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Faculdade Batista do Rio de Janeiro


Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil

PESQUISA
CIENTÍFICA

Rio de Janeiro / RJ
2

Direção Geral
Pr. Fernando Brandao

Coordenação Acadêmica
Prof. Dr. Valtair Afonso Miranda

Coordenação do Centro de Desenvolvimento Ministerial e Missiologia


Pr. Samuel Moutta

Coordenação de Finanças
Juarez Solino

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Coordenação de EAD
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Prof. Dr. Valtair Afonso Miranda

Editores
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Coordenação Editorial
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Comitê de Apoio Técnico


Luanda Clara Ribeiro Ferreira Figueiredo
Matheus Garcia Coelho
Raphael Andrade de Godoy
Viviane Paixão

Revisão
Maria Stela Lopes Bomfim

Arte
Oliverartelucas

Os artigos publicados são de inteira responsabilidade de seus autores e não refletem, necessariamente,
a opinião da Instituição e seu Conselho Editorial.

Endereço para correspondência:


Faculdade Batista do Rio de Janeiro
Seminário Teológico Batista do Sul do Brasil
Rua Jose Higino, 416 – Tijuca
20510-412 – Rio de Janeiro – RJ
Tel.: (21) 2107-1819
www.seminariodosul.com.br
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Apresentação
Iniciamos, nesse material, um novo trilhar no caminho da aprendizagem.
A disciplina intitulada Metodologia da Pesquisa, também conhecida como Metodologia
Científica da Pesquisa ou Metodologia Científica.

Trata-se de uma disciplina que apresenta um grande desafio a conquistar, pois,


possui uma intercomunicação com todas as demais disciplinas estudadas neste curso,
como também é fundamental na formação acadêmica de todo aluno.

Metodologia da Pesquisa busca fornecer instrumental para qualificar a escrita


acadêmica. Prover bases metodológicas para desenvolvimento dos trabalhos
científicos que deverão ser produzidos no percorrer do curso. Traz direcionamento e
norte às pesquisas de todas as disciplinas, como a disciplina PCC – Projeto de
Conclusão de Curso e na elaboração do TCC – o Trabalho de Conclusão de Curso,
estas duas disciplinas possuem módulo específico.

É uma disciplina desafiante, porque quer levar o estudante a compreender os


caminhos da ciência. Um discurso sobre o caminho que ele deve percorrer para fazer
ciência. Parte fundamental na formação profissional, nos estudos futuros de
especialização, como também, o acompanhará ao longo de sua vida pessoal.

Metodologia da Pesquisa é disciplina que capacita o estudante a avaliar


métodos, identificar limites e implicações que dizem respeito às suas utilizações. É o
conjunto dos procedimentos que o aluno deverá utilizar, as técnicas e teorias em geral.

A Metodologia descreve, analisa e avalia a aplicação do método, por meio de


procedimentos e técnicas que garantem a legitimidade do conhecimento obtido.
Esclarece seus objetivos, utilidades e consequências, compreendendo todo o
processo da pesquisa científica. Desejamos percorrer esses caminhos de um modo
interessante, produtivo, rico e bastante prático.

Nossa oração ao Senhor é: Venha o Teu Reino! Que a Tua vontade seja feita
em nós, na terra, assim como é feita nos céus.

Em Cristo, que é a nossa esperança,


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Profª Cláudia Luiza Boechat

SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO ...................................................................................................... 3
SUMÁRIO ................................................................................................................... 4
INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 8
1 METODOLOGIA DA PESQUISA ............................................................. 11
1.1 O QUE É CIÊNCIA? ................................................................................. 12
1.2 TIPOS DE CONHECIMENTO .................................................................. 13
1.2.1 Conhecimento Empírico = Senso Comum ........................................... 14
1.2.2 Conhecimento Religioso ....................................................................... 15
1.2.3 Conhecimento Filosófico ....................................................................... 16
1.2.4 Conhecimento Científico ....................................................................... 18
Quadro 1 Características de Conhecimento Científico e Conhecimento Empírico... 19
1.3 MÉTODO CIENTÍFICO ........................................................................... 21
1.3.1 Resumo da Evolução Histórica do Método da Pesquisa Científica .. 22
1.3.2 Diversidade dos Métodos ...................................................................... 24
1.3.2.1 Métodos de Abordagem ou Métodos Gerais ............................................ 24
a) Método Dedutivo ...................................................................................... 24
b) Método Indutivo ........................................................................................ 26
c) Método Dialético ....................................................................................... 27
d) Método Hipotético-Dedutivo ..................................................................... 28
e) Método Fenomenológico .......................................................................... 30
1.3.2.2 Métodos de Procedimentos ou Métodos Específicos ............................... 30
a) Método Histórico....................................................................................... 31
b) Método Experimental................................................................................ 32
c) Método Observacional.............................................................................. 32
d) Método Comparativo ................................................................................ 32
e) Método Estatístico .................................................................................... 33
f) Método Clínico.......................................................................................... 33
g) Método Monográfico ................................................................................. 34
1.3.3 Método e Técnica ................................................................................... 34
Leitura Complementar: É PRECISO APRENDER A APRENDER ............................ 36
2 REDAÇÃO CIENTÍFICA .......................................................................... 37
2.1 PARÁGRAFO ........................................................................................... 38
2.2 PARÁFRASE ............................................................................................ 39
5

2.2.1 Exigências ao se fazer Paráfrase .......................................................... 39


2.2.2 Formas de se fazer uma Paráfrase ....................................................... 39
2.2.3 Não confundir com Paródia ................................................................... 42
2.3 PLÁGIO .................................................................................................... 43
3 NORMAS GERAIS PARA REGISTRO DE CITAÇÕES ........................... 46
3.1 CITAÇÕES ............................................................................................... 46
3.1.1 Citação Direta ......................................................................................... 48
3.1.1.1 Citação Direta Curta ................................................................................. 49
a) Com apenas UM autor ............................................................................. 49
b) Com DOIS autores ................................................................................... 49
c) Com TRÊS autores ................................................................................. 50
d) Com MAIS de Três autores ...................................................................... 51
e) Com omissão de Palavras ........................................................................ 52
3.1.1.2 Citação Direta Longa ................................................................................ 52
a) Com apresentação ................................................................................... 53
b) Sem apresentação ................................................................................... 53
c) Documento não Paginado ........................................................................ 54
d) Sem Autor ................................................................................................ 54
e) De Internet, com Autor ............................................................................. 55
3.1.2 Citações Indiretas.................................................................................. 56
a) Citação Indireta de um mesmo Autor no mesmo Ano .............................. 57
b) Citação Indireta de um mesmo Autor em Anos diferentes ....................... 58
c) Citação Indireta de Vários Autores ........................................................... 58
d) Citação Indireta de Outras fontes ............................................................. 59
3.1.3 Citações de Citação .............................................................................. 60
3.1.4 Destaque do Texto ................................................................................ 60
3.1.5 Tradução de Texto................................................................................. 61
3.1.6 Coincidência de Sobrenome ................................................................ 62
3.1.7 Observação Importante ........................................................................ 63
3.1.8 Sistema de chamada da Citação no Texto .......................................... 63
3.1.8.1 Sistema Autor-data ................................................................................... 64
3.1.8.2 Sistema Numérico .................................................................................... 64
4 NORMAS GERAIS PARA REGISTRO DE REFERÊNCIAS ................... 66
4.1 REFERÊNCIAS ........................................................................................ 66
4.1.1 Indicação das Referências .................................................................... 69
6

4.1.2 Formatação das Referências ................................................................. 70


4.1.3 Localização das Referências ................................................................. 70
4.1.4 Principais formas de Apresentação das Referências ......................... 71
4.1.4.1 Obra Monográfica ..................................................................................... 71
a) Com apenas UM autor ............................................................................. 72
b) Com DOIS autores ................................................................................... 72
c) Com TRÊS autores ................................................................................. 72
d) Com MAIS de Três Autores ...................................................................... 72
e) Com indicações de Parentesco ................................................................ 73
f) Várias obras de um mesmo Autor ............................................................ 73
4.1.4.2 Capítulo de Livro ...................................................................................... 74
a) Mesmo autor ............................................................................................ 75
b) Autores distintos ....................................................................................... 75
4.1.4.3 Artigos de Revista ou Periódicos .............................................................. 75
a) Artigo com autor ....................................................................................... 76
b) Artigo sem Autor ....................................................................................... 76
4.1.4.4 Revista ..................................................................................................... 76
a) Revista considerada no todo .................................................................... 77
b) Número especial de revista, suplemento, incluindo partes de revistas,
boletim, volume, fascículos, entre outros, com ou sem título próprio ........................ 77
4.1.4.5 Artigo de Jornal ........................................................................................ 78
a) Com autor ................................................................................................. 78
b) Sem autor ................................................................................................. 78
4.1.4.6 Dissertação de Mestrado e Tese de Doutorado ....................................... 78
4.1.4.7 Trabalhos publicados em Anais de Eventos ............................................. 79
4.1.4.8 Documentos em Meio Eletrônico - Internet .............................................. 80
a) Obra Monográfica no todo em Meio Eletrônico ........................................ 81
b) Monografia por Meio Eletrônico ................................................................ 81
c) Anais Disponível em Meio Eletrônico ....................................................... 81
d) Artigo e/ou Matéria de Revista, Boletim etc. em Meio Eletrônico ............. 82
e) Enciclopédias e Dicionários ...................................................................... 82
4.1.1.9 Patente ..................................................................................................... 83
4.2 REGRAS COMPLEMENTARES DE REFERÊNCIAS (NBR:6023) .......... 83
a) Falta de Editora ........................................................................................ 83
b) Falta de Local de Publicação ................................................................... 84
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c) Falta de Ano de Publicação ..................................................................... 84


d) Falta de Paginação................................................................................... 85
e) Com ilustrações ........................................................................................ 85
f) Com duas ou mais Editoras ..................................................................... 86
g) Com Notas ............................................................................................... 86
4.3 DICAS IMPORTANTES para fazer corretamente citações e referências . 87
5. Referências...............................................................................................88
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INTRODUÇÃO
Uma das grandes diferenças entre o ser humano e os outros animais é a
necessidade que o humano tem de saber, de aprender, adquirir conhecimento, saber
o porquê das coisas, dos acontecimentos, de conhecer o mundo exterior e interior.

A busca do aprendizado constrói uma trilha, um caminho, um processo. Quanto


mais percorre, o caminhante tem a possibilidade de compreender, analisar e aprender
com o mundo à sua volta.

O conhecimento tem o poder de transformá-lo, de torná-lo um ser com novo


olhar sobre si mesmo, sobre o outro e sobre o mundo.

O sentido etimológico das palavras aponta os primeiros sinais para uma


compreensão.

Método, palavra originada do grego met-hódos, significa “seguindo o caminho”.


Que espécie de caminho o método propõe? O caminho do conhecimento. Uma
pesquisa organizada, com lógica e sistematização, para se alcançar um objetivo. É o
caminho através do qual se faz ciência. Ciência, do latim scientia, significa
“conhecimento, saber alcançado, habilidade, arte”.

A palavra Pesquisa deriva do termo em latim “perquirere” e significa: procurar


com perseverança. Pesquisar significa procurar respostas para indagações
propostas.

O conhecimento científico obtido no caminho, no processo metodológico, tem


como finalidade, na maioria das vezes, explicar e discutir questões específicas e
relacioná-las a outros fatos e fenômenos.

GALLIANO (1986, p.26) escreve: “Ao analisar um fato, o conhecimento


científico não apenas trata de explicá-lo, mas também busca descobrir suas relações
com outros fatos e explicá-los”.

O caminho pelo qual se propõem a obter o conhecimento científico deve


sempre ser direcionado por procedimentos técnicos e metodológicos bem definidos,
visando fornecer subsídios necessários na busca de um resultado provável ou
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improvável para a hipótese pesquisada, além de auxiliar na detecção de erros e na


tomada de decisão do cientista (PRAÇA, 2015, p.72).

Cervo e Bervian (2002, p. 16) afirmam: A ciência é um modo de compreender


e analisar o mundo empírico, envolvendo o conjunto de procedimentos e a busca do
conhecimento científico através do uso da consciência crítica que levará o
pesquisador a distinguir o essencial do superficial e o principal do secundário.

A Metodologia da Pesquisa é capaz de proporcionar uma compreensão e


análise do mundo através da construção do conhecimento. Compreensão e análise
através de um conjunto de técnicas e métodos.

Ao percorrer o caminho do saber, o processo ensino/aprendizagem, o


estudante adquirirá conhecimento. Vivenciará o real significado de Metodologia,
“caminho de estudo a ser percorrido” da Pesquisa, “procura com perseverança”, para
se produzir Ciência, “o saber alcançado”.

A extrema importância de se estudar os caminhos do saber está que os


caminhos, ou seja, os métodos, são procedimentos ou normas para a realização de
trabalhos acadêmicos, a fim de dar ordenamento aos assuntos pesquisados.

O método é um conjunto de procedimentos sistemáticos no qual os


questionamentos são utilizados com critérios de caráter científico, para termos
fidedignidade dos dados, envolvendo princípios e normas que possam orientar e
possibilitar condições ao pesquisador, na realização de seus trabalhos, para que o
resultado seja confiável e tenha maior possibilidade de ser generalizado para outros
casos.

São esses procedimentos técnicos e metodológicos que ajudarão a encontrar


respostas para questionamentos tais como: O que é método? O que é metodologia?
Por que pesquisar? Para que pesquisar? O que é ciência? O que é científico?

A resposta a essas questões pode manter-nos no trilho certo.

Não temos a pretensão de esgotar o assunto, mas, de direcionar


esclarecimentos sobre as principais questões da área para aqueles cuja pretensão
seja a de apresentar trabalhos de forma adequada ao contexto acadêmico, e assim
contribuir para a formação acadêmica e profissional de todos aqueles que buscarem
no presente material ferramenta de auxílio na caminhada.
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Entendemos que os aprofundamentos teóricos deverão ser buscados em


bibliografias específicas de cada área de interesse.

Procuramos, na medida do possível, seguir rigorosamente as regras definidas


pela ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas, ao falarmos sobre a
elaboração dos trabalhos científicos.

Está diante de cada estudante o grande desafio: que ao término desse estudo,
tenha dominado as técnicas e metodologias para desenvolver a contento o seu
trabalho científico, em um projeto de pesquisa com relevância científica.

Que a estrutura do trabalho que irá desenvolver o faça deixar a sua zona de
conforto. Que o faça analisar, interpretar e participar ativamente do seu processo de
aprendizagem e o faça transitar pelos caminhos do saber, com uso de instrumentos
científicos para alcançar a originalidade acadêmica.

Por fim, pedimos a Deus, que sejamos instruídos pelo Seu Espírito, o ensinador
e condutor em todo o caminhar.
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CAPÍTULO 1
METODOLOGIA DA PESQUISA

Importante verificar, mais uma vez, a definição etimológica do termo


METODOLOGIA. Este vem do grego “metá”, ao largo; “odós”, caminho; “logos”,
discurso, estudo. Disciplina que estuda, compreende e avalia os métodos disponíveis
para se realizar uma pesquisa acadêmica. Como dissemos anteriormente,
Metodologia é “caminho de estudo a ser percorrido”.

Dicionário Online de Português afirma: Palavra PESQUISA deriva do termo em


latim “perquirere” e significa: procurar com perseverança. Pesquisar significa procurar
respostas para indagações propostas. Ainda complementa: Pesquisa é um conjunto
de ações que visam a descoberta de novos conhecimentos em uma determinada área,
principalmente no âmbito científico.

Demo (2000, p. 34) define a pesquisa como atividade cotidiana, considerando-


a uma atitude, “um questionamento sistemático crítico e criativo, mais a intervenção
competente na realidade, ou o diálogo crítico permanente com a realidade em sentido
teórico e prático”.
12

Em um nível aplicado, a Metodologia examina, descreve e avalia métodos e


técnicas que possibilitam a coleta e o processamento de informações. Aplica
procedimentos e técnicas para a construção do conhecimento.

A pesquisa científica possui características próprias, daí a importância de se


saber o que é Ciência.

1.1 O QUE É CIÊNCIA?

CIÊNCIA, etimologicamente, é um termo que vem do latim scientia, que


significa conhecimento ou prática sistemática. Em sentido estrito, ciência refere-se ao
sistema de adquirir conhecimento baseado no método científico, bem como ao corpo
organizado de conhecimento conseguido através de pesquisas.

A ciência demonstra que é capaz de fornecer respostas dignas de confiança


sujeitas a críticas. É uma forma de entender, compreender os fenômenos que
ocorrem. Na verdade, a ciência é constituída pela observação sistemática dos fatos;
por intermédio da análise e da experimentação, extraímos resultados que passam a
ser avaliados universalmente.

Trujillo Ferrari (1974) afirma que Ciência é todo um conjunto de atitudes e de


atividades racionais, dirigida ao sistemático conhecimento com objeto limitado, capaz
de ser submetido à verificação.

Lakatos e Marconi (2007, p.80) escrevem que Ciência é sistematização de


conhecimentos, e, além disso, é “um conjunto de proposições logicamente
correlacionadas sobre o comportamento de certos fenômenos que se deseja estudar”.

A ciência tem a sua importância como uma forma de conhecimento humano,


objetivo, racional, sistemático, geral, verificável e falível.
13

1.2 TIPOS DE CONHECIMENTO

No conhecimento científico, o pensar deve ser sistemático, verificando uma


hipótese (ou conjunto de hipóteses), atribuindo o rigor na utilização de métodos
científicos.

Dessa forma, o trabalho científico configura-se na produção elaborada a partir


de questões específicas de estudo.

Por isso nele o conhecimento científico ganha destaque, uma vez que se torna
o ponto de partida e de chegada das atividades que correspondem a formação
superior.

Entretanto, o conhecimento científico não é o único tipo de conhecimento que


a humanidade produz e utiliza. Tampouco podemos dizer que esse conhecimento é o
mais importante. Sua importância se dá em função do contexto histórico e social do
qual ele surge, afinal, todo conhecimento está a serviço da sociedade que o criou.

Entretanto, o conhecimento humano manifesta-se de várias formas, algumas


mais simples e práticas, outras teóricas e complexas.

Verifiquemos alguns deles.


14

1.2.1 Conhecimento Empírico = Senso Comum

O conhecimento empírico, popular, o senso comum, se satisfaz com


informações infundadas e superficiais obtidas nas suas relações sociais cotidianas.
Diferentemente de outras formas de conhecimento, não traz preocupação com a
lógica e a comprovação.

Originário da simplicidade das pessoas comuns, cuja interação com a realidade


se dá de forma espontânea e desembaraçada, sem a necessidade de técnicas e
métodos rígidos. Muitas vezes baseado somente em superstições, crenças e mitos,
tenta dar respostas a várias situações da realidade, sempre de forma emotiva e
ingênua.

Outra característica do senso comum é ser transmitido pela oralidade, de


indivíduo para indivíduo e de geração para geração. Por isso, não tem o compromisso
com a comprovação, uma vez que as crenças que muitas vezes fundamentam suas
“verdades” baseiam-se em casuísmos.

Embora o conhecimento empírico seja muitas vezes negado no meio


acadêmico, deve-se reconhecer que seu surgimento e utilização correspondem a uma
visão específica de mundo, presente em contextos sociais marcados pela
espontaneidade, como nas comunidades agrárias e interioranas.

É importante saber, também, que do conhecimento do senso comum pode-se


desenvolver o conhecimento científico, pois ditos populares podem gerar questões
que, às vezes, levam à pesquisa e à investigação científica, ou seja, aquilo a que o
senso comum não responde, a ciência pode responder.

Para melhor entendimento, o exemplo nos tratamentos médicos esclarece esta


questão. Muitos remédios foram utilizados, inicialmente, pelas comadres. O
conhecimento deles era advindo do senso comum, muitas vezes chamado de
conhecimento vulgar. No entanto, o método científico comprovou a eficácia de cura
em muitos deles. Então passam a ser considerados um conhecimento científico.
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1.2.2 Conhecimento Religioso

O conhecimento religioso, também chamado de conhecimento teológico,


refere-se a uma forma encontrada pela humanidade para explicar a parte da realidade
que não é captada facilmente pelos sentidos e, portanto, foge as explicações do senso
comum.

Diante de situações e fenômenos algumas vezes inexplicáveis de forma


racional, os seres humanos buscam formas para responder as indagações que
pertencem ao campo da metafísica, tais como: vida após a morte, origem da
humanidade, o conceito de bem e de mal etc.

A validade do conhecimento religioso depende da fé professada por aqueles


que consideram legítimas as verdades reveladas, e essas verdades precisam
apresentar um sentido, uma coerência mínima para que haja uma motivação por parte
dos seguidores.

Segundo Gaarder (2005, p. 21), a religião sempre teve um aspecto intelectual.


O crente tem ideias bem definidas sobre como a humanidade e o mundo vieram a
existir, sobre a divindade e o sentido da vida. Esse é o repertório de ideias da religião,
que se expressam por cerimônias religiosas (ritos) e pela arte, mas em primeiro lugar
pela linguagem.

Tais expressões linguísticas podem ser escrituras sagradas, credos, doutrinas


ou mitos.

Entre as características do conhecimento religioso, podemos destacar sua


irrefutabilidade como a mais marcante, aspecto fortemente influenciado por um
elemento decisivo desse tipo de conhecimento: o dogma.

Ao longo da história da humanidade, esse tipo de conhecimento sempre esteve


presente e, devido a sua condição inquestionável, tem servido como instrumento de
controle e coerção.
16

Em algumas nações, Estado e Religião fundem-se, como no caso de alguns


países árabes.

1.2.3 Conhecimento Filosófico

A Filosofia é uma área da atividade intelectual humana que se ocupa em refletir


sobre a realidade, de forma radical e profunda.

Pode-se dizer que existem dois tipos de Filosofia: uma que se encontra
presente no dia a dia, que nos permite elucidar as contradições da realidade; e outra
formada por sistemas filosóficos, normalmente elaborados por grandes pensadores.

Os dois tipos de filosofia podem ser complementares ou não, ou seja, a


formação acadêmica em Filosofia não é condição determinante para que um indivíduo
tenha uma “atitude filosófica” perante a realidade circundante.
17

Do mesmo modo, reconhecemos que qualquer pessoa pode fazer uso da


filosofia em seu dia a dia para pensar de forma profunda as contradições que não são
perceptíveis facilmente por qualquer outra forma de conhecimento.

O conhecimento filosófico difere-se de outras formas de conhecimento por seu


objeto. Seu foco está em questões que pertencem ao campo da abstração e que,
portanto, fogem a realidade imediata que é apreendida facilmente pelos sentidos.

Segundo Cervo e Bervian (2002, p. 10), “filosofar é interrogar. A interrogação


parte da curiosidade. Essa é inata”.

Se a interrogação é o ponto de partida da filosofia, isso significa que a resposta


às questões que ela formula foge de seu campo de atuação.

Não é, no entanto, qualquer questionamento; trata-se de uma tentativa de


elucidação, de evidenciar eventuais contradições que a percepção mais imediata não
alcança.

São muitas as contribuições que o conhecimento filosófico apresenta. Uma


delas é a construção de uma consciência crítica sobre a realidade, pois, de modo
geral, somos tomados pela rotina das atividades sociais que desempenhamos, o que
nos absorve para o hábito de proceder todos os dias da mesma maneira, sem nos
ater às sinuosidades do real.

Para percebermos isso, é preciso lançar mão do conhecimento científico, que


possibilita a elevação do nosso senso crítico, mediante o uso das faculdades mentais
mais elevadas.
18

1.2.4 Conhecimento Científico

Marcas características do Conhecimento Científico:

 Sistematização: O conhecimento científico é marcado pela


sistematicidade. Essa importante característica é apreendida em parte nas aulas de
Metodologia da Pesquisa.

 Experimentação: Outra parte, que pertence ao nível da experimentação,


apreende-se com a prática da ciência, por meio da pesquisa, da produção do
conhecimento e de seu uso exaustivo.

 Dinâmico: Pode-se dizer que o conhecimento científico é também


dinâmico. Primeiro, porque não se produz nada em ciência, sem que se tenha um
ponto de partida, uma leitura prévia, uma revisão de literatura. Segundo, porque a
produção científica nunca será definitiva, absoluta.

Em ciência, tudo tende a ser objetivo e consistente, mas relativo e, algumas


vezes, provisório. Exemplo disso é que algumas “verdades” científicas já caíram por
terra, como o fato de que no passado se acreditava que as florestas eram as maiores
responsáveis pela produção de oxigênio do planeta. Hoje já se sabe (cientificamente)
que são os fitos plânctons, seres muito pequenos que vivem nos mares, têm clorofila
e realizam fotossíntese.

 Formalização: Outro aspecto fundamental do conhecimento científico é


a formalização. Em ciência, as regras devem ser criteriosamente observadas.
A inobservância dos determinantes formais para a produção do conhecimento
científico pode comprometer seu reconhecimento perante o meio acadêmico.

Demo (2000, p. 29) acredita que “dentro da nossa tradição científica, cabe em
ciência apenas o que admite suficiente formalização, quer dizer, pode ser analisado
em suas partes recorrentes. Pode ser vista como polêmica tal expectativa, mas é a
dominante, e, de modo geral, a única aceita”.
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 Verificabilidade: Além da formalização, as descobertas que pertencem


ao âmbito do conhecimento científico possuem a característica da verificabilidade, isto
é, devem estabelecer uma correspondência direta com a realidade objetiva e serem
passíveis de comprovação.

Tal comprovação obedece a particularidade de cada área do conhecimento


científico: Ciências Humanas, Ciências Sociais, Ciências Exatas etc.

Em alguns casos, essa verificação ocorre no âmbito de um laboratório repleto


de equipamentos; em outros casos pode ser mediante um trabalho de campo ou
mesmo uma pesquisa bibliográfica. Além disso, não pode prescindir de uma lógica
argumentativa que dê coerência e validade aos resultados apresentados.

Por outro lado, muito mais do que uma forma de responder as questões que a
realidade apresenta, de forma objetiva e sistemática, o conhecimento científico reflete
uma visão de mundo própria de um modelo de sociedade alicerçado na lógica, na
objetividade do real.

Durante algum tempo se acreditava que a neutralidade era mesmo uma marca
desse tipo de conhecimento. Entretanto, já se sabe que não há um conhecimento
puro, pois todo conhecimento está a serviço dos interesses sociais que fundamentam
e legitimam seu uso.

O discurso da objetividade, da neutralidade e da legitimidade absoluta do


conhecimento científico tem sido questionado em função da onda pós-moderna, que
tem tomado a academia, especialmente a partir da última metade do século XX.

A ciência, portanto, firmou-se no bojo de um movimento que buscava


universalizar os valores humanos para construir de forma coerente um único discurso
ocidental. Tal movimento pode ser chamado de modernidade.

Quadro 1 – Características dos tipos de Conhecimento Científico e


Conhecimento Empírico

CONHECIMENTO CIENTÍFICO CONHECIMENTO EMPÍRICO


Real – lida com fatos Valorativo – baseado nos valores de
quem promove o estudo.
20

Contingente- sua veracidade ou falsidade Reflexivo - não pode ser reduzido a uma
é conhecida através da experiência. formulação geral.
Sistemático – forma um sistema de ideias Assistemático – baseia-se na
e não conhecimentos dispersos e organização de quem promove o estudo,
desconexos. não possui uma sistematização das ideias
que explique os fenômenos.
Verificável ou demonstrável – o que Verificável – porém limitado ao âmbito do
não pode ser verificado ou demonstrado não cotidiano do pesquisador ou observador.
é incorporado ao âmbito da ciência.
Falível e aproximadamente exato – Falível e inexato – conforma-se com a
por não ser definitivo, absoluto ou final. aparência e com o que ouvimos dizer a
Novas técnicas e proposições podem respeito do objeto ou fenômeno. Não
reformular ou corrigir uma teoria já existente. permite a formulação de hipóteses sobre a
existência de fenômenos situados além das
percepções objetivas
Fonte: adaptado de Lakatos e Marconi (2007, p. 77)
21

É algo potencialmente desastroso levar a vida no piloto automático.


Disponível em https://cursoenemgratuito.com.br/senso-comum-e-filosofia/ Acesso 10/04/2020
1.3 MÉTODO CIENTÍFICO

Afinal, o que é Método? Método é caminho, é ferramenta. Relembrando:


Método, palavra originada do grego met-hódos, significa “seguindo o caminho”.

Rino Fisichella (2000) traz a seguinte definição:

Método é o caminho para alcançar-se determinado objetivo ou


processo ou conjunto de processos que permite conhecer-se
determinada realidade, produzir certo objeto, ou desempenhar este
ou aquele tipo de comportamento. Quando se pensa na construção
ou adoção de um método, vê-se então que o caminho é bem amplo.

Método pode ser definido como etapas dispostas ordenadamente para


investigação da verdade, no estudo de uma ciência para atingir determinada
finalidade.

Técnica como o modo de fazer de forma mais hábil, segura e perfeita alguma
atividade, arte ou ofício.

Considerando que Método é um procedimento ou caminho para alcançar


determinado fim e que a finalidade da ciência é a busca do conhecimento, pode-se
dizer que o Método científico é um conjunto de procedimentos intelectuais adotados
com o propósito de atingir o conhecimento.

Método científico é o conjunto de processos ou operações mentais que


devemos empregar na investigação. É a linha de raciocínio adotada no processo de
pesquisa.

Trujillo Ferrari (1974) escreve: o método científico é um traço característico da


ciência, constituindo-se em instrumento básico que ordena, inicialmente, o
pensamento em sistemas e traça os procedimentos do cientista ao longo do caminho
até atingir o objetivo científico preestabelecido.

Lakatos e Marconi (2007) afirmam que a utilização de métodos de pesquisa


científicos não é exclusiva da ciência, sendo possível usá-los para a resolução de
problemas do cotidiano. Destacam que, por outro lado, não há ciência sem o emprego
de métodos científicos.
22

Para que um conhecimento possa ser considerado científico, torna-se


necessário identificar as operações mentais e técnicas que possibilitam a sua
verificação (GIL, 2008).

Ou, em outras palavras, determinar o método que possibilitou chegar a esse


conhecimento.

A investigação científica depende de um “conjunto de procedimentos


intelectuais e técnicos” (GIL, 2008, p. 8), para que seus objetivos sejam atingidos: os
métodos científicos.

1.3.1 Resumo da Evolução Histórica do Método da Pesquisa


Científica

Na Antiguidade, por exemplo, a humanidade encontrou na mitologia uma forma


de explicação para a realidade.

Na Grécia Antiga, pensadores como Euclides, Platão, Aristóteles, Arquimedes,


Tales e Ptolomeu, além das chamadas questões metafísicas, trataram também da
Geometria, da Matemática, da Física, da Medicina etc., imprimindo uma visão
totalizante às suas interpretações.

Na Idade Média, séculos IV – XIII, o conhecimento religioso teve particular


relevância diante do modelo teocêntrico de organização social. Santo Agostinho e São
Tomás de Aquino são os ícones na transformação dos textos bíblicos em fonte de
autoridade científica e, de modo geral, a existência de uma atitude de
preservação/contemplação da natureza, considerada sagrada.

A Modernidade, séculos XVI – XVII, com pensadores como Copérnico, Kapler,


Galileu e Newton, impulsionada pelo racionalismo, deu ênfase à ciência enquanto
forma de conhecimento socialmente estabelecido.

Há a ruptura com a estrutura teológica e epistemológica do período medieval e


início da busca por uma interpretação matematizada e formal do real. O método
acontecendo em dois momentos: a indução e a educação.
23

Com Bacon, Hobbes, Locke, Hume e Mill há o aprofundamento da questão da


indução, lançamento das bases para o método indutivo-experimental. Com Descartes,
Método dedutivo.

Já no século XVIII, Immanuel Kant realiza inúmeros trabalhos e afirma que o


Sujeito é o ordenador e construtor da experiência: só existe o que é pensado.

O século XIX traz pensadores como Friedrich Hegel, que aponta que toda ideia
pode ser contestada através de uma ideia contrária, a antítese.

A disputa entre a ‘tesis’ e a antítese seria a dialética. Todo processo histórico é


regido por uma lógica dialética. O método dialético proposto por Hegel inclui a noção
de movimento, processo ou progresso para chegar ao resultado do conflito de
opostos.

Karl Marx traz sua contribuição e afirma que as explicações verdadeiras para o
que ocorre no real não se verificarão através do estabelecimento de relações causais
ou relações de analogia, mas sim no desvelamento do “real aparente” para chegar no
“real concreto”.

O século XX considera amplamente um dos seus maiores filósofos da ciência


Karl Popper. Propõe que o indutivismo seja substituído por um modelo hipotético-
dedutivo, ressaltando que o que deve ser testado não é a possibilidade de verificação,
mas sim a de refutação de uma hipótese.

Thomas Kuhn, físico e filósofo da ciência, torna-se um marco no estudo do


processo que leva ao desenvolvimento científico.

Seu trabalho incide sobre o método em dois momentos: a ciência trabalha para
ampliar e aprofundar o aparato conceitual do paradigma, ou, num momento de crise,
trabalha pela superação do paradigma dominante.
24

1.3.2 Diversidade de Métodos

Vários pensadores do passado manifestaram o desejo de definir um método


universal que fosse aplicado a todos os ramos do conhecimento.

Hoje, porém, os cientistas e filósofos da ciência preferem falar numa


diversidade de métodos, que são determinados pelo tipo de objeto a investigar e pela
classe de proposições a descobrir.

Assim, podemos afirmar que a Matemática não tem o mesmo método da Física
e que esta não tem o mesmo método da Astronomia. As Ciências Sociais dispõem de
grande variedade de métodos.

Dada a diversidade de métodos, alguns autores costumam classificá-los em


gerais, também denominados de abordagem, e específicos, denominados discretos
ou de procedimento.

1.3.2.1 Métodos de Abordagem ou Métodos Gerais

Os métodos de abordagem são os que fornecem as bases lógicas à


investigação são: dedutivo, indutivo, dialético, hipotético-dedutivo e fenomenológico.

Esses métodos esclarecem os procedimentos lógicos que deverão ser


seguidos no processo de investigação científica dos fatos da natureza e da sociedade.

São, pois, métodos desenvolvidos a partir de elevado grau de abstração, que


possibilitam ao pesquisador decidir acerca do alcance de sua investigação, das regras
de explicação dos fatos e da validade de suas generalizações.

a) Método Dedutivo

O Método Dedutivo transforma enunciados universais, em particulares.

O ponto de partida é a premissa antecedente, que tem valor universal e o ponto


de chegada é o consequente (premissa particular). A dedução já está implícita nos
princípios e a sua forma mais importante é o silogismo, composto de três juízos ou
proposições: duas premissas – maior e menor e uma conclusão.
25

O método dedutivo, de acordo com o entendimento clássico, é o método que


parte do geral e, a seguir, desce ao particular. A partir de princípios, leis ou teorias
consideradas verdadeiras e indiscutíveis, prediz a ocorrência de casos particulares
com base na lógica.

“Parte de princípios reconhecidos como verdadeiros e indiscutíveis e possibilita


chegar a conclusões de maneira puramente formal, isto é, em virtude unicamente de
sua lógica”. (GIL, 2008, p. 9).

Método proposto pelos racionalistas Descartes, Spinoza e Leibniz pressupõe


que só a razão é capaz de levar ao conhecimento verdadeiro. O raciocínio dedutivo
tem o objetivo de explicar o conteúdo das premissas.

Por intermédio de uma cadeia de raciocínio em ordem descendente, de análise


do geral para o particular, chega a uma conclusão. Usa o silogismo, a construção
lógica para, a partir de duas premissas, retirar uma terceira logicamente decorrente
das duas primeiras, denominada de conclusão.

Veja um clássico exemplo de raciocínio dedutivo a seguir:

Todo homem é mortal ..................................... (premissa maior)

Pedro é homem .............................................. (premissa menor)

Logo, Pedro é mortal ................................ (conclusão)

Mesmo do ponto de vista puramente lógico, são apresentadas várias objeções


ao método dedutivo. Uma delas é a de que o raciocínio dedutivo é essencialmente
tautológico, ou seja, permite concluir, de forma diferente, a mesma coisa.

Esse argumento pode ser verificado no exemplo apresentado. Quando


aceitamos que todo homem é mortal, colocar o caso particular de Pedro nada
adiciona, pois, essa característica já foi adicionada na premissa maior.

“Outra objeção ao método dedutivo refere-se ao caráter apriorístico de seu


raciocínio”. (GIL, 2008, p.10).

De fato, partir de uma afirmação geral significa supor um conhecimento prévio.


Como é que podemos afirmar que todo homem é mortal?
26

Esse conhecimento não pode derivar da observação repetida de casos


particulares, pois isso seria indução. A afirmação de que todo homem é mortal foi
previamente adotada e não pode ser colocada em dúvida. Por isso, os críticos do
método dedutivo argumentam que esse raciocínio se assemelha ao adotado pelos
teólogos, que partem de posições dogmáticas (PRODANOV; FREITAS, 2013, p.27).

b) Método Indutivo

A Indução parte de registros menos gerais para enunciados mais gerais.


Podemos tomar como exemplo a Classificação da Contabilidade como ciência social.
O que relatamos é comum no uso do raciocínio indutivo. A partir da observação de
alguns fatos, a mente humana tende a tirar conclusões gerais. (PRODANOV;
FREITAS, 2013, p.31)

O argumento indutivo fundamenta-se em premissas. A indução parte de um


fenômeno para chegar a uma lei geral por meio da observação e de experimentação,
visando a investigar a relação existente entre dois fenômenos para se generalizar.

Temos, então, que “o método indutivo procede inversamente ao dedutivo: parte


do particular e coloca a generalização como um produto posterior do trabalho de coleta
de dados particulares” (GIL, 2008, p.10).

Nesse método, partimos da observação de fatos ou fenômenos cujas causas


desejamos conhecer.

A seguir, procuramos compará-los com a finalidade de descobrir as relações


existentes entre eles. Por fim, procedemos à generalização, com base na relação
verificada entre os fatos ou fenômenos.

Consideremos, por exemplo:

Antônio é mortal. João é mortal. Paulo é mortal. ... Carlos é mortal.

Ora, Antônio, João, Paulo ... e Carlos são homens.

Logo, (todos) os homens são mortais.


27

As conclusões obtidas por meio da indução correspondem a uma verdade não


contida nas premissas consideradas, [...] diferentemente do que ocorre com a
dedução. Assim, se por meio da dedução chega-se a conclusões verdadeiras, já que
baseadas em premissas igualmente verdadeiras, por meio da indução chega-se a
conclusões que são apenas prováveis. (GIL, 2008, p.11).

O raciocínio indutivo influenciou significativamente o pensamento científico.

Argumentos dedutivos e indutivos – exemplos e comparação

1- Dedutivo: se todas as premissas são verdadeiras, a conclusão deve ser


verdadeira.

Indutivo: se todas as premissas são verdadeiras, a conclusão é


provavelmente verdadeira, mas não necessariamente verdadeira.

2- Dedutivo: toda a informação ou o conteúdo fatual da conclusão já estava,


pelo menos implicitamente nas premissas.

Indutivo: A conclusão encerra informação que não estava, nem


implicitamente, nas premissas.

(Fonte: adaptado de Lakatos e Marconi - 2007, p.92)

c) Método Dialético

Observe a etimologia da palavra Dialético. Vem da origem grega “dialetos”, que


significa debate, forma de discutir e debater.

Na dialética, ocorre a negação da negação como algo positivo, pois essa


polaridade entre negação e afirmação implica negação, mas a negação da negação
surge afirmação. Quando se repete a negação, isto significa sim. Segunda negação.
O resultado será algo positivo.

É com essa lei do pensamento que a dialética tem como definição do debate a
Tese, proposição positiva; se nega a sua contrária, negando a primeira que é a
28

antítese, por sua vez negada, obtém, assim, a síntese, que é a negação da tese e
antítese.

Em síntese, o método dialético parte da premissa de que, na natureza, tudo se


relaciona, transforma-se e há sempre uma contradição inerente a cada fenômeno.

Nesse tipo de método, para conhecer determinado fenômeno ou objeto, o


pesquisador precisa estudá-lo em todos os seus aspectos, suas relações e conexões,
sem tratar o conhecimento como algo rígido, já que tudo no mundo está sempre em
constante mudança. (PRODANOV; FREITAS, 2013, p.31)

De acordo com Gil (2008, p.14), [...] a dialética fornece as bases para uma
interpretação dinâmica e totalizante da realidade, uma vez que estabelece que os
fatos sociais não podem ser entendidos quando considerados isoladamente,
abstraídos de suas influências políticas, econômicas, culturais etc.

d) Método Hipotético-Dedutivo

O método hipotético-dedutivo foi definido por Karl Popper a partir de críticas à


indução, expressas em A lógica da investigação científica, obra publicada pela
primeira vez em 1935 (GIL, 2008).

É o método da tentativa e erro.

Surge o problema e a conjectura, que serão testados pela observação e


experimentação. O seu uso permite identificar os erros da hipótese para posterior
correção. Ela não imuniza a hipótese contra a rejeição, mas, ao contrário, oferece
todas as condições para, se não for correta, que seja refutada. Chamado
Falseacionista.

Para tentar explicar as dificuldades expressas no problema, são formuladas


conjecturas ou hipóteses. Das hipóteses formuladas, deduzem-se consequências que
deverão ser testadas ou falseadas. Falsear significa tornar falsas as consequências
deduzidas das hipóteses. Enquanto no método dedutivo se procura a todo custo
confirmar a hipótese, no método hipotético-dedutivo, ao contrário, procuram-se
evidências empíricas para derrubá-la. (GIL, 2008, p.12).
29

O método hipotético-dedutivo inicia-se com um problema ou uma lacuna no


conhecimento científico, passando pela formulação de hipóteses e por um processo
de inferência dedutiva, o qual testa a predição da ocorrência de fenômenos
abrangidos pela referida hipótese.

Podemos apresentar o método hipotético-dedutivo a partir do seguinte


esquema (GIL, 2008, p.12):

Problema → Conjecturas → Dedução de consequências observadas


→Tentativa de falseamento → Corroboração

A pesquisa científica, com abordagem hipotético-dedutiva, inicia-se com a


formulação de um problema e com sua descrição clara e precisa, a fim de facilitar a
obtenção de um modelo simplificado e a identificação de outros conhecimentos e
instrumentos, relevantes ao problema, que auxiliarão o pesquisador em seu trabalho.

Após esse estudo preparatório, o pesquisador passa para a fase de


observação.

Na verdade, essa é a fase de teste do modelo simplificado. É uma fase


meticulosa em que é observado determinado aspecto do universo, objeto da pesquisa.

A fase seguinte é a formulação de hipóteses, ou descrições-tentativa,


consistentes com o que foi observado.

Essas hipóteses são utilizadas para fazer prognósticos, os quais serão


comprovados ou não por meio de testes, experimentos ou observações mais
detalhadas. Em função dos resultados desses testes, as hipóteses podem ser
modificadas, dando início a um novo ciclo, até que não haja discrepâncias entre a
teoria (ou o modelo) e os experimentos e/ou as observações. (PRODANOV;
FREITAS, 2013, p.31)

O método hipotético-dedutivo desfruta de notável aceitação, em especial no


campo das ciências naturais.
30

e) Método Fenomenológico

O método fenomenológico, tal como foi apresentado por Edmund Husserl


(1859-1938),

O método fenomenológico não é dedutivo nem empírico. Consiste em mostrar


o que é dado e em esclarecer esse dado. “Não explica mediante leis nem deduz a
partir de princípios, mas considera imediatamente o que está presente à consciência:
o objeto”. (GIL, 2008, p. 14).

A primeira e fundamental regra do método fenomenológico é “avançar para as


próprias coisas”.

Tem uma tendência orientada totalmente para o objeto, para o dado, o


fenômeno, aquilo que é visto diante da consciência.

Ou seja, o método fenomenológico limita-se aos aspectos essenciais e


intrínsecos do fenômeno, sem lançar mão de deduções ou empirismos, buscando
compreendê-lo por meio da intuição, visando apenas o dado, o fenômeno, não
importando sua natureza real ou fictícia.

A fenomenologia não se preocupa, pois, com algo desconhecido que se


encontre atrás do fenômeno. Só visa o dado, sem querer decidir se esse dado é uma
realidade ou uma aparência.

1.3.2.2 Métodos de Procedimentos ou Métodos Específicos

Os métodos de procedimentos, também chamados de específicos ou discretos,


são diferentes dos métodos de abordagem.

Os métodos de procedimentos (considerados às vezes também em relação às


técnicas) são menos abstratos. São etapas da investigação.

Estão relacionados com os procedimentos técnicos a serem seguidos pelo


pesquisador dentro de determinada área de conhecimento.

O(s) método(s) escolhido(s) determinará(ão) os procedimentos a serem


utilizados, tanto na coleta de dados e informações quanto na análise.
31

“Esses métodos têm por objetivo proporcionar ao investigador os meios


técnicos, para garantir a objetividade e a precisão no estudo dos fatos sociais”.
(GIL, 2008, p.15).

Mais especificamente, visam a fornecer a orientação necessária à realização


da pesquisa social, em especial no que diz respeito à obtenção, ao processamento e
à validação dos dados pertinentes à problemática, objeto da investigação realizada.

Podem ser identificados vários métodos dessa natureza nas ciências sociais.

Os mais adotados são: histórico, experimental, observacional, comparativo,


estatístico, clínico e monográfico.

a) Método Histórico

O Método Histórico tem como pressuposto reconstruir o passado objetivamente


e acuradamente, geralmente relacionado com uma hipótese sustentável.

As instituições e os costumes contribuem para a formação de nossa vida social


como fonte de origem passada importando assim a pesquisa na compreensão de sua
natureza e função.

Esse método é típico dos estudos qualitativos.


32

b) Método Experimental

O Método Experimental consiste, especialmente, em submeter os objetos de


estudo à influência de certas variáveis, em condições controladas e conhecidas pelo
investigador, para observar os resultados que a variável produz no objeto (GIL, 2008).

Uma grande parte dos conhecimentos obtidos nos três últimos séculos foram
advindos do emprego do método experimental.

É considerado o método por excelência das ciências naturais. Visto que há


situações éticas e técnicas, esse método só pode ser aplicado em poucos casos no
campo das ciências sociais.

c) Método Observacional

O método observacional é um dos mais utilizados nas ciências sociais e


apresenta alguns aspectos interessantes.

“Por um lado, pode ser considerado como o mais primitivo e,


consequentemente, o mais impreciso. Mas, por outro lado, pode ser tido como um dos
mais modernos, visto ser o que possibilita o mais elevado grau de precisão nas
ciências sociais”. (GIL, 2008, p.16).

Difere do experimental em alguns aspectos na relação entre eles: “nos


experimentos, o cientista toma providências para que alguma coisa ocorra, a fim de
observar o que se segue, ao passo que, no estudo por observação, apenas observa
algo que acontece ou já aconteceu”. (GIL, 2008, p.16).

d) Método Comparativo

Empregado por Taylor, o Método Comparativo realiza comparações com o


objetivo de verificar semelhanças e explicar as divergências no intuito de melhor
compreender o comportamento humano.

Analisa os dados concretos e com base neles se deduz elementos abstratos e


genéricos.
33

Podendo ser utilizado em todas as fases e níveis que estejam sendo realizadas
as investigações.

e) Método Estatístico

O Método Estatístico é um método de análise, planejado por dados que permite


obter de conjuntos complexos, representações simples e constatar se essas
verificações simplificadas têm relações entre si.

Quando, a partir de uma amostragem ou de um caso particular, fazem-se


generalizações, tem-se a probabilidade e não a certeza da ocorrência de tal
fenômeno.

O papel do método estatístico é, essencialmente, possibilitar uma descrição


quantitativa da sociedade, considerada como um todo organizado.

Conforme Gil (2008, p.17), “este método se fundamenta na aplicação da teoria


estatística da probabilidade e constitui importante auxílio para a investigação em
ciências sociais”.

Deve-se considerar, no entanto, que as explicações obtidas mediante a


utilização do método estatístico não devem ser consideradas absolutamente
verdadeiras, mas portadoras de boa probabilidade de serem verdadeiras.

f) Método Clínico

O Método Clínico baseia-se numa relação profunda entre pesquisador e


pesquisado. “É utilizado, principalmente, na pesquisa psicológica, cujos
pesquisadores são indivíduos que procuram o psicólogo ou o psiquiatra para obter
ajuda”. (GIL, 2008, p.17).

O método clínico tornou-se um dos mais importantes na investigação


psicológica, em especial depois dos trabalhos de Freud (GIL, 2008).

Sua contribuição à Psicologia tem sido muito significativa, particularmente no


que se refere ao estudo dos determinantes inconscientes do comportamento.
34

No entanto, enfatizamos que o pesquisador que adota o método clínico deve


se precaver de muitos cuidados ao propor generalizações, visto que esse método se
apoia em casos individuais e envolve experiências subjetivas. (PRODANOV;
FREITAS, 2013, p.39)

g) Método Monográfico

O Método Monográfico é conhecido, também, como estudo de caso e permite


mediante caso isolado ou de pequenos grupos, entender determinados fatos.

Partindo do princípio de que qualquer caso que se estude em profundidade


pode ser considerado representativo de muitos outros ou até de todos os casos
semelhantes.

Tão importante quanto escolher e justificar o método em sua pesquisa é narrar


o percurso metodológico. Neste item são descritas todas as atividades práticas para
garimpagem dos dados da pesquisa, isto é, as etapas de planejamento de cada item
e subitem do projeto objetivando claramente a coleta dos dados.

Os procedimentos e técnicas adequadas ao desenvolvimento da pesquisa


estão diretamente ligados tanto ao problema de pesquisa criado a partir do tema,
quanto à consecução dos objetivos específicos que irão embasar as análises e
interpretação dos resultados obtidos na pesquisa de campo.

1.3.3 Método e Técnica

Fachin (2003, p.29) escreve: Vale a pena salientar que métodos e técnicas se
relacionam, mas são distintos.

O método é um conjunto de etapas ordenadamente dispostas, destinadas a


realizar e antecipar uma atividade na busca de uma realidade; enquanto a técnica está
ligada ao modo de se realizar a atividade de forma mais hábil, mais perfeita. [...] O
método se refere ao atendimento de um objetivo, enquanto a técnica operacionaliza o
método.
35

A técnica da pesquisa trata dos procedimentos práticos que devem ser


adotados para realizar um trabalho científico, qualquer que seja o método aplicado,
escreve Miranda Neto (2005, p.39).

A técnica serve para registrar e quantificar os dados observados, ordená-los e


classificá-los. A técnica especifica como fazer (OLIVEIRA, 2002, p.58).

Para a realização de uma pesquisa, é necessário o uso de técnicas adequadas,


capazes de coletar dados suficientes, de modo que deem conta dos objetivos
traçados, quando da sua projeção.

Disponível em <https://tirarapida.blog&rlz=1C1NHXL_pt-BRBR827BR827&sxsrf=ALeKk018p1_3.jpg> Acesso em


10/04/2020.
36

LEITURA COMPLEMENTAR

É PRECISO APRENDER A APRENDER

Um dos maiores desafios enfrentados pelo estudante universitário é a dificuldade


de se adaptar e vencer a nova fase em que se encontra – saída do contexto
estudantil do ensino médio para o patamar universitário.
O que se espera dele é mudança de postura e receptividade. Autonomia
intelectual, curiosidade intelectual e senso crítico são algumas das
características desejáveis para esse estudante.
Autonomia intelectual que é capaz de gerar nele uma forma de pensar
independente, criativa e crítica.
Labelle (1998, p. 109): “a autonomia, decorrendo da liberdade, surge, por este
fato, ligada a autoridade, no sentido primeiro deste termo, que é o de ser o autor
do seu próprio crescimento”.
Portanto, ter autoridade é um atributo que o sujeito tem que desenvolver, dando
provas de que é capaz de realizar a gestão do seu próprio crescimento como um
ser pensante, crítico e criativo.
A curiosidade intelectual, por outro lado, define-se por um modo distinto de
abordar problemas que nos afetam no dia a dia e em nossa profissão. Enquanto
a curiosidade social (conhecimento popular) pode se satisfazer rapidamente
através de fofoca ou conversas sociais, a curiosidade intelectual depende de um
investimento do indivíduo durante muito tempo, a fim de compreender
fenômenos profundamente. (CARRAHER, 1983, p. 28).
Estudantes preguiçosos, negligentes e descomprometidos com sua formação
dificilmente se tornarão profissionais em condições de competir num mercado de
trabalho cada dia mais exigente. É comum as empresas culparem as instituições
de ensino superior por “despejarem” no mercado profissionais malformados,
como também é fato que o aumento da oferta de vagas na educação superior
tem contribuído para a diminuição do padrão de qualidade desses profissionais.
Entretanto, queremos afirmar que há uma parcela individual de responsabilidade
na formação acadêmica que deve ser levada muito a sério pelos estudantes.
Neste novo contexto social mediado por tecnologias inteligentes, o acesso à
informação e ao conhecimento se tornou ponto pacífico, isso porque estamos a
cada dia mais nos distanciando de uma cultura ensinante e nos aproximando de
uma cultura aprendente (BELLONI, 2012), na qual a figura do professor cedeu
lugar a figura do colaborador, incentivador e mediador.
Portanto, é crucial que alunos reservem um tempo diário para dedicarem-se ao
estudo da matéria lecionada pelo professor, mas que, principalmente, não se
limitem a isso. É fundamental que tenham curiosidade intelectual, atitude
investigativa e perspicácia para elucidar eventuais contradições presentes na
realidade.
(Fonte: Adaptado de Silva e Porto, 2016, p. 17)
37

CAPÍTULO 2
REDAÇÃO CIENTÍFICA

A redação de um texto científico tem características específicas.

A linguagem dos artigos científicos não é literária nem retórica. Não é


expressiva, nem progressiva.

É informativa e técnica, de ordem racional, firmada em dados concretos, onde


pode-se apresentar argumentos de ordem subjetiva, porém dentro de um ponto de
vista científico.

Sempre deve-se buscar a impessoalidade, a objetividade, a modéstia, a


cortesia. Linguagem clara, precisa e coerente, com o uso de vocábulos comuns, com
o sentido próprio que lhes conferem os dicionários e as enciclopédias.

Cada ramo da ciência possui terminologia própria e os vocábulos técnicos


devem ser observados.

Não se deve usar expressões: “eu penso”, “eu acho”, “parece-me”, pois dão
margem a interpretações simplórias e sem valor científico.

Um dos grandes segredos, uma das regras de ouro é: usar frases curtas. Nada
de abusar do uso de vírgulas, de parágrafos enormes, por vezes sem lógica,
emendando ideias umas nas outras. A clareza e a objetividade ficam prejudicadas.

Tudo deve ser redigido na terceira pessoa do singular, menos a conclusão, que
pode conter expressões como “concluímos”, “induzimos”, dentre outras.

A correção gramatical é indispensável. Deve-se evitar muitas orações


subordinadas, intercaladas com parênteses, num único período.

Segundo Medeiros (2006, p. 137): texto é um tecido verbal estruturado de tal


forma que as ideias formam um todo coeso, uno, coerente. A imagem de tecido
contribui para esclarecer que não se trata de feixe de fios (frases soltas), mas de fios
entrelaçados (frases que se inter-relacionam).
38

2.1 PARÁGRAFO

O uso de parágrafos deve ser dosado na medida necessária para articular o


raciocínio: toda vez que se dá um passo a mais no desenvolvimento do raciocínio,
muda-se o parágrafo.

A condição primeira e indispensável de uma boa redação científica é a clareza


e a precisão das ideias. É preciso saber como expressar adequadamente um
pensamento, se for claro o que se desejar manifestar.

A redação bem concisa e clara não deve seguir o ritmo comum do nosso
pensamento, que geralmente se baseia na associação livre de ideias e imagens.

Ao explanar as ideias, com maior coerência e clareza, é necessário cortar,


adicionar palavras ou frases, estabelecer uma estrutura interligada.

A estrutura da redação assemelha-se a um esqueleto, constituído de vértebras


interligadas entre si.

O parágrafo é a unidade que se desenvolve uma ideia central que se encontra


ligada às ideias secundárias, devido ao mesmo sentido. Deste modo, quando se muda
de assunto, muda-se de parágrafo.

Um parágrafo segue a mesma circularidade lógica de toda a redação:


introdução, desenvolvimento e conclusão.

Convém iniciar cada parágrafo através do tópico frasal (oração principal), onde
se expressa a ideia predominante. Por sua vez, esta é desdobrada pelas ideias
secundárias. Todavia, no final, ela deve aparecer mais uma vez.

Assim, o que caracteriza um parágrafo é a unidade (uma só ideia principal), a


coerência (articulação entre as ideias) e a ênfase (volta à ideia principal), por isso o
autor, antes de iniciar a redação, precisa ter assimilado o assunto que vai registrar,
em todas as suas partes, em todas as suas dimensões, para que fique um “corpo
integrado” e coerente.
39

2.2 PARÁFRASE

Paráfrase é a interpretação de um texto através das próprias palavras, de modo


a manter o mesmo pensamento do original. Tradução livre e, em geral, desenvolvida.

Na literatura, é a reprodução de ideias e conteúdo de um texto, livro ou


narrativa, dando-lhes uma nova interpretação, tornando-os mais perceptivos,
atribuindo-lhes um novo sentido, sem alterar seu sentido inicial. (Dicionário On Line
Português)

A língua possui várias maneiras, formas diferentes de escrever o mesmo texto.


A paráfrase é a reescrita do texto com outras palavras, mantendo, no entanto, o
sentido original.

A Paráfrase não tem a obrigatoriedade de diminuir a quantidade de informações


que o texto traz, o que a diferencia do Resumo. O seu principal objetivo é tornar o
texto mais claro, mais compreendido, mais objetivo. Portanto, é sempre uma nova
escrita de um texto já existente, uma espécie de “tradução” dentro da própria língua.

2.2.1 Exigências ao se fazer uma Paráfrase

O autor da paráfrase deve demonstrar que entendeu claramente a ideia original


do texto;

Deve utilizar a mesma ordem das ideias que aparece no texto matriz;

Não deve omitir nenhuma informação essencial que o texto original trouxe;

Não acrescentar qualquer comentário acerca do que o texto original diz;

Ter o cuidado de não repetir simplesmente o que está no original, mas dizê-lo
de forma diferente.

2.2.2 Formas de se fazer uma Paráfrase

1-. Inverta os termos da oração ou das orações no período:


40

Ex.: Texto Original: No ano 79 d.C. um poderoso vulcão mudou a história de


um pequeno balneário romano. Durante o dia inteiro, o Vesúvio lançou ao céu uma
chuva de cinza e rochas que destruiu Pompeia, matando 16 mil pessoas

Texto Parafraseado: A cidade de Pompeia foi destruída no ano 79 d.C.,


pelo vulcão Vesúvio, que passou um dia inteiro lançando cinzas e rochas, matando
16 mil pessoas e mudando a história daquele pequeno balneário romano.

2- Transposição da voz ativa para a voz passiva e vice-versa:

Ex.: (Texto Original) Os voluntários distribuíram a comida para os sem-teto.

(Texto Parafraseado) A comida para os sem-teto foi distribuída pelos


voluntários.

3- Transformação de uma oração reduzida em desenvolvida e vice-versa:

Ex.: (Texto Original) A regra mais importante na vida é ser feliz.

(Texto Parafraseado) A regra mais importante na vida é que se tenha


felicidade.

4- Transposição do discurso direto para o indireto e vice-versa:

Ex.: (Texto Original) Filho meu, dá ouvido à orientação de tua mãe, disse o pai.

(Texto Parafraseado) O pai disse ao filho que desse ouvido à orientação


de sua mãe.

5- Substituição de palavras:

Ex.: (Texto Original) O sinal de trânsito está vermelho.

(Texto Parafraseado) Os carros não têm permissão para prosseguir.


41

Ex.: Parafraseando Poemas

Poema Original: AI QUE MOLEZA NO CORPO – Bento Nascimento

Ai que moleza no corpo

Uma vontade de me estender no chão.

Deixar que o capim cresça em volta

Deixar que os insetos,

Os fungos se abriguem em mim

Estranha alegria de virar uma paisagem.

Poema Parafraseado – AI QUE FRAQUEZA NOS MEMBROS – Isabel e Alifer

Ai que fraqueza nos membros

Um desejo de deitar no piso

Permitir que o mato aumente ao redor

Permitir que os insetos,

Os fungos se alojem em mim

Desconhecida felicidade vontade de virar paisagem.

Exemplo clássico de Paráfrase em escritores da Literatura Brasileira:

Texto Original: Canção do Exílio, de Gonçalves Dias:

Minha terra tem palmeiras

onde canta o sabiá,

As aves que aqui gorjeiam

não gorjeiam como lá.


42

Texto Parafraseado: Europa, França e Bahia, de Carlos Drummond de


Andrade:

Meus olhos brasileiros se fecham saudosos

Minha boca procura a “Canção do Exílio”,

Como era mesmo a “Canção do Exílio”?

Eu tão esquecido de minha terra...

Ai terra que tem palmeiras

Onde canta o sabiá.

(Fonte: Disponível em
<https://www.portugues.com.br/redacao/parodiaparafraseexemplosintertextualidade.html>
Acesso em 23.04.2020)

2.2.3 Não confundir com PARÓDIA

PARÓDIA é uma releitura, em sua maioria cômica, de alguma composição


literária, com o uso frequente de ironia e deboche.

Há uma ruptura com o texto original, embora, em alguns momentos, lembra a


composição original, mas quase sempre tem sentidos diferentes. Ela surge a partir de
43

uma nova interpretação, uma recriação de uma obra já existente e, em geral, bem
conhecida e consagrada.

Exemplo de Paródia, escrita por Eduardo Alves da Costa: Outra Canção do


Exílio. Livro “No caminho, com Maiakóvski”, Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1985.

Na parte transcrita abaixo, o autor fez a paródia da “Canção do Exílio”, de


Gonçalves Dias e do verso “Que os anos não trazem mais”, do poema “Meus oitos
anos”, do livro Primaveras (1859), de Casimiro de Abreu.

Minha Terra tem Palmeiras


Corinthians e outros times
de copas exuberantes
que ocultam muitos crimes.
As aves que aqui revoam
são corvos do nunca mais
a povoar nossa noite
com duros olhos de açoite

que os anos esquecem jamais.

2.3 PLÁGIO

Disponível em https://blog.contentools.com.br/marketing-de-conteudo/a-traducao-
de-um-conteudo-e-considerada-plagio/ Acesso 10/04/2020
44

Plágio, também chamado de plagiarismo ou plagiato.

É o ato de se apropriar de modo fraudulento de uma obra intelectual de


qualquer natureza, seja um texto, uma música, uma fotografia, uma obra audiovisual
etc, contendo no todo ou em parte, obra que pertença a uma outra pessoa, sem a
autorização expressa do autor.

O plagiador se apropria indevidamente da obra intelectual de outra pessoa e


assume a autoria, como se sua fosse.

Exemplo de Plágio:

Em 1978, deu-se um fato, que foi muito divulgado, não apenas no Brasil, mas
em todo o mundo. O cantor inglês Rod Stewart chega ao topo das paradas de sucesso
com a canção “Da Ya think I’m Sexy? ”, que se tornando uma das mais vendidas na
Inglaterra à época.

O cantor brasileiro Jorge Ben (à época. Hoje, Jorge Ben Jor), no entanto,
identificou a linha melódica do hit inglês, achando-a muito parecida com a canção de
sua autoria “Taj Mahal”. O músico brasileiro processou o roqueiro inglês por plágio.
Exigiu e ganhou a coautoria da canção.

Mais tarde, Rod Stewart admitiu que tinha estado no carnaval do Rio de Janeiro,
naquele ano, e que “poderia ter ouvido” a música e se “influenciado” por ela.

Como parte do processo, Stewart doou toda a renda arrecadada com a canção
para o fundo em prol das crianças carentes do planeta, fundo este administrado pela
ONU – Organização das Nações Unidas.

O Código Penal Brasileiro, no artigo 184, Título que trata dos “Crimes contra a
propriedade intelectual”, prevê o crime de violação do direito autoral: “violar direitos
de autor e os que lhe são conexos: Pena de detenção de 03 (três) meses a 01 (um)
ano, ou multa”. Direitos que resguardam o autor, tanto no aspecto da criação, quanto
no incentivo à produção de ideias novas.

No campo da Educação, com o advento, o avanço e a popularização da


Internet, fazendo com que alunos de todos os níveis e áreas do conhecimento tenham
acesso à informação, aos diversos artigos, aos “modelos prontos” fartamente
oferecidos, possibilitou o aumento significativo de plágio.
45

A facilidade de selecionar, copiar e colar, o famoso “Ctrl C e Ctrl V” tem se


tornado um “elemento tentador”. Os alunos são tentados a buscar na rede, executar
e entregar os seus trabalhos, textos, exercícios, dissertações com o uso dessa prática
acadêmica desonesta e ilegal.

Disponível em: <https://c1.staticfl ickr.com/3/2757/4444555010_1747d1524e.jpg> Acesso:


10/04/2020

Muitos professores são profundamente preocupados e desejam conter o


avanço dessa contravenção, assim, sempre fazem uma pesquisa refinada para
verificar se o texto de referido trabalho acadêmico está publicado em algum lugar na
rede.

A pesquisa em diversos autores, a informação colhida em livros, artigos, blogs


etc. é de extrema importância na elaboração de todo trabalho acadêmico, no entanto,
a fonte da informação deve e tem que ser mencionada.

Não são considerados plágios, se houver a descrição com as próprias palavras


do texto, citando a referência.

Caso um ou mais autores falaram sobre determinado assunto, eles devem ser
citados conjuntamente, no início ou final do parágrafo, conforme as normas que
falaremos mais à frente. Procedendo assim, o trabalho será feito com ética e
credibilidade.

Por fim, diante de um assunto tão importante, devemos trazer à memória o que
a Palavra de Deus nos diz: “Ai daquele que edifica a sua casa com injustiça e os seus
aposentos, sem direitos. Que se vale do serviço do seu próximo, sem pagar, e não lhe
dá o salário do seu trabalho” (Jr.22:13); “Ai daquele que, para a sua casa, ajunta
cobiçosamente bens mal adquiridos” (Hb.2:9)
46

Que sejamos “padrão dos fiéis, na palavra e no procedimento...” (1Tm.4:12a)

CAPÍTULO 3
NORMAS GERAIS
PARA REGISTRO DE CITAÇÕES

3.1 CITAÇÕES

O estudante ou cientista deve sempre buscar criar, descobrir, elaborar um


conhecimento novo. Todo conhecimento científico, no entanto, tem que estar
alicerçado em conhecimento já acumulado. Por isso, a Metodologia da Pesquisa
especifica regras que devem ser observadas no processo de produção científica.

Quanto maior o número de fontes consultadas, maior a credibilidade que o


trabalho adquire.

Neto e Freire (2011) afirmam: É importante fazer as citações por duas razões:

a) fundamentação teórica, mostrando que as informações contidas na


pesquisa foram fundamentadas dentro do acervo científico do campo de
conhecimento em questão;

b) questão de ética, ou seja, dar crédito ao autor dono da ideia.

As fontes consultadas devem aparecer no trabalho acadêmico na forma de


citação e seguindo as normas técnicas definidas pela ABNT- Associação Brasileira de
Normas Técnicas, que é, no Brasil, a instituição que estabelece os parâmetros
nacionais para as bases tecnológicas e científicas no país.

A ABNT afirma que a citação é a menção da informação extraída de outra fonte.


A sigla ABNT NBR significa Norma Brasileira aprovada pela ABNT. Para cada tipo de
trabalho ou item que o compõe existe uma NBR diferente.
47

A NBR 10520:2002 é a norma que possui as informações sobre as mais


diversas formas de fazer citações em documentos.

Silva e Porto (2016) afirmam: As citações servem para fundamentar a ideia do


autor do trabalho, referendar sua argumentação, indicar que outros autores estão na
mesma linha de raciocínio e, sobretudo, dar consistência teórica ao trabalho
produzido.

Enquanto o plágio se apropria de modo fraudulento da obra intelectual, a


Citação, diferentemente, indica a autoria, faz justiça ao autor da fonte consultada, dá
crédito a quem teve a ideia, seja na forma de transcrição ou mesmo de paráfrase.

Eco (2000, p.121) propõe regras para a citação:

a) não utilizar trechos muito longos de citações. Caso seja necessário, colocar
o texto em anexo;

b) observar que os textos devem ser retirados de autores renomados, para


fundamentar a afirmação de quem cita;

c) toda citação deve vir acompanhada da indicação da autoria;

d) citações em outras línguas devem ser traduzidas, e o trecho original deve


ser transcrito, no idioma original, em nota de rodapé;

e) ao se transcrever uma citação direta, deve-se ter o cuidado de copiá-las


fielmente;

f) em todas as citações, devem aparecer as referências dos documentos


consultados, ao final do texto, para que o leitor possa encontrar as mesmas fontes
consultadas.

A Citação é utilizada para referendar, endossar os argumentos do autor, por


isso, ela nunca pode aparecer solta, isolada, sem nexo, ou fora de contexto.
É importante ressaltar que a citação deve servir para respaldar a ideia do autor.
48

3.1.1 Citação Direta

A citação do tipo transcrição é a cópia exata de parte do texto original. É cópia


fiel do trecho. Pode ser feita de duas formas:

Se for de até três linhas, faz parte da continuação do texto original e redigido
entre aspas. Neste caso é chamada de Citação Direta Curta.

Se ultrapassar o limite de três linhas, deve ficar em destaque. É chamada


Citação Direta Longa.

Vamos tomar como exemplo o trecho do livro “A Dimensão Religiosa na Vida


Social. Diferentes seguimentos pentecostais e sua influência na sociedade brasileira”,
do professor João Ricardo Boechat (2019), contido na página 82.

Assim, apesar de se basear em uma teologia inicialmente norte-


americana e adotar doutrinas e práticas advindas de outras vertentes
religiosas, o neopentecostalismo as adapta à realidade brasileira, sendo este
um importante fator proselitista.

Além deste fator, o sucesso desta vertente religiosa é garantido pela


combinação entre 1) uma teologia que atenda os anseios dos indivíduos
pertencentes a um mundo capitalista, a teologia da prosperidade, 2) uma
razão para as mazelas do homem e uma forma de vencê-las, a guerra
espiritual e 3) pela ênfase em novas formas de agir e se relacionar com a
sociedade, a flexibilização dos usos e costumes. Esses três pontos, o qual
nomeio “tripé pentecostal contemporâneo”, formam os pilares do sucesso do
neopentecostalismo, seja na sua influência social, seja na influência sobre as
demais vertentes cristãs.
49

3.1.1.1 Citação Direta Curta

a) Com apenas Um Autor

Primeiro exemplo, retirando uma parte do texto:

“Esses três pontos, o qual nomeio “tripé pentecostal contemporâneo”, formam


os pilares do sucesso do neopentecostalismo, seja na sua influência social, seja na
influência sobre as demais vertentes cristãs”. (BOECHAT, 2019, p.82)

Observe bem: a Citação Direta Curta é usada na transcrição do texto, com


aspas duplas, seguida da indicação do autor, ano da publicação e a página que consta
no livro utilizado. As aspas dão destaque ao texto citado.

Pode-se fazer menção do autor no próprio corpo do texto. Neste caso, também,
deverá colocar a citação entre aspas e após o nome do autor, o ano de publicação e
a página.

Veja um segundo exemplo, com a mesma parte do texto usada no primeiro


exemplo.

Segundo Boechat (2019, p.82), “Esses três pontos, o qual nomeio “tripé
pentecostal contemporâneo”, formam os pilares do sucesso do neopentecostalismo,
seja na sua influência social, seja na influência sobre as demais vertentes cristãs”.

Detalhe importante:

Quando o nome do autor aparece no corpo do texto, como no segundo


exemplo, ele deve ser escrito em maiúscula e minúsculas. Quando for escrito entre
parênteses, como no primeiro exemplo, utiliza-se caixa alta.

b) Com Dois Autores

Para exemplificar quando dois autores fazem parte do texto, o exemplo citado
consta no livro “Jardinagens Teológicas – o cotidiano religioso pelo olhar de dois
jovens teólogos”, do Professor Doutor Pastor Ricardo Lengruber Lobosco e Professor
Doutor Pastor Edson Fernando de Almeida (Oikos, 2010).
50

No início da citação: sobrenome dos autores com primeira letra maiúscula,


separados pela conjunção “e” entre eles. O ano de publicação e a página entre
parênteses.

Exemplo:

Lengruber e Almeida (2010, p.12) escrevem: “Eis aqui nossas sementes


ansiosas por serem plantadas, nossas canções ávidas por serem cantadas. Nascidas
dentro de nós, não são nossas. São da terra desconhecida para a qual estão
destinadas (...)”

Caso sejam mencionados no final da citação: os sobrenomes dos dois autores


em Caixa Alta, separados por ponto-e-vírgula, seguidos do ano e página, todos entre
parênteses.

Exemplo:

Eis aqui nossas sementes ansiosas por serem plantadas, nossas canções
ávidas por serem cantadas. Nascidas dentro de nós, não são nossas. São da terra
desconhecida para a qual estão destinadas, a terra do diálogo, a terra da coexistência,
a terra da comunhão. (LENGRUGER; ALMEIDA, 2010, p.12)

c) Com Três Autores

Para exemplificar: Livro “Introdução ao Novo Testamento”, de D. A. Carson,


Douglas J. Moo e Leon Morris, São Paulo: Vida Nova, 1997.

No início da citação: sobrenome dos autores com primeira letra maiúscula,


separados por vírgula (,) do primeiro para o segundo e com a conjunção “e”
(minúscula) deste para o terceiro autor, seguido do ano de publicação e a página entre
parênteses.

Exemplo:

Segundo Carson, Moo e Morris (1992, p.19), “Os três primeiros evangelhos
foram pela primeira vez chamados “evangelhos sinóticos” por J. J. Griesbach, um
estudioso da Bíblia de nacionalidade alemã, no final do século XVIII”.
51

Caso sejam mencionados no final da citação: os sobrenomes dos TRÊS


autores em Caixa Alta, separados por ponto-e-vírgula, seguidos do ano e página,
todos entre parênteses.

Exemplo:

“Os três primeiros evangelhos foram pela primeira vez chamados “evangelhos
sinóticos” por J. J. Griesbach, um estudioso da Bíblia de nacionalidade alemã, no final
do século XVIII” (CARSON; MOO; MORRIS, 1992, p.19).

d) Com Mais de Três Autores

Para exemplificar: Livro “João Calvino, amor à devoção, doutrina e glória de


Deus”, editado por Burk Parsons, com outros 18 colaboradores, São José dos
Campos: Fiel, 2010.

No início da citação: sobrenome do primeiro autor com primeira letra maiúscula,


seguido da expressão e outros (em letras minúsculas). O ano de publicação e a página
entre parênteses.

Exemplo:

Segundo Parsons e outros (2008, p.59), “para Calvino, o evangelho não é


predestinação ou eleição, a soberania de Deus ou mesmo os cinco pontos de doutrina
com os quais seu nome é frequentemente associado”.

Caso sejam mencionados no final da citação: os sobrenomes do primeiro autor


em Caixa Alta, seguido da expressão et al (letras minúsculas), bem como o ano e
página, todos entre parênteses.

Exemplo:

Para Calvino, o evangelho não é predestinação ou eleição, a soberania de


Deus ou mesmo os cinco pontos de doutrina com os quais seu nome é frequentemente
associado (PARSONS et al., 2008, p.59).
52

e) Com omissão de Palavras

Quando algumas palavras do texto original não interessam na citação podem


ser eliminadas, sem que modifiquem o sentido do conteúdo citado. Essas palavras
podem ser omitidas no início, no meio ou no final do texto e essa situação pode ocorrer
em Citações Diretas Curtas ou Longas.

Neste caso, deve utilizar colchetes, preenchido com reticências [...]. Esta é a
indicação que parte do texto original foi suprimida.

Exemplo:

O sucesso desta vertente religiosa é garantido pela combinação entre [...] a


teologia da prosperidade, [...] a guerra espiritual e [...] a flexibilização dos usos e
costumes. Esses três pontos, o qual nomeio “tripé pentecostal contemporâneo”
(BOECHAT, 2019, p.82).

3.1.1.2 Citação Direta Longa

Se ultrapassar o limite de três linhas, deve ficar em destaque: em parágrafo


separado, com espaço simples, fonte menor que a do texto e um recuo de 4 cm da
margem esquerda, sem aspas. Sempre com indicação da fonte.

O destaque é importante, para que o leitor perceba que não se trata de texto
elaborado pelo autor, mas é citação de outro autor.
53

A Citação Direta Longa pode ser com ou sem apresentação.

a) Com apresentação

a.1- O nome do autor, o ano e a página aparecem na frase ANTES do texto


citado.

a.2- Já existe uma frase em desenvolvimento e a Citação Direta Longa é uma


continuação da frase.

Esteja atento ao exemplo abaixo:

Boechat (2019, p.82) ressalta que:

Além deste fator, o sucesso desta vertente religiosa é garantido pela


combinação entre 1) uma teologia que atenda os anseios dos
indivíduos pertencentes a um mundo capitalista, a teologia da
prosperidade, 2) uma razão para as mazelas do homem e uma forma
de vencê-las, a guerra espiritual e 3) pela ênfase em novas formas de
agir e se relacionar com a sociedade, a flexibilização dos usos e
costumes. Esses três pontos, o qual nomeio “tripé pentecostal
contemporâneo”, formam os pilares do sucesso do
neopentecostalismo, seja na sua influência social, seja na influência
sobre as demais vertentes cristãs.

b) Sem apresentação

O nome do autor, escrito em caixa alta, o ano e a página aparecem no FINAL


do texto citado, entre parênteses.

Exemplo:

Além deste fator, o sucesso desta vertente religiosa é garantido pela


combinação entre 1) uma teologia que atenda os anseios dos
indivíduos pertencentes a um mundo capitalista, a teologia da
prosperidade, 2) uma razão para as mazelas do homem e uma forma
de vencê-las, a guerra espiritual e 3) pela ênfase em novas formas de
agir e se relacionar com a sociedade, a flexibilização dos usos e
costumes. Esses três pontos, o qual nomeio “tripé pentecostal
contemporâneo”, formam os pilares do sucesso do
neopentecostalismo, seja na sua influência social, seja na influência
sobre as demais vertentes cristãs. (BOECHAT, 2019, p.82)
54

As citações longas de dois, três ou mais autores devem seguir as mesmas


normas ditas na Citação Curta.

c) Documento Não Paginado

Quando o documento a ser citado não contiver a indicação da página, utiliza-


se a expressão: “não paginado”, no lugar em que deveria aparecer o número da
página.

Exemplo:

Assim, apesar de se basear em uma teologia inicialmente norte-


americana e adotar doutrinas e práticas advindas de outras vertentes
religiosas, o neopentecostalismo as adapta à realidade brasileira,
sendo este um importante fator proselitista (BOECHAT, 2019, não
paginado).

d) Sem Autor

Quando o nome do autor não é informado no texto que a ser citado, é de


extrema importância citar a fonte onde foi extraído.

Exemplo:

O que podemos fazer para ajudar a prevenir o suicídio? O Brasil é o


oitavo país a registrar mais mortes por conta de suicídios. Segundo
dados da Organização Mundial da Saúde, são 32 pessoas mortas por
dia, uma taxa superior às vítimas da AIDS e da maioria dos tipos de
câncer. Ainda de acordo com a OMS, 9 em cada 10 casos poderiam
ser prevenidos. (O que podemos fazer para ajudar a prevenir o
suicídio? 2017, p.12)

A Citação Sem Autor pode também ser identificada pela primeira palavra do
título.

Na referência: O QUE PODEMOS FAZER PARA AJUDAR A PREVENIR O


SUICÍDIO? REVISTA ULTIMATO, Ed. Maio 2017, p.12
55

Se o título iniciar por artigo ou monossílabo, este deve estar incluído na


indicação da fonte. Após a primeira palavra, colocar reticências, a data da publicação
do documento e as páginas da citação entre parênteses.

Exemplo:

Os novos tempos exigem respostas diferentes e formas alternativas


de ação missionária. O grande debate sobre o processo inevitável de
inserção dos indígenas na nossa sociedade com todas as mazelas
culturais e o nosso perverso modelo econômico é um desafio que não
pode ser ignorado. (Os novos tempos..., 2018, p.3)

Na referência: OS NOVOS TEMPOS... Revista Missão Caiuá, Dourados, MS,


2018, p.3)

e) De Internet com Autor

As citações de informações extraídas de textos da Internet devem ser utilizadas


com cautela, dada a sua temporariedade. É necessário analisar cuidadosamente as
informações obtidas, avaliando sua fidedignidade, indicando dados que possibilitem
sua identificação, incluindo na lista de referências.

É importante lembrar de citar, além da data de acesso, o ano da publicação,


geralmente encontrado no copyright, e não colocar número de página.

Exemplo:

Avoletta escreve (2020), com respeito ao Coronavírus e o fim do nosso mundo:


uma leitura providencial da cidade dos homens,

Nos dias atuais, estamos vivendo uma situação interessante. Durante


a Quaresma, um tempo em que, tradicionalmente, cultiva-se o silêncio,
a contrição e o jejum, estamos passando por um momento de
quarentena devido ao Coronavírus. Antes do vírus, nossa geração era
conhecida como pouco amorosa, embora muito afetiva; uma geração
de relacionamentos líquidos que se desfaziam com facilidade; que
fugia de contatos físicos com todas as pessoas que não pudessem
proporcionar alguma forma de prazer. Uma geração extremamente
hiperativa, com muita dificuldade de entender a necessidade da vida
contemplativa; que julga vagabundagem aqueles que se deliciam com
os momentos de ócio; acusam de desocupado quem lê por prazer ou
que gosta simplesmente de observar a paisagem do dia-a-dia.
56

Na referência desse exemplo, deve-se colocar: Avoletta Júnior, Maurício.


http://ultimato.com.br/sites/jovem/2020/03/25/coronavirus-e-o-fim-do-nosso-mundo-uma-
leitura-providencial-da-cidade-dos-homens Acesso em: 13 abr. 202

3.1.2 Citações Indiretas

A citação indireta, denominada de conceitual, ou sintética, ou paráfrase,


reproduz ideias da fonte consultada, sem, no entanto, transcrever o texto. É “uma
transcrição livre do texto do autor consultado” (ABNT, NBR 14724, 2001, p. 2).

Esse tipo de citação pode ser apresentado por meio de paráfrase quando
alguém expressa a ideia de um dado autor ou de uma determinada fonte.

A paráfrase, quando fiel à fonte, é geralmente preferível a uma longa citação


textual, mas deve, porém, ser feita de forma que fique bem clara a autoria.

O destaque da Citação Indireta é somente a indicação da autoria. É sempre


importante lembrar, a ideia expressa é a do autor consultado, por isso é imprescindível
citar a fonte, dar crédito ao autor da ideia.

Quando usada no corpo do trabalho, de modo corrente, deve ter o mesmo


formato utilizado no texto corrido.

Não deve haver o uso de aspas, nem recuo, nem diminuição da letra, apenas
a citação da fonte, como visto na Citação Direta. Deverá ter o sobrenome do autor,
com a primeira letra maiúscula, e entre parênteses, o ano da publicação e a página.

Exemplo:

Boechat (2019, p.47) afirma que Weber (2013) postula a existência de uma
relação íntima entre religião e estratificação social, demonstrando como a esfera
religiosa produz uma ética e um espírito adaptados ao modo pelo qual classes,
estamentos, clãs e castas se relacionam com o mundo. Não podemos ignorar, desta
forma, a relação entre religião e classe social, investigando como a construção da
mensagem religiosa interage, num processo de influência mútua, com o contexto
social de sua membresia.
57

Quando citar o sobrenome do autor após a citação indireta, esse deverá ficar
entre parênteses, em Caixa-Alta, seguido do ano e número da(s) página(s).

A indicação do número da página na Citação Indireta é opcional, uma vez que


se utiliza a ideia do autor no texto que se está elaborando e a ideia pode não estar
localizada especificamente em uma página.

Muitos autores, no entanto, consideram muito importante citar o número das


páginas consultadas, pois facilita sobremaneira, tanto para se consultar novamente o
assunto, caso necessário, ou mesmo, para que quem for ler o trabalho acadêmico e
queira se aprofundar no assunto, não tenha dificuldades em encontrar o original.

Atente para o seguinte detalhe: se o autor do texto resolver indicar a página,


deverá informar o número em todas as outras citações indiretas.

Exemplo:

Quanto a isso vale ressaltar que Weber afirma que mesmo que a
mensagem de determinada religião possua um viés soterio-
escatológico, isto é, que aponte para o além, qualquer religião propõe
uma mensagem salvífica que objetiva a salvação no mundo aqui e
agora (1982, p.320). [...] Ou seja, o processo salvífico objetiva libertar
o indivíduo de seus dramas e anseios, mostrando uma nova
possibilidade de enfrentamento do mundo. E essa nova forma de
“enfrentamento do mundo” é o objetivo também da mensagem
neopentecostal. Objetiva-se, assim, entender como o pentecostalismo
se adapta às necessidades de diferentes classes sociais. (BOECHAT,
2019, p.47)

a) Citação Indireta de um Mesmo Autor no Mesmo Ano

Citações indiretas de diversos documentos de um mesmo autor, publicados em


um mesmo ano, são distinguidas pela colocação de letra minúscula, em ordem
alfabética, após a data da publicação, sem espacejamento, seguindo a lista de
referências.

Exemplo:

Boechat (2019) fez citação indireta de duas obras de Ricardo Mariano


publicadas em 2003. A primeira, Efeitos da Secularização do Estado, do pluralismo e
58

do mercado religiosos sobre as igrejas pentecostais. A segunda, Guerra Espiritual: o


protagonismo do diabo nos cultos neopentecostais.

Para citar as duas obras, deverá usar, neste exemplo:

Tal secularização do aparato jurídico-político constitui, de acordo com Mariano


(2003a,2003b), processo histórico decisivo na formação das sociedades modernas
ocidentais.

b) Citação Indireta de um Mesmo Autor em Anos Diferentes

Citações indiretas de diversos documentos de uma mesma autoria, publicados


em anos diferentes e mencionados simultaneamente no trabalho deverão ser
mencionados os respectivos anos separados por vírgula e colocados em ordem
cronológica.

Exemplo:

Boechat (2019, p.117) ao apresentar a tabela da Média dos Brasileiros x


Pentecostais (PRC), faz a citação indireta:

Na tabela abaixo, apresento o contraste entre as opiniões médias dos


brasileiros e a dos pentecostais de acordo com a pesquisa Pew
Research Center (PRC), demonstrando como o pentecostalismo,
como aponta Machado (1996, 2006) e Neri (2011), divulga valores
conservadores, seja na esfera individual, familiar ou coletiva.

c) Citação Indireta de Vários Autores

Citações indiretas de diversos documentos de vários autores, mencionados


simultaneamente no trabalho deverá ser mencionado o sobrenome do autor,
separados por ponto-e-vírgula.

Exemplo:

Apesar de não haver consenso sobre a chegada da teologia da


prosperidade no Brasil, parece haver acordo entre os estudiosos do
neopentecostalismo que o principal difusor da teologia da
prosperidade no Brasil foi a Igreja Universal do Reino de Deus (IURD)
(ORO,1992; ALMEIDA,2003; MARIANO, 2011; ARENARI, 2013). E
sociologicamente este fato é o mais importante. (BOECHAT, 2019,
p.86)
59

d) Citação de Outras Fontes

O trabalho acadêmico pode fazer menção a algo contido em entrevistas,


apostilas, materiais avulsos, panfletos e outros.

Faz-se necessário fazer a indicação do nome do autor, quando isto for possível,
acrescentado a observação, por exemplo “entrevista”. Deve-se indicar a data, quando
registrada, ou, se não houver indicação de data, registre [s.d.], ou seja, sem data.

Quando a informação for originária de palestras, debates, comunicações etc.,


deve-se escrever entre parênteses a expressão ‘informação verbal’ e mencionar todos
os dados disponíveis e nota de rodapé. Tais informações só devem ser usadas
quando for possível comprová-las.

Exemplo:

Texto de Boechat (2019, p.96):

Os rituais de exorcismo de igreja são muito violentos, o diabo é


espancado, o diabo é amarrado, o diabo é insultado, ele é ordenado,
comandado. De certa forma, como a lógica do oprimido que agora
oprime alguém. O diabo, que é o que oprime, é alvo agora da opressão
daquele que antes era oprimido. (LENGRUBER,2015)

Na nota de rodapé:
Palavras do teólogo Ricardo Lengruber, em entrevista data a mim, no dia 23/06/2015.

Outro exemplo:

No texto,

Estudo realizado no Instituto de Biociências (IBB) da Universidade


Estadual Paulista (UNESP) indicou potencial alvo para tratamento da
Covid-a9. Um gene identificado pelos pesquisadores pode estar
associado a interações entre proteínas pulmonares e o novo
coronavírus, o que pode indicar um método de combate à doença.
(Informação verbal) * (CARVALHO,2020)

Na nota de rodapé:
*Notícia fornecida por Robson Carvalho, líder do estudo, na Agência Brasil, em 15 de abril de
2020.
60

3.1.3 Citação de Citação

Quando o autor do trabalho científico quer mencionar um trecho de um


documento ao qual não teve acesso, mas tomou conhecimento a partir da citação de
outro autor, diz-se que fez Citação de Citação.

Ela só deve ser usada na total impossibilidade de acesso ao documento


original. Neste caso, usa-se a expressão latina APUD, que significa “Citado por”,
“Conforme”, “Em”, para indicar a obra de onde o trecho foi retirado.

Se o trecho citado for colocado na sequência da obra, é importante citar o


sobrenome do autor do documento original, e entre parênteses, o ano e a página em
que o autor original escreveu (se houver).

Se for colocar no final da citação, primeiro a expressão apud, depois o


sobrenome do autor que fez a citação em Caixa-Alta, o ano e a página da obra que o
trecho foi retirado (se houver).

A obra consultada deverá constar na Lista de Referências, com o nome do


autor que a citou.

Veja o exemplo:

Boechat (2019, p.74) transcreve o relato de uma testemunha dos cultos da


congregação Holiness na Rua Azusa:

Eles gritaram durante três dias e três noites. Era Páscoa. As pessoas
vieram de todos os lugares. No dia seguinte foi impossível chegar
perto da casa. Quando as pessoas entravam, elas caíam debaixo do
poder de Deus; e a cidade inteira foi tocada. Elas gritaram lá até as
fundações da casa cederem, mas ninguém foi ferido. Durante três dias
havia muitas pessoas que receberam o batismo. Os doentes foram
curados e os pecadores foram salvos assim que eles entraram. (apud
HYATT, 2006, p.52)

3.1.4 Destaque do Texto

Se o autor deseja enfatizar um trecho na citação, ou seja, dar algum destaque,


deve indicá-lo com a expressão ‘grifo nosso”, ou ‘grifo do autor’, quando o próprio
61

autor do texto citado já fez o destaque. A expressão deve estar sempre entre
parênteses, após a citação.

Exemplo:

Ao citar a entrevista que Frei Betto lhe concedeu em outubro/ 2016, Boechat
(2019, p.82) destaca:

Se você procura um padre em São Paulo às três horas da tarde, você


não vai achar. Quando muito, tem uma secretária da paróquia que vai
dizer para marcar hora. Agora, se você tomar um porre na favela,
voltar pro barraco, dar um tapa na sua mulher e ela descer e for
pra IURD, ela vai encontrar um irmão lá fazendo plantão, que vai
ouvi-la, vai consolá-la e que vai voltar para casa dela com ela,
esperar o porre do marido passar e na semana que vem está a
família inteira na igreja. Enquanto a gente não mudar o caráter do
ministério sacerdotal da igreja católica, que precisa ser mais flexível,
o neopentecostalismo vai continuar tomando o espaço que uma vez
foi da igreja católica. (grifo do autor)

3.1.5 Tradução de Texto

Quando a citação incluir um texto traduzido pelo autor do trabalho, após a


chamada da citação, deverá incluir a expressão ‘tradução nossa”, entre parênteses e
depois da citação.

Pode-se, também, fazer a citação na língua original e a tradução em nota de


rodapé.
62

Por exemplo:

Boechat (2019) utiliza-se dos dois recursos.

O primeiro, na página 89, e a citação está na língua original:

“The cross is no more the symbol of Jesus’ suffering in his love for
humans, and is now the symbol of victory against the devil and all ills
which come from him. The cross is now only a magical amulet in
spiritual war”. (ARENARI, 2013)

Tradução no rodapé:

“A cruz não é mais o símbolo do sofrimento de Jesus em seu amor pelos homens, é agora o
símbolo da vitória contra o diabo e contra tudo aquilo que vem dele. A cruz é, agora, um
simples amuleto mágico na guerra espiritual”. (Tradução nossa)

O segundo, na página 90, a citação está traduzida.

Não é à toa que gostamos tanto de filmes de guerra, videogames de


ação, histórias de batalhas. Somos preparados para a guerra, vivemos
em uma guerra espiritual. Nosso espírito reconhece a presença do
inimigo e nos prepara para batalharmos pelo domínio da terra e pela
purificação da humanidade. E o melhor de tudo é que temos, ao nosso
lado, a certeza da vitória. Pois o próprio Deus envia seus anjos para
lutarem conosco. (RICHARDSON, 1981, p.77, tradução nossa).

3.1.6 Coincidência de Sobrenome

Em havendo coincidência de sobrenome de autores, deve-se acrescentar as


iniciais de seus prenomes.

Ainda assim, se existir coincidência na primeira letra do nome, é necessário


colocar o nome por extenso, somente com a inicial em letra maiúscula.

Exemplo:

Sobrenomes iguais:

É errado colocar: (BOECHAT,2019) e (BOECHAT, 2019)


63

É certo colocar: (BOECHAT, J., 2019) e (BOECHAT, C.,2019)

Exemplo:

Sobrenomes iguais e iniciais do prenome iguais:

É errado colocar: (BOECHAT, L.,2019) e (BOECHAT, L.,2019)

É certo colocar: (BOECHAT, Luíza, 2019) e (BOECHAT, Laura, 2019)

3.1.7 Observação importante

A ABNT possui outras formas de citações menos utilizadas.

Estas e as que foram explanadas neste material podem ser encontradas na


NBR 10520, ago. 2002 e devem ser consultadas constantemente, para verificação se
a forma de elaboração da citação está correta ou se ocorreram atualização e ou
alterações.

Citar corretamente a fonte de pesquisas nos trabalhos acadêmicos é de


extrema importância, caso contrário, estará cometendo plágio.

A Lei do Direito Autoral traz direitos que resguardam o autor, tanto no aspecto
da criação, quanto no incentivo à produção de ideias novas. Infringir a lei implica
sanções civis.

3.1.8 Sistema de Chamada da Citação no Texto

As citações podem ser indicadas no texto por dois tipos de Sistema de


Chamada: o Sistema Autor-data e o Sistema numérico.

O autor do trabalho opta por um sistema e deve permanecer nele durante todo
o texto.
64

3.1.8.1 Sistema Autor-data

No Sistema Autor-data, a indicação está no final da citação, entre parênteses.

Inicia pelo autor, colocando o último sobrenome do autor, em Caixa-Alta, a data


da publicação e o número da página.

Na lista de referências, os documentos utilizados virão em ordem alfabética.

Exemplo:

Estes exemplos de flexibilização dos usos e costumes ajudam na


compreensão de como o neopentecostalismo aproximou a relação
entre a religião e a sociedade, rompendo não só teologicamente, mas
também doutrinariamente com as demais vertentes do cristianismo, e
até mesmo com o pentecostalismo clássico. (BOECHAT, 2019, p.109)

Na lista de referência:

BOECHAT, João Ricardo. A Dimensão Religiosa na Vida Social. Diferentes


seguimentos pentecostais e sua influência na sociedade brasileira. Rio de Janeiro: Terceira
Via Edições, 2019.

3.1.8.2 Sistema Numérico

Diferentemente do Sistema Autor-Data, no Sistema Numérico, a indicação da


fonte é feita por numeração única e consecutiva, em algarismos arábicos e a lista de
referências poderá aparecer no final do capítulo ou no final do trabalho.

A lista de referências deverá aparecer na mesma ordem que vem no texto. Por
exemplo: Determinada citação é a 9ª a aparecer no texto. Na lista de referências,
deverá ser a 9ª referência.

A numeração é indicada de duas maneiras: entre parênteses, alinhada ao texto,


ou em fonte menor, subscrito (ligeiramente abaixo) ou sobrescrito (ligeiramente acima)
ao texto, após a pontuação que fecha a citação.
65

O Sistema Numérico não deve ser utilizado quando há no texto nota de rodapé.

Usando o exemplo citado acima:

Afirma Boechat que, estes exemplos de flexibilização dos usos e


costumes ajudam na compreensão de como o neopentecostalismo
aproximou a relação entre a religião e a sociedade, rompendo não só
teologicamente, mas também doutrinariamente com as demais
vertentes do cristianismo, e até mesmo com o pentecostalismo
clássico. (09)

Na lista de referência:

09 BOECHAT, João Ricardo. A Dimensão Religiosa na Vida Social. Diferentes seguimentos


pentecostais e sua influência na sociedade brasileira. Rio de Janeiro: Terceira Via Edições,
2019
66

CAPÍTULO 4
NORMAS GERAIS
PARA REGISTRO DE REFERÊNCIAS

4.1 REFERÊNCIAS

A sigla ABNT NBR significa Norma Brasileira aprovada pela ABNT, como dito
anteriormente. Para cada tipo de trabalho ou item que o compõe existe uma NBR
diferente.

A NBR 6023:2002 é a que possui as informações sobre as Referências. Afirma:


Referências constituem um “conjunto padronizado de elementos descritivos, retirados
de um documento, que permite sua identificação individual”.

Foi elaborada pela Comissão de Estudo e Documentação (CE-14:001.01) da


ABNT em agosto de 2002.

Traz critérios e ordem em relação às referências e convenções a respeito da


transcrição e informações a serem retiradas de documentos ou de outras fontes de
informação, como anais de eventos, periódicos, jornais, monografias, site da internet
etc.

Pode-se afirmar, então, que a função principal da “Referência” no texto


científico é indicar o local de onde foram extraídas as informações citadas naquele
texto. Todas as informações listadas nos materiais usados no texto.

A Referência facilita a localização, por parte do leitor, da obra que o autor


consultou na elaboração do texto, pois, como já citado, quanto maior o número de
fontes consultadas, maior a credibilidade que o trabalho adquire.
67

Indica que o autor buscou um maior leque de autores, fez revisão de literatura
mais ampla, consultou vários documentos, fez um estudo abrangente do tema.

Por tempos, nos trabalhos acadêmicos, usava-se o termo “Referências


Bibliográficas”, o que indicava que o material utilizado era um livro, uma revista, em
versão impressa, um objeto físico.

O termo “Referências” passou a ser mais indicado, pois é mais abrangente,


uma vez que, com o surgimento de documentos eletrônicos, com a Internet sendo
fonte de pesquisa cada vez mais utilizada, e os mais diversos materiais em formato
digital, as pesquisas não estão restritas à base impressa.

Disponível em: https://exame.abril.com.br/carreira/54-concursos-publicos-selecionam-para-


salarios-de-ate-r261-mil/ Acesso: 23.04.2020

A ABNT NBR 6023:2002 define para a elaboração de Referências.

a) Autor(es): Pessoa(s) física(s) responsável(eis) pela criação do conteúdo


intelectual ou artístico de um documento.
68

b) Autor(es) Entidade(s): Instituição(ões), organização(ões), empresa(s),


comitê(s), comissão(ões), evento(s), entre outros, responsável(eis) por publicações
em que não se distingue autoria pessoal.

c) Capítulo, sessão ou parte: Divisão de um documento, numerado ou não.

d) Documento: Uma unidade formada por qualquer suporte que contenha


informação registrada, para fins de consulta, estudo ou prova. Podem ser impressos,
manuscritos, registros audiovisuais, sonoros, magnéticos e eletrônicos, entre outros.

e) Edição: Todos os exemplares produzidos a partir de uma matriz. Todas as


impressões, reimpressões e tiragens de uma obra pertencem à mesma edição, desde
que não haja modificações.

f) Editora: Instituição responsável pela produção editorial. Também pode ser


uma casa publicadora ou uma pessoa.

g) Monografia: Item completo, constituído de uma só parte, não seriado, ou que


pretende completar em um número preestabelecido de partes separadas.

h) Publicação Periódica (periódicos): Publicação editada em unidades físicas


sucessivas, de qualquer suporte, com designações numéricas ou sucessivas e
destinada a ser continuada indefinidamente.

i) Referência: Conjunto padronizado de elementos descritivos, retirados de um


documento, que permite sua identificação.

j) Subtítulo: Informações que sucedem ao título, com vistas a esclarecê-lo ou


complementá-lo, de acordo com o conteúdo do documento.

k) Título: Pode ser uma palavra, expressão ou frase que designa o assunto ou o
conteúdo de um documento.

Conduru e Pereira (2010) destacam que a Lista de Referências possui as


seguintes características:

a) é um elemento obrigatório;
69

b) constitui a lista de documentos citados no texto;


c) deve ser o primeiro elemento pós-textual, localizado após a conclusão;
d) o termo Referências não deve ser centralizado nem numerado.

4.1.1 Indicação das referências

Além de definir os elementos que compõem as Referências, a NBR 6023:2002


fixa a ordem que tais elementos devem ser colocados, a forma de apresentação em
cada documento científico, orienta e prepara o material utilizado para a produção
desses documentos.

As formas de referências que mencionaremos abaixo são as mais utilizadas.

Existem ainda muitas outras, como referências de mapas, guias, gravuras,


cartazes, outdoors, dicionários, fotos, cartões postais, transparências, documentos de
arquivos, arquivos eletrônicos, desenhos técnicos, lápides, bulas de remédio, fax,
selos cartas, comerciais de diversos tipos de mídia, referências de entidades,
legislação, CD-ROM, atas, filmes e vídeos, fita cassete, material cartográfico (atlas e
globos), slides, arquivos em disquetes e outros.

Esta seção procura orientar como fazer indicação de referências baseada na


norma da ABNT NBR 6023:2002.

Indicação de uma referência deve estar composta de

a) Elementos Essenciais: São as informações indispensáveis para se identificar


a obra. Segundo a ABNT, os elementos essenciais são: autoria intelectual, título e
subtítulo, edição, imprenta (que designa o lugar da publicação da obra, a casa editora)
e da data de publicação.

Exemplo:

BOECHAT, João Ricardo. A Dimensão Religiosa na Vida Social. Diferentes


seguimentos pentecostais e sua influência na sociedade brasileira. Rio de Janeiro:
Terceira Via Edições, 2019.
70

b) Elementos Complementares: complementam os essenciais. São colocados


de forma a caracterizar os documentos. Podem ser: quantidade de páginas,
nascimento e morte do autor, coleção, tamanho do material, tradutor, entre outros.

Exemplo:

STOTT, John. A Cruz de Cristo. São Paulo: Vida, 2006. Tradução: João
Batista, 367 p.

4.1.2 Formatação das Referências

 Alinhamento à margem esquerda do texto;


 Espaçamento simples e espaçamento duplo entre elas, apresentando
as referências em ordem alfabética.
 Os destaques gráficos – sublinhado, negrito ou itálico – devem ser
uniformes.

Uma das finalidades das referências é informar a origem das ideias


apresentadas no decorrer do trabalho.

Nesse sentido, devem ser apresentadas completas, para facilitar a localização


dos documentos. No caso de abreviaturas, seguimos a norma da NBR 10522: 2002.

4.1.3 Localização das Referências

A localização das referências ocorre:

 no rodapé;
 no fim do texto ou capítulo;
 em listas de referências;
 antecedendo resumos, resenhas.
71

4.1.4 Principais normas de Apresentação das Referências

Estas e outras formas podem ser encontradas nas normas para apresentação
de documentos científicos na NBR 6023:2002.

Sugerimos também a consulta ao livro de CRUZ, Carla; RIBEIRO, Uirá;


FURBETTA, Nelly. Metodologia científica: teoria e prática. Rio de Janeiro: Axcel
Books, 2003, p. 98-124.

4.1.4.1 OBRA MONOGRÁFICA

Inclui LIVRO e/ou folheto (manual, guia, catálogo, enciclopédia, dicionário etc.)
e trabalhos acadêmicos (teses, dissertações, entre outros).

Os Elementos Essenciais são:

 Sobrenome do autor em letras Maiúsculas, seguido por outros nomes em


letras minúsculas, separados por vírgulas;
 Título da obra em negrito, seguido de ponto final;
 Subtítulo (se houver), separado do título por dois pontos ou travessão, sem
destaque;
 Número da edição abreviado (ed.). Quando não constar na obra consultada,
é que se trata da 1ª edição, e esta nunca deve ser indicada.
 Local da publicação, seguido por dois-pontos:
 Editora: apenas o Nome;
72

 Ano de Publicação – em algarismos arábicos;


 Como elemento complementar (opcional), o número de páginas.

a) Com apenas Um Autor

Exemplo:

BOECHAT, João Ricardo. A Dimensão Religiosa na Vida Social: Diferentes


seguimentos pentecostais e sua influência na sociedade brasileira. Rio de Janeiro:
Terceira Via Edições, 2019.

b) Com Dois Autores

Exemplo:

LOBOSCO, Ricardo Lengruber; ALMEIDA, Edson Fernando. Jardinagens


teológicas: o cotidiano religioso pelo olhar de dois jovens teólogos. São Leopoldo:
Oikos, 2010.

c) Com Três Autores

Exemplo:

CARSON, D. A.; MOO, Douglas J.; MORRIS, Leon. Introdução ao Novo


Testamento. São Paulo: Vida Nova, 1997. Tradução Márcio Loureiro Redondo.

d) Com Mais de Três Autores

Exemplo:

PARSON, Burk et al. João Calvino: Amor à devoção, Doutrina e Glória de


Deus. São José dos Campos: FIEL, 2010.
73

ET AL. “et” significa “e” e “al.” é a abreviatura de “alli” (que significa “outros”),
masculino, e de “aliae” (que significa “outras”), feminino. A forma abreviada é “et al.”
e serve para todos os casos – masculino, feminino ou plural. Por ser uma abreviatura,
o ponto é indispensável. A pronúncia correta é “et álli” e não “et alií”.

Deve ser escrito em caracteres normais, sem negrito, sem itálico ou


sublinhado, por se tratar de expressão já incorporada ao domínio da nossa língua.

É facultado ao autor indicar os nomes e sobrenomes intermediários dos


autores consultados de forma abreviada ou não.

O importante é seguir uma padronização em todos os documentos na lista de


referências. Caso deseje usar a forma abreviada, faça em todos. Se preferir por
extenso, que seja assim em todos.

Outro aspecto importante: Não se deve incluir indicações de títulos, cargos,


graduações, mesmo que apareçam na obra referenciada. Por exemplo: Dr., Prof.,
M.M., Pe., PhD. dentre outros.

e) Com Indicações de Parentesco

Exemplo:

MELO NETO, João Cabral de. Morte e vida Severina: e outros poemas em
voz alta. 21ª ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 2011.

f) Várias Obras de um mesmo Autor

Na mesma lista de referência, quando citar várias obras de um mesmo autor,


pode-se suprimir os nomes que estariam repetidos e substituí-los por um traço
sublinear, equivalente a seis toques da tecla de sublinhar do teclado, seguido de ponto
final.

Exemplo:
74

BOECHAT, João Ricardo. A Dimensão Religiosa na Vida Social. Diferentes


seguimentos pentecostais e sua influência na sociedade brasileira. Rio de Janeiro:
Terceira Via Edições, 2019.

______. Religião e classe social: Uma análise dos especialistas religiosos


de diferentes segmentos evangélicos sob a influência do Pentecostalismo. Tese de
Mestrado. Universidade Estadual do Norte Fluminense, UENF. Campos dos
Goytacazes, RJ, 2017.

4.1.4.2 CAPÍTULO DE LIVRO

Conforme Cruz, Ribeiro e Furbetta (2003, p. 110), ao elaborar uma referência


de capítulo de um livro, deve-se obedecer aos seguintes passos:

 Sobrenome do autor do capítulo em letras maiúscula, seguido por seu


nome em letras minúsculas, separados por vírgulas;
 Título do capítulo sem destaque, contínuo de ponto final, quando tiver
subtítulo, colocar dois-pontos para separá-los (se no original houver travessão, deixar
como no original);
 Usar a expressão In: e, após, dois-pontos;
 Sobrenome do autor da obra em maiúscula acompanhado de vírgula;
 Título da obra seguido de ponto final, em destaque, se houver subtítulo
separado por dois-pontos, sem destaque;
 Abreviar o número da edição a partir da segunda;
 Local da publicação acompanhado de dois-pontos;
 Editora;
 Ano da publicação (em algarismos arábicos);
75

 Apresentar o número do capítulo em que se encontra (cap.), bem como


as páginas inicial e final do capítulo (p.).

a) Mesmo Autor

Use a expressão In: seguida de SEIS toques da tecla de sublinhar do teclado,


seguido de ponto final.

Exemplo:

LOBOSCO, Ricardo Lengruber. Literatura, sociedade, família e incesto no


Antigo Testamento. In: ______. O incesto nas leis do Levítico. São Leopoldo: Oikos,
2011. p. 61-96.

b) Autores Distintos

Exemplo:
FERGUSON, Sinclair B. O Coração de Calvino para Deus. In: PARSONS, Burk
(Org.). João Calvino – Amor à Devoção, Doutrina e Glória de Deus. São José
dos Campos: FIEL, 2010. Cap. 3, p. 55-66.

4.1.4.3 ARTIGO DE REVISTA OU PERIÓDICO

Conforme Furasté (2003, p.97), o artigo publicado em revista ou periódico deve


conter os seguintes elementos:

 Iniciar pelo autor do artigo; quando não houver autoria, começar pelo
título do artigo, colocando a primeira palavra em letras maiúsculas;
 Título do artigo sem destaque;
 Título da revista (título da publicação) em destaque (grifado);
 Local de publicação, volume e número do fascículo;
 Páginas iniciais e finais, antecedidas da abreviatura de página (p.),
seguida pelo mês e ano da publicação;
 Em alguns casos, quando houver necessidade, acrescentar as
informações complementares.
76

Obs.: com exceção de maio, os meses são abreviados na terceira letra, mesmo sendo
vogal: jan., fev., mar., abr., maio., jun., jul., ago., set., out., nov., dez.

a) Artigo com Autor

Exemplo:

BOECHAT, João. TORRES JR., R. D.; Diferenciação funcional e organizações


religiosas na modernidade: uma análise teórica com base no pentecostalismo no Brasil.
Revista de Ciências Sociais (UFC), v. 49, p. 601-656, 2018.

b) Artigo sem Autor


Quando não há autoria especificada, inicia-se a referência pelo título do artigo,
com a primeira palavra em letras maiúsculas.
Exemplo:

A CONSTRUÇÃO do cérebro. Veja, São Paulo, v. 29, n. 12, p. 84-89, mar.


1996.

4.1.4.4 REVISTA

Os elementos essenciais são: título, local da publicação, data de início e de


encerramento da publicação, se houver.
77

a) Revista considerada no todo

Exemplo:

REVISTA ULTIMATO. Viçosa, MG: Editora Ultimato, ano ILIII, n. 382, mar.
abr.2020.

b) Número especial de Revista, Suplemento, incluindo partes de


revistas, boletim, volume, fascículos, entre outros, com ou sem título
próprio.

Elementos essenciais: título da publicação, local da publicação, número do


volume e/ou ano, informações de período e data de publicação.
Exemplo:

A Serviço do Índio para a glória de Deus. Revista Missão Caiuá, Edição


comemorativa, 1928-2018 – 90 anos de serviço. Missão Evangélica Caiuá, Dourados,
MS: 2018.

4.1.4.5 ARTIGO DE JORNAL


78

De acordo com Dmitruk (2004, p. 167-168), o artigo de jornal deve conter os


seguintes elementos nas referências:

 Iniciar pelo autor do artigo; quando não houver autoria, começar pelo
título do artigo, colocando a primeira palavra em Caixa-Alta;
 Título do artigo
 Nome do jornal em destaque;
 Local e data;
 Relacionar, em caso de suplemento ou caderno especial, o título,
número do volume e número do fascículo.
 Quando o nome do jornal coincidir com o nome da cidade onde é
publicado, não é preciso repetir o local de publicação.

a) Com Autor

Exemplo:

VIEIRA, Antônio Carlos. A politização da segurança pública. A Notícia, Joinville,


6 ago. 2005. p. A3.

b) Sem Autor

Exemplo:

IMPORTÂNCIA da tradição e confiança nos negócios imobiliários. Jornal Água


Verde, Rebouças e Portão, ano 14, n. 286, p. 3, jun. 2005.

4.1.4.6 DISSERTAÇÃO DE MESTRADO E TESE DE DOUTORADO

Nesse caso, segundo Cruz, Ribeiro e Furbetta (2003, p.104), a ordem dos
elementos deve ser a seguinte:

 Autor;
 Título e subtítulo (se houver)
 Ano da apresentação;
79

 Número de folhas;
 Categoria (grau e área de concentração);
 Instituição;
 Local e data da defesa. (Ano da defesa deve ser indicado somente
quando este difere do ano de apresentação).

Exemplo:

BOECHAT, João Ricardo. Religião e Classe Social: uma análise dos


especialistas religiosos de diferentes segmentos evangélicos sob a influência do
pentecostalismo. 2017. 172 f. Dissertação (Mestrado em Sociologia Política) –
Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro – UENF. Campos dos
Goytacazes, RJ.

4.1.4.7 TRABALHOS PUBLICADOS EM ANAIS DE EVENTOS

De acordo com Cruz, Ribeiro e Furbetta (2003, p. 1006-112), as publicações


de eventos podem ser com autoria ou do evento em sua totalidade.

Quando forem trabalhos com autoria, devemos seguir:

 Autor;
 Título do trabalho;
 In: nome do evento em Caixa-Alta;
 Número arábico do evento (mesmo que no evento tenham usado em
números romanos)
 Ano, cidade onde se realizou o evento;
 Título (anais, resumos e outros) em destaque;
 Local da publicação: editora (quando houver), data de publicação;
 Volume (quando houver);
 Página inicial e final do trabalho.
80

Exemplo:

BOECHAT, João Ricardo. Religião e Classe Social: a Teologia da


Prosperidade em diferentes segmentos do movimento evangélico. In: 1º CONGRESSO
NACIONAL DE CIÊNCIAS SOCIAIS DESAFIOS DA INSERÇÃO EM CONTEXTOS
CONTEMPORÂNEOS, 2016, Vitória. Anais do 1º Congresso Nacional de Ciências
Sociais. Vitoria: Departamento de Ciências Sociais, 2015. v. 1. p. 1410-1423.

4.1.4.8 DOCUMENTOS EM MEIO ELETRÔNICO – INTERNET

Segundo Azevedo (2004, p. 66), basicamente os arquivos virtuais devem conter


as seguintes informações, quando disponíveis:

 Sobrenome e nome do autor;


 Título do documento completo;
 Título do trabalho no qual está inserido (em destaque);
 Data (dia, mês e/ou ano) da disponibilização ou última atualização;
 Endereço eletrônico (URL) completo (entre parênteses angulares <>);
 Data do acesso (mês abreviado).

As mensagens obtidas via internet também podem ser referenciadas, porém


recomenda-se que evite essas mensagens veiculadas por correio eletrônico que têm
caráter informal, impessoal e efêmero, como fonte científica ou técnica de pesquisa.
81

a) Obra Monográfica no Todo em Meio Eletrônico

As referências devem obedecer aos mesmos padrões de obras monográficas


no todo. Em seguida, deve-se acrescentar as informações relativas à descrição física
do meio ou suporte.

Quando se tratar de obras consultadas on-line, são essenciais as informações


sobre o endereço eletrônico, apresentado entre os sinais <>, precedido da expressão
“Disponível em: ” e, após a informação do endereço, colocamos a data de acesso ao
documento mediante a expressão “Acesso em: ”, opcionalmente acrescida dos dados
referentes à hora, minutos e segundos.

Exemplo:

TEOLOGIA. In: DICIONÁRIO da língua portuguesa. Lisboa: Priberam


Informática, 1998. Disponível em: <http://priberam.pt/dIDLPO>. Acesso em: 09 abr.
2020.

b) Monografia por Meio Eletrônico


Exemplo:

SILVEIRA, Marcos Antônio. Tratamento de esgoto doméstico para preservação


do meio ambiente. 2005. 102 f. Monografia. (Especialização) – Curso de Pós-
graduação em Engenharia Civil, Universidade Federal de Pernambuco. Disponível
em: <http://www.ufrpe.br/>. Acesso em: 23 abr. 2020.

c) Anais Disponível em Meio Eletrônico

Exemplo:

SILVA, R. N.; OLIVEIRA, R. Os limites pedagógicos do paradigma da qualidade


na educação. In: CONGRESSO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA UFPe, 4., 1996,
Recife. Anais eletrônico... Recife: UFPe, 1996. Disponível em:
<http://www.propesq.ufpe.br/anais/anais/educ/htm>. Acesso em: 23 abr. 2020.
82

d) Artigo e/ou Matéria de Revista, Boletim etc. em Meio Eletrônico

As referências devem obedecer aos padrões indicados para artigo e/ou matéria
de revista, boletim etc., acrescidas das informações relativas à descrição física em
meio eletrônico (CDROM, on-line etc.) ou suporte.

Exemplo:

SOUZA, J. A. O planeta e os transgênicos. Neotiva, São Paulo, n. 3, ago. 2000.


1 CD-ROM.

Quando se tratar de obras consultadas on-line, são essenciais as informações


sobre o endereço eletrônico, apresentado entre os sinais <>, precedido das
expressões “Disponível em: ”, e a data de acesso ao documento, precedida da
expressão “Acesso em: ”.

Exemplo:
GONÇALVES, H. de A. Marco histórico da educação no Brasil e a
informatização na sala de aula. Abceducatio, São Paulo, out. 2003. Tendências.
Disponível em: <http://www.abceducation.com.br>. Acesso em: 23 abr. 2020.

e) Enciclopédias e Dicionários

Elementos essenciais:

Parte de volume, de publicação seriada ou de dicionário especializado - verbete


de enciclopédia e dicionário, respectivamente.

Exemplos:

LÓGICA. In: Dicionário Bíblico. MACKENZIE, John L. São Paulo: 1984, v.1,
p.319. Paulus.
83

4.1.4.9 PATENTE

Os elementos essenciais são: Entidade responsável e/ou autor, título, número


de patente e datas (do período de registro).

Exemplo:

EMBRAPA, Unidade de Apoio, Pesquisa e Desenvolvimento de


Instrumentação Agropecuária (São Carlos, SP). Paulo Estevão Cruvinel. Medidor
digital multissensor de temperatura para solos. BR n. PI 8903105-9, 26 jun. 1989, 30
maio 1995.

4.2 REGRAS COMPLEMENTARES DE REFERÊNCIAS (NBR: 6023,


ago. 2002)

Dificuldades que possam sem encontradas ao se elaborar uma referência,


principalmente quando não é possível a localização de dados necessários

a) Falta de Editora
 Usa-se a expressão sine nomine (sem nome, sem editora) abreviada,
[s.n.];
 Onde não é possível identificar a editora e o local de publicação, coloca-
se ambos, [S.l.: s.n.];
84

 Não é preciso citar, se a editora for a responsável pela autoria da obra;


 Nas obras com mais de uma editora, deve separá-las por ponto e vírgula.

Exemplo:

FRANCO, Ilário. Discurso: de outubro de 1992 a agosto de 1993. Brasília, DF:


[s.n], 1993. p. 107.

b) Falta do Local de Publicação

 Use a palavra Sine loco abreviada, [S.l.];


 Caso possa se identificar o local, mas ele não se apresentar no
documento, deve ser colocado entre colchetes;
 Onde há mais de um local de publicação, é aconselhável utilizar o mais
destacado;
 Para homônimos de cidade, deverá ser adicionado o estado, ou país, se
necessário.

Exemplos:

LARSON, Carlos Eduardo. Curto-teste veterinária: dermatopatias em cães e


gatos. [S. l.]: AP, 1996. 33 p.

CASOS reais de implantação de TQC. [Belo Horizonte]: Fundação Cristiano


Ottoni, 1995. 2 v.

CAPALBO, Elly da Costa; OCCHIUTTO, Marcelo Luís. Bianca, Clara, Karina: a


história de uma mesma mulher. Araras, SP: IDE, 1998. 288 p.

c) Falta do Ano de Publicação

 [1971 ou 1972] Ano ou outro;


 [1981?] Para data provável;
 [ca. 1960] Para data aproximada;
85

 [197-] Para década certa;


 [197-?] Para década provável;
 [19—] Para o século certo;
 [19--?] Para o século provável.

 Obs: ca significa “cerca de”, “aproximadamente”.

Exemplos:

FLORENZANO, E. Dicionário de ideias semelhantes. Rio de Janeiro: Ediouro,


[1993?]. 383 p.

KAISER, Bruno. 10.000 anos de descoberta. 4. ed. aum. São Paulo:


Melhoramentos, [196-?]. 302 p.

d) Falta de Paginação

Se a publicação não for paginada, utilize as expressões: não paginado,


paginação irregular ou várias paginações.

Exemplos:

PEIXES do Pantanal: agenda 1999. Brasília, DF: Embrapa, 1999. Não


paginado.
ROITT, Ivan Maurice; BROSTOFF, Jonathan; MALE, David K. Imunologia.
Tradução Ida Cristina Gubert. São Paulo: Manole, 1997. Paginação irregular.

PETITTO, Sonia. Programa Logo 1. Ilustrações: Jorge A. Soto Sepúlveda. São


Paulo: C G Ed., [1994?]. 146 p. em várias paginações.

e) Com Ilustrações

Ilustrações, de qualquer natureza, podem ser indicadas pela abreviatura il. e


para ilustrações coloridas, a abreviatura il. color.

Exemplos:
86

CESAR, A. M. A bala e a mitra. Recife: Bagaço, 1994. 267 p., il.

AZEVEDO, Marta R. de. Viva vida: estudos sociais, 4. São Paulo: FTD, 1994.
194 p., il. color.

Disponível em: <https://seminariodosul.com.br/clkrieger/>Acesso 23.04.2020

f) Com Duas ou Mais Editoras

De acordo com Cruz, Perota e Mendes (2002, p.52), havendo duas editoras,
ambas são descritas, precedidas de seus respectivos lugares. Se forem três ou mais
editoras, mencionamos a primeira, ou a que estiver em destaque na publicação.

Exemplo:

LUZ, Hercílio Pedro da; SGROTT, Emerson Alexandre. Anatomia da cabeça e


do pescoço: noções para a prática médica e odontológica. Itajaí: Ed. Univali; Joaçaba:
Ed. Unoesc, 2003, 155 p.

g) Com Notas

Sempre que necessário à identificação da obra, devem ser incluídas notas com
informações complementares, ao final da referência, sem destaque tipográfico.
87

Exemplo:

MARINS, J. L. C. Massa calcificada da nasofaringe. Radiologia Brasileira, São


Paulo, n. 23, 1991. No prelo.

4.3 DICAS IMPORTANTES para fazer corretamente citações e


referências: (CRUZ, RIBEIRO e FURBETTA, 2003, p. 97)

 Ponto ( . ) - Usa-se ponto após o nome do autor/autores, após o título, a edição


e ao final das referências.
 Vírgula ( , ) - A vírgula é usada após o sobrenome dos autores, após a editora,
entre o volume e o número, páginas de revistas e após o título da revista.
 Ponto e vírgula ( ; ) - Ponto-e-vírgula seguido de espaço é usado para separar
os autores.
 Dois pontos ( : ) Dois-pontos são usados antes do subtítulo, antes da editora e
depois do termo In.
 Barra transversal ( / ) A barra transversal é usada entre os números e datas de
fascículos não sequenciais. (Ex.: 3/4, 1988/1992).
 Reticências ( ... )- As reticências são usadas para indicar supressão de títulos
(Ex.: Anais...).
 Hífen ( - ) O hífen é utilizado entre páginas (Ex.: 75-103) e entre as datas de
fascículos sequenciais (Ex.: 2000-2001).
 Colchetes [ ] Colchetes são usados para indicar os elementos de referência
que não aparecem na obra referenciada, porém são conhecidos (Ex.: [1976]).
 Parênteses ( ) Parênteses são usados para indicar a série, grau (nas
monografias de conclusão de curso e especialização, teses e dissertações) e para o
título que caracteriza a função e/ou responsabilidade, de forma abreviada. (Coord.,
Org., Comp.)
88

REFERÊNCIAS
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Normas ABNT sobre documentação. Rio de Janeiro, 2000. (Coletânea de normas).

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______. NBR 6028: informações e documentação: resumo: apresentação. Rio de
Janeiro, 2003.
______. NBR 10520: Informação e documentação: apresentação de citações em
documentos. Rio de Janeiro, 2002.
______. NBR 10522: Informação e documentação: abreviação na descrição
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