Você está na página 1de 87

Outros instrumentos

de informação

Estratégia Nacional para a


Segurança e Saúde no Trabalho
2008-2012
Relatório Final de Avaliação
Estratégia Nacional para a Segurança e Saúde no Trabalho 2008-2015 | Relatório Final de Avaliação

Catalogação Recomendada

Estratégia Nacional para a Segurança e Saúde no Trabalho 2008-2012: Relatório final de


avaliação; coord. Direção de Serviços da Promoção da Segurança e Saúde no Trabalho –
Lisboa: ACT, 2016 - 87p. 30 cm

Segurança e Saúde no trabalho / Prevenção de riscos profissionais / Locais de Trabalho


/Condições de Trabalho / Acidentes de trabalho / Doenças profissionais / Relatórios / Dados
estatísticos / Portugal

AUTOR

ACT - Autoridade para as Condições do Trabalho

COORDENAÇÃO

DSPSST – Direção de Serviços para a Promoção da Segurança e Saúde no Trabalho

COMPOSIÇÃO

DID – Divisão de Informação e Documentação

EDITOR

ACT - Autoridade para as Condições do Trabalho

EDIÇÃO

Lisboa, setembro de 2016


Estratégia Nacional para a Segurança e Saúde no Trabalho 2008-2015 | Relatório Final de Avaliação

Siglas

ACT – Autoridade para as Condições do trabalho

ANQEP – Agência Nacional para a Qualificação e Ensino Profissional

BTE – Boletim do Trabalho e Emprego

CCPSST – Conselho Consultivo para a Promoção da Segurança e Saúde no Trabalho

CNQ – Catálogo Nacional para as Qualificações

CNHST – Conselho Nacional de Higiene e Segurança no Trabalho

DGERT – Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho

DNPST – Dia Nacional da Prevenção e Segurança no Trabalho

DPRP – Departamento de Proteção Contra os Riscos Profissionais

ENSST – Estratégia Nacional para a Segurança e Saúde no Trabalho

ESENER – Inquérito Europeu às Empresas e Riscos Novos e Emergentes

EU-OSHA - Agência Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho

GEP – Gabinete de Estratégia e Planeamento

INCT – Inquérito Nacional às Condições de Trabalho

INE – Instituto Nacional de Estatística

MSESS – Ministério da Solidariedade, Emprego e Segurança Social

OIT – Organização Internacional do Trabalho

PFN – Ponto Focal Nacional

SHST – Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho

SIMPLEX – Programa de Simplificação Administrativa e Legislativa

SST – Segurança e Saúde no Trabalho

1
Estratégia Nacional para a Segurança e Saúde no Trabalho 2008-2015 | Relatório Final de Avaliação

Índice
Índice de quadros e figuras .......................................................................................... 3

1. Nota Introdutória ..................................................................................................... 4

2. Enquadramento da estratégia nacional na política europeia .................................... 7

3. Estratégia Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho 2008-2012 ......................... 8

3.1 Objetivos e respetivas medidas de ação ................................................................ 9

4. Desenvolvimento .................................................................................................... 12

4.1 Ações realizadas por medida no período de 2008-2012........................................ 12

5. Avaliação da Estratégia Nacional de SST ................................................................ 69

5.1. Avaliação de objetivos e medidas ..................................................................... 69

5.2. Balanço Final..................................................................................................... 72

6. Produção de legislação em matéria de Segurança e Saúde no Trabalho ................. 76

6.1. Produção legislativa ............................................................................................ 76

6.2. Produção legislativa e seu impacto em SST ......................................................... 79

7. Sinistralidade laboral e Doenças Profissionais ....................................................... 81

7.1. Evolução da sinistralidade laboral e doenças profissionais .................................. 81

8. Nova Estratégia Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho ................................ 83

Resumo ...................................................................................................................... 85

Résumé ...................................................................................................................... 85

Abstract ..................................................................................................................... 85

2
Estratégia Nacional para a Segurança e Saúde no Trabalho 2008-2015 | Relatório Final de Avaliação

Índice de quadros e figuras


Quadro 3.1.1 – Objetivos da ENSST e medidas correspondentes .................................. 9
Quadro 4.1.1.1 – Eventos da Semana Europeia no período de 2008 ........................... 21
Quadro 4.1.1.2 – Eventos da Semana Europeia no período de 2009 ........................... 22
Quadro 4.1.1.3 – Eventos da Semana Europeia no período de 2010 ........................... 23
Quadro 4.1.1.4 – Eventos da Semana Europeia no período de 2011 ........................... 24
Quadro 4.1.1.5 – Eventos da Semana Europeia no período de 2012 ........................... 24
Quadro 4.1.1.6 – Notas de imprensa 2008-2012 ........................................................ 26
Quadro 4.1.8.1 – Ações Inspetivas em sectores de risco elevado 2008 - 2011 ........... 48
Quadro 4.1.9.1 – Validação de cursos (em número) para o exercício de funções SST
pelo empregador/trabalhador designado ou representante do empregador (período
de 2008 a 2012). ........................................................................................................ 51
Quadro 4.1.9.2 – Organização dos serviços de SST por modalidade, em 2008 ........... 51

Quadro 4.1.9.3 – Organização dos serviços de SST por modalidade, em 2009 ........... 52
Quadro 4.1.9.4 – Organização dos serviços de SST por modalidade, em 2010 ........... 52
Quadro 4.1.9.5 – Organização dos serviços de SST por modalidade, em 2011 ........... 53
Quadro 4.1.9.6 – Ação inspetiva desenvolvida no domínio da Segurança e Saúde no
Trabalho - Setores de maior incidência 2007-2010 .................................................... 57
Quadro 4.1.9.7 – Ação inspetiva desenvolvida no domínio da Segurança e Saúde no
Trabalho - Setores de maior incidência 2011-2012 .................................................... 57
Quadro 4.1.9.8 – Processos de candidatura a financiamento de formação inicial níveis
4 e 6 (2008–2012) ..................................................................................................... 60
Quadro 4.1.9.9 – Candidaturas e apoios financeiros à formação de representantes dos
trabalhadores e representantes do empregador (2008–2012) ................................... 68
Quadro 5.1.1 – Resultado do grau de execução das medidas da ENSST ..................... 69
Quadro 5.1.2 – Balanço final da execução das medidas da ENSST .............................. 72
Figura 5.1.2.1 - Grau de execução da ENSST .............................................................. 75
Quadro 7.1.1. - Evolução da sinistralidade – Acidentes de trabalho totais ................. 81

Quadro 7.1.2. - Evolução da sinistralidade – Taxas de incidência de sinistralidade


(‰)........................................................................................................................... 81
Quadro 7.1.3. - Evolução das Doenças Profissionais................................................... 82

3
Estratégia Nacional para a Segurança e Saúde no Trabalho 2008-2015 | Relatório Final de Avaliação

1. Nota Introdutória
A Estratégia Comunitária 2007-2012 para a Segurança e Saúde no Trabalho, intitulada
“Melhorar a qualidade e a produtividade do trabalho: Estratégia Comunitária para a Saúde e a
Segurança no Trabalho 2007-2012”, constituiu um importante passo na promoção da qualidade
e das condições de trabalho no espaço europeu, visando a redução em 25% da taxa total de
incidência de acidentes de trabalho na União Europeia, contribuindo assim também, para o êxito
da Estratégia de Crescimento e Emprego.

Este ambicioso objetivo tornou necessário que em cada estado membro fossem desenvolvidas e
aperfeiçoadas metodologias de avaliação dos riscos profissionais, de participação e formação
dos trabalhadores, tendo em particular atenção os setores de atividade económica considerados
de risco elevado.

No âmbito do Conselho Nacional de Higiene e Segurança no Trabalho (CNHST), criado pela


Resolução do conselho de Ministros n.º 204/82 de 16 de novembro, foi aprovada a Estratégia
Nacional para a Segurança e Saúde no Trabalho, doravante designada por ENSST, para o
período 2008-2012.

A ENSST assentou em dois grandes vetores: a orientação para as políticas públicas e a


promoção da segurança e saúde nos locais de trabalho. A nível nacional, foram estabelecidos
dez objetivos a atingir, bem como definidas as respetivas medidas preconizadas, para a sua
consecução.

É de referir que a ENSST determinava a realização de uma avaliação intermédia, a qual


compreendia a sua execução até ao final do ano de 2009 e uma avaliação global, a realizar
após o período de vigência da estratégia, em sede do CNHST, entretanto extinto em 2012, pelo
que a presente avaliação é efetuada pela ACT, em articulação com o Conselho Consultivo para a
Promoção da Segurança e Saúde no Trabalho (CCPSST), o qual é composto por:

O Inspetor-Geral da ACT, que preside;

Os dois subinspetores gerais,

Dois representantes de cada confederação sindical com assento na Comissão Permanente de


Concertação Social:

 Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses – Intersindical Nacional (CGTP-IN);

 União Geral dos Trabalhadores (UGT).

4
Estratégia Nacional para a Segurança e Saúde no Trabalho 2008-2015 | Relatório Final de Avaliação

Um representante de cada confederação patronal com assento na Comissão Permanente de


Concertação Social:

 Confederação dos Agricultores Portugueses (CAP);

 Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP);

 Confederação da Indústria Portuguesa (CIP);

 Confederação do Turismo Português (CTP)

Passados os cinco anos de vigência da Estratégia, elaborou-se o presente relatório que constitui
o balanço das atividades desenvolvidas pelos diversos intervenientes a nível nacional,
evidenciando o grau de cumprimento dos objetivos definidos, com vista à avaliação da sua
execução.

No presente relatório, procedeu-se a uma análise sobre as medidas de execução de cada


objetivo que, uma vez implementadas, permitiram a prossecução da estratégia.

Numa primeira parte estabelece-se o enquadramento da estratégia nacional na política e


estratégia europeias, assente em objetivos gerais. Numa segunda parte efetua-se a exposição
da estratégia estabelecida a nível nacional, os seus objetivos e respetivas medidas de ação. A
ENSST assentou em dois grandes vetores: a orientação para as políticas públicas e a promoção
da segurança e saúde nos locais de trabalho.

Seguidamente descrevem-se as atividades desenvolvidas no âmbito das medidas inseridas nos


10 (dez) objetivos definidos na referida Estratégia.

Por fim, procede-se à avaliação da execução da estratégia, nomeadamente, o alcance atingido


nas metas estabelecidas, o seu impacto ao nível da segurança e saúde no trabalho e na
diminuição da sinistralidade a nível laboral.

O presente relatório reflete as avaliações intercalares anuais durante o período de vigência da


ENSST.

A aprovação do relatório final da ENSST em reunião do conselho Consultivo para a Promoção da


Segurança e Saúde no Trabalho (CCPSST) evidencia o rigor e a preocupação deste Órgão da
Autoridade para as Condições do Trabalho, no exercício das suas competências, em matéria de
segurança e saúde no trabalho.

5
Estratégia Nacional para a Segurança e Saúde no Trabalho 2008-2015 | Relatório Final de Avaliação

O CCPSST é um órgão colegial, de natureza consultiva, composto pelo Inspetor-geral, que


preside, pelos dois Subinspetores-gerais, por dois representantes de cada confederação sindical
e por um representante de cada confederação patronal, com assento na Comissão Permanente
de Concertação Social. O Conselho Consultivo da ACT, que reúne, ordinariamente, uma vez por
semestre, foi convocado pela primeira vez no dia 14 de Março de 2008.

Neste contexto, a materialização deste relatório contou com a colaboração dos diversos
membros do referido Conselho Consultivo, nomeadamente a Confederação dos Agricultores de
Portugal, a Confederação do Comércio e Serviços de Portugal, a Confederação Empresarial
Portuguesa, a Confederação do Turismo Português, a União Geral de Trabalhadores e a
Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses – Intersindical Nacional, tendo a versão
final do presente relatório sido aprovado em Conselho Consultivo do dia 6 de fevereiro de 2015.

6
Estratégia Nacional para a Segurança e Saúde no Trabalho 2008-2015 | Relatório Final de Avaliação

2. Enquadramento da estratégia nacional na política


europeia
O elevado número de acidentes de trabalho na União Europeia, em particular em sectores
considerados de risco elevado, tem estado ao longo dos anos, na agenda de trabalhos da
Comissão e do Parlamento Europeus.

As conclusões decorrentes da avaliação da estratégia comunitária de segurança e saúde


expressas no relatório anterior (2002-2006), demonstraram que, apesar de ter havido uma
redução significativa da taxa de acidentes profissionais no período em causa, seria fundamental
reforçar a sensibilização da opinião pública quanto à importância da segurança e saúde no
trabalho. Nesse sentido, foi divulgada pela Comunicação da Comissão ao Parlamento Europeu,
ao Conselho, ao Comité Económico e Social Europeu e ao Comité das Regiões, a Estratégia
Comunitária para o período 2007-2012, intitulada “Melhorar a qualidade e a produtividade do
trabalho: Estratégia Comunitária para a Saúde e a Segurança no Trabalho 2007-2012”,
concretizada pela Resolução do Parlamento Europeu, de 15 de Janeiro de 2008.

A diminuição dos acidentes de trabalho, apoiou-se por sua vez num conjunto de orientações
estratégicas, que visavam:

1. Estabelecer um quadro normativo moderno e eficaz;

2. Favorecer o desenvolvimento e a execução de estratégias nacionais;

3. Promover mudanças de comportamento;

4. Combater com eficácia novos riscos e

5. Promover globalmente a segurança e saúde, a nível internacional.

Por forma a desenvolver e aperfeiçoar as metodologias de avaliação de riscos, da participação e


formação dos trabalhadores, atribuindo especial atenção aos sectores de atividade económica
considerados de risco elevado, coube a cada Estado Membro adotar uma estratégia nacional
que, enquadrada nos princípios definidos na estratégia europeia, englobe medidas que visem
atingir elevados padrões de segurança e saúde no trabalho.

7
Estratégia Nacional para a Segurança e Saúde no Trabalho 2008-2015 | Relatório Final de Avaliação

3. Estratégia Nacional de Segurança e Saúde no


Trabalho 2008-2012
A ENSST foi aprovada em Conselho de Ministros e publicada através da Resolução do Conselho
de Ministros n.º 59/2008, de 12 de Março.

Após a discussão em sede de Conselho Nacional de Higiene e Segurança no Trabalho (CNHST),


foi elaborada a ENSST para o período de 2008-2012, com o objetivo de reduzir os índices de
sinistralidade laboral e contribuir para a melhoria da saúde e bem-estar no trabalho.

A ENSST representa assim o compromisso do Estado português em cumprir os objetivos


definidos na estratégia da União Europeia para a SST, ao nível nacional.

Dada a sua dimensão nacional, a ENSST envolveu no seu desenvolvimento e na concretização


dos seus objetivos, a participação dos órgãos próprios das Regiões Autónomas.

A ENSST assentou em dois grandes vetores: a orientação para as políticas públicas e a


promoção da segurança e saúde no trabalho nos locais de trabalho e estabeleceu dez objetivos
a atingir a nível nacional, bem como as respetivas medidas preconizadas, para a sua
consecução. Esses objetivos encontram-se enumerados na lista seguinte:

Objetivo 1: Desenvolver e consolidar uma cultura de prevenção entendida e assimilada pela


sociedade

Objetivo 2: Aperfeiçoar os sistemas de informação no domínio da SST

Objetivo 3: Incluir nos sistemas de educação e investigação abordagens no âmbito da SST

Objetivo 4: Dinamizar o Sistema Nacional de Prevenção de Riscos Profissionais

Objetivo 5: Melhorar a coordenação entre os serviços públicos com competências no domínio


da SST

Objetivo 6: Concretizar, aperfeiçoar e simplificar normas específicas de SST

Objetivo 7: Implementar o modelo orgânico da ACT

Objetivo 8: Promover a aplicação efetiva da legislação de SST, em especial nas PME

Objetivo 9: Melhorar a qualidade dos serviços de SST e incrementar competências dos


intervenientes

Objetivo 10: Aprofundar o papel dos parceiros sociais e implicar empregadores e trabalhadores
na melhoria das condições de trabalho nas empresas.

8
Estratégia Nacional para a Segurança e Saúde no Trabalho 2008-2015 | Relatório Final de Avaliação

3.1 Objetivos e respetivas medidas de ação


A cada objetivo corresponderam medidas de ação, cuja implementação visava a sua
prossecução. No quadro 3.1.1, identificam-se as medidas estabelecidas para cada objetivo.

Quadro 3.1.1 – Objetivos da ENSST e medidas correspondentes

Objetivo Medida

1. Desenvolver e consolidar 1.1. Realização de um Inquérito Nacional às Condições de Trabalho.


uma cultura de prevenção
1.2. Conceção e implementação de campanhas de consciencialização e
entendida e assimilada pela
sensibilização da opinião pública.
sociedade.
1.3. Revitalização do Dia Nacional da Prevenção e Segurança no
Trabalho.
1.4. Projeção de adequadas iniciativas da Semana Europeia de
Segurança e Saúde no Trabalho.

1.5. Estabelecimento de acordos com meios de comunicação social


para divulgação de mensagens e emissão de programas.

1.6. Dinamização de programas de prevenção de riscos profissionais


na Administração Pública central, regional e local.

2. Aperfeiçoar os sistemas de 2.1. Reestruturação


Medida do sistemaem
1.7. Desenvolvimento, estatístico de acidentes
articulação com o PNDTde de
trabalho e
informação no domínio da doenças profissionais.
programas de prevenção em meio laboral para combater o alcoolismo
Segurança e Saúde no 2.2. Criação
e outras de um modelo único de participação de Acidente Trabalho
toxicodependências.
Trabalho (SST) (AT) e mapa de encerramento de processos para Administração
Pública e para setor privado.
2.3. Recolha, tratamento e disponibilização de informações sobre AT e
doenças profissionais pela ACT.

2.4. Assegurar um efetivo diagnóstico das doenças profissionais.

3. Incluir nos sistemas de 3.1. Reforço da inclusão de matérias de SST na aprendizagem a partir
educação e investigação do 1º Ciclo do Ensino Básico.
abordagens no âmbito da 3.2. Apoio à formação de professores em SST e à produção de
SST conteúdos informativos e materiais pedagógicos.
3.3. Promoção, no sistema de formação profissional, da integração de
conteúdos curriculares reportados à especificidade da Prevenção de
Riscos Profissionais (PRP) nas diferentes áreas de formação, com
inclusão dos referenciais de SST nos Planos Nacionais de Formação
Profissional.

3.4. Dinamização da integração de conteúdos de SST nas estruturas


curriculares dos cursos de licenciatura.

9
Estratégia Nacional para a Segurança e Saúde no Trabalho 2008-2015 | Relatório Final de Avaliação

Objetivo Medida

4. Dinamizar o Sistema 4.1. Promoção da troca de informação entre as entidades da Rede


Nacional de Prevenção de Nacional de Prevenção de Riscos Profissionais (RNPRP).
Riscos Profissionais
4.2. Divulgação da informação sobre as entidades integrantes da
RNPRP através da ACT.

5. Melhorar a coordenação 5.1. Definição e implementação de mecanismos de articulação entre


entre os serviços públicos os serviços com competências inspetivas, preventivas e promotoras da
com competências no saúde com implicações na SST.
domínio da SST. 5.2. Promoção de uma estreita articulação entre as estruturas da
Administração Pública do Continente e das Regiões Autónomas, com
atribuições e competências na SST.
6. Concretizar, aperfeiçoar e 6.1. Participação na Revisão do Código do Trabalho.
simplificar normas específicas
6.2. Ratificação da Convenção 167 da OIT e adoção da Recomendação
de SST
175 da OIT.

6.3. Ratificação da Convenção 184 da OIT e adoção da Recomendação


192 da OIT.

6.4. Ratificação da Convenção 187 da OIT e adoção da Recomendação


197 da OIT.

6.5. Conclusão da elaboração do Regulamento de Segurança no


Trabalho.

6.6. Conclusão da elaboração das normas definidoras do exercício da


coordenação de segurança na construção.
6.7. Elaboração de normas específicas para a agricultura.

6.8. Revisão e elaboração de normas específicas de SST para o sector


das pescas.

7. Implementar o modelo 7.1. Implementação do modelo orgânico da ACT em todo o país.


orgânico da ACT

7.2. Reforço dos meios humanos, materiais e técnicos da ACT,


nomeadamente promovendo a existência de técnicos com
competências em SST, em todos os serviços desconcentrados.

10
Estratégia Nacional para a Segurança e Saúde no Trabalho 2008-2015 | Relatório Final de Avaliação

Objetivo Medida

9. Melhorar a qualidade dos 9.1. Privilegiar e incentivar os serviços internos.


serviços de SST e
9.2. Incentivo à formação para trabalhadores designados e
incrementar competências
empregadores.
dos intervenientes
9.3. Promoção de alterações legislativas para agilizar os
procedimentos de autorização de serviços externos de SST.

9.4. Desenvolvimento de auditorias aos serviços externos autorizados.

9.5. Reforço das auditorias aos cursos de formação em SST


homologados.

9.6. Estabelecimento de um programa de auditorias aos serviços


internos, prioritariamente dirigido a empresas com relevância social e
económica, para avaliação dos serviços e identificação de boas
práticas.

9.7. Plano de visitas inspetivas aos serviços internos, incidindo


prioritariamente sobre sectores e empresas com maior índice de
sinistralidade e tendo em conta os riscos emergentes.
9.8. Conceção e implementação de um sistema de avaliação da
qualidade dos serviços de SST.

9.9. Simplificação do modelo de relatório anual de atividades dos


serviços de SST, com eventual fusão com o modelo 1360.

9.10. Incentivo e apoio financeiro à formação de técnicos e técnicos


superiores de SHT.

9.11. Reavaliação da organização e duração da formação inicial em


SHT, em especial do nível 3 (atual nível 4).
9.12. Restrição da formação de técnicos superiores de SHT a
entidades de ensino superior e outras entidades idóneas.

9.13. Definição entre a ACT e a Direção Geral de Saúde (DGS) de


metodologias e procedimentos agilizadores do processo de autorização
das empresas prestadoras de serviços.
9.14. Dinamização e apoio à formação de médicos do trabalho.

9.15. Elaboração com a Direção Geral de Saúde (DGS) de um guia


geral e de guias sectoriais de orientação para as atividades de
vigilância da saúde dos trabalhadores.
9.16. Promoção da formação de jovens empresários em SST e em
gestão da segurança nas PME.

11
Estratégia Nacional para a Segurança e Saúde no Trabalho 2008-2015 | Relatório Final de Avaliação

Objetivo Medida

10. Aprofundar o papel dos 10.1. Institucionalização de mecanismos de concertação social


parceiros sociais e implicar sectorial nos sectores com maiores índices de sinistralidade.
empregadores e 10.2. Dinamização da constituição de comissões paritárias de SST a
trabalhadores na melhoria implementar nas grandes obras.
das condições de trabalho
10.3. Incentivo à introdução de matérias de SST na negociação
nas empresas coletiva.

10.4. Acompanhamento em sede de CNHST da implementação dos


acordos estabelecidos no âmbito do diálogo social europeu em matéria
de SST .
10.5. Promoção, incentivo e apoio financeiro à formação de
representantes dos trabalhadores, trabalhadores designados e
empregadores.

10.6. Reequacionamento e clarificação das formas de participação dos


trabalhadores na SST, designadamente na sua relação com os
serviços de prevenção, internos ou externos.

4. Desenvolvimento
Neste capítulo, serão apresentadas as ações realizadas por medida e os resultados finais.

4.1 Ações realizadas por medida no período de 2008-2012

4.1.1 Objetivo 1 - Desenvolver e consolidar uma cultura de prevenção


entendida e assimilada pela sociedade.

Medida 1.1 Realização de um Inquérito Nacional às Condições de Trabalho


Em 2011, foi concluído o caderno de encargos para o lançamento do concurso público de
execução prática do Inquérito Nacional às Condições de Trabalho (INCT). O projeto intitulado
“Estruturação e Implementação de um Inquérito às Condições de Trabalho em Portugal
Continental”, promovido pelo Centro de Estudos para a Intervenção Social (CESIS), foi
aprovado e apoiado financeiramente pela ACT, assentando a sua operacionalização em três
fases:

 Fase 1 - Conceção, pré-teste e aplicação de questionários;

12
Estratégia Nacional para a Segurança e Saúde no Trabalho 2008-2015 | Relatório Final de Avaliação

 Fase 2 - Acompanhamento do trabalho de campo, criação e carregamento da base de


dados;

 Fase 3 - Elaboração dos relatórios finais.

Para o acompanhamento do desenvolvimento do projeto, foi nomeada uma comissão pelo


Conselho Consultivo para a Promoção da Segurança e Saúde no Trabalho.

No final do período de avaliação da ENSST, o projeto encontrava-se na Fase 1, estando em


análise os projetos de questionários, com vista à avaliação da sua qualidade e adequação aos
objetivos pretendidos, bem como à sua validação definitiva por parte da ACT e do Conselho
Consultivo para a Promoção da Segurança e Saúde no Trabalho.

Em 2012, a medida encontrava-se em execução.

Medida 1.2 Conceção e implementação de campanhas de consciencialização e

sensibilização da opinião pública.

A ACT durante o período em apreço, estabeleceu em parceria com diversas entidades,


campanhas de consciencialização e sensibilização da opinião para as questões relacionadas com
a segurança e saúde no trabalho.

As atividades desenvolvidas no âmbito das comemorações do Dia Nacional da Prevenção - dia


28 de Abril (cfr. medida 1.3.), permitiram desde logo a realização de diversos eventos de
sensibilização da opinião pública, ao nível da comunidade em geral, associações empresariais e
de trabalhadores, escolas, escolas profissionais e empresas;

A ACT coordenou ainda, a nível europeu uma campanha organizada pelo Comité dos Altos
Responsáveis das Inspeções do Trabalho (CARIT), subordinada ao tema “Riscos Químicos” que
decorreu de janeiro de 2010 a março de 2011 e que visava a melhoria das condições de
trabalho associadas à utilização de substâncias químicas perigosas nos locais de trabalho, a
qual abrangeu os seguintes setores de atividade: indústria do mobiliário, reparação automóvel,
limpeza e panificação. Esta Campanha tinha como alvo preferencial os empregadores, os
trabalhadores e seus representantes, das micro, pequenas e médias empresas, sobretudo as
empresas até 50 trabalhadores. No programa enquadrador da Campanha, referia-se
expressamente esta iniciativa, como objetivando a prossecução da Estratégia Comunitária.

Sublinha-se ainda a colaboração da ACT na campanha concebida pela Autoridade Nacional de


Segurança Rodoviária (ANSR), visando a segurança na condução e utilização de tratores
agrícolas.

13
Estratégia Nacional para a Segurança e Saúde no Trabalho 2008-2015 | Relatório Final de Avaliação

Considerando que a medida 1.2. da ENSST prevê a realização de campanhas de


consciencialização e sensibilização, direcionadas a alvos específicos e que o trabalho em
espaços confinados ocorre geralmente em sectores com maior índice de sinistralidade, foram
realizados pelo Grupo de Trabalho para a Segurança e Saúde nos Trabalhos em Espaços
Confinados, criado em 28 de Abril de 2011, diversos seminários de âmbito nacional e regional
direcionados para o sector agrícola e da construção civil, com divulgação pela internet para os
parceiros sociais e institucionais, e comunicação social.

Tal atividade resultou na realização de 34 seminários, 5 palestras e 16 reuniões dirigidas a


empregadores, trabalhadores, sindicatos, autarquias, prestadoras de serviços, universidades e
centros de investigação realizados a nível nacional, com um total de cerca de 2500
participantes. Foi ainda disponibilizado material informativo, em formato papel e digital.

No que respeita aos setores agrícola e florestal, foram desenvolvidas em 2012, em colaboração
com parceiros sociais e institucionais, 75 ações de informação e sensibilização, que abarcaram
cerca de 2800 participantes.

A ACT como Ponto Focal Nacional (PFN) da Agência Europeia para a Segurança e Saúde no
Trabalho (EU-OSHA), assegura a sua representação nacional, bem como a implementação dos
programas de trabalho inscritos no Plano de Atividades da Agência, gerindo a sua própria rede
tripartida, com participação dos parceiros sociais, difundindo os produtos e informações aos
parceiros nacionais da Rede de Prevenção de Riscos Profissionais, planificando e implementando
as campanhas europeias, apoiando, ainda, os trabalhos do observatório de riscos emergentes.

A ACT, ao longo do período em análise e enquanto PFN, promoveu e realizou um conjunto de


eventos/iniciativas desenvolvidas na sua generalidade em parceria com os elementos da Rede
de Prevenção.

Além desses eventos/iniciativas, os parceiros da Rede Nacional de Prevenção de Riscos, quase


todos os anos desenvolvem um outro conjunto de iniciativas, nomeadamente exposições,
concursos, estudos, manuais, fichas técnicas, folhetos, brochuras, cartazes, entre outros, de
modo a transmitir os benefícios de uma boa aposta numa cultura de prevenção de SST, bem
como a forma de prevenir determinados acidentes e doenças profissionais.

Todos os anos são divulgados no site da ACT, informações sobre SST, no âmbito das referidas
Campanhas Europeias, bem como em revistas da especialidade, sites e agendas culturais.

Foram ainda, realizados alguns estudos e publicações sobre a temática específica de cada
Campanha, de acordo com as necessidades manifestadas pelos parceiros da Rede Nacional.

14
Estratégia Nacional para a Segurança e Saúde no Trabalho 2008-2015 | Relatório Final de Avaliação

Assim, sob a égide da campanha europeia «Locais de trabalho seguros e saudáveis»,


decorreram durante o período as seguintes campanhas bianuais:

 2008-2009 - “Avaliação de riscos”;

 2010-2011 - “Trabalhos de Reparação e manutenção seguros”;

 2012-2013 – “Juntos na prevenção dos riscos”.

Em 2012, desenvolveu-se o primeiro ano da campanha europeia “Juntos na prevenção dos


riscos profissionais”, tendo sido realizados 30 seminários a nível nacional, incluindo as regiões
autónomas, em que estiveram presentes aproximadamente cerca de 4000 participantes. No
âmbito dessa atividade, realizaram-se ainda cerca de 20 reuniões com autarquias, parceiros
sociais, universidades e centros de investigação realizadas, também a nível nacional.

Foram ainda disponibilizados em formato papel e digital, material informativo da campanha.

Durante esse ano, estiveram patentes várias exposições fotográficas, em 11 locais, por cerca de
200 dias. Realizaram-se também seis press release, com a presença dos principais órgãos de
comunicação local e nacional.

A ACT no âmbito do Programa Operacional de Apoio à Promoção da Segurança e Saúde no


Trabalho, aprovou e financiou projetos de Segurança e Saúde no Trabalho (SST), propostos por
diversos promotores, sobre essas matérias, que consubstanciam o reforço de consciencialização
e sensibilização do público-alvo considerado.

Do total de candidaturas a apoio de projetos, apresentadas por promotores, designadamente


associações patronais/empresariais, associações sindicais, comunidade técnico-científica e do
ensino, foram apoiados durante o período de vigência da ENSST, 69 projetos na área de
estudos e investigação; 236 projetos no domínio da informação/divulgação e 245 projetos no
âmbito da formação, sendo de realçar os seguintes resultados:

Em 2008, foram desenvolvidos estudos de investigação de SST (condições de trabalho,


vibrações mecânicas, riscos biológicos) em áreas como as da fundição, cozinhas profissionais,
aterros sanitários.

Foram também elaborados manuais de procedimentos, boas práticas e medidas de prevenção,


no âmbito dos riscos psicossociais (stress e assédio moral).

Na área da Informação/Divulgação, a ACT apoiou projetos no âmbito das pescas, amianto,


radiações, poeiras, segurança de máquinas, trabalho em altura, equipamentos de trabalho e do
setor agrícola, bem como ao nível dos riscos psicossociais como o stress.

Com o apoio da ACT, foram ainda desenvolvidas três Campanhas:

15
Estratégia Nacional para a Segurança e Saúde no Trabalho 2008-2015 | Relatório Final de Avaliação

 Campanha “Menos acidentes no setor da construção civil e obras públicas”.

 Campanha do setor das madeiras “Mais segurança e menos ruído nos locais de trabalho”.

 Campanha no setor das pedreiras “Sensibilizar para que se cumpra as normas de


segurança no trabalho”.

No ano de 2009, foram apoiados Estudos/Investigação, no domínio dos efeitos dos riscos
biológicos na saúde humana, fungos e partículas em suiniculturas e aviários e no domínio dos
riscos profissionais associados à banca e seguros.

Na área da Informação/Divulgação, foram apoiadas iniciativas e/ou a produção de instrumentos


relativos a trabalho jovem, grávidas e lactantes, poeiras, responsabilidade social, trabalho
noturno e por turnos, banca e seguros, pesca, amianto, riscos psicossociais, lesões músculo-
esqueléticas, setor têxtil e dos transportes coletivos.

Foi igualmente desenvolvida uma campanha denominada de “Com mais prevenção e segurança
nos locais de trabalho e a intervenção dos parceiros sociais, haverá menos acidentes de
trabalho”.

Em 2010, destacam-se os Estudos/Investigação sobre o VIH/SIDA no trabalho e sobre o setor


metalúrgico e da metalomecânica e, no âmbito do apoio a projetos de Informação/Divulgação,
foram desenvolvidas as seguintes campanhas de prevenção:

 Campanha de riscos profissionais no setor das pedreiras.

 Campanha de riscos profissionais no setor das madeiras.

 Campanha para o setor do mármore “Mais segurança, menos ruido e poeiras nos locais
de trabalho”.

 Campanha de prevenção, informação, divulgação e boas práticas na cedência e


acolhimento de trabalhadores temporários.

 Campanha de prevenção do uso de substâncias psicotrópicas em meio laboral.

 Campanha para o setor da construção civil e obras públicas “Sensibilizar vale a pena,
cada vez morrem menos trabalhadores no setor”.

Foram ainda desenvolvidos outros projetos apoiados pela ACT, no setor das pescas bem como
no âmbito de temas como poeiras, ergonomia, ambiente de trabalho, trabalho noturno e por
turnos, amianto, radiações, stress, assédio moral, violência no trabalho e setor rodoviário.

16
Estratégia Nacional para a Segurança e Saúde no Trabalho 2008-2015 | Relatório Final de Avaliação

Em 2011, apoiaram-se financeiramente Estudos/Investigação em setores de atividade tais como


a fundição, indústria extrativa, metalomecânica, bem como sobre a empregabilidade e situação
profissional dos técnicos de SST.

Ao nível da área da Informação/Divulgação, foram encerradas as campanhas de prevenção,


informação e divulgação de boas práticas na cedência e acolhimento de trabalhadores
temporários e a de prevenção do uso de substâncias psicotrópicas em meio laboral.

Foram concedidos apoios a projetos, entre outros, no setor rodoviário, marítimo, restauração,
do comércio e serviços e de produção animal, bem como a projetos no âmbito dos riscos
psicossociais e químicos, ruido, vibrações, trabalho de manutenção e reparação em espaços
confinados.

Foi igualmente apoiada a campanha para o setor da construção civil e obras públicas, “É
necessário e imperativo no sector, sensibilizar para que aconteçam menos acidentes”.

Em 2012, na área de Estudos/Investigação, destacam-se os projetos no âmbito de setores


como o dos curtumes, panificação e produção de bolachas e biscoitos, alojamento, restauração
e bebidas, bem como o setor da educação e da saúde.

Na área de Informação/Divulgação, destacam-se iniciativas apoiadas pela ACT no âmbito da


SST versus VIH/SIDA, setor das pescas e marítimo e setor vitivinícola.

Foi igualmente apoiada pela ACT a campanha “Continuar a prevenção e sensibilização nos locais
de trabalho para reduzir mais os acidentes de trabalho”.

Com o apoio e envolvimento da ACT e de diversas entidades foram, ainda, desenvolvidas


diversas outras atividades, nomeadamente:

Em colaboração com a Associação Empresarial Portuguesa (AEP) estruturou-se uma campanha


que se materializou na publicação de uma Banda Desenhada "Tó e Kika", destinada a jovens,
com fichas para discussão, divulgada num jornal semanal (Público), e realização de um filme e
jogo educativo baseados na mesma.

Foi desenvolvida a Campanha Europeia (CARIT) sobre Movimentação Manual de Cargas "Alivie a
Carga!" (sessões de divulgação, material informativo, visitas às empresas) e a Campanha
Nacional de Prevenção de Exposição à Sílica (distribuição de material informativo e ações de
sensibilização);

Foram também desenvolvidos pelo SINDEL (Sindicato Nacional da Industria e da Energia)


diversos eventos, nomeadamente seminários, workshop, newsletters e criação de uma portal e
de um blog, no âmbito do projeto "Participar para Prevenir", integrado na campanha Europeia

17
Estratégia Nacional para a Segurança e Saúde no Trabalho 2008-2015 | Relatório Final de Avaliação

sobre Avaliação de Riscos de Riscos, 2008-2009, "Locais de Trabalho Seguros e Saudáveis -


Bom para si, Bom para a empresa".

Este programa resultou no desenvolvimento de uma campanha junto dos representantes dos
trabalhadores para o setor da Indústria e Energia, tendo como principal finalidade a divulgação
da importância da participação dos representantes dos trabalhadores e dos empregadores na
melhoria da segurança e saúde nos locais de trabalho, nomeadamente na avaliação de riscos e
dar a conhecer ações levadas a cabo no âmbito do desenvolvimento da informação, consulta e
participação dos trabalhadores no seio das empresas.

No âmbito do projeto PREVENIR, foram editados pela AEP – Associação Empresarial de Portugal,
com o apoio do Programa Operacional de Assistência Técnica ao Quadro de Referência
Estratégico Nacional (QREN), manuais e compact disc de caraterização dos Setores e de Boas
Práticas na Indústria de Joalharia, Ourivesaria e Relojaria, Indústria da Alimentação e das
Bebidas, Indústria dos Produtos Químicos, Indústria da Cerâmica e do Vidro e Indústria da
Borracha e das Matérias Plásticas.

Efetuaram-se vários spots radiofónicos, através do "Rádio Clube Português", no âmbito da


campanha da FECTRANS (Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações), para o
setor dos transportes.

Realizaram-se estudos de situação da SST das Autarquias Locais, acompanhados de Manuais de


Boas Práticas para este setor, bem como para o sector do termalismo, o qual pela primeira vez
foi objeto de uma abordagem ao nível da segurança e saúde no trabalho.

Face a este conjunto diversificado de iniciativas desenvolvidas, considera-se que a medida foi
plenamente executada.

Medida 1.3 Revitalização do Dia Nacional da Prevenção e Segurança no Trabalho

O dia 28 de Abril é comemorado desde 1996, em todo o mundo, como forma de homenagear as
vítimas de acidentes de trabalho e doenças profissionais. Mas, é a partir de 2001, que esta
efeméride é reconhecida e apoiada pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), sendo
atualmente celebrada de modo oficial em diversos países.

Em Portugal, o dia 28 de Abril foi instituído “Dia Nacional de Prevenção e Segurança no


Trabalho” (DNPST), mediante Resolução da Assembleia da República n.º 44/2001 de 7 de Junho
de 2001, cabendo à Autoridade para as Condições do Trabalho, o cumprimento dessa
Resolução.

O Dia Nacional de Prevenção e Segurança no Trabalho é anualmente comemorado com uma

18
Estratégia Nacional para a Segurança e Saúde no Trabalho 2008-2015 | Relatório Final de Avaliação

Sessão Solene e deve contar com a participação do Secretário de Estado do Emprego e do


Presidente da Comissão Parlamentar de Segurança Social e Trabalho, de várias entidades da
Administração Pública central e local, com destaque para a Direção da ACT, que procede à
entrega do Relatório das Atividades de Segurança e Saúde no Trabalho relativo ao ano transato,
previsto na Resolução da Assembleia da República nº 44/2001 de 7 de Junho de 2001 e ainda,
com representantes dos Grupos Parlamentares com assento na Assembleia da República e
representantes dos Parceiros Sociais, que debatem o tema escolhido pela Organização
Internacional do Trabalho para as comemorações a nível mundial. É também apresentado o
relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT), relativo ao Dia Mundial da Segurança
e Saúde no Trabalho. Nesse dia, realizam-se também um conjunto de atividades decorrentes da
Campanha de Informação e Divulgação, junto da sociedade, empresas e associações patronais
e sindicais, alusivas ao tema de cada ano.

No período de vigência da ENSST 2008-2012, e, sob a égide do Dia Nacional de Prevenção e


Segurança no Trabalho, além dos eventos acima referidos, foram realizados ainda os seguintes
eventos adicionais:

2008:

 Realização de aulas ministradas pelo Senhor Ministro do Trabalho e da Solidariedade


Social e dirigentes da ACT em diversas escolas secundárias;

 Numa iniciativa e em parceria com a Sonae Distribuição decorreu uma campanha


informativa sobre o DNPST, quer para funcionários, quer para o público em geral, nas
grandes superfícies, nomeadamente nos espaços "Continente", "Modelo" e "Bonjour".

2012:

Neste ano, a ACT promoveu a nível nacional duas sessões comemorativas, no âmbito do Dia
Nacional de Prevenção e Segurança no Trabalho:

 Sessão Solene Comemorativa, realizada no dia 27 de abril, na Sala do Senado da


Assembleia da República, com entrega do Relatório Nacional de Atividades de Segurança
e Saúde no Trabalho de 2011;

 Sessão Comemorativa do «Dia», realizada em 28 de abril, em Guimarães, Capital


Europeia da Cultura, com a presença de membros do Governo, do Município Local,
representantes dos Grupos Parlamentares e Parceiros Sociais;

 Conjunto de iniciativas da ACT, das quais se destacam:

- Realização do Seminário «Juntos na Prevenção de Riscos Profissionais: Estratégias

19
Estratégia Nacional para a Segurança e Saúde no Trabalho 2008-2015 | Relatório Final de Avaliação

e Contributos para o Futuro» - FCT-UNL (23 abril);

- Encontro Internacional sobre Segurança – Trabalhos em altura, na Feira Tectónica


- FIL (8 de maio);

- Atividades de sensibilização/formação para as questões da prevenção e segurança


no trabalho dirigidas aos alunos do 4º ano do 1º ciclo – Escolas de 1º Ciclo do
Ensino Básico (23 a 28 de abril);

- Concurso escolar para realização de equipamentos de proteção individual –


Escolas de 1º Ciclo do Ensino Básico ;

- IV Jornadas Técnicas de SST - Escola Profissional de Aveiro (23 e 24 de abril);

- Fórum "Higiene e Segurança no Trabalho" - Auditório da Sede da SIMRIA (4 de


maio);

- Seminário “Riscos Profissionais no Setor Agrícola” - Auditório da Escola Superior


Agrária de Beja (24 de abril);

- Lançamento da Campanha europeia 2012 – 2013 “ Juntos na Prevenção de Riscos


Profissionais” - Auditório da Associação Industrial do Minho (3 de maio);

- Exposição de Fotografia "Qual a sua imagem da segurança e saúde no trabalho" -


Museu D. Diogo de Sousa (18 de abril a 31 de maio);

- Sessões do programa “Pense indústria…com segurança” -Auditório do Museu D.


Diogo de Sousa (8, 9, 15, 16 de maio);

- Inauguração da Exposição de Fotografia “Qual a sua Imagem da SST?” - Museu D.


Diogo de Sousa (18 de abril);

- Seminário: Segurança de Máquinas nos Locais de Trabalho - Museu D. Diogo de


Sousa (18 de abril).

O Centro Tecnológico das Indústrias Têxtil e do Vestuário de Portugal (CITEVE), em parceria


com a ACT, no âmbito do programa "Pense Indústria 2020", promoveu palestras de
sensibilização, visando transmitir aos jovens uma nova imagem da indústria, associando-a a
valores positivos e a um futuro profissional atrativo, através duma abordagem criativa que trata
os temas relacionados com a indústria e com as profissões a ela ligadas.

Em conclusão, no decurso da execução da ENSST, assistiu-se à revitalização do Dia Nacional,


consubstanciado num aumento progressivo das atividades desenvolvidas no âmbito do Dia e a
efetiva projeção do Dia, e das suas diferentes temáticas em termos da sociedade em geral.

20
Estratégia Nacional para a Segurança e Saúde no Trabalho 2008-2015 | Relatório Final de Avaliação

A medida foi executada.

Medida 1.4 Dar projeção adequada às iniciativas da Semana Europeia de Segurança e

Saúde no Trabalho.

As iniciativas associadas à Semana Europeia de Segurança e Saúde no Trabalho estão


diretamente ligadas às atividades desenvolvidas pela ACT, enquanto Ponto Focal Nacional da
Agência Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho.

A Semana Europeia, 43ª semana do ano, manteve durante o período em análise o formato de
vigência bianual.

Há que realçar o facto de no ano de 2011, terem sido premiadas as duas empresas
portuguesas, selecionadas para o Prémio Europeu de Boas Práticas.

É ainda de salientar que as fotos premiadas nas várias edições do concurso europeu de
fotografia “Segurança e Saúde no Local de Trabalho”, percorreram o país em exposição,
circulando pelas várias instituições que as solicitaram.

Dada a crescente adesão de novas instituições e empresas a esta iniciativa, é previsível uma
projeção cada vez maior do concurso supracitado, nos próximos anos.

No âmbito da semana europeia no período de 2008 a 2012, tiveram lugar os eventos indicados
por tipologia nos Quadros (4.1.1.1; 4.1.1.2; 4.1.1.3; 4.1.1.4 e 4.1.1.5), referentes
respetivamente aos anos de 2008, 2009, 2010, 2011e 2012.

Quadro 4.1.1.1 – Eventos da Semana Europeia no período de 2008

Tipologia de Tipologia do promotor/Entidades envolvidas Nº


ação Participantes

Seminário Associações Industriais/Empresariais/Empresas Prestadoras Serviço Externo 1023


SST
Seminário Associações Profissionais/Ordens Profissionais 1186

Seminário Autarquias/Governos Regionais/outros organismos públicos governamentais 2174

Seminário Associações Sindicais 516

Seminário Centros Hospitalares, Hospitais 550

Seminário Centros Tecnológicos/Centros de Formação Profissional/ Entidades do 726


Ensino Superior

Seminário Órgãos de informação e divulgação (media, …) 25

Fórum Autarquias 500

21
Estratégia Nacional para a Segurança e Saúde no Trabalho 2008-2015 | Relatório Final de Avaliação

Simpósio Entidades do Ensino Superior 400

Encontro Associação de Técnicos de ST/Autarquias 100

Conferência Entidades do Ensino Superior 100

Ação de Entidades do Ensino Superior e Secundário/Hospitais/Direções Regionais 2470


Sensibilização

Jornadas Escolas Profissionais 200

Conferências Autarquias 650

Ação de Formação Entidades Públicas 21

Workshop Certame Internacional (FIL) 200

Exposições Autarquias/Escolas Profissionais n.d.

Cerimónia Entrega Prémios Centro Formação Profissional/ Empresa >150

*
Dados não disponíveis

Quadro 4.1.1.2 – Eventos da Semana Europeia no período de 2009

Tipologia de Tipologia do promotor/Entidades envolvidas Nº


ação Participantes
Seminário Associações Industriais/Empresariais/Empresas/Banca > 690

Seminário Autarquias/outros organismos públicos regionais e locais 2600

Seminário Direções Regionais/Entidades Públicas 480

Seminário Associações Sindicais 500

Seminário Centros Hospitalares, Hospitais, Ordens de Profissionais de Saúde 420

Seminário Associações de Técnicos 580

Centros de Formação Profissional/ Entidades Formadoras/Escolas


Seminário >300
Profissionais

Seminário Associações de Desenvolvimento Regional n.d.*

Seminário Empresas de Consultoria n.d.*

Colóquio/
Comunidade Técnica e Científica e do Ensino >500
Simpósio

Encontro/Feiras Órgãos de Informação e disseminação da Informação (media, …) 500


Técnicas

Ação de Escolas Profissionais n.d.*


Informação

22
Estratégia Nacional para a Segurança e Saúde no Trabalho 2008-2015 | Relatório Final de Avaliação

Jornadas Autarquias >350


Técnicas

Workshop Certame Internacional (FIL) 200

Workshop Sindicatos 370

Workshop Comunidade Técnica e Científica e do Ensino 50

Workshop Órgãos de Informação e disseminação da Informação (media, …) 100

Workshop Entidades relacionadas com a Saúde (Clínicas, outros) 180

Concurso/
Centro Formação Profissional 15
Entrega Prémios

*
Dados não disponíveis

Quadro 4.1.1.3 – Eventos da Semana Europeia no período de 2010

Tipologia Tipologia do promotor/Entidades envolvidas Nº


de ação Participantes
Seminário Associações Industriais/Empresariais 1320

Seminário Autarquias 3170

Seminário Associações Sindicais 500

Associações de Desenvolvimento Regional/Comissões de Coordenação do


Seminário 400
Desenvolvimento Regional

Seminário Associações Técnicas/Ordens Profissionais 470

Seminário Organismos Públicos/Escolas 60

Seminário Empresas/Seguradoras 840

Seminário Comunidade técnica e científica e do Ensino >3000

Seminário Órgãos de informação e divulgação (media, …) 225

Fórum Órgãos de informação e divulgação (media, …) n.d.*

Palestra Comunidade técnica e científica e do Ensino n.d.*

Congresso/
Comunidade técnica e científica e do Ensino 300
Colóquio

Press - 15
Conference

Cerimónia
Entrega Centro Formação Profissional/ Empresa 50
Prémios

*
Dados não disponíveis

23
Estratégia Nacional para a Segurança e Saúde no Trabalho 2008-2015 | Relatório Final de Avaliação

Quadro 4.1.1.4 – Eventos da Semana Europeia no período de 2011

Tipologia Tipologia do promotor/Entidades envolvidas Nº


de ação Participantes
Seminário Associações Industriais/Empresariais 670

Seminário Empresas/Indústria/Banca 1080

Seminário Autarquias 998

Seminário Associações Sindicais 370

Seminário Ordens Profissionais 30

Seminário Comunidade Técnica e Científica e do Ensino 1333

Seminário Centros de Formação Profissional/ Escolas 250

Seminário Órgãos de informação e divulgação (media, Feiras …) 1070

Ação de
Organismos Públicos 180
Formação

Ação de
Escolas Profissionais/Escolas Secundárias 500
Formação

Ação de
Autarquias 440
Formação

Workshop Associações Industriais/ Associações Empresariais 400

Workshop Centro de Formação Profissional 100

Quadro 4.1.1.5 – Eventos da Semana Europeia no período de 2012

Tipologia de Tipologia do promotor/Entidades envolvidas Nº


ação Participantes
Seminário Associações Industriais/Empresariais 164

Seminário Comunidade Técnica e Científica e do Ensino 180

Seminário Entidades ligadas à cultura (museus) 240

Seminário Escolas Profissionais/Centros de Formação Profissional 500

Seminário Órgãos de informação e divulgação (media, …) 110

Congresso Ordens Profissionais 340

Press Release _ 189

Fórum Associações Sectoriais 70

Encontro Associação Empresariais/Empresas/Centros Tecnológicos 390

24
Estratégia Nacional para a Segurança e Saúde no Trabalho 2008-2015 | Relatório Final de Avaliação

Tipologia de Tipologia do promotor/Entidades envolvidas Nº


ação Participantes

Workshop Associações Municipais 20

Jornadas Escolas Profissionais 200

Jornadas Empresas de Consultoria 170

Jornadas Autarquias locais 300

Jornadas Centros de Formação Profissional/Empresas 130

Autarquias/ Entidades ligadas à cultura (museus)/ Comunidade Técnica e


Exposições n.d.*
Científica e do Ensino

*
Dados não disponíveis

Face ao conjunto diversificado de eventos, as temáticas, a sua abrangência territorial e o


número e variedade dos seus destinatários, considera-se que a medida foi plenamente
executada durante o período de execução da ENSST.

Medida 1.5. Estabelecimento de acordos com meios de comunicação social para

divulgação de mensagens e emissão de programas

Durante este período, verificou-se uma colaboração mais acentuada com os meios de
comunicação social, por ocasião das comemorações do Dia Nacional da Prevenção e Segurança
no Trabalho e, que de alguma forma, projetaram as atividades globais da ACT, em matéria de
segurança e saúde no trabalho.

Em termos de revistas nacionais na área de SST, a ACT tem mantido a sua participação nas
revistas “Segurança” e “Segurança Comportamental”, publicações que se dirigem a um público-
alvo alargado, de formação académica diferenciada e com conhecimentos técnico-científicos em
matérias da área de SST.

Em particular, na revista “Segurança” é de salientar a edição de vários suplementos da


responsabilidade da ACT, nomeadamente sobre o DNPST e a divulgação do inquérito europeu às
empresas e riscos novos e emergentes (ESENER).

Em 2011, foi criada a newsletter da ACT, da qual foram editados 7 números, até dezembro de
2012.

As iniciativas da Campanha Europeia 2010-11 foram suportadas por alguns instrumentos de


informação/comunicação, nomeadamente 45 artigos publicados na imprensa nacional e regional
e em revistas da especialidade, 53 comunicados de imprensa e 3 entrevistas que projetaram

25
Estratégia Nacional para a Segurança e Saúde no Trabalho 2008-2015 | Relatório Final de Avaliação

essas temáticas, a nível nacional e regional.

De seguida, apresenta-se a lista de algumas das notas de imprensa, enviadas para a


Comunicação Social durante este período:

Quadro 4.1.1.6 – Notas de imprensa 2008-2012

Tipologia

Comunicado de Seminário “Construir a Segurança na Hotelaria, Turismo e Restauração”


Imprensa

Dossier de Imprensa Conferência de Imprensa de Apresentação da Nova Campanha Europeia Locais de trabalho
Seguros 2010/2011

Comunicado de Seminário “Segurança e Saúde no Trabalho – Uma aposta na qualidade”


Imprensa

Convite à imprensa Seminário “Boas Práticas de Manutenção e Reparação Seguras”

Comunicado de “79% dos gestores europeus estão preocupados com o stress relacionado com o trabalho,
Imprensa mas menos de um terço das empresas tem procedimentos definidos para enfrentar o
problema”
Comunicado de “Integração da SST no ensino superior: desafios e oportunidades”
Imprensa
Comunicado de “A manutenção segura é um bom negócio: 30 organizações pan-europeias juntam-se aos
Imprensa parceiros oficiais da campanha”
Comunicado de “Promoção da saúde no local de trabalho aumenta a produtividade e o bem-estar”
Imprensa
Comunicado de “Incentivos económicos no domínio da segurança e saúde no trabalho compensam”
Imprensa
Comunicado de “ Manutenção e reparação seguras, no topo da agenda da Semana Europeia”
Imprensa

Comunicado de “Locais de Trabalho Saudáveis em foco: Vencedor do prémio para melhor documentário”
Imprensa
Comunicado de “ A Agência Europeia e a Presidência Belga da UE mostram de que forma a segurança nos
Imprensa trabalhos de reparação e manutenção pode salvar vidas”

Dossier de Imprensa “Segurança Rodoviária Ocupacional – um desafio na prevenção do risco profissional”

Dossier de Imprensa “Segurança Rodoviária Ocupacional – sinistralidade rodoviária laboral: risco emergente”

Dossier de Imprensa “Segurança Rodoviária Ocupacional – prevenir os riscos, promover a segurança e a saúde no
transporte rodoviário”

Dossier de Imprensa “Segurança Rodoviária Ocupacional – a eficácia da condução defensiva”

Caderno informativo “Dia Nacional da Prevenção e Segurança no Trabalho 2011”

Suplemento “Refletindo sobre manutenção e reparação seguras”

26
Estratégia Nacional para a Segurança e Saúde no Trabalho 2008-2015 | Relatório Final de Avaliação

Considera-se assim, que durante o período de execução da ENSST, a atividade de segurança e


saúde no trabalho registou uma projeção crescente nos media e reforçou a importância da
Prevenção de Riscos Profissionais, na sociedade em geral.

A medida foi executada.

Medida 1.6. Dinamização de programas de prevenção de riscos profissionais na

Administração Pública central, regional e local

A dinamização de programas de prevenção de riscos profissionais na Administração Pública


central, regional e local, traduziu-se na crescente adesão às atividades da Campanha Europeia,
por parte das autarquias locais, aproveitando o facto de a ACT ser o ponto focal da Agência
Europeia para a Segurança e Saúde no Trabalho.

No contexto da articulação e colaboração com alguns organismos da Administração Pública,


designadamente no apoio à organização de serviços de segurança desses organismos e na
avaliação de situações pontuais nos postos de trabalho, foram realizadas, por técnicos da
prevenção da ACT, avaliações à exposição a agentes físicos, químicos e biológicos, nas
instalações da Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho (DGERT), do Ministério do
Trabalho, bem como realizadas ações de informação e de inspeção junto de organismos da
Administração Central e Local, que visaram a dinamização de programas de prevenção de riscos
profissionais. Os Planos Estratégicos e de Atividades da ACT contemplaram a necessidade de
promover a segurança e saúde no trabalho nesses organismos, mediante as atividades a
desenvolver anualmente pela ACT.

Houve ainda lugar à colaboração com a Força Aérea Portuguesa (FAP), materializada através da
participação da ACT em várias atividades integradas no “Curso de Segurança no Trabalho”,
organizado pela FAP, como a demonstração e manuseamento de equipamentos técnicos
específicos.

No que respeita à colaboração com as autarquias, é de referir a participação no estudo relativo


ao “Estado da Arte da SST nas Autarquias Locais”, promovido pela Associação para o
Desenvolvimento Integrado da Região do Barroso (ADIRBA), com o apoio da ACT.

O referido estudo foi materializado através de um inquérito, ao qual responderam cerca de


metade das Câmaras Municipais e foi completado com a elaboração de um Manual de Boas
Práticas de SST, para o setor autárquico.

27
Estratégia Nacional para a Segurança e Saúde no Trabalho 2008-2015 | Relatório Final de Avaliação

Para além do estudo, acima referido, a ACT no âmbito do Programa Operacional de Apoio à
Promoção da Segurança e Saúde no Trabalho (PROAP), apoiou também financeiramente,
projetos de prevenção de riscos profissionais na Administração Pública, central, regional e local,
nomeadamente:

2008 – Elaboração de um guião para diagnóstico das condições de segurança e saúde na


administração local, pela Sociedade Portuguesa de Segurança e Higiene Ocupacionais
(SPOSHO), para identificação de perigos associados à Administração Local, e adoção de uma
metodologia de análise, identificação e controlo de riscos;

2009 – Realização de um estudo no âmbito das unidades hospitalares portuguesas, pela Escola
Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa, com o objetivo de contribuir para a caraterização
da exposição a citotóxicos, identificando os fatores que a condicionam e eventuais efeitos para
a saúde dos trabalhadores expostos;

2010 – Realização de uma conferência subordinada ao tema “Radiografia Social da


Administração Pública Portuguesa”, pela Associação Portuguesa de Profissionais em Sociologia
Industrial (APSIOT), com o objetivo de promover uma efetiva radiografia social da
administração pública portuguesa e gerar a reflexão sobre o peso dos trabalhadores com
funções públicas, na despesa do Estado.

2011 - Realização do Encontro Nacional de representantes dos trabalhadores na administração


local “Trabalho em condições de saúde e segurança é um direito! Lutar faz a diferença!”,
promovido pelo Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local (STAL), integrado na
Campanha Nacional de Sensibilização para a promoção da Segurança e Saúde nos locais de
trabalho, tendo como principal objetivo a divulgação dos resultados da campanha.

2012 – Apoio a projetos que visam caraterizar os riscos psicossociais no setor associados aos
profissionais da educação e da saúde, promovidos pela Associação Portuguesa de Psicologia e
Saúde Ocupacional.

É de referir que em termos legislativos, se operou uma fragmentação entre o regime jurídico de
segurança e saúde no trabalho aplicável ao setor privado e o aplicável ao setor público,
coexistindo dois regimes jurídicos autónomos (Lei n.º 102/2009 de 10 de setembro e Lei
59/2008 de 11 de setembro, respetivamente).

Tendo em conta a expressão das ações ao nível da Administração Local, considera-se que esta
medida teve um maior grau de execução na Administração Local que na Administração Central.

A medida foi executada.

28
Estratégia Nacional para a Segurança e Saúde no Trabalho 2008-2015 | Relatório Final de Avaliação

Medida 1.7. Desenvolvimento, em articulação com o PNDT, de programas de prevenção

em meio laboral para combater o alcoolismo e outras toxicodependências.

Em 2008, foi celebrado um Protocolo de Colaboração entre a ACT e o Instituto da Droga e da


Toxicodependência, atual Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas
Dependências - SICAD, para o desenvolvimento de ações relacionadas com a promoção da SST,
ao nível da prevenção do uso de substâncias psicotrópicas lícitas e ilícitas.

Nesse sentido, foi criado um Grupo de Trabalho conjunto das duas instituições, que contou com
a participação de técnicos das áreas inspetiva e da promoção da SST, da ACT.

Para além de diversos esclarecimentos em matéria de Regulamento do Álcool, a ACT


disponibiliza o seu contributo anual para o Relatório sobre a “Situação no País em Matéria de
Droga e Toxicodependência”, que é apresentado pelo Governo à Assembleia da República, nos
termos do artigo 70º-A do Decreto-Lei nº 15/93, de 22 de Janeiro, com a nova redação dada
pela Lei nº 45/96 de 3 de Setembro.

Em traços gerais, refira-se a contribuição da ACT, visando colaborar para a elaboração do


relatório citado:

 Participação no Plano Nacional para a Redução dos Problemas Ligados ao Álcool (2010-
2012), na área de intervenção prioritária “Adultos e Meio Laboral”;

 Participação no Diretório de Recursos do Álcool;

 Participação no Plano de Ação contra as Drogas e as Toxicodependências, ao abrigo da


presente medida da ENSST (2008-2012);

 Participação no Grupo de Trabalho que produziu o documento “Segurança e Saúde no


Trabalho e a Prevenção do Consumo de Substâncias Psicoativas em Meio Laboral”;

 Esclarecimento legal relativamente aos pedidos de entidades empregadoras, em número


elevado e sempre crescente, a propósito do consumo de bebidas alcoólicas e substâncias
psicoativas em meio laboral, nomeadamente sobre “Regulamentos Internos”;

 Participação em conferências e seminários sobre riscos psicossociais.

No ano de 2011, foi ainda celebrado um protocolo com a Associação Portuguesa das Empresas
do Sector Privado de Emprego (APESPE), para a realização das Campanhas:

 Prevenção, informação e divulgação de boas práticas na cedência e acolhimento de


trabalhadores temporários e,

29
Estratégia Nacional para a Segurança e Saúde no Trabalho 2008-2015 | Relatório Final de Avaliação

 Prevenção do Uso de Substâncias Psicoativas em meio laboral na cedência de


trabalhadores temporários, a desenvolver conjuntamente com o IDT (atual SICAD) e a
APESPE.

Simultaneamente, prosseguiu a participação nas atividades decorrentes da assinatura do


Protocolo com a Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (FECTRANS), no
âmbito da campanha de sensibilização dirigida a representantes de trabalhadores do setor dos
transportes. Nesse âmbito, foram realizadas 5 ações de formação e 13 sessões de
esclarecimento, para um universo de 50 empresas do setor rodoviário, abrangendo cerca de
480 trabalhadores e seus representantes.

Ainda em 2011, foi celebrado um protocolo com o IDT, (atual SICAD), para a edição do livro
“SST e Prevenção do consumo de substâncias psicoativas: linhas orientadoras para intervenção
em meio laboral”, reforçando o compromisso da ACT para estimular a integração destas
matérias nos programas de prevenção de riscos profissionais.

A medida foi executada.

4.1.2 Objetivo 2 - Aperfeiçoar os sistemas de informação no domínio


da SST

Medida 2.1 Reestruturação do sistema estatístico de acidentes de trabalho e doenças

profissionais.

No âmbito da 2ª reunião, em 13 de Dezembro de 2007, do Grupo de Trabalho sobre


“Estatísticas do Mercado de Trabalho” que a ACT integra e no qual estão representados diversos
organismos públicos, tais como o Banco de Portugal, o Conselho de Reitores das Universidades
Portuguesas, a Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses, a Confederação do
Comércio e Serviços de Portugal, a Confederação da Indústria Portuguesa e a União Geral de
Trabalhadores, e no que respeita ao ponto da ordem de trabalhos relativo à apresentação dos
resultados do GT sobre ”Estatísticas do trabalho, acidentes de Trabalho e Doenças
Profissionais”, foi extraída a conclusão de que as estatísticas nacionais são elaboradas de
acordo com as recomendações do Eurostat, mas que nem todos os indicadores estão em
conformidade com essas recomendações, tais como a taxa de incidência dos acidentes de
trabalho e a taxa de desemprego mensal. No âmbito dessa reunião foi feita a recomendação
para que o INE, em articulação com o Eurostat, desenvolvesse trabalho conjunto para
harmonização de procedimentos.

30
Estratégia Nacional para a Segurança e Saúde no Trabalho 2008-2015 | Relatório Final de Avaliação

No que respeita a um dos objetivos deste GT, que visa precisamente a apresentação de uma
estrutura para o futuro Sistema de Informação Estatística, os trabalhos não foram conclusivos
naquela data, pelo que o trabalho não foi concluído até ao final de 2012.

É de referir que no âmbito da atividade inspetiva, cabe à ACT proceder ao tratamento dos dados
relativos a acidentes mortais alvo de inquérito e disponibilizá-los no seu site. A atualização
destes dados é feita regularmente no site da ACT.

A medida não foi concluída.

Medida 2.2 Criação de um modelo único de participação de AT e mapa de encerramento

de processos para AP e sector privado.

Não obstante esta medida ter sido abordada no âmbito do “Grupo de Trabalho sobre Estatísticas
do Mercado de Trabalho”, não foi criado durante o período de execução da ENSST qualquer
modelo único de participação de acidentes de trabalho para os setores público e privado. É de
referir que, em termos legislativos operou-se uma segmentação do regime jurídico de
segurança e saúde no trabalho aplicável ao setor privado e o aplicável ao setor público,
coexistindo dois regimes jurídicos autónomos (Lei n.º 102/2009 de 10 de setembro e Lei n.º
59/2008 de 11 de setembro, respetivamente), o que certamente não beneficia a harmonização
e uniformização preconizadas. Por outro lado, ainda existe, para o setor público, um formulário
tipo para a participação de acidente de trabalho, previsto no Decreto-Lei n.º 503/99 de 20 de
novembro.

É de referir, por fim, que durante o período de execução da ENSST, a ACT passou a
disponibilizar no seu site um formulário para a comunicação de acidentes de trabalho graves e
mortais, nos termos previstos no art.º 111.º da Lei n.º 102/2009 de 10 de setembro.

A medida não foi concluída.

Medida 2.3 Recolha, tratamento e disponibilização de informações sobre AT e doenças

profissionais pela ACT.

A produção nacional de estatísticas de acidentes de trabalho é da responsabilidade de diversos


organismos, sendo o Gabinete de Estratégia e Planeamento do ex-MTSS o organismo nacional
responsável pela recolha, validação e tratamento da informação constante das participações às
Companhias de Seguros.

31
Estratégia Nacional para a Segurança e Saúde no Trabalho 2008-2015 | Relatório Final de Avaliação

Compete à ACT proceder à realização de inquéritos de acidente de trabalho e de doenças


profissionais e, em especial, aqueles que revistam um caráter grave ou frequente. Esta tarefa é
de importância fundamental porque permite estudar as medidas suscetíveis de evitar a sua
repetição, propor, fazer aplicar e acompanhar a efetivação das medidas de controlo de riscos
que se demonstrem necessárias. O inquérito visa um diagnóstico do acidente de trabalho na
empresa/organização em questão e uma análise global da situação de trabalho, uma vez que,
por princípio, o acidente ou a doença tem origem em múltiplas causas.

Acessoriamente, a ACT pode ser solicitada a realizar “inquérito urgente e sumário” de acidente
de trabalho, para servir de apoio à atividade dos Tribunais de Trabalho, no âmbito do papel que
desempenham de garantir congruência ao sistema de reparação de danos emergentes de
acidentes de trabalho (art.º 104.º n.º 2 do CPT).

Neste contexto, toda a informação relativa a acidentes de trabalhado mortais reportados e


objeto de inquérito é disponibilizada no site da ACT, mas diz respeito apenas ao universo de
acidentes conhecidos e investigados pela ACT.

Para além disso, a ACT disponibiliza na sua página oficial eletrónica, um link para o sítio do
Gabinete de Estratégia e Planeamento (GEP), onde podem ser consultadas as estatísticas
disponíveis sobre acidentes de trabalho, em geral.

É de salientar que, em 2011, a metodologia utilizada na realização dos inquéritos de acidente


de trabalho, foi alterada, tendo estes sido alargados aos acidentes de viagem, de transporte ou
de circulação e aos acidentes in itinere.

Reitera-se, no entanto, que uma execução mais efetiva desta medida está dependente dos
trabalhos do grupo interministerial referido na medida 2.1.

Em matéria de doenças profissionais, constitui um objetivo da ACT a realização de inquérito às


situações causadoras das doenças profissionais que tenham sido objeto de “diagnóstico
definitivo” comunicado pelo ex-Centro de Proteção contra Riscos Profissionais (CNPRP), atual
Departamento de Proteção Contra Riscos Profissionais (DPRP), (art.º 143. da Lei n.º 98/2009,
de 4 de Setembro).

Há ainda a salientar a criação de um Grupo de Trabalho conjunto da ACT e do DPRP, destinado


a facilitar a troca célere de informação respeitante a doenças profissionais, e que para além de
potenciar uma mais estreita colaboração entre as duas instituições permitiu a criação de um
endereço de correio eletrónico institucional da ACT para receção dos dados em suporte
eletrónico referentes a confirmações de doença profissional (CDP): dp@act.gov.pt.

32
Estratégia Nacional para a Segurança e Saúde no Trabalho 2008-2015 | Relatório Final de Avaliação

Tais dados serão fornecidos em ficheiros sob o formato de ficheiro Excel a remeterem aos
serviços da ACT, até ao dia 5 de cada mês, cumprindo assim a transferência de dados, as
exigências do n.º 1 do artigo 143.º da Lei n.º 98/2009, de 4 de Setembro que refere que as
comunicações obrigatórias deverão ser enviadas “... ao serviço competente em matéria de
prevenção da segurança e saúde no trabalho e fiscalização das condições de trabalho...”.

Do mesmo modo, permitiu a identificação de colaboradores que irão ser o Ponto de Contacto
Institucional (PCI) para receção desta informação na área inspetiva, e na área da promoção de
SST, os quais passarão a ser igualmente os interlocutores oficiais pela ACT, junto do DPRP em
relação a esta matéria, a qual inclui os efeitos previstos no n.º 2 do artigo 143.º da Lei n.º
98/2009, de 4 de Setembro (comunicação obrigatória antecipada).

É de referir que o Centro Nacional de Proteção contra os Riscos Profissionais foi extinto pelo
Decreto- Lei n.º 83/2012 de 30 de março, interrompendo de alguma forma os trabalhos
necessários ao desenvolvimento desta medida.

A medida não foi concluída.

Medida 2.4 Assegurar um efetivo diagnóstico das doenças profissionais.

A articulação com as estruturas próprias do Ministério da Saúde, teve início no âmbito da


discussão das alterações legislativas respeitantes à aprovação da Lei n.º 102/2009 de 10 de
setembro. Insere-se igualmente nesta medida, a criação do Grupo de Trabalho, referido no
comentário à medida anterior. Contudo, não existe um desenvolvimento de trabalhos que
aponte para a concretização do objetivo que se preconizava com esta medida.

4.1.3 Objetivo 3 - Incluir nos sistemas de educação e investigação


abordagens no âmbito da SST

Medida 3.1 Reforçar a inclusão de matérias de SST na aprendizagem a partir do 1º Ciclo

do Ensino Básico

A discussão formal com o Ministério da Educação sobre esta medida não teve início, sendo de
salientar que continuaram a desenrolar-se, num número sempre crescente, ações de
sensibilização junto de escolas, tendentes à consciencialização da importância das matérias da
segurança e saúde e consequente inclusão das mesmas na aprendizagem a partir do 1.º ciclo,
mas que não resultaram numa concretização da medida.

A medida não foi executada.

33
Estratégia Nacional para a Segurança e Saúde no Trabalho 2008-2015 | Relatório Final de Avaliação

Medida 3.2 Apoiar a formação de professores em SST e a produção de conteúdos

informativos e materiais pedagógicos

Apesar de não se terem operado desenvolvimentos significativos no âmbito da formação de


professores, prosseguiu a produção de materiais pedagógicos e de sensibilização,
nomeadamente, dois CD do Jogo pedagógico “Ergoshow”.

Há ainda a referir os trabalhos em curso com a Universidade Aberta, com o objetivo de


estabelecer os referenciais que devem balizar a formação em e-learning e b-learning em
matérias de SST. Apesar desses referenciais não estarem ainda definidos para as formações
iniciais, já existe uma oferta significativa de formação à distância para atualização técnica e
científica.

É de salientar a sempre crescente participação de escolas e agrupamentos de escolas nas


comemorações do Dia Nacional da Prevenção.

De referir que esta medida está interligada com a medida 3.1., e que a inclusão de matérias de
SST nos curricula escolares, provocará a necessidade de reforçar a consecução desta medida.

A medida não foi concluída.

Medida 3.3 Promover, no sistema de formação profissional, a integração de conteúdos

curriculares reportados à especificidade da PRP nas diferentes áreas de formação e incluir os


referenciais de SST nos Planos Nacionais de Formação Profissional

No contexto da oferta formativa que confere acesso à profissão de técnico de segurança no


trabalho (considerando a designação atual de técnicos), regulamentada pelo Decreto-lei nº
110/2000 de 30 de Junho, revogada pela Lei 42/2012 de 28 de agosto e, por razões que se
prendem com a promoção da segurança e saúde nos locais de trabalho, como pressuposto de
uma melhoria efetiva das condições de trabalho, tal como se encontra definido na ENSST foi
celebrado um protocolo com a Agência Nacional para a Qualificação, I.P. (ANQ, I.P.) (atual
ANQEP) em 14 de Janeiro de 2008, onde a ACT reconhece e considera adequado o referencial
de formação conducente à saída profissional de técnico de segurança e higiene do trabalho (que
consta do CNQ), da responsabilidade da então designada por ANQ, I.P., à data designada por
ANQEP.

Importa ainda referir que os cursos de formação profissional ministrados em estabelecimentos


do ensino secundário, são objeto de Portaria. As demais ofertas formativas obedecem aos
conteúdos programáticos e cargas horárias, constantes do manual de certificação.

A medida não foi concluída.

34
Estratégia Nacional para a Segurança e Saúde no Trabalho 2008-2015 | Relatório Final de Avaliação

Medida 3.4 Dinamizar a integração de conteúdos de SST nas estruturas curriculares dos

cursos de licenciatura

Apesar dos trabalhos nesta área não se terem formalmente iniciado, há a referir que de alguma
forma se refletiu nesta medida atá à entrada em vigor da Lei 42/2012 de 28 de agosto, em 28
de novembro. Até à referida data, competia à ACT atribuir o Certificado de Homologação aos
cursos, incluindo cursos de licenciatura e mestrado, com base num conjunto de elementos, dos
quais faziam parte os conteúdos programáticos indicados para os cursos de formação inicial que
conduziam à formação de Técnicos de nível 5 (atual nível 6) nos termos previstos no manual de
certificação.

Com a entrada em vigor da Lei nº 42/2012 de 28 de agosto que entrou em vigor a 28 de


novembro de 2012, cabe ao Ministério da Educação indicar quais os cursos do ensino superior
de Nível 6, 7 e 8, que se inserem nas áreas da segurança no trabalho e da segurança e saúde
no trabalho, para efeitos de acesso à profissão de Técnico de Segurança no Trabalho.

A medida não foi concluída.

4.1.4 Objetivo 4 - Dinamizar o Sistema Nacional de Prevenção de


Riscos Profissionais

Medida 4.1 Promover a troca de informação entre as entidades da Rede Nacional de

Prevenção de Riscos Profissionais (RNPRP)

Esta medida esteve em execução ao longo de todo o período de vigência da ENSST e


materializou-se através da existência de canais abertos em permanência para a troca de
informação, designadamente entre Centros Tecnológicos, Institutos de Investigação,
Associações Profissionais, organismos homólogos da ACT nas Regiões Autónomas, DGERT, GEP,
IPQ, DGS, DPRP e os institutos de formação dos parceiros sociais, embora por vezes com
pequena expressão e de forma não continuada. Um elemento chave para esta medida é o sítio
eletrónico da ACT e os protocolos de apoio a projetos apresentados, também pelos parceiros
sociais, de reconhecida relevância e mérito.

É igualmente de salientar a formalização da colaboração entre a ACT e o Centro de Proteção


contra Riscos Profissionais (atual DPRP), bem como com um conjunto de entidades que no
âmbito das respetivas competências potenciam a convergência das políticas de prevenção de
riscos profissionais. São exemplos dessa colaboração os protocolos celebrados com as seguintes
entidades: ADRIBA; AEP; IDT; CGTP; CCP; DG Energia e Geologia; APESPE; AHRESP; ANECRA
e Autoridade Marítima Nacional, entre outros.

35
Estratégia Nacional para a Segurança e Saúde no Trabalho 2008-2015 | Relatório Final de Avaliação

As iniciativas descritas nas medidas respeitantes ao objetivo 1 da ENSST, contribuíram também


em larga medida para promover a troca de informação entre as entidades da RNPRP e
dinamizar a rede de prevenção de riscos profissionais.

Nesta medida há que salientar também o papel crucial do Conselho Consultivo da ACT na
promoção e divulgação de informação em matéria de SST bem como no apoio ao
desenvolvimento das atividades da ACT neste domínio.

Pese embora se sinta a falta de encontros mais formais entre os elementos desta Rede, a
medida foi executada.

Medida 4.2 Divulgar informação sobre as entidades integrantes da RNPRP através da ACT
Esta medida foi executada em virtude de se ter publicitado no site da ACT toda a informação
enviada pelos parceiros sociais e demais entidades integrantes da RNPRP, nomeadamente dos
eventos por estes organizados, muitos deles em parceria com outras entidades integrantes da
RNPRP, sendo de destacar o conjunto de eventos realizados pela ACT enquanto ponto focal da
agência europeia para a segurança e saúde no trabalho.

As iniciativas descritas nas medidas respeitantes ao objetivo 1 da ENSST, contribuíram também


para promover a informação sobre as entidades da RNPRP.

A medida foi executada.

4.1.5 Objetivo 5 - Melhorar a coordenação entre os serviços públicos


com competências no domínio da SST

Medida 5.1 Definir e implementar mecanismos de articulação entre os serviços com

competências inspetivas, preventivas e promotoras da saúde com implicações na SST

A execução desta medida prosseguiu através da articulação e cooperação entre a área inspetiva
da ACT e outros serviços, como o SEF, a ASAE, a GNR e a Autoridade Marítima Nacional.

Salienta-se o trabalho preparatório que permitiu a elaboração de um Projeto de Memorando de


Entendimento com a Autoridade Marítima Nacional que resultou, em 2012, num Protocolo de
Cooperação, no apoio necessário às missões desenvolvidas no âmbito da Promoção da SST e da
fiscalização de embarcações de pesca e da marinha de comércio, que permitirá, pela primeira
vez, o embarque de técnicos de prevenção e inspetores de trabalho nos meios navais da AMN,
para intervenção em meio aquático nos sectores da pesca e da marinha de comércio.

36
Estratégia Nacional para a Segurança e Saúde no Trabalho 2008-2015 | Relatório Final de Avaliação

Ao nível da área da Prevenção, será de destacar a articulação com a área da Saúde, na


discussão de alterações legislativas que resultaram na publicação da Lei.º 102/2009 de 10 de
setembro e, na participação na Plataforma Laboral VIH/SIDA e do combate ao alcoolismo e
outras toxicodependências.

Prosseguiram e concluíram-se as vistorias conjuntas ACT/DGS no âmbito do processo de


autorização de empresas prestadoras de serviços externos de SST, ao abrigo da anterior
legislação.

A ACT participa, igualmente, no Grupo de Trabalho Interministerial para a elaboração de um


Plano Nacional de Prevenção de Acidentes, coordenado pela DGS.

Os anos de 2008 e 2009, foram igualmente marcados pela estreita colaboração entre a ACT e a
DGS, no âmbito da pandemia de Gripe H1N1, colaboração essa que se materializou, entre
muitos outros aspetos, na elaboração de uma newsletter conjunta e pela participação na
elaboração e implementação de planos de contingência.

É ainda de realçar a institucionalização da colaboração entre a ACT e o CNPRP (atual DPRP), já


anteriormente referida, e que produziu resultados que poderão ser potenciados no âmbito do
atual DPRP.

A medida foi executada, ainda que se julgue pertinente que a partilha de informação seja
reforçada, nomeadamente através do acesso às bases de dados dos diversos organismos,
permitindo um acesso mais célere à informação.

Medida 5.2 Promover uma estreita articulação entre as estruturas da Administração

Pública com atribuições e competências na SST do Continente e das Regiões Autónomas.

Nas Regiões Autónomas, realizaram-se ações no âmbito da Campanha Europeia, desenvolvidas


pela ACT, enquanto ponto focal nacional da Agencia Europeia para a Segurança e Saúde no
Trabalho, sempre marcadas pela participação ativa das estruturas regionais e dos respetivos
parceiros sociais.

De realçar também a participação de técnicos e dirigentes das Regiões Autónomas em diversos


eventos promovidos ou apoiados pela ACT, em inúmeras temáticas.

É de salientar a consolidação de procedimentos, conducentes ao envio para estruturas


congéneres nas Regiões Autónomas, dos materiais e edições elaborados pela ACT, entretanto
alargado aos materiais cuja edição recebeu o seu apoio.

37
Estratégia Nacional para a Segurança e Saúde no Trabalho 2008-2015 | Relatório Final de Avaliação

Será ainda de destacar a articulação, aquando da publicação da Lei nº 42/2012 de 28 de Abril,


de aplicação a todo o território nacional, sendo também frequentes os contatos em matéria dos
processos de autorização de serviços externos, no âmbito do enquadramento definido pela Lei
n.º 102/2009 de 10 de setembro.

Importa referir que não obstante a Região Autónoma da Madeira apresentar uma Estratégia
Regional adaptada da Nacional, tem sempre mantido um canal de comunicação com o
Continente.

A medida foi executada.

4.1.6 Objetivo 6 - Concretizar, aperfeiçoar e simplificar normas


específicas de SST.

As medidas preconizadas para atingir este objetivo englobam a ratificação de três Convenções e
adoção de Recomendações da OIT, diretamente relacionadas com essas convenções, sendo que
as recomendações não são de adoção obrigatória, cabendo ao legislador decidir se as considera
total ou parcialmente, aquando da produção dos diplomas legais.

Medida 6.1 Participação na Revisão do Código do Trabalho.


A ACT participou na discussão técnica da revisão do Código do Trabalho. A Lei nº 7/2009, que
aprova a revisão do código do trabalho, foi publicada no Diário da República nº 30, Série I, de
12 de fevereiro de 2009.

A medida foi executada.

Medida 6.2 Ratificação da Convenção 167 da OIT e adoção da Recomendação 175 da OIT.
A convenção n.º 167 da OIT foi aprovada em 1988 e incide sobre a segurança e saúde no setor
da construção civil.

Neste contexto, tendente à ratificação da referida convenção, a ACT foi consultada e deu
parecer favorável à ratificação da Convenção nº 167 relativa à Segurança e Saúde na
Construção, adotada em Genebra, em 20 de junho de 1988.

É de referir que a ratificação desta Convenção aguarda a conclusão das medidas 6.5 e 6.6.,
respetivamente a revisão do Regulamento de Segurança no Trabalho nos Estaleiros da
Construção Civil e a elaboração das normas definidoras do exercício da coordenação de
segurança na construção, documentos que estiveram em consulta pública nos anos de 2010 e
2009, não tendo havido quaisquer desenvolvimentos, não obstante os pareceres emitidos pela

38
Estratégia Nacional para a Segurança e Saúde no Trabalho 2008-2015 | Relatório Final de Avaliação

ACT, sempre que solicitados.

Não obstante o acima referido, a Convenção não foi ainda ratificada.

A medida não foi concluída.

Medida 6.3 Ratificação da Convenção 184 da OIT e adoção da Recomendação 192 da OIT
A Convenção nº 184 da OIT 2001 relativa à Segurança e Saúde na agricultura, 2001 foi
ratificada por Portugal em 8 de agosto de 2012, através do Dec. P. R. nº135/2012, de 8 de
agosto, publicada no Diário da República nº 153, de 8 de agosto de 2012. Foi registada em 8 de
novembro de 2012, entrando em vigor a 8 de novembro de 2013 (1 ano após o registo).

É de referir também que no que respeita às condições de segurança e saúde no trabalho neste
setor, o Código de Trabalho e a respetiva Regulamentação, bem como o Regime Jurídico da
Promoção da Segurança e Saúde no Trabalho, Lei nº 102/2009, de 10-09, cobrem a
generalidade das recomendações constantes da Convenção.

A medida foi executada.

Medida 6.4 Ratificação da Convenção 187 da OIT e adoção da Recomendação 197 da OIT
A convenção n.º 187 da OIT de 2006 é relativa ao quadro de promoção da segurança e saúde
no trabalho, devendo os estados ratificantes promover a melhoria contínua da segurança e
saúde no trabalho a fim de prevenir lesões, doenças e mortes causadas pelo trabalho.

O processo de ratificação encontra-se concluído, aguardando-se a sua submissão à Presidência


do Conselho de Ministros.

A ACT deu o seu parecer favorável à ratificação desta Convenção durante o período de
execução da ENSST.

A medida não foi concluída.

Medida 6.5 Conclusão da elaboração do Regulamento de Segurança no Trabalho para os

estaleiros de construção.

Os contributos da ACT para esta medida foram dados em devido tempo, não tendo sido
chamada a pronunciar-se a posteriori.

No que respeita ao projeto de “Decreto-lei que estabelece as prescrições mínimas de segurança


e saúde no trabalho aplicáveis aos locais e postos de trabalho dos estaleiros temporários ou
móveis da construção de edifícios ou de engenharia civil”, a proposta publicada na Separata do
Boletim do Trabalho e Emprego (BTE) nº4 de 29 de janeiro de 2010 contem a contribuição da

39
Estratégia Nacional para a Segurança e Saúde no Trabalho 2008-2015 | Relatório Final de Avaliação

Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT), veiculada no seio do grupo de trabalho


constituído para o efeito.

A medida não foi executada.

Medida 6.6 Conclusão da elaboração das normas definidoras do exercício da coordenação


de segurança na construção.

O projeto de “Decreto-Lei que regula o exercício da atividade de coordenação em matéria de


segurança e saúde na construção”, publicada no BTE nº 5 de 8 de fevereiro de 2009, apresenta
várias divergências, em relação ao parecer que a Autoridade para as Condições do Trabalho
veiculou no âmbito do grupo de trabalho, constituído para o efeito.

A medida não foi executada.

Medida 6.7 Elaboração de normas específicas para a agricultura.


Não se iniciaram os trabalhos para a implementação desta medida, uma vez que a ratificação
da Convenção 184 da OIT só foi registada em 8 de novembro de 2012, entrando em vigor a 8
Novembro de 2013 (1 ano após o registo).

No entanto, no que respeita às condições de segurança e saúde no trabalho neste setor, o


Código de Trabalho e a respetiva Regulamentação, bem como o Regime Jurídico da Promoção
da Segurança e Saúde no Trabalho, Lei nº 102/2009, de 10-09, são também aplicáveis à
agricultura.

A medida não foi executada.

Medida 6.8 Revisão e elaboração de normas específicas de SST para o sector das pescas.
Os trabalhos tendentes à implementação desta medida iniciaram-se com a importante
clarificação que a Lei nº 102/2009 de 10 de setembro introduziu, ao substituir o conceito de
“pesca de companha” pela definição, muito mais clara de “embarcações com comprimento até
15 metros não pertencentes a frota pesqueira de armador ou empregador equivalente”.

Quanto ao Guia de Boas Práticas de SST, para pequenas embarcações de pesca, a editar pela
Comissão Europeia, os trabalhos foram concluídos em 2012, tendo sido apresentada a versão
final do Guia na primeira reunião plenária do Conselho Consultivo, em dezembro de 2012, após
o que o manual foi enviado para o serviço de traduções da EU, para ser traduzido em todas as
línguas oficiais, entre elas a portuguesa. Salienta-se que, muitos dos elementos pictográficos do
manual são portugueses.

40
Estratégia Nacional para a Segurança e Saúde no Trabalho 2008-2015 | Relatório Final de Avaliação

Porém, o grande passo nesta matéria consistiu na criação da Comissão Permanente de


Acompanhamento para a Segurança dos Homens no Mar, na qual têm assento, para além da
Autoridade Marítima e da Direção Geral das Pescas e Aquicultura, o IPTM (entretanto extinto), o
FORMAR, a Mútua dos Pescadores, parceiros sociais do sector, as confederações sindicais e a
ACT.

Os trabalhos desta Comissão já se materializaram em disposições legais, referentes a matérias


da pesca e segurança individual dos pescadores, designadamente o Decreto-Lei nº 9/2011 de
18 de janeiro e a Portaria nº 64/2011 de 3 de fevereiro. Não obstante ser abordada a
segurança em sentido lato, e não a segurança ocupacional, não deixa de ser relevante a
perceção dos riscos inerentes às diferentes atividades dos pescadores.

A medida foi executada.

4.1.7 Objetivo 7 - Implementar o modelo orgânico da ACT

Medida 7.1 Implementar o modelo orgânico da ACT em todo o país.

O Decreto–Lei n.º 126 -C/2011, de 29 de dezembro, aprova a nova Lei Orgânica do Ministério
da Economia e do Emprego e veio determinar a reestruturação da Autoridade para as Condições
do Trabalho (ACT).

O Decreto-Regulamentar nº 47/2012, de 31 de julho, aprova a Lei Orgânica da ACT. Durante o


período de vigência da ENSST 2008-2012, e, por força da integração da ACT, no Ministério da
Economia, essa Lei Orgânica foi alterada, aguardando-se ainda a publicação da Portaria
Reguladora.

A medida considera-se executada, ainda que a integração da ACT durante o ano de 2011, no
Ministério da Economia, tenha provocado um retrocesso na definição do modelo orgânico da
ACT, por inexistência de lei orgânica decorrente da referida integração.

A medida foi executada.

Medida 7.2 Reforço dos meios humanos, materiais e técnicos da ACT, nomeadamente

promovendo a existência de técnicos com competências em SST em todos os serviços


desconcentrados

O concurso inicialmente previsto para admissão de 100 (cem) novos inspetores de trabalho foi
alargado para 150 (cento e cinquenta), dos quais 149 (cento e quarenta e nove) tomaram
posse e concluíram o estágio, tendo passado a integrar os quadros da ACT.

A área inspetiva recebeu ainda o reforço de 56 (cinquenta e seis) técnicos para a área das

41
Estratégia Nacional para a Segurança e Saúde no Trabalho 2008-2015 | Relatório Final de Avaliação

contraordenações.

Para a área da Prevenção, concluiu-se o concurso para a admissão de 25 (vinte e cinco)


técnicos superiores, cujo estágio se iniciou ainda em 2011.

Há ainda a referir a conclusão do concurso para admissão de 20 assistentes técnicos, dos quais
14 (catorze) foram colocados e, de 1 (um) técnico de informática.

Estes concursos permitiram um reforço significativo dos meios humanos da ACT,


nomeadamente na área inspetiva, que no ano de 2008 contava com 311 inspetores e no ano de
2012 com 391 inspetores, incluídos os inspetores que ocupavam cargos de dirigentes.

Contudo, a passagem à reforma de vários funcionários, com competências técnicas específicas e


alargada experiência profissional, resultou num défice de recursos humanos, pelo que continua
a ser necessário um reforço ainda maior e adicional na área inspetiva e na área da prevenção,
pela previsão nomeadamente de existência de técnicos da área de prevenção em todos os
serviços desconcentrados da ACT, o que não aconteceu durante o período de execução da
ENSST.

A medida foi executada.

4.1.8 Objetivo 8 - Promover a aplicação efetiva da legislação de SST,


em especial nas PME

Medida 8.1 Para as empresas em que a SST seja assegurada pelo empregador ou

trabalhador designado, deverão ser criados documentos explícitos mas simples e adaptados à
realidade sectorial para a integração plena da prevenção na atividade produtiva.

A organização dos serviços de segurança numa modalidade de serviços internos simplificada,


com recurso à figura do empregador ou o trabalhador designado pelo empregador, para
empresas que não desenvolvam atividades de risco elevado e não possuam mais de nove
trabalhadores, permite uma maior perceção da legislação existente e envolve mais os próprios
trabalhadores. A frequência de cursos validados pela ACT e o consequente desempenho das
funções de trabalhador designado, espelha uma aprendizagem e aplicação das disposições
legais em matéria de SST.

42
Estratégia Nacional para a Segurança e Saúde no Trabalho 2008-2015 | Relatório Final de Avaliação

Contudo, ainda que não tenham sido produzidos documentos direcionados especificamente para
esta modalidade simplificada de organização de serviços, a ACT disponibilizou no seu site um
conjunto de informações, para resposta a perguntas frequentes (Ex. Faq), respeitantes à
concretização da Lei n.º 102/2009 de 10 de setembro, nas quais se incluem informação sobre o
processo de autorização associada ao empregador/trabalhador designado. A ACT, no âmbito da
sua atividade de validação dos cursos de formação a serem ministrados no âmbito desta
modalidade de organização de serviços, procurou também apoiar as entidades no
desenvolvimento de ações de formação ajustadas ao perfil de empregador/trabalhador
designado.

A medida não foi concluída.

Medida 8.2 Disponibilização de manuais de autoavaliação.


A distribuição de manuais de autoavaliação permite um reforço na capacidade de autogestão
dos processos de melhoria em matéria de segurança e saúde no trabalho.

Esta medida já tinha sido iniciada aquando da campanha da sílica livre, em 2008, e foi
materializada, por exemplo, no decurso das campanhas sectoriais desencadeadas no âmbito do
projeto “Participar para Prevenir”, descritas na medida 1.2.

Há igualmente que referir os inquéritos de autoavaliação distribuídos pela APESPE, às empresas


de trabalho temporário e suas associadas.

Também os projetos que se desenvolveram no âmbito do setor do termalismo e das autarquias


e a que já nos referimos anteriormente, produziram materiais de autoavaliação especificamente
dirigidos a esses setores.

Em 2008, foi elaborado um guião para diagnóstico das condições de segurança e saúde na
administração local, pela Sociedade Portuguesa de Segurança e Higiene Ocupacionais
(SPOSHO), para identificação de perigos associados à Administração Local, e adoção de uma
metodologia de análise, identificação e controlo de riscos.

A ACT também apoiou tecnicamente o projeto “Uma abordagem sistémica à Prevenção e


Segurança no Trabalho em Unidades Termais”, promovido pelo Centro Tecnológico das
Instalações e dos Equipamentos da Saúde (CETIS), do qual resultou a edição pela CETIS e pela
Petrica Editores, Lda., em 2011, de dois manuais: “O State of the Art nas Unidades Termais em
matéria de SST” e “A SST em unidades Termais: Manual de Boas Práticas”.

43
Estratégia Nacional para a Segurança e Saúde no Trabalho 2008-2015 | Relatório Final de Avaliação

Para além disso, foi desenvolvida e disponibilizada site da ACT, a adaptação do Manual de
Autoauditoria para Micro e PME, elaborado pela Comissão Europeia. Estava prevista ainda, a
disponibilização pela Agência Europeia de uma aplicação informática para avaliação de riscos
em micro e pequenas empresas, porém tal não se concretizou até final de 2012.

É de referir também a disponibilização, no site da ACT, de listas de verificação de SST, para


múltiplos setores de atividade, bem como de autodiagnósticos nessa matéria.

A medida foi executada.

Medida 8.3 Publicação de guias de aplicação.


A ACT tem apoiado projetos que abordam o cumprimento da legislação laboral e da SST, numa
perspetiva pedagógica e de incentivo às boas práticas.

Em 2008, a ACT apoiou o Programa PREVENTOR PME industriais, o qual consiste


essencialmente numa Ferramenta Multimédia de Diagnóstico das Condições de Trabalho e de
Aconselhamento, para as PME industriais portuguesas, elaborada pela Universidade da Beira
Interior.

Em 2009, foram apoiadas um conjunto de iniciativas com o objetivo de promover a aplicação


efetiva de legislação de SST, designadamente:

- Ações de sensibilização para divulgação e disseminação do estudo “As causas típicas de riscos
profissional na região de Lisboa – insuficiências na prevenção, proteção e cumprimento da Lei”.

- Revista temática de informação e divulgação de SST “O novo regime jurídico de SST”.

- Seminários “Novo enquadramento legal de segurança de máquinas e equipamentos”.

- Guia de prevenção “Segurança no trabalho nas micro e pequenas empresas”.

- Agenda de SST.

Em 2010, destaca-se a publicação da Brochura “Direitos dos trabalhadores nos domínios da


SST” e a edição da Agenda de SST;

Em 2011, a ACT apoiou um conjunto de ações de sensibilização no âmbito da Campanha


Europeia 2010/2011 – Locais de Trabalho Seguros e Saudáveis para as PME da Construção,
bem como a agenda de SST e o Manual de SST para as micro e PME.

Em 2011 a Associação da Hotelaria de Portugal – AHP, em conjunto com a ACT desenvolveu o


projeto denominado “Manual de boas práticas em Higiene, Segurança e Medicina no Trabalho”,
inserido e financiado pela Campanha Europeia “Locais de trabalho seguros e saudáveis”.

44
Estratégia Nacional para a Segurança e Saúde no Trabalho 2008-2015 | Relatório Final de Avaliação

Este manual pretende informar sobre a importância das estratégias de Segurança e Saúde na
produtividade e competitividade da hotelaria e serviu de base para um ciclo de seminários que
decorreram em todo o país. Foi também produzido um vídeo e criado um sítio eletrónico, este
último com o objetivo de albergar informação sobre Segurança e Saúde no trabalho, tendo
ainda um espaço de perguntas e respostas, que permite a toda a comunidade de profissionais
interessada, colocar questões sobre a aplicação das normas existentes».

Em 2012, a ACT apoiou um Estudo/Investigação aplicada sobre “A segurança e saúde no


trabalho no canal Horeca”.

Do mesmo modo, apoiou a elaboração de um “Guia Técnico” para o cumprimento das


obrigações laborais, bem como a edição da Agenda SST, ambos promovidos e elaborados pela
Associação Nacional de Técnicos de Segurança e Higiene do Trabalho (ANTESHT), visando
constituir um guia de prevenção, sistematizando toda a informação pertinente para o exercício
da profissão de Técnico de Segurança no Trabalho (níveis IV e VI), nomeadamente as
obrigações que os profissionais desta área têm de cumprir, legal e institucionalmente.

No contexto desta medida foi ainda desenvolvido, pela Universidade Autónoma, um projeto que
contou com o apoio financeiro da ACT, com a elaboração e publicação de um manual destinado
às PME, de disponibilização eletrónica, ao público, que não foi possível disponibilizar até final de
2012.

A medida foi executada.

Medida 8.4 Disponibilização de informação técnica sobre aplicação da legislação, em

especial para PME na página da ACT, incluindo informação dirigida a trabalhadores migrantes.

Esta medida começou a ser implementada durante este período. Veja-se, por exemplo, a
informação completa sobre “trabalhadores destacados” disponibilizada no nosso site. Para além
disso, foi estruturada uma linha de publicações eletrónicas a disponibilizar no sítio Internet da
ACT, dirigidas quer a PME, quer aos trabalhadores migrantes. De destacar também o protocolo
celebrado com o Alto Comissariado para a Imigração e o Diálogo Intercultural, tendente à
instalação e funcionamento dos centros nacionais de apoio ao imigrante, o qual resultou em
elaboração de folhetos e realização de ações de sensibilização.

Em 2011, foi editada a publicação eletrónica “Guia para a preparação de uma avaliação dos
riscos relativos ao uso de explosivos”, visando a identificação dos aspetos a observar para
garantir um elevado nível de segurança do trabalho, com o uso de explosivos em pedreiras e
outras indústria extrativas.

45
Estratégia Nacional para a Segurança e Saúde no Trabalho 2008-2015 | Relatório Final de Avaliação

Nesse ano, foi também editada a publicação eletrónica “Segurança e Saúde no Trabalho e a
Prevenção do Consumo de Substâncias Psicoativas: Linhas Orientadoras para Intervenção em
Meio Laboral”, em parceria com o Instituto da Droga e Toxicodependência (atual SICAD);

Do mesmo modo, foi elaborada a publicação eletrónica “ Segurança e Saúde no Trabalho – Guia
para as micro, pequenas e médias empresas”, a qual só foi disponibilizada em 2013.

A medida foi executada.

Medida 8.5 Concretizar a Resolução 24/2003 da AR sobre utilização de amianto em

edifícios públicos.

Esta medida assente na Resolução 24/2003 de 2 de Abril, veio a ser substituída pela Lei nº
2/2011 de 9 de Fevereiro mas não teve desenvolvimentos práticos.

A medida não foi executada.

Medida 8.6 Elaboração de guias técnicos com orientações práticas para atividades em que
possa haver exposição a amianto.

De acordo com a redação do artigo 26º do Decreto-Lei nº 266/2007 de 24 de julho, que


transpõe para a ordem jurídica interna a Diretiva nº 2003/18/CE, do Parlamento Europeu e do
Conselho, de 27 de março, que altera a Diretiva nº 83/477/CEE, do Conselho, de 19 de
Setembro, relativa à proteção sanitária dos trabalhadores contra os riscos de exposição ao
amianto durante o trabalho, cabe à “ACT, após consulta aos representantes dos parceiros
sociais, elaborar guias técnicos contendo orientações práticas, tendo em vista a boa execução
do presente decreto-lei, designadamente quanto à definição do conceito de exposição
esporádica de fraca intensidade.”

A ACT não elaborou os guias, conforme previsto no referido Decreto-Lei, ainda que tenha
emitido orientações internas sobre o conceito de exposição esporádica de fraca intensidade.
Contudo, está disponível na página da Internet da ACT, um Guia de Boas Práticas para prevenir
ou minimizar os riscos decorrentes do amianto em trabalhos que envolvam ou possam envolver
amianto. Este guia foi publicado pelo Comité dos Altos Responsáveis da Inspeção do Trabalho
(CARIT) e foi elaborado para efeitos da Campanha Contra o Amianto, lançada em 2006, em
toda a Europa.

A medida não foi concluída.

46
Estratégia Nacional para a Segurança e Saúde no Trabalho 2008-2015 | Relatório Final de Avaliação

Medida 8.7 Regular o processo de certificação das empresas para a remoção do amianto.
O processo de certificação de empresas para a remoção do amianto não se encontra previsto no
atual quadro legal, nomeadamente o que decorre do Decreto-lei n.º 266/2007 de 24 de julho.
No entanto, no período em referência, foram disponibilizados pela ACT um conjunto de
instrumentos e de informações que alcançaram o desiderato que se pretendia com esta medida
que era a uniformização de procedimentos e reforço de competências das empresas a quem era
reconhecida competência para realizar os trabalhos de remoção de amianto.

A medida, ainda que incorretamente formulada, foi executada.

Medida 8.8 Consagrar nos planos da ACT ações preventivas e inspetivas prioritariamente

dirigidas para empresas ou locais de trabalho onde, nos últimos 3 anos tenham ocorrido
acidentes mortais ou graves.

No início da década de 90, por força do aumento do número de obras públicas construídas, o
setor conheceu um desenvolvimento significativo, atraindo a si um conjunto considerável de
mão-de-obra, da qual se destaca a mão-de-obra imigrada, quer sobretudo dos países do Leste
europeu, quer ainda, de países de língua oficial portuguesa. Na década seguinte esta realidade
inverteu-se, tendo vindo a registar-se uma redução da atividade neste setor.

As especificidades deste setor de atividade, que bem se expressa na intensa variabilidade das
situações de trabalho, na cadeia de responsabilidades própria, bem como na sucessão de
decisores e equipas de trabalho, marcam diferenças significativas por comparação com outros
sectores produtivos. Este contexto determina que a abordagem inspetiva deva ter em conta
estes fatores, e utilize os instrumentos e os gestos inspetivos que se mostrem mais adequados
e que produzam melhores efeitos.

No plano normativo, embora alguns passos importantes tivessem sido dados, particularmente a
publicação do Decreto-Lei n.º 273/2003 de 29 de Outubro, revendo o Decreto-Lei n.º 155/95 de
1 de Julho e o início da elaboração do novo regulamento de segurança na construção, persistem
algumas lacunas, que se expressam enquanto dificuldades inerentes à atuação inspetiva, tais
como a inexistência de um quadro de definição e reconhecimento das competências relativas
aos coordenadores de segurança e saúde no trabalho.

Durante o período em análise, o enfoque colocou-se, para além dos riscos de queda em altura,
nos riscos de queda de objetos por elevação, nos riscos provocados pela circulação de veículos
e de outras máquinas de estaleiro, nos riscos elétricos, nos riscos de soterramento, bem como
nas questões associadas à gestão e à coordenação de segurança nesses mesmos estaleiros.

47
Estratégia Nacional para a Segurança e Saúde no Trabalho 2008-2015 | Relatório Final de Avaliação

De relevar, ainda, a dinamização do diálogo social setorial que envolve os atores determinantes
no setor da construção – donos de obra, projetistas, entidades executantes, empregadores,
trabalhadores e seus representantes, autoridades nacionais responsáveis pela aplicação da
legislação – que se empenharam numa interação de cooperação, que se materializou em
iniciativas diversificadas.

O setor agrícola nacional, por sua vez, é constituído por empresas familiares e pequenas e
médias empresas (PME) muito dispersas, com défices de organização e marcadas por uma forte
sazonalidade. Desenvolve-se também a agricultura intensiva em zonas geográficas mais aptas,
e as empresas que operam neste segmento reúnem cada vez mais as características comuns às
empresas da generalidade dos setores de atividade, salvo no que respeita à sazonalidade, que é
aqui maior.

O setor das pescas constitui uma atividade em que as condições de segurança e higiene no
trabalho são particularmente potenciadoras da ocorrência de acidentes de trabalho.

Tratando-se de um dos quatro setores de atividade que nos países comunitários apresentam
uma taxa de incidência de acidentes de trabalho superior em 30 % à média dos restantes
setores, resultantes da especificidade dos riscos que lhe estão associados, considerou-se ser da
maior relevância desenvolver uma Campanha de Informação nomeadamente junto de
Armadores, Trabalhadores das Capitanias dos Portos e Administrações Portuárias,
perspetivando-se a plena vigência do Decreto-Lei n.º 116/97, de 12 de maio e da Portaria n.º
356/98, de 24 de junho, quanto às embarcações que constituem a maioria da frota pesqueira.

Quadro 4.1.8.1 – Ações Inspetivas em sectores de risco elevado 2008 - 2011

Construção Indústria Extrativa Agricultura Pesca

65 699 1 356 2 967 199

De acordo com o plano de ação inspetiva da ACT para 2008, foi considerada a importância de
intervenção, no domínio das condições de SST, em diferentes atividades da indústria
transformadora: a metalurgia e produtos metálicos, a indústria têxtil e vestuário e a indústria
de madeiras.

Relativamente aos setores de atividades, registou-se ao nível da atividade inspetiva, os


seguintes resultados:

48
Estratégia Nacional para a Segurança e Saúde no Trabalho 2008-2015 | Relatório Final de Avaliação

2008: construção civil, com 12 017 estabelecimentos visitados (50,3% do total), seguindo-se
serviços prestados a empresas 1411 (5,9% do total), o comércio a retalho 1342 (5,6% do
total), as indústrias de produtos metálicos e material elétrico 917 (3,8% do total), o comércio,
manutenção e reparação automóvel 858 (3,6%) e a indústria hoteleira 853 (3,6%). Nestas seis
atividades concentraram-se 72,8% dos estabelecimentos visitados.

2009: construção civil, com 13 944 estabelecimentos visitados (52,4% do total), seguindo-se o
comércio a retalho 1920 (7,2% do total), os serviços prestados a empresas 1863 (7% do total),
as indústrias de produtos metálicos e material elétrico 1294 (4,9% do total), a indústria
hoteleira 920 (3,5%), o comércio, manutenção e reparação automóvel 500 (1,9%). Nestas seis
atividades, concentraram-se 76,7% dos estabelecimentos visitados.

2010: construção civil, com 12 687 estabelecimentos visitados (45,2 % do total), seguindo-se
o comércio a retalho 2442 (8,7 % do total), os serviços prestados a empresas 2081 (7,4 % do
total), a indústria hoteleira 1934 (6,9 %), os serviços sociais prestados à coletividade 1294 (4,6
% do total). Nestas cinco atividades concentraram-se 72,8% dos estabelecimentos visitados.

2011: construção civil, com 14.823 estabelecimentos visitados (42,1 % do total), seguindo-se
o das indústrias transformadoras 5 054 (14,3 % do total) e do comércio/reparação de veículos
3955 (11,2 % do total). Nestes três setores concentraram-se 67,6% dos estabelecimentos
visitados.

2012: Construção civil, com 7 715 visitas efetuadas (49,95% do total); industrias
transformadoras 1855 (12,01%); 111 visitas no sector da indústria extrativa (0,72%);
reparação de veículos automóveis e comercio por grosso e a retalho 999 visitas (6,47%).

É de referir que a diminuição dos registos acima referidos durante o ano de 2012, se deveu a
alterações do registo informático ao nível do Sistema de Informação da ACT.

A medida foi executada.

4.1.9 Objetivo 9 - Melhorar a qualidade dos serviços de SST e


incrementar competências dos intervenientes.

Medida 9.1 Privilegiar e incentivar os serviços internos.


A aprovação da Lei n.º 102/2009 de 10 de setembro, veio regulamentar o regime jurídico da
promoção e prevenção da segurança e saúde no trabalho, promovendo os objetivos-chave da
Estratégia Nacional para a Segurança e Saúde no Trabalho 2008-2012, aprovada pela
Resolução do Conselho de Ministros n.º 59/2008, de 1 de Abril, nomeadamente a melhoria da
coordenação dos serviços públicos que exercem competências no domínio da segurança e saúde

49
Estratégia Nacional para a Segurança e Saúde no Trabalho 2008-2015 | Relatório Final de Avaliação

no trabalho, o aperfeiçoamento e simplificação das normas específicas de segurança e da saúde


no trabalho e a melhoria da qualidade da prestação do serviço de segurança e da saúde no
trabalho, através do incremento das competências dos respetivos intervenientes.

Por outro lado, teve também como desiderato a necessidade de dar expressão prática às
medidas definidas no Acordo Tripartido para um Novo Sistema de Regulação das Relações
Laborais, das Políticas de Emprego e da Proteção Social em Portugal, celebrado em julho de
2008, que prevê no contexto da simplificação e desburocratização das relações entre
trabalhadores, empregadores e a Administração, a adoção de mecanismos de simplificação do
processo de autorização de serviços externos de segurança e da saúde no trabalho e a
disponibilização de formulários on-line para concretizar grande parte das comunicações que o
regime de segurança e da saúde no trabalho contempla.

Desta forma, a medida começou a ser executada no período da Estratégia, sendo


disponibilizado no site da ACT, um conjunto de informações relevantes sobre a Lei n.º 102/2009
de 10 de setembro, que visam incentivar a criação de serviços internos. Por outro lado, no
âmbito da análise dos pedidos de dispensa de serviços internos, o cumprimento estrito dos
requisitos para essa dispensa, decorrentes do cumprimento da referida Lei, objetivam
efetivamente a promoção da modalidade de serviços internos, como modalidade matriz do
regime de organização de serviços de segurança e saúde no trabalho.

Para além disso, a medida sofreu um incremento decisivo através do referido normativo legal,
que veio equiparar a serviços internos os até então designados “serviços interempresas” e que
mais não eram que serviços internos de empresas em relação de grupo.

A medida foi executada.

Medida 9.2 Incentivar a formação para trabalhadores designados e empregadores.


Esta medida, de execução ao longo de toda a vigência da ENSST, nomeadamente através do
incentivo, nesse sentido expresso, em inúmeros seminários e workshops, mas igualmente em
artigos publicados e no repto lançado diretamente às instituições de formação para que
disponibilizassem uma oferta formativa direcionada para assegurar a organização de serviços de
SST por empregadores ou trabalhadores designados, avalia-se positivamente em termos de
resultados, quer pelo número de cursos validados para o exercício de funções em SST pelo
empregador/ trabalhador designado (Quadro 4.1.9.1), quer pelo número de entidades, cuja
organização de segurança se encontra assegurada pelo empregador ou trabalhador designado
(Quadro 4.1.9.2.).

Em termos de processos entrados e objeto de análise, com vista à validação do curso e de

50
Estratégia Nacional para a Segurança e Saúde no Trabalho 2008-2015 | Relatório Final de Avaliação

acordo com os dados da ACT, verificou-se uma duplicação do número, no período de 2008 a
2012 (Quadro 4.1.9.1).

Quadro 4.1.9.1 – Validação de cursos (em número) para o exercício de funções SST pelo
empregador/trabalhador designado ou representante do empregador (período de 2008 a 2012)

2008 2010 2009 2011 2012

20 35 35 41 41

Não obstante o aumento dos cursos validados, no que respeita à evolução da modalidade de
organização dos serviços de segurança e saúde no trabalho (SST) assegurada pelo empregador
ou trabalhador designado, no mesmo período e, de acordo com os dados apurados pelo
Gabinete de Estratégia e Planeamento (GEP) para o continente, tendo por base para o ano de
2008, o Relatório de Atividades do Serviço de Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho e o
Relatório Único para os anos de 2009 e seguintes, verifica-se uma diminuição desta
modalidade, mantendo-se a predominância da organização que recorre a “serviços externos”,
no período em análise. Os resultados referem-se ao período de 2008 a 2011, não se
encontrando ainda disponíveis o tratamento de dados referente ao ano de 2012. Os resultados
referidos encontram-se expressos nos quadros seguintes.

Importa considerar que os dados relativos ao Relatório Único nesta matéria, se referem ao
Anexo D do mesmo, correspondente ao Relatório Anual da Atividade do Serviço de Segurança e
Saúde no Trabalho, encontrando-se apenas disponíveis dados estatísticos até ao ano de 2011,
prevendo-se que os dados relativos a 2012 estejam disponíveis durante o segundo semestre de
2014.

Quadro 4.1.9.2 – Organização dos serviços de SST por modalidade, em 2008

Modalidade da organização Segurança Saúde

Serviço Interno 12.245 6.198

Serviço Interempresa/Partilhado 1.215 1.660

Serviço Externo 126.579 136.366

Atividades exercidas pelo empregador 6.525 -

Atividades exercidas pelo trabalhador


1.766 -
designado

Serviço Nacional/Regional de Saúde - 4.106

Total 148.330 148.330

51
Estratégia Nacional para a Segurança e Saúde no Trabalho 2008-2015 | Relatório Final de Avaliação

Quadro 4.1.9.3 – Organização dos serviços de SST por modalidade, em 2009

Segurança Saúde
Modalidade da organização
N.º % N.º %

Serviço Interno 13.474 7,2 7759 4,1

Serviço Comum/Partilhado 695 0,4 1.587 0,8

Serviço Externo 160.005 85,2 175716 93,5

Atividades exercidas pelo 1.664 0,9 - -


empregador

Atividades exercidas pelo 357 0,2 - -


trabalhador designado

Serviço Nacional/Regional de - - 1.229 0,7


Saúde

Total 176.196 100 186.248 100

Quadro 4.1.9.4 – Organização dos serviços de SST por modalidade, em 2010

Segurança Saúde
Modalidade da organização

N.º % N.º %

Serviço Interno 14.491 7,5 7.759 4,1

Serviço Comum/Partilhado 643 0,3 1.587 0,8

Serviço Externo 176.867 91,5 175.716 93,5

Atividades exercidas pelo 0,6 - -


1.093
empregador

Atividades exercidas pelo 306 0,2 - -


trabalhador designado

Serviço Nacional/Regional de
- - 1.288 0,6
Saúde

Total 193.400 100 206.235 100

52
Estratégia Nacional para a Segurança e Saúde no Trabalho 2008-2015 | Relatório Final de Avaliação

Quadro 4.1.9.5 – Organização dos serviços de SST por modalidade, em 2011

Segurança Saúde
Modalidade da organização
N.º % N.º %

Serviço Interno 14.335 7,4 9.224 4,5

Serviço Comum/Partilhado 504 0,3 489 0,2

Serviço Externo 193185 94,7 175716 93,5

Atividades exercidas pelo 0,4 - -


860
empregador

Atividades exercidas pelo


269 0,1 - -
trabalhador designado

Serviço Nacional/Regional de - - 1.313 0,6


Saúde

Total 192.924 100 204.211 100

É de referir também que relativamente aos serviços de segurança, cujas atividades são
passíveis de ser asseguradas pelo empregador ou por trabalhador designado, foram concedidas
192 autorizações, o que ficou aquém do expectável.

A medida foi executada.

Medida 9.3 Promover alterações legislativas para agilizar os procedimentos de

autorização de serviços externos de SST

Esta medida foi materializada através da publicação da Lei nº 102/2009, de 10 de setembro, a


qual veio autonomizar o processo de instrução, definindo os domínios de competências da ACT
e da DGS, respetivamente segurança no trabalho e saúde no trabalho. Desta forma, a
autorização para o exercício da atividade nas áreas da segurança e da saúde, também é
concedida de forma autónoma por cada um dos organismos referidos, dando, assim, lugar a
dois despachos de autorização referentes a áreas distintas, com datas diferentes e
eventualmente com sentidos diferentes, pelo que a entidade pode ficar autorizada a laborar
numa área antes da outra ou ser autorizada apenas para uma dessas áreas. Não obstante a
autonomia prevista, o organismo competente para instruir o procedimento, deve comunicar ao
outro, mensalmente, a receção dos requerimentos de autorização.

53
Estratégia Nacional para a Segurança e Saúde no Trabalho 2008-2015 | Relatório Final de Avaliação

Com a entrada em vigor da Portaria nº 255/2010, de 5 de maio, é aprovado o modelo de


requerimento de autorização de serviço comum, de serviço externo e de dispensa de serviço
interno de segurança e saúde no trabalho, concretizando as disposições da Lei n.º 102/2009 de
10 de fevereiro.

A Lei nº 102/2009, de 10 de setembro, dispõe que a autorização de serviço externo de ST, é


requerida por meio eletrónico, criando-se as condições necessárias para a agilização dos
procedimentos e de desburocratização administrativa.

É de referir que no âmbito das autorizações de empresas prestadoras de serviços externos de


segurança e saúde no trabalho, no período compreendido entre 2008-2012, verificou-se um
considerável número de autorizações concedidas, num total de 385 empresas. Será de destacar
que desse total, 383 dizem respeito a autorizações concedidas entre 2010 e 2012, apenas para
a área de segurança no trabalho.

A medida foi executada.

Medida 9.4 Desenvolver auditorias aos serviços externos autorizados


A Lei n.º 102/2009, de 10 de setembro teve também como objetivo a criação de mecanismos
que permitam um eficaz controlo de qualidade da prestação dos serviços, através da introdução
de um correto enquadramento dos instrumentos de verificação, auditorias e acompanhamento
da atividade, nos termos previstos no art.º 95.º da referida Lei. Optou-se numa primeira fase,
por operacionalizar esta medida em 2011, com um conjunto de auditorias que visavam a
verificação da manutenção dos requisitos conducentes à autorização dos serviços externos,
assegurando assim, o acompanhamento/follow up das empresas já autorizadas, há mais de 6
meses, tendo sido auditadas durante o referido ano, 25 empresas prestadoras de serviços
externos de segurança e saúde no trabalho.

Em 2011 e 2012 foram auditadas, respetivamente, 25 e 196 empresas. As auditorias realizadas


e/ou comunicadas às entidades a auditar, resultaram na aplicação de medidas de suspensão ou
revogação da autorização empresas, bem como em requerimentos de alteração de autorização.

Em 2011 foi suspensa uma autorização e foram quatro revogadas e em 2012, foram suspensas
oito autorizações a empresas e revogadas oito autorizações para a prestação de serviços
externos de segurança no trabalho.

Em 31 de Maio de 2011, a ACT, com a colaboração da DGS, realizou um seminário sobre “A


importância das auditorias na consolidação da qualidade dos serviços de segurança e saúde no

54
Estratégia Nacional para a Segurança e Saúde no Trabalho 2008-2015 | Relatório Final de Avaliação

trabalho”, no âmbito do 1º Encontro de “Serviços Externos de Segurança e Saúde no


Trabalho”.

A medida foi executada.

Medida 9.5 Reforçar as auditorias aos cursos de formação em SST homologados.

A realização de auditorias a entidades com cursos de formação inicial homologados teve início
no ano de 2011, tendo sido auditadas 12 entidades formadoras na zona da Grande Lisboa. As
auditorias incidiram equitativamente em cursos de técnico de segurança no trabalho de nível 4
e 6.

Em resultado das auditorias efetuadas, foram feitas algumas recomendações, designadamente


quanto ao rigor a utilizar na redação de sumários, face ao plano de aula; avaliação do
cumprimento de programas e seleção dos equipamentos técnicos específicos a adquirir ou a
constar no protocolo de cedência destes equipamentos.

Foram ainda feitas algumas recomendações no âmbito das atividades a considerar na formação
em contexto de trabalho.

No ano de 2012, estiveram previstas 20 auditorias a entidades formadoras. Contudo, a


alteração dos regimes de emissão títulos profissionais dos técnicos de segurança no trabalho e
de acesso e exercício da atividade de formação profissional desses técnicos, trazida pela Lei n.º
42/2012 de 28 de agosto tornou inviável a concretização da mesma, devido à necessidade de
adoção de novos procedimentos para cumprimento do diploma referido.

O supra citado diploma visou também conformar os referidos regimes com o disposto no
Decreto-Lei n.º 92/2010, de 26 de julho, que estabelece os princípios e as regras para
simplificar o livre acesso e exercício das atividades de serviços realizadas em território
nacional, que transpôs para a ordem jurídica interna a Diretiva n.º 2006/123/CE, do
Parlamento Europeu e do Conselho, de 12 de dezembro de 2006, relativa aos serviços no
mercado interno, no Decreto-Lei n.º 92/2011, de 27 de julho, que cria o Sistema de Regulação
de Acesso a Profissões (SRAP) e na Lei n.º 9/2009, de 4 de março, que transpôs para a ordem
jurídica interna a Diretiva n.º 2005/36/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 7 de
setembro de 2005, relativa ao reconhecimento de qualificações profissionais.

Face às alterações verificadas no enquadramento legal vigente, com a criação da figura da


certificação de entidades formadoras, em detrimento dos processos de homologação dos cursos
existentes anteriormente, considerou-se que não se justificava que as auditorias previstas em
2012 se pudessem desenvolver à luz do normativo revogado.

55
Estratégia Nacional para a Segurança e Saúde no Trabalho 2008-2015 | Relatório Final de Avaliação

A medida foi iniciada mas devido às alterações legislativas já referidas, não foi concluída.

Medida 9.6 Estabelecer um programa de auditorias aos serviços internos,

prioritariamente dirigido a empresas com relevância social e económica, para avaliar os


serviços e identificar boas práticas.

Esta medida não está sustentada em qualquer diploma legal, devendo entender-se que este
programa de auditorias só poderia ocorrer após a alteração do ordenamento jurídico em vigor.
De qualquer forma, a ACT, no âmbito da atividade inspetiva verifica a conformidade das
atividades desenvolvidas pelos serviços internos, avaliando a sua qualidade e identificando
boas práticas. É de referir que no âmbito dos Planos de Atividade da ACT, durante o período de
execução da ENSST, decorreram ações inspetivas direcionadas para a verificação das
atividades desenvolvidas pelos serviços internos das empresas, nomeadamente ao nível da
indústria metalúrgica, química, entre outras, dirigidas prioritariamente a empresas que
desenvolvam atividades de risco elevado.

A medida não foi executada por inexistência de enquadramento jurídico para o efeito.

Medida 9.7 Plano de visitas inspetivas aos serviços internos, incidindo prioritariamente

sobre setores e empresas com maior índice de sinistralidade e tendo em conta os riscos
emergentes.

À semelhança do que foi referido na medida anterior, no âmbito dos Planos de Atividade da
ACT durante o período de execução da estratégia, decorreram ações inspetivas direcionadas
para a verificação das atividades desenvolvidas pelos serviços internos das empresas,
nomeadamente ao nível da indústria metalúrgica, química, entre outras, e dirigidas
prioritariamente a empresas que desenvolvem atividades de risco elevado. Esta medida esteve
assim em execução ao longo de toda a vigência da ENSST, porque já se encontrava
contemplada nas atividades da área inspetiva (Quadro 4.1.9.6 e Quadro 4.1.9.7), ainda que
não existam dados desagregados por tipo de organização de serviços de SST.

56
Estratégia Nacional para a Segurança e Saúde no Trabalho 2008-2015 | Relatório Final de Avaliação

Quadro 4.1.9.6 – Ação inspetiva desenvolvida no domínio da Segurança e Saúde no Trabalho - Setores
de maior incidência 2007-2010

Estabelecimentos visitados
Atividades
2008 2009 2010

Construção Civil 12.017 13.944 12.687

Serv. Prest. Emp. 1.411 1.863 2.081

Comércio por Grosso e a Retalho 1.342 1.920 2.442

Ind. Prod. Metálicos e Mat. Elétrico 917 1.294 *

Comércio Manutenção e Reparação auto 858 500 *

Indústria Hoteleira 853 920 1.934

Outras atividades 6.486 6.195 8.915

Total global 23.884 26.636 28.059

*Dados não desagregados

Quadro 4.1.9.7 – Ação inspetiva desenvolvida no domínio da Segurança e Saúde no Trabalho - Setores
de maior incidência 2011-2012

Estabelecimentos visitados
Atividades
2011 2012

Construção 14.823 7.715

Indústrias transformadoras 5.054 1.855

Comércio por grosso e a retalho; reparação de veículos


3.955 999
automóveis e motociclos

Transportes e armazenagem 911 245

Alojamento, restauração e similares 1.596 424

Atividades Imobiliárias; de consultoria, científicas técnicas e


2.805 1.265
similares; Atividade administrativas e dos serviços de apoio

Educação; Atividades de saúde humana e apoio social 1.923 918

Outras atividades 4.169 2.025

Total global 35.236 15.446

57
Estratégia Nacional para a Segurança e Saúde no Trabalho 2008-2015 | Relatório Final de Avaliação

É de referir que a diminuição dos registos em matéria de intervenção inspetiva durante o ano
de 2012 se deveu a alterações do registo informático ao nível do Sistema de Informação da
ACT.

Medida 9.8 Conceber e implementar um sistema de avaliação da qualidade dos serviços

de SST

Só após a entrada em vigor da Lei nº 102/2009 de 10 de setembro, ficaram reunidas as


condições para ser iniciada esta medida, em articulação com o Ministério da Saúde, não tendo
sido no entanto, implementada. É de referir também as considerações acerca da execução da
medida 9.4., que se aplicam também à execução desta medida.

De facto, optou-se numa primeira fase por realizar um conjunto de auditorias que visavam a
verificação da manutenção dos requisitos conducentes à autorização dos serviços externos,
assegurando assim, o acompanhamento/follow up das empresas já autorizadas.

Para dar continuidade ao processo de acompanhamento e avaliação da capacidade dos serviços


externos de segurança no trabalho, estava prevista a realização de auditorias, com vista à
avaliação efetiva da qualidade dos respetivos serviços, e que deverão incluir a verificação da
qualidade das atividades desses serviços nos clientes das empresas prestadoras autorizadas.

Atendendo ao grau de complexidade e de exigência desta tipologia de auditorias, estas deverão


ser precedidas por adequada formação, com o objetivo de estruturar e uniformizar os
instrumentos de apoio à sua realização, o que não foi possível assegurar até ao final de 2012.

A medida não foi executada.

Medida 9.9 Proceder à simplificação do modelo de relatório anual de atividades dos

serviços de SST, com eventual fusão com o modelo 1360

O programa de simplificação administrativa e legislativa (SIMPLEX) previa a simplificação das


obrigações dos empregadores prestarem informações sobre diversos aspetos laborais à
administração do trabalho.

Do mesmo modo, a Comissão do Livro Branco das Relações Laborais preconizou, no âmbito de
medidas de desburocratização e simplificação nomeadamente nas relações entre empregadores
e a Administração, a concentração num documento único de periodicidade anual, de múltiplas
informações que os empregadores devem prestar à administração do trabalho.

Por outro lado, o acordo tripartido sobre um novo sistema de regulação das relações laborais,
de 25 de Junho de 2008, previu que parte dessa informação passe a abranger os prestadores

58
Estratégia Nacional para a Segurança e Saúde no Trabalho 2008-2015 | Relatório Final de Avaliação

de serviço.

A regulamentação do Código do Trabalho integrou estes propósitos, através de uma obrigação


única, a cargo dos empregadores, de prestação anual de informação sobre a atividade social da
empresa.

Esta informação anual reúne informações que se encontravam dispersas, respeitantes ao


quadro de pessoal, à comunicação trimestral de celebração e cessação de contratos de trabalho
a termo, à relação semestral dos trabalhadores que prestaram trabalho suplementar, ao
relatório da formação profissional contínua, ao relatório da atividade anual dos serviços de
segurança e saúde no trabalho e ao balanço social.

A informação anual inclui ainda aspetos relativos a greves e informação sobre os prestadores de
serviço, o que permite superar o procedimento complexo entre as empresas e a administração
do trabalho em que assentava a informação sobre as greves.

Permite também que as matérias a que o relatório único respeita, sejam desenvolvidas de
modo a que, periodicamente se disponha de informação mais completa sobre cada uma delas.

Sem prejuízo de futuras e desejáveis simplificações, aliás previstas, o modelo anterior foi
substituído por um novo, mais simples e disponível em formato eletrónico e já foi aplicado a
partir de 2010.

A medida foi executada.

Medida 9.10 Incentivar e apoiar financeiramente a formação de técnicos e técnicos

superiores de SHT.

No âmbito da execução da presente medida, foi privilegiada a formação de técnicos de nível IV,
em virtude do seu escasso número. Por outro lado, aproveitou-se a contrapartida da cedência
de vagas na formação de técnicos de nível VI apoiadas, para proporcionar formação a técnicos
da ACT, dos parceiros sociais e de outros organismos da Administração Pública, num quadro de
reforço de competências de segurança e saúde no trabalho no âmbito da Rede de Prevenção de
Riscos Profissionais. No Quadro 4.1.9.8, pode observar-se o número de candidaturas entradas
versus o número de candidaturas apoiadas.

59
Estratégia Nacional para a Segurança e Saúde no Trabalho 2008-2015 | Relatório Final de Avaliação

Quadro 4.1.9.8 – Processos de candidatura a financiamento de formação inicial níveis 4 e 6 (2008–2012)

Candidaturas entradas Candidaturas apoiadas

Nível 2008 2009 2010 2011 2012 2008 2009 2010 2011 2012

Nível IV 1 2 1 0 1 1 2 1 0 1

Nível VI 3 5 2 2 4 3 5 2 2 4

 Em 2008, no que respeita ao apoio de formação, a ACT apoiou 3 projetos nível VI,
designadamente da ESTG/IPVC- Escola Superior de Tecnologia e Gestão do IPVC, COFAC
- Universidade Lusófona e ISEC - Universitas – Instituto Superior de Educação e Ciência.

 Quanto à formação de nível IV, foi apoiado um curso e um projeto da DIDAXIS–


Cooperativa de Ensino, C.R.L., tendo este último possibilitado a aquisição de
equipamentos para a referida formação, nomeadamente mala de 1º socorros, extintores
móveis, equipamento de proteção individual, anemómetro, sonómetro, dosímetro, entre
outros.

 Em 2009, foram apoiados 5 cursos nível VI: COFAC, ISLA Instituto Superior de Línguas e
Administração de Leiria e de Santarém, ESTG/IPVC e ISEC. Quanto à formação de nível
IV a DIDAXIS e a Pombalprof beneficiaram do apoio da ACT para a realização das ações
dos cursos de formação.

 Em 2010 o Promotor apoiado foi a Petroensino que desenvolveu uma ação do curso de
nível IV.

 A COFAC e o ISLA Santarém e de Leiria desenvolveram em 2010 e 2011, e


conjuntamente com a ESTSL – Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa,
também em 2012, formação em SHT de nível VI. e em 2012, a DIDAXIS foi apoiada
para o mesmo tipo de formação.

A medida foi executada.

Medida 9.11 Reavaliar a organização e duração da formação inicial em SHT, em especial

do nível 3, atual nível 4.

Á semelhança dos considerandos respeitantes à medida 9.5., é de referir a alteração dos


regimes de emissão dos títulos profissionais dos técnicos de Segurança no Trabalho e de acesso
e exercício da atividade de formação profissional desses técnicos, introduzida pela Lei n.º

60
Estratégia Nacional para a Segurança e Saúde no Trabalho 2008-2015 | Relatório Final de Avaliação

42/2012 de 28 de agosto e que entrou em vigor no último ano de duração da estratégia,


provocou alterações significativas no enquadramento normativo e inviabilizou desta forma a
concretização desta medida, devido à necessidade de definição de novos procedimentos
associados à entrada em vigor do referido diploma.

A medida não foi executada.

Medida 9.12 Restringir a formação de técnicos superiores de SHT a entidades de ensino

superior e outras entidades idóneas.

À semelhança dos considerandos respeitantes à medida 9.5. e 9.11, é de referir a alteração dos
regimes de emissão dos títulos profissionais dos técnicos de Segurança no Trabalho e de acesso
e exercício da atividade de formação profissional desses técnicos, trazida pela Lei n.º 42/2012
de 28 de agosto e que entrou em vigor no último ano de duração da estratégia, provocou
alterações significativas no enquadramento normativo e inviabilizou desta forma a concretização
desta medida, devido à necessidade de definição de novos procedimentos associados à entrada
em vigor do referido diploma.

A medida não foi executada.

Medida 9.13 Definir entre a ACT e a DGS metodologias e procedimentos agilizadores do

processo de autorização das empresas prestadoras de serviços.

Esta medida foi materializada através da publicação da Lei nº 102/2009, de 10 de setembro, a


qual veio autonomizar o processo de instrução, delimitando os domínios de competências da
ACT e da DGS, respetivamente segurança no trabalho e saúde no trabalho. Desta forma, a
autorização para o exercício da atividade nas áreas da segurança e da saúde, cumulativamente,
também é concedida de forma autónoma por cada um dos organismos referidos, dando, assim,
lugar a dois despachos de autorização referentes a áreas distintas, com datas diferentes e
eventualmente com sentidos diferentes, pelo que a entidade pode ficar autorizada a laborar
numa área antes da outra ou ser autorizada apenas para uma dessas áreas. Não obstante a
autonomia prevista, o organismo competente para instruir o procedimento, deve comunicar ao
outro, mensalmente, os pedidos de autorização recebidos.

Considera-se que esta medida foi executada com a entrada em vigor da Lei nº 102/2009 de 10
de setembro, permitindo concluir a análise e decisão de centenas de requerimentos de
autorização para a prestação de serviços externos de segurança no trabalho, que tinham dado
entrada nos serviços, ao abrigo da legislação anterior, encerrando assim um processo que já se
arrastava desde 2002.

61
Estratégia Nacional para a Segurança e Saúde no Trabalho 2008-2015 | Relatório Final de Avaliação

Apesar do Decreto-Lei n.º 26/94, de 1 de fevereiro (alterado pela Lei 7/95, de 29 de março),
estabelecer o sistema de organização das atividades de SHST, na empresa, só com a entrada
em vigor da Portaria nº 467/2002, de 23 de abril, foi regulada a instrução do requerimento de
autorização de serviços externos ou de alteração da autorização, a vistoria prévia e os
parâmetros para a decisão.

Ainda na sequência da entrada em vigor da Lei nº 102/2009, foi publicada a Portaria nº


255/2010, de 5 de maio, que aprova o modelo de requerimento de autorização de serviço
comum, de serviço externo e de dispensa de serviço interno de segurança no trabalho. Esse
modelo é resultado do trabalho conjunto entre a ACT e a DGS.

No âmbito do processo de autorização de prestação de serviços externos, em particular, ao


abrigo do regime transitório, previsto no artigo 117º, da Lei nº 102/2009, foram realizadas
vistorias conjuntas pela ACT e a DGS, com troca e partilha de informações em matéria dos
processos de autorização de serviços de segurança e de saúde no trabalho.

A medida foi executada.

Medida 9.14 Dinamizar e apoiar a formação de médicos do trabalho

O regime jurídico da promoção da segurança da saúde no trabalho enfatiza o papel do médico


do trabalho na melhoria das condições de saúde associadas ao exercício duma atividade
profissional.

A implementação desta medida, que se espera facilitada pela aprovação da legislação que
regula a carreira de médico do trabalho, começa a ser visível, por exemplo pela formação
existente em medicina ocupacional na Região Autónoma dos Açores.

A circular informativa nº 9/DSPPS/DCVAE, de 16-03-2010, da DGS, veio dar a possibilidade dos


licenciados em Medicina e, mediante a obediência de alguns requisitos, terem autorização para
exercer, antes de obter a especialidade, constituindo um estímulo ao exercício da profissão.

Em 2008-2009, os cursos de medicina no trabalho, estiveram suspensos, por falta de


inscrições.

A partir de 2009-2010, houve candidatos em número superior às vagas existentes, traduzindo-


se esta procura e oferta, em cerca de 30-40 licenciados em MT, por ano.

Atualmente estima-se que existam cerca de 900 médicos-especialistas em MT e cerca de 280


médicos autorizados para o exercício da MT.

62
Estratégia Nacional para a Segurança e Saúde no Trabalho 2008-2015 | Relatório Final de Avaliação

No entanto, continua a verificar-se um défice acentuado de médicos do trabalho.

A medida não foi concluída.

Medida 9.15 Elaborar com a DGS um guia geral e guias setoriais de orientação para as

atividades de vigilância da saúde dos trabalhadores

Apesar de não ter sido iniciada a colaboração entre a ACT e a DGS, na elaboração de um guia
geral e de guias sectoriais de orientação para as atividades de vigilância da saúde dos
trabalhadores, esta última elaborou um conjunto de documentos para boas práticas em saúde
no trabalho.

A DGS tem também produzido informação técnica, relativa à gestão de riscos.

A medida não foi executada.

Medida 9.16 Promover a formação de jovens empresários em SST e gestão da segurança


nas PME

No âmbito da execução da presente medida foram efetuadas reuniões preparatórias com a


Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE) no período de execução da ENSST mas que
não resultaram em ações específicas de concretização da presente medida.

A medida não foi executada.

4.1.10 Objetivo 10 - Aprofundar o papel dos parceiros sociais e implicar


empregadores e trabalhadores na melhoria das condições de trabalho
nas empresas.

Medida 10.1 Institucionalizar mecanismos de concertação social setorial nos setores com
maiores índices de sinistralidade

O Conselho Consultivo para a Promoção da Segurança e Saúde no Trabalho é um órgão colegial


com natureza consultiva, composto pelo Inspetor-geral, que preside, pelos dois Subinspetores-
gerais, por dois representantes de cada Confederação sindical e por um representante de cada
Confederação patronal, com assento na Comissão Permanente de Concertação Social,
nomeadamente CAP – Confederação dos Agricultores de Portugal, CCP – Confederação do
Comércio e Serviços de Portugal, CIP – Confederação Empresarial de Portugal, CTP –
Confederação do Turismo Português, UGT – União Geral de Trabalhadores e CGTP-IN –
Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses – Intersindical Nacional.

63
Estratégia Nacional para a Segurança e Saúde no Trabalho 2008-2015 | Relatório Final de Avaliação

Tendo sido convocado pela primeira vez no dia 14 de março de 2008, e reunindo no mínimo
uma vez por semestre, compete ao Conselho Consultivo da ACT, emitir pareceres em matéria
de segurança e saúde no trabalho sobre os seguintes instrumentos de gestão da ACT:

a) O plano e relatório de atividades;

b) O orçamento;

c) O relatório e contas anuais;

d) Os programas de ação e respetivos regulamentos;

e) A política de qualidade;

f) A política de formação de recursos humanos;

g) Outros instrumentos de gestão.

Neste contexto, este órgão da ACT é desde logo a sede preferencial para a dinamização de
campanhas de concertação setorial, nomeadamente em matéria de setores com índices de
sinistralidade elevados. Os Planos de Atividade da ACT contemplaram a realização de iniciativas
e ações de inspeção em setores de atividade com níveis de sinistralidade elevados, procurando
muitas vezes o apoio dos parceiros sociais na divulgação de informação em matéria de
segurança e saúde no trabalho. Em 2008, a ACT desenvolveu uma Campanha de âmbito
nacional que visou informar e divulgar boas práticas a adotar nos locais de trabalho com
trabalhadores expostos a poeiras com sílica cristalina. Os setores de mais elevado risco são os
da fabricação de produtos de betão, da construção civil, das indústrias extrativa e de pedras
naturais e das indústrias do vidro, cimento e cerâmica. Esta iniciativa inseriu-se no âmbito do
Acordo Europeu assinado em 2006 pelas organizações de empregadores e de trabalhadores da
União Europeia, o qual abrange diversos setores económicos que empregam mais de dois
milhões de trabalhadores e envolveu os parceiros sociais.

De qualquer forma, apesar destas iniciativas, não se institucionalizou um mecanismo de


concertação social setorial que fosse alargado a vários setores de atividades com índices de
sinistralidade altos.

A medida não foi executada.

Medida 10.2 Dinamizar a constituição de comissões paritárias de SST a implementar nas


grandes obras

A Lei n.º 102/2009 de 10 de setembro, previu no seu artigo 23.º, a criação por convenção

64
Estratégia Nacional para a Segurança e Saúde no Trabalho 2008-2015 | Relatório Final de Avaliação

coletiva de comissões de segurança e saúde no trabalho, visando esta medida a dinamização


dessas comissões.

De igual forma, a ENSST defende a dinamização da constituição de comissões paritárias para a


promoção da segurança e saúde no trabalho, a implementar nas grandes obras que sejam
desenvolvidas no período de vigência da Estratégia, replicando o que aconteceu com grandes
projetos de empreitadas públicas de dimensão e complexidade significativas, como o Euro 2004
ou Expo 98. A participação tripartida no âmbito destes trabalhos, permitiu a interiorização dos
princípios de prevenção de riscos profissionais com expressão muito positiva no quadro da
sinistralidade laboral verificada no decurso desses projetos.

Neste contexto, ao abrigo desta Estratégia Nacional, deveriam ser criados instrumentos que
permitissem incentivar a introdução das matérias de segurança e saúde no trabalho na
negociação coletiva e institucionalizados mecanismos de concertação social setorial, a
implementar nas atividades com maiores índices de sinistralidade entre as quais se inclui o
setor da construção civil.

No entanto, fruto da conjuntura económica nacional que se agravou a partir de 2011,


provocando a recessão do mercado da construção e consequentemente do número de grandes
obras iniciadas, esta medida não teve concretização.

A medida não foi executada.

Medida 10.3 Incentivar a introdução de matérias de SST na negociação coletiva


Ao abrigo desta Estratégia Nacional, deveriam ser criados instrumentos que permitissem
incentivar a introdução das matérias de segurança e saúde no trabalho na negociação coletiva e
institucionalizados mecanismos de concertação social setorial, a implementar nas atividades
com maiores índices de sinistralidade.

Neste contexto, o papel dos parceiros sociais que constituem o Conselho Consultivo para a
Promoção da Segurança e Saúde no Trabalho da ACT desempenharam um papel fundamental
na introdução das matérias de segurança de saúde no trabalho, na negociação coletiva em
curso.

A ACT procurou também realçar esta questão e realizou em 2011, um seminário internacional,
no âmbito da Feira SEGUREX, na FIL em Lisboa. O Seminário subordinado ao tema “A
Segurança e Saúde no Trabalho e a Negociação Coletiva de Trabalho” contou com a
participação ativa dos parceiros sociais.

65
Estratégia Nacional para a Segurança e Saúde no Trabalho 2008-2015 | Relatório Final de Avaliação

Também nos seminários realizados pela ACT, enquanto ponto focal da Agência Europeia, essa
temática foi abordada.

A medida foi executada.

Medida 10.4 Acompanhar em sede de CNHST a implementação dos acordos estabelecidos


no âmbito do diálogo social europeu em matérias de SST

Foi estabelecido um Protocolo de cooperação e parceria entre a CCP (Confederação do Comércio


e Serviços de Portugal) e a CGTP (Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses), por
forma a dar cumprimento ao Acordo Quadro Europeu, de outubro de 2004, sobre “Stress nos
Locais de Trabalho”. Esse acordo, nalgumas das medidas que concretizaram a sua
implementação foi objeto de apoio da ACT, no âmbito do seu Programa de Apoios. O estudo
desenvolvido contou com a colaboração da ANTRAM e a APESPE, tendo sido promovidas no
decorrer de ações de sensibilização.

A medida foi executada.

Medida 10.5 Promover, incentivar e apoiar financeiramente a formação de

representantes dos trabalhadores, trabalhadores designados e empregadores

Esta medida, prevista no Programa e no Regulamento de Apoios da ACT, foi implementada na


sequência da apresentação de pedidos de apoio nesse sentido e após a análise das candidaturas
e verificação das condições de elegibilidade.

Para além disso, há a referir o apoio dado pela ACT à elaboração de manuais para
representantes dos trabalhadores, se estende já a vários setores (elétrico, químico, transportes,
entre outros).

No que se refere à formação de representantes dos trabalhadores, em 2008, foram


desenvolvidos e apoiados quatro projetos, nomeadamente 1 do IBJC- Instituto Bento Jesus
Caraça e 3 da Fiequimetal. Estes 4 projetos, desdobram-se num conjunto de 29 ações, as quais
se desenvolveram durante o ano de 2008 e seguintes.

Por sua vez, a ARICOP – Associação Regional dos Industriais de Construção e Obras Públicas de
Leiria, desenvolveu uma ação de formação para representantes dos empregadores.

Foram ainda apoiadas formações de formadores em SHST no setor agrícola, desenvolvida pela
Confagri, ações de formação em 1os socorros, combate a incêndios e evacuação de
trabalhadores, promovidas pela ARICOP.

Em 2009, foram apoiados 6 projetos de formação, sendo 3 promovidos pela Fiequimetal e, os

66
Estratégia Nacional para a Segurança e Saúde no Trabalho 2008-2015 | Relatório Final de Avaliação

outros 3, pelo IBJC, no âmbito da formação de representantes dos trabalhadores.

Estes 6 projetos, apoiados pela ACT, desdobraram-se em 45 ações de formação, desenvolvidas


nesse ano e seguintes.

A ACT apoiou, ainda, a produção de instrumentos pedagógicos de apoio à formação levada a


cabo pelo IBJC, bem como de uma mala pedagógica para o curso de formação de
representantes dos trabalhadores (manual em suporte papel e em CD).

A ARICOP desenvolveu um conjunto de 3 ações em 1 os socorros, combate a incêndios e


evacuação de trabalhadores.

Em 2010 foram apoiados cerca de 4 projetos de formação para representantes dos


trabalhadores, os quais foram desdobrados em 28 ações: 16 ações por parte da Fiequimetal,
10 por parte do IBJC e 2 pelo STAS – Sindicato dos Trabalhadores da Atividade Seguradora,
desenvolvidas durante aquele ano e seguintes.

Nesse ano, foi também, apoiado pela ACT, o projeto apresentado pela Fectrans, com um
conjunto de ações de sensibilização para o setor rodoviário, bem como 4 ações da ARICOP em
1os socorros, combate a incêndios e evacuação de trabalhadores.

Decorrente de 4 candidaturas a financiamento de projetos, entrados em 2011 e do


desenvolvimento de ações de projetos de anos anteriores, foram realizadas um total de 28
ações para representantes dos trabalhadores: 12 por parte da Fiequimetal, 10 por parte do
STAL e 6 por parte do IBJC

Foram ainda realizadas 7 ações de formação por parte da ARICOP, em matéria de 1 os socorros,
combate a incêndios e evacuação de trabalhadores.

Relativamente ao apoio da ACT, no âmbito da formação de representantes de trabalhadores,


foram no ano de 2012 apresentados em sede de candidatura e objeto de aprovação 9 projetos,
os quais se desdobraram em 19 ações, das quais 18 foram realizadas: 14 pela Fiequimental, 3
pela Fectrans e 1 pelo SNTSSF - Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Sector Ferroviário.

No que concerne à formação para representantes dos empregadores, foi apoiado 1 projeto,
desenvolvido pela ARICOP, que englobou 2 ações.

Os resultados desta medida evidenciam-se no Quadro 4.1.9.9.

67
Estratégia Nacional para a Segurança e Saúde no Trabalho 2008-2015 | Relatório Final de Avaliação

Quadro 4.1.9.9 – Candidaturas e apoios financeiros à formação de representantes dos trabalhadores e


representantes do empregador (2008–2012)

2008 2009 2010 2011 2012

RT RE RT RE RT RE RT RE RT RE

Candidaturas
4 1 6 0 4 0 4 0 4 2
entradas

Candidaturas 4 1 6 0 4 0 4 0 4 1
aprovadas
Nº de ações
29 1 45 0 28 0 28 0 18 2
realizadas

RT – representantes dos trabalhadores; RE – Representante do empregador

A medida foi executada.

Medida 10.6 Reequacionar e clarificar as formas de participação dos trabalhadores na

SST, designadamente na sua relação com os serviços de prevenção, internos ou externos.

Esta medida entende-se executada com a publicação da Lei nº 102/2009 de 10 de setembro.


Este diploma revoga o Decreto-Lei n.º 441/91 de 14 de novembro. As alterações introduzidas
mais importantes estão relacionadas com os serviços de segurança e saúde nas empresas e
com as eleições de representantes de representantes de SST, cujo processo eleitoral foi
regulado.

A medida foi executada.

68
Estratégia Nacional para a Segurança e Saúde no Trabalho 2008-2015 | Relatório Final de Avaliação

5. Avaliação da Estratégia Nacional de SST

5.1 Avaliação de objetivos e medidas


Tendo por base os objetivos e medidas de execução para a implementação da ENSST e o grau
de execução dessas medidas, no período compreendido entre 2008 e 2012, apresenta-se no
Quadro 5.1.1, a evolução anual do grau de execução das medidas da ENSST.

Quadro 5.1.1 – Resultado do grau de execução das medidas da ENSST

Grau de execução por ano


Objetivo Medida
2008 2009 2010 2011 2012

1.1 Em execução Em execução Em execução Em execução Em execução

1.2 Em execução Em execução Em execução Em execução Executada

1.3 Executada Executada Executada Executada Executada


Objetivo
1.4 Executada Executada Executada Executada Executada
1
1.5 Em execução Em execução Em execução Em execução Executada

1.6 Em execução Em execução Em execução Em execução Executada

1.7 Em execução Em execução Em execução Em execução Executada

2.1 Em execução Em execução Em execução Em execução Em execução

2.2 Não iniciada Não iniciada Não iniciada Não iniciada Em execução
Objetivo 2
2.3 Em execução Em execução Em execução Em execução Em execução

2.4 Não iniciada Em execução Em execução Em execução Em execução

3.1 Não iniciada Não iniciada Não iniciada Não iniciada Não iniciada

3.2 Em execução Em execução Em execução Em execução Em execução


Objetivo 3
3.3 Em execução Em execução Em execução Em execução Em execução

3.4 Não iniciada Não iniciada Em execução Em execução Em execução

4.1 Em execução Em execução Executada Executada Executada


Objetivo 4
4.2 Executada Executada Executada Executada Executada

69
Estratégia Nacional para a Segurança e Saúde no Trabalho 2008-2015 | Relatório Final de Avaliação

Grau de execução por ano


Objetivo Medida
2008 2009 2010 2011 2012

5.1 Em execução Em execução Em execução Em execução Executada


Objetivo 5
5.2 Em execução Executada Executada Executada Executada

6.1 Executada Executada Executada Executada Executada

6.2 Em execução Em execução Em execução Em execução Em execução

6.3 Não iniciada Em execução Em execução Em execução Executada

6.4 Em execução Em execução Em execução Em execução Em execução


Objetivo 6
6.5 Em execução Em execução Em execução Em execução Em execução

6.6 Em execução Em execução Em execução Em execução Em execução

6.7 Não iniciada Não iniciada Não iniciada Não iniciada Não iniciada

6.8 Não iniciada Em execução Em execução Em execução Executada

7.1 Em execução Em execução Em execução Executada Executada


Objetivo 7
7.2 Em execução Em execução Em execução Executada Executada

8.1 Não iniciada Em execução Em execução Em execução Em execução

8.2 Em execução Em execução Em execução Em execução Executada

8.3 Não iniciada Não iniciada Não iniciada Não iniciada Executada

8.4 Não iniciada Em execução Em execução Em execução Executada


Objetivo 8
8.5 Não iniciada Não iniciada Não iniciada Não iniciada Não iniciada

8.6 Não iniciada Não iniciada Em execução Em execução Em execução

8.7 Não iniciada Não iniciada Em execução Em execução Executada

8.8 Executada Executada Executada Executada Executada

9.1 Em execução Em execução Em execução Em execução Executada

Objetivo 9 9.2 Em execução Executada Executada Executada Executada

9.3 Em execução Executada Executada Em execução Executada

70
Estratégia Nacional para a Segurança e Saúde no Trabalho 2008-2015 | Relatório Final de Avaliação

Grau de execução por ano


Objetivo Medida
2008 2009 2010 2011 2012

9.4 Não iniciada Não iniciada Não iniciada Em execução Executada

9.5 Em execução Em execução Em execução Em execução Em execução

9.6 Não iniciada Não iniciada Não iniciada Não iniciada Não iniciada

9.7 Em execução Em execução Executada Executada Executada

9.8 Não iniciada Não iniciada Não iniciada Não iniciada Não iniciada

9.9 Em execução Em execução Executada Executada Executada


Objetivo
9.10 Em execução Em execução Em execução Em execução Executada
9
9.11 Em execução Em execução Em execução Em execução Em execução

9.12 Não iniciada Não iniciada Não iniciada Não iniciada Não iniciada

9.13 Em execução Em execução Executada Executada Executada

9.14 Não iniciada Em execução Em execução Em execução Em execução

9.15 Não iniciada Não iniciada Não iniciada Não iniciada Não iniciada

9.16 Em execução Em execução Em execução Em execução Em execução

10.1 Em execução Em execução Em execução Em execução Em execução

10.2 Não iniciada Não iniciada Não iniciada Não iniciada Não iniciada

Objetivo 10.3 Em execução Em execução Em execução Em execução Executada

10
10.4 Não iniciada Em execução Em execução Executada Executada

10.5 Em execução Em execução Executada Executada Executada

10.6 Não iniciada Não iniciada Não iniciada Não iniciada Executada

71
Estratégia Nacional para a Segurança e Saúde no Trabalho 2008-2015 | Relatório Final de Avaliação

5.2. Balanço Final


Com base nesta avaliação efetuada, é possível fazer o balanço final das medidas previstas na
ENSST:

Quadro 5.1.2 – Balanço final da execução das medidas da ENSST

Objetivo Medida Balanço Final

1.1 Não concluída

1.2 Executada

1.3 Executada

Objetivo 1 1.4 Executada

1.5 Executada

1.6 Executada

1.7 Executada

2.1 Não concluída

2.2 Não concluída


Objetivo 2
2.3 Não concluída

2.4 Não concluída

3.1 Não iniciada

3.2 Não concluída


Objetivo 3
3.3 Não concluída

3.4 Não concluída

4.1 Executada
Objetivo 4
4.2 Executada

5.1 Executada
Objetivo 5
5.2 Executada

72
Estratégia Nacional para a Segurança e Saúde no Trabalho 2008-2015 | Relatório Final de Avaliação

Objetivo Medida Balanço Final

6.1 Executada

6.2 Não concluída

6.3 Executada

6.4 Não concluída


Objetivo 6
6.5 Não concluída

6.6 Não concluída

6.7 Não iniciada

6.8 Executada

7.1 Executada
Objetivo 7
7.2 Executada

8.1 Não concluída

8.2 Executada

8.3 Executada

8.4 Executada
Objetivo 8
8.5 Não iniciada

8.6 Não concluída

8.7 Executada

8.8 Executada

9.1 Executada

9.2 Executada

9.3 Executada

9.4 Executada

Objetivo 9 9.5 Não concluída

9.6 Não iniciada

9.7 Executada

9.8 Não iniciada

9.9 Executada

73
Estratégia Nacional para a Segurança e Saúde no Trabalho 2008-2015 | Relatório Final de Avaliação

Objetivo Medida Balanço Final

9.10 Executada

9.11 Não concluída

9.12 Não iniciada

Objetivo 9 9.13 Executada

9.14 Não concluída

9.15 Não iniciada

9.16 Não concluída

10.1 Não concluída

10.2 Não iniciada

10.3 Executada
Objetivo 10
10.4 Executada

10.5 Executada

10.6 Executada

De modo geral, pode afirmar-se que foram atingidos parte dos objetivos estabelecidos na
ENSST 2008-2012, no que concerne à prevenção de riscos profissionais nas empresas. Não
esquecendo outros fatores, pode referir-se que a ENSST também teve influência na diminuição
da sinistralidade laboral, mediante a execução das diversas medidas estabelecidas para atingir
os objetivos definidos. Os objetivos que se consideram atingidos integraram-se em 32 medidas
executadas o que representa um grau de execução de 54%.

Apesar de 32% das medidas preconizadas na ENSST 2008-2012 terem sido iniciadas no período
da sua vigência, alguns dos trabalhos a elas inerentes apenas se concluíram em 2013,
considerando-se, por isso, que o objetivo não foi concretizado, conforme evidenciado no Quadro
5.1.1.

No que se refere à intervenção e acompanhamento na Administração Pública, bem como a


articulação com outros organismos, importa referir que as medidas apontadas fazem parte das
atribuições da ACT, como sejam as medidas 1.6, 1.7, 3.2, 4.2, 5.2 e 9.5, pelo que não estão
condicionadas à conclusão da duração da estratégia, cabendo sempre a melhoria contínua na
forma de atuação.

74
Estratégia Nacional para a Segurança e Saúde no Trabalho 2008-2015 | Relatório Final de Avaliação

Foram consideradas por iniciar 8 medidas, as quais requerem a articulação entre organismos,
como seja o caso das medidas 3.1; 9.12 e 9.15.

Figura 5.1.2.1 - Grau de execução da ENSST

Não iniciadas
15%

Executadas
Não 54%
concluídas
32%

75
Estratégia Nacional para a Segurança e Saúde no Trabalho 2008-2015 | Relatório Final de Avaliação

6. Produção de legislação em matéria de Segurança e


Saúde no Trabalho

6.1. Produção legislativa


É de referir que no período temporal de execução da ENSST foram várias as alterações
legislativas produzidas, sendo de destacar, desde logo, a Lei n.º 7/2009 de 12 de fevereiro
(Código do Trabalho) e a Lei n.º 102/2009 de 10 de setembro que alterou o regime jurídico da
promoção e da prevenção da segurança e saúde no trabalho. Contudo, as alterações no
ordenamento jurídico nacional não se circunscreveram ao enquadramento geral destas
matérias, tendo tal produção legislativa tido impacto nos procedimentos e metodologias
associadas à gestão da segurança e saúde no trabalho, introduzindo também mecanismos de
simplificação e desburocratização administrativas. De seguida, apresentam-se as disposições
legais publicadas, por área, no período em análise:

Enquadramento legal de SST

Lei nº 7/2009, de 12 de fevereiro - Código do Trabalho - Artigos 281º a 284º (Estabelece os


princípios gerais em matéria de segurança e saúde no trabalho);

Lei nº 102/2009, de 10 de setembro - Regime Jurídico da Promoção da Segurança e Saúde no


Trabalho - (Regulamenta o regime jurídico da promoção e prevenção da segurança e saúde no
trabalho, de acordo com o previsto no art.º 284º da Lei n.º 7/2009, de 12 de fevereiro);

Portaria nº 255/2010, de 5 de maio (Estabelece o modelo de requerimento de autorização de


serviço comum, de serviço externo e de dispensa de serviço interno de segurança e saúde no
trabalho);

Portaria nº 275/2010, de 19 de maio (Estabelece as taxas aplicáveis aos processos de


autorização de Serviços de SST).

Enquadramento legal de SST (Administração Pública)

Lei nº 59/2008, de 11 de setembro - Artigos 221º a 229º e anexo II - (Aprova o Regime do


Contrato de Trabalho em Funções Públicas e define o regime de segurança e saúde no trabalho
a observar pelas entidades empregadoras públicas).

Proteção especial de SST de grupos específicos de trabalhadores

Lei nº 7/2009, de 12 de fevereiro - Código do Trabalho – Art. 62º - (Prevê um regime de


proteção especial de segurança e saúde no trabalho às trabalhadoras grávidas, puérperas e

76
Estratégia Nacional para a Segurança e Saúde no Trabalho 2008-2015 | Relatório Final de Avaliação

lactantes).

Acidentes de Trabalho e Doenças Profissionais

Lei nº 7/2009, de 12 de fevereiro - Código do Trabalho- Art 283º e 284º (Prevê o direito à
reparação de acidentes de trabalho e de doenças profissionais);

Lei nº 98/2009, de 4 de setembro - (Regulamenta o regime de reparação de acidentes de


trabalho e de doenças profissionais);

Portaria nº 256/2011, de 5 de julho- (Aprova a parte uniforme das condições gerais da apólice
de seguro obrigatório de acidentes de trabalho para trabalhadores por conta de outrem, bem
como as respetivas condições especiais uniformes);

Portaria nº 122/2012, de 3 de maio - (Procede à atualização anual das pensões de acidentes


de trabalho, para o ano de 2012).

Certificação profissional de Técnico e Técnico Superior de Segurança e Saúde no


Trabalho

Lei nº 42/2012, de 28 de agosto - (Aprova os regimes de acesso e de exercício das profissões


de técnico superior de segurança no trabalho e de técnico de segurança no trabalho);

Portaria nº 384/2012, de 26 de novembro - (Altera a Portaria nº 55/2012, de 9 de março, a


qual especifica as profissões regulamentadas abrangidas na área do emprego e designa a
respetiva autoridade competente para proceder ao reconhecimento das qualificações
profissionais, nos termos da Lei nº 9/2009, de 4 de março, alterando também a designação da
profissão).

Licenciamento industrial

Decreto-Lei nº 209/2008, de 29 de outubro - (Estabelece o regime do exercício da atividade


industrial (REAI) e revoga o Decreto-Lei nº 69/2003, de 10 de abril, e respetivos diplomas
regulamentares);

Declaração de Retificação nº 77-A/2008, de 26 de dezembro - (Retifica o Decreto-Lei nº


209/2008, de 29 de outubro);

Declaração de Retificação nº 15/2009, de 10 de fevereiro - (Retifica a Declaração de


Retificação nº 77-A/2008, de 26 de dezembro);

Decreto-Lei nº 169/2012, de 1 de agosto - (Cria o Sistema da Indústria Responsável, que


regula o exercício da atividade industrial, a instalação e exploração de zonas empresariais
responsáveis, bem como o processo de acreditação de entidades no âmbito deste Sistema).

77
Estratégia Nacional para a Segurança e Saúde no Trabalho 2008-2015 | Relatório Final de Avaliação

Agentes físicos

Radiações ionizantes:

Decreto-Lei nº 222/2008, de 17 de novembro - (Estabelece a regulamentação das normas e


diretivas da proteção contra radiações ionizantes, constantes do Decreto-Lei nº 348/89, de 12
outubro, revoga os artigos 1º a 6º, 8º, 12º, 20º a 29º, 31º a 33º, 37º a 43º e 46º a 56º do
Decreto Regulamentar nº 9/90, de 19 de abril).

Radiações óticas:

Lei nº 25/2010, de 30 de agosto - (Estabelece as prescrições mínimas para a proteção dos


trabalhadores contra os riscos para a saúde e a segurança devidos à exposição, durante o
trabalho, a radiações óticas de fontes artificiais)

Declaração de Retificação nº 33/2010 de 27 de outubro - (Retifica os anexos I e II da Lei nº


25/2010, de 30 de agosto)

Agentes Químicos

Enquadramento Geral:

Decreto-Lei nº 24/2012, de 6 de fevereiro - (Consolida as prescrições mínimas em matéria de


proteção dos trabalhadores contra os riscos para a segurança e a saúde devido à exposição a
agentes químicos no trabalho);

Decreto-Lei nº 293/2009, de 13 de outubro - (Assegura a execução, na ordem jurídica nacional,


das obrigações decorrentes do Regulamento (CE) nº 1907/2006, do Parlamento Europeu e do
Conselho, de 18 de dezembro, relativo ao registo, avaliação, autorização e restrição dos
produtos químicos (REACH) e que procede à criação da Agência Europeia dos Produtos
Químicos).

Rotulagem de produtos químicos:

Decreto-Lei nº 98/2010, de 11 de agosto - (Estabelece o regime a que obedece a classificação,


embalagem e rotulagem das substâncias perigosas para a saúde humana ou para o ambiente);

Decreto-Lei nº 220/2012, de 10 de outubro - (Classificação, rotulagem e embalagem de


substâncias e mistura).

Segurança de máquinas novas:

Decreto-Lei nº 103/2008, de 24 de junho - (Estabelece as regras relativas à colocação no


mercado e entrada em serviço das máquinas e respetivos acessórios)

78
Estratégia Nacional para a Segurança e Saúde no Trabalho 2008-2015 | Relatório Final de Avaliação

Comércio e serviços:

Decreto-Lei nº 220/2008, de 12 de novembro - (Aprova o regime jurídico de segurança contra


incêndios em edifícios);

Portaria nº 1532/2008, de 29 de dezembro - (Aprova o regulamento técnico de segurança


contra incêndios em edifícios).

6.2 . Produção legislativa e seu impacto em SST


O Código do Trabalho, aprovado pela Lei nº 7/2009, de 12 de fevereiro, remete no seu artigo
284.º para legislação específica, a qual foi aprovada pela Lei nº 102/2009 de 10 de setembro,
regulamentando o Regime Jurídico da Segurança e da Saúde no Trabalho, congregando-se,
num único diploma, o enquadramento geral da segurança e saúde no trabalho aplicável ao setor
privado.

Por seu turno, para o Setor Público, foi publicada a Lei nº 59/2008, de 11 de setembro, que
aprova o Regime de Contrato de Trabalho em Funções Públicas e regula a organização e
funcionamento dos serviços de SST.

A entrada em vigor da Lei nº 102/2009, de 10 de setembro, além de revogar expressamente,


entre outros, o Decreto-Lei nº 441/91, de 14 de novembro, vem autonomizar as matérias
referentes à promoção da segurança e saúde no trabalho.

Do mesmo modo, autonomiza o processo de instrução dos requerimentos de autorização de


serviços externos, passando a ACT a instruir apenas os respeitantes à segurança no trabalho.

Para cumprimento dos requisitos de autorização dessa modalidade simplificada de organização


de serviços de segurança no trabalho, compete à ACT a validação de adequadas ações de
formação, tendo sido validadas no período em análise, um total de 172 ações.

Também pela entrada em vigor da Lei nº 9/2009, de 4 de março e do Decreto-Lei nº 92/2010,


de 26 de julho que transpõem, respetivamente, a Diretiva 2005/36/CE relativa ao
reconhecimento das qualificações profissionais e a Diretiva 2006/123/CE relativa aos serviços
do mercado interno, os regimes de acesso e de exercício das profissões de técnico superior e de
técnico de segurança no trabalho, bem como a emissão dos respetivos títulos profissionais e de
aceso ao exercício da atividade de formação profissional destes técnicos, foram conformados
com a disciplina dos diplomas referidos e, ainda, com o Decreto-Lei nº 92/2011, de 27 de julho,
que vem criar o sistema de regulação de acesso a profissões.

Foi assim publicada a Lei 42/2012 de 28 de agosto, que veio revogar o Decreto-Lei nº
110/2000, de 30 de junho. Por outro lado, o programa de simplificação administrativa e

79
Estratégia Nacional para a Segurança e Saúde no Trabalho 2008-2015 | Relatório Final de Avaliação

legislativa (SIMPLEX) previa a simplificação das obrigações de os empregadores prestarem


informações sobre diversos aspetos laborais à administração do trabalho.

Do mesmo modo, a Comissão do Livro Branco das Relações Laborais preconizou, no âmbito de
medidas de desburocratização e simplificação, nomeadamente nas relações entre empregadores
e a Administração, a concentração num documento único de periodicidade anual de múltiplas
informações que os empregadores devem prestar à administração do trabalho.

Por outro lado, o acordo tripartido sobre um novo sistema de regulação das relações laborais,
de 25 de Junho de 2008, previu que parte dessa informação passe a abranger os prestadores
de serviço.

A regulamentação do Código do Trabalho integrou estes propósitos, através de uma obrigação


única, a cargo dos empregadores, de prestação anual de informação sobre a atividade social da
empresa.

Esta informação anual reúne informações que se encontravam dispersas respeitantes ao quadro
de pessoal, à comunicação trimestral de celebração e cessação de contratos de trabalho a
termo, à relação semestral dos trabalhadores que prestaram trabalho suplementar, ao relatório
da formação profissional contínua, ao relatório da atividade anual dos serviços de segurança e
saúde no trabalho e ao balanço social. A informação anual inclui ainda aspetos relativos a
greves e informação sobre os prestadores de serviço, o que permite superar o procedimento
complexo entre as empresas e a administração do trabalho em que assentava a informação
sobre as greves.

Permite-se também que as matérias a que o relatório único respeita, sejam desenvolvidas de
modo a que, periodicamente se disponha de informação mais completa sobre cada uma delas.

Paralelamente, este percurso de reflexão estratégica, com repercussões normativas, levou a


que muitas empresas com serviços internos incipientes compreendessem as vantagens em
suportar a formação dos seus quadros, por forma a dotar a estrutura de aptidões e
conhecimentos ajustados ao cumprimento efetivo da legislação e à especificidade do negócio.

Para além disso, apesar do número considerável de empresas com más práticas, foram
constituídas ou reforçadas empresas de serviços externos com técnicos qualificados, as quais
continuam a conseguir manter, apesar da crise, uma carteira de clientes sólidos e relevantes na
economia nacional, sinal de que a importância desta legislação foi considerada atendível.

80
Estratégia Nacional para a Segurança e Saúde no Trabalho 2008-2015 | Relatório Final de Avaliação

7. Sinistralidade laboral e Doenças Profissionais

7.1. Evolução da sinistralidade laboral e doenças


profissionais
No que respeita aos indicadores disponíveis, designadamente da sinistralidade laboral no
período de 2007 a 2012, é de referir a redução global da ocorrência dos acidentes de trabalho
no ano de 2009 e seguintes, conforme evidenciado no Quadro 7.1.1.

Quadro 7.1.1. - Evolução da sinistralidade – Acidentes de trabalho totais

2007 2008 2009 2010 2011 2012

237 409 240 018 217 393 215 632 209 183 193 611

Fonte: GEP (até 2010) e GEE (em 2011 e 2012) - Estatísticas em Síntese

No entanto, comparando os dados da sinistralidade global com os respeitantes às taxas de


incidência, verifica-se uma tendência de estabilização da sinistralidade laboral entre o ano de
2009 e 2012, expressa no c Quadro 7.1.2.:

Quadro 7.1.2. - Evolução da sinistralidade – Taxas de incidência de sinistralidade (‰)

2007 2008 2009 2010 2011 2012

5.422,2 5.478,1 5.148,5 5.202,0 5.241,8 5.198,8

Fonte: GEP (até 2010) e GEE (em 2011 e 2012) - Estatísticas em Síntese

Refira-se ainda que nos setores identificados a nível europeu e nacional, como sendo setores de
risco elevado, como sejam o setor da construção civil, da agricultura e das pescas, se observou
igualmente uma redução dos acidentes de trabalho, o que terá contribuído para a redução
global dos acidentes de trabalho.

Os dados estatísticos tratados pelo Gabinete de Estratégia e Planeamento - GEP até 2010 e
Gabinete de Estratégia e Estudo – GEE em 2011 e 2012, disponíveis igualmente no anuário do
Instituto Nacional de Estatística (INE), colocam em evidência essa realidade. É ainda de
salientar que existem fatores externos com grande influência nos acidentes de trabalho, como

81
Estratégia Nacional para a Segurança e Saúde no Trabalho 2008-2015 | Relatório Final de Avaliação

por exemplo o contexto socioeconómico destes últimos anos, que tem afetado o número de
construções e obras públicas, contribuindo para uma redução acentuada das mesmas, o que
não se encontra expresso nos dados apresentados.

Ao nível das doenças profissionais, registou-se um aumento do número de doenças profissionais


declaradas durante os anos de 2011 e 2012 que importa analisar com profundidade.

Quadro 7.1.3. - Evolução das Doenças Profissionais

2007 2008 2009 2010 2011 2012

3.897 3.226 2.879 2.242 2.727 3.361

Fonte: Departamento de Prevenção de Riscos Profissionais – DPRP (2013)

82
Estratégia Nacional para a Segurança e Saúde no Trabalho 2008-2015 | Relatório Final de Avaliação

8. Nova Estratégia Nacional de Segurança e Saúde no


Trabalho
A definição de estratégias nacionais e europeias em matéria de segurança e saúde no trabalho
revestem-se de uma importância fundamental, identificando os principais vetores de atuação
dos Estados-Membro, com o envolvimento da rede de prevenção de riscos profissionais - com
particular destaque para os parceiros sociais - na prossecução dos objetivos subjacentes a
essas estratégias.

Dado que fruto de constrangimentos diversos não foi possível a implementação de todas as
medidas contempladas na ENSST 2008-2012, poderão algumas destas constituir o ponto de
partida para a nova estratégia nacional de SST 2014-2020 (NENSST).

Para a monitorização dos resultados da implementação da NESST, deverá ser definido um


conjunto de indicadores associados à execução das medidas, bem como ser estabelecida uma
periodicidade das reuniões (semestrais ou anuais) com os interlocutores que forem identificados
pelas entidades aos quais competirá a execução operacional das medidas, sem prejuízo do seu
acompanhamento em sede de Conselho Consultivo da ACT.

O Quadro Estratégico da União Europeia (UE) para a Saúde e Segurança no trabalho 2014-
2020, que foi objeto duma Comunicação da Comissão, ao Conselho, ao Comité Económico e
Social Europeu e ao Comité das Regiões no dia 6 de Junho de 2014, estabelece três grandes
desafios:

O primeiro desafio consiste em melhorar o nível de implementação dos Estados-Membros, em


especial através do reforço da capacidade das microempresas e pequenas empresas para
implementarem medidas eficazes e eficientes de prevenção de riscos, sendo necessário pôr em
prática soluções mais simples e mais eficientes para ter em conta a situação das microempresas
e pequenas empresas e, por conseguinte, assegurar uma proteção eficaz da saúde e da
segurança dos trabalhadores em todos os locais de trabalho, independentemente da sua
dimensão.

O segundo desafio consiste em melhorar a prevenção de doenças relacionadas com o trabalho,


eliminando os riscos atuais, os novos e os emergentes, traduzindo-se na especial atenção que
deve ser prestada à mortalidade por doenças relacionadas com o trabalho (com especial
incidência do cancro), sendo de destacar também a exposição a substâncias químicas que
representam quase metade de todas as mortes relacionadas com o trabalho. Destaque para a

83
Estratégia Nacional para a Segurança e Saúde no Trabalho 2008-2015 | Relatório Final de Avaliação

necessidade de ter em conta o impacto das novas tecnologias (ex. nanomateriais) nos novos
riscos a elas associados bem como a sua implicação na saúde física e mental dos trabalhadores
expostos. Destaque também para a consideração do stress e aos riscos ergonómicos.

O terceiro desafio consiste em dar resposta às mudanças demográficas no âmbito da UE. De


acordo com as projeções demográficas do Eurostat (Europop 2010), a população ativa com
idades compreendidas entre os 55 e os 64 anos na UE-27 deverá aumentar cerca de 16 % entre
2010 e 2030. Neste quadro, importa que o prolongamento da vida profissional esteja assente
na adequada adaptação dos locais de trabalho e da organização do trabalho, incluindo o tempo
de trabalho, a acessibilidade e as intervenções a nível do local de trabalho destinadas aos
trabalhadores menos novos.

84
Estratégia Nacional para a Segurança e Saúde no Trabalho 2008-2015 | Relatório Final de Avaliação

Resumo
A Estratégia Nacional para a Segurança e Saúde no Trabalho 2008-2012 definiu o quadro global
da política de prevenção de riscos profissionais, para o horizonte temporal de 2008-2012 e foi
aprovada pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 59/2008 de 12 de março de 2008.

O presente relatório visa avaliar o cumprimento dos objetivos e medidas contidas na referida
Estratégia Nacional e foi aprovado pelo Conselho Consultivo para a Promoção da Segurança e
Saúde no Trabalho da ACT e pelo Ministro da Solidariedade, Emprego e Segurança Social, Pedro
Mota Soares.

Résumé
La Stratégie Nationale pour la Sécurité et la Santé au Travail de 2008-2012 définit le cadre
général de la politique de prévention des risques professionnels au Portugal, pour la période de
2008 à 2012 et a été approuvé par la Résolution du Conseil des ministres n ° 59/2008 du 12
Mars de 2008.

Ce rapport vise évaluer la réalisation des objectifs et des mesures contenues dans cette
stratégie nationale et a été approuvé par le Conseil Consultatif pour la promotion de la santé et
la sécurité au travail de L`Autorité pour des Conditions du Travail et par le ministre de la
Solidarité, Emploi et Sécurité Sociale, Pedro Mota Soares.

Abstract
The National Strategy for Health and Safety at Work 2008-2012 was the global framework for
the policy of preventing occupational risks in Portugal for the 2008-2015 time frame and it was
approved by Resolution of the Council of Ministers No. 59/2008 of 12 March 2008.

This report aimed to assess the fulfillment of the objectives and measures contained in this
National Strategy and was approved by the Advisory Council for the Promotion of Health and
Safety at Work of the Authority for Working Conditions and by the Minister of Solidarity,
Employment and Social Security, Pedro Mota Soares.

85

Você também pode gostar