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Rio Branco-Acre
2020
Clicia Pinheiro da Cunha
Fernanda Davila Silva
Priscila Cândido Cavalcante
Aprovado em......./....../2020
BANCA EXAMINADORA
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Professor(a) Orientador(a)
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Professor(a) avaliador(a)
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Professor(a) avaliador(a)
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Professor(a) avaliador(a)
A IMPORTÂNCIA DAS ESCOLAS INCLUSIVAS NO DESENVOLVIMENTO DO
ALUNO COM AUTISMO
RESUMO
1
Estudante de Pedagogia pela Universidade Paulista-UNIP. E-mail: cliciamaithe@gmail.com
2
Estudante de Pedagogia pela Universidade Paulista-UNIP. E-mail: fernanda25torres@gmail.com
3
Estudante de Pedagogia pela Universidade Paulista-UNIP.E-mail: prycavalcante2017@hotmail.com
4
Graduado em Gestão Ambiental pela UNOPAR, graduado em Pedagogia pela Universidade Paulista-UNIP, Pós
Graduado em Gestão Escolar pela UFAC. Funcionário Público. E-mail: alan.pinheiro2011@gmail.com
1. INTRODUÇÃO
2. HISTORICIDADE DO AUTISMO
5
Leo Kanner nasceu em Klekotow, território do Império Austro-Húngaro em 1896 e se tornou médico pela
Universidade de Berlim em 1921. Em 1930, Leo Kanner fundou o primeiro departamento de psiquiatria infantil no
Hospital Universitário Johns Hopkins, em Baltimore, Maryland, e em 1935 publicou o primeiro tratado de psiquiatria
infantil em língua inglesa.
alteração no comportamento da criança, pois afirmava que a distância dos pais influenciaria o
aparecimento e a predominância do transtorno. As “mães geladeiras”. É importante ressaltar que
a base dessas definições foi um estudo com 11 crianças, que tinham uma incapacidade acentuada
de se relacionar. (KANNER, 1943).
É uma condição neurológica única que era aparentemente decorrente da incapacidade de
estabelecer vínculos afetivos próximos com outras pessoas e para tolerar modificações
menores do ambiente e das rotinas diárias. A característica principal de todas as crianças
autistas era uma incapacidade importante de se relacionar com as demais pessoas,
iniciando-se nos primeiros anos de vida. (KANNER, 1943, p. 217-250).
O autor supracitado, seguiu descrevendo o quadro como uma “psicose”, salientando que
os exames clínicos foram ineficientes para a detecção de sua etiologia. Observou-se também,
respostas incomuns aos ambientes que as crianças eram colocadas, como “maneirismos motores
estereotipados”, resistência a mudanças e comunicação limitada. (KANNER, 1943).
Em consonância ao exposto, Hans Asperger, em 1944, também estava fazendo estudos
com crianças que apresentavam algumas similaridades das que foram descritas no autismo de Leo
Kanner (1943), porém, o autor analisava criteriosamente o padrão de comportamento e
habilidades em meninos, denominados por ele de “Psicopatia Autística”, que seria desordem de
personalidade, baixo interesse em fazer amizades, falta de empatia, uso ativo da fala, movimentos
repetitivos, o não fixar dos olhos num momento de interação, e um interesse maior em
determinados assuntos que lhes chamavam atenção. Para Asperger, essas crianças eram
“pequenos professores”. (SCHWARTZMAN, 1994).
O transtorno do espectro autista é um novo transtorno do DSM-5 6 que engloba o
transtorno autista (autismo), o transtorno de Asperger, o transtorno desintegrativo da
infância, o transtorno de Rett e o transtorno global do desenvolvimento sem outra
especificação do DSM-IV(DSM, 2014).
2.1 LEGISLAÇÃO
Esta lei institui a política estadual de proteção dos direitos da pessoa com autismo no
Estado do Acre. Nesse momento, é importante ressaltar que os direitos das pessoas com autismo
são amplamente assegurados por lei, mas nem todos são garantidos na prática, seja pela
burocracia de um laudo, seja pela falta de preparo de alguns profissionais em saber lidar com essa
problemática.O intuito é garantir que todos possuam o direito a um currículo, métodos, técnicas,
recursos educativos que atendam as suas necessidades, tanto na unidade escolar, quanto no
atendimento educacional domiciliar, como também, garantir que eles tenham um Atendimento
Educacional Especializado em idade adulta e não alfabetizados. (ACRE, 2015).
A Secretaria Estadual de Educação – SEE, se compromete, nesta Lei, sempre que
possível, a continuidade do mesmo mediador de aprendizagem do estudante com TEA, a fim de
garantir melhor adaptabilidade e rendimento escolar, já que a interação social desse aluno e a sua
dificuldade em aceitar mudanças pode comprometer seu desempenho ou avanço educacional.
(ACRE, 2015).
2.1.3 Lei nº 2.284, de 02 de abril de 2018
Conseguinte, publicada no dia 04 de abril de 2018, no Diário Oficial do Estado do Acre
nº 12.273, pág. 86, esta lei institui a política municipal dos direitos da pessoa com Transtorno de
Espectro Autista em Rio Branco e estabelece as diretrizes para a sua consecução. Composta de 21
artigos, essa lei garante a inclusão dos estudantes com TEA nas salas comuns do ensino regular e
nas de AEE em horário oposto, gratuito, preferencialmente no mesmo lugar que está matriculado.
(RIO BRANCO, 2018).
§ 1º - Será garantido o Atendimento Pedagógico Domiciliar - APD sempre que, em
funções de condições específicas dos alunos por restrições clínicas e avaliadas pela
equipe multiprofissional da Educação Especial, não for possível a sua inserção nas
classes comuns do ensino regular, observado o disposto na legislação específica.
§ 2º - Quando necessário o Atendimento Pedagógico Domiciliar - APD, este será
integrado com profissionais da Secretaria Municipal de Saúde e da Secretaria Municipal
de Assistência Social. (RIO BRANCO, 2018, Art. 2º, pág, 86).
É lamentável que as práticas segregadoras estejam sendo consideradas nos dias de hoje,
ao invés de políticas públicas que incrementam e fortaleçam a educação inclusiva nas escolas de
ensino comum. Pois se as escolas não estão alcançando os objetivos descritos nas leis e decretos,
o ideal seria investir na formação dos profissionais, na especialização dos docentes e no preparo
para que todas as crianças com deficiências tenham a garantia do ensino e a efetivação de seus
direitos.
Vigotski (1997) explana que assim como nossas ações não nascem sem uma causa, e são
constantemente movidas por processos dinâmicos, necessidades, estímulos afetivos, também são
nossos pensamentos, que são condicionados psicologicamente e sempre derivam de algum
estímulo, seja ele afetivo ou não. E conclui dizendo que esse condicionamento dinâmico é “por
igual inerente ao pensamento e à ação”.
A relação professor - aluno vai muito além quando ele explora as potencialidades que
são aos poucos reveladas pelos alunos com TEA, uma vez que eles podem ser absurdamente
inteligentes nas exatas, ou humanas, ou seja, naquilo que lhes chama mais atenção. Reconhecer e
ensinar que suas diferenças são desafiadoras e gerar no aluno esse interesse na descoberta, na
curiosidade, no fato de querer aprender cada vez mais, podem contribuir significativamente no
seu avanço pedagógico.
O professor torna-se o autor do aprendizado da criança com TEA. Não apenas em sua
alfabetização, mas no saber diário, nos pequenos estímulos na escola. Sejam eles na ida ao
banheiro, na higienização, no ensino sustentável, no gesto mais básico do dia a dia, como jogar
lixo no lixo, na ida ao refeitório, no diálogo com os demais servidores da escola, na luta pela
inserção dessa criança numa roda de brincadeiras, ou num grupo de estudo. A educação se torna a
chave mais importante das portas que o aluno com autismo encontra.
Não apenas o meio educacional inclusivo, mas também, a comunidade num todo. Criar
uma sala de aula que apoie as diferenças e lute para que todos os alunos possam aprender seus
conteúdos à medida que forem apresentados. Como apresentar os conteúdos e fazer com que as
pessoas entendam a importância da inclusão? O professor, a coordenação pedagógica deverá usar
estratégias variadas para criar redes de apoio, “de modo a expandir a capacidade de resposta da
escola à diversidade de necessidades dos alunos”. (MEC/SEESP, 2006).
Vieira (2015) aponta que temos ricas leis que favorecem as crianças com TEA na
perspectiva do acesso e permanência na escola, porém muitos profissionais não possuem um
currículo inclusivo, capacitações escolares de qualidade, em muitas escolas faltam recursos
didáticos nas salas de AEE, ou até mesmo, na sala comum, ou seja, há garantia de um ensino,
mas nem sempre as crianças são expostas ao que realmente supre suas necessidades educacionais.
Objetivos claros, uma boa liderança docente, o reconhecimento e valorização do
profissional, a supervisão das práticas escolares, o apoio, participação dos pais e da comunidade
escolar são alguns dos fatores que compõem um ambiente favorável a aprendizagem. Isso não
cabe apenas para as crianças com autismo, mas para todas os alunos com deficiência.
Por outro lado, Barberini (2016), cita que a inclusão ainda é uma novidade para os
professores, e muitos deles se sentem frustrados ou impotentes diante das diversidades
características ante as limitações dos alunos e das suas próprias limitações, “por não conseguirem
oferecer atendimento individualizado” (MATOS; MENDES, 2014).
4. RECURSOS E ESTRATÉGIAS
Mitjáns Martinez (2006), cita algumas estratégias inclusivas que podem subsidiar o
trabalho da coordenação pedagógica, como: a criação de ambientes comunicativos/relacionais a
fim de contribuir para novas produções de sentido relacionados a aprendizagem e diferença;
“estimular o desenvolvimento da condição de sujeito negada pelas posições assistencialistas e
paternalistas dominantes”; e:
Conferir novo caráter aos processos diagnóstico e de avaliação educacional, a partir das
seguintes caracterizações desses processos: a) seu caráter qualitativo; b) seu caráter
construtivo; c) seu caráter processual; d) seu caráter interativo; e) seu caráter singular.
(MITJÁNS MARTINEZ, 2006).
Lindquist assinala que o sistema educação de um país deve se adaptar para satisfazer
todas as necessidades das crianças, e não o contrário. Não se pode negar à inserção da criança
com autismo na escola de ensino regular, e sim, criar meios que minimizem as barreiras de
aprendizagem e participação, e maximizar os recursos que podem favorecer esse processo.
(MEC/SEESP, 2006).
Um exemplo comum para minimizar essas barreiras é citado por Oliveira (2000), ao
afirma que brincar não é apenas uma forma de recreação, mas é uma das formas mais intrigantes
de comunicar-se consigo e com os outros, e que com isso, ela pode desenvolver capacidades
importantes como a imitação, memória, atenção, e também é capaz de gerar um desenvolvimento
nas áreas da personalidade, como a socialização, criatividade, devolver afetividade com os
outros, motricidade e o saber.
Conseguinte, o autor mencionado anteriormente aponta o ato de brincar “como sendo
um processo de humanização, no qual a criança aprende a conciliar a brincadeira de forma
efetiva”, que esta envolve a capacidade de argumentação, julgamento e raciocínio. (OLIVEIRA,
2000). Os brinquedos podem ser grandes aliados nesse momento, fontes inesgotáveis de
conhecimento e de interação. (FANTACHOLI, 2009).
Vieira (2015) realizou uma pesquisa com base nas interações sociais de uma criança
com autismo na educação infantil, e cita algumas formas de inclusão do aluno com TEA, que são:
andar em filas com os seus colegas, lanchar com os outros alunos, participar de rodas de
conversas, assistir com os demais, ouvir histórias, participar das brincadeiras e circuitos no pátio
da escola com ou sem brinquedos, e demais recreações coletivas, como correr atrás dos colegas.
Diante de sua pesquisa, Vieira (2015) dissertou que o aluno com autismo ficou
incentivado a participar das recreações, algumas com mais intensidade que as outras, o que é um
importante aliado no processo de socialização. Drago (2012), diz que a escola inclusiva vai muito
além dos procedimentos cooperativos e interações solidárias, ela deve fazer com que o ser
humano se veja como parte de um todo, independente das suas diferenças.
Nas salas de aula, por exemplo, é importante que os conteúdos sejam acessíveis a todos
os alunos, que atendam as diversidades, interesses e o estilo de aprendizagem. Promover a
compreensão e o conhecimento sobre o autismo aos demais alunos é fundamental para a
aceitação e valorização das diferenças, bem como as atividades em grupo que podem estimulá-
los. (MEC/SEESP, 2006).
Barberini (2016), afirma que para um trabalho adequado com os alunos com TEA, os
professores precisam buscar e manter o contato visual direto, a fim de que possa estimular a
comunicação, mediar brincadeiras, usar de linguagem simples e clara para se comunicar, ter o
acesso a computadores, livros, músicas, materiais didáticos e todos os recursos que possam
facilitar sua aprendizagem.
Papim e Sanches (2013), “relatam que o método mais utilizado para trabalhar com
alunos com autismo é a Análise Aplicada do Comportamento (ABA)”, que utiliza a avaliação
comportamental para ajudar, não só para tal, mas para que a base de aprendizado seja
estabelecida. Todavia, Lago (2007), diz que as estratégias de trabalhos mais eficientes dos
professores são constituídas a partir das relações que eles têm com seus alunos.
É notório que as atividades diferenciadas para as crianças com autismo distorcem o
conceito de inclusão, mas se o aluno não consegue acompanhar a turma, mesmo com o seu
mediador de aprendizagem, se não consegue realizar as mesmas atividades que colegas, é
necessário optar pelas atividades ou metodologias diferentes para o ensino. (BARBERINI, 2016).
“Utilizar estratégias pedagógicas diferenciadas é, sem dúvida, uma vertente para igualar as
oportunidades”, mas para que os professores utilizem, é necessário que eles vejam em seus
alunos a capacidade de aprender. (BRIANT E OLIVER, 2012).
É importante que o professor explique quantas vezes for necessário para o aluno
compreender a atividade proposta, bem como estimular a capacidade de concentração
durante as tarefas, pois o que impede o aprendizado do aluno com autismo é o déficit de
atenção à fala do outro, em razão das dificuldades de comunicação e não a existência de
algum problema cognitivo (CUNHA, 2012).
Com isso, o aluno com TEA ficará mais concentrado nas atividades, bem como nos
exercícios de fixação, e principalmente na aula, pois fixará as matérias, além do professor ajudá-
lo a colocar em prática aquilo que foi ensinado na sala de aula. (BARBERINI, 2016). É claro que
haverá erros, ás vezes mais erros do que acertos, mas nenhum trabalho será em vão. (CUNHA,
2012).
Crianças com necessidades especiais deveriam receber apoio instrucional adicional no
contexto do currículo regular, e não de um currículo diferente. O princípio regulador
deveria ser o de providenciar a mesma educação a todas as crianças, e também prover
assistência adicional e apoio às crianças que assim o requeiram. (Declaração de
Salamanca, 1994).
Silva e Almeida (2012) relatam que é necessário que o professor conheça seu aluno com
autismo, entenda suas limitações, características para que possa elaborar as atividades.
CARMARGO et.al (2020), disserta que as dificuldades das crianças com TEA de se engajar com
as atividades escolares pode estar atrelado as características do transtorno, uma vez que seus
interesses são restritos, eles se inflexibilizam e não se dedicam a fazer as tarefas não preferidas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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