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Trabalho de ECO 445 Política e Programação

Nomes: Joseline Cristina Ferreira e Alexandre Magno Thomazini Pizzol


Matriculas: 95870 e 93171

Os três artigos tem como tema principal a discursão do significado de Estado, Nação e
Estado-Nação, com cada um dos dois autores Luís Carlos Bresser e Deise Baumgratz
diferenciando cada tema e explicando o significado de cada se utilizando de trabalhos
de autores como Weber, Engels, Bourdieu, Hobsbawn dentre outros. Ambos os
autores concordam no ponto de que para se ser uma nação faz-se necessário
compartilhar dos mesmos objetivos comuns para que pudesse haver uma
homogeneidade entre os indivíduos de um país como meio de unificação das massas
através de da formação da nação, identidade, criação de símbolos como a bandeira, os
hinos nacionais, monumentos de guerras, esportes, uniformes escolares etc. Essa
incorporação de símbolos é o que leva populações inteiras a matar e morrer em nome
de uma nação, ou de algo inventado como heróis e inimigos em comum, sendo claro o
uso de artifícios psicológicos para dominação e controle das massas, já que uma
sociedade homogenia é mais fácil de ser manipulada.
No primeiro artigo intitulado O estado, a Nação e Estado-Nação, a autora Deise
Baumgratz começa a discursão apresentando a origem e formação do Estado,
vinculado aos interesses do capital e regulação da luta de classes, fala também sobre o
surgimento do nacionalismo, não como algo natural, mas uma criação de tradições e
símbolos que são incorporados e naturalizados pela população. Um interessante
tópico do texto é o início do que hoje é chamado de capitalismo, no qual os primórdios
da sociedade europeia deixou de se basear em subsistência e passou a produzir
excedentes o que deu inicio ao mercado de trocas, sendo o principal responsável o
desenvolvimento da agricultura que com o uso de novas tecnologias possibilitou haver
excedentes e a subsistência de populações maiores.
A autora faz uma síntese do termo Estado, na concepção de alguns autores, sendo
esses Engels, Weber e Bourdieu. Dando ênfase aos dois últimos supracitados, Weber,
inicialmente, institui o estado como algo ímpar para o sucesso do capitalismo, dando
ênfase também à religião protestante para o sucesso do mesmo, já que nela a
comunhão com Deus está atrelada ao trabalho e acumulação de capital. Bourdieu, no
entanto, traz uma visão um tanto quanto pessimista, tratando o estado como uma
ilusão já que o mesmo não existe, e sim agentes que incorporam as instituições do
Estado. O Estado é então um campo de poder, definido pela posse do monopólio
legítimo da violência física e simbólica em um território e sob uma população definida.
Após isso, a autora adentra à concepção de nação, que é fundamentada
principalmente sob a questão da homogeneidade e identidade cultural. Adiante, cita
que a partir daí surgiram os primórdios do nacionalismo. Para enunciar o nacionalismo,
a autora se utiliza do caso da Alemanha, que para a unificação das massas, romantizou
símbolos, estátuas e memoriais, apelando para os sentimentos e emoções da
população, criando um sentimento de pertencimento. A partir dessa concepção de
nacionalismo conseguimos correlacionar o assunto discutido com a situação que está
ocorrendo entre a Rússia e a Ucrânia, no qual o poder do nacionalismo implantado por
Putin em seus 20 anos, quando Putin assumiu o país, havia uma crise enorme em razão
da guerra fria, e o povo Russo estava bastante desacreditado, tanto que muitos
territórios hoje países se desvencilharam da antiga União Soviética e se tornaram
independentes. Putin então reinstituiu a ideia de "Mãe Rússia", com um nacionalismo
exacerbado. Isso recriou na população um sentimento de pertencimento, tanto que
grande parte, senão a maioria exorbitante, concorda com a Guerra travada contra a
Ucrânia (muito pelo controle do governo sobre a mídia, que só divulga o que acha
interessante), sendo o nacionalismo e o apelo pela emoção da população, usados
como arma e razão para manutenção da guerra e aceitação dos russos que são levados
a pensar que tal conflito é necessário para o bem comum da nação.
No segundo e no terceiro artigo do autor Luís Carlos Bresser-Pereira, são analisados
também os conceitos de Nação, Estado e Estado-Nação. Para o autor o estado é um
sistema normativo e de organização social, sendo o estado o principal resultado
politico da revolução capitalista, juntamente com o mercado, a burguesia e a classe
operária, além da implementação da razão e da ciência como fonte principal de
conhecimento. De acordo com o autor o acumulo de capital nas mãos da burguesia,
agora a camada mais importante da sociedade substituindo a monarquia que a partir
daqui começa a entrar em declínio, levava a inovação e ao progresso da sociedade, já
que esta é a principal detentora dos meios de produção, assim o quanto mais lucro
uma atividade tinha maior era a vontade desses empresários de investir na busca por
novas tecnologias que levasse a produção a um novo patamar.
A concepção de Nação é uma sociedade politicamente organizada que partilha mesma
história e objetivos comuns sendo esses: segurança, autonomia nacional e
desenvolvimento econômico, sendo o estado o instrumento da nação para atingir tais
objetivos políticos. Assim como Baumgratz, Bresser discorre em seu artigo sobre a
importância do sentimento de nação para que a sociedade fosse homogenia, na qual
todos tinham os mesmos objetivos comuns de promover o desenvolvimento
econômico para sua nação. O nacionalismo é a ideologia de formação e preservação
do estado, apesar de ser benéfico para o estado o nacionalismo também pode vir em
forma de intolerância e violência o que inviabiliza o objetivo comum da nação, o autor
chama essa face do nacionalismo de ético-religioso e o separa do nacionalismo
econômico que se baseia puramente no objetivo competitivo e estratégico do estado-
nação.
Bresser, além de incorporar de certa maneira os conceitos de estado, nação e estado-
nação traz para a discussão a revolução capitalista e a sua relação com o
desenvolvimento econômico, “Enquanto o poder imperial limitava-se a cobrar
impostos da colônia, deixando intactas sua organização econômica e sua cultura, os
estados-nação estão diretamente envolvidos na competição internacional por maior
poder e maiores taxas de crescimento. Para isso, buscam homogeneizar sua cultura,
dotando-se de uma língua comum, para, através da educação pública, poder garantir
que padrões crescentes de produtividade sejam compartilhados por toda a população
(Gellner, 1993)”, em suma, o que isso quer dizer é que, com a revolução capitalista e
com uma população dotada de fins semelhantes, bem como o mesmo idioma, mesma
simbologia e história, a competição por maior poder e melhor desempenho e
desenvolvimento como um todo, refletindo na melhora das condições de vida, se torna
praticamente intrínseca. A noção de Estado-Nação para o autor é uma unidade
político-territorial soberana que possui: uma nação, um estado e um território, sendo
seu principal interesse o desenvolvimento econômico sendo o trabalho a forma de
manutenção desse objetivo. O desenvolvimento econômico para Bresser está ligado ao
crescimento continuado da produtividade, renda por habitante e salários, assim sendo
o mercado e o dinheiro as duas instituições que viabilizam os objetivos competitivos e
econômicos das nações.
Os artigos descrevem que o estado e a sociedade estão sempre em mudança com o
passar dos séculos, desde seu caráter centralizador e absolutista controlado pelos
oligarcas no passado, passando para a manutenção dos interesses da burguesia após a
revolução capitalista até chegar no povo no estado democrático com a conquista do
voto e de direitos sociais. Por fim, Bresser apresenta três conceitos para o Estado,
sendo o primeiro uma organização com poder de legislar e tributar; o segundo, além
da organização, é também a lei e o terceiro como um tipo de sociedade com o poder
de legislar e tributar.

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