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INTRODUÇÃO

A Direcção de Doutrina e Ética Policial tem como atribuições de promover


os valores patrióticos, éticos, deontológicos e culturais do membro da
Polícia da República de Moçambique (PRM), com o objectivo de
sistematizar as matérias relevantes para a educação cívico-patriótica no seio
da PRM.

Compete a Direcção da Doutrina e Ética Policial, “conceber e desenvolver


uma doutrina integrada que oriente a acção da PRM no domínio de
educação cívica, patriótica e postura assentes nos princípios fundamentais
da PRM, nos termos da lei”.

A Direcção de Doutrina e Ética Policial é uma unidade orgânica da PRM


especializada em matéria de promoção de valores patrióticos, éticos,
deontológicos e culturais, nos termos do N.º 1 do artigo 14 do estatuto
orgânico da PRM, aprovado pelo decreto n.º 58/2019, de 1 de Julho, e tem
como funções:

a) Conceber e desenvolver uma doutrina integrada que oriente a acção da


PRM no domínio de educação cívica, patriótica e postura assentes nos
princípios fundamentais da PRM, nos termos da lei;

b) Elaborar e difundir normas, planos e directivas que determinem e


orientem as acções a desenvolver no âmbito de doutrina e ética policial;

c) Acompanhar o desenvolvimento da técnica e doutrina policial no plano


nacional, regional e internacional;

d) Estudar, planear e implementar as actividades relativas à educação


física,cultura e desporto na PRM;

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e) Propor normas de uniformização e validação da terminologia policial;

f) Elaborar, difundir e manter actualizadas as normas e instruções sobre


funcionamento das bibliotecas da PRM;

g) Assegurar a selecção, recolha, depósito, preservação, restauração e


exposição do património museológico e documentação histórica da PRM;

h) Acompanhar a realização dos programas de formação e propor os


ajustamentos necessários, face ao grau de desempenho exigido;

i) Elaborar e propor directivas relativas à realização de actos cerimoniais da


PRM.

A Educação Cívico-Patriótica (ECP) é o mecanismo padronizar de


condutas e posturas esperadas do membro da PRM, suscitada pela
exigência de uma forma de ser e estar próprios, em concordância com as
normas e valores culturais que regem a organização policial.

A materialização da ECP na PRM visa elevar a consciência patriótica de


todos os membros, quer na componente político-social, como na
componente técnico-operacional, pois estes devem estar conscientes do seu
papel cívico em tudo o que fazem e em todas as esferas da sua vida.

A ECP revela-se um instrumento necessário para a elevação dos padrões de


desempenho, cultivando nos membros os valores de Disciplina,
Obediência, Lealdade, solidariedade, patriotismo que encontram no
“Juramento da Bandeira”, a sua expressão mais alta. Pois, a ECP
proporciona uma formação integral nos domínios do saber ser, estar e fazer
em colectividade.

Assim, pretende-se que a educação cívico-patriótica esteja presente no dia-


a-dia do membro da PRM, em todo território nacional e nos níveis da

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estrutura funcional, e seja sistemática e actualista, por forma a concorrer
com a dinâmica social, para que saiba identificar, interpretar e transformar
os diferentes fenómenos que possam abalar a paz e harmonia sociais,
dentro e fora da instituição policial.

O trabalho do educador cívico é moldar comportamentos individuais em


comportamento da colectividade e aceites socialmente.

Reconhecendo que a organização policial é constituído por homens e


mulheres provenientes de realidades diversas e que devem ser
transformados em cidadãos com consciência cívica, patriótica e autoestima
para responderem aos anseios da instituição com uma visão, postura e
conduta próprias e que reflitam um conjunto de valores, motivações e
expectativas face a organização. Dai que, a ECP deve ser vista como um
processo de socialização das regras emanadas nas leis, normas,
regulamentos, costumes e hábitos que permitem a integração do indivíduo
na Polícia, para bem servir as comunidades.

Entende-se que, para que se tenha membros da PRM com elevado grau de
prontidão operativa, por um lado e, por outro, para que o seu nível de
desempenho esteja alicerçado numa postura socialmente aceite, passa
necessariamente pela inculcação dos mais altos valores morais, cívicos,
patrióticos, culturais e deontológicos cuja essência está na salvaguarda dos
valores de boa convivência social. Neste contexto, a ECP visa inculcar aos
membros da PRM valores, atitudes e comportamentos exigidos na
instituição, dentro do espírito doutrinário próprio e legal.

CONTEXTUALIZAÇÃO

A ECP como instrumento de inculcação de valores cívicos, morais,


patrióticos, culturais, de disciplina, obediência, lealdade no seio da PRM,

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com o objectivo de moldar comportamentos, conformando-os com a ética e
deontologia exigidos na instituição Polícia. A ECP foi instituída, desde a
sua criação, numa perspetiva do Comissariado Político, para promover a
Educação Político-Ideológica e lealdade das forças policiais ao Estado
moçambicano e a sua abordagem não foi linear, tendo acompanhado as
dinâmicas políticas, económicas e sociais que se sucederam ao longo do
tempo.

Com a aprovação da Constituição da República de 1990 que introduziu o


Estado de Direito Democrático alicerçado na separação e interdependência
dos poderes e no pluralismo político, houve necessidade de adequar o
funcionamento da Policia a nova realidade constitucional, o que resultou na
criação da Polícia da República de Moçambique, através da Lei n.º 19/92,
de 31 de Dezembro.

Com efeito, houve mudança de abordagem política para fazer jus ao


comando constitucional e à Lei que define a Polícia da República de
Moçambique como apartidária, tendo, consequentemente, cessado a
actividade de Educação Politico-Ideológica e, por via disso, as funções do
Comissariado Político na PRM, de 1992 a 2014, passaram a ser exercidas
pelos comandantes da força.

É neste contexto que, em cumprimento do comando de Sua Excelência


Armando Emílio Guebuza, então Presidente da República de Moçambique,
na qualidade de Comandante-Chefe das Forças de Defesa e Segurança, foi
criada a Direcção de Doutrina e Ética Policial do Comando-Geral da PRM,
ao abrigo do artigo 15 do Decreto n.° 85/2014, de 31 de Dezembro, que
aprova o Estatuto Orgânico da PRM, definida como uma unidade orgânica
da PRM com a função de promoção de valores patrióticos, éticos,
deontológicos e culturais.

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Assim, para Calleja (2007), o termo Educação refere-se ao meio de
transferência de hábitos, costumes, comportamentos e valores de uma
sociedade, de geração em geração. Ela deve ser entendida como um
processo que visa a socialização de indivíduos, dotando-os de uma
capacidade que os permita assimilar e pôr em prática os valores adquiridos.

Por seu turno, Mucasa (2016) sustenta que o termo cívico é utilizado para
se referir a questões relacionadas com civismo ou convivência social dentro
de uma comunidade. Em outra análise, o termo cívico relata à consciência
que o cidadão deve ter em relação aos direitos, deveres, garantias e
liberdades fundamentais.

Portanto, um cidadão educado civicamente é aquele cuja consciência


ressalta, não apenas os direitos que lhe assistem, mas, principalmente, os
deveres para com o seu semelhante e, em especial, para com o Estado.

Na óptica do autor em referência, o termo Patriótico vincula o ser humano


à sua pátria, ligando-o a sua terra natal ou adoptiva através de valores,
história, dinâmicas e afectos.

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