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CAPÍTULO DOIS
CENA 01
Jardim
Janete abre a porta e sai, ela está no jardim da mansão, e de longe ver Brenda trabalhando
ao lado do jardineiro Seu Juca.
Janete vai até eles.
Brenda-Seu Juca por mais que o senhor explique, eu não consigo entender nada de planta.
Juca-Planta é pra quem tem o dom de cuidar delas Brenda, eu nasci com esse dom, mas tu
não.
Brenda-Deve ser maravilhoso ter um dom assim.
Juca-É, eu me sinto mais perto da natureza.
Brenda-Que incrínvel.
Janete chega.
Brenda sai.
CENA 02
Triagem
Amanda-Oi.
Lucas-Emergência Amanda, um homem foi baleado aqui mesmo no estacionamento, é
grave, você tem que sair daí agora e vir para a emergência agora mesmo.
Amanda-Me aguarde.
Amanda chega ao elevador onde o chama para o primeiro andar, ela bate nos botões com
raiva.
CENA 03
EMPRESA A PORCELANA
ESCRITÓRIO
Eduardo-Que Deus, tenha a santa piedade, eu não aguento mais assinar esses papéis,
minhas mãos estão doendo.
Ele larga a caneta em cima da mesa e vai até a janela respirar um ar.
Nicole abre a porta e entra, ela está segurando um monte de papéis.
Eduardo(alto)-Que inferno! Nicole, você não sabe mais bater na porta não?
Nicole-Desculpa senhor Eduardo é que eu me esqueci com todos esses papéis!
Eduardo-Então trate de ser menos esquecida, agora ponha os papéis em cima da mesa e
cai fora daqui!
Nicole põe os papéis em cima da mesa, Eduardo pega a caneta e torna a escrever de novo.
CENA 05
Brasilândia
Geórgia continua a discurssão com as duas meninas, o garoto homossexual lá atrás grava
tudo e os rapazes também assistem a briga.
Geórgia-Me desculpa meu amor, eu não sabia que você era a dona do bairro.
Menina 1-Mas agora sabe.
Geórgia-A rua é pública não é, de acordo com a constituição eu tenho o direito de ir e vir
para onde quiser.
Menina 1-Você pode ir pra qualquer lugar, mas aqui não.
As duas garotas trocam pelas costas um canivete, que é passado para as mãos da menina
1.
CENA 06
EMPRESA A PORCELANA.
Escritório
Eduardo está com as calças abaixadas e o seu pênis está penetrando o bumbum de Nicole,
esta geme muito.
Nicole-Ah! Ah! Ah, vai mais fundo, mais fundo e não para, não para.
Eduardo-Iai vagabunda tá gostando?
Nicole-Eu tô amando.
Eduardo-Quer mais?
Nicole-Quero, eu quero sim.
Eduardo puxa uma raquete de tênis da gaveta e começa a bater no bumbum de Nicole.
Eduardo atende.
Eduardo-Alô!
Corta para A CASA DOS ALMEIDA SILVA, onde Janete está com o telefone na mão e o
Seu Juca sentado no sofá.
Eduardo-O quê? Mais por quê? O papai já voltou pra casa antes do tempo.
Nicole-O quê? Por que você vai parar agora, o que houve?
Eduardo-Problemas familiares, vai embora daqui.
Nicole-Seu monstro, você só sabe me usar pra depois me jogar fora né?!
Eduardo-Eu não vou perder meu tempo discutindo com uma rapariga feito você não,
qualquer coisa pede demissão.
Nicole-Seu grosso!
Eduardo pega o telefone de volta.
Eduardo-Oi Janete.
Janete-Por favor, diz logo que você já tá voltando pra casa, senão eu vou enlouquecer.
Eduardo-Pode deixar, eu estou voltando agora mesmo.
Eduardo desliga, ele pega a pilha de papéis e sai da sala, entrando em uma outra onde tem
duas bancadas com computador, uma delas está vazia, mas a outra está com Branca no
comando.
Eduardo-E diga para a Nicole que eu peço desculpas e que eu a amo muito.
Branca-Ok chefe.
Eduardo sai.
CENA 07
Sala De Espera
Douglas anda de um lado para o outro, ele está no quarto da sua irmã, ele sai e vai para o
quarto do seu pai.
Douglas o encara por alguns segundos.
Douglas-O senhor deve tá muito satisfeito agora não é, só aí, deitado nessa cama feito um
inválido, enquanto eu tenho que aguentar carregar a pressão de ficar aqui cuidando de uma
mulher que nem é minha irmã totalmente, e você pai, a única coisa que soube fazer de bom
foi infernizar a vida de todas as pessoas que te amavam, a começar pela sua mulher, o
senhor nunca valorizou a minha mãe, nunca valorizou os filhos que Deus fez o favor de te
dar, sempre cobrou de nós algo que a gente nunca quis ser, sempre quis transformar a sua
família num exemplo embora que para isso tivesse que passar por cima dos nossos
sentimentos...(pausa).
Sabe o que você é, um maldito, um velho nojento e imbecil que nunca soube respeitar
ninguém, sabe qual é a única coisa que eu sinto de você, é nojo(alto)-NOJO, porque você
só sabe cobrar perfeição das outras pessoas, mas nunca se esforça nem um pouquinho pra
enxergar os defeitos que existem dentro de você.
Douglas num acesso de fúria começa a socar as paredes ao lado da cama do pai, depois
ele dar um soco na cara de Élio e sem querer arranca o tubo plástico do respirador do pai,
ele começa a ficar ofegante.
Douglas volta a tentar enfiar o respirador no nariz do pai, mas não conssegue, o médico
entra acompanhado por duas enfermeiras que são Rosana e Amanda.
Douglas chora.
Amanda conduz Douglas até a porta, este sai, se encosta na parede, se arrasra até se
sentar no chão e começa a chorar.
CENA 08
Janete-Dona Aline, dona Aline, por favor abre essa porta, a senhora já tá aí á tanto tempo,
eu já tô começando a ficar preocupada.
CENA 09
Douglas está sentado ao chão chorando copiosamente, Camila aparece na porta do quarto.
Douglas(soluçando)-O nosso pai… Foi submetido a uma outra cirurgia, não sei.
Camila-Mas o que aconteceu, por que você tá chorando assim? Não, não me diz que
aconteu alguma coisa.
CENA 10
Silvia-Até que enfim você acordou, eu já tava pensando em ligar pra sua mãe.
Lucas-Nossa, você nem me comprimenta primeiro.
Silvia-Bom dia, ó filho pródigo.
Lucas-Bom dia, ó rainha da chatice, o que é que tem pra comer?
Silvia-Mas que atrevimento é esse? Eainda por cima me trata como se eu fosse sua
empregada!
Lucas-Vai responder, ou eu vou ter que ligar pro vovô.
Silvia-Ah tá! Ele mandou te dizer que tem biscoito no armário e leite na geladeira.
Lucas(alto)-ISSO!
Silvia-Espera!
Lucas-O que é?
Silvia-Você vai ter que ficar um tempo sozinho aqui, eu tenho um encontro com algumas
amigas.
Lucas-Como assim? Você não pode me deixar aqui sozinho.
Silvia-Que foi? Tá com medinho, vai ser apenas por meia hora.
Lucas-Claro que não, eu não tenho medo de nada, tirando você.
Silvia-Tô morrendo de rir, topa ou não topa?
Lucas-Com tanto que você não demore muito.
Silvia-Eu não, já disse que vou ser rápida.
Silvia-Toca aqui!
Silvia-Não esquece, qualquer coisa não liga nem pra sua mãe, nem pro seu avô e nem pro
seu tio, eles estão trabalhando agora, você tem que ligar pra mim.
Lucas-Entendi.
Silvia-Ótimo.
CENA 11
Sala.
Eduardo entra, Seu Juca está sentado no sofá, ele se põe de pé imediatamente.
Eduardo-Oi mãe.
Aline-Eu tô acabada, meu filho, mal cheguei do hospital e nunca conssegui pregar um olho
no outro com tanta angústia.
Eduardo-Mas mamãe, você tem que dormir.
Janete-Eu já disse isso á ela centenas de vezes.
Aline-Será que vocês não entendem, eu tô com o marido no hospital, minha filha tá
desaparecida, como vocês esperam que eu possa simplesmente dormir.
Janete-Mas dona Aline, tanto estresse sem nem um pouco de descanso pode lhe fazer mal.
Aline-Eu não tô nem aí, tudo o que eu mais quero agora é a minha filha.
Eduardo-A gente tem que falar pra polícia.
Aline-Mas isso seria outro escândalo gigante, e eles só procuram depois de 24 horas.
Eduardo-Mamãe, mas isso já é demais, trata-se da sua filha, que pode tá correndo risco de
vida á essa hora e você pensando em "escândalo" meu Deus.
CENA 11
Douglas continua chorando abraçado a irmã, ele parece está mais calmo, Camila segura o
irmão pelos ombros.
Douglas-Foi um acidente, eu sem querer tirei aqueles fios que ele respirava.
Camila-Não, não é possível, Douglas pelo amor de Deus fala que você tá mentindo!
Douglas-Eu não sei, o médico me expulsou lá do quarto, eu tô com medo de ir preso.
Camila-Mas ele te disse que o papai morreu?
Douglas-É como eu te falei, ele só mandou que eu saísse do quarto.
Camila-Então cala a boca, e espera aí mesmo sentado e se o papai morrer, o primeiro
passo que você deve tomar é se manter em silêncio constante e negue qualquer acusação.
CENA 12
Silvia está em frente á sua casa, esta chama um táxi, que para em frente ao local, ela entra.
CENA 13
Brasilândia.
Geórgia continua brigando com as duas meninas, até que um dos rapazes vem separar a
briga.
Geórgia-Me solta, me solta que eu quero continuar quebrando a cara dessa cretina.
Rapaz 1-Já chega, já deu, cês tão tudo pirada hoje.
Menina 1-Isso segura, ela bem pra que eu posso acertar essa.
Geórgia em um salto conssegue evitar o soco que a outra garota ia lhe dar.
Ela dá um chute com os dois pés em sua barriga, esta despenca até o chão e é socorrida
pela amiga.
Ela tenta se desvenciliar dos braços da amiga, mas é contida por esta e pelo Rapaz 1.
Geórgia ri alto.
Rapaz 1-Deixa, pode deixar que tu ainda vai me agradecer de joêi dobrado.
Geórgia-Ó aqui ó.
Sala
Aline-Ai meu Deus, eu não sei como, mas quando eu tava lá no quarto da Geórgia eu
estava sentindo uma coisa muito ruim aqui no meu coração, mas parece que agora eu tô
mais aliviada.
Janete-A gente não pode deixar de levar em conta que a senhora sentiu a mesma coisa
quando o Élio sofreu aquele acidente e quando a mãe dele morreu.
Eduardo-Meu Deus, cala a boca Janete!
Janete-Eu só tô falando a verdade.
Aline-Eu não sei porque, mas eu como mãe usinto que eu vou descobrir algo vai mudar
totalmente o rumo da minha história.
Eduardo-Fala sério, lá vem a senhora de novo com essa besteira, tomara que o Otávo
chegue logo.
Brenda-Tá aqui dona Aline, um chá de camomila com mel pra acalmar os nervos.
Aline-Não, eu já falei que eu não quero nada, só a minha filha.
Janete-Mas dona Aline, só um chazinho agora não vai lhe fazer mal, pelo contrário só tem a
fazer bem pra senhora.
Aline-Não, meu estômago tá fechado, eu não consigo comer, nem beber nada.
Janete-A senhora tem que ser forte dona Aline.
Aline(gritando)-CHEGA! CHEGA, EU JÁ CANSEI(um pouco mais baixo)-Desde que o meu
marido sofreu aquele acidente que eu não tenho mais sossego, minha filha sumiu, e como
se isso já não bastasse a única coisa que eu escuto é "calma", é que eu tenho que ser forte,
mas desse jeito eu não tô consseguindo ser(chorando)-Eu sou um ser humano com
sentimentos e não uma máquina que não é capaz de sentir nada, eu, eu juro não aguento
mais.
Eduardo-Mãe, por favor coopera com a gente, eu não aguento te ver assim, isso também
me dói muito.
Aline-Eu não sei se eu consigo aguentar mais do que já estou aguentando agora.
Eduardo-Aguenta! Aguenta sim, a senhora sempre nos sustentou até aqui, ensinou essa
família a tirar força de onde menos esperávamos nos piores momentos da nossa vida, a
senhora foi a nossa fortaleza, eu tenho certeza que a senhora precisa se manter sã e
menos desesperada pra enfrentar qualquer notícia que chegar da Janete, ela também é
muito forte e eu sei que ela está bem, agora toma o chá e aquieta um pouco o seu
coraçãozinho de mãe.
CENA 15
Brasilândia.
Geórgia chega até apadaria de Márcia, ela chama por atendimento e Afonso vem atendê-la.
Afonso se retira e bate no quarto de Márcja, esta está jogando no seu PC.
Afonso-Márcia, ô Márcia!
Márcia(Alto)-Oi.
Afonso-A sua amiga tá te chamando lá fora.
Márcia-Já vai!
CENA 16
Camila-Meu Deus, Douglas, mas como tu é sem noção viu cara e o pior de tudo é que eu tô
aqui, mas eu não sei como é que tá o meu filho.
Douglas-Eu já falei que eu não queria fazer nada disso, foi tudo um grande acidente.
Camila-Tu reza viu, reza pra tu não ter que contar isso pra um juiz… Alô… Sim, eu ainda tô
aqui esperando, o papai piorou.
A cena muda para Carlos que está tentando trocar a fralda do seu filho.
Ele segura a fralda com os dedos no nariz.
Camila-Olha, continua cuidando dele direitinho, se ele sentir fome dá o leite dele que eu já
deixei feito na geladeira, tchal.
Carlos-Tá beijos.
Médico-Agora eu só quero entender o que foi que aconteceu aqui afinal de contas?
Camila-O meu irmão estava alterado doutor, foi apenas isso.
Médico-Mas isso quase levou o meu paciente á morte, eu sinto muito, mas eu como médico
terei que relatar isso.
Camila-Eu não sei se você sabe, mas o paciente que acabou de operar trata-se de ninguém
mais, ninguém menos de que o empresário Élio Almeida Silva, uma das pessoas mais
influentes do país, portanto eu tenho certeza de que você não gostaria de problemas com a
família dele não é?
Médico-Como eu disse, o paciente está bem, não corre mais nenhum perigo, mas terá que
ficar de cadeiras de rodas por um longo período.
Camila-Ele já acordou?
Médico-Não é claro, mas isso é uma questão de tempo, de pouco tempo.
Camila-Tudo certo, agora pode ir.
Médico sai.
CENA 17
Dona Alzira está na casa de Sueli, uma senhora de idade e já debilitada, âmbas estão
assistindo á Tv.
Alzira-Vixe como a Suely demora pra tomar banho hein dona Velma.
Velma-É, minha filha sempre foi assim, banho pra ela é mais relaxamento, sem contar que
ela sempre volta muito cansada do trabalho.
Alzira-E que trabalho!
Velma-E como está a sua filha, a Márcia?
Alzira-A Márcia é o meu maior orgulho com certeza, eu vim aqui justamente para convidar a
senhora e a Suely para virem amanhã para a formatura da minha filha, se eu não me
engano já entreguei dois convites para a Suely.
Velma-Minha filha vive muito sobrecarregada, ela com certeza esqueceu de me falar sobre
isso, mas até que enfim viu, ás vezes eu imaginava que a sua filha nunca mais ia parar de
estudar.
Alzira-Pra senhora ver como esses jovens de hoje em dia tem um mundo de oportunidades,
eu mesmo só estudei até o nono ano e pronto.
Velma-Pelo menos nisso eu concordo plenamente com você, lá na roça eu só tive o
privilégio de chegar até a sexta série.
Alzira-Ás vezes a Márcia estudava tanto que eu brigava com ela, acredita que a menina
quando começou não tirava o livro da frente dos olhos um só segundo.
Velma-A Márcia sempre foi muito esforçada, mas eu já passei por esse mesmo perrengue
de adolescência, faculdade e juventude com a Suely, quando ela começou era o tempo
todo, ou de dieta, ou estudando e em festa, encontros com amigos tirando o meu sono.
Alzira-Mas agora a senhora deve ter muito do que se orgulhar, tendo uma filha que cuida
muito bem de você.
Velma-Pois é, esse é o lado bom de ser mãe, mas e o seu outro filho o Mateus?
Alzira-Ele já tem planos para voltar para a casa.
Velma-Ele também já completou os estudos?
Alzira-É claro que não, aquele moleque teve a coragem de trancar á faculdade, ele nunca
quis uma graduação.
Velma-É por isso que eu sempre quis ter apenas uma filha, porque muitas vezes nós que
somos mães acabamos por nos apegar muito com um e nos decepcionar bastante com
outro.
Alzira-É, a senhora tá coberta de razão, eu nem quero imaginar o tamanho da briga que vai
dar entre ele e o pai dele quando o Afonso descobrir.
Velma-Você não contou ainda?
Alzira-Eu estou procurando a melhor forma de fazer isso.
Velma-Mas eu não entendo porque o Mateus largou a faculdade? Ainda mais nos Estados
Unidos?
Alzira-Eu prefiro não comentar.
Velma-Eu também tenho uma neta que nunca representou orgulho para mim.
Alzira-A Vânia.
Velma-Sim, ela não quer voltar para a casa de jeito nenhum, eu já liguei, já supliquei de
todas as formas, mas ela não quer sair do meio daquela guerra de jeito nenhum.
CENA 18
Casa Da Ana.
Sala
Leonor está assistindo a uma novela na Tv, ela está bebericando uma xícara de chá, Janice
entra.
Janice se abaixa um pouco e beija a mãe na bochecha, esta se senta no sofá ao seu lado.
CENA 19
Márcia-Iai Vampirona.
Geórgia-Bem na medida do possível.
Márcia-Então não tá 100 por cento bem né?
Geórgia-É, mas nada que uma visita na casa da minha melhor amiga possa melhorar.
Márcia-Que bom porque eu da minha parte já tava ficando enjoada de tanto estudar.
Geórgia-Eu também não sei como é que tu aguentou 6 anos numa faculdade.
Márcia-Força de vontade e um bom futuro para a minha família foi o que me motivou.
Geórgia-Nossa, é por isso que eu te admiro tanto, você ama tanto a sua família, já eu por
outro lado sinto vergonha da minha.
Márcia-Não diz isso, talvez lá no fundo você ame todos eles, mas só não se dê conta disso.
Geórgia-Olha vamos mudar de assunto, eu vim aqui fazer outra coisa.
Márcia-O quê?
CENA 20
Amanda retorna para a triagem, ela senta na cadeira e uma senhora entra.
Cada De Márcia
Márcia-O que é tão importante que te.fez vir aqui depois de tanto tempo.
Geórgia-Márcia, isso é muito grave, nós devemos manter isso em segredo.
Márcia-Meu Deus, o que foi Gótica? Fala logo.
Geórgia-Márcia, eu acho que eu tô grávida.
Márcia-O QUÊ?
Geórgia-Garota, tá maluca, fala baixo.
Márcia-Meu Deus, é que você me assustou, como assim você tá grávida.
Geórgia-Eu nos últimos dias tô sentindo muito enjôo e tontura.
Márcia-Não acredito, mas isso pode ser outra coisa, você nunca levou em conta isso?
Geórgia-Pelo amor de Deus Márcia! Você vai se formar em medicina, sabe que isso não é
normal, eu já comprei os testes de gravidez.
Márcia-E você quer usar eles aqui?
Geórgia-Olha se você não quiser, eu entendo, até porque eu acho que eu já te envolvi
demais nisso.
Márcia-Não imagina, você pode testar eles aqui mesmo.
Geórgia-Obrigado Márcia, eu sabia que de todas as amigas você era a única que eu
poderia confiar.
Márcia-Amigas são pra isso bobinha.
CENA 22
Triagem
Amanda está sendo amparada pela sua amiga Rosana, ela lhe dá um copo d'água.
CENA 23
Casa Da Ana
Quarto
CENA 23
Casa De Sueli
Sala
CENA 24
Casa Da Márcia
Sala
Geórgia se solta.
Geórgia-Forte? Como você pode me pedir isso? Como eu posso ser forte agora carregando
um filho na barriga? Um filho que a minha mãe vai desprezar com todas as suas forças, só
porque eu tive ele com um empregado.
Márcia-Um empregado?
Geórgia-Sim, um cara que trabalhava lá em casa, a gente transou por várias vezes
seguidas, sempre sem camisinha.
Márcia-Mas você é muito doida né, onde já se viu isso?
Geórgia-Eu fui muito burra mesmo, só agora eu tô me dando conta disso.
Márcia-Mas você tem certeza que fez os testes direito?
Geórgia-Claro, eu não tô ficando maluca, eu sei muito bem usar isso.
Márcia-Agora, é Deus nos acuda.
Geórgia-Que ele me proteja!
Márcia-Mas você pretende fazer o quê?
Geórgia-Você ainda pergunta, eu vou matar esse filho.
Márcia-Quê? Você tá ficando maluca, Gótica isso é um crime.
Geórgia-Eu não tô nem aí, eu já tive muitas amigas que já passaram pelo mesmo drama
que eu e fizeram a mesma coisa.
Márcia-Mas pode ser que tenha dado certo com elas e se não der com você?
Geórgia-Deixa de ser idiota Márcia, eu quero abortar essa criança, vou arrumar um lugar
pra isso, nem que eu tenha que dar uma volta inteira no globo terrestre.
Márcia-Sendo assim, não conte com a minha ajuda para isso.
Geórgia-Como? Você tá pretendendo contar que eu tô grávida?
Márcia-Claro que não, mas eu não posso ser sua cúmplice nesse crime, eu já disse não
conta comigo.
Geórgia-Mas é claro que eu não tô pensando em te envolver nisso, eu quero que você fique
calada, que o resto cuido eu.
CENA 25
Sueli estaciona o carro em frente á casa de Márcia, Alzira está sentada ao seu lado.
CENA 26
Casa Da Márcia
Sala
Alzira entra e vê Geórgia e Márcia conversando, Geórgia está bebendo um copo de água.
Alzira-Geórgia, iai como é que você está?
Geórgia-Bem, eu vim aqui visitar a Márcia.
Alzira-Sério? Já fazia tanto tempo que você não vinha aqui.
Geórgia-Eu sei, digamos que eu andava muito ocupada.
Alzira-Eu fiquei sabendo que o seu pai tinha sofrido um acidente, ele está bem?
Geórgia-Claro, ele está se recuperando.
Márcia-Mamãe, onde você estava?
Alzira-Eu fui na casa da dona Velma, ver a Sueli, mas eu sei que eu não posso deixar essa
casa só com você e o seu pai um só minuto, e por falar nisso cadê ele?
Márcia-Ele teve que sair pra ir comprar algumas coisas que estão faltando.
Geórgia-Alô!
Geórgia-Eu tô aqui na casa de uma amiga minha, mas não se preocupa, eu já tô indo.
Eduardo-Como assim? diz o endereço que eu vou aí te buscar?
Geórgia-Não precisa, eu já tô chegando aí.
Geórgia desliga.
Eduardo-Geórgia!
CENA 27
Casa Da Ana
Sala
Ana-Como? Morar aqui? Mas ela não tem á casa do marido dela?
Leonor-Ela tem medo de que você possa me fazer alguma coisa.
Leonor-Espera! Você tá ficando doida? Como você vai sair daqui com a polícia inteira atrás
de você, por causa daquele carro?
Ana se solta.
CENA 28
Pátio
Amanda-Ainda bem que amanhã é o meu dia de folga, Deus sabe o quanto o agradeço por
isso.
Rosana-Eu sei, não é pra menos, já a minha folga é só final de semana mesmo.
Amanda-A gente é tão guerreiro, luta a semana inteira e somos tratados daquela forma
como eu fui tratada hoje á tarde.
Rosana-Coisas assim acontece com todo cidadão de bem.
Amanda-É, mas não deixa de ser revoltante.
Rosana-Mas pelo visto você não deixou a luta livre pra aquela bandida não.
Amanda-Por muito pouco, aquela tinha umas unhas de ferro viu.
Rosana-Acredito.
Heitor-Iae meninas.
Amanda-O que você quer Lucas?
Heitor-Eu é que pergunto, será que vocês não tão afim de uma carona não?
Amanda-Hum! Tá muito bom andar de pé e eu vou pegar um táxi.
Rosana-Então tchal amiga!
Amanda entra.
Todos riem.
CENA 29
Sala
Eduardo-Ué, é um caminhão.
Janete-Mas o que?
Eduardo-É sério, vem ver aqui.
Janete-Geórgia.
CENA 30
Marília se levanta da cama, ela está completamente nua e começa a se vestir, ao seu lado
está Bira.
Bira-Você já vai?
Marília-Não, tô só me vestindo pra ir me deitar de novo.
Bira se senta.
CENA 31
Amanda chega em casa e encontra o seu filho deitado no sofá, ela lentamente se aproxima
dele, senta no sofá e começa a acariciar sua cabeça.
CENA 32
Casa Da Ana
Sala
Ana-Até que enfim mãe, eu tava aqui feito uma louca te esperando.
Leonor está usando um véu e um óculos, ela retira âmbos e põe em cima da mesa, ela
também segura uma sacola preta.
Leonor-Você acha que é fácil? Sair daqui mais disfarçada que agente da CIA?
Ana-Deixa de besteira, iai consseguiu a gasolina?
Leonor-Claro, eu não sou você.
Ana-Me dá logo e não enche.
Leonor-Você sabe muito bem o que tem que fazer, á essas horas não tem mais um pé de
cristão na rua, leve o carro ao morro velho, mas tente voltar o mais rápido possível, aquelas
bandas são muito perigosas á noite, entendeu?
Ana-Sim.
Ana põe uma jaqueta que está em cima do sofá e põe os óculos.
CENA 33
Ana sai da casa da sua mãe e vai até a garagem onde abre o portão eletrônico com a chave
do carro.
Ana entra e traz o carro para fora, ela acelera.
CENA 34
Morro Velho
Ana sobe dirigindo o carro para o alto de um monte feito de barro, ela sai do carro e despeja
nele toda gasolina, depois acende um palito de fósforo e o incendeia.
Em segundos o carro vira uma imensa fogueira.
Ana-É uma pena que agora eu vou ter que voltar de pé e nesse frio.
CONTINUA…