Você está na página 1de 8

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ

CENTRO DE TECNOLOGIA
CURSO DE BACHARELADO EM ENGENHARIA DE MATERIAIS

Raimundo Pessoa de Carvalho Neto


Felipe Alves Aguiar do Nascimento

Ligas de níquel: Propriedades e aplicações

Teresina

2023
Ligas de níquel: Propriedades e aplicações

Trabalho elaborado como método de


avaliação da disciplina Materiais Metálicos do
curso de Engenharia de Materiais da
Universidade Federal do Piauí – UFPI

Professor: João Rodrigues de Barros


Neto

Teresina

2023
SUMÁRIO
1

1. INTRODUÇÃO

O Níquel é um metal utilizado há milhares de anos pelo ser humano,


à princípio para realizar coloração de peças de vidro, na produção de
armamentos e moedas. Sempre sendo destacado pela sua resistência
privilegiada e dureza, o que também, consequentemente pode acarretar
na dificuldade de seu processamento. De modo geral, a usinabilidade de
ligas à base de Ni necessita de maior potência, menores velocidades de
corte, máquinas e ferramentas mais rígidas e ferramentas com geometrias
e revestimentos especiais. Isso, associado à sua relativamente baixa
disponibilidade na crosta terrestre, agregam muitos custos ao níquel e à
produção de suas ligas [1,2,3].

2. OBJETIVOS

 Explanar a respeito da extração e fontes de obtenção do níquel;


 Sintetizar o processamento do níquel;
 Correlacionar, de maneira sucinta, propriedades e aplicações do níquel
e suas ligas no cotidiano.

3. REFERENCIAL TEÓRICO

Semelhantemente a vários outros metais, o níquel é encontrado na


natureza em forma de minérios, ou seja, rochas contendo outros
elementos misturados. É possível classificar esses minérios em:
 Sulfetos: Encontrados majoritariamente no Canadá, os sulfetos de
cobre e níquel possuem um alto custo de extração, relacionado à
profundidade a qual se encontra.
 Silicatos: Em maior disponibilidade na Nova Caledonia, Oceania, os
silicatos de níquel são encontrados em grande parte na forma de
Garnierita (Ni,Mg,Fe)4Si6O15(OH)2.6H2O.
2

 Laterítico: Encontrado principalmente no Brasil, o minério laterítico, ou


óxido de ferro, cobalto e magnésio abre um leque de novas
possibilidades de exploração e extração. No Brasil, os estados de
Goiás, Pará, Piauí e Minas Gerais contém reservas desses minérios [4].

Quanto ao seu beneficiamento e extração, o Ni passa pelos


seguintes processos: o níquel deve primeiro ser enriquecido por flotação
para cerca de cinco por cento de teor de níquel. Então o minério é assado
de forma semelhante à produção de cobre. Aqui, o minério é primeiro pré-
torrado para converter uma porção do sulfeto de ferro em óxido de ferro.
Subsequentemente, silicatos e coque são adicionados para escorvar o
óxido de ferro como silicato de ferro. Ao mesmo tempo, a pedra bruta
cobre-níquel é formada por níquel, cobre e sulfeto de ferro. Como isso é
especificamente mais pesado do que a escória de silicato de ferro, as
duas fases podem ser aproveitadas separadamente.
Posteriormente, a pedra bruta é preenchida em um conversor e a
sílica é adicionada. É injetado com oxigênio. Como resultado, o sulfeto de
ferro remanescente é torrado para óxido de ferro e depois esfregado. O
resultado é a pedra fina de cobre-níquel, que consiste em cerca de 80%
de cobre e níquel e cerca de 20% de enxofre [5].
As ligas de níquel são muito resistentes à oxidação e à corrosão e,
quando aquecidas, formam uma camada espessa, estável e passivante
de óxido, particularmente atraente para uso em aplicações de alta
temperatura. Muitas das propriedades que tornam as ligas de níquel
materiais de engenharia desejáveis também são amplamente
responsáveis pela dificuldade significativa em sua usinagem. A alta
resistência e retenção de propriedades de alta resistência em
temperaturas elevadas dá origem a uma menor usinabilidade desses
metais. Além disso, as ligas de níquel, semelhantes aos aços inoxidáveis
austeníticos, endurecem rapidamente e durante a usinagem sofrem um
3

efeito de endurecimento produzido pelas pressões da operação de corte


.
[1]

4. APLICAÇÕES

Energia é essencial para todas as sociedades. Os materiais que


contêm níquel estão sendo amplamente utilizados para atender às
exigentes condições das indústrias de petróleo e gás e geração de
energia, incluindo energia renovável. Esse uso se dá principalmente pelo
ambiente hostil o qual o metal é exposto, como por exemplo na tubulação
de óleo e gás.
Embora o óleo em si não seja corrosivo, sua produção ocorre em
ambientes altamente corrosivos. As ligas contendo níquel são essenciais
para fornecer a resistência à corrosão de longo prazo necessária em
muitos componentes expostos a ambientes de produção de petróleo e
gás. Componentes comuns que dependem de ligas contendo níquel
incluem tubos de fundo de poço e elementos críticos de segurança,
componentes e válvulas de cabeça de poço e árvore de natal, dutos,
tubulações, vasos e trocadores de calor.
Outra aplicação do Ni no campo energético é na tecnologia de
armazenamento de energia, onde nem sempre é conveniente ou prático
gerar eletricidade sob demanda. Isso é particularmente verdadeiro para
fontes de energia renováveis, como energia eólica, das ondas, das marés
e solar. 
Da mesma forma, veículos híbridos e elétricos também precisam de
capacidade para armazenar eletricidade. 
As baterias recarregáveis são uma maneira de fazer isso.
Existem muitos tipos de químicas de baterias recarregáveis, cada uma
com suas próprias características, como capacidade de armazenamento
de energia para um determinado peso, faixa de temperatura operacional e
taxas de descarga. A tecnologia da bateria de íon-lítio tem evoluído
4

rapidamente e encontrou ampla aplicação em veículos elétricos,


ferramentas portáteis e equipamentos eletrônicos. As baterias de íons de
lítio NMC (níquel-manganês-cobalto) são a química predominante.
Uma abordagem mais indireta é usar um eletrolisador para criar
hidrogênio. Este pode então ser armazenado sob pressão ou liquefeito ou
como um hidreto. Todos dependem de materiais contendo níquel.
Ainda se mostrando muito versátil, o Níquel tem um papel
importante na indústria alimentícia, de modo que a alta flexibilidade do aço
inoxidável contendo níquel permite que os engenheiros criem máquinas de
processamento de alimentos cada vez mais eficientes.
Essa flexibilidade permite que as máquinas sejam moldadas para
os vários processos necessários; uma vez construído, sua tenacidade e
resistência inerentes garantem que ele resistirá ao desgaste de muitos
anos de uso intenso. Além disso, como o aço inoxidável contendo níquel é
resistente à corrosão, ele pode resistir aos produtos de limpeza mais fortes
e às temperaturas extremamente altas da água, mantendo assim os mais
altos padrões de higiene. O acabamento liso também minimiza qualquer
risco de higiene representado por biofilmes [6,7].

5. CONCLUSÃO

Com base no que foi apresentado, o Ni é um metal indispensável no


campo da engenharia, a levar em consideração suas grandes
possibilidades e finalidades. Graças às suas numerosas aplicações,
muitos avanços tecnológicos são alcançados anualmente, abrangendo
diversas áreas, como por exemplo: Industrias energéticas, petrolíferas e
até mesmo sendo útil na indústria de alimentos. No entanto, a sua baixa
disponibilidade na crosta terrestre e o seu caro processamento têm grande
influência no seu custo final, inviabilizando o seu uso em aplicações as
5

quais seria ideal. A pesar disso, o Níquel é e vai continuar sendo uma
fonte de pesquisa fundamental para o desenvolvimento científico [8].

6. REFERÊNCIAS
1. EVANS, R. Metalworking Fluids (MWFs) for Cutting and Grinding, 2012.
2. ZUM GAHR, K.H. Wear by hard particles. Tribology International, 31, p.587-
596, 1998.
3. WILLIAMS, J.A. The laboratory simulation of abrasive wear. Tribotest
Journal, 3-3, p.267-306, 1997.
4. DANA, J.D. Manual de Mineralogia. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e
Científicos. p. 511.
5. INSTITUTO DE TERRAS RARAS E METAIS ESTRATÉGICOS. Preço do
Níquel, ocorrência, extração e uso. Disponível em: <https://pt.institut-seltene-
erden.de/seltene-erden-und-metalle/basismetalle/nickel/> Acesso em: 1 de
fevereiro de 2023.
6. NICKEL INSTITUTE. O uso final do Níquel. Disponível em:
<https://nickelinstitute.org/> Acesso em: 3 de fevereiro de 2023.
7. PADILHA, A. F. Materiais de engenharia – Microestrutura e.
Propriedades. Curitiba: Editora HEMUS, 1997.
8. BARBOSA, C. Metais não ferrosos e suas ligas - microestrutura,
propriedades e aplicações. Rio de Janeiro: Editora E-papers, 2014.

Você também pode gostar