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Bibliografia.
ISBN 978-65-80268-02-3
21-66720 CDD-469.07
APRESENTAÇÃO
Todo aprendizado é um processo, um caminho a ser percorrido.
Ao trilhar esse caminho sobre um determinado assunto, não apenas
torna o indivíduo mais informado, como o torna capaz de conhecer e
analisar a si mesmo. Contudo, esse conhecimento não tem por objeti
vo incitar críticas vazias, seja sobre si mesmo, sobre o outro ou sobre
o mundo, mas transformar esse indivíduo em todos os níveis. Assim,
o estudo e o aprendizado não são instrumentos de julgamento ou de
crítica vazia, mas de transformação.
A fim de contribuir para a capacitação do indivíduo, este material
visa introduzir o estudo da Língua Portuguesa. Foi produzido pela
professora MARIA CELESTE DE CASTRO MACHADO.
Esperamos que este espaço virtual seja um espaço de discussão,
leitura e produção de textos em Língua Portuguesa.
Nosso desejo é que este material desperte em você a necessidade
de buscar, cada vez mais, conhecimento acerca de nossa língua mãe,
o que nos permite maior e melhor comunicação com a sociedade na
qual estamos inseridos; que ao prosseguir nesse caminho, você co
nheça também mais sobre Deus, e, desse modo, você consiga trans
formar o seu entendimento sobre você mesmo, sobre o outro, sobre
o mundo e sobre Deus. Dessa forma, terá aprendido com o próprio
Deus enquanto esteve entre nós: “A vida eterna é esta: que te conhe
çam, a ti só, por único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem en
viaste” (João 17:3).
Atenciosamente,
Prof. João Boechat
Coordenador Geral do EAD – FABAT / Seminário do Sul
Sumário
APRESENTAÇÃO .................................................................................. 3
5
1.7.1 Que e Quê..............................................................................
24 1.7.2 Mas e
Mais............................................................................. 24 1.7.3
Onde, Aonde e Donde .......................................................... 24
1.7.4 Mal e Mau ..............................................................................
25 1.7.5 A par e Ao
par........................................................................ 25 1.7.6. Ao
encontro de e De encontro a.......................................... 25 1.7.7
Há e A na expressão de tempo............................................. 25
1.7.8 Acerca de, A cerca de e Há cerca de.....................................
26 1.7.9 Afim e A fim de
...................................................................... 26 1.7.10 Senão e Se
não ................................................................... 26 1.7.11. Nós
viemos e Nós vimos.................................................... 27 1.7.12
Torcer por e Torcer para ..................................................... 27
1.7.13 Desencargo e Descargo ......................................................
27 1.7.14 Sentar-se na mesa e Sentar-se à
mesa.............................. 27 1.7.15 Tilintar e
tiritar.................................................................... 28 1.7.16 Ao invés
de e Em vez de ..................................................... 28 1.7.17 Estadia
e Estada.................................................................. 28 1.7.18 A
domicílio e Em domicílio................................................. 28 1.7.19
Estágio e Estádio................................................................. 29
1.7.20. Perca e Perda .....................................................................
29 1.7.21 Despercebido e
Desapercebido......................................... 29 1.7.22 Escutar e
Ouvir.................................................................... 30 1.7.23 Olhar e
Ver........................................................................... 30 1.7.24 Haja
vista e Hajam vista ..................................................... 30
6
CAPÍTULO 2 – ACORDO ORTOGRÁFICO...........................................
31 2.1
Alfabeto......................................................................................... 31
2.2 Acentuação...................................................................................
31
2.2.1 Trema ................................................................................... 31
2.2.2 Acento Diferencial ................................................................
31 2.2.3 Acento Diferencial
................................................................ 32 2.2.4 Acento
Circunflexo . ............................................................ 32 2.2.5 Acento
Circunflexo .............................................................. 32 2.2.6
Ditongos Abertos .................................................................. 32
2.2.7 I e U Tônicos Formando Hiato .............................................
33
2.3 O Uso do Hífen.............................................................................. 33
2.3.1 Casos COM a presença do hífen........................................... 34
2.3.2 Casos SEM a presença do hífen............................................
36
CAPÍTULO 3 – PONTUAÇÃO.............................................................. 39
3.1 Sinais de pontuação: algumas particularidades ........................
41 3.1.1 Ponto..................................................................................... 41
3.1.2 Ponto Final............................................................................ 42
3.1.3 Aspas..................................................................................... 42
3.1.4 Parênteses ............................................................................ 42
3.1.5 Travessão ............................................................................. 43
3.1.6 Asterisco ............................................................................... 44
3.1.7 Ponto e Vírgula ..................................................................... 45
3.1.8 Os Dois Pontos ..................................................................... 46
7
3.1.9 Reticências............................................................................
46 3.2 Observações
................................................................................. 48 3.3 Uso da
Vírgula............................................................................... 49
a) Número..........................................................................
57 a.1 Plural com alteração de timbre da vogal tônica
... 57 a.2 Substantivos de um só número
............................. 58
8
4.1.2.1 Comparativos e Superlativos Anômalos .................
59 a.1 Observações
........................................................... 60 a.2
Substantivação do adjetivo.................................... 60
a.3 Locução adjetiva.....................................................
61 a.4 Especificidades do adjetivo
................................... 61 a.5 Flexões dos Adjetivos
............................................. 62
a.5.1 Número .......................................................... 62 a.5.2 Plural
dos adjetivos compostos .................... 62 4.1.3
Pronomes.............................................................................. 63
4.1.3.1 Pronomes substantivos e pronomes adjetivos....... 63
4.1.3.2 Pronomes PESSOAIS ............................................... 63 a.1
Formas dos pronomes pessoais ............................ 64 a.2 Formas
O, LO e NO do pronome oblíquo .............. 65 a.3
Observação............................................................. 66 a.4
Equívocos e incorreções......................................... 66 a.5 Pronome
átono com valor possessivo................... 66 4.1.3.3 Pronomes
demonstrativos ...................................... 67 a.1 Valores gerais dos
Pronomes Demonstrativos...... 67 a.2 Alusão a termos
PRECEDENTES............................. 68 4.1.3.4 Pronomes RELATIVOS
.............................................. 68 a.1 Formas dos Pronomes
Relativos ........................... 68 4.1.3.5 Pronomes INTERROGATIVOS
.................................. 70 4.1.4 Numerais
.............................................................................. 71 4.1.4.1
Cardinais .................................................................. 71
9
4.1.4.2 Ordinais ................................................................... 72
4.1.4.3 Multiplicativos ..........................................................
72 4.1.4.4 Fracionários .............................................................
73
4.1.5 Verbos ...................................................................................
73 4.1.5.1 Classificação dos verbos
.......................................... 73 4.1.5.2 Flexões do
verbo....................................................... 74 4.1.5.3 Número
do verbo...................................................... 74 4.1.5.4 Pessoa
do verbo........................................................ 75 4.1.5.5 Modo
do verbo.......................................................... 75 4.1.5.6
Formas Nominais do verbo...................................... 75
4.1.5.7 Tempo do verbo........................................................
75 4.1.5.8 Voz do verbo
............................................................. 77
a) Como praticado pelo sujeito ........................................
77 a.1 Voz
Ativa.................................................................. 77 a.2Voz
passiva............................................................... 78
a.3Voz reflexiva.............................................................
78
b) Aspectos ........................................................................ 79
4.1.5.9 Emprego de Tempos e Modos Verbais e sua adequa
ção na comunicação oral e escrita ......................................
79
a) Emprego de Tempos do Modo Indicativo ....................
79 a.1 Observações
........................................................... 79 a.2 Pretérito
perfeito ................................................... 80 a.3 Pretérito
Composto ............................................... 80 a.4
Pretérito mais-que-perfeito (simples e composto) . 80
10
a.5 Futuro...................................................................... 81 b)
Emprego de Tempos do Modo Subjuntivo................... 81
4.1.5.10 Emprego das formas nominais ............................. 81
4.2 Sistema Flexional da Língua Portuguesa – Classe de Palavras In
variáveis..............................................................................................
84
4.2.1 Advérbios ............................................................................. 84
CONCLUSÃO.....................................................................................
148 REFERÊNCIAS
.................................................................................. 149
APÊNDICE.........................................................................................
153 EXERCÍCIOS PARA REVISÃO DOS
CONTEÚDOS............................ 153
FORUNS............................................................................................
229
CAPÍTULO 1
PORTUGUÊS PADRÃO
1.1 Contexto cultural e comunicação oral
na comunidade de fala
A língua pertence a um contexto cultural; apropria-se à comunica
ção entre os falantes, tanto oral quanto escrita.
As comunidades de falantes refletem a sociedade que constituem,
com sua cultura, características, preferências dialetais e léxicas. Des
se modo, cada povo se torna reconhecido pela língua que fala e esta,
por sua vez, reflete as qualidades dos que a falam.
As condições sociais inferem no modo como os povos falarão
como usarão seu idioma. Assim, como totalidade, cada língua tem
suas características e cada indivíduo terá sua maneira de empregar
uma mesma linguagem comum. Como a estrutura social pode
influenciar a estrutura da língua, conclui-se que os valores sociais do
povo exer cem influência e determinam efeitos sobre a língua.
Há muito tempo, pesquisadores do mundo todo estudam as lín
guas e seu comportamento variável. Quando uma pessoa, um de
terminado grupo ou até uma comunidade falam diferente, essa di
ferença suscita a preocupação em se compreenderem as razões que
influenciam essa variação na fala espontânea. Esse fato possibilita
uma linha divisória que separa a forma mais aceita na sociedade, pre
ferida na escola e no âmbito profissional, da forma que foge às nor
mas gramaticalizadas.
As relações sociais que reúnem e integram pessoas e grupos nas
cem na vivência do cotidiano coletivo. A partir da singularidade das
13
situações do dia-a-dia, configuram-se as interfaces que aproximam
as partes comunicativas e a formação social da realidade, e que se
instalam na subjetividade individual para aflorar na unificação do
senso comum.
14
trutura social é reforçada, formando, assim, a identidade cultural pe
culiar do indivíduo, visto que seu modo de falar é identificado com a
maneira de viver do grupo social e da localidade onde mora.
A mudança na língua ocorre mediante a observação do compor
tamento linguístico dos falantes de diversas faixas etárias. É possível
também constatar diferenças entre a linguagem dos idosos e dos ado
lescentes, por meio das quais é possível diagnosticar se uma dada va
riação ocorre em um desses períodos da vida. Também o gênero do
indivíduo pode acarretar variações linguísticas.
A maioria das pesquisas aponta, ainda, a influência do nível esco lar
do falante como condicionador bastante relevante, o que já é de se
esperar, uma vez que a norma-padrão é mais ensinada nas escolas.
Partindo do princípio de que a inclusão dos gostos, normas, pa
drões estéticos e morais, diante das normas estabelecidas para a
fala e a escrita, contribui para a ocorrência de mudanças de quem
frequenta uma escola, fenômenos encontrados na concordância, na
regência e no discurso (e fala) são cada vez mais aparentes nas si
tuações em que se prefere uma categoria de prestígio estigmatizada.
Portanto, os membros de uma comunidade da fala podem possuir
um repertório linguístico que está propício à variação, dependendo
do nível escolar que possuem.
A maneira como se fala, o sotaque e os costumes fazem com
que a região do falante seja reconhecida em qualquer espaço geo
gráfico
1.3 Ortografia
Como se depreende do título, esta unidade busca solidificar a efi
ciência do aluno no uso adequado da forma escrita do nosso
idioma.
Embora os linguistas e estudiosos considerem mais importante o
aspecto comunicativo da língua, é necessário que a eficiência da
15
mensagem retrate uma forma padrão, a fim de melhor permitir a sua
compreensão pelo receptor.
Muitos são os detalhes envolvidos no tema, desde a escolha da
correta letra, passando pelas acentuações e a boa forma da palavra,
evitando-se o problema da homonímia, da paronímia, da ambigui
dade. Comunicar bem é, em última análise, construir corretamente a
mensagem a ser transmitida.
Assim, é necessário que passemos vistas atentas por todas as ins
tâncias que constroem a mensagem escrita.
16
proparoxítona, bem como poderão ser átonos ou tônicos, os monos
sílabos.
17
Por exemplo:
Tenho respeito à atividade que realiza. (AO trabalho)
Agimos favoravelmente à médica plantonista. (AO
médico) Temos aversão à violência. (AO vício)
CHEGAR vim de = A
Por exemplo:
As duas moças foram à fazenda. (vim da)
Ao chegarmos a Fortaleza, sentimos uma grande alegria. (vim
de) Ao chegarmos à Fortaleza de Alencar, ficamos felizes. (vim
da) Todos retornamos a Recife. (vim de)
Todos retornaram à encantadora Recife. (vim da)
Voltamos a Brasília. (vim de)
Voltamos à Brasília de JK. (vim da)
18
1.5.4 A Crase e a palavra casa
Determinada = À
Por exemplo: Dirigiu-se à casa do amigo / velha / verde / assom
brada
Sem determinante = A
Por exemplo: Resolvi retornar a casa a fim de apanhar alguns
per tences.
19
1.5.6 A Crase em À Que e À
A crase em
À QUAL = AO
QUAL
Exemplos:
Exemplos:
Todos resolveram sair à tarde (durante a tarde)
Nós iremos à festa à noite (durante a noite)
20
3. Observe os vocábulos tarde e noite e verifique se o uso da crase
faz-se necessário:
a) _______ noite traz no rosto sinais de quem tem chorado muito.
b) Aquele nosso amigo nos disse que deveríamos voltar _____ tarde,
pois _____ noite teria que sair.
21
4. Antes dos pronomes relativos QUEM e CUJO
5. Antes dos oblíquos tônicos MIM, TI, SI, ELE(s), ELA(s), NÓS, VÓS
6. Antes de alguns indefinidos TUDO, TODO(s), TODA(s), NADA,
ALGO, NINGUÉM, ALGUÉM
7. Antes de alguns demonstrativos ESSE(s), ESSA(s), ISTO, ISSO
8. Antes dos tratamentos VOSSA SENHORIA, VOSSA EXCELÊNCIA,
VOCÊ, VOSSA EMINÊNCIA...
22
tante da tônica, que é “men”, pode nascer um acento de menor inten
sidade, chamado secundário. Assim, é incorreto pronunciar “tardia
mente”.
Algumas palavras oferecem dúvidas quanto à posição de sua síla
ba tônica.
São oxítonas, embora não apresentem acento gráfico: mister, No
bel, ruim, sutil, ureter.
São paroxítonas, ainda que não acentuadas graficamente: Antio
quia, avaro, aziago, barbaria, edito, Epifania, exegese, filantropo, ibe
ro, necropsia, rubrica, por exemplo.
São proparoxítonas, entre outras: aríete, barbárie, cizânio, édito
(ordem judicial), etíope, habitat, ínterim, lêvedo, protótipo.
Algumas palavras admitem dupla prosódia: Dário ou Dario, hieró
glifo ou hieroglifo, homília ou homilia.
23
1.7.1 Que e Quê
*Que é pronome, conjunção, advérbio ou partícula expletiva.
*Quê é um substantivo (com o sentido de “alguma coisa”),
interjei ção (indicando surpresa, espanto) ou pronome em final de
frase (ime diatamente antes de ponto final, de interrogação ou de
exclamação)
Ex.: Que você pretende, tratando-me dessa
maneira? Você pretende o quê?
Quê!? Quase me esqueço do nosso encontro.
24
1.7.4 Mal e Mau
* Mal é advérbio, antônimo de “bem”.
* Mau é adjetivo, antônimo de “bom”
Ex.: Ele é um homem mau (não é bom); só pratica o mal (e não o
bem).
* Mal também é substantivo, podendo significar “doença, molés
tia, aquilo que é prejudicial ou nocivo”
Ex.: O mal da sociedade moderna é a violência urbana.
25
* A é usado para indicar tempo futuro.
Ex.: Ele partiu há duas semanas.
Estamos a dois dias das eleições.
26
1.7.11. Nós viemos e Nós vimos
* Nós viemos é o verbo vir no pretérito perfeito do indicativo, ou
seja, no passado.
* Nós vimos é o verbo vir no presente do indicativo.
Ex.: Ontem, nós viemos procurá-lo, mas você não estava. Nós
vimos aqui, agora, para conversar sobre nossos problemas.
27
Ex.: Sentei-me ao computador para trabalhar. Sentei-me
na mesa, pois não encontrei cadeira alguma.
28
Ex.: Enviarei a domicílio seus documentos.
Fazemos entregas em domicílio
Levaram a domicílio as compras.
Damos aulas particulares em domicílio.
29
1.7.22 Escutar e Ouvir
* Escutar significa “estar atento para ouvir”.
* Ouvir significa “perceber pelo sentido da audição”.
Ex.: Escutou, a tarde toda, as reclamações da esposa.
Ao ouvir aquele som estranho, saiu em disparada.
1.7.23 Olhar e Ver
* Olhar significa “estar atento para ver”.
* Ver significa “perceber pela visão”.
Ex.: Quando olhou para o lado, nada viu, pois ele saíra de lá.
30
CAPÍTULO 2
ACORDO
ORTOGRÁFICO
Acordo Ortográfico de 1990. Entrou em vigor, no Brasil, no início
de 2009, e tornou-se obrigatório a partir de 1º de janeiro de 2016.
2.1 Alfabeto
Acrescentadas as letras K, W e Y, totalizando 26 letras no alfabeto
do português brasileiro.
Assim: A B C D E F G H I J K L M N O P Q R S T U V W X Y Z
Observação importante: mesmo essas letras sendo oficiais, pala
vras como “quilo” e “quilômetro” não passarão a ser escritas
como “kilo” e “kilômetro”.
2.2 Acentuação
2.2.1 Trema – abolido de palavras portuguesas; permanece ape
nas em palavras estrangeiras.
P. Ex.: Müller (sobrenome alemão de muitas famílias brasileiras)
31
2.2.3 Acento Diferencial – que distingue tempo verbal e singu
lar e plural de verbos, o acento permanece.
ANTES DEPOIS
tem / têm tem / têm
crêem creem
dêem deem
lêem leem
vêem veem
relêem releem
revêem reveem
enjôo enjoo
vôo voo
tablóide tabloide
32
Nos ditongos abertos – permanece o acento nos ditongos EI e EU
e OI, em palavras OXÍTONAS.
ANTES DEPOIS
pastéis pastéis
chapéu chapéu
herói herói
]
2.2.7 I e U Tônicos Formando Hiato – desaparece o acento
no I e U tônico, nas palavras PAROXÍTONAS.
ANTES feiúra Bocaiuva
Bocaiúva
DEPOIS
feiura
O I e U tônicos formando hiato – permanece o acento no I e U tôni
co, nas palavras OXÍTONAS, seguidas ou não de S.
ANTES DEPOIS
Piauí Piauí
Tuiuiú Tuiuiú
33
» separar as sílabas de um dado vocábulo;
» ligar algumas palavras precedidas de prefixos.
antiinflamatório anti-inflamatório
antiinflacionário anti-inflacionário
Micro-ônibus micro-ônibus
Microorganismo micro-organismo
Notas importantes:
» Essa regra padroniza algumas exceções já vigentes antes do
Acordo. Ex: auto-observação – auto-oscilação –
contra-almirante...
» Tal regra não se aplica aos prefixos “co”, “pro”, “re”, mesmo que a
segunda palavra comece com a mesma vogal que termina o
prefixo.
Ex.: coocupar – reescrever – proótico - proinsulina...
34
b) Prefixos diante de palavras iniciadas com “h”.
Ex.: anti-herói – anti-higiênico – co-herdeiro - extra-humano – pró
hidrotópico – sobre-humano...
35
i) Usa o hífen nos casos relativos à ênclise e à
mesóclise. Ex.: amá-lo – dar-te-ei – entreguei-lhe.
auto-estima autoestima
auto-instrução autoinstrução
co-edição coedição
infra-estrutura infraestrutura
semi-analfabeto semianalfabeto
Nota Importante:
Essa nova regra padroniza algumas exceções existentes antes do
Acordo.
Ex.: antiaéreo - antiamericano – socioambiental...
36
b) Em determinadas palavras que perderam a noção de composição.
ANTES DEPOIS
manda-chuva mandachuva
pára-quedista paraquedista
para-quedas paraquedas
anti-religioso antirreligioso
anti-racismo antirracismo
anti-social antissocial
auto-sugestão autossugestão
extrarregimento extrarregimento
contra-senso contrassenso
supra-sumo suprassumo
ultra-sofisticado ultrassofisticado
ultra-som ultrassom
37
Importante:
A nova regra padroniza alguns usos já existentes antes do
acordo: Ex.: minissaia – minissubmarino - minissérie
e) Quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento co
meça por consoante diferente de “r” ou “s”.
Ex.: antinatural – anteprojeto – contracheque – geopolítica – semi
círculo.
38
CAPÍTULO 3
PONTUAÇÃO
Diferentemente do que era ensinado aos alunos do ensino básico,
os sinais de pontuação não se destinam a permitir que o leitor respi
re, aproveitando a pausa relativa ao sinal gráfico ali presente.
Na realidade, os sinais de pontuação se destinam a orientar a lei
tura e o significado da mensagem, tanto em termos rítmicos, quanto
sintáticos e inflexivos.
Por exemplo, observem-se as frases abaixo:
A – Pablo, meu aluno predileto, é educado.
B – Pablo, meu aluno predileto é educado!
39
Outra implicação importante dessa temática tem relação com o
aprimoramento do estilo de cada escritor e usuário da língua, aten
tando-se para o que o autor deseja demonstrar com a sintaxe escolhi
da para sua mensagem.
Em se tratando de texto literário, é comum haver predileções, da
parte de determinados autores, que caracterizam suas obras de
modo que se tornam reconhecíveis pela forma como expressam seus
pensamentos.
Quanto mais bem preparado for um falante do idioma, facilidade
maior ele terá para suas escolhas e criações textuais, ainda que seu
objetivo não seja literário.
Saber pontuar é valorizar o que se transmite e a forma como se
quer influenciar o receptor.
Assim, será preciso espraiar os estudos sobre cada um dos prin
cipais sinais de pontuação, a fim de revisar o que já se sabe, como
falante da língua portuguesa, e o que se pode aprender sobre as po
tencialidades desses mesmos sinais.
A pontuação é constituída por sinais gráficos que podem servir, es
sencialmente, para separar partes da oração e/ou do período - como
os diversos tipos de pontos e as reticências -, e os que servem como
introdutores de mensagens ou elementos comunicativos - como os
dois pontos, o travessão, as aspas, os colchetes e as chaves.
Os sinais de pontuação organizam visualmente os textos, evitan
do que se pareçam com um amontoado de palavras. É tão prejudicial
uma pontuação equivocada para a comunicação, quanto a sua au
sência e o desconhecimento dos seus objetivos.
40
3.1 Sinais de pontuação: algumas
particularidades
3.1.1 Ponto
O ponto assinala a pausa máxima da voz depois de um grupo fôni
co de final descendente. Emprega-se, pois, fundamentalmente, para
indicar o término de uma oração declarativa, seja ela absoluta, seja
derradeira de um período composto.
Quando os períodos (simples ou compostos) se encadeiam pelos
pensamentos que expressam, sucedem-se uns aos outros, na mesma
linha. Diz-se, neste caso, que estão separados por um ponto simples.
O ponto tem sido utilizado pelos escritores modernos onde os an
tigos poriam ponto e vírgula ou mesmo vírgula. Trata-se de um efi
ciente recurso estilístico, quando usado adequada e sobriamente.
Com a segmentação de períodos compostos em orações absolutas,
ou com a transformação de termos destas em novas orações, obriga
se o leitor a ampliar as pausas entre os grupos fônicos de determina
do texto, com o que lhe modifica a entonação e, consequentemente,
o próprio sentido. As orações assim criadas adquirem um realce par
ticular; ganham em afetividade e, não raro, passam a insinuar ideias
e sentimentos, inexprimíveis em uma pontuação normal e lógica.
Leia-se, por exemplo, esse trecho: “Era, na verdade, um mestre, o
mestre. Mestre Goeldi”. (Manuel Bandeira).
Quando se passa de um grupo a outro grupo de ideias,
costuma-se marcar a transposição com um maior repouso da voz, o
que, na escri ta, é representado pelo ponto-parágrafo. Deixa-se,
então, em branco, o resto da linha em que termina um dado grupo
ideológico, e inicia-se o seguinte na linha abaixo, com o recuo de
algumas letras. Ao ponto que encerra um enunciado escrito dá-se o
nome de ponto-final.
41
Além de servir para marcar uma pausa longa, o ponto é emprega
do depois de qualquer palavra escrita abreviadamente. Assim: V.S.ª
(Vossa Senhoria), Dr. (Doutor), Prof., pág., etc. CFC (Conselho Federal
de Cultura), INIC (Instituto Nacional de Investigação Científica).
3.1.2 Ponto Final
Quando o período, oração ou frase termina por abreviatura, não
se coloca o ponto final adiante do ponto abreviativo, pois este,
quando coincide com aquele, tem dupla serventia.
Exemplo: “O ponto abreviativo põe-se depois das palavras indica
das abreviadamente por suas iniciais ou por algumas das letras com
que representam, v.g.: V. Sª, Ilmo., Exa., etc.
3.1.3 Aspas
Quando a pausa coincide com o final da expressão ou sentença
que se acha entre aspas, coloca-se o competente sinal de pontuação
depois delas, se encerram apenas uma parte da proposição; quando,
porém, as aspas abrangem todo o período, sentença, frase ou expres
são, a respectiva notação fica abrangida por elas:
“Aí temos a lei”, dizia o Florentino. “Mas quem as há de segurar?
Ninguém” (Rui Barbosa)
“Mísera! Tivesse eu aquela enorme, aquela
Claridade imortal, que toda luz resume!”
“Por que não nasci eu um simples vaga-lume?” (Machado de Assis)
3.1.4 Parênteses
Quando uma pausa coincide com o final da construção parentéti
ca, o respectivo sinal de pontuação deve ficar depois dos parênteses,
42
mas, estando a proposição ou a frase inteira encerrada pelos
parênte ses, dentro deles se põe a competente notação:
“Não, filhos meus (deixai-me experimentar, uma vez que seja, con
vosco, este suavíssimo nome); não: o coração não é tão frívolo, tão
exterior, tão carnal, quanto se cuida.” (Rui Barbosa)
“A imprensa (quem o contesta?) é o mais poderoso meio que se
tem inventado para a divulgação do pensamento.” (Carta inscrita nos
Anais da Biblioteca Nacional-Vol. I)
3.1.5 Travessão
Não confundir o travessão com o traço de união ou hífen e com o
traço de divisão empregado na partição de sílabas (ab-so-lu-ta-men-
-te) e de palavras no fim de linha. O travessão pode substituir
vírgulas, parênteses, colchetes, para assinalar uma expressão
intercalada.
“... e eu falava-lhe de mil coisas diferentes – do último baile, da
discussão das câmaras, berlindas e cavalos, de tudo menos dos seus
versos ou prosas.” (Machado de Assis). Usam-se aspas simples se a
intercalação termina o texto; em caso contrário, usa-se o travessão
duplo.
“Duas, três vezes por semana, havia de lhe deixar na algibeira das
calças – umas largas calças de enfiar –, ou na gaveta da mesa, ou ao
pé do tintureiro, uma barata morta.” (MA). Como se vê neste
exemplo, pode haver vírgula depois do travessão.
O travessão serve, também, para denotar uma pausa mais forte:
“... e se estabelece uma coisa que poderemos chamar –
solidariedade do aborrecimento humano.” (MA).
Pode indicar, ainda, a mudança de interlocutor, na transcrição de
um diálogo, com ou sem aspas, ou seja, podendo ou não combinar
com elas:
43
– Ah! Respirou Lobo Neves, sentando-se preguiçosamente no
sofá. – Cansado? Perguntei eu.
– Muito; aturei duas maçadas de primeira ordem (...). (MA)
3.1.6 Asterisco
O asterisco (*) é colocado depois e em cima de uma palavra do tre
cho para se fazer uma citação ou comentário qualquer sobre o
termo, ou, ainda, o que é tratado no trecho (neste caso o asterisco se
põe no fim do período).
Nas obras sobre linguagem, o asterisco, colocado antes e no alto
da palavra, apresenta-a como forma reconstituída ou hipotética, isto
é, de provável existência, mas até então não documentada; *sol(e)s.
Emprega-se também um ou mais asteriscos depois de uma inicial
para indicar pessoa cujo nome não se quer ou não se pode declinar.
O Dr.*, B.**, L.***.
Finalizando as nossas observações, devemos acentuar o seguinte:
a) Toda oração e todo termo de oração de valor meramente expli
cativo pronuncia-se entre aspas; por isso são isolados por vírgulas na
escrita.
b) Os termos essenciais e integrantes da oração ligam-se, uns com
os outros, sem pausa; não podem, assim, ser separados por vírgula.
Esta é a razão porque não é admissível o uso de vírgula entre uma
oração subordinada substantiva e a sua principal.
c) Há uns poucos casos em que o emprego da vírgula não corres
ponde a uma pausa real na fala; é o que se observa, por exemplo, em
respostas rápidas do tipo: Sim, Senhor. Não, Senhor.
44
3.1.7 Ponto e Vírgula
Como o nome indica, este sinal serve de intermediário entre o
ponto e a vírgula, podendo aproximar-se ora mais daquele, ora mais
desta, segundo os valores pausais e melódicos que representa no tex
to. No primeiro caso equivale a uma espécie de ponto reduzido, no
segundo assemelha-se a uma vírgula alongada.
Essa impressão do ponto e vírgula faz com que o seu emprego de
penda, substancialmente, do contexto. Entretanto, podemos estabe
lecer que, em princípio, ele é usado:
a) Para separar em um período as orações da mesma natureza,
que tenham uma certa extensão.
b) Em lugar da vírgula, costuma-se empregar o ponto e vírgula an
tes das conjunções adversativas (mas, porém, contudo, todavia, no
entanto, etc.) e das conclusivas (logo, portanto, por isso, etc.) colo
cadas no início de uma oração coordenada. Com o alongamento da
pausa, acentua-se o sentido adversativo (ou conclusivo) das
referidas conjunções.
Comparem-se estes períodos:
Pode a virtude ser perseguida, mas nunca
desprezada. Pode a virtude ser perseguida; mas
nunca desprezada.
Ele anda muito ocupado, por isso não tem respondido às suas
cartas. Ele anda muito ocupado; por isso não tem respondido às
suas cartas.
45
3.1.8 Os Dois Pontos
Os dois pontos servem para marcar, na escrita, uma sensível sus
pensão da voz na melodia de uma frase não concluída.
Empregam-se, pois, para anunciar:
a) Uma citação (geralmente depois do verbo ou expressão que sig
nifique dizer, responder, perguntar e sinônimos).
Como ele nada dissesse o pai perguntou:
– Queres ou não queres ir? (Érico Veríssimo)
3.1.9 Reticências
As reticências marcam uma interrupção da frase e, consequente
mente, uma suspensão da sua melodia.
Empregam-se em casos muito variados. Assim:
a) Para indicar que o narrador ou a personagem interrompe uma
ideia que começou a exprimir, e passa a considerações acessórias:
Peça-lhe a sua felicidade, que eu não faço outra coisa... Uma vez
que você não pode ser padre, e prefere as leis... As leis são belas, sem
desfazer na teologia, que é melhor que tudo, como a vida eclesiástica
é a mais santa... Por que não há de ir estudar leis fora daqui? (Macha
do de Assis).
46
b) Para marcar suspensões provocadas por hesitação, surpresa,
dúvida ou timidez de quem fala:
– Homem, vê lá... Pensa bem no que vais fazer... – avisou o prior.
– A Raquel é boa rapariga... Mas a geração... Olha, eu não digo
nada. Resolve tu... (Miguel Torga)
Eu... eu... queria... um agasalho...respondeu soluçando a miserá
vel. (Graça Aranha)
47
Se a fala do personagem continua normalmente depois dessa in
terferência, costuma-se preceder o seguimento de reticências:
O que me parece, aventurou o coronel, é que eles vieram ao
cheiro dos cobres...
– Decerto...
– ... e que a tal D. Helena (Deus lhe perdoe) não estava tão
inocente como dizia. (Machado de Assis)
3.2 Observações
Como os outros sinais melódicos, as reticências têm certo valor
pausal, que é mais acentuado quando elas se combinam com outro
sinal de pontuação.
Duas combinações são possíveis:
a) Com um sinal pausal (vírgula ou ponto e vírgula). Neste caso as
reticências têm apenas valor melódico, a pausa é indicada pela vírgu
la ou pelo ponto e vírgula que as segue:
Passai, ó vagas..., mas passai de mando! (Castro Alves).
b) Com um sinal melódico (ponto de interrogação, ponto de excla
mação ou os dois conjugados). Neste caso, as reticências prolongam
a duração das inflexões interrogativa e exclamativa e lhes acrescen
tam certos matizes particulares, que indicamos ao estudarmos aque
les sinais.
Não se deve confundir reticências, que têm valor estilístico apre
ciável, com os três pontos que se empregam, como simples sinal ti-
48
pográfico, para indicar que foram suprimidas palavras no início, no
meio ou no fim de uma citação. Modernamente, para se evitar qual
quer dúvida, a tendência é generalizar-se o uso de quatro pontos
para marcar tais supressões, ficando os três pontos como sinal
exclusivo das reticências.
49
» Separar o vocativo. Lembre-se de que um vocativo é facilmente
reconhecível, pois aparece toda vez em que queremos chamar “al
guém” em um contexto oracional. Trata-se de um termo não es
sencial da oração e que marca a função apelativa da linguagem.
» Separar elementos idênticos, repetidos. Aqui, a ideia seria a mes
ma de regra do item “a” – os termos possuem a mesma função
sin tática e devem ser separados aos olhos do leitor.
» Separar o adjunto adverbial deslocado (quando o adjunto adver
bial é de pequena extensão, a vírgula pode ser suprimida, assim
como em frases em que o adjunto adverbial é seguido de verbo
com sujeito posposto). Note que a intenção da língua é preservar
aquilo a que chamamos de ordem direta – sujeito, verbo, comple
mento e, se for o caso, adjunto adverbial. Se essa ordem for rom
pida ou desestruturada, deve-se utilizar a vírgula para evidenciar
essa modificação.
» Separar o local, nas datas. Trata-se de uma separação de sintag
mas nominais: um relativo ao espaço e outro relativo ao tempo/
momento.
» Indicar a omissão do verbo ou do conectivo. Quando omitimos
umas dessas estruturas, literariamente, pode estar ocorrendo
uma elipse ou zeugma. Atente para as aulas de figuras de
linguagem para entender melhor essa nuance.
» Separar elementos de caráter incidental, como palavras denotati
vas, frases exclamativas, entre outros. Tais estruturas são entendi
das pela língua como elementos estranhos à ordem “natural” de
um período ou oração. Por isso, devem ser destacados do todo
por meio de vírgulas.
» Destacar elementos antecipados, em pleonasmo. É o caso, por
exemplo, do objeto direto pleonástico, como ocorre em Suas músi
cas, ouço-as sempre. O objeto direto pleonástico as obriga o enun-
50
ciador a utilizar a vírgula separando o referente suas músicas, que
é objeto direto.
» Distinguir o elemento explicativo do determinativo. Você se lem
bra das orações adjetivas restritivas e explicativas? As primeiras
aparecem sem vírgulas, enquanto as outras aparecem sempre en
tre vírgulas. É exatamente esse, o caso: as restritivas determinam
uma característica do termo substantivo que as antecede, diferen
ciando-se das explicativas.
» Esclarecer possível ambiguidade. As ambiguidades costumam ca
racterizar-se pela dupla possibilidade de leitura de uma frase, pe
ríodo ou enunciado.
» Separar o anacoluto. Lembre-se: o anacoluto é a figura de lingua
gem que se caracteriza pela ruptura “violenta” da estruturação
sintática da frase.
» Separar orações coordenadas assindéticas. As assindéticas são
aque las em que não há conectivo expresso, como em “Vim, vi,
venci.”
» Separar orações coordenadas sindéticas (aditivas, se o conectivo
aparecer repetido, adversativas, exceto as introduzidas por “mas”,
de pequena extensão, explicativas, conclusivas, alternativas). As
sindéticas, por sua vez, são aquelas em que o conectivo está ex
presso. Observe: Penso, logo existo. A primeira oração é coorde
nada assindética e a segunda é coordenada sindética conclusiva
– separada por vírgula, portanto.
» Separar as orações adverbiais, principalmente se antepostas à
principal. Por exemplo, na frase Quando a gente gosta, é claro que
a gente cuida, a primeira oração é subordinada adverbial
temporal anteposta. Por isso, utiliza-se a vírgula.
» Separar orações adverbiais reduzidas. É o caso de Terminada a
prova, foram embora, em que a oração reduzida de particípio vem
separada por vírgula.
51
3.3.2 Vírgula no período simples
A vírgula na Oração
a) Quando houver intercalações
Exemplos:
A tecnologia, a essência da sociedade moderna, embora tenha
facilitado a vida de muitas pessoas, prejudicou-as quanto ao de
senvolvimento social e harmônico.
Todas as acusações de corrupção, sem privilégios a políticos, de
vem ser apuradas com imparcialidade.
b) Termos explicativos
Exemplo: A fragilidade de nossa política, isto é, a falta de compro
misso dos nossos políticos atrapalha o desenvolvimento da
nação.
c) Vocativo (Chamamento)
Exemplo: Brasil, mostra a tua cara.
2. Adjetivas Explicativas
Exemplos: A Infraero, que tem como principal objetivo assegu
rar aos seus funcionários uma postura participativa, acredita
no desempenho de seus colaboradores.
O cumprimento das leis, dos deveres, dos princípios éticos, da res
peitabilidade ajudou a população a viver melhor.
Adversativas
Conclusivas
3. Orações
Coordenadas
Explicativas
53
Exemplos: A tecnologia beneficiou a maioria da população, no en
tanto dificultou o relacionamento mais harmônico entre as pes
soas.
O Brasil investe muito em educação, portanto merece respeito.
b. Intercalando o conector
Exemplos: O Brasil, portanto, merece respeito.
A filha, no entanto, não lamentou a morte do pai.
c. Após o conector
Exemplos: No entanto, nada mais pode ser feito para salvá-lo.
Portanto, o Brasil deve ser considerado um país
desenvolvido.
3.3.5 Não use a vírgula
» Para separar o sujeito do predicado.
» Para separar verbo de complemento.
» Para separar nome de complemento.
» Para intercalar o vocábulo TAMBÉM (denotativa de inclusão).
» Para intercalar as adjetivas restritivas.
CAPÍTULO 4
MORFOLOGIA
4.1 Sistema Flexional da Língua
Portuguesa - Classes de Palavras
Variáveis
Em português, existem DEZ classes de palavras. Destas, SEIS são
variáveis (isto é, flexionam-se em número, gênero e grau, indo ao plu
ral, ou feminino, ou superlativo, por exemplo); QUATRO são invariá
veis.
As classes variáveis são: artigo, adjetivo, pronome, numeral, subs
tantivo e verbo.
São variáveis porque sofrem flexões em sua forma, o que resulta
na sua formação a presença das chamadas desinências nominais de
gênero e de número, bem como nas desinências verbais, de modo,
tempo, número e pessoa.
4.1.1 Substantivo
Substantivo é a palavra com que designamos ou nomeamos os se
res em geral. São substantivos:
a) Os nomes de pessoas, animais, vegetais, lugares, instituições,
coisas:
Maria – cão – ipê – Recife – Senado – livro
b) Os nomes das noções, ações, estados e qualidades tomados
como seres:
Verdade – colheita – velhice – bondade – largura
56
Qualquer palavra que desempenhe uma dessas funções equivale
rá a um substantivo. Qualquer palavra antecedida de artigo torna-se
um substantivo.
57
2. Note-se, porém, que muitos substantivos conservam no plural o
o fechado do singular.
Entre outros, não alteram o timbre da vogal tônica:
adorno – almoço – bolso – molho – restolho – rolo - sopro
58
mas analíticas, especialmente pelos adjetivos grande e pequeno, ou
sinônimos que acompanham o substantivo.
Os sufixos aumentativos, em geral, emprestam ao nome as ideias
de desproporção, de disformidade, de brutalidade, de grosseria ou
de coisa desprezível. Assim: narigão, beiçorra, pratalhaz ou pratarraz,
atrevidaço, porcalhão etc. Ressaltam, pois, na maioria dos aumentati
vos, esse valor depreciativo ou pejorativo.
Os sufixos diminutivos empregam-se normalmente com valor afe
tivo. Daí a frequência com que aparecem nas formas de carinho. As
sim: mãezinha, velhinho etc.
4.1.2 Adjetivos
O adjetivo é essencialmente um modificador do substantivo. Ser
ve para:
1. Caracterizar os seres ou os objetos nomeados pelos substantivos.
2. Estabelecer com o substantivo uma relação de tempo, de espa
ço, de matéria, de finalidade, de propriedade, de procedência etc.
(adjetivo de relação)
Absoluto Relativo
59
a.1 Observações
1. Quando se compara a qualidade de dois seres, não se deve
dizer mais bom, mais mau, mais grande, nem mais pequeno e sim:
melhor, pior, maior e menor. Possível é, no entanto, usar as formas
analíticas desses adjetivos quando se confrontam duas qualidades
do mesmo ser:
Ele foi mais mau do que desgraçado.
Ele é bom e inteligente; mais bom do que inteligente.
2. A par de ótimo, péssimo, máximo e mínimo, existem os superla
tivos absolutos regulares: boníssimo e muito bom, malíssimo e muito
mau, grandíssimo e muito grande, pequeníssimo e muito pequeno.
60
Comparem-se, por exemplo, estas orações:
O boi malhado chamava atenção.
O malhado do boi chamava atenção.
Na primeira, malhado, é adjetivo; na segunda, substantivo.
61
Aqui, a forma adverbial, invariável, impede a possibilidade de con
cordância, justamente o elo que prendia o adjetivo ao sujeito, e, com
isso, faz aflorar o modo por que se processa a ação indicada pelo ver
bo dormir.
a.5 Flexões dos Adjetivos
Como os substantivos, os adjetivos podem flexionar-se em núme
ro e gênero.
a.5.1 Número
O adjetivo toma a forma plural ou singular que ele qualifica.
Assim: Mulher hindu Mulheres hindus
Perfume francês Perfumes franceses
Observação - Excetuam-se:
a) surdo-mudo, que faz surdos-mudos
b) os adjetivos referentes a cores, que são invariáveis quando o
se gundo elemento da composição é um substantivo:
Exemplo: uniformes verde-oliva; canários amarelo-ouro; saias
azul- -piscina; blusas vermelho-sangue
62
4.1.3 Pronomes
4.1.3.1 Pronomes substantivos e pronomes adjetivos
1. Os pronomes desempenham na oração as funções equivalentes
às exercidas pelos elementos nominais. Servem para:
a) Representar um substantivo:
Havia muitos poemas que mexiam, que se agitavam no seu espíri
to. Não encontrava, porém, forma de trazê-los à superfície. (A. F. Sch
midt)
63
a) quem fala = primeira pessoa: eu (singular), nós (plural) b)
com quem se fala = segunda pessoa: tu (singular, vós (plural)
c) de quem ou de que se fala = terceira pessoa: ele, ela (singular),
eles, elas (plural)
Átonos Tônicos
64
Singular 1ª pessoa Eu Me Mim, comigo
2ª pessoa Tu Te Ti, contigo,
3ª pessoa Ele, Ela O, a, lhe Ele, ela
Plural 1ª pessoa Nós Nos Nós,
2ª pessoa Vós Vos conosco
3ª pessoa Eles, Elas Os, as, Vós,
lhes convosco
Eles, elas
65
c) Se a forma verbal terminar em ditongo nasal, o pronome
assume as modalidades no, na, nos, nas: dão-no, põe-na, tem-na,
trouxeram-nas.
66
A revolta amargurava-lhe a boca, ressecava-lhe os lábios, contraía
lhe os maxilares. (J. Montello)
67
Por que latem aqueles cães lá longe? (R. Couto)
b) Um afastamento no tempo, de modo vago, ou uma época
remota: Por que acordaste naquela hora morta? (G. de Almeida)
Naquele tempo não existia o Dia do Papai. (C. D de Andrade)
68
Variáveis Invariávei
s
Masculino Feminino
69
c) Forma composta: o qual
2. Antecedido das preposições a e de, o pronome onde com ela se
aglutina, produzindo as formas aonde e donde.
70
nada, embora no caso do interrogativo a resposta, em geral, venha
esclarecer o que foi perguntado.
4.1.4 Numerais
Numeral – é a palavra de função quantificadora que denota valor
definido: “A vida tem uma só entrada: a saída é por cem portas”
[MM].
4.1.4.1 Cardinais
Os numerais propriamente ditos são os cardinais: um, dois, três,
quatro, etc., e respondem às perguntas quantos? e quantas?.
Observações:
a) Não são quantificadores numerais, ainda que tenham o mesmo
significante, os substantivos que designam os algarismos e os núme
ros inteiros positivos. São substantivos e, como tais, admitem gênero
e podem ir ao plural: o um, os uns; o dois, os dois; o quatro, os qua
tros; prova dos noves. O gênero masculino se explica pela referência
à palavra número, que se subentende.
b) Entre brasileiros, principalmente em referência a números de
telefone, usa-se meia dúzia ou meia para o número seis. Não vale
como numeral. A tradição gramatical, levando em conta mais a sig
nificação de certas palavras denotadoras da quantidade e da ordem
definidas, tem incluído entre os numerais próprios – os cardinais –
ainda os seguintes: os ordinais, os multiplicativos e os fracionários.
Tais palavras não exprimem uma quantidade direta do ponto de vista
semântico, e, do ponto de vista sintático, comportam-se, em geral,
como adjetivos que funcionam como adjuntos e, portanto, passíveis
de deslocamentos dentro do sintagma nominal:
Exemplo: Ele era o segundo irmão entre os homens. Ele era o ir
mão segundo entre os homens.
71
(...) fica para ambos uma das duas classificações mais correntes:
ou um numeral plural ao lado de dois, mas dele diferente por só se
referir a seres já previamente indicados ou conhecidos, ou um
pronome, jus tamente levando em conta essa referência de dêixis
anafórica. ‘Ambos’ admite posição anteposta ou posposta ao nome
que modifica, nome (menos o pronome, naturalmente) que pode vir
ou não precedido de preposição e pode ser substituído por um e
outro:
Por exemplo: (...) Ambas (as) razões – Uma e outra razão.
4.1.4.2 Ordinais
Ordinais – denotam o número de ordem dos seres numa série:
pri meiro, segundo, terceiro, quarto, quinto etc.
Observação: Último, penúltimo, antepenúltimo, anterior, poste
rior, derradeiro, anteroposterior e outros tais, ainda que exprimam
posição do ser, não têm correspondência entre os numerais e por
isso devem ser considerados meros adjetivos.
O cardinal substitui o ordinal na indicação de horas e em expres
sões designativas da idade de alguém; neste caso, se o substantivo
estiver no plural, o número também irá ao plural: É uma hora (= é a
primeira hora). É uma hora e meia. São duas horas (= é a segunda
hora). Castro Alves faleceu aos 24anos (= no vigésimo quarto ano de
vida). Também o cardinal substitui o ordinal na designação dos dias
do mês.
4.1.4.3 Multiplicativos
Multiplicativos – exprimem a multiplicidade dos seres. Os mais
usados são: duplo ou dobro, triplo ou tríplice, quádruplo, quíntuplo,
sêxtuplo, sétuplo, óctuplo, nônuplo, décuplo, cêntuplo.
72
4.1.4.4 Fracionários
Fracionários – indicam frações dos seres: meio, terço, quarto,
quinto, sexto, sétimo, oitavo, nono, décimo, vigésimo, centésimo,
milésimo, milionésimo, empregados como equivalentes de metade,
terça parte, quarta parte etc.
Observações:
a) O fracionário meio, funcionando como adjunto, concorda com
seu núcleo, explícito ou não: meio-dia e meia [hora]; duas e meia
[hora]. (...)
b) Para muitos fracionários empregamos o cardinal seguido da
palavra avos, extraído de oitavo, como se fora sufixo e, desse modo,
passa a funcionar como uma palavra: onze avos, treze avos, quinze
avos, etc.
4.1.5 Verbos
O verbo é uma palavra de forma variável que exprime o que se
pas sa, ou seja, um acontecimento representado no tempo. Assim:
O silêncio comeu o eco e a escuridão abraçou o silêncio. (G. de Fi
gueiredo)
73
ções, verificamos que todo os verbos regulares da 1ª conjugação for
mam os seus tempos como cantar; os da 2ª, como vender e os da 3ª,
como partir.
São irregulares os verbos que se afastam do paradigma de sua
conjugação, como dar, estar, fazer, ser; pedir, ir e vários outros, que
no momento próprio estudaremos.
Verbos defectivos são aqueles que não têm certas formas, como
abolir, falir e mais alguns de que trataremos adiante. Entre os defec
tivos costumam os gramáticos incluir os unipessoais, que só se em
pregam na 3ª pessoa do singular e do plural: miar, ganir etc., espe
cialmente os impessoais, usados apenas na 3ª pessoa do singular:
chover, ventar, etc.
Abundantes são os verbos que possuem duas ou mais formas
equivalentes. De regra, essa abundância ocorre no particípio. Assim,
o verbo aceitar apresenta os particípios aceitado, aceito e aceite; o
verbo entregar, os particípios entregado e entregue; o verbo matar,
os particípios matado e morto.
74
4.1.5.4 Pessoa do verbo
O verbo possui três pessoas relacionadas diferentemente com a
pessoa gramatical que lhe serve de sujeito.
1. A primeira é aquela que fala e corresponde aos pronomes pes
soais eu (singular) e nós (plural): estudo, estudamos.
2. A segunda é aquela a quem se fala e corresponde aos pronomes
pessoais tu (singular) e vós (plural): estudas, estudais.
3. A terceira é aquela de quem se fala e corresponde aos
pronomes pessoais ele, ela (singular) e eles e elas (plural): estuda,
estudam.
75
O presente é indivisível, mas o pretérito e o futuro subdividem-se
tanto no modo indicativo quanto no subjuntivo. Assim:
INDICATIVO Presen
te:
Estudo
Do Pretérito
Simples: Estudaria
Composto: Teria
(ou haveria)
Estudado
SUBJUNTIVO Presen
te:
Estude
Pretérito Imperfeito:
Estu dasse
Perfeito: Tenha
(ou haja)
Estuda do
Mais-que-perfei
to: Tivesse (ou
hou vesse)
Estudado
76
Futuro Simples: Estudar
Composto:
Tiver (ou
houver) Estu
dado
Afirmativo:
IMPERATIVO
Estuda (tu), Estude (você), Estudemos (nós), Estudai
(vós), Estudem (vocês).
77
to ou indireto é a mesma pessoa do sujeito. Logo, para que um verbo
admita transformação de voz, é necessário que ele seja transitivo.
a.2 Voz passiva
Exprime-se a voz passiva:
a) Com o verbo auxiliar ser e o particípio do verbo que se quer
con jugar:
Pedro foi ferido por João.
78
b) Aspectos
1. Diferentemente das categorias do tempo, do modo e da voz, o
aspecto designa “uma categoria gramatical que manifesta o ponto
de vista do qual o locutor considera a ação expressa pelo verbo”.
Pode ele considerá-la como concluída.
a.1 Observações:
1ª) Emprega-se o pretérito imperfeito do verbo dever (fazer uma
coisa) em lugar do pretérito perfeito:
Exemplo: Ele devia (e não deveu) ser (ou ter sido) ontem mais
aten cioso para contigo [ED.1, § 207, a, obs].
2ª) Aparece em lugar do futuro do pretérito para denotar um fato
certo como consequência de outro que não se deu:
Exemplo: Eu, se tivesse crédito na praça, pedia outro empréstimo.
3.ª) Ainda na referência ao futuro, entra o imperfeito chamado
“prelúdico” ou imperfeito dos jogos: então [neste jogo que vamos co
meçar a jogar] eu era o rei e tu eras a rainha [ECS.1, 207].
Exemplo: “Agora eu era o herói e o meu cavalo só falava inglês”
(João e Maria, de Chico Buarque e Sivuca).
79
a.2 Pretérito perfeito
O pretérito imperfeito é o tempo da ação prolongada ou repetida
com limites imprecisos; ou não nos esclarece sobre a ocasião em que
a ação terminaria ou nada nos informa quanto ao momento do
início.
O pretérito perfeito, pelo contrário, fixa e enquadra a ação dentro
de um espaço de tempo determinado. (...) Não se pode dizer, comen
ta Coseriu, que o perfeito simples e o imperfeito se contrapõem por
uma simples oposição. Na essência, o imperfeito em português e no
românico visualiza as ações como em um pano de fundo, como se
completando num nível secundário.
80