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Este artigo não cita fontes confiáveis. Ajude a inserir referências. Conteúdo não verificável pode ser
removido.—Encontre fontes: ABW • CAPES • Google (N • L • A) (Abril de 2019)
Cerca eletrificada de arame de alta resistência. Apenas os fios ligados aos isoladores pretos estão
eletrificados
Detalhe de uma cerca eletrificada feita com material sintético atravessado por metal, preso a postes
metálicos através de isoladores plásticos
Uma cerca eletrificada é uma barreira que usa o choque elétrico impedir animais ou pessoas de
atravessarem um limite. A intensidade da corrente elétrica poderá provocar efeitos que podem ir do
desconforto até à dor ou mesmo a morte. A maioria das cercas eletrificadas é usada, hoje em dia, na
atividade pecuária para controlar animais, ainda que seja frequentemente usada para reforçar a
segurança de áreas sensíveis, existindo, nestes casos, instalações onde é usada alta tensão.
História
O conceito de cerca eletrificada foi descrita pela primeira vez no livro Um Ianquee do Connecticut na
Corte do Rei Artur de Mark Twain, em 1889, usada como arma defensiva. Uma primeira aplicação real de
cerca eletrificada foi desenvolvida em 1936-1937 pelo inventor neozelandês William Bill Gallagher Sr..
Construída a partir do sistema de ignição de um automóvel de um conjunto de montagem meccano,
Gallagher usou o engenho para impedir o seu cavalo de arranhar o seu carro. Mais tarde, Gallagher criou
uma empresa para desenvolver o comercializar o projeto.
Em 1962, outro neozelandês, Doug Phillips, inventou a cerca eletrificada baseada numa descarga do
eletrificador. Este sistema aumento, significativamente, a possibilidade de comprimento de uma cerca
elétrica que passou de algumas centenas de metros a cerca de 70 quilómetros, ao mesmo tempo
reduzindo os custos em mais de 80 %.
Projeto e função
As cercas eletrificadas são projetadas para criarem um circuito elétrico quando tocadas por um animal
ou por uma pessoa. Um componente chamado "energizador de potência" converte a potência num
breve pulso de alta voltagem. Um terminal do energizador larga cerca de um pulso elétrico por segundo
ao longo de um fio descoberto. Outro terminal é ligado a uma vareta de metal implantada no solo que
serve de fio terra. Um animal ou pessoa que toca no fio e no solo simultaneamente vai completar um
circuito elétrico, conduzindo o pulso, que lhe causa um choque elétrico doloroso. Os efeitos do choque
elétrico dependem da voltagem, da corrente usada e do grau de contacto entre o animal ou pessoa e a
cerca e o solo. Pode ir de um efeito quase imperceptível até a um efeito altamente doloroso ou mesmo
letal.
Eletrificadores de cerca
Os eletrificadores de cercas queimadoras de ervas daninhas - populares durante algum tempo - emitiam
um pulso de maior duração que destruiria as ervas que tocassem na cerca. Estas cercas tornaram-se
responsáveis por muitos incêndios em mato, durante as épocas mais secas. apesar de ainda estarem
disponíveis, a sua popularidade declinou acentuadamente.
Dependendo da área a ser cercada e da localização ser mais ou menos remota, os eletrificadores de
cerca devem ser ligados a um circuito elétrico permanente, podem ser abastecidos por uma bateria - das
do tipo usadas em automóveis - ou podem ser abastecidos por uma pequena bateria carregada por um
painel solar. O consumo energético de uma cerca em boas condições é baixo e, assim, uma bateria pode
fornecer energia a várias centenas de metros de cerca sem ser recarregada durante várias semanas. Para
períodos mais curtos, podem ser usadas pilhas. Alguns eletrificadores são capazes de ser abastecidos por
mais de uma fonte.
Materiais de construção
O arame de aço macio é o material mais frequentemente usado nas cercas eletrificadas, o qual pode ir
desde o arame fino usado como uma única linha até ao arame mais espesso de alta resistência. Menos
frequentemente, pode ser usado arame farpado, mas essa aplicação pode tornar as cercas mais
perigosas, particularmente para uma pessoa ou animal que ficar preso na cerca. As redes de materiais
sintéticos atravessados por arames bons condutores - normalmente de aço inoxidável - também estão
disponíveis, sendo particularmente úteis em zonas que requerem uma visibilidade elevada ou em cercas
temporárias.
A cerca eletrificada em si deve ser mantida isolada em relação à terra e a quaisquer materiais que
conduzam de eletricidade, que queimem ou que provoquem curtos circuitos na cerca. Assim, as cercas
devem evitar a vegetação e não podem ser diretamente presas a postes de madeira ou de metal.
Normalmente, os postes são cravados no solo, sendo-lhes presos isolantes de plástico ou porcelana, e o
material da cerca preso a estes. Outras técnicas envolvem o uso de postes de materiais sintéticos não
condutores.
Utilização
Agricultura
Cercas eletrificadas permanentes são utilizadas em muitas áreas agrícolas para confinar animais, sendo
muitas vezes, mais económicas que as cercas convencionais, uma vez que usa materiais mais leves e
arame liso. O risco de ferimento em animais é menor, sobretudo se comparado com o risco das cercas de
arame farpado.
As suas desvantagens incluem o risco de toda a cerca ficar inoperante se um dos fios condutores se
partir, se existir um curto circuito provocado pelo contacto de um material condutor, se ocorrer uma
falha do abastecimento de energia ou se for necessário o corte do abastecimento em virtude de existir
risco de incêndio. Outras desvantagens podem ser a falta de visibilidade ou ou choque elétrico potencial
num humano que possa tocar acidentalmente na cerca.
Na prática, contudo, a partir do momento em que os animais tomam contacto com as consequências
desagradáveis de tocar na cerca eletrificada, os mesmos tendem a evitá-la durante muito tempo, mesmo
quando está inativa. Por outro lado, alguns animais evitam o choque elétrico, passando rapidamente
pela cerca entre dois pulsos elétricos ou empurrando outros animais contra a cerca. Animais com muito
pêlo como as ovelhas, podem forçar as cercas, usando o seu pêlo como isolamento. Alguns animais
também aprendem a reconhecer o ligeiro zumbido feito por algumas cercas em funcionamento e assim
sentir quando é que estão desligadas.
As cercas elétricas são úteis no controlo de movimentos de animais selvagens. Podem ser usadas, por
exemplo, para impedir animais selvagens de entrar em explorações agrícolas, em pistas de aviação ou
em áreas urbanizadas.
Segurança
As cercas eletrificadas não letais são usadas para evitar o acesso a instalações tanto privadas como
governamentais. Muitas destas cercas funcionam como um sistema monitorizado anti-intrusão, além de
causarem um choque elétrico incómodo. As cercas eletrificadas são, ocasionalmente, usadas para
desencorajar tentativas de suicídio em estruturas altas ou para reduzir a incidência de pichações ou de
outros atos de vandalismo.
As cercas eletrificadas podem ser projetadas para apenas detetarem um intruso, não lhes aplicando um
choque elétrico.
As cercas eletrificadas projetadas para provocarem um potencial efeito letal também podem ser usadas
como barreiras antipessoal.
Ligações externas
Uso em prisões