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Modelo Spotify Squads: O que é e como funciona

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Tempo de Leitura: 5 mins ( Pessoas (20)

Henrik Kniberg publicou um vídeo em 2014 que popularizou o que muitos hoje conhecem como ( Propósito (7)
“modelo Spotify Squads”. Neste artigo, veremos os principais elementos da estrutura
( Série Conversas (6)
organizacional descrita por ele, como Squads, Chapters, Guilds e Tribes.
( Tealcast (1)
Vou me manter fiel à descrição da cultura de engenharia de software feita por Henrik no vídeo. No

final do texto falaremos sobre porque copiá-lo pode não ser uma boa ideia para a sua organização.
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O que é afinal o “modelo Spotify Squads”? Target Teal
Curtir Página
No início, o Spotify era uma empresa pequena, que basicamente utilizava o framework Scrum, com
Seja a primeira pessoa entre seus
seus times pequenos e multidisciplinares. Conforme o número de equipes foi aumentando, eles amigos a curtir isso.

perceberam que algumas práticas do Scrum não faziam mais tanto sentido para eles. A conclusão

foi: os princípios do Ágil são mais importantes do que um método específico. Target Teal
há cerca de 2 semanas

Um dos artigos mais lidos em


Como resultado, o Spotify renomeou o antigo papel de “Scrum Master” para “Agile Coach”. A
nosso blog é na verdade quase
intenção era que o Agile Coach fosse menos um especialista em Scrum, e mais um líder-servidor um e-book disfarçado de post. E
se você ainda não conhece o
capaz de estimular e suportar a melhoria contínua. A segunda medida foi passar a chamar as Kanban com K maiúsculo, corre
lá!
equipes multidisciplinares de “Squads“, ao invés de “Times Scrum”.
https://targetteal.com/pt/blog/met
odo-kanban/
As Squads, além de contarem com especialistas de diferentes funções, são auto-organizados e

pequenos (8 ou menos integrantes). Eles possuem responsabilidade ponta a ponta, ou seja,

projetam, desenham, desenvolvem e dão manutenção aos produtos Spotify. As Squads também

têm um nível elevado de autonomia: eles decidem o que construir, como construir e como

trabalhar juntos para construir. Coisa que muitas organizações nem sequer experimentam.
TARGETTEAL.COM
Método Kanban: um guia…
Obviamente, a autonomia das Squads não é infinita. Algumas restrições afetam esse nível de

liberdade: geralmente a missão da própria Squad (toda Squad tem uma), a estratégia geral de

produto e objetivos de curto-prazo negociados a cada trimestre.

Essa estrutura potencializa a autonomia, que por ser um motivador intrínseco forte, torna as

pessoas mais felizes. Além, a estrutura em Squads dá muita velocidade, pois evita esquemas de

aprovação, afunilamento de decisões no topo e dependência de outras equipes.

Mas segundo o Kniberg, autonomia não é o suficiente para construir produtos incríveis. Ele afirma

no vídeo que alinhamento (em inglês, alignment) também é vital para o modelo Spotify. Em linhas

gerais, todas as Squads precisam estar “alinhados” com a estratégia da empresa, objetivos

trimestrais e outras Squads. A missão do Spotify como organização é mais importante do que a

missão individual de qualquer Squad.

Para possibilitar o alinhamento sem sacrificar a autonomia, o papel da liderança no Spotify torna-se

muito mais comunicar qual problema deve ser resolvido e porquê. O como o problema será

resolvido é tarefa das Squads.

Outros elementos: Chapters, Guilds e Tribes


Na data do vídeo (2014), Henrik disse que o Spotify tinha mais de 50 Squads, distribuídos em 4

países. Algum tipo de estrutura além do time multidisciplinar, pequeno e auto-organizado é

necessária para coordenar os esforços de tanta gente. É aí que entram as Tribes.

Uma Tribe é uma estrutura matricial leve, composta por um conjunto de Squads e Chapters. Como

vimos, cada Squad é geralmente focada em um segmento do produto. Já os Chapters são áreas de

competência, como desenvolvimento, qualidade de software ou Agile coaching. Cada Chapter

possui um Chapter Lead, que é um gerente de linha, ou líder-servidor que atua no apoio ao

desenvolvimento de uma determinada competência. Como membro desta estrutura, você sempre

faz parte de um Chapter e uma Squad pelo menos.

As Squads possuem um Product Owner, que atua de forma semelhante ao que prega o Scrum,

refinando o Backlog e definindo as prioridades daquela Squad. As Tribes possuem um Tribe Lead,

que dá orientações gerais de prioridade e objetivos de negócio para toda a Tribe.

O último elemento descrito por Kniberg são as Guilds, que são comunidades de prática focadas em

um determinado tema (como testes unitários), que podem atravessar diferentes Tribes, Squads e

Chapters. As Guilds têm caráter voluntário e são formadas conforme interesse das pessoas nos

temas que as originam.

Práticas de engenharia de software


Existem algumas práticas de engenharia de software que são vitais no “modelo Spotify Squads”,

mas geralmente ignoradas pelas empresas que se inspiram nele.

Inner Source. As Squads podem criar bibliotecas, componentes ou trechos de código que são

utilizadas por outras Squads. Uma vez feito isso, a Squad A, por exemplo, vira a “guardiã” daquela

biblioteca. Quando a Squad B precisa alterar esse componente, ela têm duas opções. A primeira e

mais intuitiva, é pedir que a Squad A implemente a mudança. Mas se isso não for possível (porque a

Squad A está focada em outra coisa), a Squad B pode alterar ela mesmo o trecho de código e enviar

para revisão da Squad A. Isso impede que um time fique travado esperando alterações do outro.

Esta prática é conhecida como Inner Source, ou Open Source Interno.

Release Train e Feature Toggle. Cada aplicação cliente Spotify possui um “Release Train” (trem de

lançamento), que roda regularmente, normalmente a cada semana ou quinzena. Este trem carrega

todas as funcionalidades implementadas pelas Squads no período anterior e as coloca em

produção, mesmo que não estejam prontas. O que acontece é que o outro recurso, chamado de

“Feature Toggle”, permite que as Squads desabilitem as funcionalidades que ainda não estão

prontas. Esse processo de entrega contínua permite que o Spotify evite os tenebrosos problemas

de integração e deploy, tão frequentes no desenvolvimento de software, especialmente em

empresas grandes.

O Modelo Spotify Squads não é uma tecnologia social!


Depois de detalhar o que é conhecido e inspirador para muitos, preciso ressaltar esse ponto: o

modelo Spotify squads não é uma tecnologia social. Este é um termo que utilizamos

frequentemente aqui no blog da Target Teal. Uma tecnologia social é um conjunto de práticas que

são desenvolvidas e testadas por especialistas em design organizacional. Ou seja, tecnologias

sociais são “modelos” que almejam a disseminação e uso por várias organizações. Exemplos

incluem o Scrum, Kanban, ou o método Organização Orgânica.

O que é conhecido hoje como modelo Spotify squads é apenas uma descrição do estado

momentâneo das práticas ágeis no dia da gravação do vídeo pelo Henrik. Ele mesmo fala que

aquilo chega a ser uma descrição fantasiosa, porque a realidade é muito mais complexa.

Outro problema é que o suposto modeloSpotify squads perde totalmente o sentido se aplicado em

outras áreas/organizações que não trabalham com desenvolvimento de software. Por exemplo, um

squad é um time multidisciplinar. Ou seja, uma área de RH nunca poderá ser um squad, como

vemos por aí. No entanto, talvez você queira trazer os princípios da auto-organização do Scrum

para a sua área de RH. Isso é perfeitamente possível com autogestão ou uma tecnologia social

criada para este propósito, como o O2.

Por esses motivos acreditamos que o modelo Spotify é uma grande inspiração, mas não passa

disso. Existem outras tecnologias sociais muito mais efetivas para criar mais autonomia no trabalho

e ainda assim manter um alto nível de alinhamento. Faça o nosso curso online gratuito

Fundamentos em Auto-Organização e aprenda mais sobre o assunto.

Por Davi Gabriel da Silva | novembro 12, 2018 | Ágil | 1 Comentário

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Sobre o Autor: Davi Gabriel da Silva


Davi é um transformador de organizações e desenvolvedor de software social. Não

satisfeito com as mudanças realizadas em times de desenvolvimento de software como

Agile Coach, resolveu abordar um problema organizacional mais profundo: a forma

como lidamos com autoridade dentro de empresas. É amante dos temas desenvolvimento

organizacional, produtividade, futuro do trabalho e organizações evolutivas. Davi também é

pioneiro na prática de Holacracia no Brasil.

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10 Comentários julho 8, 2020 | 0 Comentários maio 1, 2019 | 2 Comentários

Um Comentário
Equipe multidisciplinar: o que é e como montar uma? - Blog do Instituto Atlântico - Desenvolvimento de soluções
tecnológicas 21 de janeiro de 2019 em 10:12- Responder

[…] disso, uma alternativa — que é utilizada pelo Spotify, inclusive — consiste na formação

de uma estrutura organizacional funcional para trabalhar […]

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