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Escola prática da Polícia Matalana

Curso: Pós-graduação em Psicopedagogia II Edição

Relatório de Simulação de Aulas

Nomes:
Amisse Mário Mendes Amisse
Aríete Curaisse Bichehe

Docentes:

Maputo, Junho 2023


Lista de Abreviaturas
FPLM – Forças Populares de Libertação de Moçambique

CPM – Corpo da Polícia de Moçambique

PSP – Polícia de Segurança Pública

PPM – Polícia Popular de Moçambique

PRM – Polícia da República de Moçambique

RENAMO – Resistência Nacional de Moçambique

AR – Assembleia da República
Introdução
O presente relatório apresentará as principais informações levantadas em
acompanhamento a uma avaliação psicopedagógica das aulas de simulação decorrentes
no processo de estágio. Desta forma, o relatório visa analisar a formação do Guarda da
Polícia na Escola Prática de Polícia de Matalana, procurando, identificar o modelo teórico
de formação do Guarda da Polícia; avaliar o processo de ensino e aprendizagem, as
opções metodológicas dos formadores e as técnicas de preparação física dos instruendos.

O relatório divide‐se essencialmente em quatro partes. Incluindo a introdução, segunda


parte é a revisão da literatura, onde foram apresentados alguns conceitos do processo
ensino-aprendizagem, educação, formação e outras definições relacionados com o que os
colegas demostraram na simulação de aulas. Nesta parte será feita uma descrição sumária
da criação da PRM, definição do direito humano, e qual é a sua importância na formação
de Guardas da Polícias. A terceira parte foram feitas as descrições da análise de avaliação,
onde é feita a avaliação das apresentações dos colegas em torno da aula dada e o feedback
para melhorar alguns pontos que foram apresentados. Na quarta parte serão apresentados
as conclusões e por fim a bibliografia.

Objectivos do Relatório
Objectivos gerais

• Análise da aula de simulação do processo de formação de Guarda da Polícia na


Escola Prática da Polícia Matalana.

Objectivos específicos

• Descrever o processo de criação e evolução da Polícia da República de


Moçambique;
• Compreender a importância dos direitos humanos no processo de formação de
Guardas da Polícia;
• Conhecer o papel da Gestão de local do crime;

Revisão da literatura
Processo de ensino e aprendizagem

O processo de ensino-aprendizagem é uma unidade dialética entre a instrução e a


educação está associada à idéia de que igual característica existe entre ensinar e aprender.

Conforme Ambrósio (2017), o processo ensino-aprendizagem deve ser compreendido


como uma política cultural, isto é, como um empreendimento pedagógico que considera
com seriedade as relações de raça, classe, gênero e poder na produção e legitimação do
significado e experiência. Tradicionalmente este processo tem reproduzido as relações
capitalistas de produção e ideologias legitimadoras dominantes ao ignorarem importantes
questões referentes às relações entre conhecimento, poder, cultura e política.

Educação
É o processo de aquisição e transmissão de conhecimentos que resulta na mudança de
comportamento, que visa promover o desenvolvimento e o valor.

Segundo Libânea (2010), citando Planchard (1975, p.26), assinala que educar, é conduzir
de um estado para o outro, é agir de maneira sistemática sobre o ser humano, tendo em
vista o preparo para a vida num determinado meio.

Formação
De acordo com Libâneo (2010), a formação é o modo como uma pessoa foi criada na sua
infância e adolescência, isto é, à educação que recebe.

Deste modo, a formação é um conjunto de estratos que formam uma unidade rochosa, a
que se associa geralmente o num lugar.

Evolução histórica da PRM

Para Tsucana (2014), a evolução da história da Polícia moçambicana pode ser dividida
em três períodos principais, nomeadamente o período colonial (até 1974-ano dos Acordos
de Lusaka), o período pós-independência nacional (a partir de 1975 até 1992) e o período
Pós-Acordo Geral de Paz (a partir de 1992). Este estudo aborda com mais detalhes as
transformações que se operaram relativamente ao processo de formação dos oficiais da
Polícia no período pós-Acordo Geral de Paz e avança propostas para a melhoria do
Processo de formação superior de oficiais da Polícia moçambicana.
Segundo Tsucana (2014), a criação do CPM, foi o primeiro passo de um processo que se
foi completando gradualmente, primeiro através de integração de novos efectivos
provenientes dos guerrilheiros da FRELIMO, sem formação policial, e depois a
reestruturação completa da sua orgânica e do seu funcionamento, para que ela se tornasse
verdadeiramente diferente da Polícia colonial nesses domínios e no da sua orientação
político-ideológica. Assim, foram integrados nela alguns batalhões de guerrilheiros das
FPLM (Forças Populares de Libertação de Moçambique) que se juntaram aos efectivos
que, de forma voluntária, transitaram da Polícia de Segurança Pública (PSP) para esta
nova força.

Conforme Tsucana (2014), citando Chissano (2005), A PPM foi criada como um Órgão
do poder unitário do Estado, ao serviço da aliança operário-camponesa, cujo objectivo
era o de garantir a ordem, segurança e tranquilidade públicas, o respeito pela Constituição,
a protecção das conquistas revolucionárias, da paz e da revolução, prevenindo,
investigando, reprimindo as violações da lei e ordenando a prisão dos agentes dos crimes
(Lei nº 5/79, art. 1 nº2). Esta Polícia funcionou no período de 1979 – 1992, altura em que
a opção pela economia de mercado e a adopção de um Estado de Direito fundado na
democracia multipartidária impuseram o abandono do sistema socialista. Nesse contexto,
no processo de adequação dos órgãos e das estruturas das forças de defesa e segurança,
incluindo a Polícia, à nova realidade da sociedade e do Estado, foi extinta a PPM e criada
a Polícia da República de Moçambique (PRM).

Mencione-se que em Moçambique um ano depois da independência nacional, isto é, em


1976, iniciou uma guerra civil interna desencadeada pela Resistência Nacional de
Moçambique (RENAMO), actualmente segundo maior Partido Político de Moçambique
depois da Frelimo, contestando o regime socialista de Governo adoptado pelo então
partido único, a Frelimo. Essa guerra viria a terminar 16 anos depois, isto é, Em 1992,
com a assinatura do acordo Geral de Paz acima referido, como reflexo da revisão da
Constituição em 1990, introduzindo um novo regime político de democracia
multipartidária e de Estado de Direito. É assim que a Assembleia da República (AR), pela
Lei n° 19/92 de 31 de Dezembro, criou a Polícia da Republica de Moçambique (PRM) e
a definiu como organismo público e força paramilitar integrada no Ministério do Interior,
com a missão de garantir a ordem, a segurança e tranquilidade públicas, o respeito pelo
Estado de Direito, a observância estrita dos direitos e liberdades fundamentais dos
cidadãos. Impõe-se, portanto, à nova Polícia Nacional, uma nova posição perante os
órgãos de soberania de que antes era parte integrante e já não é mais, e uma nova função
perante a sociedade, resultante dos princípios e regras de uma sociedade democrática de
Estado de Direito, com separação clara dos poderes legislativo, judicial e executivo.

Descrição da análise de avaliação


Falando de forma concreta, quanto as organizações do curso básico, primeiramente,
organizaram-nos em delegações, mas ao andar do tempo foram nos cadastrando e
atribuíam-nos, turmas, pelotões, companhias, e todo trabalho fazíamos em grupos. Aqui
havia aquilo que chamamos de unidade nacional que é o sentimento de estar-se unido
com todo o país. E esta deve ser efetiva e assumida na igualdade de oportunidades para
todos moçambicanos.

Mas por vezes entravamos em choque um com o outro, porque cada um vinha de sua
província, com seus modos vivendo, hábitos e costumes que divergem um do outro. Mas
o importante era aprender e saber lhe dar com as adversidades que existiam na formação.
Pois com todas aquelas dificuldades que tivemos de enfrentar, tivemos de ser sobreviver,
o som do apito que é uma chamada de atenção, as filas longas do refeitório, ensinou-nos
a saber esperar, ser mais pacientes e dar valor à comida que nos é colocada à mesa,
porque a fome que há, só Deus sabe como nos doía ter um prato de comida, mas em
forma de meia lua, que por vezes nem dava para a saciar.

Enquanto tivemos de acordar cedo, fazer limpezas, corrida matinal e depois ter de
enfrentar o sol das 7h até o término das aulas nos campos e ficar até o sol desaparecer,
nas longas filas do refeitório, até conseguirmos comida. Persistimos e conseguíamos
cumprir com rotina diária dia-pois-dia.

A rotina incluía treinamentos físicos e disciplinares rigorosos que envolvem muitos


exercícios, simulações de combate e em situações de conflitos bem como no
manuseamento de armas de todos os portes. A área de instrução e treino visa desenvolver
o sentido patriótico, honra, lealdade, disciplina e trabalho em equipe, preparar o guarda
em termos físicos e treino policial para nos conferir habilidades suficientes para
desempenhar com desenvoltura as nossas missões, tínhamos como disciplina nessa área
(ordem unida, preparação física e tática, defesa pessoal, armazenamento e tiro). E tivemos
aulas no bloco de aulas que eram teóricas e tivemos como disciplinas( investigação
criminal, Direitos Humanos, Direito penal e civil, Direito Constitucional, Educação
cívica e Patriótica, Técnicas de Expressão, Tácticas e Força de segurança, ), o número de
instruendos era exaustivo, um formador estava para 6 turmas, numa só aula, oque era
difícil mesmo para formadores dar aulas, o ensino não tinha qualidade, devido à
enchente. Os formadores tentavam dar o seu máximo para dar aulas, mas não era fácil
lecionar naquelas condições precárias.

A comunicação dos instrutores para connosco, era agressiva, mas principalmente nos
campos, mas creio que é o normal deles, mas como diziam temos de sair da nossa zona
de conforto, nos tornarmos, tropas ou policias à todo o custo. Era uma forma de nos
fazerem desmamentar-nos da vida civil e que ganhássemos mais seriedade para vida
paramilitar.

Quanto aos formadores no bloco de aulas, eram mais pacíficos, nos motivavam mais, para
nos tornarmos pessoas melhores e conseguirmos terminar a formação com êxito e
sucesso. Diziam-nos têm bom ânimo, coração longânimo, moral, não há nada sem fim e
tudo isso que estão a ser submetidos faz parte da formação. Então é só cumprir, lá fora
estão a vossa espera pelos vossos familiares, então portem-se bem e terminem a formação
e voltem à casa com emprego.

Já a formação de técnicas psicopedagógicas segunda edição, foi mais normal, para


aquilo que foi e vivemos no curso básico, eramos 530 formandos e todos tínhamos o
nível superior que era o requisito primordial para fazer parte dessa formação, e estava
dividida em duas fases: primeira fase compreende aulas teóricas no bloco de aulas, onde
estivemos a aprender a ser pedagogos, saber simular, planear, fazer plano de aulas,
estávamos num ambiente mais moderno, climatizado com todas ferramentas para que
tivéssemos aulas produtivas. Quanto a organização em cada turma tinha alunos com
diversos cursos, respeitou se também a unidade nacional, e as variedades de cursos dos
formandos, eram 35 alunos em cada turma. Estivemos com docentes supere qualificados,
e as aulas foram bastante dinâmicas, fazíamos trabalhos em grupo e um membro do grupo
fazia a exposição e explicação do trabalho, e outros contribuíam no debate, mostrar o
nosso posicionamento em relação ao tema que estivesse em discussão.

Aqui nos sentíamos como pessoas normais. Tivemos a segunda fase, que era mais aulas
práticas no campo com instrutores tanzanianos, eles eram muito exigentes, rigorosos,
perfeccionistas, onde fomos aprender mais a fundo sobre a ordem unida de uma forma
mais intensiva, foi duro, pesado, mas conseguimos cumprir e pudemos aprender mais
acerca dos diferentes tipos de marcha.
Resultados da Simulação de aulas
Aula 1 – 45min
Docente: Alfiado Biosse

Disciplina: Educação Física e Patriótica

Tema: Principais fases da criação da Polícia de Moçambique

A avaliação feita por nós: primeiro parabenizamos o professor, pela performance, por
mais que esteve nervoso nos primeiros minutos de sua explanação da aula, contudo
conseguiu mobilizar a atenção da turma, usou linguagem científica, mostrou domínio da
matéria que vinha leccionar, estava bem disposto, e conseguiu posicionar se em relação
ao quadro, houve aquilo que é o diálogo ou interacção do professor e os alunos, trouxe-
nos um conhecimento muito organizado. Mas poderia ter explorado outros espaços da
sala de aula e não ficar somente no centro da turma, estático só num único sítio. E poderia
ter nos motivado mais no início da aula, de forma a percebermos que a aula já iniciou, ou
ele já chegou.

Aula 2 – 45min

Docente: Jacira Nhatsave

Disciplina: Direitos humanos

Tema: Introdução ao estudo dos direitos humanos.

Na sua apresentação faz-nos perceber a importância do direito humano no seu da policia,

O seu plano por sinal estava bem feito e organizado. A avaliação feita por nós: no que diz
respeito ao ambiente de trabalho não foi muito eficaz, a professora deve trabalhar mais
na elaboração da síntese dos comentários dos alunos. Mas, contudo, mostrou domínio do
que esteve a lecionar, linguagem acessível na sua interacção com seus alunos, um dos
aspectos positivos é que chamava pelo nome os seus estudantes, mostrando que conhece
cada um deles.
Aula 3 – 45min

Docente: Luísa Nicolau

Disciplina: Investigação criminal

Tema: Gestão do local do crime

A formadora trouxe-nos um plano manuscrito, e no seu cabeçalho não constava o


objectivo geral e pelo facto de ser manuscrito dificultava na compressão, os conteúdos
não eram legíveis, e a informação estava tudo junto pensamos que a formadora, devia
separar o cabeçalho do conteúdo, e trazer a informação digitalizada. Não obstante a isso,
consegui mobilizar a atenção da turma, ouve aquilo que é o diálogo, ou seja, inteiração
entre o professor e os alunos, mostrou o domínio do conteúdo que vinha leccionar, e a
aula foi de acordo com o seu plano.
Conclusão
Pontos fortes: devido a essa formação conseguimos hoje ter emprego, nesse nosso pais
que o índice de falta de emprego é cada vez mais elevado;

Com a formação psicológica, reunimos habilidades, competências para fazer um plano de


aula com qualidade;

Estamos dotados de conhecimento e competência, somos capazes de simular aulas;

Pontos fracos: fraca qualidade na formação básica, creio que o nr° exaustivo elevado de
instruendos que o ministério tem levado para formação, contribui para fraca qualidade e
as condições que têm não quaduna com o número de instruendos;

Pontos a melhorar: devia-se repensar no nr° de instruendos que entra para formação
básica, de modo a garantir mais qualidade na formação.

Podia se pensar em organizar uma sala de informática para poder ajudar os formandos,
no que diz respeito à realização dos trabalhos de pesquisa e mesmo para digitalizar o
trabalho e maquina de tirar cópias ou reproduzir fichas dos formandos;
Bibliografia
AMBRÓSIO, D U. Educação para uma sociedade em transição: Campinas, São Paulo,
2017.

LIBÂNEO, J. Carlos. Pedagogia e pedagogos, para quê? / 12. Ed. São Paulo, Cortez,
2010.

TSUCANA, F. F. Formação Superior de Oficiais de Polícia de Moçambique: Articulação


Entre os Fundamentos Teóricos e as Habilidades Práticas. São Paulo, 2014.

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