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SALVADOR
2015
CÍNTIA DOS SANTOS DE LIMA
SALVADOR
2015
CÍNTIA DOS SANTOS DE LIMA
BANCA EXAMINADORA
SALVADOR
2015
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus e aos orixás, por ter me concedido as graças de eu ter
chegado até aqui, até o fim do curso. Aos meus pais que tanto me incentivaram e deu-me
forças quando eu já não tinha, ao meu pai toda a atenção e incentivo financeiro, e
principalmente a minha mãe que me apoiou desde o primeiro momento em que passei no
vestibular, e fez toda minha vida mudar do interior para a capital baiana. Ao meu irmão
Júnior, e amigos e colaboradores Iraci Oliveira, Antônio Jorge, Lilian Nassif, Toinho Cuia
que me auxiliaram com materiais, informações e perspectivas positivas quanto ao meu tema
escolhido.
A todos os meus professores que contribuíram na minha formação profissional, do
início ao fim do curso. Dedico a todos vocês que fazem parte da minha vida a minha eterna
gratidão.
Muito Obrigada!
“Oh, meu Santo Amaro
Eu vim lhe conhecer
Eu vim lhe conhecer
Samba santamarense
Pra gente aprender,
Pra gente aprender”
The present work in the form of monograph seeks to noticeable adventure tourism in Santo
Amaro Bahia, contextualizing it and identifying their potential and existing attractions,
evaluating the possibility of insertion of this segment and their impact on local development,
aiming at the use of practices and activities already carried out in natural areas. With this
study will obtain the necessary responses to the perception of what the positives and negatives
that the segment of the adventure travel will bring to the city of Santo Amaro. The
methodology used was based on a case study, bibliographical research, qualitative approach
and opinion survey, and search techniques were as primary sources to direct documentation
with field research, and as secondary sources it was documentary research, with research
reports and bibliographical research in libraries and electronic media. From the interviews,
reviews and images presented noted the range of options that the segment will make available
to the city. It was also found the existence of precariousness, poor use of natural attractions
and the abandonment of tourism on the part of the responsible bodies. It was concluded that
the city needs a great incentive, offering a complete infrastructure that can facilitate the
insertion of the segment in Santo Amaro effectively.
APÊNDICE 90
ANEXO 96
1
1 INTRODUÇÃO
A área ecológica que abrange a maioria das cachoeiras e alguns rios existentes no
município de Santo Amaro e seu entorno estão localizadas na APA (Área de Proteção
2
Ambiental) Monumento Natural dos Cânions do Subaé e possui uma área total de
aproximadamente 404,15 hectares. Essa área apresenta significativos recursos naturais de
imensos valores cênicos e paisagísticos, propiciando, inclusive, a prática de ecoturismo e
esportes radicais. Também lá se encontram os corpos hídricos e as diversas nascentes
formadoras dos Rios Peraúna e Sergi, contribuintes do Rio Subaé, impondo-se a recuperação
ambiental de seu entorno, em especial as Áreas de Preservação Permanente, com vistas à sua
preservação. Seu Decreto Estadual n° 10.018 foi criado em 05 de Junho de 2006 (SEMA,
2015).
Para a contribuição deste estudo monográfico, discutiu-se a relação entre o
desenvolvimento do turismo local na cidade de Santo Amaro – Bahia, suas carências e o
intuito da inserção de um novo segmento como atrativo turístico na mesma. O objetivo que
norteou este trabalho foi o de estudar a possibilidade da inserção do segmento do Turismo de
Aventura na cidade de Santo Amaro – Bahia, apontando a relação entre o desenvolvimento do
turismo local na cidade e suas carências. Para a consolidação desse objetivo, foi definido
contextualizar o Turismo de Aventura, discorrer sobre o turismo na cidade de Santo Amaro,
identificar os potenciais e atrativos existentes para o segmento de Turismo de Aventura na
cidade e avaliar a possibilidade de implantar o segmento do Turismo de Aventura e seus
impactos na promoção do desenvolvimento local. Como problema destaca-se: Quais os
pontos positivos e negativos que o segmento do Turismo de Aventura trará para a cidade de
Santo Amaro - Bahia?
Como hipótese, compreende-se que: os levantamentos de dados iniciais apontam que
o segmento do Turismo de Aventura é um forte fator proporcionador de experiências à seus
praticantes, que se explorado de maneira correta, estará impulsionando positivamente o
turismo na cidade de Santo Amaro. Se existem praticantes, é sinônimo de que a inserção do
segmento trará bons frutos para o desenvolvimento da cidade.
Como método de procedimento utilizou-se o estudo de caso, do qual leva-se em
consideração a compreensão como um todo do assunto investigado e a pesquisa bibliográfica,
que tem como finalidade me colocar em contato com tudo que já foi escrito sobre o assunto.
A abordagem apresentada foi qualitativa, onde, através da pesquisa bibliográfica com
conceitos e idéias de alguns autores e com a observação in loco da área natural, contribuição
de envolvidos com o meio turístico tais como empresários, grupo de aventura, guia de
turismo, praticantes de atividades turísticas e secretário de turismo da cidade, pôde-se ter uma
3
idéia do cenário turístico atual, suas carências e potenciais, obtendo-se assim uma amostra não
probabilística por julgamento.
O método quanto os objetivos: pesquisa de opinião, por se utilizar da observação e
análise da contribuição dos atores mencionados acima e haver pouco conhecimento de
pesquisas sobre esse segmento e perspectivas do turismo na cidade. Técnica de pesquisa:
como fontes primárias foram utilizadas a documentação direta com pesquisa de campo,
trazendo entrevistas com um guia de turismo, grupo de aventura, praticantes de modalidades e
o secretário de turismo da cidade; exploratória pela inexistência de estudos nessa perspectiva;
e descritiva onde há uma análise e observação sobre os dados coletados. Como fontes
secundárias utilizou-se a pesquisa documental, com relatórios de pesquisa e pesquisa
bibliográfica em bibliotecas como: Uneb, Central, Nicsa, Centro Referencial de
Documentação de Santo Amaro, publicação em livros, meios eletrônicos como sites oficiais,
blogs, entre outros.
No primeiro momento é apresentado o Turismo e sua evolução histórica, seguida pela
movimentação econômica que a atividade proporciona, constatando assim a importância no
âmbito histórico e econômico.
Em seguida são apresentados os dados referentes ao Turismo no Brasil, bem como sua
estrutura organizacional, mostrando que o governo do país já se atentou para a importância da
atividade e tem buscado constante aprimoramento e atenção. Destacam-se ainda alguns dos
órgãos mais importantes no âmbito do turismo em níveis internacional, nacional e estadual.
No terceiro capítulo, são apresentados o histórico e definições de
atividades/modalidades em ambientes naturais, seus órgãos protetores ambientais e a
abordagem do segmento do turismo de aventura que se utiliza destes meios para ocorrência.
Como contribuição são mencionados alguns destinos do turismo de aventura nacionais e
internacionais de referência, o histórico da atividade no Brasil, as entidades e eventos
relacionados ao segmento, as especificidades e atividades englobadas no conceito. É abordada
também a aplicação da certificação e normatização, descrevendo sua importância para o bom
funcionamento das atividades do segmento do Turismo de Aventura. Para finalizar a pesquisa
bibliográfica e documental são abordados os aspectos que determinada o que uma região deve
possuir para receber o turismo de aventura, tanto relativo à infraestrutura quanto aos recursos
naturais.
Já no quarto capítulo é abordado como forma de enriquecimento para o trabalho, a
cidade de Santo Amaro, que é tomada como um estudo de caso. Para isso, faz-se necessária a
4
localização espacial, territorial da localidade, seu histórico e dados atuais. Em seguida, são
destacadas as áreas de Santo Amaro propícias para a prática de atividades atreladas ao turismo
de aventura, bem como sua infraestrutura atual encontrada. Com o objetivo de conhecer
experiências e relatos de praticantes de atividades na cidade de Santo Amaro, definiu-se
primeiramente identificá-los e escutá-los. Para este fim, o levantamento de informações por
meio da técnica de entrevistas mostrou-se o mais adequado para a captação de pontos de vista
diferenciados.
A pesquisa referente aos dados bibliográficos e documentais foi realizada em
bibliotecas, meios eletrônicos, acervo próprio e acervo de terceiros. Devido à escassez de
produção acadêmica voltada especificamente para o turismo de aventura, foi necessária a
pesquisa via internet, principalmente para a obtenção de dados referentes às entidades que
estão atreladas de alguma forma ao turismo de aventura. O meio virtual também foi utilizado
para a obtenção de imagens, com o intuito de ilustrar as atividades do segmento.
No quinto capítulo apresenta-se uma análise dos dados da qual foi realizada de
maneira qualitativa, ou seja, por meio das definições, interpretações e reflexões, baseadas nas
informações encontradas e na opinião dos entrevistados. Apesar de algumas limitações
encontradas, espera-se que esta monografia possa contribuir para a discussão acadêmica,
continuidade de estudos do segmento na região, e que possa aguçar a curiosidade dos que, de
alguma maneira, se interessam pelo mesmo. Segundo Dencker (1998), no que diz respeito ao
propósito dos estudos, é importante estabelecer a continuidade, ligando resultados de um
estudo e de outro, desta forma a elaboração deste trabalho almeja abrir caminhos para
discussões e aperfeiçoamento do setor turístico, mais especificamente do turismo de aventura.
No sexto e último capítulo apresenta-se a conclusão, onde é especificado de maneira
crítica, um breve apanhado de todos os dados e resultados obtidos durante a pesquisa.
5
2 REFERENCIAL TEÓRICO
bastante o trabalho de Cook, pois, era rápido, seguro, confortável e barato, e já estava
implantado em todas as regiões da Europa. A fórmula do seu sucesso começou a ser copiada
originando assim a abertura de grandes empresas mundialmente conhecidas no setor turístico
como a Agência Abreu, em Portugal; a Wells Fargo Co. nos Estado Unidos e Cook & Son e
Kuoni.
Já em 1858, surgia a era dos cruzeiros marítimos de luxo com viagens de Liverpool a
Nova York com o transatlântico inglês Great Eastern com capacidade para 4000 pessoas. Em
1883, o trem Expresso do Oriente ligou Paris a Constantinopla, sendo um cenário incluído
num romance da escritora Agatha Christie. Esse foi um momento no qual os transportes
modernos tiveram um grande desenvolvimento e o turismo passou a ser objetivo de quem
procurava lazer e descanso. O homem sempre idealizou uma situação econômica da qual lhe
permitisse uma vida mais confortável e com mais horas livres. No século XX, a partir da
primeira guerra mundial, abriam-se as portas que serviriam de impulso para o crescimento do
turismo, onde surgiam as férias remuneradas, viagens de férias, era do automóvel e instalação
de free shop nos aeroportos. Com a ampliação do tempo ocioso, os habitantes das nações
passaram a dispor de mais horas livres, com isso influenciou a redução nos custos de
transportes e a globalização da informação sobre atrações turísticas mundiais (IGNARRA,
1999).
É o que se descreve na afirmação: Na busca pela hegemonia capitalista, houve
intensificação dos fluxos de mercadorias, serviços, tecnologias, informações e pessoas, assim
como aceleração do processo de modernização dos transportes e das comunicações
(LICKORISH ; JENKINS, 2000, p. 10). Outros fatores que contribuíram para o
desenvolvimento do turismo foram: segurança, salubridade e alfabetização crescente.
No entanto, o turismo é mais do que somente viajar, mas se caracteriza por ser uma
atividade econômica decorrente das deslocações e permanências dos visitantes num lugar,
utilizando-se dos equipamentos como transporte, alimentação, hotéis, entre outros. É o que se
define como “Soma de relações e de serviços resultantes de um câmbio de residência
temporário e voluntário motivado por razões alheias a negócios ou profissionais” (TORRE,
1992, p. 19). A partir do século XX surgem diversas outras definições para o Turismo nas
mais variadas escolas acadêmicas, Geografia, Economia, Sociologia e etc. Dentre a gama de
pesquisas e publicações na área do Turismo, encontram-se alguns de seus conceitos definidos
por diversos autores formados na área.
Beni (1998, p. 36) o define como “a soma dos fenômenos e das relações resultantes da
7
No Brasil:
A Associação Brasileira de Agências de Viagens (ABAV) é uma entidade
empresarial sem fins lucrativos que tem por finalidade congregar e representar os
interesses de suas agências associadas, representar os Agentes de Viagens, defender os
legítimos objetivos da Indústria do Turismo, colaborar com os poderes públicos no
estudo e solução dos problemas do setor, e fomentar o desenvolvimento do Turismo
Nacional em todas as suas manifestações.
8
Na Bahia:
Outro órgão de importante participação no âmbito turístico foi a Empresa de
Turismo da Bahia S. A. (BAHIATURSA), uma empresa de economia mista vinculada à
Secretaria de Turismo, sendo responsável pela divulgação e promoção turística da Bahia
no Brasil e no exterior, bem como pela administração das estruturas e serviços de
receptivo no Estado. Além disso, adota como identidade organizacional o Marketing
Turístico, que se traduz na promoção, política de relacionamento e orientação para
formatação e qualidade do produto. Mas, atualmente, devido à questões políticas, a
Secretaria de Turismo (SETUR) se tornou o principal órgão responsável no estado.
Empresa de Turismo Salvador (EMTURSA), atual SALTUR, tem como
missão fomentar as atividades turísticas, promovendo Salvador como destino nacional e
internacional, oferecendo aos visitantes e à comunidade, infraestrutura e serviço de
qualidade, gerando emprego e renda para o Município. Atua na área social, Turismo e
Eventos.
Segundo Ray Youell (1997), o Turismo é efetivamente uma relação de demanda e
oferta, que visa atender às necessidades de turistas nacionais ou internacionais,
disponibilizando uma variedade de equipamentos e atrações agrupadas nas áreas de destino.
Quando uma localidade, região organiza seu planejamento turístico e o prepara para ser
comercializado de maneira correta, estará atendendo às necessidades dos visitantes e
formando um mercado turístico, que pode ser menos ou mais procurado a depender da
qualidade de sua oferta. Esse mercado turístico pode ser estruturado como:
Segundo Ray Youell (1997, p. 49), o Turismo é efetivamente uma relação de demanda
e oferta, que visa atender às necessidades de turistas nacionais ou internacionais,
disponibilizando uma variedade de equipamentos e atrações agrupadas nas áreas de destino.
Quando uma localidade, região organiza seu planejamento turístico e o prepara para ser
comercializado de maneira correta, estará atendendo às necessidades dos visitantes e
formando um mercado turístico, que pode ser menos ou mais procurado a depender da
qualidade de sua oferta. Esse mercado turístico pode ser estruturado como detalhado na figura
a seguir:
Para que esse turista desfrute dos recursos de uma determinada localidade, existe uma
diversidade de áreas econômicas envolvidas na prestação de serviços para atender
necessidades comuns, destacando-se: Meios de Hospedagem, Transportadoras, Agência de
Viagem, Organizadores de Eventos, e etc.
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Para o mundo atual têm-se um pensamento que descreve, por exemplo, a economia,
citada por Friedrich Engels: "O desenvolvimento político, jurídico, filosófico, religioso,
literário, artístico, etc., repousa sobre o desenvolvimento econômico. Mas reagem todos
igualmente uns sobre os outros, assim como sobre a base econômica." Não é diferente com o
turismo. A exemplo do turismo em áreas naturais existe a obrigatoriedade da aplicação do
desenvolvimento sustentável que para Sachs (1993, p. 10) considera o termo como uma
atualização do eco-desenvolvimento usado desde a década de setenta, e que para se planejar
desenvolvimento deve-se considerar simultaneamente cinco dimensões de sustentabilidade:
social, econômica, ecológica, espacial e cultural.
Planejar e administrar e desenvolver o turismo de uma região é, basicamente, planejar,
administrar e desenvolver uma organização que visa ou não ao lucro. As estratégias, as táticas
e as ações, o controle e a avaliação são as mesmas para as duas situações.
Diante de tais informações, enfoques conceituais, parte-se para o foco principal deste
trabalho que é a perspectiva de inserção do segmento do Turismo de Aventura, do qual
necessitará de alguns dos programas e/ou ações mencionados acima para sua contemplação.
Para essa adaptação, é necessário um bom entendimento do que é e não é legal, como por
exemplo, a preocupação com os aspectos e usos naturais, sociais, culturais, sustentáveis e
ecológicos. Daí parte-se para o constante debate da necessidade da utilização do ambiente, e
de um futuro processo de descaracterização do cenário natural pela ação humana. O
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crescimento do interesse dos turistas pelos ambientes naturais tem elevado as preocupações
sobre os impactos gerados pela atividade, porque a maior parte dos lugares que despertam a
curiosidade dos viajantes é frágil, finita e apresenta de modo geral, alto valor
conservacionista. (AMBIENTES, 2015).
De um modo geral, o turismo pode trazer benefícios ou malefícios ao meio ambiente e
a comunidade local, só irá depender da forma como ele é planejado e desenvolvido. Isso,
através do desenvolvimento econômico, incentivo financeiro para proteção de áreas de
florestas, geração de rendas e outros. Mas se for mal planejado e controlado o turismo pode
trazer degradação ao meio ambiente e ter influência negativa sobre a cultura e comunidade
local. A partir do momento que o turismo passa a desvalorizar a cultura de um povo, degradar
sua infraestrutura ou paisagem natural e comprometer elementos da fauna e da flora, ele passa
a ser de caráter negativo para os visitantes e principalmente para a população local. (IEF,
2015).
A figura 3 mostra os impactos sociais, econômicos, culturais e ambientais que o
turismo pode causar, apresentando assim alguns de seus malefícios e benefícios para com a
sociedade e o ambiente:
Figura 3 - Os impactos gerados pelo Turismo.
Quando se fala em preservar o meio ambiente (reunião do meio natural com o meio
urbano), o que se deseja é garantir a qualidade de vida. Essa é a única maneira de garantir a
sobrevivência do turismo como atividade econômica com visão de longo prazo. “O meio
ambiente é um grande atrativo turístico, em especial no Brasil, dotado de 8 mil quilômetros de
litoral e a natureza exuberante em ecossistemas como a Amazônia e o Pantanal.”
(PETROCCHI, 1998).
Tendo o meio ambiente como fator único principal para o desenvolvimento turístico,
desperta-se o interesse cada vez mais frequente em explorá-lo. Propiciadores da interação do
turista com o ambiente, os órgãos, empresas, o trade turístico devem se preocupar também
com a conservação e preservação do espaço ambiental. Ao mesmo tempo que o Turismo pode
trazer bens ao local, como economia, geração de empregos, realização de desejos do visitante,
pode também trazer sérios danos ao ambiente e sua comunidade local.
Por existir esse contato único com a natureza, essa procura tem chamado atenção para
a preservação e sustentabilidade devido ao fluxo de visitações aumentarem, e, a partir disso,
os órgãos responsáveis do turismo começam a elaborar planos de preservação do meio
ambiente. Em 1992 acontece no Rio de Janeiro o relevante evento ECO- 92, a Conferência
das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (CNUMAD), com o objetivo
de promover o desenvolvimento aliado à consciência de conservação e proteção dos
ecossistemas do planeta. As atenções se voltam para o mercado, e no mesmo evento 175
países se comprometem a elaborar planos de preservação do meio ambiente.
Em 2000, por meio da Lei 9.985, foi criada o Sistema Nacional de Unidades de
Conservação - SNUC, visando organizar áreas naturais. Dentre seus objetivos estão:
contribuir para a manutenção da diversidade biológica e dos recursos genéticos no território
nacional e nas águas jurisdicionais; proteger as espécies ameaçadas de extinção no âmbito
regional e nacional; contribuir para a preservação e a restauração da diversidade de
ecossistemas naturais; promover o desenvolvimento sustentável a partir dos recursos naturais;
promover a utilização dos princípios e práticas de conservação da natureza no processo de
desenvolvimento; proteger paisagens naturais e pouco alteradas de notável beleza cênica;
proteger as características relevantes de natureza geológica, geomorfológica, espeleológica,
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Internacional, estudo realizado pela Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) para a
Embratur, 19,5% dos turistas estrangeiros que visitaram o País a lazer em 2006 disseram
terem escolhido o país por motivo de ‘Natureza, Ecoturismo ou Aventura’. Entendendo-se
assim que o segmento pode ser considerado uma atividade de Aventura Lucrativa.
(POUSADA DO QUIRIRIM, 2013).
a) Terra
Arvorismo - locomoção por percurso em altura instalado em árvores e
outras estruturas construídas;
Figura 4 – Arvorismo.
Fonte: PointdaPescaCorumba,2015.
23
Figura 6 –Espeleoturismo.
Fonte: Nandabeto,2015.
24
Figura 10 –Cachoeirismo.
Fonte: Edfisicacorpoemente,2015.
27
Fonte: Planetavertical,2015.
Figura 14 Montanhismo.
Fonte: Guanabara,2015.
28
Figura 15 Rapel.
Figura 16 Tirolesa.
Fonte: Clicrbs,2015.
29
b) Água
Bóia-cross - descida em corredeiras utilizando bóias infláveis. Também
conhecida como acqua-ride;
Figura 17 Bóia-cross.
Fonte: Ocenomato,2015.
Figura 18 Canoagem.
Fonte:Uipi, 2015.
30
Figura 19 Mergulho.
Figura 20 Rafting.
c) Ar
Asa delta - vôo com aerofólio impulsionado pelo vento;
Figura 21 Asa Delta.
Figura 22 Balonismo.
Na Bahia,
Fonte: considerada
Alaya, 2015. como uma das 13 zonas
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Chapada Diamantina que reúne variados atrativos naturais e cultural. Com vasta Mata
Atlântica, campos floridos e planícies, que dividem a paisagem com toques da caatinga e
cerrado. Possui imensos paredões, desfiladeiros, cânions, grutas, cavernas, rios e cachoeiras.
Mantém o Parque Nacional da Chapada Diamantina, criado na década de 80 no século XX, e
tem como modalidades de aventura o trekking, rapel, trilhas, caminhadas, canoagem,
observação flora e fauna, cachoeirismo, mountain bike, mergulho, cavernismo entre outros.
Seus principais destinos são Mucugê e Andaraí. A faixa norte da Chapada possui 72
cachoeiras e mais de 200 km de trilhas que passam por morros e matas, a região tem 12
municípios e reúne importantes elementos arqueológicos.
invernos gélidos e verões amenos, as atrações são os picos nevados, os gigantescos glaciares,
a costa povoada por focas e baleias e alguns dos fiordes mais belos do planeta – Milford
Sound, Doubtful Sound, entre outros. O que também torna a Nova Zelândia tão atraente para
jovens e amantes da natureza são as excelentes opções de esportes de aventura,
principalmente próximos a Queenstown.
Existem ainda outros pólos de turismo de aventura como: África do Sul que além de
dispor dos safáris, possibilita também fazer parapente na Table Mountain, na Cidade do Cabo,
ou um salto do bungee jump mais alto do mundo, corrida de avestruz no Karoo, mergulho em
gaiola com grandes tubarões brancos, passeio em balão de ar quente sobre a cordilheira de
Magaliesberg, observação de estrelas em Sutherland, rapel no maior cânion verde do mundo
(Graskop, Hazyview e Sabie), quad biking nas florestas e canoagem nos rios, entre muitas
outras atividades. O Chile por sua vez, tem como atrativos principais: circuitos
de montanhismos de diversas dificuldades mundialmente reconhecido Parque Nacional Torres
del Paine na Patagônia Sul, e trilhas entre matas nativas na Ilha de Chloé e na Patagônia
Norte. Continuando pela montanha, existem ainda pistas de esqui e snowboard que a cada ano
recebem turistas de todo o mundo, nas proximidades de Santiago e na zona sul. A Terra do
Fogo com os lagos Fagnano e Deseado são bons descansos nas caminhadas que se realizam
nestes lugares virgens e oferecem impressionantes peças aos amantes da pesca com mosca. A
Indonésia que tem como atrativo principal o mergulho. E a Suíça famosa pela prática de
esportes na neve.
O propósito das Normas é o de oferecer subsídios para (um ou mais dos itens citados
abaixo):
• Certificação;
• Qualificação;
• Políticas públicas (regulamentação);
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• Recrutamento e seleção;
• Uso voluntário.
A Norma Brasileira ABNT NBR- ISO 21101 foi validada no ano de 2014, propõe os
Sistemas de gestão da segurança — Requisitos, e tem como objetivo estabelecer os requisitos
de um sistema de gestão da segurança para prestadores de serviços de atividades de turismo
de aventura. (ABNT CATÁLOGO, 2015).
A Bahia é o estado mais populoso da região Nordeste, situa-se ao sul dessa região e
faz divisa com oito estados. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE, 2014), sua população estimada é de 15.126.371 habitantes, área de 564.733,081 (km²)
da qual está dividida em 417 municípios, como mostra a seguir:
Como pesquisado, com dados obtidos pela Secretaria de Cultura e Turismo da cidade,
Santo Amaro ainda não possui um inventário turístico, portanto, não possui também um
planejamento turístico. Existem os atrativos, atividades e eventos turísticos realizados no
município, mas de forma desorganizada, não estruturada como se deveria. Situada na região
turística Baía de Todos os Santos e Recôncavo, Santo Amaro da Purificação tem uma
população estimada de 61.559 habitantes e área de 492,916 (km²), clima semi-tropical e seu
gentílico é o santamarense, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE, 2014). O acesso se dá, partindo de Salvador pela BR-324, por 60 km até o
entroncamento da BA-026. Daí até a Santo Amaro percorre mais 11 km. Do terminal
Rodoviário de Salvador o percurso é feito de ônibus diários pelas empresas Santana e Jauá.
43
Por volta do ano 1000, os índios tapuias que habitavam a região foram expulsos para o
interior do continente devido à chegada de povos tupis procedentes da Amazônia. No século
XVI, quando chegaram os primeiros europeus à região, a mesma era habitada pela tribo tupi
dos tupinambás. A cidade foi fundada em 1557 e cresceu sobre terraços ao lado do rio Subaé.
44
Em 1559, a sesmaria que englobava o atual território de Santo Amaro foi doada a Fernão
Rodrigues Castelo Branco. No ano seguinte, o mesmo a doou a Francisco de Sá, filho do
governador-geral Mem de Sá. Francisco construiu o Engenho Real de Sergipe.
Já no século XX, em 1911, o município de Santo Amaro contava com sete distritos:
Santo Amaro (sede), Bom Jardim, Lustosa, Oliveira dos Campinhos, Rio Fundo, Rosário de
Santo Amaro e Saubara. Já em 1933, o número de distrito sobe para oito: Santo Amaro (sede),
Bom Jardim, Oliveira dos Campinhos, Nossa Senhora do Rosário, Santana do Lustosa, São
Bento do Inhatá, São Pedro do Rio Fundo (antes denominado Rio Fundo) e Saubara. Com a
emancipação de diversos distritos, em 1993 Santo Amaro (atualmente sede) adquire a
configuração administrativa que se mantém até os dias atuais, com apenas três distritos:
Acupe, Oliveira dos Campinhos e Pedras. Desde o século XVI até o século XX, a economia
santamarense esteve vinculada à cultura da cana-de-açúcar.
Em 1757 existiam 61 engenhos funcionando. Por volta de 1870, restavam, ainda, 31.
Com um porto dentro do continente, Santo Amaro foi um importante entreposto comercial da
região e o principal porto açucareiro do Recôncavo. Em 1802, as duas vias terrestres que
interligavam o País tinham Santo Amaro como elo de união. A que vinha do Norte, desde o
Maranhão, passando pelos sertões e a que vinha do Sul, desde Minas Gerais e Novas. O
município ainda produzia fumo e algodão.
Nas últimas décadas do Século XX, novas culturas, com dendê, cacau e bambu foram
implantadas. A cidade chegou a industrializar-se de forma satisfatória, com três indústrias
metalúrgicas, duas açucareiras, duas papeleiras e uma de óleos vegetais, mas o nível industrial
não se manteve. A seguir, uma figura que relata Santo Amaro na época colonial:
Conselheiro Saraiva, Emanuel Araújo, Eustáquio Primo de Seixas, Heitor Dias, João da Silva
Campos, João Ferreira de Araújo Pinho, João Moniz Barreto de Aragão, José Cupertino de
Lacerda, José Silveira, Mano Décio da Viola, Manoel Faustino dos Santos Lyra, Manoel
Querino, Marquês de Abrantes, Marquês de Santo Amaro, Miguel du Pin e Almeida,
Monsenhor Gaspar Sadoc da Natividade, Odilon Otaviano dos Santos, Osvaldo Valverde,
Padre Inácio Teixeira dos Santos, Padre José Gomes Loureiro, Pedro Ferreira, Pedro
Francisco Rodrigues do Lago, Prado Valladares, Rogério Rego, Sérgio Cardoso, Theodoro
Sampaio, Visconde de Oliveira, Visconde de Pedra Branca, Visconde de São Lourenço e
Wanderley Pinho, Edith do Prato, Roberto Mendes, Jorge Portugal. (NICSA, 2015).
Dos prédios históricos que existiam em 1978 e que foram analisados e catalogados
pelo IPAC-BA, muitos já não mais existem. Foram considerados de relevância
histórico/arquitetônica e destacaram-se em um primeiro estudo:
Março
Domingo de Ramos;
Março/Abril
Feira do Porto;
Festa dos Mentirosos- 1° abril;
Maio
Bembé do Mercado- 09 à 13;
Maio/Junho
Corpus Christi;
Setembro
Festa de Nossa Senhora de Oliveira dos Campinhos- 03 à 12;
Entre os destacados, dois desses eventos tem grande foco de atratividade, pois, são
períodos em que a cidade recebe um maior número de visitantes, movimentando a economia
do município. São eles:
Festa da Purificação- Lavagem da Purificação, que acontece sempre no
último domingo de janeiro, e atrai milhares de turistas para a cidade e grandes atrações
da música baiana e brasileira, com o desfile das baianas, elegantemente trajadas de
branco, acompanhadas da tradicional Charanga, tendo como ponto de partida até o ano
(2012) a porta da casa de D. Canô, falecida em dezembro aos 105 anos de idade. Ao
longo de todo o percurso, a Charanga procura dar ênfase, principalmente às músicas
carnavalescas mais antigas, intercalando com músicas atuais, seguindo em direção a
Igreja da Purificação, onde inicialmente ocorre a lavagem do adro da igreja com água
perfumada. É realizada a Novena da Purificação, todas rezadas em latim. Santo Amaro
durante o seu período de festas possui alternativas culturais e folclóricas: o samba no
pé, o samba de roda, o prato de D. Edith do prato (falecida), figura jamais esquecida
nas rodas de samba; o maculelê, da professora e historiadora Zilda Paim, de Popó
(figura lendária) a capoeira, dos Mestres Besouro e Vivi (figuras lendárias), das
comidas típicas: xinxim de bofe, xinxim de galinha, maniçoba, sarapatel, sururu, a
feijoada, caldo de feijão entre outras. A cidade costuma receber mais de 100 mil
pessoas durante a festa. (SETUR, 2015).
53
Lima, (2015).
56
Com uma análise realizada a partir destes dados, pode-se classificar o fator oferta de
hospedagem na cidade como moderado à demanda. Na perspectiva de receptividade para com
visitantes e praticantes da atividade do Turismo de Aventura, a oferta encontrada estaria
suficiente quanto à localização e preço, exceto quanto ao oferecimento de alguns serviços
como estacionamento e café da manhã, que em alguns hotéis/pousadas apresentados não
existe.
Já os restaurantes disponíveis encontrados, que servem da gastronomia local e
especiarias do recôncavo à churrascaria, pizzaria e frutos do mar, foram: Boi na Brasa, Trilhos
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Urbanos, Chapéu de Palha, Parma Pizza, 82Grill, O Glutão e Frutos do Mar (no distrito de
São Braz).
A partir da observação realizada, verificou-se que poucos estabelecimentos propõem
pratos voltados à gastronomia local, sabendo-se que a cidade tem um forte reconhecimento
quanto a isso. Na perspectiva de receptividade para com visitantes e praticantes da atividade
do Turismo de Aventura, a oferta encontrada estaria insuficiente, pois, próximo ao local das
atividades não existe um estabelecimento básico adequado para tal serviço. Há apenas alguns
bares (pequenos bares) há mais ou menos 1 ou 2 quilômetros da área. Classifica-se então o
fator alimentação como regular na própria cidade, e insuficiente na área de práticas das
atividades do turismo de aventura relacionadas à demanda.
Como hospitais têm-se o Hospital Octávio Pedreira, Santa Casa de Misericórdia e
Hospital Maternidade de Santo Amaro, que no momento encontram-se ao descaso, não
funcionam devido a falta de médicos, resumindo assim a saúde como escassa na cidade, pois,
pacientes se dirigem à hospitais de outras cidades como o de São Francisco do Conde. Existe
o posto do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) para ocorrências
emergenciais que funciona gradativamente.
Na perspectiva de receptividade para com visitantes e praticantes da atividade do
Turismo de Aventura, o fator saúde pode ser considerado como péssimo na própria cidade e
não existente nas áreas de prática das atividades do segmento. Lembrando que o segmento
propõe atividades de risco, a cidade deveria prontificar unidades móveis de atendimento na
proximidade das áreas visitadas, ou até mesmo a presença de um profissional da saúde
durante a realização das mesmas.
Já a segurança, fator imprescindível para o bom desenvolvimento do turismo de um
local, em conversa e observações realizadas com a contribuição da Secretaria da Segurança
Pública, verificou-se que a violência, o número de assaltos, roubos, tráfico de drogas têm
crescido no decorrer dos últimos anos. Moradores informam que os assaltos são constantes e
que a segurança estar a desejar. Na perspectiva de receptividade para com visitantes e
praticantes da atividade do Turismo de Aventura, o fator segurança é péssimo, visto que as
atividades do segmento ocorrem em áreas afastadas da cidade (área ecológica), e precisaria de
acompanhamento de policiais e/ou segurança própria no decorrer das visitas.
A educação é considerada como precária, pois, nem sempre nas escolas estaduais
Centro Educacional Teodoro Sampaio (CETS) e Colégio Estadual Senador Pedro Lago
(CESPL) se tem aulas, possui dois centros federais o Instituto Federal da Bahia IFBA e
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O objetivo das entrevistas foi de observar o funcionamento das atividades nas áreas
ecológicas, adquirir opiniões dos envolvidos nas atividades e identificar as
dificuldades/necessidades que eles possuem para a realização das mesmas. Foram realizadas
entrevistas com perguntas pré-formuladas, direcionadas para o guia, a pessoa que está ligada
diretamente com toda a funcionalidade das atividades, os grupos de aventura, que reúnem
pessoas interessadas no segmento para viver emoções e aventuras, e os praticantes, que
podem ser conhecedores ou não dessas práticas.
Como dito em capítulos anteriores, a cidade de Santo Amaro rica por sua cultura,
história e religiosidade, apresenta também belíssimas paisagens nas áreas ecológicas
existentes. São matas, rios, cachoeiras, fauna e flora que propiciam aventuras, oportunidades,
encantos e elogios por parte dos envolvidos com o turismo local, dos amadores e visitantes. A
partir de pesquisa em campo realizada nestas áreas ecológicas, foram identificados alguns
atrativos e modalidades do segmento do Turismo de Aventura dos quais já são explorados,
mas que não possuem um regulamento ou controle regidos por órgãos oficiais do turismo nem
uma licença específica dos órgãos ambientais. Segundo Rudio (1986, p. 114) “chama-se de
instrumento de pesquisa o que é utilizado para a coleta de dados”, ou seja, é estabelecido
efetivamente o que será utilizado no desenvolvimento do estudo para a obtenção das
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guia de turismo local. A seguir algumas fotos que comprovam a exuberância e as atividades
de aventura existentes nas áreas ecológicas apresentadas neste trabalho:
As atividades ciclísticas são realizadas no interior e no entorno da cidade, próximo à
alguns pontos turísticos, e em caminhos/trilhas nas áreas ecológicas.
Figura 44 – Atividades Ciclísticas
A trilha para a Cachoeira do Urubu pode ser realizada ou por dentro da mata,
pelo rio Sergi ou pela linha do trem, como pode-se observar nas figuras 45 e 46 a seguir:
Figura 48 - Escalada
Figura 49 - Cachoeirismo
hoje comunidade sem terra, não obtiveram uma educação ambiental, Sr. Jorge implica
que a fauna está escassa, os rios alguns estão poluídos, mas a vegetação está condenada.
Já o perfil do visitante descrito por ele são: estudantes de escolas, faculdades estaduais e
particulares, pessoas do estado de Minas Gerais, e as vezes alguns internacionais. Sobre
o desenvolvimento do turismo na cidade, ele opinou que o segmento do Turismo de
Aventura poderia estar beneficiando a mesma, mas não existe investimento propício
para isso. Pessoas ficam sabendo da trilha da Cachoeira do Urubu e outros atrativos
ecológicos através de pessoas que já visitaram e moradores do sítio Pitanga.
O segundo colaborador foi o operador de máquinas industriais, praticante de
caminhada e mountain bike que além dessas atividades adora visitar as cachoeiras do
local. Ele informa que costuma frequentar as áreas mais afastadas da cidade, como por
exemplo, sítios como Pitanga, Lama Branca, Pedras, área das cachoeiras do Urubu,
Vitória, Roncador, entre outras. Sua preferência pelos locais se dá devido a proximidade
do município e às belezas naturais dos lugares. Como dificuldades referentes ao turismo
em Santo Amaro foram citados: má sinalização, péssimo acesso às áreas naturais, falta
de divulgação do turismo, degradação e descaso de patrimônios locais. Ele acredita que
o segmento do Turismo de Aventura seria um grande impulso tanto na economia quanto
na geração de empregos na cidade. Haveria uma procura maior de visitantes,
consequentemente, ocorreria também um maior investimento no desenvolvimento e
proteção dos atrativos ecológicos. Ele definiu ainda o Turismo de Aventura na cidade
como um fator conquistador e proporcionador de emoções e benefícios em prol da
comunidade, dos visitantes e da natureza.
O terceiro colaborador foi o taxista, praticante e líder representante de um
grupo de aventura na cidade chamado Eco Trilha Santo Amaro, sua sede fica situada na
Avenida Ruy Barbosa, n° 369, Bonfim, Santo Amaro-Ba. Ele informa que o grupo
surgiu a partir da reunião entre amigos que amam motos, começaram a fazer passeios de
moto, e no dia 19 de março de 2010 fundaram o Grupo Ecotrilha Santo Amaro,
atualmente com 43 integrantes eles realizam trilhas com motos a cada final de semana.
O grupo segue todas as normas de segurança e utilizam todos os equipamentos
necessários, mas estão com uma proposta da realização de curso de segurança voltado
para primeiros socorros para todos os integrantes ainda este ano. Os equipamentos
utilizados são botas, capacetes, joelheiras, coletes, luvas, colete cervical, meões,
cotoveleiras e óculos. Foi informado que o grupo realiza programas de ação social
71
O histórico de Santo Amaro, seus atrativos turísticos, seus espaços naturais e a opinião
dos entrevistados apresentados neste trabalho demonstram a potencialidade e capacidade de
atração que a localidade tem. O cenário paisagístico natural disponibiliza ao visitante a prática
de diversas modalidades e ainda um refúgio contemplador longe das áreas urbanizadas.
A operação correta de um produto turístico no segmento do turismo de aventura deve-
se corresponder aos procedimentos e normas exigidos para um melhor desenvolvimento das
atividades e respeito às regras de sustentabilidade como a capacidade de carga para cada
atrativo, os períodos (dias e horários) das visitas e as informações de segurança pré-
determinadas. É o que diz Barreto (1991, p.53) quando aponta mais um motivo para o
planejamento: a necessidade de adequação entre fluxo turístico e núcleo receptor, que
significa o atendimento às expectativas do primeiro sem esquecer os direitos do segundo no
que se refere aos aspectos urbanísticos, ecológicos e sociais
Santo Amaro disporá de todos os recursos necessários para alavancar a inserção do
segmento turismo de aventura, desde que se exista o inventário e planejamento turístico, mão-
de-obra qualificada para a realização deste, profissionais qualificados, postos de receptividade
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6 CONCLUSÃO
de Aventura e seus impactos em Santo Amaro em sua maioria positivos, desde que as
atividades sejam reconhecidas, regulamentadas e incentivadas de maneira correta, respeitando
as leis ambientais e as normas de segurança vigentes adotadas pelos órgãos responsáveis,
obtendo-se assim um resultado ambiental, social e economicamente favorável na promoção
do desenvolvimento da cidade. Lembrando que para tal concretização é necessário a
colaboração e atenção por parte da Prefeitura e órgãos a fim envolvidos com o Turismo,
propiciando um melhoramento para com os equipamentos, atrativos e serviços turísticos,
principalmente no desenvolvimento urbano (acesso, sinalização, pavimentação) e qualificação
de profissionais da área do turismo.
Algumas das melhorias importantes a se desenvolver na cidade estão totalmente
voltadas para a infraestrutura como já dito em capítulos anteriores. Já no entorno das áreas
naturais estão nas questões da implantação de agência de viagem (que propicie a venda de
pacotes para as diversas modalidades do turismo de aventura encontrados na cidade), meios
de hospedagem (hotel, pousada) para acomodar visitantes, redes de alimentação (restaurante),
posto de informações turísticas (apoio de informação ao visitante), presença da polícia nas
proximidades de realização das atividades na área natural proporcionando a segurança de
todos (por ser um local afastado do centro urbano), melhoria na pavimentação da estrada que
dá acesso à área natural (facilitando assim o acesso de visitantes e na prática de atividades
como as ciclísticas), na sinalização quase não existente (atribuindo placas de sinalização para
o trânsito, conscientização ambiental e atenção e respeito à flora e fauna do local), melhor
qualificação profissional para os envolvidos com o segmento do turismo de aventura (guias,
equipe de resgate, agentes de viagem, trade turístico em geral), inclusão e favorecimento da
comunidade do entorno e da cidade para uma melhor distribuição e desenvolvimento do
segmento em Santo Amaro, inicialização de pesquisas para o mapeamento e levantamento das
áreas naturais (cachoeiras, fauna, flora, rios, monumentos, para a implantação do
planejamento e inventário turístico de Santo Amaro). A partir dessas disseminações a cidade
estará desencadeando, revitalizando o setor turístico de forma que os visitantes acabem
ficando mais tempo na localidade, visitando outros atrativos existentes.
A escolha de Santo Amaro se deu, primeiramente, por ter sido a cidade que morei toda
a adolescência e perceber que a cidade precisa de uma atenção e valorização de seus atrativos
e potencialidades para com o turismo e por está próxima à Salvador, capital do estado. Deu-se
ainda por não se existir um estudo exploratório e notório dos atrativos naturais, o que me deu
mais empolgação para o desenvolvimento deste trabalho. Durante toda a pesquisa foi
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BENI, Mário Carlos. Análise estrutural do turismo. São Paulo: Editora SENAC,
1998.
J.PQD. Santo Amaro Colonial. Figura 36. Disponível em: Arquivo Pessoal Jorge
Antônio.
SOUZA, João Cláudio, SOUZA, Lícia Soares de. Turismo Sustentável: Cultura +
Relações Públicas + Qualidade. Empresa Gráfica da Bahia: Coleção Selo Turismo,
2002.
APÊNDICES
3- INÍCIO DA ATIVIDADE:
_______________________________________________________
LOCALIZAÇÃO E AMBIÊNCIA
4- ENDEREÇO:__________________________________________________________
___________________________________________________________TELEFONE
/FAX:___________________ SITE: ________________________
E-MAIL:_____________________________________________
6- N DE EMPREGADOS:
PERMANENTES: _______ TEMPORÁRIOS: ________
COM DEFICIÊNCIA______
HORÁRIO DE FUNCIONAMENTO:_____________________
Entrevistado: _______________________________________________________
Área de atuação: ____________________________________________________
Data da entrevista: _______________________ Local: ____________________
6. Existe incentivo e/ou fiscalização das atividades desenvolvidas na instituição por parte da
gestão pública? Quais?
7. Onde e como contratar os serviços desta instituição? Há alguma empresa ou órgão que
vocês têm parceria?
10. Qual a capacidade máxima de pessoas (turistas) vocês trabalham por passeio?
11. Qual o estado de conservação/preservação dos atrativos ecológicos e das trilhas de Santo
Amaro? Como é feita a preservação e limpeza destes?
12. Existe algum atrativo em Santo Amaro que podem ser utilizado para a prática do turismo
de aventura, mas que ainda não é explorado? Qual?
13. Qual a opinião que a instituição possui sobre o turismo desenvolvido em Santo Amaro?
Trata-se de uma atividade que beneficia ou prejudica a localidade?
14. Qual o fluxo médio de procura por parte dos visitantes/praticantes em relação aos atrativos
ecológicos?
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15. Possuem algum roteiro específico formado para realização das visitas e atividades? Quais
os locais/atrativos visitados?
ANEXO