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A Importância da Capelania no Auxílio do Tratamento de Enfermos no Brasil

André Mendonça Mello 1


EBWU – Emil Brunner World University
Dr. Ítalu Bruno Colares de Oliveira2
EBWU – Emil Brunner World University

RESUMO – Vários estudos envolvendo as áreas da ciência, fé, autoestima, mentalidade,


bem-estar, entre outras, já foram realizados com o propósito de se comprovar os
benefícios de um acompanhamento extra clínico para a melhora do paciente, ou seja,
tratamentos paralelos, que auxiliam o tratamento convencional clínico feito pelo médico,
aumentando a resistência, a imunidade, e principalmente, a vontade de viver do paciente.
Uma das mais eficazes ferramentas para o reforço da autoestima e crença em diagnósticos
melhores é a Fé. A fé é a crença em algo maior que possibilita ir além daquilo que se tem
no momento, para aquilo que se espera no futuro.
E é nesse momento que entra o papel fundamental da capelania.

Palavras-chave: ciência, fé, benefícios, paciente, autoestima, crença, capelania.

The Importance of Chaplaincy in Helping the Treatment of Sick People in Brazil


ABSTRACT – Several studies involving the areas of science, faith, self-esteem,
mentality, well-being, among others, have already been carried out with the purpose of
proving the benefits of an extra clinical follow-up for the improvement of the patient, that
is, parallel treatments, which help the conventional clinical treatment performed by the
doctor, increasing resistance, immunity, and mainly, the patient's will to live.
One of the most effective tools for strengthening self-esteem and belief in better diagnoses
is Faith. Faith is the belief in something greater that makes it possible to go beyond what
you have at the moment, to what you expect in the future.
And it is at this moment that the fundamental role of chaplaincy comes into play.

Keywords: science, faith, benefits, patient, self-esteem, belief, chaplaincy.


_____________________________________________________

1
Graduando em Teologia com ênfase em Capelania pela Emil Brunner World University, com orientação
do Dr. Ítalu Bruno Colares de Oliveira com a temática: A Importância da Capelania no Auxílio do
Tratamento de Enfermos no Brasil. E-mail para contato: andremendoncamello@gmail.com
2
Dr. Ítalu Bruno Colares de Oliveira - Pós Doutorado em Linguística pela Universidade Federal do Rio de
Janeiro – UFRJ (2023); Pós Doutor em E-Learning pela Universidade Fernando Pessoa – UFP, no Porto
em Portugal (2019); PhD em Teologia pela California University, nos USA (2016); Doutor em Ciências da
Religião pela Universidad Evangelica del Paraguay – UEP (2015); Mestre em Teologia pela Gordon
University nos USA (2006); MBA em Gestão de Recursos Humanos (2012); Pós Graduado (lato sensu) em
Psicopedagogia Clínica pela Faculdade Einstein; Pós Graduado (lato sensu) em Psicanálise Clínica; Pós
Graduado (lato sensu) em Docência do Ensino Superior; Pós Graduado (lato sensu) em Teologia pela
Faculdade Darwin (2007); possui Extensão Universitária em Direito Arbitral pela Faculdade Darwin;
Extensão Universitária em Epístolas Paulinas pela Faculdade de Harvard nos USA; Extensão Universitária
em Empreendedorismo pelo Massachussetts Institute Technology – MIT; é Pedagogo pela FATEBOV
(2013); Licenciado em Filosofia pela Faculdade Pan-Americana (2015); Bacharel em Teologia pela
Faculdade de Ciências, Educação e Teologia do Norte do Brasil (2006); Curso Superior de Teologia
(Seminário) pela Faculdade de Filosofia e Teologia (2003); possui os títulos de Doutor Honoris Causa em
Humanidades pela Cambridge International University – UK; Doutor Honoris Causa em Teologia pela
Faculdade Einstein; Doutor em Filosofia de Santo Anselmo de Canterbury College – Chile; Doutor Honiris
Causa em Administração pela FIB. Teólogo, Pedagogo, Conferencista Internacional, Professor
Universitário, Psicanalista, Psicopedagogo, Escritor, Jornalista e Empresário.
Professor, Orientador e Reitor da Emil Brunner World University - EBWU.
INTRODUÇÃO
Há muito tem se falado sobre como o cérebro reage, e por consequência todo o
resto do corpo, em relação a fé e as comorbidades, doenças ou fatalidades acidentais que
o ser humano sofre durante sua vida. Sabe-se também que além do tratamento
convencional, o que é oferecido pelo médico com remédios, fisioterapias, entre outros,
há também uma força natural intrínseca ao ser humano que podemos chamar de fé.
A fé é uma força que nos faz crer em algo que não se vê no momento presente,
mas que se espera com todas as forças acontecer no futuro. Uma pessoa sem fé,
principalmente enferma, é uma pessoa que não possui forças para acreditar que, mesmo
na situação que ela se encontra, ela poderá evoluir para um quadro melhor.
Este trabalho não tem a intenção de fazer com que se force a crença de que a
obrigação da fé é trazer a cura de uma pessoa, mas esclarecer que o simples fato da
elevação da autoestima de uma pessoa enferma, é um fator auxiliar no tratamento de
enfermidades.
Uma pessoa sem fé fica entregue a si mesma e no que ela está vendo no presente,
sem uma perspectiva otimista de futuro.
A relação entre fé e saúde está ligada ao bem estar da pessoa como um todo, mente
e corpo trabalhando juntos para um melhor estilo de vida da pessoa. A relação entre fé e
ciência que está diretamente ligada a Hormônios, e como a fé pode afetar beneficamente
a harmonia de tudo que acontece internamente no cérebro e em todo o corpo. A figura do
Capelão pode ser um potencializador ou até mesmo um iniciador de espiritualidade,
fazendo com que a fé cresça ou até se inicie em momentos difíceis e cruciais na vida de
uma pessoa. Todos esses aspectos estão explanados nos capítulos adiante deste artigo.
Com o propósito de entender como a pessoa reage a estímulos de fé, ou
espiritualidade, através do trabalho do Capelão, elaborou-se este trabalho científico com
base em outros estudos já verificados em diversas universidades e hospitais no Brasil e
fora do Brasil através de pesquisas, questionários, formulários e testes práticos feitos com
todos os personagens que envolvem o tratamento do paciente.
Através deste compêndio de informações e estudos verificaremos os cenários da
Capelania no Brasil e fora dele e procurar enxergar qual a dificuldade deste trabalho em
se fixar como uma profissão dentro do país e não somente um trabalho voluntário, a não
ser os capelães das forças armadas que tem sua profissão regulamentada por lei.
CAPÍTULO I

A RELAÇÃO ENTRE A FÉ E A SAÚDE


1.1 – A espiritualidade auxilia no tratamento de pacientes
É comprovado, por estudos científicos, que a espiritualidade pode atenuar os
sintomas de doenças como aids e câncer, pode reforçar o sistema imunológico, reduzir o
risco de problemas cardiovasculares e diabetes, e por fim e se não o mais completo de
todos, melhorar a qualidade de vida.

A fé e a superação de doenças é assunto alvo de estudos de cientistas de todas as


partes do mundo. Mesmo médicos sépticos já admitem a influência da fé, ou
espiritualidade, no processo de tratamento de pacientes. Sem poder esquecer de que a
própria Organização Mundial de Saúde (OMS), que aponta como fator positivo na saúde
psíquica, biológica, social e de promoção do bem-estar do ser humano, a espiritualidade.
O fortalecimento de pacientes que lutam contra o câncer foi objeto de estudo na
Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo (USP), cidade do interior de São
Paulo no Brasil. Esse trabalho foi coordenado pela psicóloga Joelma Ana Espíndola, que
entrevistou profissionais da oncologia e pacientes do Hospital Beneficência Portuguesa,
de Ribeirão Preto, Brasil. O estudo com 30 pessoas foi qualitativo, analisando o valor e o
efeito da fé na vida delas. Com o estudo propôs-se entender como a religiosidade e a fé
influenciam no destino dos enfermos, e como as equipes médicas e auxiliares vivenciam
essa melhora do paciente. Os relatórios desse trabalho de pesquisa demonstram que os
pacientes têm na fé um apoio, um atenuante das incertezas, das dores e dos conflitos,
fazendo da espiritualidade um sentimento que aproxima Deus e as pessoas. Mesmo que
não muito compreendida pela ciência, essa relação entre fé e a saúde dos pacientes é
vivenciada diariamente pelos médicos e suas equipes em hospitais no mundo todo.
A autoestima, a integridade, a autonomia e outras qualidades pessoais e sociais,
além da saúde, são perdidas por pacientes com câncer ou outras doenças e traumas, e
mesmo os pacientes sem religião têm a necessidade de buscar por algo que lhes conforte
ou uma crença.
A fé é um grande auxiliar no combate à depressão, raiva, stress e ressentimentos.
Pessoas espiritualizadas são menos agressivas, mais solidárias e cometem menos suicídio.

Metade dos profissionais de saúde entrevistados pela psicóloga da USP não


seguem qualquer religião, porém, todos reconhecem a importância da fé para o paciente
e sua família. Ela alerta que essas virtudes espirituais jamais devem substituir o
tratamento medicinal tradicional, mas serve como auxílio, sustentação e potencialização
do tratamento.
Em um dos casos relatados nas pesquisas um médico ficou atordoado com um
paciente de fé inabalável que, considerado morto pelos oncologistas, voltou a respirar
sem qualquer explicação científica. Em mais um dos casos relatados está o da dona de
casa Adriana Alves dos Santos de 38 anos que impressionou a equipe que tratou de seu
caso, em Brasília, capital do Brasil. Um câncer de colo de útero, descoberto em meados
de 2004, gerou muita preocupação dos médicos pois Adriana já havia passado por um
transplante de rins há duas décadas, que já havia comprometido sua imunidade, e não
poderia receber quimioterapia. Ao saber do câncer ela se apegou ainda mais em sua fé a
Deus e pedia para Ele fazer o que fosse melhor para ela e sentia que suas forças para lutar
aumentavam a cada vez que cria mais no Deus de sua fé. Adriana foi submetida a oito
cirurgias para retirada das lesões cancerígenas e diversas sessões de radioterapia. A
doença se estabilizou e os médicos que a tratavam ficaram sem fala pois não acreditavam
em sua cura. Para quem não tem fé essa doença tende a ser muito solitária, mas ela se
sentia muito bem acompanhada em todos os momentos que passou por tratamentos e
cirurgias.
Outra pesquisa foi feita pelo psiquiatra Harold Koenig, diretor do Centro de
Estudo da Religião, Espiritualidade e Saúde da Universidade de Duke que mostra que
aqueles que se apoiam na fé, independente de religião, enfrentam os fatores físicos e
emocionais de qualquer doença com mais sabedoria e resiliência. A fé libera hormônios
e outras substância de defesa naturais do organismo, ela faz com que o corpo e a alma
lidem melhor com a dor e o tratamento. Essa confiança em algo maior e mais poderoso
do que a ciência não deixa a pessoa se entregar ao problema.
Koening coordenou uma pesquisa realizada com 4 mil pessoas com idade acima
de 60 anos que seguiam diferentes credos. Vida mais longa, também foi o resultado
demonstrado nesse trabalho mostrando que seis anos após o começo do estudo, foi
verificado que menos da metade dos indivíduos que não tinham uma crença ou fé em algo
estava viva, porém, 91% dos que acreditavam em algo maior permaneciam saudáveis.
Portanto, uma das questões mais influenciadoras no tratamento de doenças ou na
longevidade saudável é a fé.
O titular do Departamento de Medicina Clínica da Universidade Federal de
Pernambuco (UFPE) e autor do livro Doença, Fé e Esperança, o pneumologista Blancard
Torres, não tem dúvidas, ele afirma que o paciente que tem fé incorpora em si a certeza
de recuperação, aumentando a imunidade e as chances de resposta positiva ao tratamento.
Aliando-se fé e ciência, a evolução positiva do tratamento é muito diferente do que em
pessoas que não acreditam na espiritualidade. Blancard relata que estava em uma equipe
médica que tratava de dois pacientes com câncer de pulmão em estágio avançado e que o
protocolo de tratamento utilizado para ambos foi o mesmo. O paciente que tinha fé
conseguiu vencer o câncer e fez dela sua aliada no tratamento, em detrimento do outro
paciente que veio a falecer e não tinha fé em coisa alguma. A força e autoestima causadas
pela fé promove a resistência do organismo. Segundo Blancard, a fé, o positivismo dos
médicos ou até a presença de um mediador como um capelão contribuem para fortalecer
o paciente. Se o paciente se vê diante de um profissional que valoriza a força espiritual e
entende que a medicina pode andar de mãos dadas com a fé, as chances de recuperação e
superação se multiplicam.
Um estudo publicado pela Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo
(Socesp) mostra a influência das crenças e dos padrões de pensamento no tratamento e
prevenção de doenças. Esse levantamento traz 368 referências de estudos internacionais
nos últimos anos sobre o assunto. Porém o cardiologista Marcelo Franken, diretor de
publicações da Socesp afirma que o tratamento clínico específico das doenças é
fundamental e insubstituível, mas que a espiritualidade reduz o risco cardiovascular,
aumentando no indivíduo o otimismo, o perdão, o bom humor, a esperança, a resiliência,
a fé, trazendo consigo substâncias ao organismo que reagem aumentando o sistema
imunológico do paciente. Essa gama de fatores positivos é muito mais do que mera
religiosidade, é algo palpável do ponto de vista clínico.
O cardiologista e pesquisador Álvaro Avezum, coeditor de publicação e diretor da
Socesp, diz que muitos médicos enfrentam incertezas sobre a receptividade quanto a
questão da fé, ou religiosidade, tais como: a percepção de invasão de privacidade,
dificuldades na linguagem da espiritualidade, divergências de crença, ou mesmo falta de
tempo para uma abordagem adequada. Já o cirurgião cardiovascular Melchior Luiz Lima
afirma que uma das evidências de como a fé pode ajudar nos tratamentos, está na evolução
de uma cirurgia. Ele observou que pacientes que não têm fé ou não acreditam em nada,
normalmente, ficam apavorados com uma possível morte, enquanto aqueles que têm
muita fé, perecem ter a certeza de sua recuperação. O cirurgião declara que essas pessoas
se recuperam mais rápido e melhor e que a saúde mental do paciente é fundamental para
a sobrevivência.

1.2 – A Fé diminui a depressão e aumenta a imunidade


Segundo especialistas, a imunidade também é afetada pela espiritualidade. A
sensação de suporte social que traz a espiritualidade faz com que o estresse seja
diminuído, explica o psiquiatra Valber Dias. Segundo ele, a pessoa lida melhor com
situações que podem provocar depressão e se for doença física, seu sistema imunológico
será melhor, pelo fato de seu corpo liberar menos cortisol endógeno, que é o hormônio
do estresse.
O ortopedista Thanguy Friço afirma que a espiritualidade é a base dos elos da
saúde, que são: atividade física, alimentação, sono e controle emocional.
Pessoas que tem fé recebem uma força além deles mesmos e é fundamental que
elas acreditem em algo que não dependa delas, é o que diz o terapeuta Gabriel Rocha.

Sidnei Epelman, oncologista pediátrico do Hospital Infantil Sabará e presidente


da Associação para Crianças e Adolescentes com Câncer diz que os pacientes que veem
a vida do ponto de vista da fé costumam ser mais otimistas e aderirem ativamente às
terapias.
São questões de avaliação sobre o envolvimento religioso do paciente, presentes
na revisão da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo, perguntas como: “Com
que frequência você vai a uma igreja, templo ou encontro religioso?” ou, “Com que
frequência você dedica o seu tempo a atividades religiosas individuais, como preces,
rezas, meditações ou leitura de textos religiosos?”.
O ponto principal de pesquisas e trabalhos científicos é ajudar os profissionais da
saúde na identificação dos pacientes que precisem e desejam a abordagem espiritual, já
que 80% da população mundial acredita em um poder que vai além de si mesmo. O
método de trabalho sugere questionários que abordem vários aspectos da espiritualidade
como por exemplo a capacidade de perdoar, já que o perdão faz bem ao coração, como
órgão propriamente dito, que pelo contrário, a negação do perdão de si ou de outrem, gera
a mágoa que deflagra o stress crônico, fazendo com que o organismo libere hormônios
como o cortisol e a adrenalina, que, em excesso, são nocivos à saúde. Esses hormônios,
em excesso, elevam a atividade inflamatória do corpo desencadeando uma séria de
doenças como a arteriosclerose, trombose, infartos, derrames e problemas autoimunes.
O pensador da medicina moderna, o canadense William Osler (1849-1919), há
mais de um século, disse uma frase inspiradora: “A fé despeja uma inesgotável torrente
de energia”. Porém, até pouco tempo, medicina e espiritualidade não conversavam. Hoje
em cada dez universidades médicas nos Estados Unidos incluíram na grade curricular o
tema espiritualidade e saúde ao ponto que no Brasil esse tema ainda está no começo.
Portanto, que fique de lado o preconceito, porém, que não seja entregue a exageros
religiosos.

1.3 – O aumento do bem estar mental e corporal através da crença


Um grande influenciador digital brasileiro na esfera cristã, o pastor Antônio
Júnior, relata como a Ciência está validando cada vez mais a fé como algo importante
para o bem-estar físico e mental. Ele revela exemplos de como a fé pode ser uma grande
aliada para a saúde. Em suas declarações afirma que os cristãos acreditam que seu corpo
é templo do Espírito Santo (BÍBLIA. 1 Coríntios 6. 19-20) e por isso tem-se a consciência
de que ele tem que ser bem cuidado, com boa alimentação, exercícios e cuidados médicos.
Cabe aos cristãos zelar pela boa manutenção desse templo. Entretanto, o pastor adverte
que obviamente o simples fato de estar em comunhão numa igreja não lhe dará um corpo
de atleta ou uma saúde formidável, mas ter uma disciplina, assim como temos ao seguir
os preceitos bíblicos, pode fazer a diferença para a saúde e para o corpo.
Pessoas que acham a espiritualidade relevante e tem sua vida regrada em relação
à saúde consomem menos álcool e drogas do que os que acreditam em nada voltado a fé
ou a religião, foi o que constatou um estudo populacional feito em 2001 pelo Centro
Nacional de Adição e Abuso de Drogas dos EUA. Metaforicamente tem-se o exemplo do
desenho animado dos “Simpsons”, onde o pai, Homer Simpson faz pouco caso de
qualquer fé, é obeso e alcóolatra, já seu vizinho, Ned Flangers, é regrado, tem saúde
perfeita e corpo atlético.
No brasil os benefícios da fé são estudados desde os anos 80 e a Organização
Mundial de Saúde (OMS) atesta que a fé influencia na saúde física, mental e biológica.
A crença em algo maior, a esperança que a fé traz para um diagnóstico futuro melhor
pode diminuir os riscos de diabetes, doenças cardiovasculares, respiratórias, infartos,
insuficiência renal e acidente vascular cerebral.
O São Paulo Medical Journal, da Associação Paulista de Medicina, em 2004,
publicou uma pesquisa que afirma o poder da oração na recuperação de pacientes com
câncer.
Um estudo realizado na Europa afirma que religiões estimulam algo essencial para
o ser humano que é o espírito de sociabilidade e comunidade. As pessoas nessas
comunidades raramente estão sozinhas, mas estão cercados de outras pessoas que
comungam da mesma fé, o que ajuda a superar a depressão e os problemas da vida.
No próximo capítulo veremos alguns aspectos científicos que embasam a
introdução da espiritualidade no auxílio do tratamento de enfermos.
CAPÍTULO II

A RELAÇÃO ENTRE A FÉ E A CIÊNCIA


2.1 – A reconciliação da Fé com a Ciência através do próprio método científico
Ao longo do tempo, ciência e religião adquiriram características distintas, segundo
concepções de natureza filosófica, sociais e influências políticas e econômicas. Porém,
até pouco tempo atrás, elas caminhavam lado a lado e a religião teve um papel
fundamental em grandes descobertas científicas nos campos da genética, astronomia,
biologia, citologia, psicologia, entre outros.
Achava-se, antes, que pessoas de fé ou de crenças em algo maior, eram alheias
aos progressos da ciência, e que o método científico, criado por Galileu Galilei, seria um
divisor de águas que afirmaria que para a produção do conhecimento apenas o natural
seria a verdade absoluta, e que o sobrenatural não teria credibilidade. Sobrepondo-se a
isso os fatos e as pesquisas revelam a importância da fé e demonstram que mesmo em
pleno século 21, a espiritualidade não foi extinta pela tecnologia. A ciência começa a
entender e se reconciliar com a fé e seus milagres, mas sabe-se que a fé vai além do que
se espera e do que se possa ver.
Hoje em um contexto de um mundo cada vez mais laico, em que a ciência e a
religião parecem se afastar, surgem novas evidências que mostram os benefícios da fé
para o corpo e à mente. Dezenas de estudos mostram que fiéis são mais felizes, vivem
mais, conseguem combater doenças e superar adversidades com mais facilidade.
Uma das possíveis explicações lógicas é a associação que a crença pode ter com
hormônios. A prática religiosa está ligada a secreção de endorfina e dopamina,
substâncias do prazer e bem-estar.
O cientista Andrew Newberg, professor da Universidade da Pensilvânia (EUA),
revela em seu livro How God Changes Your Brain (Como Deus muda o seu cérebro), que
quanto mais pensamos em Deus, mais intensamente serão as alterações dos circuitos
neurais.
Um novo estudo realizado na Universidade Thomas Jefferson, na Pensilvânia, nos
Estados Unidos revela que a cura física pode ocorrer como resultado do poder da oração.
O estudo mostrou através de ressonâncias magnéticas do cérebro que há poder na oração
e que religiosos ativam áreas específicas do cérebro.
O neurocirurgião Fernando Gomes fala sobre a importância de espiritualidade, ou
crenças religiosas para a mente e a saúde. Segundo Fernando, a fé atua de maneira
específica no cérebro, amenizando algumas áreas e ativando outras. O lobo parietal, que
é a área relacionada à percepção do meio ambiente e da própria pessoa, em momento de
oração, age como se estivesse inativada, enquanto o lobo frontal, que trata da
concentração e do foco, e o giro do cíngulo e tálamo, relacionados ao gerenciamento das
emoções, são mais acionados.
De alguma forma o cérebro da pessoa no momento da oração funciona de maneira
diferente, fazendo com que a pessoa consiga suportar muito mais as adversidades da vida,
desenvolvendo uma percepção diferente de futuro.
Os seres humanos entendem o processo do nascimento e sabem que irão morrer
um dia, diferente dos animais. Esse entendimento da vida como um todo chamamos de
inteligência existencial e para Fernando Gomes é muito importante estimular essa área.
Ele também relata sobre a produção da endorfina e serotonina, substâncias que regulam
o estado anímico de cada pessoa e ainda afirma que a fé consegue interferir no
funcionamento do cérebro. Fernando ainda ressalta que provavelmente circuitos
relacionados com neurotransmissores que provocam o bem-estar são liberados no
cérebro.
No Brasil, a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), o Instituto de Psiquiatria
(IPq) da USP, por meio do Programa de Saúde, Espiritualidade e Religiosidade (Proser),
e a Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), com o Núcleo
de Pesquisas em Espiritualidade e Saúde (Nupes), têm investigado o quanto a
espiritualidade, não necessariamente a religiosidade, do paciente auxilia na cura de
doenças físicas e psíquicas que pelo contrário, podem ser agravadas a partir de
sentimentos ruins e pensamentos destrutivos.
Nos Estados Unidos, a Escola de Medicina de Stanford, as Universidades Duke
da Flórida, do Texas e Columbia mantêm centros de estudos exclusivos sobre o assunto,
assim como a Universidade de Monique na Alemanha, em Calgary e no Canadá, e o Royal
College Psychiatrists no Reino Unido.
Para essas instituições a espiritualidade é diferente de religião, pois ela estaria
ligada à busca de um propósito de vida e de transcendência envolvendo relações com a
família, a sociedade e o ambiente independentemente de uma religião.
O médico Álvaro Avezum Júnior, diretor da Sociedade de Cardiologia do Estado
de São Paulo (Socesp), professor do centro de cardiopneumologia da USP e do programa
de doutorado do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, e também diretor do Centro
Internacional de Pesquisa do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, em São Paulo, diz que a
espiritualidade é um estado mental e emocional que norteia atitudes, pensamentos, ações
e reações passível de observação e mensuração científica, e ainda completa que a
espiritualidade é expressada através de crenças, valores, tradições e práticas, e que, quem
tem menos disposição ao perdão está mais disponível a enfrentar enfermidades
coronárias, assim como, a raiva pode levar à diabetes.
Azezum é um dos principais estudiosos do país na relação entre espiritualidade e
saúde e esteve à frente há dois anos da iniciativa da SBC em publicar as Diretrizes
Brasileiras Sobre a Espiritualidade e Fatores Psicossociais, que integram o conjunto de
prevenção cardiovascular. A primeira sociedade de cardiologia do mundo a associar
enfermidade moral a doença cardíaca, a partir de evidências científicas foi a SBC.
Segundo Azezum, a pressão arterial, por exemplo, pode ser controlada com a prática do
perdão e gratidão.
O interesse pelo tema, espiritualidade, para Azezum, começou com o trabalho da
médica americana Christina Puchalski, dirigente do Instituto George Washington para
Espiritualidade e Saúde (GWish), da Universidade George Washington, que desde 1996,
procura inserir a espiritualidade no tratamento com pacientes. Christina defende que os
médicos levantem o histórico espiritual do paciente para entendê-lo de forma integral.
Ao mesmo tempo em que o paciente toma a medicação, o médico quer saber se o
paciente acredita que a meditação ou oração o acalma e o deixa melhor, e se assim for,
deve-se recomendar que ele mantenha essa prática, é o que entende o médico Frederico
Leão, coordenador do Programa de Saúde, Espiritualidade e Religiosidade (Proser), do
Instituto de Psiquiatria (IPq) da USP. Segundo Leão, até o início dos anos 2000, os
médicos tinham muito receio em falar sobre o assunto, mesmo sendo o Brasil um país
onde mais de 80% da população se declara cristã.

Harold Koenig, da Universidade Duke, é destacado por Leão por suas pesquisas
que afirmam que negligenciar o espiritual do paciente é como ignorá-la socialmente e
psicologicamente, e que o pensamento positivo, a meditação e a oração não afetam só a
mente, mas todo o organismo é afetado por essas práticas.
Para Sérgio Felipe de Oliveira, neurocientista, o paciente não pode estar
estressado ao receber o medicamento, porque a adrenalina atrapalhará a sua eficácia,
sendo assim, o estado de espírito do paciente interfere na farmacocinética, ou seja, na
absorção e distribuição do remédio no organismo, sendo assim, se a oração e a fé têm o
poder de acalmá-lo, isso será muito importante para que a medicação tenha eficácia em
seus efeitos.
A reflexão científica sobre a espiritualidade é de extrema importância. Estudos,
testes, medições, acompanhamentos, e toda forma de se mostrar a realidade dos fatos que
se têm com pacientes que são submetidos a tratamentos acompanhados de fé e práticas
religiosas, ou simplesmente crenças em algo maior, são um degrau a mais na própria
medicina que antes se valia somente em aspectos físicos.
Fé e ciência estão interligadas e são complementares pois fazem parte de um
mesmo todo e dão o sentido integral à vida. A ciência não é a única fonte de conhecimento
e a fé vai além de valores dogmáticos religiosos e da moral.
CAPÍTULO III

O PAPEL DO CAPELÃO NO TRATAMENTO DO ENFERMO


3.1 – O serviço voluntário de ajuda ao próximo desde sempre
As pessoas compreendem a doença e aprendem a lidar melhor com o sofrimento
através da espiritualidade. A espiritualidade proporciona ao indivíduo encontrar o
significado e propósito para a sua vida.
Na Bíblia, mais especificamente no novo testamento é possível observar este
trabalho através, por exemplo, do ministério do apóstolo Paulo e seu cuidado com os
crentes revelando assim o cuidado que o capelão deve ter com aqueles que estão sob sua
responsabilidade espiritual. Em Romanos 15.4, Tessalonicenses 4. 18 e Tessalonicenses
5. 16, e até mesmo em uma parábola bem conhecida como a do Bom Samaritano, Lucas
10. 25-37 (BÍBLIA, 2007), podemos ver esse cuidado sobre as pessoas.
Em situações que envolvem doença, acidentes, tratamentos e até mesmo a morte
ou na eminência dela, a necessidade do conforto espiritual fica latente e para isso há um
profissional treinado e preparado para esses momentos que é o Capelão. Esse profissional
possui especialização na área de cuidados paliativos, psicológicos e espirituais para
proporcionar ao paciente conforto espiritual sem a definição de uma religião específica e
suas doutrinas. Ele está preparado para promover um cuidado holístico discernindo e
respeitando a diversidade cultural, espiritual e religiosa de todos os pacientes, familiares,
cuidadores e até mesmo da equipe médica. A capelania na área da saúde é um serviço, e
em alguns países até uma profissão, que trabalha dentro dos hospitais e está focada em
garantir que todas as pessoas, sejam elas religiosas ou não, tenham acesso a apoio
pastoral, espiritual e/ou religioso quando necessário.

3.2 – O surgimento do Capelão propriamente dito


A palavra capelania vem do latim capella que significa pequena capa. A
associação destes termos surgiu no século IV da era cristã cujo personagem central é
Martinho, nascido no ano 316 na região hoje conhecida como Hungria, antiga Panônia.
Na infância, Martinho teve a fé despertada através dos ensinamentos cristãos e era
conhecido pela compaixão. Na adolescência seu pai o levou para servir com ele no
exército imperial. Próximo de completar 20 anos, foi designado para servir na região da
Gália, hoje França. Em determinada noite de inverno europeu, um andarilho ao relento
pediu-lhe esmola, tremendo de frio. Então, Martinho cortou sua capa e deu parte dela ao
homem para proteger-se na gélida noite. Nesta mesma noite ele decidiu deixar o serviço
militar para dedicar-se à vida religiosa e às obras de misericórdia.

Por volta do ano 360 fundou uma comunidade para monges nas redondezas de
Poitiers, construindo o primeiro mosteiro da França e da Europa ocidental, dedicando-se
aos pobres e aos doentes. Exerceu o bispado por 25 anos e morreu aos 81, sendo sepultado
na cidade de Tours, onde foi guardada em uma pequena igreja a metade da capa de San
Martinho, e muitos relicários cujas franjas alimentaram vários reliquiários. Surgiram
assim os capelães: os cuidadores dos que estavam sofrendo com intempéries.
Considerando que “Paliativo” vem do latim pallium que significa manto e que
capelania vem do latim capella e significa capa, o cuidado paliativo pressupõe a atenção
também através da capelania, sem prescindir da assistência espiritual.
3.3 – O que diz a Lei Brasileira sobre a Capelania
O serviço de assistência religiosa e espiritual a pessoas em situações específicas
de sofrimento visa à proteção e ao fortalecimento multidimensional do ser humano. No
Brasil, tal assistência é um direito resguardado por lei na Constituição Federal Art. 5º
Inciso VII que diz: “É assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa
nas entidades civis e militares de internação coletiva”. Esta assistência deve ser prestada
também em consonância com a Lei nº 9.982, de 14/07/2000 que dispõe em seu Art. 1º:
“Aos religiosos de todas as confissões assegura-se o acesso aos hospitais da rede pública
ou privada, bem como aos estabelecimentos prisionais, civis ou militares, para dar
atendimento religioso aos internados, desde que em comum acordo com estes, ou com
seus familiares no caso de doentes que já não mais estejam no gozo de suas faculdades
mentais”.
O objetivo principal da assistência espiritual e religiosa é contribuir direta e
indiretamente para a promoção do bem-estar integral individual e/ou comunitariamente,
cuidando para que haja restabelecimento e aprimoramento das relações do ser humano
consigo, com outras pessoas, com o meio ambiente e com Deus.
Diante disto, a capelania é a sistematização desta assistência para um ambiente
público, ou seja, para fora das paredes da comunidade religiosa que pode ser organizada
onde se fizer necessário como por exemplo, no ambiente hospitalar, escolar, militar,
prisional, em desastres, para adictos, empresarial, etc., podendo ser exercido
voluntariamente ou não desde que tenha preparo para tal, uma vez que cada contexto
apresenta peculiaridades que lhes são próprias e muitas delas não são compartilháveis
com outras capelanias. O capelão, seja qual for a área de atuação, deve também estar
disponível para atender aos chamados o quanto antes nas mais diversas situações. Ele é
considerado um cuidador a curto, médio e longo prazo a depender das características
assistenciais e em muitas situações o capelão é um socorrista espiritual.
Infelizmente no Brasil o serviço de capelania ainda não é regulamentado como
profissão, a não ser nas instituições militares, estando o projeto de lei em análise para
regulamentação na esfera federal.

3.4 – A formação do verdadeiro Capelão


O capelão é preparado para visitar, acompanhar ou cuidar espiritualmente e
psicologicamente de pessoas e é muito bem capacitado para isso, seja ele líder religioso
ou não, pois só pelo fato dele ser um líder religioso não o faz um capelão na íntegra, assim
também como um visitador hospitalar não pode ser considerado um capelão de fato.
O profissional de capelania, no contexto hospitalar e de saúde em geral, deve ser
bem qualificado para prestar assistência religiosa e/ou espiritual a pessoas religiosas ou
não, a toda comunidade hospitalar (pacientes, acompanhantes, familiares, profissionais
de saúde), seja através de encaminhamentos ou de busca ativa; integrar a equipe
multiprofissional da instituição; representar a instituição quando se fizer necessário;
organizar o serviço de prestação de assistência espiritual religiosa; elaborar e cuidar para
que seja executado o plano de cuidado espiritual do paciente; gerenciar o serviço de
voluntariado de prestação de assistência espiritual e religiosa da instituição; organizar e
garantir que aconteçam os eventos pertinentes às datas comemorativas religiosas bem
como os rituais litúrgicos; participar do núcleo de educação continuada tanto para
aprimoramento pessoal quanto para a capacitação de outros da comunidade hospitalar;
cuidar para que rituais religiosos sejam oferecidos adequadamente.
Outros conhecimentos muito importantes que o capelão deve estudar, são: a) as
bases da assistência hospitalar: o que dizem as diretrizes da OMS, do Ministério da Saúde
dentro da PNH/SUS, o regimento interno da instituição, normas e técnicas próprias da
assistência no dia a dia pertinentes à atuação do capelão e dos outros profissionais da
assistência; b) bases espirituais e doutrinárias das religiões e das correntes filosóficas, o
significado da vida, da morte e do morrer diante delas; c) bases da constituição
multidimensional do ser humano e os elementos da cultura em que este está inserido.
O capelão deve apresentar algumas características como: ser comunicativo,
acolhedor, pacificador, ser um bom ouvinte, ter a capacidade da discrição, gostar de
trabalhar em equipe, ser organizado, ter um espírito ecumênico. Ele deve cultivar a
disciplina espiritual através da leitura e reflexão de textos sagrados, oração, meditação e
jejuns. Deve também primar pela ética, valores e princípios que visem a dignidade
humana e o fortalecimento das relações, aliviando o sofrimento, participando do alívio
ou da cura da dor na alma, mesmo quando a cura física não é mais possível.
Para proporcionar o cuidado espiritual necessário ao paciente, o capelão pode
utilizar-se de várias formas de abordagem como: celebrações religiosas, aconselhamento
individual ou coletivo, visitações leito a leito, incentivar e auxiliar ações que promovam
a dignidade humana e a espiritualidade em conjunto com outros profissionais de saúde.
Podem elaborar ou apoiar projetos que visem: a) despertar a solidariedade e o cuidado
através da realização de campanhas de doação de materiais como agasalhos, alimentos,
doação de sangue, órgãos, medula e tecidos, etc; b) estimular a contemplação e a reflexão
através do acesso à arte com a música, dança, teatro, cinema, literatura, oficinas de
pintura, escultura, bordado, leitura, etc.
O assistente espiritual é útil nas reuniões familiares, na atenção individual e
coletiva, escutando atentamente e sem julgamentos. Tem um papel importante no cuidado
com as disciplinas espirituais e/ou religiosas do paciente e da família, na ministração de
sacramentos, orações e leituras, na companhia compassiva, na aceitação da finitude, na
elaboração da lista de motivos de gratidão, na validação do legado, na promoção de
reencontros e reconciliações com as pessoas e com Deus.

3.5 – A capelania une forças em prol dos enfermos


O trabalho de capelania é bem-sucedido quando se dá juntamente com os outros
profissionais da instituição como os médicos, os enfermeiros, os técnicos de enfermagem,
assistentes sociais, psicólogos, terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas, fonoaudiólogos,
farmacêuticos e todos os profissionais da área administrativa, operacional, serviço de
voluntariado, familiares e comunidade em geral. Um resumo dessa linha de trabalho é
que não se faz capelania sozinho.
O papel da capelania é criar um ambiente de reflexão e acolhimento para todos os
atores no momento da dor, quando necessário, confrontar com sabedoria e estar atento às
oportunidades de reconciliação consigo, com os outros, com o meio ambiente e com
Deus. No momento em que o paciente demonstra uma angústia espiritual pela fala ou pela
apatia, é necessário abordá-lo e oferecer a oportunidade de conversar com alguém. Sedar
um paciente que expressa que está com medo da morte, sem dar a ele a oportunidade de
ser ouvido, acolhido, cuidado, confortado, é um crime espiritual de reflexos externos,
internos e/ou eternos.

3.6 – Casos e pesquisas na área de Capelania


Nesse trabalho diário o capelão se deparará com diversas situações e casos como:
A psicóloga do hospital pedir ao capelão para que passe em visita ao paciente pois mesmo
usando todas as técnicas possíveis, o paciente continua com a cabeça coberta com lençol
pois está angustiado com Deus após saber do avanço incontrolável de sua doença; ou um
capelão chamado pela coordenação do setor de atendimento pois um familiar que sofre
de esquizofrenia, ao saber da gravidade do quadro de saúde de sua mãe, promete matar
todo mundo se Deus a levar; ou chamado também pela coordenação da UTI para dar
suporte na comunicação de notícias difíceis tanto de amputação de membros quanto de
falecimentos; em abertura e fechamento de protocolo de morte encefálica; durante a
abordagem para expor a possibilidade de doação de órgãos e tecidos; no momento da alta
para reflexão e gratidão; para o aniversário em leito; para o processo ativo de morte; para
um café quando o luto já está ameno; e muitos outros casos diários encontrado pelos
capelães no seu dia a dia de trabalho.
Em uma investigação foi traçado o perfil do capelão e as atividades desenvolvidas
por eles nos hospitais adventistas do Brasil. O estudo foi desenvolvido por intermédio de
um formulário elaborado pelos pesquisadores, com análise pessoal, acadêmica e
profissional do capelão. A investigação evidenciou que a assistência espiritual feita pelo
capelão hospitalar é vista como um trabalho integrado para a recuperação do paciente,
porém, não há por parte da igreja, algum tipo de preconceito em relação a função do
capelão hospitalar, mas as instituições eclesiásticas não oferecem os subsídios necessários
para o treinamento e a eficácia desse profissional.
Hoje em dia, o trabalho do Capelão visa exercer este chamado em instituições
públicas e privadas representando ou não uma igreja em particular. Encontra-se também
sob a responsabilidade do Capelão zelar pelo bem-estar espiritual dos funcionários das
instituições, e, desta forma, contribuindo na recuperação do enfermo (ABELS, 2005). Ao
ser bem desenvolvido este serviço, o capelão passa estar inserido na equipe de assistência
à saúde, com resultados tanto de ordem científica quanto de ordem espiritual ampliados
de maneira notável.
O pastor Marski (1995, p. 6), que trabalhou 14 anos desempenhando seu
ministério como Capelão Hospitalar em instituições da Igreja Adventista do Sétimo Dia,
afirmou que este foi um período de grandes realizações em sua vida, em que relatou
experiências de amadurecimento espiritual e crescimento pessoal.
Podemos notar que há uma falta de conteúdos relacionados à Capelania
Hospitalar, conforme relatado por Pessini e Mildner. (1992, p. 207). Segundo eles, nota-
se uma falta gritante de formação específica na área de saúde, o que inviabiliza o diálogo
com o mundo científico comprometendo assim uma assistência pastoral global ao
enfermo. A própria formação dos sacerdotes é muito insuficiente nesse sentido,
consequentemente, as instituições religiosas não incentivam, não motivam e muito menos
investem recursos para a formação qualificada nessa área. Esses fatores negativos
constroem uma barreira entre a assistência espiritual e as atividades dos profissionais de
saúde. Vale lembrar, que até 1850, a assistência médica e de enfermagem eram, em
grande parte, exercidas pela igreja. Religiosos estavam sempre próximos à equipe médica
e na maioria das vezes cuidavam da administração dos hospitais. (LEMOS, 1992, p. 10).
Após uma época turva em relação a parceria, espiritualidade e ciência, teóricos
cientistas têm dado o devido valor à espiritualidade como ferramenta para o auxílio da
cura do paciente e pesquisas realizadas recentemente apontam o fator
espiritualidade/religiosidade como essenciais no tratamento de doenças como afirma
Panzini, Rocha e Bandeira. (2007, p. 136).

Um outro trabalho de pesquisa desenvolvido nos Hospitais Adventistas do Brasil


teve como objetivo traçar o perfil do capelão e suas atividades. Trata-se de uma
investigação descritiva que integra métodos quantitativos ao caracterizar o perfil dos
capelães, e métodos qualitativos das atividades desenvolvidas pelos capelães. A pesquisa
visava à descrição das características de determinadas populações ou fenômenos ou ainda
estabelecer as relações entre as variáveis. (GIL, 1996; CRESWELL, CLARCK, 2007). O
estudo foi desenvolvido com os Capelães dos Hospitais Adventistas do Brasil, mas
somente com aqueles que aceitaram participar e observaram o Termo de Consentimento
Livre e Esclarecido (TCLE). A pesquisa foi realizada por intermédio de um formulário
contendo trinta e cinco questões (abertas e fechadas), elaborado pelos pesquisadores, com
as dimensões de: análise pessoal, acadêmica, profissional do capelão. Também foram
questionados os objetivos e o trabalho da capelania nas instituições em que atuam. Este
formulário foi enviado aos Capelães para que estes informassem os métodos utilizados
em seu trabalho rotineiro, os desafios encontrados em seu campo de atuação, e os projetos
já executados para aprimoramento do trabalho, entre outras características.

O estudo abrangeu as seguintes instituições: Hospital Adventista Silvestre (Rio de


Janeiro –RJ), Hospital Adventista de Manaus (Manaus -AM), Hospital Adventista de
Belém (Belém -PA), Hospital Adventista de São Paulo (São Paulo -SP) e Hospital
Adventista do Pênfigo (Campo Grande -MS). A pesquisa seguiu os princípios éticos da
Resolução no. 466/12 do Conselho Nacional de Saúde. (BRASIL, 2013). Submetido e
aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade Adventista da Bahia –FADBA.
Quatro capelães dos cinco hospitais, com média de idade de 51 anos, participaram
da pesquisa. A partir dos quarenta anos, declara Collins (2011, p. 132), as pessoas que
entram na fase chamada “meia idade” fazem uma autoavaliação, examinando seu estilo
de vida, carreira profissional e prioridades. Pela idade a pessoa tende a ter, por
experiências vivenciadas, mais recursos para o aconselhamento, bem como a consciência
da importância do relacionamento com Deus. Mannoia (1986) afirma que essa faixa de
idade é interessante para o aconselhador, pois a condição básica do aconselhamento
pastoral eficaz é o senso de responsabilidade entre duas pessoas em relacionamento. Na
idade adulta, o aconselhador tem capacidade maior de ter empatia e compreensão pelo
aconselhado. Outro fator essencial para o serviço de capelania é o preparo acadêmico do
capelão e aconselhador tendo visto que o público enfermo é extremamente sensível,
portanto, deve-se saber colocar as palavras certas em cada momento do tratamento ou
aconselhamento.
Há métodos de aconselhamento na área hospitalar que não fazem parte da grade
curricular na graduação de Teologia, métodos estes, que se empregados com inteligência,
o capelão poderá auxiliar na recuperação do paciente aplicando o evangelho que traz paz.

Na análise da formação acadêmica dos capelães, 50% concluíram seu curso em


Teologia no Centro Universitário Adventista de São Paulo (UNASP), enquanto 25%
concluíram na Faculdade Adventista da Bahia (IAENE) e 25% concluíram seu curso no
extinto Educandário Nordestino Adventista (ENA). Nota-se que 75% dos pesquisados
possuem especialização, voltada para a área de Psicologia e destes 25% voltada para a
área do aconselhamento, área esta que abrange boa parte do trabalho do capelão
hospitalar. A espiritualidade permite a redução/gestão da sensação de perda de controle e
esperança; ajuda na aceitação da doença, segurança e otimismo face ao tratamento; e
prepara para a ideia de finitude. (AITKEN, 2009). A cura do paciente não pode ser
atribuída somente ao tratamento medicamentoso, todavia o acompanhamento de um
aconselhador auxilia o próprio paciente a combater a doença. O aconselhamento e as
práticas religiosas são estratégias eficientes para lidar com as doenças, permitindo maior
controle psicológico, e dessa forma, contribuindo para a cura. (ALMINHANA, 2009).
Lawrence (2002) afirma que o aconselhador deve ser movido por propósito e não
por dever, sendo capacitado pelo Espírito Santo. A obra do aconselhador é maior do que
qualquer outra que se pode pensar, algo além da imaginação, algo que só Deus poderia
cogitar e dar para alguém fazer. A especialização em si não é suficiente para formar um
conselheiro eficaz, contudo o capelão deve ter vocação para este serviço. A obra de
aconselhamento, como vocação especial, foi atribuída particularmente ao pastor e ele
deve estar disposto a assumir a tarefa que Deus o comissionou, ministrando a homens e
mulheres que sofrem das dores e misérias que surgem no decorrer da vida (ADAMS,
1982).
Segundo alguns Capelães entrevistados, o objetivo da capelania é “atuar no
atendimento dos pacientes e colaboradores da instituição, promovendo o enriquecimento
espiritual de forma a despertar interesse pelo evangelho” (entrevistado 1). Este
pensamento, ao ser colocado em prática acaba por propiciar um ambiente cheio de
humanização no atendimento dos pacientes. “Através de um atendimento humanizado, é
possível perceber aceleração na recuperação dos mesmos” (entrevistado 2).
O paciente passa a se sentir acolhido. Observemos que o paciente está alojado
num quarto que não lhe é familiar, utilizando roupas que não lhe pertencem, sendo tratado
por pessoas que não conhece. Isso por si só já impulsiona um ser humano comum a sentir-
se tenso por vivenciar um constante estado de desconforto. Diante de tal realidade, se
torna imprescindível à humanização proposta pelo trabalho evangelizador do capelão e
sua equipe.
Muitas vezes a relação capelão-paciente será a mais próxima que o enfermo terá
de sua vida extra-hospitalar. Este fator consequentemente acabará contribuindo
positivamente na cura do enfermo, porém, estes são dados difíceis de se medir e registrar
de maneira empírica por causa da subjetividade. Basta lembrar, como afirma Berkey
(2003), que “o aconselhador como crente e ministro de Cristo, deve ser um agente de
esperança.” Além disso, a integridade moral e espiritual é também apresentada como uma
das características fundamentais de um aconselhador.

Os participantes da pesquisa afirmam que “muitos dos pacientes que possuem


sintomas físicos de algumas enfermidades os têm por problemas de cunho emocional”
(entrevistado 3). O Capelão é responsável pela vida religiosa da comunidade (SILVA,
2001) e sua contribuição com a equipe de profissionais da área de saúde visa algumas
formas de aliviar as tensões emocionais do paciente, assim seu trabalho terá relevância
tanto para o paciente quanto para os profissionais que estão trabalhando pela cura dele.
Neste sentido, o aconselhamento pastoral é uma área pelo qual o capelão se dedica a
ajudar indivíduos, famílias ou grupos a lidarem com as pressões e crises na vida.
A Capelania age no apoio aos pacientes, tendo em vista a finalidade de prestar
amparo espiritual e emocional às pessoas. O serviço do capelão possui a pretensão
inerente de contribuir positivamente para a saúde do paciente partindo da ideia de que se
eles estiverem com suas emoções estabilizadas, evitando assim, desgastes físicos e
mentais, terão a possibilidade se recuperarem de suas enfermidades de maneira mais
rápida e eficaz.
Bermejo (1997) reconhece a importância da contribuição da medicina e psicologia
para a recuperação do paciente, e afirma que a atividade do aconselhamento, tem como
objetivo central estabelecer um desenvolvimento da fé e a sã relação entre o paciente e
Deus. Quando médicos e capelães trabalharem unidos, se promoverá a oportunidade para
que ciência e religião possam atuar conjuntamente para a melhoria da saúde do paciente.
Nesta união se encontra uma chave que potencializará os recursos de cura. Deus poderá
atuar de maneira mais direta na necessidade do enfermo.

3.7 – A Capelania, o evangelismo e a pluralidade de seu público


O capelão passa então a atingir um público que dificilmente será alcançado pela
igreja que são eles, os pacientes, as famílias dos pacientes, os colaboradores, os médicos,
equipe de enfermagem e toda equipe administrativa do estabelecimento de saúde.
Diferentemente de uma congregação comum, o público do capelão é bastante variado,
possuindo grande diversidade cultural e religiosa. Não que isto seja inexistente nas
igrejas, mas a frequência deste fator nos ambientes hospitalares é bem maior. O que exige
do profissional desta área competência acadêmica, treinamento e experiência prática para
estar devidamente preparado para atender as exigências deste grupo pluralista e altamente
diversificado. Possuir uma capelania no ambiente hospitalar é importante por esta
propiciar um ambiente de refrigério necessário a pacientes e colaboradores para que estes
tenham uma estadia saudável. Ela contribui para a recuperação do enfermo ao mesmo
tempo em que motiva os funcionários a trabalharem alegres, sentindo-se abraçados numa
atmosfera de humanização. Isto também é refletido para o paciente. O ambiente
cristocêntrico que ela proporciona, é benéfico para todos os que entram em contato com
o hospital.
De forma geral, foi observado que as principais atividades desenvolvidas pelas
Capelanias brasileiras atualmente são: visitas (internas e externas, a pacientes,
acompanhantes e colaboradores das instituições), cultos, entrevistas admissionais,
distribuição de folhetos e literaturas evangelísticas, formação de classes de estudos da
bíblia e aconselhamento pastoral. Estas atividades ornamentam o ambiente hospitalar
gerando bem-estar emocional espiritual e social nas atividades cotidianas dos
trabalhadores.

Isto gera nos funcionários e pacientes receptividade positiva em relação aos


esforços empreendidos por parte dos Capelães. Além disso, contribuem para o
crescimento espiritual, tornando-se indispensáveis nos hospitais. Para tanto, os
colaboradores precisam fazer parte dos projetos e atividades realizados pela Capelania, e
quando isso ocorre, a força de trabalho dela é potencializada radicalmente gerando mais
resultados.
O ministro que atua em hospitais precisa possuir boa qualificação acadêmica e
experiência pessoal. Além de gozar de boa saúde física, emocional e espiritual, devem ser
hábeis no desenvolvimento do aconselhamento pastoral. O ideal é que aquele que for
chamado a realizar este tipo de atividade já possua experiências e competências
específicas nesta área. Sendo assim, a principal função do Capelão nos hospitais é a
assistência espiritual da instituição onde atua, levando os pacientes e colaboradores a
serem envolvidos numa esfera de fraternidade e espiritualidade que possa abrir as portas
dos corações para a entrada do evangelho de Cristo.
Assim parece desejáveis ao capelão competências, tais como conhecer de forma
geral os procedimentos executados pelos profissionais da área de saúde, possuir
graduação em teologia, ter conhecimento geral das enfermidades psicológicas, saber
teoricamente como funciona o aconselhamento pastoral e tê-lo desenvolvido através de
experiência prática.
CONSIDERAÇÕES FINAIS:
Diante de tudo que foi exposto até agora, pode-se chegar à conclusão que uma
grande parte dos médicos, enfermeiros, funcionários, familiares e acompanhantes de
pacientes no Brasil conseguem entender e desejam o acompanhamento do capelão para o
auxílio no tratamento dos enfermos, porém, em alguns lugares do Brasil a palavra
Capelania ainda é desconhecida e o apoio espiritual do paciente não é realizado.
Nos Estados Unidos, por exemplo, a capelania é bem difundida e é reconhecida
como uma profissão de muita importância para empresas, hospitais, forças armadas,
governo, dentre outros lugares, que encontram, neste profissional, uma figura não só de
apoio emocional mas também uma ajuda para fomentar a melhorara do estado clínico do
paciente.
Vê-se através deste trabalho acadêmico que a figura do capelão é sim um auxiliar
importante no tratamento do enfermo, pois ele não trata do problema físico em si, mas a
sua presença, reforçando o espiritual ou, a fé do indivíduo, é capaz de trazer benefícios
ao cérebro humano e por sua vez, a qualquer outra parte do corpo.

É muito importante, fazer um trabalho a fim de difundir o trabalho da capelania,


e desmistificar alguns mal entendidos causados por pessoas despreparadas para tal
prestação de serviço no passado.

Outro ponto importante para o Brasil, é a regulamentação da profissão de Capelão,


já que a assistência religiosa voluntária já é regulamentada.
Portanto com um trabalho de instituições sérias em capelania e embasado em leis
regulamentares, a figura do Capelão será cada vez mais requisitada em instituições
brasileiras que primam pelo bem estar físico e espiritual de todos os envolvidos na saúde
e bem estar dos pacientes.
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