cascavel. Disponivel em:
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<http://www.mineropar.pr.gov.br/arquivos/File/2_Ger
al/Geologia/PDF_Mapas_Geo_250000/Cascavel.PDF
>. Acesso em 28 de abril de 2018.
Molina M. D.; Gandin R. M. (2015). Determinação dos
parâmetros de resistência ao cisalhamento através de
ensaio de compressão triaxial rápido (cu) do subsolo
da FAG em Cascavel/PR. Monografia de conclusão
do curso de Engenharia Civil. Centro Universitário
Assis Gurgacz, Cascavel/PR.
Quaresma, A.R.; Décourt, L.; Quaresma Filho, A.R.;
Almeida, M.S.S.; Danziger, F. (1998). Investigações
geotécnicas. In: Hachich, W.; Falconi, F.F.; Saes,
J.L.; Frota, R.G.Q.; Carvalho, C.S.; Niyama, S.
(Org.). Fundações: teoria e prática. 2. ed. São Paulo:
PINI.
Vieira, M. K.; Radoll, J.; Almeida, M. A. (2017) Análise
da Aplicação de Fundações Rasas a partir de
Resultados de Provas de Carga em Solo de Cascavel-
PR. Geocentro. Goiânia.
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Deformações
m = mp , mq T
2 MODELO CONSTITUTIVO Fibra (meia)
Totais -
f = pf , qf
T
Segundo Diambra et al. (2010) e outros Efetivas
pesquisadores, os materiais que formam o
Deformações
f = fp , fq T
compósito obedecem sua propria lei
constitutiva, assim o solo como a fibra podem
ser estudados de forma separada mas ao serem 2.1 Modelo Cam-Clay Modificado
misturados os comportamentos são superpostos,
em outras palavras cada material do compósito O modelo Cam-Clay Modificado é um modelo
contribui no cálculo das tensões. elasto-plástico, isotrópico com endurecimento.
Com a finalidade de calcular os incrementos Para o caso de compressão triaxial considera-se
de tensões que acontecem no compósito é a tensão principal intermediária igual à tensão
necessário induzir incrementos de deformações, principal menor (σ2 igual com σ3).
pode-se realizar também o cálculo impondo
tensões para calcular deformações, porém esse
trabalho desenvolve o modelo constitutivo
impondo deformações para calcular tensões,
podendo ser utilizado em futuras pesquisas em
algum programa computacional de elemento
finitos.
O modelo constitutivo no qual este trabalho
está focado, utiliza o espaço de tensões “p” e
“q” com a finalidade de conhecer que tensões
vão ser desenvolvidos pelo solo, fibra e
compósito. As notações das tensões (totais e
efetivas) e deformações serão apresentados na
Tabela 1. Vale dizer, que no caso da fibra se
especifica uma tensão total média de todo o
conjunto.
Posteriormente, detalha-se os modelos Figura 1. Condições triaxiais axissimetricas
constitutivos da areia, da fibra e as regras de
mistura do compósito, respectivamente. O cálculo de “p” e “q”, tensão média e
desviadora, respectivamente, são calculados de
acordo com as tensões principais como segue:
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1 2.1.2 Deformações
p = ( 1 2 3 ) (1)
3
( 1 2 ) 2 ( 1 3 ) 2 ( 2 3 ) 2 1/2
1 As deformações são definidas por uma parte
q= (2) elástica e outra plástica de acordo com:
2
d ij = d ij d ij
e p
No caso axissimétrico as equações (1) e (2) (9)
ficam da seguinte forma:
As deformações elásticas são calculadas
1 diretamente através da lei de Hooke, enquanto
p = ( 1 2 3 ) (3)
3 que as deformações plásticas são calculadas com
a lei de fluxo que é definida como:
q = 1 3 (4)
df
d ij = d
p
(10)
Esta notação permite constatar qual aspecto d ij
do comportamento do solo está sendo afetado,
pelo tensão normal (p) ou tensão cisalhante (q). Onde d é um escalar positivo determinado
As deformações volumétricas e cisalhantes são pela lei de consistência e a derivada da função
como se apresentam nas equações (5) e (6), de escoamento que fornece a direção das
respectivamente. deformações plásticas. Estas equações são dadas
por:
p = 1 2 3 1 2 3 (5)
df df dp df dq
= (11)
2
q = ( 1 - 3 ) (6) d ij dp d ij dq d ij
3
df e
2.1.1 Função de Escoamento Dijkl d kl
d ij
d = (12)
df e df df dpc df
No modelo Cam-Clay Modificado considera-se Dijkl
fluxo associado visto que a função de d ij d kl dpc d pp dp
escoamento é a mesma que a função de
potencial plástico. A função de escoamento do A única incógnita é a derivada de pc com
modelo é definida como: relação à deformação volumétrica plástica que
pode ser obtida pela lei do endurecimento:
f f ( p, q, p0 ) q 2 M 2 p( p p0 ) 0 (7)
dpc 1 e0
Onde p0 é definida como a tensão de pre- = pc (13)
d p
p
1 e d af = E f
d sen cos d
a
2 2
r cos4 (17)
K= p (14) 2
A orientação inicial das fibras segundo
3 K 1 2v
G= (15) Diambra et al. (2007) e Ibraim et al. (2012) é
2 1 v definida pela equação:
d ijc = Dijkl
e
d kl d klp (32)
d kl
e
4 RESULTADOS
REFERÊNCIAS
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reinforced sands under cyclic loads. Escola de
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geomechanics. Cambridge: Cambridge Univ. Press.
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Geomembranes, 34, pp.69-79.
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construção de aterros sanitários no Brasil têm A deformação está relacionada a fibra e a pasta.
sido caracterizados pela adoção de critérios e de A deformação volumétrica do material fibroso
parâmetros de projetos baseados na experiência pode ser desprezada. Em outras palavras, a
de países de primeiro mundo sem que haja uma deformação volumétrica do RSU é adotada
confirmação ou validação para as condições de como sendo decorrente apenas da pasta.
nosso país. Os nossos resíduos têm composição, Todas as variações do índice de vazios do RSU
em termos de matéria orgânica e umidade, ocorrem na pasta.
bastante diferente dos daqueles países e a O incremento da tensão desviatória na fibra,
simples adoção de “parâmetros geotécnicos 𝑑𝑞𝑓 , é dado por:
importados” pode apresentar problemas
(CARVALHO, 1999). 𝑒
𝑑𝑞𝑓 = 3𝐺𝑓 . 𝑑𝜀𝑠𝑓 (1)
As dificuldades no estudo e modelagem dos
RSU estão associadas à heterogeneidade do Sendo,
material, que além disso possui componentes
que se degradam com o tempo. Técnicas 𝐺𝑓 o módulo cisalhante da fibra;
numéricas para o estudo do comportamento 𝑒
𝑑𝜀𝑠𝑓 o incremento de deformação elástica
mecânico do RSU vêm sendo utilizadas. Dentre
cisalhante da fibra.
elas, o método dos elementos finitos tem
apresentado resultados satisfatórios, devido a
Um parâmetro importante no modelo é a função
sua vasta aplicação no âmbito da geotecnia.
de mobilização das fibras, 𝑓𝑚 . Ela rege o
Machado et al. (2002) apresentam um modelo
comportamento do material garantindo um
constitutivo para a reprodução do
aumento de rigidez no conjunto à medida que
comportamento mecânico imediato dos RSU.
ocorre o acréscimo de tensão aplicada, e é dado
As principais características e hipóteses do
por:
modelo constitutivo proposto para simular o
comportamento mecânico dos RSU são: 2 𝑞
Todo o comportamento do RSU é regido pela 𝑓𝑚 = 𝜋 𝑡𝑎𝑛−1 *(𝑝) ²+ (2)
composição de materiais fibrosos (compostos
basicamente de materiais plásticos e têxteis), e A figura 1, a seguir, apresenta o comportamento
uma pasta, composta de qualquer outro material típico da função 𝑓𝑚 , obtido como uma função
não fibroso (madeira, compostos orgânicos, da tensão de cisalhamento do RSU. Observe,
borracha, vidro, água, líquidos em fase de que a medida que ocorre o aumento da tensão
decomposição, etc.), assim o modelo é aplicada a função tende para 1.
essencialmente duplo, com cada fase possuindo
seu modelo constitutivo particular.
O comportamento da pasta do RSU é previsto
dentro do modelo de estado crítico, CAM-
CLAY MODIFICADO, com a uma lei de fluxo
não associada.
O material fibroso se comporta conforme um
material elástico/perfeitamente plástico, tendo
como critério de plastificação o critério de Von
Mises (máxima tensão desviadora).
A tensão desviadora, q, que o RSU é submetido Figura 1: Relação da função de mobilização e
é parcialmente suportada pelas fibras e pela deformação axial – Fonte: Machado et al. (2002).
pasta. Já a tensão octaédrica média, p, é a
mesma para a fibra e a pasta. Para o modelo, a deformação elástica cisalhante
das fibras, através desta função, pode ser
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𝑝
reescrita como uma função da deformação 𝑑𝜀𝑣𝑝
𝑒 𝑝 =
elástica cisalhante da pasta, 𝑑𝜀𝑠𝑝 , dada por: 𝑑𝜀𝑠𝑝
1
1
(1+𝑛) 𝑀[𝑝𝑛 (𝑝0 − 𝑝)](1+𝑛)−1 [𝑝𝑛−1 𝑛(𝑝0 − 𝑝) −
𝑒 𝑒 −1
𝑑𝜀𝑠𝑓 = 𝑓𝑚 . 𝑑𝜀𝑠𝑝 (3) 𝜋 𝑝𝛽
𝑝𝑛 ]. ,1 + 𝑠𝑖𝑛 *2𝜓𝛽 (𝑝 )+ 2𝑛- (7)
0
1 1 Sendo,
𝑓𝑝 = 𝑞𝑝 − 𝑀[𝑝𝑛 (𝑝0 − 𝑝)](1+𝑛) 𝑛(1+𝑛) = 0 (5)
𝑒𝑝 o índice de vazios da pasta;
Sendo, 𝑉𝑒 a relação de índice de vazios do RSU e do
índice de vazios da pasta.
𝑞𝑝 a tensão desviadora na pasta;
𝑀 a inclinação da CSL; 𝑑𝜀𝑠 = 𝑑𝜀𝑠𝑝 . 𝑉𝑝 + 𝑑𝜀𝑠𝑓 . 𝑉𝑓 (10)
𝑝 a tensão octaédrica;
𝑝0 a tensão que define a posição da superfície Assim, o presente trabalho visa a suprir uma
de plastificação; parte da necessidade de simular o
𝑛 = 2 onde para 𝑛 = 1 a função retorna para a comportamento mecânico dos resíduos sólidos
equação original do CAM-CLAY urbanos em campo, através de implementação
MODIFICADO. numérica de um modelo baseado em elementos
finitos, tomando como base o modelo
𝑝 𝑑𝑝0
𝑑𝜀𝑣𝑝 = (𝜆 − 𝜅) (6) constitutivo proposto por Machado et al.
𝑝0
(2002).
Sendo,
2 METODOLOGIA
𝜆e 𝜅 parâmetros do material.
Para implementação do modelo proposto por
Machado et al. (2002) foi escolhido o código
numérico do CRISP.
O algoritmo CRISP é descrito em Britto e Gunn
(1987). É um aplicativo de código aberto que
além da simulação com o Cam-Clay e Cam-
Clay Modificado, também realiza simulações
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para materiais elásticos anisotrópicos e elásticos fluxo não associada ao modelo do Cam-Clay
com variação de profundidade. Modificado do CRISP. Num primeiro momento,
No CRISP para realizar a análise de elementos foram desenvolvidos os termos analíticos da
finitos não-lineares, através de modelos pasta do modelo sendo estes então
elastoplásticos para o comportamento dos solos, implementado nas subrotinas do código original
é fundamental determinar a matriz de rigidez do CRISP.
elastoplástica, Dep, a qual relaciona o As novas subrotinas foram testadas na
incremento de deformação com um incremento simulação de um ensaio triaxial e os resultados
de tensão: obtidos foram comparados aos obtidos pelo
modelo implementado em uma planilha de
𝛥𝜎 = 𝐷ep .𝛥𝜀 (11) cálculo. Para modelagem do ensaio triaxial foi
adotada uma amostra de 10x20 cm, uma malha
A partir da função da superfície de plastificação com 54 nós e 80 elementos finitos tipo LST
f(σ, h) = 0 e do potencial plástico g(σ, h) = 0, (Linear Strain Triangle), sendo duas
Zienkiewicz (1977) apresenta uma forma de simulações: uma com tensão confinante e de pré
obter a matriz Dep, a partir de f(σ, h) e g(σ, h),
dada pela seguinte expressão: adensamento de 100 kPa, e outra na mesma
condição com 200 kPa. Para ambas, Foi adotada
uma trajetória de tensões convencional, 1:3,
ep = *1 − +. (12) trajetória mais comum para os ensaios triaxias.
−
Para melhor comparação com os resultados
obtidos em planilha, foram utilizados 200
Onde, devido ao fato da lei de fluxo ser passos, divididos em 10 blocos de incremento
associada: de tensão desviadora. O tipo de ensaio
modelado foi CD (drenado), a análise do tipo
𝑓 𝑔
= = (13) axissimétrica e os parâmetros do material
conforme Tabela 1 a seguir. Tais parâmetros
foram obtidos através de ensaios triaxiais
𝑓 consolidados drenados e não-drenados.
= (14)
Tabela 1 Parâmetros de entrada para simulação do ensaio
triaxial. Fonte: Machado et al. (2002).
Sendo H o módulo plástico, que relaciona o 𝑒 M
encruamento com os incrementos de
0.02 0.151 2.630 0.73 0.36
deformações plásticas. A expressão (13) só é
possível a igualdade devido a associação da lei
de fluxo, pois em caso diferente, as derivadas Sendo 𝑒 o índice de vazios do material
das funções de superfície de plastificação e
potencial plástico, serão diferentes, logo para o A figura 2, a seguir, apresenta a malha do
caso da pasta a expressão (13) não é válida. problema simulado.
O símbolo DE é utilizado para enfatizar que são
apenas os termos elásticos da matriz D.
O termo “matriz D” passou a ser utilizado
comumente em elementos finitos seguindo a
notação Zienkiewicz (1977).
Como pré e pós processador foi escolhido o
GiD®, bastante utilizado no meio geotécnico no
processamento gráfico dos resultados e na
entrada das condições iniciais do problema.
O presente trabalho apresenta a implementação
da nova superfície de plastificação e da lei de
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Onde pode-se notar elementos triangulares com A figura 4 apresenta os resultados para
tamanho constante, totalizando 80 elementos. simulação das curvas tensão desviadora versus
Sendo que o nó 6, em destaque, foi o nó deformação axial para a tensão confinante de
utilizado para obtenção dos valores de 100 kPa. Nota-se que, os resultados obtidos
deslocamentos no arquivo de saída. numericamente foram praticamente
Foram plotados resultados das curvas de tensão- coincidentes com a solução analítica,
deformação, em termos de q x εa, deformação ressaltando o fato de que a partir da deformação
volumétrica vs deformação axial, em termos de axial de aproximadamente 20,00%, os
εv x εa, e o plano p’ x q para trajetória de resultados numéricos apresentam uma pequena
tensões, assim como seus respectivos valores de divergência, assumindo valores de tensão
Po. desviadora ligeiramente superiores para cada
deformação respectiva.
3 RESULTADOS E ANÁLISES
AGRADECIMENTOS
REFERÊNCIAS
Flávia Gonçalves
Universidade Estadual de Londrina, Londrina, Brasil, flavia_golcalves.fg@hotmail.com
cargas ao longo do tempo. Parte dessa seca máxima, obtidos pela curva de
deformabilidade pode ser devida à compactação usando Energia Normal de
compressibilidade do solo. Proctor, se encontram na Tabela 1
O estudo do comportamento de (GONÇALVES et al., 2017).
compressibilidade do solo é realizado em
laboratório através do Ensaio de Compressão
Edométrica ou Ensaio de Adensamento, sendo Tabela 1. Caracerização física e parâmetros de
compactação do solo de Londrina
avaliado por meio dos parâmetros de
Massa específica dos sólidos (g.cm-³) 3,03
adensamento obtidos: tensão de pré-
Limite de Liquidez - LL (%) 52
adensamento, coeficiente de adensamento,
índice de compressibilidade, coeficiente de Limite de Plasticidade - LP (%) 38
compressibilidade, e coeficiente de variação Argila (%) 55,50
Granulométricas
volumétrica (σ’a , Cv , Cc, av e mv). Silte (%) 23,50
Frações
Visto que o solo pode ser encontrado na Areia Fina (%) 20,73
natureza saturado ou não saturado, a análise Areia Média (%) 0,27
destes parâmetros de adensamento sob ambas as Classificação Argila siltosa
situações é de suma importância (TAKEDA, Umidade ótima – wótima (%) 32,4
2006). Além disso, o melhoramento do solo por Massa específica seca máxima – ρd máx
1,43
meio da compactação altera este (g.cm-3)
comportamento de compressibilidade,
garantindo menores deformações (CRISPIM,
2010). 2.2 Ensaio de Adensamento
Dito isto, este trabalho tem como objetivo
avaliar o comportamento de compressibilidade Ao todo, foram realizados 10 ensaios de
do solo de Londrina/PR, em sua estrutura adensamento, sendo eles: cinco na condição
natural e compactada, por meio de ensaios de inundada (quatro na estrutura natural e um na
adensamento realizados nas condições inundada estrutra compactada) e cinco na condição não
e não inundada. inundada (quatro na estrutura natural e um na
estrutra compactada).
Os corpos de prova compactados foram
2 MATERIAIS E MÉTODOS moldados a partir de amostras compactadas na
Energia Normal de Proctor, realizadas em um
2.1 Solo cilindro de dimensões padronizadas de 12,7 cm
de altura e 10,0 cm de diâmetro. Foram
As amostras deformadas e indeformadas do aplicados 26 golpes com um soquete padrão, de
solo de Londrina foram coletadas no Campo 2,5 kg e altura de queda de 30 cm, em três
Experimental de Engenharia Geotécnica camadas de aproximadamente 4 cm cada. Entre
(CEEG) do campus da Universidade Estadual uma camada e outra, escarificou-se o solo já
de Londrina (UEL). As deformadas foram compactado para melhor aderência, segundo a
retiradas da camada superficial e preparadas NBR 7182/1986.
segundo a NBR 6457/1986, enquanto que as Para todas as amostras e corpos de prova
indeformadas de um poço de aproximadamente compactados foi feito um controle de
2 metros de profundidade. Para estas últimas, compactação, admitindo apenas os que tivessem
foram coletados blocos de 30 x 30 x 30 cm, um desvio de ±0,2 % da umidade ótima e um
parafinados e armazenados na câmara úmida do grau de compactação mínimo de 95 %.
Laboratório de Geotecnia da UEL. Corpos de prova circulares de 8 cm de
Este solo é classificado como uma argila diâmetro de 3,2 cm de altura foram moldados
siltosa e suas características físicas, bem como com o auxílio de um anel metálico, para ambas
os valores de umidade ótima e massa específica estruturas do solo. A massa e a umidade destes
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corpos de prova foram aferidas e, com o volume Os carregamentos dos ensaios inundados
conhecido, foram obtidos os índices físicos. foram iniciados depois de 24 horas do
Após a moldagem, iniciou-se a montagem da preenchimento da câmara por água, para
câmara de adensamento na seguinte ordem: garantir o máximo possível de saturação do
pedra porosa, papel filtro, corpo de prova, papel corpo de prova.
filtro, pedra porosa e cabeçote (Figura 1). A Carregamentos de 10, 20, 40, 80, 160, 320,
câmara foi posicionada na prensa juntamente 640 e 1280 kPa foram realizados, de acordo
com o extensômetro, utilizado para as leituras com o método MB 3336/1990. Em cada estágio
de deformação (Figura 2). de carregamento foram feitas leituras de
deformação nos intervalos de 8, 15 e 30
segundos, 1, 2, 4, 8, 15 e 30 minutos, 1, 2, 4, 8 e
24 horas.
Ao final do último carregamento, foram
feitos os estágios de descarregamento com a
retirada das seguintes tensões, sequencialmente:
640, 320, 160 e 150 kPa. Para esta etapa, as
leituras de deformação foram feitas nos mesmos
intervalos de tempo descritos anteriormente,
porém finalizadas em duas horas, uma vez que,
após este período, as deformações foram
desprezíveis.
Com os dados obtidos nos ensaios, as curvas
de adensamento foram construídas e os
parâmetros de deformabilidade obtidos por
meio de métodos gráficos, referente ao método
de Pacheco e Silva, para se encontrar a tensão
de pré-adensamento, e o de Taylor, para se
encontrar o coeficiente de adensamento. O
coeficiente de adensamento foi obtido para o
Figura 1. Montagem da câmara de adensamento carregamento mais próximo da tensão de pré-
adensamento.
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Figura 3. Curvas de adensamento dos corpos de prova ensaiados na condição não inundada
Nota: ¹N = Corpo de Prova Natural; ²C = Corpo de Prova Compactado.
REFERÊNCIAS
1 INTRODUÇÃO e em barragens.
Ao analisar o solo como um material de
A busca por novas tecnologias na área da construção, os estudos de suas propriedades
engenharia tem ocasionado inúmeros estudos mecânicas e hidráulicas são geralmente
sobre o comportamento dos mais variados realizados em amostras reconstituídas,
materiais, tais como concreto, madeira, plástico, utilizando-se uma das técnicas de compactação
metais, solos, dentre outros. Abordando mais disponíveis. De acordo com Trindade et al.
especificamente o solo, sua utilização é de suma (2008), a compactação dos solos pode ser
importância nas mais variadas obras de entendida como uma ação mecânica a partir da
engenharia geotécnica, como, por exemplo,na qual o solo é submetido a uma redução rápida
construção de camadas estruturais de de seus vazios com uma umidade constante,
pavimentos rodoviários, em obras de contenção objetivando uma transformação das
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Tabela 2. Parâmetros ótimos de compactação do solo normais adotadas foram de 50, 100 e 200 kPa,
pesquisado, na energia do Proctor Normal. sendo que, para cada tensão normal, foram
Wot (%) γd (kN/m³) realizadas três repetições. Os ensaios de ruptura
por cisalhamento foram realizados sobre corpos
31,4 13,5
de prova saturados previamente adensados.
Após a aplicação da força vertical
2.2 Equipamentos utilizados
correspondente à tensão normal, era esperada a
constância das leituras de deformação vertical
2.2.1 Ensaio de Compactação
para que se iniciasse a fase de ruptura, que foi
conduzida com uma velocidade de
O ensaio de compactação do solo foi realizado
0,15mm/min., a qual foi assumida por não
de acordo com a NBR 7182 (ABNT, 1986),
corresponder a uma variável da pesquisa e cuja
utilizando-se cilindro e soquete pequenos e
magnitude foi considerada suficientemente
empregando-se a energia do Proctor Normal.
baixa para permitir a dissipação da pressão
neutra na fase de ruptura do ensaio de
2.2.2 Ensaio de Cisalhamento Direto
cisalhamento direto.
O ensaio de cisalhamento direto foi executado
de acordo com as diretrizes da ASTM D 3080
3 RESULTADOS E ANÁLISES
(ASTM, 2004), em corpos de provas com
moldes de aproximadamente 5cm de lado.
3.1 Qualidade das amostras preparadas
2.3 Métodos
A qualidade das amostras pode ser avaliada
por meio das Figuras 1 a 3 e da Tabela 3, as
As amostras do Latossolo Vermelho-Amarelo
quais são representativas, respectivamente, dos
foram preparadas segundo os parâmetros ótimos
teores de umidade, do índice de vazios e do
de compactação. Uma vez compactados, os
grau de saturação iniciais de todos os corpos de
corpos de prova foram divididos em três
prova preparados para os ensaios de
camadas de compactação, sendo denominadas
cisalhamento direto. A Tabela3, em particular,
de T (Topo), M (Meio) e B (Base). De cada
apresenta os valores máximo, mínimo e médio
uma das partes, foram moldados corpos de
desses índices, além dos correspondentes
prova, para os ensaios de cisalhamento direto.
valores de desvio padrão e de coeficiente de
No decorrer da moldagem, eram retiradas
variação.
três amostras do solo para determinação do teor
de umidade. Além disso, durante o processo de
32,5
preparação das amostras, foram determinados
Teor de umidade da amostra (%)
95
amostragem desses corpos de prova a partir
90 desse solo.
É importante ressaltar que essa
85 homogeneidade estatística provavelmente será
incrementada quando da exposição desses
80
corpos de prova à saturação por inundação,
75 etapa anterior à de ruptura no ensaio de
cisalhamento direto e que promove a
70 eliminação da componente de sucção matricial
0 10 20 30 40 do solo, característica de materiais não
Número da amostra de ensaio saturados, portanto com grau de saturação
Figura 3. Variação do grau de saturação inicial das inferior à unidade. Esse aspecto é
amostrasde ensaio preparadas.
particularmente relevante, a fim de que as
Tabela 3. Dados gerais de índices físicos dos corpos de comparações a serem realizadas quanto às
prova preparados para os ensaios de cisalhamento direto. respostas mecânicas dos materiais ensaiados
Índice físico segundo as três posições consideradas na
Magnitudes Teor de Índice de Grau de pesquisa repousem exclusivamente sobre as
umidade (%) vazios saturação (%) eventuais diferenças entre suas estruturas
Máximo 32,1 1,1 94,7 internas saturadas, sem interveniência da
Mínimo 29,4 0,9 78,5 sucção.
Médio 30,9 1,0 85,9
Desvio
3.2 Envoltórias de resistência ao cisalhamento
0,7 0,0 4,3
padrão
Coeficiente Na Figura 4 e na Tabela 4, encontram-se,
de variação 2,3 4,8 5,0 respectivamente, as envoltórias de resistência
(%) ao cisalhamento derivadas dos ensaios de
cisalhamento direto realizados sobre as
Para cada um dos três tipos de índice físico amostras inundadas e os parâmetros de
avaliados (teor de umidade, índice de vazios e resistência associados a essas envoltórias. Para
grau de saturação), verifica-se que, a despeito cada uma das posíções investigadas, a qualidade
da variabilidade de suas magnitudes, a qual é da envoltória de resistência ao cisalhamento é
intrínseca à própria variabilidade do material evidenciada pelos elevados valores do
geológico pesquisado e, portanto, comum à coeficiente de determinação (R2), atestando,
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para essas três condições de amostragem, a representado pelo conjunto de todos os corpos
capacidade do modelo linear adotado em de prova, independente de sua posição de
representar satisfatoriamente os dados amostragem.
experimentais.
180
160
160
140 120
Base
120 Meio 100
Todos os
100 Topo 80 dados
80 Base 60 Todos os
Meio 40 dados
60
Topo 20
40
20 0
0 0 50 100 150 200 250
Tensão normal (kPa)
0 50 100 150 200 250
Tensão normal (kPa)
Figura 5. Envoltória de resistência ao cisalhamento de
Figura 4. Envoltórias de resistência ao cisalhamento dos todos os corpos de prova ensaiados, independente da
corpos de prova ensaiados, para cada uma das posições posição considerada.
consideradas na pesquisa (Topo, Meio e Base).
A Tabela 5 apresenta os parâmetros de
Tabela 4. Parâmetros de resistência referentes às
respectivas envoltórias de resistência ao cisalhamento resistência do solo compactado derivados da
para os corpos de prova ensaiados, segundo as posições envoltória de resistência ao cisalhamento
de amostragem consideradas na pesquisa. apresentada na Figura 5.
Posição φ (°) c (kPa) R²
Topo 30 13 0,989 Tabela 5. Parâmetros de resistência referentes à
envoltória de resisência ao cisalhamento para os corpos
Meio 35 2 0,980
de prova ensaiados, independentemente da posição de
Base 32 9 0,988 amostragem.
Posição φ (°) c (kPa) R²
Destaca-se, porém, que a aparente Todas 33 8 0,977
superposição, identificada na Figura 4, das
envoltórias de resistência ao cisalhamento para
as três posições de amostragem dos corpos de 4 CONCLUSÕES
prova é desmentida pelos respectivos
parâmetros de resistência ao cisalhamento Com base nos resultados dos ensaios de
(ângulo de atrito φ e coesão c) apresentados na cisalhamento direto obtidos com o solo LVA
Tabela 4. Particularmente para as posições (Latossolo Vermelho-Amarelo) compactado,
Topo e Meio, a diferença absoluta dos ângulos pode-se concluir que a posição relativa do corpo
de atrito é de 5º, o que geotecnicamente pode de prova (Topo, Meio e Base) extraído de uma
ser considerado como uma diferença não amostra previamente compactada desse material
desprezível. afetou, de forma não desprezível, a envoltória
Para a envoltória de resistência ao de resistência ao cisalhamento do solo.
cisalhamento obtida a partir de todos os dados Para as particularidades da pesquisa,
experimentais gerados, independentemente da constatou-se diferença nas respectivas
posição de amostragem (Figura 5), constata-se envoltórias de resistência ao cisalhamento do
que seu coeficiente de determinação é solo compactado estudado segundo cada uma
igualmente elevado, tal como identificado para dessas posições. A despeito dessa constatação,
as envoltórias obtidas para cada posição de notou-se que a referida envoltória, quando
amostragem, reforçando a tese de obtida pelo tratamento de todos os dados de
homogeneidade estatística do universo amostral resistência ao cisalhamento gerados na
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AGRADECIMENTOS
REFERÊNCIAS
2.1.1 Solo
A Tabela 2 apresenta as propriedades físicas do Tabela 3. Propriedade do RCC. Fonte: USIPAR, 2003.
Pedrisco Areia
solo estudado. Propriedade Valores Propriedade Valores
Sulfatos < 1% Sulfatos < 1%
Tabela 2. Propriedades físicas do solo Teor de fragmentos à base de > 90% Teor de combinantes > 3%
Valores cimento e rocha
Propriedades Físicas Cloretos < 1% Cloretos < 1%
Médios
Materiais não minerais < 2% Materiais não minerais < 2%
Massa especifica real dos grãos, Gs 2,71 g/cm³ Absorção de água < 8% Absorção de água < 13 %
Areia média 7,5 % Torrões de argila < 2% Torrões de argila < 2%
Areia fina 25,9% Teor máximo de material < 10% Teor máximo de material < 13%
passante na malha 75μm passante na malha 75μm
Silte 57,6%
9% Densidade natural Kg/m3 1.384 Densidade natural 1.323
Argila
Kg/m3
Limite de liquidez, LL 53,1%
Índice de plasticidade, IP 21,3%
3.1 Ensaio de compactação
3.1.2 RCD A Figura 3 mostra as curvas de compactação do
solo estudado e de cada mistura usada, na energia
O resíduo de construção civil utilizado foi normal.
coletado na usina de reciclagem da cidade de
Almirante Tamandaré, Região metropolitana de 17
Curitiba. O tipo de resíduo escolhido é misto, ou
seja, composto por resíduos cinzas (concreto,
argamassas, etc.), vermelhos (cerâmicos) e
Peso Específico Seco (kN/m3)
100
Solo
90
Areia (RCD)
80 14
Pedrisco (RCD)
70
Passante (%)
60
50
13 Ajuste Solo
40 Ajuste Mistura 1
Ajuste Mistura 2
30 Ajuste Mistura 3
20 Ajuste Mistura 4
Saturação 100%
10
12
10 20 30 40
0 Teor de Umidade (%)
0,001 0,01 0,1 1 10 100
Diâmetro (mm)
Figura 3. Curvas de compactação do solo e misturas solo-
RCD
Figura 2. Curva Granulométrica do RCC
A Tabela 4 apresenta a variação do peso
A Tabela 3, mostra algumas propriedades do específico seco máximo e a umidade ótima para
RCC coletado: diferentes misturas de RCD:
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1000
800
O valor do módulo resiliente de cada amostra
apresentada na Figura 5 é o último par de tensões 600
do ensaio triaxial dinâmico, que representa o 400
nível de tensão mais elevado: σd = 0,412 MPa e 200
σ3 = 0,137 Mpa. Estes níveis de tensões 0
correspondem, aproximadamente, às condições 2 0 3 1 4
em que os materiais são submetidos no topo da Misturas
camada de base logo abaixo de um revestimento Figura 6. Reultados de resistência à compressão simples
fino, entre 3 a 4 cm, sob um eixo padrão antes e após o ensaio de Módulo de Resiliência
(Marangon, 2004)
Percebe-se que houve um aumento da RCS de
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gnáissica. Sobre esses solos, assentam-se as compressibilidade (Cc, Cr, Cs) (GERSCOVICH
fundações das inúmeras obras civis projetadas e et al., 2010).
executadas na região. No que concerne aos Dentre os fatores que influenciam a
recalques por adensamento, parâmetro compressibilidade dos solos, ressaltam-se o tipo
fundamental ao êxito de projetos de fundações, de solo (coesivo ou granular), a estrutura dos
as particularidades geotécnicas desses solos solos (fofa, densa, floculada, dispersa), o nível
tropicais impõem a obrigatoriedade de um de tensões atuante, o grau de saturação do solo e
estudo preciso das variáveis que podem intervir o seu histórico de tensões.
na estimativa desses recalques, os quais são
quantificados a partir das propriedades de 2.2 Recalques
deformação por adensamento dos solos
ensaiados em prensas oedométricas. Quando um solo saturado é submetido a um
Dentre essas variáveis, o fator de escala, o carregamento, parte da carga é transmitida para
qual traduz as dimensões das amostras de solo o seu arcabouço sólido e parte é resistida pela
ensaiadas, pode constituir eventual fonte de água que preenche os seus vazios (DAS, 2011).
variação nos resultados de ensaios de O recalque primário ocorre durante o processo
adensamento, podendo induzir a erros na de transferência de esforços entre a água e o
estimativa da magnitude dos recalques sofridos arcabouço sólido, associado à expulsão da água
por fundações apoiadas sobre tais solos. Esse dos vazios do solo. Nesta fase, as tensões
cenário justifica, portanto, o desenvolvimento absorvidas pela água vão sendo transmitidas
de um programa de pesquisa destinado a avaliar para o arcabouço sólido, causando uma variação
a influência do fator de escala sobre as no valor inicial das tensões efetivas. O recalque
propriedades de deformação por adensamento equivale à variação de altura da camada de solo,
de solos residuais da região do Alto Paraopeba. a qual pode ser representada pela variação da
altura de vazios do solo (PINTO, 2000).
consistiu, essencialmente, das seguintes etapas, foram previamente saturadas com água antes da
regidas por suas normas correspondentes: primeira etapa de carregamento.
• Coleta e armazenamento de amostras
deformadas e indeformadas de solos
[NBR 9604/86 – Abertura de poço e 4 RESULTADOS E ANÁLISES
trincheira de inspeção em solo, com
retirada de amostras deformadas e 4.1 Caracterização geotécnica
indeformadas (ABNT, 1986a)];
• Preparação dos solos para os ensaios Os resultados dos ensaios de caracterização
[NBR 6457/86 – Amostra de solo – geotécnica dos solos estudados são
Preparação para ensaios de compactação apresentados a seguir, os quais correspondem à
e caracterização (ABNT, 1986b)]; granulometria (Figuras 2 e 3; Tabela 1), à massa
• Caracterização granulométrica dos solos específica dos sólidos e aos limites de
[NBR 7181/82 - Análise granulométrica consistência (Tabela 1). Esses dados permitiram
de solos (ABNT, 1982)]; enquadrar os respectivos solos em classes
• Determinação da massa específica dos específicas dos sistemas de classificação USCS
sólidos dos solos [NBR 6508/80 - (Unified Soil Classification System) e TRB
Determinação da massa específica dos (Transportation Research Board).
grãos do solo (ABNT, 1980)];
• Determinação dos limites de
consistência dos solos [NBR 6459/84 –
Solo – Determinação do Limite de
Liquidez (ABNT, 1984a); NBR 7180/84
- Solo – Determinação do Limite de
Plasticidade (ABNT, 1984b)];
• Realização de ensaios de adensamento
dos solos [NBR 12007 – Solo - Ensaio
de adensamento unidimensional (ABNT,
1990)].
Especificamente para os ensaios de Figura 2. Curva granulométrica do solo residual de
adensamento de amostras indeformadas dos gnaisse jovem (AF: Areia Fina; AM: Areia Média; AG:
Areia Grossa).
solos previstos no âmbito dessa pesquisa, foram
realizados carregamentos verticais de 50 kPa,
100 kPa, 200 kPa, 400 kPa e 1600 kPa,
seguidos de descarregamentos sucessivos para
os níveis de tensão vertical de 400 kPa e 200
kPa.
As amostras indeformadas de solo
apresentarão, no início dos ensaios, altura
constante H= 2,54cm, variando-se as áreas de
seção transversal das mesmas segundo os
valores de A1= 22,31cm2, A2= 41,05cm2, A3=
Figura 3. Curva granulométrica do solo residual de
59,95cm2 e A4= 80,12cm2, com o propósito de
gnaisse maduro (AF: Areia Fina; AM: Areia Média; AG:
avaliar o efeito de escala das amostras sobre as Areia Grossa).
propriedades de deformação por adensamento.
Todas as amostras indeformadas dos solos
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Tabela 4. Variação dos parâmetros Cc, Cr e av em função Os autores gostariam de agradecer à UFSJ e ao
da dimensão do corpo de prova ensaiado para os dois CNPq, pela concessão da bolsa de iniciação
solos estudados na pesquisa.
Solo residual jovem
científica ao primeiro autor, e à Fapemig
Parâmetro (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de
A1 A2 A3 A4
Cc 0,129 0,418 0,674 0,441 Minas Gerais), pelo apoio ao trabalho.
Cr 0,060 0,032 0,005 0,005
av (kPa-1) 3,9.10-5 1,6.10-5 9,5.10-7 2,2.10-4
Solo residual maduro REFERÊNCIAS
Parâmetro
A1 A2 A3 A4
Cc 0,450 0,351 0,468 0,443
AASHTO - AMERICAN ASSOCIATION OF STATE
Cr 0,042 0,005 0,048 0,006
HIGHWAY AND TRANSPORTATION
av (kPa-1) 1,1.10-5 1,8.10-4 2,7.10-5 4,3.10-4
OFFICIALS. M145: Classification of Soils and Soil-
Aggregate Mixtures for Highway Construction
Purposes. USA, 1973.
5 CONCLUSÃO ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS
TÉCNICAS - ABNT. NBR 6508/80: Determinação
da massa específica dos grãos do solo, Rio de
Para os solos estudados no programa Janeiro, 1980.
experimental de pesquisa desse trabalho, foi ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS
constatada, de uma forma geral, uma variação TÉCNICAS – ABNT. NBR 7181/82: Análise
nos índices característicos da rigidez por granulométrica de solos, Rio de Janeiro, 1982.
adensamento dos solos, realçando a influência ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS
TÉCNICAS – ABNT. NBR 6459/84: Solo –
das dimensões dos corpos de prova ensaiados Determinação do Limite de Liquidez, Rio de Janeiro,
(fator de escala) nessas propriedades. 1984a.
Parâmetros derivados das curvas de ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS
adensamento desses solos, tais como tensão de TÉCNICAS – ABNT. NBR 7180/84: Solo –
pré-adensamento, índice de compressão, índice Determinação do Limite de Plasticidade, Rio de
Janeiro, 1984b.
de recompressão e coeficiente de ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS
compressibilidade, mostraram-se TÉCNICAS – ABNT. NBR 9604/86: Abertura de
particularmente sensíveis às variações poço e trincheira de inspeção em solo, com retirada
dimensionais dos corpos de prova ensaiados, de amostras deformadas e indeformadas, Rio de
Janeiro, 1986a.
podendo induzir a erros na estimativa da
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS
magnitude dos recalques sofridos por fundações TÉCNICAS – ABNT. NBR 6457/86: Amostra de solo
apoiadas sobre tais solos. – Preparação para ensaios de compactação e
Para esses mesmos solos, a determinação do caracterização, Rio de Janeiro, 1986b.
coeficiente de adensamento pelo método de ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS
TÉCNICAS – ABNT. NBR 12007: Solo - Ensaio de
Casagrande e Fadum (1940) mostrou-se
adensamento unidimensional, Rio de Janeiro, 1990.
incompatível com as características do método, AMERICAN SOCIETY FOR TESTING AND
realçando as particularidades dos solos MATERIALS – ASTM. D 2487: Standard Practice
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RESUMO:
O desenvolvimento de novos materiais geotécnicos requer a compreensão dos mecanismos
envolvidos através da técnica de melhoramento de solos. Este estudo tem por objetivo quantificar a
influência da quantidade de cal e do peso específico aparente seco sobre a resistência à compressão
simples, à tração por compressão diametral e rigidez inicial de um solo residual tratado com cal,
verificando a adequação do uso da relação vazios/cal na estimativa das propriedades de desempenho.
Para isso, foram realizados ensaios de resistência à compressão simples e de tração por compressão
diametral e de rigidez inicial para corpos de prova com 5%, 7% e 9% de cal, com peso específico
aparente seco de 16,0kN/m³, 17,2kN/m³ e 18,5 kN/m³. Os resultados mostraram um ganho de
resistência e rigidez com o aumento do teor de cal e dos pesos específicos aparentes secos nas
amostras estudadas. O expoente de ajuste de 0,12 no volume de agente cimentante gerou melhores
coeficientes de determinação nos resultados. A partir dos resultados dos ensaios e da análise
estatística realizada, conclui-se que o peso específico aparente seco é o fator que mais influencia nas
características de qualidade investigadas.
Figura 2: pH SRAB x teor de cal (LOPES JUNIOR, Para os ensaios de compressão simples e de
2011).
tração por compressão diametral foi utilizada
uma prensa automática com capacidade máxima
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de 100 kN, além de anel dinamométrico transdutor emissor, por sua vez é posicionado
calibrados com capacidade de 10 kN e resolução sobre o corpo de prova. Primeiramente, foram
de 0,005 kN. A velocidade de deformação realizadas as leituras das ondas primárias (ondas
destes ensaios foi de 1,14 milímetros por “P” de compressão) e posteriormente das ondas
minuto. secundárias (ondas “S” de cisalhamento). Os
Para a realização dos ensaios de resistência à transdutores de ondas “P” e “S” são observados
compressão simples seguiu-se os procedimentos na Figura 3. Os transdutores utilizados eram de
estipulados pela norma NBR 12025 (ABNT, 54 kHz para as ondas “P” e 250 kHz para as
1990) e para os ensaios de resistência à tração ondas “S”.
por compressão diametral seguiu-se a NBR A passagem das ondas pelo corpo de prova
7222 (ABNT, 1994). foi analisada no dominio de tempo “Time
Os corpos de prova após serem curados eram Domain”, que se traduz na identificação do
submersos em uma recipiente com água por um tempo da primeira chegada de onda emitida de
período de 24 horas, visando aproximar a um extremo ao outro do corpo de prova. A
condição de saturação. onda, emitida pela unidade do Pundit Lab Plus
Como critério de aceitação para o ensaio, (através de um comando no software) era
estipulou-se que as resistências individuais de transmitida para o transdutor emissor de onda
cada conjunto de corpos de prova não deveriam “P” ou “S” que a propagava no corpo de prova.
se afastar mais de 10% da resistência média Posteriormente, o transdutor receptor de onda
desse conjunto. ondas “P” ou “S” a captava e levava a
informação a unidade do Pundit Lab Plus, que a
2.2.3 Ensaios de Medidas de Rigidez Inicial conduzia ao software para aquisição de dados.
Neste software é possivel obter o tempo de
Para a determinação do parâmetro (G0) foi atraso da onda (s).
utilizado um equipamento ultrassônico A Figura 4 ilustra exemplos das ondas “P” e
denominado PunditLab Plus, da marca Proceq, “S” no software Pundit Lab Plus. Foram
o qual é um ensaio de laboratório muito simples, utilizadas ondas do tipo senoidal.
no entanto a interpretação dos mesmo pode se
tornar um pouco mais difícil (Amaral et al.,
2011).
O equipamento PunditLab Plus é composto
de uma unidade de emissão e recepção de
ondas, um conjunto de transdutores de ondas
(“S” e “P”), cabos, gel acoplante, e um software
de aquisição de dados (Figura 3). Figura 4: Medição das ondas “P” e “S” no equipamento
ultrassônico Pundit Lab Plus.
Onde:
= Peso específico do solo;
L = distância entre os transdutores;
ts = tempo de viagem da onda.
3. 2 Efeito da Porosidade
Figura 12: resistência à tração por compressão diametral Tabela 4: Análise de variânça para a variável de resposta
versus relação vazios/cal ajustado do SRAB-25%RBR- rigidez inicial.
CAL. Teste
GDL SQ MQ PROB
FONTE F
8 279687 34961 123,16 0.000
A 2 15110 7555 26,61 0.000
B 2 220652 110326 388,64 0.000
A*B 4 43925 10981 38,68 0.000
Erro 18 5110 284
Total 26 62807479
REFERÊNCIAS
Flávia Gonçalves
Universidade Estadual de Londrina, Londrina, Brasil, flavia_goncalves.fg@hotmail.com
pavimentos, ainda que a camada seja construída aterros de pavimento, buscando contribuir para
na condição ótima, variações climáticas podem o entendimento do comportamento desses dois
afetar o comportamento resistivo do maciço, solos frente as mudanças no teor de umidade a
tanto durante a fase de construção, quanto ao que estão sujeitos em campo.
longo da vida útil do pavimento (Takeda, 2006;
Toll, 2015; Silva et al., 2016).
Baseado no método vigente de 2 MATERIAIS E MÉTODOS
dimensiomento de pavimentos flexíveis,
proposto pelo Departamento Nacional de 2.1 Materiais
Infraestrutura de Transportes - DNIT (1981), as
características dos materiais empregados nas O solo argiloso, proveniente do Campo
camadas são avaliadas segundo os critérios de Experimental de Engenharia Geotécnica
suporte e expansão apresentadas, além de (CEEG) da Universidade Estadual de Londrina
ensaios de RCS, complementarmente. – Londrina (PR), foi coletado próximo ao poço
A maior vantagem apresentada pelo ensaio nº 9 usando trado helicoidal, a uma
de ISC é a simplicidade de aplicação, sendo profundidade de aproximadamente dois metros
uma das características mais aceitas para se (Figura 1a).
avaliar o comportamento do solo empregado em De um corte em talude localizado no km 37
pavimento. A desvantagem está associada ao da rodovia PR-376, o solo arenoso foi extraído
empirismo desse método, devido ao projeto de na cidade de Mandaguaçu – PR (Figura 1b).
dimensionamento estar baseado em correlações
(Souza junior, 2005).
Ao estudar o efeito da variação de umidade
no comportamento do solo, Edil e Motan (1979)
identificaram, para uma argila de baixa
plasticidade, compactada abaixo da umidade
ótima, maior suscetibilidade à mudança de
umidade em camada de subleito, em
comparação com amostras compactadas na
umidade ótima e ramo úmido.
Bastos, Holanda e Barroso (2013), ao
compararem a influência da variação da
umidade de compactação e de pós-compactação
no dimensionamento de pavimentos flexíveis,
observaram que variações de umidade em torno
de 2 % em relação à umidade ótima,
normalmente aceitos por norma, provocaram
variações significativas na estrutura, onde os
materiais com umidade abaixo de 2 % da ótima
resultaram em estruturas mais esbeltas.
Em vista da alteração do comportamento Figura 1. Local de coleta dos solos: (a) argiloso; (b)
resistivo frente às variações climáticas e arenoso.
hidrológicas a que os solos estão expostos, o
presente estudo tem como objetivo avaliar o Ambas as amostras deformadas dos solos
comportamento de dois solos, argiloso e foram identificadas e armazenadas em sacos
arenoso, compactados na umidade ótima, no plásticos a fim de evitar contaminação durante o
ramo seco e no ramo úmido, para emprego em transporte para o laboratório de Geotecnia da
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1,95
universidade, onde as amostras foram
preparadas (NBR 6457/1986) para posteriores
ensaios. 1,90
ρd (g.cm-3)
Gonçalves et al. (2017) para ambos os solos e 1,85
prova foram levados para tanque de imersão, com grau de compactação (GC) superior a 95 %
onde permaneceram durante 4 dias, conforme e variação do teor de umidade em torno de 0,5
DNER-ME 049/1994. A expansão do solo foi % da umidade especificada (Figura 4b), à
medida a cada 24 horas, por meio de velocidade constanste de carregamento de 0,45
extensômetro acoplado ao corpo de prova mm/min (NBR 12770/1992).
(Figura 3).
saturação (Sr), variação de teor de umidade solo arenoso em estudo de mistura solo-lodo
(Δω) e grau de compactação (GC). para a pavimentação, obtiveram expansão de
0,48 % na umidade ótima.
Tabela 3.Índices físicos dos corpos de prova empregados Ao verificar os valores de expansão obtidos
nos ensaios de ISC e expansão. por esses autores com os resultados
Índices Ramo Umidade Ramo
apresentados nas Tabelas 4 e 5, nota-se que a
Físicos Seco Ótima Úmido
menor expansão ocorre no ponto de umidade
Solo Argiloso
ρd (g.cm-3) 1,41 1,45 1,39
ótima, em virtude de ser o ponto em que o solo
ω (%) 29,3 33,0 34,2
compactado apresenta a maior densidade.
η (%) 53,1 51,7 53,7 As maiores expansões ocorreram no ramo
Sr (%) 77,9 92,6 88,6 úmido, para o solo argiloso, e no ramo seco,
Δω (%) -0,1 1,0 0,6 para o solo arenoso. Esse comportamento é
GC (%) 100,7 100,7 97,9 explicado por meio dos índices físicos dos
Solo Arenoso corpos de prova (Tabela 3), visto que foram
ρd (g.cm-3) 1,77 1,85 1,79 esses os pontos de maior porosidade, com
ω (%) 10,6 13,1 16,2 consequente absorção de maior quantidade de
η (%) 34,2 31,0 33,3 água durante o período de imersão.
Sr (%) 55,0 77,6 86,8 Na Figura 5 são apresentadas as curvas de
Δω (%) -0,4 -0,9 0,2 pressão versus penetração obtidas do ensaio de
GC (%) 98,3 99,5 99,4
Índice de Supote Califórnia (ISC), para os solos
argiloso (Figura 5a) e arenoso (Figura 5b), no
Nas Tabelas 4 e 5 são expostos os valores de
ramo seco e úmido.
expansão para o solo argiloso e arenoso, no
ramo seco e úmido. (a) 12
10
Pressão (kgf.cm-2)
6
¹Deformação 5
4
5,0
4,0
Tensão (kgf.cm-2)
3,0
2,0
1,0
0,0
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5 5,0
Deformação (%)
CP1 CP2 CP3 CP4 CP5 CP6 CP7 CP8 CP9
(b)
6,0
5,0
4,0
Tensão (kgf.cm-2)
3,0
2,0
1,0
0,0
0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5 5,0
Deformação (%)
CP1 CP2 CP3 CP4 CP5 CP6 CP7 CP8 CP9
Figura 6. Curvas de tensão versus deformação obtida no ensaio de RCS para os solos: (a) argilosos; (b) arenosos
Flávia Gonçalves
Universidade Estadual de Londrina, Londrina, Brasil, flavia_goncalves.fg@hotmail.com
RESUMO: Esse trabalho teve como objetivo avaliar os parâmetros de adensamento do solo arenoso
da cidade Mandaguaçu/PR, coletado no pé de um talude localizado às margens da rodovia PR-376,
no km 37. Foram realizados ensaios de adensamento em amostras compactadas acima, abaixo e na
umidade ótima, nas condições inundada e não inundada. Os estágios de carregamentos foram de 25
kPa a 1.240 kPa, com duração de 24 horas cada. As curvas obtidas em todos os ensaios não
mostraram um trecho de recompressão bem definido, dificultando a obtenção da tensão de pré-
adensamento. Em relação às diferentes condições de umidade, verificou-se que os corpos de prova
ensaiados acima da umidade ótima apresentaram as maiores deformações. As amostras compactadas
abaixo e na umidade ótima tiveram um comportamento semelhante. Dos resultados das amostras
inundadas e não inundadas, notou-se que as primeiras sofreram maiores deformações, sendo esta a
pior condição para o solo em questão.
12,7 cm de altura e 10,0 cm de diâmetro (Figura e cabeçote (Figura 3). A câmara foi posicionada
2) foi utilizado. Com o auxílio de um soquete na prensa e o extensômetro, utilizado para as
padrão, de 2,5 kg e altura de queda de 30 cm, leituras de deformação, foi ajustado (Figura 4).
foram aplicados 26 golpes em três camadas.
Entre uma camada finalizada e outra, foi
realizada a escarificação do solo, para melhor
aderência.
Todos os corpos de prova compactados
apresentaram grau de compactação (GC) ≥ 95
% e desvio de teor de umidade em torno de ±
0,5 %.
Para os ensaios inundados foi adicionado construída, por meio da qual foram obtidos
água na câmara de adensamento e aguardou-se todos os parâmetros de adensamento. Para
24 horas para o início dos carregamentos para determinação da tensão de pré-adensamento e
que o corpo de prova alcançasse o máximo de coeficiente de adensamento foram empregadas
saturação (Figura 5a). Já nos ensaios não as metodologias gráficas de Pacheco e Silva e
inundados, após a moldagem, o corpo de prova Taylor, respectivamente.
foi envolto com plástico filme, junto com o O coeficiente de adensamento foi obtido para
anel, para que não houvesse grandes perdas de 3 estágios de carregamento: próximo à tensão
umidade ao longo do ensaio (Figura 5b). de pré-adensamento, no último carregamento e
um intermediário entre os anteriores.
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Figura 7. Curvas de adensamento dos corpos de prova ensaiados na condiçã não inundada
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(1)
Figura 1. Coeficientes de adensamento (m²/s) por Leroueil
& Hight (2003) e resultados das argilas de Suape por
Posteriormente, Dejong et al. (2012), Coutinho & Bello (2014).
considerando que durante a cavação do
piezocone a dissipação de poro-pressão ocorre Dienstmann et al. (2017) avaliaram os
principalmente na direção radial, recomendam efeitos da velocidade de penetração do
usar o coeficiente de adensamento horizontal piezocone em rejeitos de ouro transitórios. Os
(Ch) para determinar o parâmetro de velocidade resultados foram interpretados em um gráfico,
normalizada (equação 2). apresentado na Figura 2, que correlaciona a
velocidade normalizada (V) à resistência
normalizada de piezocone (Q). Neste modelo,
(2)
as velocidades normalizadas que identificam a
condição de drenagem parcial se encontraram
Para a determinação do coeficiente de na faixa de 0,01 a 10,0. Está proposta também
adensamento horizontal, diversos autores como, fornece uma modelagem satisfatória para o
Lunne et al. (1997), Randolph & Hope (2004) e comportamento de argilas.
Dejong et al. (2012) recomendam os ensaios de
dissipação de poro-pressão durante os ensaios
de CPTu.
Leroueil & Hight (2003) avaliaram o
coeficiente de adensamento em argilas do
Canadá através de vários métodos, verificando-
se que os valores dos coeficientes de
adensamento obtidos pelos ensaios
oedométricos em laboratório na condição
normalmente adensada são tipicamente duas
ordens de grandeza menores que os valores dos
coeficientes de adensamento determinados
pelos ensaios de piezocone, conforme
apresentado na Figura 1. Figura 2. Efeitos da velocidade de cravação no espaço de
Posteriormente, Coutinho & Bello (2014) Q versus V (Dienstmann et al., 2017).
avaliaram os coeficientes de adensamento das
argilas de Suape / PE e verificaram que os
intervalos obtidos estão dentro dos limites 3 PROGRAMA EXPERIMENTAL
indicados por Leroueil & Hight (2003).
Para a identificação dos pontos de transição O Aterro em estudo situa-se no município de
de drenagem durante a cravação do ensaio de Itapissuma/PE, composto por solos
intermediários compactados, provenientes da
piezocone, existem diversas propostas na
unidade geológica “Formação Barreiras”. Trata-
literatura. se de um aterro com altura máxima de
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aproximadamente 27,5 metros, podendo ter três por meio de correlações através de dados
ou quatro patamares e inclinação de 1:1,5 obtidos em ensaios oedométricos.
(V:H).
O programa de investigação para 3.2 Amostragem
caracterização geotécnica do local incluiu
ensaios de campo, tais como, perfis SPT, As amostras indeformadas tipo bloco foram
piezocone – CPTu, permeâmetro Guelph, coleta extraídas com o mínimo de perturbação
de amostras deformadas e indeformadas; e possível, procurando manter sua estrutura e
ensaios laboratoriais, especificamente, ensaios condições de umidade e compacidade natural.
de granulometria, limites de consistência, No total foram extraídos 11 blocos de
massa específica dos sólidos, compactação, amostras indeformadas, representativas de
ensaios oedométricos e ensaios de compressão material da Formação Barreiras. No entanto,
triaxial drenados (Coutinho 2015). Neste artigo, para comparação de resultados entre os ensaios
serão abordados os ensaios de piezocone, os realizados em laboratório e os ensaios CPTu
ensaios oedométricos utilizados para avaliar as realizados em campo, foram selecionados
condições de drenagem da área em estudo, apenas seis blocos, adotando o critério de
assim como, os ensaios do permeâmetro aproximação com os ensaios de piezocone. Os
Guelph, as sondagens SPT e os ensaios blocos 6 e 7 correspondem aos ensaios CPTu-
realizados em laboratório para caracterização 01, CPTu-01A e CPTu-01B, os blocos 4 e 5
do material representativo do corpo do aterro. estão associados ao ensaio CPTu-02 e os blocos
10 e 11 correspondentes aos ensaios CPTu-03 e
3.1 Ensaios de Piezocone CPTu-03A.
Durante a extração dos blocos também
Foram realizadas duas campanhas de ensaios de foram coletadas amostras de solo ensacado para
piezocone. A primeira campanha de ensaios foi os ensaios de caracterização e compactação.
realizada no mês de setembro de 2015,
contemplando a execução de 3 perfurações à
3.3 Caracterização do Material
velocidade padrão de 20 mm/s (CPTu-01,
CPTu-02, CPTu-03). A segunda campanha de
ensaios foi realizada no mês de dezembro de O material representativo dos blocos extraídos
2015, contemplando a execução de 3 do aterro é geralmente classificado em areias
perfurações fora da velocidade padrão para argilosas (SC) e argilas arenosas de baixa
possível tentativa de análise das condições de compressibilidade (CL). Essa classificação foi
drenagem do aterro. Foram realizados dois obtida com base na composição granulométrica
furos à velocidade de 10 mm/s (CPTu-01A e distinta do material encontrado próximo a cada
CPTu-03A) e um furo à velocidade de 30 mm/s bloco, bem como na considerável faixa de
(CPTu-01B). Essas foram a menor e maior valores de limite de liquidez (LL) e índice de
velocidade suportada pelo equipamento de plasticidade (IP), como pode ser observado na
cravação. Tabela 1, que apresenta exemplos de resultados
Durante a execução do ensaio CPTu-03A,
encontrados durante os testes de caracterização.
foram realizados dois ensaios de dissipação de
poro-pressão para avaliar as condições de Por serem misturas de solo (solos
drenagem. No entanto, esses ensaios não intermediários), podem ter uma condição de
puderam ser analisados devido à ausência de drenagem parcial durante a penetração do
elemento poroso e fluido de saturação ensaio de piezocone à velocidade padrão. A
adequados para a condição não saturada do avaliação das condições de drenagem,
solo, o que impossibilitou a obtenção de Ch apresentadas e discutidas na sequência, é de
(piezocone) diretamente. Assim, foram fundamental importância para a adequada
utilizados estudos alternativos (Leroueil & estimativa dos parâmetros constitutivos do solo.
Hight, 2003 e Coutinho & Bello, 2014), nos
quais a estimação de Ch (piezocone) é realizada
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Massa
Areia Areia Areia
Pedreg. Silte Argila específica LL LP
Amostra Grossa Média Fina SUCS
(%) (%) (%) dos sólidos (%) (%)
(%) (%) (%)
(g/cm3)
Bloco 4 1,0 15,0 23,0 13,0 14,0 34,0 2,659 32,0 19,1 CL
Bloco 5 1,0 6,0 28,0 16,0 13,0 36,0 2,667 41,3 22,6 SC
Bloco 6 1,0 14,0 24,0 25,0 8,0 28,0 2,659 22,6 18,3 SC
Bloco 7 1,0 7,0 22,0 18,0 12,0 40,0 2,659 34,6 21,0 CL
Bloco 10 2,0 8,0 20,0 20,0 10,0 40,0 2,659 30,5 20,1 CL
Bloco 11 1,0 7,0 22,0 17,0 21,0 32,0 2,638 37,0 18,8 CL
Tabela 4 - Valores da permeabilidade (Kfs), potencial mátrico de fluxo do solo (ɸm), umidade inicial e final
G1 - Vertical 1 - Aterro
Profundidade (m) Kfs (m/s) x 10-8 m (m2/s) x 10-11 winicial wfinal
1 4,25 5,90 14,08 27,01
2 2,61 3,63 19,11 30,10
3 1,70 2,36 14,02 22,77
4 1,73 2,41 12,12 26,01
Fonte: (COUTINHO, 2015)
os valores alternaram entre 1,02 x 10-6 m/s a Constatou-se através da comparação entre a
2,21 x 10-10 m/s; dos 23,70 m aos 24,50 m estimativa do ensaio CPTu-02 e as medições
(região 4), os valores variaram na faixa de 7,19 realizadas através do ensaio G1, que o material
x 10-7 m/s a 6,57 x 10-9 m/s; dos 24,50 m aos 26 ensaiado apresentou valores de permeabilidade
m (região 5), os valores alternaram entre 2,17 x relativamente baixos cuja classificação, de
10-8 m/s a 3,32 x 10-10 m/s; por fim, dos 26 m acordo com Pinto (2006), está atrelada a
até o final da vertical ensaiada (região 6), os materiais siltosos, que possuem permeabilidade
valores alternaram entre 4,23 x 10-6 m/s a 2,09 entre 10-6 a 10-9 m/s.
x 10-9 m/s.
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RESUMO: Esta pesquisa analisa os subleitos da Avenida Prefeito Raimundo José Rabelo (não
pavimentada) em Morada Nova, Ceará, motivada pela escassez de investigações de solos em
pequenas cidades e pela busca por materiais para a elaboração de projetos que vise o
desenvolvimento e a melhoria da malha viária. Para tanto, foram realizados ensaios geotécnicos em
três solos de subleitos, tais como: Granulometria, Limites de Consistência, Compactação, Índice de
Suporte Califórnia (ISC), além de investigações mecanicistas por meio do Módulo de Resiliência
(MR) e da Deformação Permanente (DP). Os ensaios geotécnicos apontaram similaridade entre as
amostras 1 e 2 e discrepância quanto à amostra 3. Os ensaios mecânicos indicaram baixas DPs para
as amostras 1 e 2 e ruptura precoce da amostra 3, assim como possibilidade de obtenção das
rigidezes apenas para as amostras 1 e 2, pois a amostra 3 não passou na fase de condicionamento.
utilizada a energia normal na moldagem dos e que a amostra 2 é rica em areias em geral. A
corpos de prova. No que tange ao ensaio de DP, amostra 3, por sua vez, possui abundância de
considerou-se o parâmetro de parada de 8 mil argila e silte. A partir de tais dados, é possível
ciclos (adaptação da norma européia BS EN perceber que a via estudada apresenta
13286-7, 2004). Após a finalização do ensaio de diversidade granulométrica. A Tabela 2 resume
MR, foi realizado o ensaio de deformação essas informações, além de apresentar os limites
permanente do solo, utilizando os mesmos de Atterberg.
corpos de prova. É importante ressaltar que no
Brasil ainda não há norma para investigação da
deformação permanente em solos.
município de Morada Nova, esta pesquisa de Doutorado. COPPE. Universidade Federal do Rio
apresenta características que podem ser úteis à de Janeiro.
Marangon, M. E.; Motta, L. M. G. (2006). Estudo da
análise dos melhores tipos de tratamentos a deformação permanente de alguns solos argilosos
serem realizados, bem como o melhor lateríticos visando o uso em pavimentos de baixo
conhecimento de parâmetros geotécnicos e volume de tráfego. In: II Simpósio Brasileiro de
mecânicos dos subleitos, podendo contribuir Jovens Geotécnicos. Nova Friburgo/RJ: ABMS;
com a tomada de decisão do uso do UERJ.
Nunes, T. V. L. (2003). Método de Previsão de Defeitos
investimento público. em Estradas Vicinais de Terra com Base no Uso das
Redes Neurais Artificiais: Trecho de Aquiraz – Ce.
Fortaleza. Dissertação (Mestrado em Engenharia de
REFERÊNCIAS Transportes) – Universidade Federal do Ceará.
Oliveira, G. M. (2015). Avaliação da resistência do
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que a coluna de mercúrio levou para percorrer temperatura pode ser obtida com a equação de
uma distância pré-determinada na mangueira Helmholtz:
graduada em seis repetições. Para passar para a
próxima tensão efetiva de ensaio, manteve-se a 0,0178
𝜂= (4)
pressão confinante constante e reduziu-se a 1 + 0,038 ∗ 𝑇 + 0,0002 ∗ 𝑇²
contrapressão. Aguardou-se um intervalo de 20
minutos antes de dar continuidade com as Onde:
medições. 𝜂 = viscosidade da água;
A condutividade hidráulica do solo, 𝑘ℎ , é 𝑇 = temperatura [°C].
calculada a partir da Equação (2), obtida a partir
de modificações da Lei de Darcy. O ensaio com cada tensão efetiva foi repetido
6 vezes e a condutividade hidráulica equivalente
𝑎 ∗ 𝐻 ∗ ∆𝑙 (2) a 20°C (𝑘20 ) foi a média dos resultados obtidos
𝑘 =
𝐴 ∗ (𝛾𝐻𝑔 − 𝛾𝑤 ) ∗ 𝑡 ∗ ∆ℎ para cada repetição.
Onde:
𝑘 = condutividade hidráulica [cm/s]; 2.2 Ensaio de condutividade hidráulica in situ
𝑎 = área do tubo flexível [cm²];
𝐻 = altura da amostra [cm]; O ensaio realizado de condutividade hidráulica
∆𝑙 = deslocamento da coluna de mercúrio in situ é conhecido como permeâmetro de carga
[cm]; variável. Para a presente pesquisa, foram
𝐴 = Área da amostra [cm²]; executados 6 permeâmetros, divididos em pares.
𝛾𝐻𝑔 = Peso específico do mercúrio [gf/cm³]; Dois deles foram posicionados na crista do
𝛾𝑤 = Peso específico da água [gf/cm³]; talude, avaliando uma camada mais superficial
do solo, que sofreu maior intemperização. Os
𝑡 = tempo [s];
outros 4 foram feitos no acesso escavado para a
∆ℎ = altura da coluna de mercúrio [cm].
realização da obra, investigando um solo de
O valor encontrado em (2) é relacionado à
camada mais profunda e consequentemente
temperatura da água no ensaio, pois quanto
menos intemperizada.
maior a temperatura, menor a viscosidade da
Na figura a seguir está representada a
água. Uma viscosidade mais baixa da água
estratigrafia do solo e a posição de cada
permite que essa escoe mais facilmente através
permeâmetro.
dos poros do solo.
Para que seja possível realizar comparação
entre ensaios, é necessário normalizar esses
valores, transformando-os em seus equivalentes
para uma temperatura padrão de 20°C, utilizando
a seguinte relação:
𝜂𝑇 (3)
𝑘20 = 𝑘𝑇 ∗
𝜂20
Onde:
𝑘20 = condutividade hidráulica normalizada
para 20°C;
𝑘𝑇 = condutividade hidráulica na temperatura
do ensaio;
𝜂𝑇 = viscosidade da água na temperatura do
ensaio;
Figura 3. Representação esquemática da estratigrafia do
𝜂20 = viscosidade da água a 20°C.
talude analisado e da posição dos permeâmetros no
A viscosidade da água em função da mesmo.
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sugere que a condutividade hidráulica do solo et al, 2017) em São Sebastião do Caí ao
naquele ponto é demasiadamente alta. O que investigarem solos residuais de arenito Botucatu:
pode ter causado esse efeito nessa região é o fato respectivamente 2,8x10-6m/s e 1,8x10-6m/s. Já a
de que o horizonte de solo ensaiado é mais investigação de Pinheiro (2002) em Santa Cruz
poroso e tem maior condutividade hidráulica, para outro solo residual do mesma origem
principalmente por se tratar de região de contato resultou em uma condutividade hidráulica de
entre uma zona mais intemperizada com menor ordem de grandeza, entre 3x10-7 e 9x10-7
presença de solo orgânico e uma outra zona de m/s, o que está próximo do valor apontado pelo
menor grau de alteração. Ademais, em campo permeâmetro PE 04 deste trabalho (k=6,1x10-7
verificou-se que o solo é bastante erodível, m/s).
sofrendo com o fenômeno de piping. Também a
área em que esse permeâmetro foi posicionado
tem grande concentração de vegetação arbórea,
1,00E-05
além de estar próxima a residência posicionada
na crista do talude. É possível que algum 4,31E-06
caminho preferencial se formou ao longo do
tempo na região estudada, o que condicionou o Kh [m/s]
fluxo proveniente desse permeâmetro.
1,00E-06
Dois dos permeâmetros instalados no acesso
da obra sofreram fugas d’água, extravasando por
cima do furo, através do solo de reaterro, por
prováveis problemas de instalação e foram
desconsiderados.
1,00E-07
Os três ensaios restantes foram divididos em 0 10 20
duas classificações, de acordo com o grau de
N° da repetição
intemperismo do solo que investigaram. Os
permeâmetros PE01 e PE04, instalados no PE01 PE04 laboratório PE05
acesso à obra, estão associados a um menor grau
de intemperismo do solo, enquanto o Figura 7. Gráfico com resultados dos ensaios de
condutividade hidráulica in situ e com valor médio obtido
permeâmetro PE05 se refere à condutividade em laboratório
hidráulica do solo mais superficial e
consequentemente mais intemperizado.
Conforme foi verificado em laboratório e 4 CONCLUSÕES
exposto no item 3.1, não há forte anisotropia no
parâmetro de condutividade hidráulica do solo Os ensaios de campo e em laboratório
sob baixas tensões efetivas. É, portanto, válido apresentaram boa coerência entre si e com a
considerar que a condutividade hidráulica literatura consultada. Os resultados indicam uma
horizontal e vertical são iguais, e que o valor de alta condutividade hidráulica do solo, o que
m na Equação (5) pode ser adotado como 1,0. permite o rápido aprofundamento da frente de
Dessa forma, calculou-se o valor de 𝑘ℎ para saturação no interior do talude durante uma
cada uma das repetições do ensaio. Os resultados chuva prolongada, reduzindo sua resistência e
estão expressos no gráfico da Figura 7. facilitando rupturas.
Os valores de condutividade hidráulica Em campo, o permeâmetro de solo mais
encontrados em laboratório (em média 4,6x10-6 intemperizado apresentou condutividade
-6
m/s) e dos permeâmetros PE05 e PE01 (em hidráulica de 8,6x10 m/s enquanto os
média 8,5x10-6m/s) ficaram próximos dos permeâmetro de solo menos intemperizado
resultados encontrados por Pinheiro et al (2017) apresentaram valores médios de ordens de
em Santa Maria e Bortoli (1999, apud Pinheiro grandeza diferentes: 8,4x10-6m/s para o PE01 e
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ao longo da cidade de Salvador e sua correlação nos espaços vertical e horizontal, no âmbito dos
com outros parâmetros do solo de obtenção grandes conjuntos geológicos representados em
mais usual, tais como o ângulo de atrito efetivo, uma carta de solos, conforme mostrado na
o índice de vazios e o índice de plasticidade, é Figura 1.
de fundamental importância no auxilio de
futuros projetos de escavações.
2 ASPECTOS GEOLOGICOS
GEOTECNICOS DA CIDADE DE
SALVADOR
-6 5 ENSAIOS REALIZADOS
tensão axial (KN/m2)
300
Para realização deste trabalho foram
250
selecionados 16 pontos situados na cidade de
Salvador, de forma a caracterizar os diferentes
tensão radial (KPa)
200
carregamento
150
reta Ko sítios de solos residuais existentes.
descarregamento
Linear (reta Ko)
A Figura 7 mostra a localização dos pontos
100
analisados.
50 Nos pontos selecionados foram obtidos
0
blocos indeformados para realização de ensaios
0 200 400 600
de cisalhamento, ensaios de caracterização e
tensão axial (KPa)
ensaios Ko (Tabela 1).
Figura 6 – Ensaio típico realizado com a célula Ko (a)
comportamento tensão-deslocamento axial; (b) relação
entre tensões radial e axial.
medição no terreno natural, por outro lado, a Em face dos baixos valores de Ko na cidade
amostragem, no caso de ensaios de laboratório, de Salvador, a escavação de túneis rasos deve
pode alterar além do estado das tensões efetivas, ser efetuada com muito critério e acompanhada
os valores de sucção e a própria fabrica do solo. de perto por sistemas de instrumentação e
Aqui foi proposto um equipamento monitoramento.
laboratorial visando à obtenção de valores de O parâmetro Ko quando relacionado ao
Ko a partir de amostras indeformadas, de forma índice de plasticidade (IP), assim como
simples, rapida e com resultados confiáveis. A mensionado em Silva (2010), mostrou uma
célula Ko foi desenvolvida e patenteada no grande dispersão de valores. O IP, em se
Laboratório de Geotecnia da Escola Politécnica tratando de solos intemperizados, não se mostra
da Universidade Federal da Bahia. O apropriado em função da dificuldade de
desenvolvimento do equipamento teve como representatividade desde parâmetro para o tipo
finalidade a realização de ensaios de de solo em questão.
adensamento vertical com confinamento lateral No entanto a relação de Ko com o ângulo de
de água, que, por ser incompressível, não atrito efetivo se mostrou bem razoável, embora
permite a deformação nessa direção, mantendo apresente tendência contraria ao apresentado
a condição Ko. A leitura da pressão horizontal é por diversos autores da bibliografia em areias e
realizada por transdutores que medem a pressão argilas normalmente adensadas.
no interior da câmara. A Célula Ko possui a Mas de todos os parâmetros, o que melhor
grande vantagem na facilidade de leitura e representou o comportamento do parâmetro Ko
velocidade do ensaio. foi o índice de vazios. O que comprova que o
Por meio da célula Ko foi obtida a relação índice de vazios melhor representa o
entre este parâmetro e parâmetros usualmente comportamento de solos residuais com relação
empregados tais como: ângulo de atrito efetivo ao Ko que os demais parâmetros usualmente
(ɸ’), índice de plasticidade (IP) e índice de empregados, a exemplo dos ø’ e IP.
vazios (e) para os solos residuais que No entanto deve ser ressaltada a presença de
representam as três principais gêneses dos solos solos com pelo menos três formações e gêneses
que ocorrem na região da cidade de Salvador. diversas. Porem o intuito deste trabalho foi a
O primeiro problema encontrado no processo generalização destes resultados para todos os
de amostragem de solos residuais de Salvador solos residuais da cidade de Salvador.
deve-se a heterogeneidade das amostras e, em Ressalta-se que, todas as formulações e
alguns casos, a impossibilidade de confecção de relações apresentadas na bibliografia, apenas
corpos de provas representativos devido diferenciam ensaios em areias e ensaios em
principalmente a presença de concreções argilas. Não existem comprovações de como a
(Formação Ilhas) e a pequena coesividade gênese do solo interfere no comportamento de
(Formação Barreiras). Ko. Devido pequeno numero de amostras, não
O Ko nos diversos tipos de solos residuais foi possível isolar solos das três gêneses
apresentaram valores entre 0,40 e 0,65. presentes em Salvador. Para os próximos
Tendendo a um valor médio próximo a 0,50. No trabalhos recomenda-se isolar solos com as três
seu limite inferior os valores de Ko se gêneses presentes em Salvador.
assemelham aos mesmos obtidos na condição
ativa. A lixiviação propicia uma contração do
material que passa a se comportar próximo a REFERÊNCIAS
condição ativa, o que explicaria os baixos
valores obtidos para Ko. Estes resultados são Abdelhamid, M.S. e Krizek, R.J. (1976). At-rest lateral
corroborados por diversos autores na earth pressure of a consolidating clay. Journal of the
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ABSTRACT: Every year millions of PET (Polyethylene Terephthalate) bottles are misplaced and
they are not being recycled. In order to reduce the disposal of this polymer in nature, this study aims
to evaluate the mechanical behavior of a bentonite mixed with PET flakes. The potential use of this
waste material in geotechnical applications may ultimately reduce the problem of wrong disposal,
and this material can improve the strength and deformation characteristics of the soil. This paper
presents an experimental study to evaluate the mechanical behavior of bentonite mixtures with
different contents of PET flakes by direct shear tests, in order to obtain the strength parameters of
the Bentonite-PET mixtures. The bentonite used was mixed with 0.3 and 0.5% of PET flakes by dry
weight. Direct shear tests at normal stresses of 50, 70 and 100 kPa were done on the bentonite and
mixtures. The results show that the strength parameters are influenced by the addition of the PET
flakes, thus improving characteristics such as friction angle and cohesion intercept of the mixtures.
These mixtures may be used in landfills layers and other geotechnical works. Therefore, this paper
proposes to contribute to a better understanding and interpretation of the behavior of bentonite
reinforced with PET waste.
KEYWORDS: Soil Reinforcement, PET, Direct Shear Test, Shear Strength, Bentonite.
(PVC) are used in the manufacture of long-life reinforced with polypropylene fibers and
products, whereas PET is used in short life performed a series of tests to evaluate the
products such as packages. influence of their inclusion in the mechanical
The final disposal of the PET bottles behavior of the soils they tested. Gray and
represent a difficult problem to deal with, Ohashi, 1983; Gray and Al-Refeai, 1986; Mc
because it is a product that needs larger spaces Gown et al., 1988; Maher and Ho, 1994;
to be storage and also it takes almost half a Ulbrich, 1997; Specht, 2002; Santoni et al.,
century to decompose. In Brazil the 2001; Casagrande, 2001 and 2005;
consumption of PET bottles are raising yearly Vendruscolo, 2003; Casagrande, 2007 studied
and in 2016, with the Olympic Games in the the influence of fiber inclusion in soils, in order
city of Rio de Janeiro, the consumption is to a better comprehension of this material
estimated to be around 840 kilo tons, but just behavior. Vizcarra et al. (2013), Quispe et al.
half of this quantity is expected to be recycled (2014) studied the behavior of a colluvial clayey
(ABIPET). Thus, finding out an alternative use soil stabilized with ashes from municipal solid
for this residue is one of the main concerns of waste (MSW). More recently, Casagrande et al.,
the modern society. 2006 studied the behavior of a polypropylene
Soil reinforcement is defined as a technique fiber-reinforced bentonite and founded that
to improve the geotechnical characteristics of randomly distributed fibers increased the peak
the soil (Ling et al, 2003). Reinforcement shear strength of the bentonite.
consists of inserting certain material in another, Materials such as PET plastic bottles are
in order to increase its properties. Currently abundantly produced, and after their use, are
environmental and economic issues have generally disposed of in landfills. One potential
motivated interest in the development of beneficial reuse is to employ PET as soil
alternative materials that can satisfy reinforcement, however this material was never
geotechnical design specifications. A natural been used in geotechnical works. In order to
soil may be widely available on a construction give another alternative to the PET residue, it is
site, but occasionally its characteristics are such extremely important that the mechanical
that it does not meet the engineering behavior of the mixture be studied, as well as
requirements for a specific project. In such a the physic, environmental and chemical
case, soil improvement techniques that use characteristics. The knowledge of the
physical and/or chemical process in order to reinforcement mechanism will assist on a better
improve its mechanical properties may become understanding of the mechanical behavior of
an attractive alternative, from the technical, mixture bentonite-PET.
environmental and economic points of views. This work is intended to contribute to a
Soil improvement can be done using myriad better understand in the bentonite-PET mixture.
materials. For example, Zornberg et al. (2004) To this end, two contents of PET flakes were
examined the use of tire shreds as reinforcement mixture with a bentonite. Physical
with the goal of evaluating the optimum dosage characterization and mechanical behavior tests
and aspect ratio of tire shreds within granular were performed in the pure bentonite and
fills. Ramírez et al. (2014) performed triaxial mixtures, establishing parameters that might
test on mixtures of clayey soil/tire rubber and help to understand the influence of this material
sandy soil/tire rubber with different content of on the bentonite. To the Authors’ knowledge,
tire rubber. Casagrande et al. (2005) analyzed there has been no studies concerning the use of
the isotropic compression behavior of a sandy PET flakes and in a bentonite. The
soil reinforced with polypropylene fibers. documentation proposed herein is important if
Consoli et al. (2007), Casagrande et al. (2007) utilization of PET in geotechnical works is to be
and Casagrande et al. (2009) tested sand fostered.
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The bentonite was mixture with two different according to the load applied vertically. This
contents of PET flakes, 3 and 5% by the dry velocity is calculated through the data that
weight of the soil. The bentonite samples were comes from the initial phase of the test called
prepared with 170% of humidity, which the consolidation phase, where the specimen is
correspond a void ratio of 4.93. To make sure submitted to vertical stress and it is measured
that the material had the right properties, it was the variation of the specimen height with the
calculated the right amount of dry material that time, until this height stabilize. Through the
should be placed into the shear box. With the graphic of vertical displacement versus square
aid of a metallic template, it was possible to root of time (t), is obtained the value of t100,
adjust the proper height of the material inside that corresponds to 100% of consolidation, and
the equipment. Table 1 summarizes the the velocity to be used in the shear phase is
materials used and the abbreviations adopted for calculated. The consolidation time was
them. estimated in 24 hours.
In the shearing phase, the failure of the
Table 1. Abbreviations used for the soil and mixtures. specimen occur along the division plane of the
Material Soil (%) Fine Crushed Abbreviation box. The horizontal displacement of the upper
/Mixture PET (%)
half of the box was measured by a horizontal
Bentonite 100 0 B100
Mixture 1 97 3 B97F03 LVDT (Linear Variable Differential
Mixture 2 95 5 B95F05 Transformer), which works as a sensor to
measure the linear displacement. The variation
The direct shear tests were carried out with of the specimen height, in other words, the
the bentonite and the mixtures, with the aim to variation of the volume of the specimen
determinate the shear strength parameters of the throughout the test are obtained by the vertical
soil (cohesion – c’ and friction angle – ϕ’). LVDT readings. The load ring measures the
These tests were performed following the horizontal force applied on the specimen. The
methods described by the standard ASTM D tests were carried out in similar specimen, for
3080 (2004). the bentonite and the mixtures at three different
To perform this test, the specimen was normal stresses (50, 70 and 100kPa).
placed inside the metallic shear box. The box is
divided horizontally in two and the normal
force is applied on the top of the specimen in 3 RESULTS AND ANALYSIS
the shear box. The shear force is applied by
moving one half of the box relative to the other The value of Gs for the Bentonite was obtained
in order to cause failure. The upper and lower through the arithmetic average of four
boxes are separated in 1.0 mm before initiates determinations, and the maximum variation was
the shear test, so it is possible to have the 1.1%. The value of Gs found was 2.90.
relative displacement between them. Above and The particle size curve of the bentonite was
below the specimen are placed plates with reached through the sedimentation test, it is
grooves, which provide friction to the soil presented in the Figure 5.
preventing it to slide when a horizontal force is Through the results achieved in the
applied. Filter papers and porous stones are laboratory for the bentonite, it was found a
placed thus the water can be freely drained. Liquid Limit of 368.4% and a Plastic Limit of
The shear test was performed with strain 53.7%, resulting in a Plastic Index (IP = LL –
control, where a constant rate of shear PL) equal to 314.7%. Calheiros et al. (2014)
displacement is applied to the upper half of the also studied this bentonite and finding similar
box by an engine, which operates with cogs limits as the ones found in this research.
with a velocity that is determinate by a factor,
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Geotecnia e Desenvolvimento Urbano
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Gracieli Dienstmann
Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, Brasil, g.dienstmann@gmail.com
2 CONDIÇÕES DE DRENAGEM NO Δu
ENSAIO DE PIEZOCONE U= (2)
Δu max
A avaliação das condições de drenagem em
materiais com permeabilidade intermediária Onde Δu é variação de poropressão em um
entre areias e argilas é necessária para evitar que determinado instante e Δumax é máxima variação
os parâmetros geotécnicos sejam de poropressão, geralmente medidas na face do
superestimados, principalmente a resistência ao equipamento;
cisalhamento não drenada (Su) (SCHNAID et
al., 2010). q t - q t und
De acordo com Dienstmann (2015), a U= (3)
q tdr - q t und
definição das condições de drenagem durante a
execução de ensaios de campo pode conferir
confiabilidade na obtenção dos parâmetros de Onde qt é a resistência real mobilizada do
projeto, porém em materiais não convencionais piezocone em um dado instante, qtund é a
ainda não existem definições precisas e métodos resistência real mobilizada do piezocone não
de abordagem consagrados para avaliação do drenada, e qtdr é a resistência real mobilizada do
comportamento de drenagem. piezocone drenada.
A avaliação dos parâmetros que controlam o Nas representações acima, o parâmetro U
fluxo em materiais de comportamento transitório varia de 0 a 1, sendo 0 a condição não drenada e
vem sendo estudada por meio de ensaios 1 a condição drenada. A poropressão também
executados em diferentes velocidades. Os pode ser representada normalizada pela tensão
resultados costumam ser apresentados num efetiva (Δu/σ’v0). Neste caso, a condição drenada
espaço que relaciona a velocidade normalizada é igual a 0 e o valor máximo para a condição de
(V) à poropressão normalizada (U), comportamento não drenado depende das
reproduzindo a chamada curva de drenagem características do material.
característica do material. O objetivo da curva de Schnaid (2005), através de dados
drenagem é estabelecer os limites para que os experimentais, propôs uma equação cossenoide
ensaios sejam realizados de maneira totalmente hiperbólica (Equação 4) para traçar a tendência
drenada ou não drenada, possibilitando a da curva de drenagem.
interpretação dos resultados (KLAHOLD,
2013). 1
U = a + (1- a) (4)
O parâmetro adimensional (V), apresentado cosh (bVc )
na Equação 1, leva em consideração a velocidade
de penetração do cone no ensaio (v), o diâmetro onde U indica o grau de drenagem e a, b e c são
da sonda (d) e o coeficiente de adensamento coeficientes de adequação da curva. O parâmetro
vertical do solo (cv). a representa a relação entre a resistência ao
cisalhamento não drenada e drenada, enquanto
v.d que b e c controlam a taxa de mudança de
V= (1)
cv condições drenadas para não drenadas
(SCHNAID et al., 2010).
O parâmetro U, que representa o excesso de Resultados em resíduo de ouro descritos em
poropressão gerado durante a cravação, pode ser Bedin (2010) e Klahold (2013) foram
obtido, segundo Dienstmann (2015), pelas reinterpretados por Dienstmann et al. (2016) e a
seguintes relações: Randolph e Hope (2004), Equação 4 foi adaptada para representar a
Silva et al (2005), entre outros (Equação 2); tendência de Δu/σ’v0 x V e Q x V, conforme as
Schnaid et al (2004) (Equação 3). Equações (5) e (6). O resultado obtido é
apresentado na Figura 1 e os coeficientes de
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ajuste adotados são apresentados na Tabela 1. O exemplo mostra que a curva possibilita a
Devido à dispersão dos pontos, os autores identificação das condições de drenagem,
apresentam duas curvas para caracterizar o revelando um intervalo no qual há ocorrência de
comportamento de drenagem e de resistência: drenagem parcial (0,01 < V < 10). Através da
um limite inferior e um limite superior. curva de drenagem, os limites de comportamento
drenado e comportamento não drenado podem
1 ser definidos, possibilitando assim a obtenção de
Q=Qmin + a+(1-a) c
(Qmax -Qmin ) (5) parâmetros geotécnicos e evitando que ensaios
cosh(bV )
futuros sejam executados em velocidades nas
quais ocorra drenagem parcial. A Figura 1 indica
Δu Δu max 1 que um comportamento não-drenado será obtido
= - a + (1- a) c
σ'v0 σ'v0 cosh (bV ) para os resíduos de ouro quando os ensaios
Δu Δu min forem realizados a velocidades normalizadas
× max - (6) maiores que 10.
σ'v0 σ'v0
3 MATERIAIS
Tabela 1. Coeficientes de ajuste para resíduos de ouro
(DIENSTMANN et al., 2016).
3.1 Ensaios Utilizados para Análise
Solo a b c
Limite Inferior 0,025 4 0,7
Limite Superior 0,025 1 0,7 Para a interpretação dos ensaios de campo, foram
utilizados dados de um programa experimental
de investigação realizado por Klahold em 2012,
sendo o local estudado um depósito de rejeitos
de mineração de ouro no Município de Barrocas,
BA.
O material também foi objeto de estudos de
Bedin (2006) e Sosnoski (2016). A ilha 01 de
investigação de Klahold (2013), conforme
denominada pela autora, foi escolhida para
aplicação da metodologia desenvolvida por este
estudo.
Klahold (2013) realizou primeiramente o
ensaio com velocidade de penetração padrão até
a profundidade de 12 metros. Após identificar a
camada de material mais homogêneo,
compreendida dos 3 aos 5 metros de
profundidade, foram realizados ensaios variando
a velocidade entre 0,3 mm/s e 57 mm/s com o
objetivo de avaliar a ocorrência de drenagem
parcial durante a penetração do cone e estudar os
efeitos da velocidade nos ensaios.
Tabela 3. Classificação de solos pelo Ic (Jefferies e Been, Figura 3. Índice de classificação Ic do material.
2006).
Índice Ic Classificação do solo
Ic > 2,76 Argilas 4.3 Avaliação da Distribuição e Dispersão dos
2,76 > Ic > 2,40 Misturas de siltes Dados: Curvas de Frequência Acumulada e
2,40 > Ic > 1,80 Misturas de areias Coeficiente de Variação
1,80 > Ic > 1,25 Areias
Ic < 1,25 Areias com pedregulhos
Por fim, medidas estatísticas foram utilizadas
para avaliar a homogeneidade dos dados. O
coeficiente de variação qc, fs e u2 é usado para
Ic = 3 − log ( Qt ) . (1 − Bq ) + 1,5 + 1,3.log( Fr )
2 2
(7) medir a dispersão dos dados. Ele é útil, pois trata-
se de uma medida relativa de dispersão, já que é
Em que: adimensional. Quanto menor o coeficiente,
menor a dispersão em torno da média. Definiu-
q t - σ v0 se um coeficiente de variação máximo de 30%
Q t= (8) para limitar a dispersão de dados da camada de
σ v0 - u 0
interesse. Foram observados os coeficientes de
variação de qc, fs e u2 em todas as velocidades em
u2 - u0 que o ensaio foi executado e foram selecionados
Bq = (9)
q t - σ v0 apenas os intervalos amostrais nos quais nenhum
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coeficiente de variação ultrapassa 30%. Tabela 4. Coeficientes de variação entre 3,80 e 4,74m de
A curva de frequência acumulada serve para profundidade
vel. padrão vel. rápida vel. lenta
localizar a distribuição de frequências sobre o
qc (kPa 15% 21% 19%
eixo de variação do parâmetro geotécnico. fs (kPa) 18% 40% 13%
Fazendo-se comparações entre as curvas de u2 (kPa) 17% 20% 68%
sondagens adjacentes executadas sob diferentes
velocidades de cravação, podem ser A solução foi analisar as curvas de frequência
identificados os materiais mais homogêneos acumulada e os coeficientes de variação para
através das semelhanças entre as curvas. intervalos menores dentro deste espaço, até
As curvas de frequência acumulada do encontrar camadas que satisfizessem os critérios
intervalo estudado, de 3,80 à 4,74 m, exibidas na de homogeneidade de dados adotados.
Figura 4, apontaram uma distribuição dos dados A dificuldade em encontrar intervalos com
relativamente semelhantes no caso de fs e de Δu coeficiente de variação máximo de 30%, levou à
(u2-u0). As curvas de frequência acumulada de análise de pequenas camadas. Uma espessura
qc, apresentaram maior disparidade, sendo a mínima para as mesmas foi fixada em 14 cm para
curva do ensaio lento mais suave que as demais, garantir um tamanho amostral mínimo e evitar
revelando que a diferença entre as medidas que a análise se tornasse pontual. Uma
mínimas e máximas desta velocidade é maior profundidade mínima de 14 cm representa uma
que nos ensaios padrão e rápido. espessura de camada de aproximadamente
quatro (4) vezes o diâmetro do cone,
considerando um cone de 10cm2. Ainda, para 14
cm de espessura o número de pontos de leitura
dos ensaios padrão e rápidos é de 8 (1 leitura a
cada 2 cm). Para o ensaio lento o intervalo de
leituras é menor (24 leituras por centímetro), o
que resulta em 336 leituras para a espessura de
14cm.
Dentro das exigências descritas foram
encontradas duas camadas que apresentaram boa
homogeneidade: a primeira entre 3,94 e 4,10 m e
outra entre 4,36 e 4,50 m de profundidade.
No intervalo de 3,94 a 4,10 m, o coeficiente
de variação máximo encontrado foi de 23%,
relativo aos valores de fs com o ensaio rápido.
Figura 4. Curvas de frequência acumulada entre 3,80 e Para o intervalo de 4,36 a 4,50 m, as
4,74 m de profundidade.
poropressões do ensaio lento apresentaram o
maior coeficiente de variação: 27%. Em geral, as
Sequencialmente, a dispersão dos dados foi
camadas apresentaram coeficientes de variação
avaliada quantitativamente através do
pequenos, indicando baixa dispersão de dados,
coeficiente de variação, o qual demonstrou uma
conforme pode ser observado na Tabela 5 e na
maior heterogeneidade de dados para o intervalo
Tabela 6.
de 3,80 a 4,74 m. Conforme observado na
Tabela 4, o ensaio rápido apresentou valores de Tabela 5. Coeficientes de variação entre 3,94 e 4,10m de
fs com coeficiente de variação de 40%, e o ensaio profundidade
lento, valores de Δu com coeficiente de variação vel. padrão vel. rápida vel. lenta
de 68%, muito acima do limite para a camada ser qc (kPa 6% 7% 12%
aprovada no critério de coeficiente de variação fs (kPa) 19% 23% 3%
u2 (kPa) 4% 3% 20%
(coeficiente máximo adotado 30%).
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REFERÊNCIAS
Fernando Abece
UFOP, Ouro Preto - MG, Brasil, fernandoabece@gmail.com
RESUMO: A preocupação com o meio ambiente aumentou nos últimos anos devido à degradação e
poluição que prejudica a qualidade de vida dos seres vivos, com isso, precisamos buscar
alternativas para o uso dos materiais que são conhecidos como rejeitos. Um exemplo disso, são os
rejeitos de mineração que são depositados em barragens. O processo de extração e beneficiamento
de minérios gera uma quantidade significativa de resíduos (rejeitos), que provocam sérios
problemas ambientais quando não se dá a destinação adequada para os mesmos. Para tentar reduzir
esse grande problema que afeta o nosso meio, estudos começaram a serem feitos com a finalidade
de utilizá-los na construção civil, em especial o uso em pavimentos. Com o crescente
desenvolvimento das pesquisas relacionadas a pavimentação rodoviária pela busca de metodologias
que visam proporcionar ao pavimento uma melhor resistência e durabilidade associado a um menor
custo utilizando materiais alternativos que possuem propriedades semelhantes ou até melhores que
os materiais usualmente utilizados possibilitando também uma redução no custo da rodovia. Com o
desafio proposto pela reciclagem, o reuso e a economia, vem sendo de suma importância
socioeconômica para o desenvolvimento sustentável, neste contexto a engenharia rodoviária vem
aperfeiçoando e inovando com tecnologias e formas de gerenciamentos que reduzam os custos,
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garantindo assim a melhor configuração para a implantação e manutenção, e com isso acarretar em
um aumento nos investimentos em obras de infraestrutura rodoviária. Neste presente trabalho foram
utilizados agregados convencionais (gnaisse) e alternativos (rejeito de minério de ferro e rejeito de
pedra sabão) para a dosagem das misturas asfálticas usando a metodologia Marshall e enquadrando-
a na faixa C do DNIT. O estudo tem por finalidade caracterizar e avaliar o comportamento
mecânico de misturas asfálticas do tipo CAUQ (Concreto Asfáltico Usinado a Quente), utilizando a
dosagem do método Marshall empregando materiais alternativos como agregados. Baseando-se nos
resultados dos ensaios de caracterização mecânica dos agregados e dos corpos de prova obtidos no
laboratório, será possível garantir que os materiais alternativos utilizados na pesquisa podem serem
utilizados como revestimentos em pavimentos asfálticos. Todos os ensaios foram realizados no
laboratório de ferrovias e asfalto do Departamento da Engenharia Civil da UFOP.
vida útil da malha rodoviária e propiciem a asfáltico utilizado foi um CAP 50/70. Optou-se
redução dos custos para o Estado. Nesse também por este tipo de cimento asfáltico por
sentido, o presente trabalho teve por objetivo ser o mais utilizado nas rodovias de tráfego
propor soluções técnicas para execução de pesado inseridas na região do Quadrilátero
pavimentos alternativos, com a utilização Ferrífero e no Brasil.
parcial de resíduos de minério de ferro em
misturas asfálticas. Elucida-se, que a 2.1.1 Parâmetros Granulométricos
substituição parcial do agregado convencional
por resíduos de mineração visa promover a Todas as misturas foram preparadas de modo
redução do custo do revestimento asfáltico, de que enquadrassem na Faixa C do DNIT, como
forma a estimular o investimento em construção especificada pela norma DNIT ES 031/2006,
de rodovias pavimentadas e propiciar melhor sendo classificado como Concreto Asfáltico
condições de trafegabilidade. E é importante Usinado a Quente (CAUQ). Para se obter
destacar ainda que a aplicação do resíduo de melhor controle da distribuição granulométrica
minério de ferro como agregado alternativo dos corpos de prova, o agregado natural, os
contribui para a mitigação dos danos resíduos de minério de ferro e de pedra sabão
ambientais, reduzindo a extração e o consumo foram peneirados e estocados separadamente,
de agregados convencionais e diminuição da em recipientes plásticos, identificados para cada
geração de resíduos a serem dispostos em uma das peneiras especificadas pela Faixa C
estruturas de contenção. (peneiras de 3/4‖, 1/2‖, 3/8‖, n° 10, n° 40, n° 80,
Segundo Silva (2017), várias metodologias n° 200 e material passante na peneira n° 200).
foram desenvolvidas para a determinação em
laboratório do módulo de resiliência de misturas 2.1.2 Preparação dos Corpos de Prova
asfálticas. Atualmente, o ensaio mais popular
para a determinação do módulo de resiliência é Para a preparação de corpos de prova foi
o de tração indireta por compressão diametral, seguido o adaptado de Silva (2017), onde foi
devido a sua simplicidade técnica e por utilizar possível definir as temperaturas de aquecimento
corpos de prova cilíndricos. do ligante, do agregado, das misturas e de
compactação. Para as misturas, a temperatura
adotada para agregado foi 163 ± 2 °C, o ligante
2 METODOLOGIA 150 ± 2 °C e a compactação com 140 ± 2 °C.
Para se obter os valores estipulados pelo
2.1 Materiais e Métodos projeto, o controle da temperatura do ligante e
dos agregados foram efetuados com a utilização
O resíduo de pedra-sabão de coloração cinza é dos termômetros a laser e de haste.
oriundo da região de Mata dos Palmitos, no
distrito de Santa Rita, município de Ouro Preto 2.1.3 Moldagem dos Corpos de Prova de
- MG, e resíduo de minério de ferro de Pavimento Asfáltico
coloração marrom é oriundo do município de
Conceição do Mato Dentro - MG, que foram No presente trabalho foram produzidas misturas
classificados como pó de pedra e o agregado asfálticas contendo resíduos de mineração
convencional de gnaisse de coloração cinza foi (Resíduos de Pedra sabão e de Minério de
adquirido no distrito de Amarantina, município Ferro), de forma que seus parâmetros e
de Ouro Preto - MG, foi classificado como especificações enquadrassem de acordo com a
agregado graúdo e miúdo. Optou-se pela norma DNIT 031/2006, que estabelece os
utilização deste agregado pelo fato de o mesmo requisitos concernentes aos materiais utilizados
ser utilizado corriqueiramente em obras de em revestimentos asfálticos. Foi empregada a
pavimentação rodoviária no país. O ligante metodologia Marshall para a confecção dos
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estes processos foram executados Figura 2.2 – Mistura asfáltica pronta para ser coloca na
cuidadosamente e determinados estufa por um período de duas horas
detalhadamente no projeto de pesquisa, com o
volume necessário e suas devidas 3 CARACTERIZAÇÃO MECÂNICA DAS
especificações. Para a determinação da MISTURAS
moldagem dos corpos de provas de CAUQ pela
metodologia Marshall, foram utilizados os Os ensaios mecânicos auxiliam os projetistas de
moldes cilíndricos de aproximadamente 10 cm rodovias a avaliar, mesmo que de forma indireta
de diâmetros e 8 cm de altura. As misturas ou aproximada, o comportamento das misturas
(Figura 2.2) eram feitas e colocadas na estufa asfálticas quando em condições de campo. A
por um período de duas, com o objetivo de realização destes ensaios consiste em submeter
simular o efeito de envelhecimento do ligante as misturas asfálticas em condições que
asfáltico a curto prazo na rodovia. Em seguida, simulam os esforços que elas vão sofrer nas
a mistura é colocada no molde cilíndrico e condições reais de uso, chegando a limites
aplicam-se 75 golpes em cada face do corpo de extremos ou não de solicitação. As
prova (CP). Após a compactação do corpo de propriedades mecânicas definem o
prova, o mesmo é colocado em cima de uma comportamento de um material quando sujeito a
bancada para resfriar até atingir a temperatura esforços mecânicos, e com a análise de tensões
ambiente. A extração do corpo de prova é feita e deformação poderemos conhecer as
com a utilização do extrator hidráulico de características mecânicas do objeto. Para a
amostras. Caso os corpos de prova estivessem realização dos ensaios mecânicos (Módulo de
dentro das especificações de projeto (altura e Resiliência e Resistência à Tração), os corpos
diâmetro adequados), o CP’s eram liberados de prova foram mantidos em um compartimento
para realização dos ensaios mecânicos. com a temperatura controlada de
aproximadamente 25°C, por um período
mínimo de 4 horas, até chegar a temperatura
desejada para o ensaio e para a realização do
ensaio mecânico (Estabilidade e Fluência
Marshall), os corpos de prova foram mantidos
em um compartimento de “banho maria” com a
temperatura controlada de aproximadamente
60°C, por um período mínimo de 3 horas, até
chegar a temperatura desejada para o ensaio.
Para a realização dos ensaios foram previstos a
moldagem de 150 corpos de prova por tentativa
e erro, com o objetivo de avaliar a influência do
Figura 2.1 – Confecção manual das misturas asfálticas teor de ligante asfáltico e dos tipos de agregado
no desempenho mecânico das misturas. Foram
especificados seis tipos de teores de ligantes
diferentes incluindo o teor de projeto (TP) para
cada resíduo utilizado no experimento, variando
de 4,5% à 6,5%. A Figura 3.1 mostra
parcialmente uma certa quantidade dos CP’s.
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aplicação da carga inicial nula até a aplicação experimentos, foi constatado que os maiores
da carga máxima, expressa em décimos de valores de densidade aparente das misturas
milímetros. Os procedimentos adotados para a foram encontrados para um teor de ligante igual
realização deste ensaio foram baseados na a 6,0%, exceto para a mistura RPS, cujo valor
norma DNER ME 043/95. A Figura 3.4 abaixo da densidade aparente máxima se refere à
mostra como é feito o ensaio. mistura com 5,5% de teor de ligante.
mesmos aos ensaios mecânicos em comparação Determinação da Massa Específica Real. Rio de
aos agregados convencionais. Vale ressaltar Janeiro, 1994.
Departamento Nacional de Estradas de Rodagem. DNER
também que se os materiais granulares dos ME 086: Agregado – Determinação do índice de
agregados convencionais utilizados na obra Forma. Rio de Janeiro, 1994.
tiveram características de rigidez semelhantes Departamento Nacional de Estradas de Rodagem. DNER
aos adotados nesta pesquisa, os resultados ME 089: Agregados – Avaliação da Durabilidade
obtidos sugerem que o pavimento proposto pela pelo Emprego de Soluções de Sulfato de Sódio ou de
Magnésio. Rio de Janeiro, 1994.
empresa poderia ser executado, adotando os Departamento Nacional de Estradas de Rodagem. DNER
revestimentos alternativos (RMF e RPS), o que ME 133: Misturas Betuminosas - Determinação do
ocasionaria a uma economia de material módulo de resiliência. Rio de Janeiro, 1994.
granular convencional e redução nos custos de Departamento Nacional de Estradas de Rodagem. DNER
implantação do pavimento, porque resultados ME 399: Agregados – Determinação da Perda ao
Choque no Aparelho Treton. Rio de Janeiro, 1999.
predizem um bom desempenho mecânico das Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes.
estruturas alternativas. DNIT ES 031: Pavimentos flexíveis – Concreto
asfáltico – Especificação de serviço. Rio de Janeiro,
2006.
AGRADECIMENTOS Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes.
DNIT ME 135: Pavimentação asfáltica - Misturas
asfálticas - Determinação do módulo de resiliência –
Agradeço à todos os intengrantes do Método de ensaio. Rio de Janeiro, 2010.
LFA/UFOP (professores, tecnicos e Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes.
bolsistas/voluntários) pelo apoio incondicional, DNIT ME 136: Pavimentação asfáltica - Misturas
para a realização deste projeto. asfálticas - Determinação da
resistência à tração por compressão diametral –
Método de ensaio. Rio de Janeiro, 2010.
Norma Brasileira. NBR 7181: Agregados – Análise
REFERÊNCIAS Granulométrica. Rio de Janeiro, 1984.
Silva, R. G. O. Caracterização de concreto asfáltico
American Society For Testing And Materials. Astm D elaborado com rejeitos de minério de ferro do
4791. Standard Test Methods For Flat Particles, Quadrilátero Ferrífero. Ouro Preto, 2017.
Elongated Particles, Or Flat And Elongated Particles SOARES, J.B. Curso em Tecnologia dos Pavimentos.
In Coarse Aggregate. Philadelphia, 1995. Lubnor/Petrobras, Fortaleza- CE, 2000.
Confederação Nacional Do Transporte. Pesquisa Cnt De
Rodovias 2017: Relatório Gerencial. Brasília, 2017.
Departamento Nacional de Estradas de Rodagem. DNER
ME 035: Agregados – Determinação da Abrasão Los
Angeles. Rio de Janeiro, 1998.
Departamento Nacional de Estradas de Rodagem. DNER
ME 043: Misturas Betuminosas a Quente - Ensaio
Marshall. Rio de Janeiro, 1995.
Departamento Nacional de Estradas de Rodagem. DNER
ME 054: Equivalente de Areia. Rio de Janeiro, 1997.
Departamento Nacional de Estradas de Rodagem. DNER
ME 078: Agregado Graúdo – Adesividade a Ligante
Betuminoso. Rio de Janeiro, 1994.
Departamento Nacional de Estradas de Rodagem. DNER
ME 081: Agregados – Determinação da Absorção e
da Densidade de Agregado Graúdo. Rio de Janeiro,
1998.
Departamento Nacional de Estradas de Rodagem. DNER
ME 084: Agregado Miúdo – Determinação de
Densidade Real. Rio De Janeiro, 1995.
Departamento Nacional de Estradas de Rodagem. DNER
ME 085: Material Finamente Pulverizado –
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Juliana Pessin
Escola de Engenharia de São Carlos (EESC/USP), São Carlos, Brasil, pessinjuliana@gmail.com
por um atuador bidirecional, sendo que em cada 35 mm/30 = 1,2 mm, ou seja, como o material
ciclo ocorriam duas passadas sobre a célula de utilizado é a fração passante na peneira de
carga de tensão total, a uma velocidade de abertura 0,42 mm considera-se que não existe
1mm/s. nenhum problema associado ao efeito de escala.
Para o preparo das camadas de RCD, devido
a limitações práticas de reproduzir no modelo
físico a mesma energia usada no ensaio de
compactação, o controle de compactação das
camadas foi realizado buscando manter o grau
de compactação igual ou superior a 95%. O
grau de compactação foi controlado através dos
parâmetros da curva de compactação do RCD,
obtidos em laboratório por meio da curva de
compactação. Dessa forma, buscou-se
reproduzir as mesmas condições do ensaio de
compactação no ensaio centrífugo.
A Tabela 2 refere-se ao programa de ensaios
realizados na centrífuga, com espessuras de Figura 4. Caixa centrífuga para a montagem do modelo
camadas de 25 mm e 50 mm, entre amostras físico.
RCD1 e RCD2, e valores de cargas verticais
aplicadas variando entre 12 N e 35 N.
(1)
(2)
onde: ; f é a altura e C é o
Figura 7. Envoltória de resistência. comprimento da circunferência do cilindro que
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encontra-se em contato com a base; F é a força próximos entre sí, para as duas espessuras
vertical; L e D são a largura e o diâmetro da analisadas.
roda, respecivamente; é o coeficiente de A Figura 9 também mostra que a parcela de
Poisson e E é o módulo de elasticidade. tensão que atinge a base da camada, quando se
O módulo de elasticidade adotado para a utilizou a espessura de 25 mm, no momento que
roda de acrílico foi 3,217 MPa. Em relação aos a roda encontra-se acima da célula de tensão
resíduos, através de uma solução aproximada, total, foi cerca de 3,4% para o primeiro ciclo e
adotou-se o módulo secante igual a 6 MPa e 5,5% para o último ciclo. Este aumento na
17 MPa para o RCD1 e RCD2, tensão adimensionalizada é esperado e
respectivamente. Os valores foram estimados de provavelmente associado com a compactação
acordo com o comportamento mecânico de cada devido ao contínuo movimento da roda.
um dos materiais e considerando as diferentes O mesmo comportamento ocorreu para a
proporções dos materiais constituintes. O camada de 50 mm, com valores de parcela de
coeficiente de Poisson adotado para a roda de tensão de 0,7% para o primeiro ciclo e 1,0% no
acrílico foi 0,42 e para os resíduos foi 0,35. As último ciclo. O decréscimo nos valores de
forças aplicadas durante os ensaios, conforme tensão adimensionalizada é esperado com o
apresentado na Tabela 2, foram de 12 N a 35 N, aumento da espessura da camada. Utilizou-se
correspondendo 217 kPa a 626 kPa, duas linhas de tendência logaritmicas, para as
respectivamente. camadas de 25 mm e 50 mm, para generalizar o
A tensão adimensionalizada corresponde a comportamento apresentado pelos dados
parcela da tensão aplicada pela roda, na experimentais.
superfície da camada, que efetivamente é A variação de tensão total na base da camada
transferida para a base da camada. A Figura 9 de resíduo () foi dividida pelo valor máximo
apresenta a a variação da tensão da variação da tensão total (vmáx) para
adimensionalizada (/F), em porcentagem, normalizar os valores de tensão. A Figura 10
para as camadas com espessura de 25 mm e apresenta a variação dos valores normalizados,
50 mm. nas proximidades do ponto onde a força foi
aplicada, para a camada de 25 mm incluindo
todos os ciclos de carregamento. A distância
horizontal do ponto onde a carga foi aplicada
() também foi normalizada pelo diâmetro da
roda (D). Os resultados indicam que não
existem diferenças significativas entre os
resíduos analisados e nem entre as cargas
aplicadas.
REFERÊNCIAS
Khader I. Rammah
Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil, khader.rammah@gmail.com
Pablo C. Trejo
Universidad Nacional de Ingeniería, Lima, Peru, ptrejon@uni.edu.pe
Márcio S. S. Almeida
Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil, marciossal@gmail.com
Maria C. F. Almeida
Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil, mariacascao@poli.ufrj.br
calculos apresentados a seguir tem o único afastados do que os pontos de momento nulo
objetivo de encontrar as dimensões de modelo (juntas rotativas), separados por uma distância
para o duto que melhor representem as reais L’ e L, respectivamente.
dimensões de protótipo
Fpr = K pr pr (1)
Fml = K ml ml (2)
Figura 6. Força na placa (a) e no duto (b) versus deslocamento normalizado da placa para os ensaios com duto 3D.
Figura 7. Força na placa (a) e no duto (b) versus deslocamento normalizado da placa para os ensaios com duto 2D.
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Figura 7. Força normalizada na placa versus força resultante no duto para os casos 3D (a) e 2D (b).
A força na placa pode ser interpretada como Onde sw é a máxima resistência não-drenada
o empuxo passivo gerado durante a sua mobilizada na interface duto-solo, adotada
movimentação. Dessa forma, juntamente com como 0,5su, Lp é o comprimento e h a
as forças normalizadas, a solução clássica de profundidade de enterramento da placa.
Rankine de limite superior para a componente A força normalizada no duto pode ser
normal da força passiva em uma estrutura de interpretada como o fator de capacidade de
arrimo para condições não-drenadas também foi carga de uma fundação de seção transversal
traçada como comparação teórica para o duto circular, conforme proposto por Barbosa-Cruz e
3D. Randolph (2005) e Oliveira et al. (2010). Dessa
forma, juntamente com as forças normalizadas,
1 / 2h 2 2 su h(1 s w / 2 su ) a Equação (8) proposta por Oliveira et al.
N' (7) (2010) também foi traçada como referência
su L p
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AGRADECIMENTOS
REFERÊNCIAS
RESUMO: Para o presente trabalho são apresentados 5 provas de carga em escala reduzida com o
intuito de se avaliar o comportamento qualitativo de radiers estaqueados com a presença de estacas
danificadas (estacas mais curtas) para o grupo de 9 estacas em câmera de calibração metálica para se
obter a variação do da capacidade de carga, dos fatores de segurança (FS) e dos fatores de distribuição
de carga com a profundidade (𝛼𝑝𝑟). Alguns resultados paramétricos e adimensionais para os sistemas
estudados são apresentados, onde se nota que quanto mais externa é a posição da estaca danificada
no grupo maior é a influência deste dano no fator de segurança na condição de trabalho de grupos
intactos e também do fator de distribuição de carga (em um dado nível de recalque). O trabalho
contribui de forma significativa para o entendimento e a previsão qualitativa, adimensional, de
sistemas de fundação profunda quando estes tem uma estaca fisicamente afetada.
2 FUNDAMENTOS TEÓRICOS
qualitativos do comportamento das fundações de granulometria de média a fina com D50 = 0,22.
apresentadas, de modo a contribuir para a As densidades médias obtidas por camada
compreensão do comportamento de tais após os ensaios, foram de 75,8% com desvio
fundações nas condições pré-estabelecidas. padrão médio de 2,8%, para as duas (02)
O sistema de ensaio desenvolvido neste camadas superiores, as quais possuem 20 cm de
estudo consiste numa placa metálica para reação, altura cada, e densidade média de 96,8% com
um cilindro hidráulico para aplicação de carga e desvio padrão médio de 1,2% para a camada
um tanque cilíndrico metálico de paredes rígidas mais inferior, que possui 10 cm de altura.
com 1150 mm de diâmetro interno e 600 mm de Maiores detalhes quanto a preparação do solo
altura para armazenamento do solo. A visão consultar Cordeiro (2017).
esquemática da montagem experimental é Para simular as estacas foram utilizados tubos
apresentada em maiores detalhes a seguir de alumínio com aproximadamente L = 215mm
(Fig.2). de comprimento, diâmetro interno de DINT =
9,24 mm, diâmetro externo com DEXT =
14,71mm e diâmetro da base DBASE = 16,0 mm
(tampa). A Tab.1 apresenta sumariamente os
parâmetros físicos e geométricos das estacas
íntegras.
centro
na presença de estacas danificadas (FS), foram
9P0E 9PIN
mantidas as Cargas Limite de Serviço (QLS-IN) e
borda utilizadas as novas Cargas Convencionadas para
canto os grupos com estacas defeituosas (QC-DANO),
Eq. [4].
𝑄𝐶−𝐷𝐴𝑁𝑂
𝐹𝑆 =
𝑄𝐿𝑆−𝐼𝑁𝑇𝐴𝐶𝑇𝑂 (4)
Fator de Distribuição versus Posição do Dano das obras, além do já convencional controle na
etapa de projeto, pois, desta forma pode-se
antever a uma possibilidade de defeito nas
estacas. Pois, com recalques da ordem de 2,5%
do diâmetro nominal da estaca (2,5%DE), dentre
os casos estudados, além das estacas ainda
estarem sendo mobilizadas, o sistema de
fundações apresenta altos fatores de segurança,
podendo então ser realizada alguma interferência
para garantir a segurança do empreendimento e
das pessoas.
Figura 10 – Variação do 𝛼𝑝𝑟 com o recalque para o grupo
Além disso, sugere-se que para o
de 9 estacas com a presença de uma estaca curta em dimensionamento de fundações sejam realizadas
posições distintas. com base (além da capacidade de carga) nos
recalques em diferentes níveis de carregamento
ou mesmo das rigidezes, o que pode auxiliar no
6 CONSIDERAÇÕES GERAIS controle de alguma anomalia que ocorra nas
fundações.
De maneira geral pode-se observar que quanto Avaliou-se a magnitude e a posição de danos
maior o número de estacas do grupo, e estruturais de encurtamento de estacas, ou seja,
consequentemente, menor o número “relativo” danos que já se encontravam nos grupos desde
de estacas danificadas no grupo, o “novo” os carregamentos iniciais. Porém, o que se
comportamento do sistema tende a se aproximar sugere acima de tudo, é que em cada nova
do comportamento do grupo intacto em termos configuração dentro de um mesmo grupo sejam
de capacidade de carga. Para efeitos avaliadas por estágios de carregamento, não
comparativos foram utilizados os mesmos apenas para as cargas últimas e de trabalho,
critérios máximos de recalques (10%DE) com auxiliando desta forma a realização de
seus carregamentos correspondentes. Em retroanálises e, baseado nos recalques ou
Cordeiro (2017) o autor compara os resultados rigidezes, prever sua nova capacidade de carga e
qualitativos com um caso apresentado por propor assim um melhor momento e local para a
Freitas Neto (2013) e observa uma tendência de intervenção.
comportamento, mesmo para os baixos níveis de O ensaio em modelo 1g em areia se
tensão nos ensaios em escala reduzida. Não apresentou como uma boa alternativa para
pretende-se fazer uma extrapolação destes investigar o comportamento de fundações em
resultados, porém, estes servem para um auxiliar grupos de estacas com a presença de estacas
na compreensão do comportamento de radiers defeituosas.
estaqueados na presença de estacas defeituosas.
AGRADECIMENTOS
7 CONCLUSÕES
CNPq
Este trabalho buscou analisar qualitativamente o CAPES
comportamento de radier estaqueado com e sem UFPa/UnB/UFG
presença de estacas danificadas em escala Dinamiza Consultoria e Engenharia Ltda
reduzida com níveis de tensão 1g. Roads Consultoria e Engenharia Ltda
Conclui-se, mediante os resultados obtidos
experimentalmente em escala reduzida 1g, que é
de fundamental importância o controle do
comportamento carga-recalque desde o início
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REFERÊNCIAS
RESUMO:
O objetivo do presente trabalho é apresentar a modelagem e análise de uma ECSR através do
Método dos Elementos Finitos no programa CRISP92-C e os resultados gerados por ele. O trabalho
visa analisar a influência da coesão e ângulo de atrito de solos arenoso e rigidez do reforço em uma
ECSR hipotética, além de obter os valores de trações máximas e o local onde esta ocorre no
reforço, além de inferir a deformação que o solo sofrerá, permitindo visualizar o comportamento
das tensões no solo, deformação da massa e tração ao longo de todos os níveis do reforço.
Analisando os resultados pode-se constatar que as trações em todos os níveis aumentam com a diminuição da
coesão e do ângulo de atrito do solo reforçado. Quando analisado a influencia da rigidez do reforço na
estabilidade da ECSR, conclui-se que com o aumento da rigidez as trações no reforço são maiores.
análise de uma ECSR no programa CRISP92-C A proposta para a geometria da ECSR foi
e os resultados gerados por ele. Além disso, obtido através da pesquisa de dissertação de
será feita uma análise dos resultados com a mestrado de Almeida (2014). Na pesquisa da
variação dos parâmetros do solo, e reforço e autora, na malha de elementos finitos é
suas influências nas forças atuantes na utilizado o elemento discretizador do tipo
estrutura. quadrilátero (com 9 pontos de integração).
Assim foi possivel a distribuição dos elementos
ao longo de toda a estrutura e da região
2 METODOLOGIA reforçada, onde foi feita uma maior
discretização (Figuras 2, e 3).
2.1 Geometria e discretização da ECSR
Tabela 1. Dados referentes ao caso base. 2.3 Inserção dos dados no CRISP92-C
Geometria Reforço Face
H: 5m Si: 0,01 Si: 0,01 Nas análises computacionais das estruturas de
L: 4m Ea: 243,18kN Ea: 24,318 kN solo reforçado do trabalho de Almeida (2014)
Sv: 0,5m Tipo: geotêxtil foi considerado o processo construtivo
incremental. Esse processo consiste no simples
Solo do aterro Solo da fundação
lançamento dos elementos da região reforçada e
K: 300 K: 600
Kur: 450 Kb: 450
daqueles da região não reforçada na malha em
n: 0,5 n: 0,25 etapas sucessivas até ser atingida a geometria
Rf: 0,8 Rf: 0,7 final da estrutura. Cada ciclo da construção foi
Kb: 100 c': 0 (kPa) detalhado com um bloco incremental no
c': 0 (kPa) ': 36° programa de elementos finitos CRISP92-SC,
': 30° Δ': 1 englobando a execução de uma camada de solo
Δ': 0 : 20,4 (kN/m³)
: 19,6 (kN/m³)
reforçado e de uma camada de aterro do
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terrapleno da estrutura na região não reforçada, seus eixos coordenados, segundo os quais os
ambas no mesmo patamar e com espessura resultados estão organizados, sendo: H - altura
igual ao espaçamento vertical entre reforços da estrutura, L - largura do reforço, x - distancia
(Sv), e do trecho de face correspondente. Em horizontal a partir da face interna, y - distância
cada bloco incremental, o programa processou vertical a partir da base.
o lançamento simultâneo dos elementos de face, 3.1 Trações
de reforço e de solo das regiões reforçada e não
reforçada, pertencentes à camada em questão. 3.1.1 Análise para variação da coesão do solo
Partindo disso, após a definição dos do aterro reforçado
dados de geometria, juntamente com os
parâmetros dos reforços, face e solos utilizados
no aterro reforçado, aterro não reforçado e solo
de fundação do caso base (Tabela 1), foi
realizado a entrada de dados no programa.
Utilizando estas informações, foi criada a malha
do problema no Excel, com as informações dos
tipos de elementos, os números de vértices e
Gráfico 1. Trações no topo do aterro reforçado
coordenadas dos nós.
considerando variação da coesão do solo.
Após esta etapa foi possivel inserir os
dados no programa CRISP92-C, e assim
visualizar a malha da ECSR. Posteriormente a
entrada de dados iniciais é realizada a entrada
de dados para o cálculo das tensões in situ,
anisotropias, efeitos da compactação, além de
inserir e modificar os dados de parâmetros do
solo, reforço, zona reforçada, dos elementos do
reforço e face da ECSR no programa. Com Gráfico 2. Trações no meio do aterro reforçado
isso, foram criados e incorporados no considerando variação da coesão do solo.
CRISP92-C os arquivos que representam os
deslocamentos, trações no reforço e tensões
efetivas, e a partir destes dados foram gerados
os arquivos que foram usados para interpretação
no Excel dos resultados finais obtidos.
3 RESULTADOS
Gráfico 3. Trações na base do aterro reforçado
As trações e tensões foram obtidas para todos considerando variação da coesão do solo.
os 10 níveis do reforço, considerando o 1° nível
a base e o 10° nível o topo do aterro. Porém,
para simplificar serão exibidos e analisados
apenas os resultados para três níveis do reforço
(topo, centro e base do aterro reforçado).
Nos gráficos serão representadas as
trações (T), trações máximas (Tmáx) e tensões
horizontais no aterro reforçado, de acordo com
as variações dos parametros de solo e reforço.
Na Figura 4 está esquematizada a ECSR com os
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Gráfico 13. Deslocamento da ECSR para o caso base. Gráfico 15. Deslocamento da ECSR para coesão do solo
igual a 15 kPa.
AGRADECIMENTOS
REFERÊNCIAS
Adib, M. E. (1988) Internal lateral earth pressure in
earth walls. Ph.D. dissertation, University of
California, Berkeley, California.
Almeida, R.C.M.B. (2014) Estudo do efeito da face sobre
o equilíbrio de estruturas de contenção de solo
Gráfico 18. Deslocamento da ECSR para o índice de reforçado sob condições de trabalho. Dissertação de
rigidez do reforço igual a 1. mestrado, Programa de pós-graduação em Engenharia
Civil, Universidade Federal do Espírito Santo,
Vitória, 134 p.
Os deslocamentos observados nas Dantas, B.T. (1998) Método de análise de taludes
malhas acima coincidem com os valores obtidos reforçados sob condições de trabalho. Dissertação de
nos gráficos. No caso base o deslocamento é mestrado, Programa de pós-graduação em
acentuado na região da base e próximo á face Engenharia– COPPE, Universidade Federal do Rio de
Janeiro, Rio de Janeiro, 92 p.
do aterro. Com o aumento da coesão e do Dantas, B.T. (2004) Análise do comportamento de
ângulo de atrito do solo este deslocamento estruturas de solo reforçado sob condições de
diminui. A variação do ângulo de atrito trabalho. Tese de doutorado, Programa de pós-
apresenta uma influência maior no graduação em Engenharia, Universidade Federal do
deslocamento da ECSR do que a variação da Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 209 p.
Duncan, J. M.; Byrne, P.; Wong, K. S.; Mabry, P.(1980)
coesão do solo. O aumento da rigidez do Strength, stressstrain and bulk modulus parameters
reforço provoca uma considerável estabilidade for finite element analyses of stresses and movements
e diminuição do deslocamento do solo. in soil masses. Geotech. Engrg. Res. Rep. No.
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médias e rijas, além de solos arenosos Dentre as análises mais rigorosas, destaca-se
relativamente compactos, com elevados NSPT já como uma das ferramentas mais eficazes, o
nas primeiras camadas de solo. método dos elementos finitos tridimensionais
Novak et al. (2005) afirma que a grande (MEF). Segundo Novak et al. (2005), o M.E.F
dificuldade no cálculo das fundações em radier corresponde ao mais adequado método para
estaqueados provém da não consideração das análises de radier estaqueado, tendo em vista a
diversas interações existentes entre os diversos dificuldade dos métodos simplificados no
elementos componentes do sistema. equacionamento das complexas interações entre
Contudo, com o desenvolvimento dos os componentes do sistema de fundação.
modelos numéricos computacionais, o método Quanto às metodologias simplificadas,
dos elementos finitos mostra-se como uma podem-se destacar os métodos baseados na
ferramenta de grande valia na análise do teoria da elasticidade, como a formulação
comportamento deste tipo de fundação, “PDR”, que é uma combinação dos métodos de
especialmente pela praticidade oferecida pelos Poulos e Davis (1980) e Randolph (1994).
diversos softwares disponíveis no mercado.
No desenvolvimento desta pesquisa, optou-se 2.1 Método Poulos, Davis e Randolph (PDR)
pelo uso do programa Plaxis 3D Foundation
versão 1.1, e por meio deste foram realizadas Poulos e Davis (1980) apresentaram um modelo
modelagens numéricas de provas de carga tri-linear para descrever o comportamento do
estática executadas por Soares (2011), em radier estaqueado quanto às previsões de carga-
fundações nas concepções de radier estaqueados, recalque, sendo este baseado na consideração da
sobre uma, duas e quatro estacas; grupo de mobilização total das estacas que integram o
estacas, com uma, duas e quatro estacas; e radier radier estaqueado. Enquanto Randolph (1994)
isolado, localizadas em região de solo arenoso, sugeriu estimar a rigidez do radier estaqueado
na faixa litorânea de João Pessoa – PB. Os por meio da expressão:
parâmetros geotécnicos utilizados nas
simulações numéricas, conforme prática comum K PG (1 - 2 RP ) K R
no Brasil, foram estimados através de K PR = (1)
1 RP
2
( K R / K PG )
correlações empíricas a partir de valores de NSPT.
O objetivo deste trabalho consiste em
confrontar a previsão das curvas carga-recalque Onde:
e as análises de transferência de carga obtidas KPR = rigidez do radier estaqueado;
através do software Plaxis 3D aos resultados KPG = rigidez do grupo de estacas;
experimentais alcançados por Soares (2011), KR = rigidez do radier isolado;
com o propósito de validação dos modelos αRP = coeficiente de interação radier-estaca.
numéricos para análises futuras, de forma a
possibilitar uma melhor compreensão do E, o percentual de carga absorvida e
comportamento das fundações estaqueadas em transmitida ao solo pelo radier (X) é dado por:
solos típicos da região.
PR K R (1 - RP )
X = (2)
2 METODOS DE ANÁLISES DE RADIER PT K PG K R (1 2 RP )
ESTAQUEADOS
2.2 Métodos dos elementos finitos (MEF)
Existe um vasto número de métodos para análise
e dimensionamento de fundações em radier O Método dos elementos finitos corresponde a
estaqueado, como os métodos simplificados, as uma das ferramentas numéricas mais utilizadas
metodologias computacionais aproximadas e os nas análises de estruturas de fundações, podendo
métodos computacionais rigorosos. está prontamente disponível para processamento
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Profundidade (m)
cada um dos materiais, permite ao software, 10
simular, com certa precisão, o comportamento de
15
diversos tipos de fundação, especialmente os
sistemas mais complexos, como as fundações em 20
radier estaqueado. Média SP3 e SP4
A ferramenta finita empregada nesta pesquisa 25
Média SP1 e SP2
foi o software Plaxis 3D Foundation, na sua 30
versão 1.1. Este programa foi desenvolvido na
Holanda, pela Universidade Tecnológica de Figura 1. Valores médios dos NSPT para quatro sondagens
Delft e representa uma das plataformas finitas (SP1, SP2, SP3 e SP4).
mais consolidadas no mercado quanto à análise
computacional de problemas geotécnicos. As concepções de radier estaqueados foram
diferenciadas as fundações de grupo de estacas,
exclusivamente, pela consideração do contato do
3 METODOLOGIA radier com o solo. Soares (2011) concluiu que a
consideração do contato bloco-solo proporciona,
3.1 Estudo experimental de Soares (2011) não só ganhos com o aumento da capacidade de
carga, como também a redução significativa dos
Soares (2011) realizou sete provas de carga recalques nas fundações estaqueadas, conclusão
estática em fundações projetadas em escala real, que condiz com os estudos apresentados por
considerando-se três sistemas distintos de Poulos (2001) e De Sanctis et al. (2002).
fundação, sendo executado um total de quatorze
estacas do tipo Hollow Auger, medindo cada 3.2 Parâmetros geotécnicos
uma, 0,3 m de diâmetro e 4,5 m de comprimento,
além de um bloco pré-moldado rígido com 1,55 Os parâmetros geotécnicos utilizados nesta
m x 1,55 m x 0,85 m. pesquisa foram determinados por intermédio de
As fundações ensaiadas foram: correlações empíricas com o NSPT médio das
Um radier isolado; quatro sondagens disponibilizadas por Soares
Três radiers estaqueados, com uma, duas e (2011), conforme figura 1.
quatro estacas; Com o objetivo de garantir uma maior
Três grupos de estacas, com uma, duas e fidelidade nos resultados diante das limitações
quatro estacas. do ensaio Standard Penetration Test (SPT),
Os ensaios foram realizados na faixa costeira especialmente, no que diz respeito às limitações
da cidade de João Pessoa-PB, uma região relacionas ao efeito da energia de cravação e a
características pela presença de solos arenosos definição das tensões efetivas, estes valores
com alto índice de resistência a penetração foram corrigidos considerando-se as concepções
(NSPT), já nas primeiras camadas de solo, modernas de projeto.
conforme pode-se verificar nos perfis de solo A correção do efeito da energia de cravação
disponibilizados pelo autor (Figura 1). foi realizada considerando-se o padrão
americano e europeu (N60) através da relação
direta entre a energia empregada e a energia de
referência (Equação 3).
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mínimos sugeridos por Sosa 2010 (apud Pezo dos radier estaqueados através de uma análise
2013), para os três tipos de fundações analisados indireta entre a tensão média atuante no topo da
nesta pesquisa. Ressalta-se que nas regiões onde estaca e a respectiva área da seção deste
se tenha as maiores tensões, a malha foi refinada, elemento.
de forma a garantir o equilíbrio da análise. Portanto, a carga transmitida ao solo pelo
(Figura 2.a). radier pode ser estimada, facilmente, pela
diferença entre o total da carga aplicada e o
somatório das cargas que chegam ao topo das
estacas. Sendo assim, a dinâmica de transmissão
de cargas foi analisada, indiretamente, meio da
expressão abaixo:
3L
Qip = vi . Ap (5)
Onde:
a)
b) 6B Qip = carga atuante no topo da estaca i;
B
Figura 2. Malha bidimensional (a) e tridimensional (b) do vi = tensão vertical média atuante no topo da
radier estaqueado com duas estacas. estaca i, obtida na saída gráfico do programa
Plaxis 3D Foundation;
O programa Plaxis 3D foudation versão 1.1 Ap = área da seção transversal da estaca.
utiliza o critério de Coulomb na distinção entre
os comportamentos elásticos e plásticos, Desse modo, carga Q P suportada pelo grupo de
especialmente nas regiões de mudança abrupta n estacas pode ser obtida por:
de condições de contorno entre solo e o elemento
estrutural, onde os recalques tendem a serem n
maiores. O manual da ferramenta sugere a Q P = Qip (6)
adoção de um coeficiente de interface (RINTER) i1
Deslocamento (mm)
recalque obtidas nas sete modelagens realizadas -3
no programa Plaxis 3D foram comparadas aos
-6
resultados das provas de cargas realizadas por
Soares (2011). Em seguida, realizou-se uma -9
nova avaliação comparativa entre os resultados -12
numéricos e experimentais, desta vez entre os EXP.R1
-15 NUM.R1. R=0,67
percentuais de cargas transmitidos ao solo por
cada um dos elementos estruturais que compõe -18
os radier estaqueados.
Figura 4. Curva carga-deslocamento do radier com uma
estaca.
4.1 Deslocamento e rigidez
Nas análises dos radier estaqueados de duas e
Na figura 3, observa-se boa aproximação entre quatro estacas, respectivamente figuras 5 e 6,
as previsões de carga-recalque dos modelos percebeu-se considerável semelhança entre as
numéricos e experimental do radier isolado nos previsões de carga-recalque obtidas com o Plaxis
primeiros estágios de carregamento. Contudo, 3D em comparação aos resultados experimentais
para carregamentos mais elevados verifica-se na maior parte do carregamento.
que a curva numérica (NUM.B) assume
comportamento, significativamente, menos Carga (kN)
rígido quando comparada a curva experimental. 0 500 1000 1500 2000 2500
0
Carga (kN)
Deslocamento (mm)
-5
-30
-10
-40 NUM.R2 R=0,67
-15
EXP.R2
-20 -50
-25
NUMB EXPB Figura 5. Curva carga-deslocamento do radier com duas
-30 estacas.
Deslocamento (mm)
apenas para pequenos níveis de deslocamento e -10
carregamentos. Após a metade do carregamento -20
percebe-se que a curva resultante da modelagem -30
numérica (NUM.G1) passa a apresentar rigidez -40
muito superior a curva experimental e as curvas -50
distanciam-se para recalques consideravelmente NUM.G4 R=0,67
-60
distintos. EXP.G4
-70
Carga (kN)
Figura 9. Curva carga-deslocamento do grupo com quatro
0 100 200 300 400 500 600
estacas.
0
Deslocamento (mm)
Carga (kN)
0 250 500 750 1000 1250
0
Deslocameneto (mm)
-10
-20
-30
NUM.G2 R=0,67
-40
EXP.G2
Figura 10. Tensões verticais no radier com quatro estacas
-50 (output Plaxis 3D Foudation).
REFERÊNCIAS
RESUMO: Durante a execução das estacas de ponta aberta pode ocorrer à formação de um tampão
de solo, impedindo parcialmente ou totalmente a entrada de solo no interior desta e fazendo com
que esta atinga capacidade de carga proxima à estaca de ponta fechada, proporcionalmente ao grau
de tamponamento. Assim, este trabalho tem por objetivo simular, numericamente, o processo de
cravação das estacas de ponta aberta em areias e realizar uma análise paramétrica, onde são
variáveis a geometria da estaca e as propriedades do solo, com objetivo de verificar a influência
destes fatores no grau de tamponamento das estacas. Os resultados dos cenários modelados foram
condizentes com as pesquisas de outros autores, ou seja, observa-se que pequenos diâmetros
favorecem a formação do tampão de solo, assim como grandes profundidades de penetração; já para
as propriedades do solo, nota-se que o grau de tamponemanto é proporcional ao módulo de
elasticidade do solo.
Figura 1. Condições de tamponamento: (a) não tamponada; (b) parcialmente tamponada; (c) completamente tamponada
– modificada pela autora (KO; JEONG, 2015).
3 SIMULAÇÃO NUMÉRICA
3.1 Malha
3.2 Interfaces
(a) (b)
Figura 3. Comprimento do tampão de solo normalizado (Lp/Di) versus prufundidade de penetração normalizada (L/Di):
(a) S1-OP-40-9; (b) S1-OP-114-12.
Figura 4. Formação do tampão de solo para a estaca S1-OP-114-12, após: (a) 1000 passos; (b) 2000 passos; (c) 3000
passos; (d) 3500 passos.
quinhentas vezes e ks igual à uma vez o módulo OP-114-12, durante sua cravação.
cisalhante do solo.
Estes coeficientes foram validados com a
modelagem do ensaio S1-OP-114-12, 4 ANÁLISES PARAMÉTRICAS
apresentado na Figura 3 (b). Vale ressaltar que,
na simulação numérica, ambas as estacas foram 4.1 Diâmetro interno da estaca
cravadas a uma velocidade cinco vezes menor
que a de execução. Além disso, não existem A Figura 5 (a) mostra as relações entre o PLR e
processos viscosos envolvidos na modelagem, o diâmetro interno das estacas para a simulação
pois a areia simulada é bastante permeável e da cravação de estacas com parede de 6 mm de
está livre de água. A Figura 4 apresenta a espessura em areia com densidade de 15,0
formação do tampão de solo para a estaca S1- kN/m³, ângulo de atrito de 35,0º e módulo de
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5 CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
O principal objetivo deste trabalho era simular
numericamente a cravação por prensagem de Fattah, M.; Y.; Al-Soudani, e W. H.; Omar, M. (2016).
estacas tubulares de ponta aberta para avaliar os Estimation of bearing capacity of open-ended model
piles in sand, Arabian Journal of Geosciences, Vol. 9,
fatores que interferem no tamponamento destas. p.1-14.
Os resultados foram obtidos com a utilização de Gavin, K. G. (1998) Experimental investigations of open
elementos de interface empregados no and closed-ended piles in sand, Tese de Doutorado,
desenvolvimento de uma análise paramétrica Department of Civil, Structural & Environmental
dos fatores de influência. Assim, obtem-se as Engineering, University of Dublin, Dublin, 334 p.
Henke, S. e Grabe, J. (2008). Numerical investigation of
seguintes conclusões do presente trabalho: soil plugging inside open-ended piles with respect to
1. O método das diferenças finitas é capaz the installation method, Acta Geotechnica, Vol. 3,
de simular o processo de cravação de p.215-223.
estacas de ponta aberta, bem como a Jeong, S. et al. (2015). Bearing capacity analysis of open-
formação do tampão de solo no interior. ended piles considering the degree of soil plugging,
Soils and Foundations, Vol. 55, p.1001-1014.
destas. Sua aplicação foi validada atrás de Ko, J. e Jong, S. (2015). Plugging effect of open-ended
comparação entre os resultados do modelo piles in sandy soil, Canadian Geotechnical Journal,
e resultados de ensaios em câmara de Vol. 52, p.535-547.
calibração. Ko, J.; Jeong, S. e Lee, J. K. (2016). Large deformation
FE analysis of driven steel pipe piles with soil
2. Os módulos normal e cisalhente dos
plugging, Computers and Geotechnics, Vol. 71, p.82-
elementos de interface são correlatos ao 97.
módulho cisalhante do solo – kn igual a Kumara, J. J. et al. (2016). Understanding inner friction
quinhentas vezes e ks igual a uma vez o mechanism of open-ended piles - an experimental
módulo cisalhante do solo, conforme study, Japanese Geotechnical Society Special
Publication, Vol. 2, p.1333-1338.
retroanálise.
Kumara, J. J.; Kikuchi, Y. e Kurashina, T. (2016). Effects
3. O PLR é diretamente proporcional ao of the lateral stress on the inner frictional resistance of
diâmetro interno das estacas, significando pipe piles driven into sand, International Journal of
que estacas de grandes diâmetro Geo-engineering, Vol. 7, p.1-14.
comportam-se como estacas não Lee, J.; Salgado, R. e Paik, K. (2003). Estimation of Load
Capacity of Pipe Piles in Sand Based on Cone
tamponadas e estacas de pequeno
Penetration Test Results, Journal of Geotechnical and
diâmetro como tamponadas. Geoenvironmental Engineering, Vol. 129, p.391-403.
4. O PLR é inversamente proporcional à Lehane, B. M. e Gavin, K. G. (2001). Base Resistance of
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Marciano Maccarini
Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, Brasil, maccarini.m@ufsc.br
Gracieli Dienstmann
Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, Brasil, g.dienstmann@gmail.com
RESUMO: Os aterros de encontro a pontes ou viadutos, além das análises convencionais, exigem
preocupação quanto à determinação da magnitude e distribuição dos deslocamentos horizontais e
dos esforços transferidos aos elementos de fundação, devido à ocorrência do efeito Tschebotarioff.
Esse é um fenômeno que merece atenção no Brasil, especialmente em Santa Catarina, onde a
ocorrência de depósitos de solos moles é comum nas regiões costeiras urbanizadas. Dessa forma, a
área de estudos adotada na pesquisa encontra-se no município de Ilhota, no aterro de encontro à
ponte sobre o rio Luís Alves, na obra de duplicação da BR-470. O aterro em questão encontra-se
afastado cerca de 12 m do último bloco de fundação da ponte, cujas estacas foram cravadas antes do
início do serviço de terraplenagem e, portanto, ficaram sujeitas à movimentação do subsolo
decorrente da sobrecarga do aterro. Para a modelagem computacional, foi realizado o estudo dos
parâmetros e propriedades do subsolo a serem inseridos no modelo, por meio da interpretação de
ensaios SPT, CPTu, adensamento e palheta. A composição do perfil estratigráfico devidamente
caracterizado permitiu a simulação do comportamento do subsolo quando submetido à sobrecarga
do aterro. Para tal, gerou-se um modelo bidimensional em Elementos Finitos, com a adoção de uma
seção representativa para as estacas da ponte. Essa modelagem auxilia na interpretação do
comportamento dos elementos de fundação localizados próximos à base do talude do aterro.
2 SOBRECARGAS ASSIMÉTRICAS
4 MATERIAIS E MÉTODOS
6 CONCLUSÕES
mostra-se importante em aterros sobre solos Universidade Federal de Santa Catarina, 200p.
moles para que se analise previamente os efeitos Velloso, D. A.; Lopes, F. R. (2010). Fundações: critérios
de projeto, investigação do subsolo, fundações
de sua contrução em encontros a obras de arte superficiais, fundações profundas, 1ª ed, São Paulo:
especiais. Dessa forma, caso a sequência Oficina de Textos.
executiva priorize a execução da fundação antes
de finalizada a consolidação do solo, é possível
dimensionar os elementos de fundação para as
solicitações necessárias.
AGRADECIMENTOS
REFERÊNCIAS
em maiores energias de deposição, papel filtro, a pedra porosa, o cabeçote (top cap)
consequentemente obtêm-se amostras mais e os anéis de borracha.
densas. Para contornar a concentração de
deposição, Miura e Toki (1982) recomendam a 2.3 Deposição Úmida
utilização de uma série peneiras a fim de
dispersar o fluxo concentrado que sai do funil. Esta metodologia é apontada por Jefferies e
A Figura 2 apresenta um esquema de pluviação Been (2016) como sendo a técnica em que se
no ar. consegue alcançar uma vasta gama de
densidades relativas, inclusive para corpos de
prova mais fofos.
A metodologia consiste em aplicar umidade
inicial de 5% na amostra, para que o corpo de
prova não desabe quando submetido a altos
índices de vazios, graças a coesão aparente.
A metodologia recomenda que o corpo de
prova seja moldado em seis camadas iguais. As
camadas devem ser cuidadosamente medidas,
garantindo que elas estejam na densidade
desejada.
O topo das camadas deve ser
cuidadosamente escarificado para que elas
possam aderir umas as outras. O procedimento
está sintetizado a seguir:
1- Pesa-se a areia seca em estufa;
2- Adiciona-se água deaerada até a
umidade de 5%;
Figura 2. Pluviação no ar. (Jefferies e Been, 2016)
3- Divide-se o material homogeneizado em
cápsulas;
Corpos de prova de areias bem graduadas
4- Coloca-se o elemento poroso com papel
não devem ser moldados por essa técnica pois
filtro e a membrana na base da câmara
pode haver segregação (Raton, 1993).
triaxial, fixando a membrana com “o-
A pluviação seca possui várias similaridades
rings”;
com a sedimentação em água, como por
5- Coloca-se o molde tripartido, fechando-
exemplo, a utilização dos mesmos materiais
o com auxílio de braçadeira;
(funil, molde, o material seco, bomba, etc.).
6- Dobra-se a extremidade superior da
Contudo, a grande diferença entre as
membrana para fora do molde e aplica-
metodologias é que não há presença de lâmina
se sucção entre a membrana e parede do
d’água durante a moldagem do corpo de prova.
molde (cerca de 30 kPa);
O procedimento de moldagem consiste em
7- Coloca-se o material, com auxílio de
inserir um funil até o fundo do molde, apoiado
uma colher dobrada capaz de entrar no
em cima da pedra porosa e do filtro que ficam
molde tri-partido, em camadas de no
na base da amostra. O funil é preenchido por
máximo 15 mm, compactando-se
solo seco, e levantado lentamente, espalhando o
levemente até completar o molde;
material por todo o diâmetro do molde,
8- Coloca-se a pedra porosa com papel
seguindo uma trajetória em espiral. A altura de
filtro, o cabeçote, e desdobra-se a
queda do solo deve ser a menor possível. O
membrana fixando-a com anéis de
funil com material deve ser lentamente levado
borracha ao cabeçote. Estas operações
até o topo do molde para que seja colocado o
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3 OBSERVAÇÃO DA LIQUEFAÇÃO EM
ENSAIOS TRIAXIAIS
0,0
Utilizou-se duas areias, uma extraída da praia
-100,0
do Leblon, localizada no Rio de Janeiro-RJ e
Δu (kPa)
-200,0
outra extraída de um aterro hidráulico -300,0
localizado em Camboinhas, Niterói-RJ. A areia -400,0
do Leblon é média e grossa, extremamente -500,0
0,0% 3,0% 6,0% 9,0% 12,0% 15,0%
uniforme e, segundo o critério de Ishihara ϵ
(1980) apresenta elevado potencial de
900
liquefação. A areia de Camboinhas é média e
800
fina, razoavelmente uniforme e segundo o 700
critério de Ishihara (1980) também apresenta 600
elevado potencial de liquefação. 500
q (kPa)
A Figura 8 mostra os resultados obtidos com 400
300
duas amostras de areia natural da praia do
200
Leblon. A amostra 1 foi moldada com o método
100
de sedimentação em água e a menor densidade 0
relativa conseguida foi de 56%. A amostra 2 foi 0 200 400 600 800 1000 1200 1400
p' (kPa)
moldada por pluviação seca e a densidade
relativa mínima conseguida foi de 64%. As duas Figura 8. Comportamento tensão deformação e
amostras foram rompidas com tensão efetiva de trajetória de tensões para as amostras 1 e 2 da areia do
50kPa. Leblon-RJ/Brasil. (Corrêa, 2018)
Os resultados evidenciam um
comportamento característico de solo dilatante, A Figura 9 apresenta o resultado de um
ou seja, com variação de poropreção negativa. ensaio triaxial tipo CIU, com deformação
Os métodos de moldagem usados nestes dois controlada, feito nas areias de Camboinhas e do
ensaios não se mostram efetivos quanto a Leblon. O método de moldagem usado foi o de
obtenção de corpos de prova no estado fofo, na deposição úmida. Neste caso, o corpo de prova
melhor das condições esses métodos de pôde ser fabricado com densidade relativa de
moldagem resultaram em amostras 15%, no caso de Camboinhas, e 20%, no caso
razoavelmente compactas. do Leblon e foi rompido com tensão efetiva de
50kPa.
O resultado, mostrado na Figura 9, evidencia
a qualidade do corpo de prova fabricado. A
1800,0 variação positiva de poropressão mostra o
1600,0 comportamento contrátil das amostras
1400,0
ensaiadas.
1200,0
(σ1-σ3) (kPa)
1000,0
Percebe-se o grande aumento de poropressão
800,0 AM1- SEDIMENTAÇÃO EM ÁGUA (Dr=64% seguido por um patamar, devido a característica
e σc=50kPa)
600,0
AM 2- PLUVIAÇÃO SECA (Dr=56% e
contrativa da amostra durante todo o
400,0 σc=50kPa) cisalhamento.
200,0
0,0
A curva de tensão desviadora em função da
0% 3% 6% 9% 12% 15% deformação, apresenta um pico com
ϵ
deformações da ordem de 1% e, logo após, cai
para valores próximos de zero.
A trajetória de tensões efetivas evidencia a
perda de resistência acentuada, deixando claro
que houve liquefação verdadeira no caso da
areia de Camboinhas.
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Local Moldagem Dr e
5 CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
RESUMO: Este trabalho tem como objetivo a montagem do Aparelho de Inderbitzen em escala
reduzida, para avaliar a erodibilidade de micaxisto e granito coletados em áreas de risco aos processos
geodinâmicos na Região do Grande ABC-SP. A montagem foi fundamentada na proposta original de
Inderbitzen (1961) e adaptações posteriores do meio técnico-científico, buscando maior versatilidade,
otimização de espaço e de volume de amostra. Os testes de avaliação do rotâmetro e do desempenho
do equipamento apresentaram resultados satisfatórios de calibração e validação. Pelos ensaios
realizados com o emprego do aparelho, ambas amostras ensaiadas foram classificadas como solos de
média erodibilidade, portanto, os resultados obtidos condizem com as classificações realizadas para
ambas amostras segundo a metodologia MCT e a classificação SUCS. Acredita-se, portanto, que o
Aparelho de Inderbitzen em escala reduzida se mostrou uma interessante ferramenta para avaliar da
erodibilidade dos solos tropicais.
Lemos et al. Bacia do Rio 34,0 x 78,0 Ø = 10,00 cm; Natural 10,91 e 12,93 10 min
(2007) Bucha (PR) cm h = 5,00 cm. mL/s; 16º.
volume fixo de 1 L de água, com variações de Segundo os resultados apresentados por Fácio
vazão iguais a 1,0; 2,0; 3,0; 4,0; 5,0; 6,0 e 7,0 (1991) e pelo Instituto de Pesquisas Rodoviárias
L/min. Para cada vazão regulada no rotâmetro, (1979), as perdas de solo são mais significativas
fez-se três medições do tempo de enchimento do nos primeiros cinco minutos. Por esta razão,
becker, através de um cronômetro. Com estas adotou-se o tempo total de ensaio de trinta
medições, calculou-se a média e, por minutos, com avaliação das perdas de solo a cada
conseguinte, a vazão por meio da equação 1: cinco minutos (5, 10, 15, 20, 25 e 30 min). Os
corpos de prova foram, então, fixados na rampa
𝑉 de modo que a superfície de cada corpo fosse
𝑄= (1)
∆𝑡 coincidente à superfície da rampa e os ensaios
foram iniciados após a estabilização do fluxo de
Onde: Q é a vazão d’água, V o volume do água superficial.
recipiente e ∆t a variação do tempo. As perdas de solo foram captadas por meio
das peneiras de malhas #10, #40 e #200 (Figura
3.2.2 Teste de avaliação do desempenho do 4), em concordância com o ensaio operado por
equipamento Bastos (1999), com ressalva para a peneira de
malha #4 não utilizada em virtude da
Os fluxos de escoamento foram avaliados a fim granulometria das amostras não apresentar
de observar a ocorrência de uma lâmina d’água quantidades de partículas com diâmetro
uniforme por toda superfície da rampa. Sendo equivalente. A fração fina das amostras, isto é,
assim, considerou-se as inclinações de 10°, 20°e que passam na peneira de malha #200 foram
30°. E, para cada inclinação da rampa, definiu-se estimadas de acordo com a relação abaixo:
vazões iguais a 1,0; 2,0; 3,0; 4,0; 5,0; 6,0 e 7,0
L/min, controladas pelo rotâmetro. MPerdasFinos = MTotal – (MPerdasAreia + MRetida) (2)
3.3 Ensaios de validação do aparelho de Onde: MPerdasFinos é massa das perdas de solos
Inderbitzen com amostras de micaxisto e granito finos (silte e argilas); MTotal é massa de solo total
do corpo de prova antes do ensaio de
O ensaio de Inderbitzen para avaliação da Inderbitzen; MPerdasAreia é massa das perdas de
erodibilidade foi realizado com as amostras areias (finas, médias e grossas); MRetida é massa
indeformadas de solos residuais (horizontes C) de solo retida no corpo de prova após o ensaio de
de decomposição de micaxisto e granito de São Inderbitzen.
Bernardo do Campo - SP. Assim, foram talhados
20 corpos de prova de micaxisto e 20 corpos de
prova de granito, com devido cuidado na
manipulação para a manutenção da estrutura e
umidade de campo.
De acordo com os testes de calibração,
determinaram-se duas vazões hidráulicas de Figura 4. Peneiras #10, #40 e #200, respectivamente, com
as perdas de solo registradas durante os ensaios.
trabalho: 6 L/min, por ser a vazão máxima
adequada para a realização do ensaio com fluxo Para a obtenção da altura da lâmina d’água (h)
uniforme e 4 L/min, por ser a vazão média em de escoamento superficial, em cada ensaio
fluxo uniforme medida pelo rotâmetro. As realizado, partiu-se da seguinte estimativa:
inclinações de rampa escolhidas para o ensaio
foram iguais a 10° e 30°, por serem os ângulos h = Q/v.L (3)
extremos avaliados no teste de calibração do
equipamento e que reproduzem alguns cortes
realizados nos horizontes C de micaxisto e
granito.
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Figura 6. Perdas de solo das amostras de micaxisto durante o ensaio de (a) 4 L/min e 10º, (b) 4 L/min e 30º, (c) 6 L/min
e 10º e (d) 6 L/min e 30º.
Figura 7. Perdas de solo das amostras de granito durante o ensaio de (a) 4 L/min e 10º, (b) 4 L/min e 30º, (c) 6 L/min e
10º e (d) 6 L/min e 30º.
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Figura 8. Micaxisto: Perda de solo x Tensão cisalhante Figura 9. Granito: Perda de solo x Tensão cisalhante
hidráulica. hidráulica.
Em comparação com o trabalho realizado por fração também favorece ainda mais a erosão
Souza e Paiva (2015), a avaliação direta da (Bastos, 1999). Assim, confirma-se que as altas
erodibilidade por meio ensaio de Inderbitzen frações de silte e areias finas contidas na amostra
demonstrou a mesma hierarquia apresentada de Micaxisto, designada, pelos procedimentos de
pelas classificações MCT e SUCS entre o solo identificação visual e táctil e pela análise
de micaxisto e o de granito, sendo o primeiro granulométrica, como silte arenoso micáceo
mais erodível que o segundo. contendo aproximadamente 22% de silte e
Com intenção de ressaltar tal resultado, as 67,50% de areia fina na sua constituição
taxas de erodibilidade do micaxisto e do granito, granulométrica e, no caso do solo de
no ensaio de Inderbitzen, foram de 0,067 e 0,018 decomposição de Granito, identificado como
g/cm2/min/Pa, respectivamente. Enquanto o uma areia argilo siltosa com 32,47% de finos
ensaio de perda de massa por imersão (siltes e argilas) e 45,56% de areia finas na sua
modificado da metodologia MCT, apresentou composição textural, contribuem para o aumento
índices de perda de massa (Pi’) iguais a 515% e da erodibilidade desses solos residuais jovens.
60% para o micaxisto e granito,
respectivamente, indicando que o micaxisto
possui um grau de erodibilidade bastante 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
superior ao do granito (Souza e Paiva, 2015). O
ensaio de Inderbitzen demonstrou que, assim A tendência erodível para as ambas amostras
como visto por Souza e Paiva (2015), a parcela ensaiadas, apresentadas tanto pelo emprego do
de areia do micaxisto (78,23%) proporciona uma equipamento de Inderbitzen como pelas
maior tendência à erodibilidade do solo em classificações geotécnicas MCT e SUCS (Souza
relação ao granito, que contém uma quantidade e Paiva, 2015) parece validar o emprego do
de areia inferior (67,33%). Aparelho de Inderbitzen em escala reduzida, o
Por último, segundo Wischmeier e que pode ser também observado pelo
Mannering (1969), solos ricos em silte e/ou areia comportamento erodível desses horizontes em
muito fina (0,05 a 0,10 mm), com baixo teor de levantamentos de campo (Souza e Paiva, 2015).
argila e matéria orgânica, são mais erodíveis. Em Acredita-se que o Aparelho de Inderbitzen,
especial, os siltes são partículas pouco coesivas proposto para este trabalho com dimensões
que, quando dispersas, são facilmente reduzidas, seja uma ferramenta laboratorial
transportadas pelo fluxo superficial, a presença adequada para avaliação direta da erodibilidade
de leves e lamelares partículas de mica nesta dos solos tropicais, em virtude não apenas da
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REFERÊNCIAS
PALAVRAS-CHAVE: Ensaio Triaxial, Argila Mole, Resistência Não Drenada, Efeitos Secundários.
anos 70, pelo IPR-DNER. Pesquisas foram orgânica com espessura aproximada de 8m,
desenvolvidas numa integração entre IPR- sobrejacente a uma camada de argila siltosa. Esta
DNER, COPPE/UFRJ e PUC-Rio (e. g., Lacerda argila foi largamente estudada em trabalhos
et al. 1977). Porém, devido a questões conduzidos por Jannuzzi (2009, 2013) e
principalmente de segurança, a utilização do Jannuzzi et al. (2015). Algumas características
campo experimental de Sarapuí tornou-se da argila mole de Sarapuí II são apresentadas
inviável. Com o apoio da Marinha do Brasil, resumidamente na Figura 1 a seguir.
estabeleceu-se o campo experimental de Sarapuí No presente trabalho, foram realizados 3
II na área da Estação Rádio da Marinha no Rio ensaios triaxiais de compressão: um adensado
de Janeiro (e. g., Guimarães, 2013) anisotropicamente (CAUCL-1) e dois adensados
Este novo campo também está situado na de modo K0 (CK0UCL-2 e CK0UCL-3). Estes
margem esquerda do rio Sarapuí, a cerca de ensaios foram feitos com amostras indeformadas
1,5 km do primeiro campo experimental. extraídas do referido campo experimental à
Diversas pesquisas foram realizadas pela profundidade de 3m. Para esta profundidade, vê-
COPPE/UFRJ e Cenpes/Petrobras no campo de se, pela Figura 1, que γ = 13 kN/m³. Jannuzzi
Sarapuí II. Dentre estas pesquisas, destacam-se (2013) obteve, através de correlações
estudos relacionados a fundações (e.g., Danziger estabelecidas pelo ensaio de dilatômetro, para
et al. 2013, Guimarães, 2013) e testes com o este depósito de argila mole, o coeficiente de
piezocone-torpedo (e. g., Porto et al. 2010). empuxo no repouso de K0 = 0,6.
O campo de Sarapuí II, na região ensaiada,
apresenta um depósito de argila muito mole e
Atividade
Profundidade (m)
Figura 1. Limites de liquidez (wt) e plasticidade (wp), umidade natural (wn), densidade real dos grãos (G), peso
específico (γn), índice de vazios (e0) e atividade versus profundidade (adaptado de Jannuzzi, 2013; Jannuzzi et. al.,
2015).
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Assim sendo, o ensaio CAUCL-1 foi e uma célula de carga externa em forma de S,
adensado para as tensões σ’v = 9 kPa e cuja capacidade de carga é 500 lbf (227 kgf).
σ’h = 5,4 kPa. Já os ensaios Ck0UCL-2 e
CK0UCL-3 foram densados para σ’v=9kPa e σ’h
foi controlado pelo equipamento (automatizado)
durante o ensaio de modo a não permitir
deformação lateral do corpo de prova (CP).
tomando-se γw=9,81 kN/m³. No caso do pistão, entrar na célula triaxial, aplicando assim a força
Wpis foi determinado diretamente com uma desviadora (D). Há, portanto, um movimento
balança e foi verificado ainda o empuxo (Edesl) relativo entre a superfície lateral do pistão e a
exercido pelo volume de água deslocada tampa da célula triaxial, mobilizando assim o
determinado por imersões do pistão em uma atrito (A) nesta interface. A Figura 5 a seguir
proveta graduada. ilustra este raciocínio.
Já Wcp foi calculado através do peso
específico do solo, γ, e dimensões do corpo de
prova, conforme a equação 1:
𝑊 = (𝛾 − 𝛾 ) ∙ 𝐴 ∙ (1)
Assim, para uma tensão vertical desejada para Na Figura 5 estão indicadas as forças atuantes
o ensaio (σv,des), é necessário descontar o efeito no pistão durante o ensaio: reação medida pela
de P no corpo de prova ao se configurar a tensão célula de carga (R), atrito pistão-célula (A), peso
vertical de ensaio (σv,set). Dessa forma, tem-se do pistão (Wpis), resultante do empuxo
que: hidrostático (C) e a força desviadora (D). Nas
leituras de força fornecidas pela célula de carga
𝜎 , =𝜎 , − (3) (R) intrinsecamente existe uma parcela de atrito,
a qual não está relacionada à resistência do solo.
Para ensaios sob altas tensões confinantes, a Novamente alerta-se ao fato de que este efeito
tendência é que a parcela P/A0 seja muito menor pode ser significativo nos ensaios sob baixas
que as demais, de modo que σv,set ≈ σv,des, ou seja, tensões confinantes.
o efeito do peso é reduzido. A medição do atrito, A, foi feita enchendo-se
Já nos ensaios sob baixas tensões confinantes, a célula com água deaerada, aplicando-se tensão
σv,des pode ter a mesma ordem de grandeza de confinante e movendo-se a prensa para cima. A
P/A0. Neste caso, o peso do pistão, topcap e Figura 6 ilustra esta medição sendo feita.
metade do corpo de prova pode ser significativo O valor de A foi calculado ao longo do
para o cálculo de σv,set. deslocamento da prensa, o qual deve ser feito
com uma velocidade compatível com a que será
3.2 Atrito Pistão-Célula utilizada no ensaio.
O valor de R foi obtido diretamente pela
Para aplicação da tensão desviadora, o prato da leitura da célula de carga, Wpis obtido em uma
prensa sobe enquanto o pórtico que contém a balança e C obtido pelo produto da tensão
célula de carga é fixo. A célula triaxial, apoiada confinante atuante pela área transversal do pistão
no LoadTrac, sobe junto com o prato; já o pistão, (C = σc∙apis, sendo apis = 1,32 x 10-4 m²).
restringido pela célula de carga, permanece
imóvel. Como consequência, o pistão começa a
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Geotecnia e Desenvolvimento Urbano
COBRAMSEG 2018 – 28 de Agosto a 01 de Setembro, Salvador, Bahia, Brasil
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𝜐 1+𝜐
2+ 𝜀 +𝜀
1−𝜐2 𝑀𝑣 𝑀𝑎
𝜎 = ( )
[𝜀 (2 − 𝜐) + 𝜀 𝜐] ∙ 2+𝜀𝑀𝑎−𝜀𝑀𝑣
(5)
𝜐 1+𝜐
2+ 𝜀 +𝜀
1−𝜐2 𝑀𝑣 𝑀𝑎
𝜎 =( [𝜀 (2𝜐 − 1) + 𝜀 ]∙ (6)
) 2+𝜀𝑀𝑎 −𝜀𝑀𝑣
Também foi constatado que a resistência axial pouco, podendo atingir 3% de σc.
da membrana (σMa), para o pico de resistência, As Figuras 9 a 11 comparam os gráficos σd vs
corresponde a valores entre 2 e 4% da tensão εa dos ensaios com e sem as devidas correções.
desviadora. Já para grandes deformações, esse A curva em azul (“Corrigido”) corresponde ao
valor pode atingir de 30 a 34% do σd medido. Em ensaio com todas as correções necessárias. Já a
relação à resistência radial da membrana (σMr), curva em vermelho (“A=0”) despreza o atrito
para o pico de resistência observaram-se valores pistão-célula mas considera a resistência da
negativos da ordem de 1 a 2% de σc. Isso membrana. A curva em verde (“Mem=0”)
significa que, além da pressão hidrostática, a negligencia a resistência da membrana mas
membrana também pode aumentar a tensão considera o atrito. Por fim, a curva em laranja
confinante aplicada. Para grandes deformações, (“A=Mem=0”) desconsidera ambas as
esses valores ou não se alteram, ou sobem um correções.
baseados em pontos onde foram realizados amostras das sondagens SPT também acusaram
proximamente os dois ensaios, foi obtida uma essa ocorrência (Figura 6).
correlação empírica entre N10 e NSPT. A
correlação encontrada, com validade para o sítio
da obra em questão, permitiu estabelecer um
valor mínimo de NSPT equivalente até cerca de
3 m abaixo da cota de assentamento das sapatas,
de forma que atendesse as premissas do projeto
de fundações.
O artigo também discute a correlação NSPT x
N10 obtida para o terreno arenoso em questão e
o potencial do emprego do DPL no controle de
qualidade na fase executiva de fundações
superficiais.
2 OBRA EM ESTUDO
Tabela 3. Correlações presentes na DIN 4094 (citadas por número total de dados relacionados. Após
Hafström e Skogsberg, 1994). tratamento estatístico, no qual se eliminou
Tipo de solo Correlações
valores espúrios, a correlação estabelecida
Argila NSPT = 0,6 x N10
Areia limpa N10(DPH) = 0,34 x N10 levou em conta 63 pares de dados N10 e NSPT
acima do nível NSPT = 1,4 x N10(DPH) coletados.
d’água logo: NSPT = 0,476 x N10 Valores de NSPT maiores que 50 foram
para 3 < N10 < 50 considerados por extrapolação para penetração
Areia limpa NSPTacimaNA = 1,1 x NSPTabaixoNA + 5
de 30 cm, a partir do número de golpes para
abaixo do nível N10acimaNA = 2 x N10abaixoNA
d’água logo: penetrações parciais do amostrador padrão.
NSPTabaixoNA = 0,865 N10abaixoNA – 4,545 A Figura 8 ilustra a correlação obtida. O
para 3 < N10 < 50 valor NSPT/N10 encontrado foi de 1,289, com
coeficiente de determinação de 0,819.
Observa-se na breve revisão apresentada uma
variabilidade acentuada nas relações 120
110
estabelecidas entre os dois parâmetros de 100
R² = 0,8194
resistência à penetração. A influência do tipo de 90
80
solo e das diferenças entre equipamentos e 70
procedimentos empregados (apesar das
N10
60
50
referências normativas existentes) são 40
justificativas plausíveis. 30
20
Linear (correlação obtida: NSPT/N10 = 1,289)
10
0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120
5 RELAÇÃO NSPT x N10 ESTABELECIDA NSPT
PARA O SÍTIO DA OBRA Figura 8. Relação NSPT/N10 estabelecida para o sítio da
obra
Na busca de uma relação entre valores de N10
dos ensaios DPL realizados na campanha pelo
Laboratório de Geotecnia e Concreto da FURG 6 ENSAIOS DPL NO “CONTROLE” DO
(item 3) e de NSPT obtidos pela campanha de TERRENO DE APOIO ÀS SAPATAS
sondagens pretérita (item 2), foram comparados
valores de cada ensaio com maior proximidade Com subsídio da campanha de ensaios DPL
na área da obra e em uma mesma profundidade. realizada e da correlação entre NSPT x N10
Destaca-se que se atentou aos registros de cota obtida, foi possível avaliar junto a base de cada
inicial das sondagens SPT e ensaios DPL. sapata se o valor mínimo NSPT = 10 até a
Foram comparados valores médios dos três profundidade de 3 metros, estabelecido pelo
dados de N10 no mesmo intervalo de projetista, era atingido. Caso esta resistência à
profundidade dos 30 cm finais de cravação do penetração não fosse alcançada, era indicada a
amostrador da sondagem SPT relacionada. escavação, reposição e compactação do solo em
Cabe destacar que para cada perfil de SPT e camadas, e um novo ensaio DPL era prescrito
DPL comparados, tinham-se, no máximo, três para verificar a efetividade do procedimento.
valores N10 x NSPT relacionados, em virtude da Exemplificando a aplicação dos ensaios
profundidade dos ensaios DPL realizados DPL, a Figura 9a ilustra uma situação onde o
(máximo 3,3 m), na qual se tinham registros de critério não foi atendido pelo terreno natural e o
no máximo três ensaios SPT. Entretanto, procedimento de escavação, reposição e
fortaleceu a correlação estabelecida o grande compactação do solo foi necessário. Entre 1,2 e
número de sondagens SPT e ensaios DPL 2,1 m o solo apresentou valores de NSPT
envolvidos no estudo e, por consequencia, o equivalente inferiores a 10. Com a compactação
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REFERENCIAS
RESUMO: Ensaios de cisalhamento simples (direct simple shear, DSS), realizados na argila muito
mole de Sarapuí II, são descritos e analisados. Os procedimentos de ensaio, inclusive o processo de
moldagem dos corpos de prova, são detalhados. Uma vez que esse tipo de ensaio, embora
largamente empregado em vários países europeus, tenha ainda emprego restrito no Brasil, aspectos
históricos e conceituais do ensaio são enfatizados.
PALAVRAS-CHAVE: DSS (Direct Simple Shear), argila mole, velocidade de distorção angular,
deformação cisalhante máxima.
1 - Amostra; 2 - Membrana reforçada; 3- Roldanas para aplicação de pesos; 4- Medidor de força vertical; 5- Tampão
bola; 6- Medidores de deslocamento vertical; 7- Caixa deslizante; 8- Medidor de deslocamento horizontal; 9-
Rolamento; 10- Medidor de força horizontal; 11- Caixa de engrenagens; 12- Servo motor permutável; 13- Braço de
alavanca; 14- Pesos; 15- 16 Mecanismo de fixação e ajuste usado para ensaios a volume constante.
Figura 4 – Princípios gerais do ensaio, equipamento de DSS, projeto de 1965 (Bjerrum e Landva, 1966).
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