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13.  LEI Nº 7.070, DE 20 DE Art. 1º É assegurado aos seringueiros recrutados nos termos do
Decreto-Lei nº 5.813, de 14 de setembro de 1943, que tenham
DEZEMBRO DE 1982 trabalhado durante a Segunda Guerra Mundial nos Seringais
da Região Amazônica, amparados pelo Decreto-Lei nº9.882, de
Dispõe sobre pensão especial para os deficientes físicos que 16 de setembro de 1946, e que não possuam meios para a sua
especifica e dá outras providencias. subsistência e da sua família, o pagamento de pensão mensal
vitalícia correspondente ao valor de 2 (dois) salários-mínimos
Art. 1º É assegurado aos seringueiros recrutados nos termos do
vigentes no País.
Decreto-Lei nº 5.813, de 14 de setembro de 1943, que tenham
Parágrafo único. O benefício a que se refere este artigo esten-
trabalhado durante a Segunda Guerra Mundial nos Seringais
de-se aos seringueiros que, atendendo ao chamamento do
da Região Amazônica, amparados pelo Decreto-Lei nº9.882, de governo brasileiro, trabalharam na produção de borracha, na
16 de setembro de 1946, e que não possuam meios para a sua região Amazônica, contribuindo para o esforço de guerra.
subsistência e da sua família, o pagamento de pensão mensal Art. 2º O benefício de que trata esta Lei é transferível aos depen-
vitalícia correspondente ao valor de 2 (dois) salários-mínimos dentes que comprovem o estado de carência.
vigentes no País. Art. 3º A comprovação da efetiva prestação de serviços a que
Parágrafo único. O benefício a que se refere este artigo esten- alude esta Lei, inclusive mediante justificação administrativa
de-se aos seringueiros que, atendendo ao chamamento do ou judicial, só produzirá efeito quando baseada em início de
governo brasileiro, trabalharam na produção de borracha, na prova material, não sendo admitida prova exclusivamente
região Amazônica, contribuindo para o esforço de guerra. testemunhal.
Art. 2º O benefício de que trata esta Lei é transferível aos depen- § 1º A comprovação da efetiva prestação de serviços a que alude
dentes que comprovem o estado de carência. o caput far-se-á perante os órgãos do Ministério da Previdência
e Assistência Social.
Art. 3º A comprovação da efetiva prestação de serviços a que
§ 2º Caberá à Defensoria Pública, por solicitação do interessado,
alude esta Lei, inclusive mediante justificação administrativa
quando necessitado, promover a justificação judicial, ficando
ou judicial, só produzirá efeito quando baseada em início de o solicitante isento de quaisquer custas judiciais ou outras
prova material, não sendo admitida prova exclusivamente despesas.
testemunhal. § 3º O prazo para julgamento da justificação é de quinze dias.
§ 1º A comprovação da efetiva prestação de serviços a que alude Art. 4º A comprovação da carência do beneficiário ou do depen-
o caput far-se-á perante os órgãos do Ministério da Previdência dente será feita com a apresentação de atestado fornecido por
e Assistência Social. órgão oficial.
§ 2º Caberá à Defensoria Pública, por solicitação do interessado, Art. 5º Os pedidos de concessão do benefício ou de sua
quando necessitado, promover a justificação judicial, ficando transferência, devidamente instruídos, serão processados e
o solicitante isento de quaisquer custas judiciais ou outras julgados no prazo de 45 (quarenta e cinco) dias, sob pena de
despesas. responsabilidade.
§ 3º O prazo para julgamento da justificação é de quinze dias. Parágrafo único. Os pagamentos de pensão especial iniciar-se-
-ão no prazo máximo de 30 (trinta) dias após o reconhecimento
Art. 4º A comprovação da carência do beneficiário ou do depen- do direito.
dente será feita com a apresentação de atestado fornecido por
Art. 6º O Ministério da Previdência e Assistência Social baixará
órgão oficial. as instruções necessárias à execução desta Lei, no prazo de 60
Art. 5º Os pedidos de concessão do benefício ou de sua (sessenta) dias.
transferência, devidamente instruídos, serão processados e Art. 7º O órgão previdenciário encarregado do pagamento da
julgados no prazo de 45 (quarenta e cinco) dias, sob pena de pensão deverá firmar convênios com outros órgãos públicos
responsabilidade. federais, estaduais ou municipais, a fim de possibilitar aos
Parágrafo único. Os pagamentos de pensão especial iniciar-se- beneficiários desta Lei perceberem mensalmente as respecti-
-ão no prazo máximo de 30 (trinta) dias após o reconhecimento vas pensões, preferencialmente nos locais onde residem, sem
do direito. necessidade de grandes deslocamentos.
Art. 6º O Ministério da Previdência e Assistência Social baixará
as instruções necessárias à execução desta Lei, no prazo de 60
15.  LEI Nº 8.059, DE 4 DE
(sessenta) dias. JULHO DE 1990
Art. 7º O órgão previdenciário encarregado do pagamento da Dispõe sobre a pensão especial devida aos ex-combatentes
pensão deverá firmar convênios com outros órgãos públicos da Segunda Guerra Mundial e a seus dependentes.
federais, estaduais ou municipais, a fim de possibilitar aos O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso
beneficiários desta Lei perceberem mensalmente as respecti- Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei:
vas pensões, preferencialmente nos locais onde residem, sem Art. 1º Esta lei regula a pensão especial devida a quem tenha
necessidade de grandes deslocamentos. participado de operações bélicas durante a Segunda Guerra
14.  LEI Nº 7.986, DE 28 DE Mundial, nos termos da Lei nº 5.315, de 12 de setembro de 1967,
e aos respectivos dependentes (Ato das Disposições Constitu-
DEZEMBRO DE 1989 cionais Transitórias, art. 53, II e III).
Art. 2º Para os efeitos desta lei, considera-se:
Regulamenta a concessão do benefício previsto no artigo 54 I. pensão especial o benefício pecuniário pago mensal-
do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, e dá outras mente ao ex-combatente ou, em caso de falecimento, a seus
providências. dependentes;
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso II. pensionista especial o ex-combatente ou dependentes, que
Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: percebam pensão especial;

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS: DIREITO PREVIDENCIÁRIO


LEI Nº 8.059, DE 4 DE JULHO DE 1990

III. pensão-tronco a pensão especial integral; Art. 9º Até o valor de que trata o art. 3º desta lei, a ex-esposa
IV. cota-parte cada parcela resultante da participação da pen- que estiver percebendo alimentos por força de decisão judicial
são-tronco entre dependentes; terá direito a pensão especial no valor destes.
V. viúva a mulher com quem o ex-combatente estava casado § 1º Havendo excesso, este se destinará aos demais dependentes.
quando falecera, e que não voltou a casar-se; § 2º A falta de dependentes habilitados não prejudicará o direito
VI. ex-esposa a pessoa de quem o ex-combatente tenha-se à pensão da ex-esposa.
divorciado, desquitado ou separado por sentença transitada § 3º O direito à parcela da pensão especial, nos termos deste
em julgado; artigo, perdurará enquanto a ex-esposa não contrair novas
VII. companheira que tenha filho comum com o ex-comba- núpcias.
tente ou com ele viva no mínimo há cinco anos, em união Art. 10. A pensão especial pode ser requerida a qualquer tempo.
estável; Art. 11. O benefício será pago mediante requerimento, devida-
VIII. concessão originária a relativa ao ex-combatente; mente instruído, em qualquer organização militar do ministério
IX. reversão a concessão da pensão especial aos dependentes competente (art. 12), se na data do requerimento o ex-com-
do ex-combatente, por ocasião de seu óbito. batente, ou o dependente, preencher os requisitos desta lei.
Art. 12. É da competência do Ministério Militar ao qual esteve
Art. 3º A pensão especial corresponderá à pensão militar dei-
xada por segundo-tenente das Forças Armadas. vinculado o ex-combatente durante a Segunda Guerra Mundial
o processamento da pensão especial, desde a habilitação até o
Art. 4º A pensão é inacumulável com quaisquer rendimen-
pagamento, inclusive nos casos de substituição a outra pensão
tos percebidos dos cofres públicos, exceto os benefícios
previdenciários. ou reversão.
§ 1º O ex-combatente, ou dependente legalmente habilitado, Art. 13. Estando o processo devidamente instruído, a autoridade
que passar a receber importância dos cofres públicos perderá designada pelo Ministro competente autorizará o pagamento
o direito à pensão especial pelo tempo em que permanecer da pensão especial, em caráter temporário, até a apreciação
nessa situação, não podendo a sua cota-parte ser transferida da legalidade da concessão e registro pelo Tribunal de Contas
a outros dependentes. da União.
§ 2º Fica assegurado ao interessado que perceber outros ren- § 1º O pagamento da pensão especial será efetuado em caráter
dimentos pagos pelos cofres públicos o direito de optar pela definitivo, após o registro pelo Tribunal de Contas da União.
pensão ou por esses rendimentos. § 2º As dívidas por exercícios anteriores são pagas pelo minis-
Art. 5º Consideram-se dependentes do ex-combatente para tério a que estiver vinculado o pensionista.
fins desta lei: Art. 14. A cota-parte da pensão dos dependentes se extingue:
I. a viúva; I. pela morte do pensionista;
II. a companheira; II. pelo casamento do pensionista;
III. o filho e a filha de qualquer condição, solteiros, menores III. para o filho, filha, irmão e irmã, quando, não sendo invá-
de 21 anos ou inválidos; lidos, completam 21 anos de idade;
IV. o pai e a mãe inválidos; e IV. para o pensionista inválido, pela cessação da invalidez.
V. o irmão e a irmã, solteiros, menores de 21 anos ou inválidos. Parágrafo único. A ocorrência de qualquer dos casos previs-
Parágrafo único. Os dependentes de que tratam os incisos IV e tos neste artigo não acarreta a transferência da cota-parte aos
V só terão direito à pensão se viviam sob a dependência econô- demais dependentes.
mica do ex-combatente, por ocasião de seu óbito. Art. 15. A pensão especial não está sujeita a penhora, seqüestro
Art. 6º A pensão especial é devida ao ex-combatente e somente ou arresto, exceto nos casos especiais previstos ou determinados
em caso de sua morte será revertida aos dependentes. em lei.
Parágrafo único. Na reversão, a pensão será dividida entre o Parágrafo único. Somente após o registro em caráter defini-
conjunto dos dependentes habilitáveis (art. 5º, I a V), em cotas-
tivo, nos termos do § 1º do art. 13 desta lei, é que poderá haver
-partes iguais.
consignação nos benefícios dos pensionistas.
Art. 7º A condição de dependentes comprova-se:
Art. 16. No que se refere ao pagamento da pensão, aplicar-se-ão
I. por meio de certidões do registro civil;
as regras do Código Civil relativas à ausência, quando se verificar
II. por declaração expressa do ex-combatente, quando em o desaparecimento de pensionista especial.
vida; Art. 17. Os pensionistas beneficiados pelo art. 30 da Lei nº 4.242,
III. por qualquer meio de prova idôneo, inclusive mediante de 17 de julho de 1963, que não se enquadrarem entre os bene-
justificação administrativa ou judicial. ficiários da pensão especial de que trata esta lei, continuarão a
Art. 8º A pensão especial não será deferida: receber os benefícios assegurados pelo citado artigo, até que se
I. à ex-esposa que não tenha direito a alimentos; extingam pela perda do direito, sendo vedada sua transmissão,
II. à viúva que voluntariamente abandonou o lar conjugal há assim por reversão como por transferência.
mais de cinco anos ou que, mesmo por tempo inferior, aban- Art. 18. Os créditos referentes ao pagamento da pensão especial
donou-o e a ele recusou-se a voltar, desde que esta situação somente poderão ser feitos em agências bancárias localizadas
tenha sido reconhecida por sentença judicial transitada em no País.
julgado; Art. 19. Os Ministros de Estado da Marinha, do Exército e da
III. à companheira, quando, antes da morte do ex-comba- Aeronáutica, nas áreas de suas respectivas competências, ado-
tente, houver cessado a dependência, pela ruptura da relação tarão as medidas necessárias à execução desta lei.
concubinária; Art. 20. Mediante requerimento do interessado, qualquer
IV. ao dependente que tenha sido condenado por crime outra pensão já concedida ao ex-combatente ou dependente
doloso, do qual resulte a morte do ex-combatente ou de que preencha os requisitos poderá ser substituída pela pensão
outro dependente. especial de que trata esta lei, para todos os efeitos.

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Art. 21. É assegurado o direito à pensão especial aos depen- I. 300 (trezentas) Unidades Fiscais de Referência. UFIR para
dentes de ex-combatente falecido e não pensionista, observado as vítimas com incapacidade funcional laborativa parcial ou
o disposto no art. 11 desta lei. Neste caso, a habilitação é con- total permanente, resultante do evento;
siderada reversão. II. 200 (duzentas) UFIR aos pacientes não abrangidos pelo
Art. 22. O valor do benefício da pensão especial será revisto, na inciso anterior, irradiados ou contaminados em proporção
mesma proporção e na mesma data, sempre que se modificarem igual ou superior a 100 (cem) Rads;
os vencimentos dos servidores militares, tomando-se por base III. 150 (cento e cinqüenta) UFIR para as vítimas irradiadas ou
a pensão-tronco. contaminadas em doses inferiores a 100 (cem) e equivalentes
Art. 23. As despesas decorrentes da aplicação desta lei correrão ou superiores a 50 (cinqüenta) Rads;
à conta das dotações consignadas no Orçamento Geral da União.
IV. 150 (cento e cinqüenta) UFIR para os descendentes de
16.  LEI Nº 9.422, DE 24 DE pessoas irradiadas ou contaminadas que vierem a nascer com
alguma anomalia em decorrência da exposição comprovada
DEZEMBRO DE 1996 dos genitores ao CÉSIO 137;
Dispõe sobre a concessão de pensão especial aos depen- V. 150 (cento e cinqüenta) UFIR para os demais pacientes
irradiados e/ou contaminados, não abrangidos pelos incisos
dentes que especifica e dá outras providências. anteriores, sob controle médico regular pela Fundação Leide
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso das Neves a partir da sua instituição até a data da vigência
Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: desta Lei, desde que cadastrados nos grupos de acompanha-
Art. 1º Fica o Poder Executivo autorizado a conceder pensão mento médico I e II da referida entidade.
especial mensal, retroativa à data do óbito, no valor de um Parágrafo único. O valor mensal da pensão será o valor da
salário mínimo vigente no País, ao cônjuge, companheiro ou UFIR à época da publicação desta Lei, atualizado, a partir de
companheira, descendente, ascendente e colaterais até segundo então, na mesma época e índices concedidos aos servidores
grau das vítimas fatais de hepatite tóxica, por contaminação públicos federais.
em processo de hemodiálise no Instituto de Doenças Renais, Art. 3° A comprovação de ser a pessoa vítima do acidente
com sede na cidade de Caruaru, no Estado de Pernambuco, radioativo ocorrido com o CÉSIO 137 e estar enquadrada nos
no período compreendido entre fevereiro e março de 1996, incisos do artigo anterior deverá ser feita por meio de junta
mediante evidências clínico-epidemiológicas determinadas médica oficial, a cargo da Fundação Leide das Neves Ferreira,
pela autoridade competente. com sede em Goiânia, Estado de Goiás e supervisão do Minis-
Art. 2º Havendo mais de um pensionista habilitado ao rece- tério Público Federal, devendo-se anotar o tipo de seqüela que
bimento da pensão de que trata o artigo anterior, aplica-se, impede o desempenho profissional e/ou o aprendizado de
no que couber, o disposto no art. 77 da Lei nº 8.213, de 24 de maneira total ou parcial.
julho de 1991. Parágrafo único. Os funcionários da Vigilância Sanitária que, em
Art. 3º A percepção do benefício dependerá do atestado de pleno exercício de suas atividades, foram expostos às radiações
óbito da vítima, indicativo de causa mortis relacionada com os do CÉSIO 137 também serão submetidos a exame para compro-
incidentes mencionados no art. 1º, comprovados com o respec- vação e sua classificação como vítimas do acidente, devendo-se
tivo prontuário médico, e da qualificação definida no art. 1° , igualmente anotar o tipo de seqüela que impede ou limita o
justificada judicialmente, quando inexistir documento oficial desempenho profissional.
que a declare. Art. 4° Havendo condenação judicial da União ao pagamento de
Art. 4° A pensão de que trata esta Lei não se transmitirá ao indenização por responsabilidade civil em decorrência do aci-
sucessor e se extingüirá com a morte do último beneficiário. dente de que trata esta Lei, o montante da pensão ora instituída
Art. 5° Os efeitos desta Lei serão sustados, imediatamente, no será obrigatoriamente deduzido do quantum da condenação.
caso de a Justiça sentenciar os proprietários do Instituto com Art. 5° O pagamento da vantagem pecuniária de que trata esta
o pagamento de pensão ou indenização aos dependentes das Lei ocorrerá à conta de encargos previdenciários dos Recursos
vítimas. da União sob a supervisão do Ministério da Fazenda, a partir do
Art. 6° A despesa decorrente desta Lei será atendida com recur- ano seguinte à publicação desta Lei, com a despesa prevista no
sos alocados ao orçamento do Instituto Nacional do Seguro Orçamento da União.
Social, à conta da subatividade “Aposentadorias e Pensões
Especiais concedidas por legislação específica e de responsa- 18.  LEI Nº 10.559, DE 13 DE
bilidade do Tesouro Nacional”.
NOVEMBRO DE 2002
17.  LEI Nº 9.425, DE 24 DE Regulamenta o art. 8º do Ato das Disposições Constitucionais
Transitórias e dá outras providências.
DEZEMBRO DE 1996
Dispõe sobre a concessão de pensão especial às vítimas do
acidente nuclear ocorrido em Goiânia, Goiás
18.1 Capítulo I - Do Regime
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Do Anistiado Político
Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: Art. 1º O Regime do Anistiado Político compreende os seguintes
Art. 1º É concedida pensão vitalícia, a título de indenização direitos:
especial, às vítimas do acidente com a substância radioativa I. declaração da condição de anistiado político;
CÉSIO 137, ocorrido em Goiânia, Estado de Goiás. II. reparação econômica, de caráter indenizatório, em presta-
Parágrafo único. A pensão de que trata esta Lei, é personalís- ção única ou em prestação mensal, permanente e continuada,
sima, não sendo transmissível ao cônjuge sobrevivente ou aos asseguradas a readmissão ou a promoção na inatividade, nas
herdeiros, em caso de morte do beneficiário. condições estabelecidas no caput e nos §§ 1º e 5º do art. 8º do
Art. 2° A pensão será concedida do seguinte modo: Ato das Disposições Constitucionais Transitórias;

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS: DIREITO PREVIDENCIÁRIO


LEI Nº 10.559, DE 13 DE NOVEMBRO DE 2002

III. contagem, para todos os efeitos, do tempo em que o X. punidos com a cassação da aposentadoria ou
anistiado político esteve compelido ao afastamento de suas disponibilidade;
atividades profissionais, em virtude de punição ou de fun- XI. desligados, licenciados, expulsos ou de qualquer forma
dada ameaça de punição, por motivo exclusivamente político, compelidos ao afastamento de suas atividades remuneradas,
vedada a exigência de recolhimento de quaisquer contribui- ainda que com fundamento na legislação comum, ou decor-
ções previdenciárias; rentes de expedientes oficiais sigilosos.
IV. conclusão do curso, em escola pública, ou, na falta, com XII. punidos com a transferência para a reserva remunerada,
prioridade para bolsa de estudo, a partir do período letivo reformados, ou, já na condição de inativos, com perda de pro-
interrompido, para o punido na condição de estudante, em ventos, por atos de exceção, institucionais ou complementares,
escola pública, ou registro do respectivo diploma para os que na plena abrangência do termo;
concluíram curso em instituições de ensino no exterior, mesmo XIII. compelidos a exercer gratuitamente mandato eletivo de
que este não tenha correspondente no Brasil, exigindo-se para vereador, por força de atos institucionais;
isso o diploma ou certificado de conclusão do curso em insti-
tuição de reconhecido prestígio internacional; e XIV. punidos com a cassação de seus mandatos eletivos
nos Poderes Legislativo ou Executivo, em todos os níveis de
V. reintegração dos servidores públicos civis e dos empregados governo;
públicos punidos, por interrupção de atividade profissional em
decorrência de decisão dos trabalhadores, por adesão à greve XV. na condição de servidores públicos civis ou empregados
em serviço público e em atividades essenciais de interesse da em todos os níveis de governo ou de suas fundações, empre-
segurança nacional por motivo político. sas públicas ou de economia mista ou sob controle estatal,
punidos ou demitidos por interrupção de atividades profissio-
Parágrafo único. Aqueles que foram afastados em processos nais, em decorrência de decisão de trabalhadores;
administrativos, instalados com base na legislação de exceção,
XVI. sendo servidores públicos, punidos com demissão ou
sem direito ao contraditório e à própria defesa, e impedidos de
afastamento, e que não requereram retorno ou reversão à
conhecer os motivos e fundamentos da decisão, serão reinte-
atividade, no prazo que transcorreu de 28 de agosto de 1979
grados em seus cargos.
a 26 de dezembro do mesmo ano, ou tiveram seu pedido
indeferido, arquivado ou não conhecido e tampouco foram
18.2 Capítulo II - Da Declaração Da considerados aposentados, transferidos para a reserva ou
reformados;
Condição De Anistiado Político XVII. impedidos de tomar posse ou de entrar em exercício de
Art. 2º São declarados anistiados políticos aqueles que, no cargo público, nos Poderes Judiciário, Legislativo ou Executivo,
período de 18 de setembro de 1946 até 5 de outubro de 1988, em todos os níveis, tendo sido válido o concurso.
por motivação exclusivamente política, foram:
§ 1º No caso previsto no inciso XIII, o período de mandato exer-
I. atingidos por atos institucionais ou complementares, ou de
cido gratuitamente conta-se apenas para efeito de aposenta-
exceção na plena abrangência do termo;
doria no serviço público e de previdência social.
II. punidos com transferência para localidade diversa daquela § 2º Fica assegurado o direito de requerer a correspondente
onde exerciam suas atividades profissionais, impondo-se declaração aos sucessores ou dependentes daquele que seria
mudanças de local de residência; beneficiário da condição de anistiado político.
III. punidos com perda de comissões já incorporadas ao con-
trato de trabalho ou inerentes às suas carreiras administrativas; 18.3 Capítulo III - Da Reparação
IV. compelidos ao afastamento da atividade profissional remu-
nerada, para acompanhar o cônjuge; Econômica De Caráter
V. impedidos de exercer, na vida civil, atividade profissional
específica em decorrência das Portarias Reservadas do Minis-
Indenizatório
Art. 3º A reparação econômica de que trata o inciso II do art.
tério da Aeronáutica no S-50-GM5, de 19 de junho de 1964,
1º desta Lei, nas condições estabelecidas no caput do art. 8º do
e no S-285-GM5;
Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, correrá à conta
VI. punidos, demitidos ou compelidos ao afastamento das do Tesouro Nacional.
atividades remuneradas que exerciam, bem como impedidos § 1º A reparação econômica em prestação única não é acu-
de exercer atividades profissionais em virtude de pressões mulável com a reparação econômica em prestação mensal,
ostensivas ou expedientes oficiais sigilosos, sendo trabalhado- permanente e continuada.
res do setor privado ou dirigentes e representantes sindicais,
§ 2º A reparação econômica, nas condições estabelecidas no
nos termos do § 2º do art. 8º do Ato das Disposições Consti-
caput do art. 8º do Ato das Disposições Constitucionais Transi-
tucionais Transitórias; tórias, será concedida mediante portaria do Ministro de Estado
VII. punidos com fundamento em atos de exceção, institu- da Justiça, após parecer favorável da Comissão de Anistia de
cionais ou complementares, ou sofreram punição disciplinar, que trata o art. 12 desta Lei.
sendo estudantes; Seção I - Da Reparação Econômica em Prestação Única
VIII. abrangidos pelo Decreto Legislativo no 18, de 15 de Art. 4º A reparação econômica em prestação única consistirá
dezembro de 1961, e pelo Decreto-Lei no 864, de 12 de setem- no pagamento de trinta salários mínimos por ano de punição e
bro de 1969; será devida aos anistiados políticos que não puderem comprovar
IX. demitidos, sendo servidores públicos civis e empregados vínculos com a atividade laboral.
em todos os níveis de governo ou em suas fundações públi- § 1º Para o cálculo do pagamento mencionado no caput deste
cas, empresas públicas ou empresas mistas ou sob controle artigo, considera-se como um ano o período inferior a doze
estatal, exceto nos Comandos militares no que se refere ao meses.
disposto no § 5º do art. 8º do Ato das Disposições Constitu- § 2º Em nenhuma hipótese o valor da reparação econômica em
cionais Transitórias; prestação única será superior a R$ 100.000,00 (cem mil reais).

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Seção II - Da Reparação Econômica em Prestação Mensal, Per- § 2º Para o cálculo da prestação mensal de que trata este artigo,
manente e Continuada serão asseguradas, na inatividade, na aposentadoria ou na
Art. 5º A reparação econômica em prestação mensal, perma- reserva, as promoções ao cargo, emprego, posto ou graduação
nente e continuada, nos termos do art. 8º do Ato das Disposi- a que teria direito se estivesse em serviço ativo.
ções Constitucionais Transitórias, será assegurada aos anistiados Art. 8º O reajustamento do valor da prestação mensal, per-
políticos que comprovarem vínculos com a atividade laboral, manente e continuada, será feito quando ocorrer alteração na
à exceção dos que optarem por receber em prestação única.
remuneração que o anistiado político estaria recebendo se esti-
Art. 6º O valor da prestação mensal, permanente e continuada,
vesse em serviço ativo, observadas as disposições do art. 8º do
será igual ao da remuneração que o anistiado político recebe-
Ato das Disposições Constitucionais Transitórias.
ria se na ativa estivesse, considerada a graduação a que teria
direito, obedecidos os prazos para promoção previstos nas leis Art. 9º Os valores pagos por anistia não poderão ser objeto
e regulamentos vigentes, e asseguradas as promoções ao ofi- de contribuição ao INSS, a caixas de assistência ou fundos de
cialato, independentemente de requisitos e condições, respei- pensão ou previdência, nem objeto de ressarcimento por estes
tadas as características e peculiaridades dos regimes jurídicos de suas responsabilidades estatutárias.
dos servidores públicos civis e dos militares, e, se necessário, Parágrafo único. Os valores pagos a título de indenização a
considerando-se os seus paradigmas. anistiados políticos são isentos do Imposto de Renda.
§ 1º O valor da prestação mensal, permanente e continuada, será
estabelecido conforme os elementos de prova oferecidos pelo
requerente, informações de órgãos oficiais, bem como de fun-
18.4 Capítulo IV - Das Competências
dações, empresas públicas ou privadas, ou empresas mistas sob
controle estatal, ordens, sindicatos ou conselhos profissionais
Administrativas
a que o anistiado político estava vinculado ao sofrer a punição, Art. 10. Caberá ao Ministro de Estado da Mulher, da Família
podendo ser arbitrado até mesmo com base em pesquisa de e dos Direitos Humanos decidir a respeito dos requerimentos
mercado. baseados nesta Lei.
§ 2º Para o cálculo do valor da prestação de que trata este Art. 11. Todos os processos de anistia política, deferidos ou não,
artigo serão considerados os direitos e vantagens incorporados inclusive os que estão arquivados, bem como os respectivos atos
à situação jurídica da categoria profissional a que pertencia o informatizados que se encontram em outros Ministérios, ou em
anistiado político, observado o disposto no § 4º deste artigo. outros órgãos da Administração Pública direta ou indireta, serão
§ 3º As promoções asseguradas ao anistiado político indepen- transferidos para o Ministério da Justiça, no prazo de noventa
derão de seu tempo de admissão ou incorporação de seu posto dias contados da publicação desta Lei.
ou graduação, sendo obedecidos os prazos de permanência em
Parágrafo único. O anistiado político ou seu dependente poderá
atividades previstos nas leis e regulamentos vigentes, vedada
a exigência de satisfação das condições incompatíveis com a solicitar, a qualquer tempo, a revisão do valor da correspondente
situação pessoal do beneficiário. prestação mensal, permanente e continuada, toda vez que esta
§ 4º Para os efeitos desta Lei, considera-se paradigma a situa- não esteja de acordo com os arts. 6º, 7º, 8º e 9º desta Lei.
ção funcional de maior freqüência constatada entre os pares Art. 12. Fica criada, no âmbito do Ministério da Mulher, da
ou colegas contemporâneos do anistiado que apresentavam o Família e dos Direitos Humanos, a Comissão de Anistia, com
mesmo posicionamento no cargo, emprego ou posto quando a finalidade de examinar os requerimentos referidos no art. 10
da punição. desta Lei e de assessorar o Ministro de Estado em suas decisões.
§ 5º Desde que haja manifestação do beneficiário, no prazo § 1º Os membros da Comissão de Anistia serão designados por
de até dois anos a contar da entrada em vigor desta Lei, será meio de portaria do Ministro de Estado da Mulher, da Famí-
revisto, pelo órgão competente, no prazo de até seis meses a lia e dos Direitos Humanos, e participarão da Comissão, entre
contar da data do requerimento, o valor da aposentadoria e da outros, 1 (um) representante do Ministério da Defesa, indicado
pensão excepcional, relativa ao anistiado político, que tenha sido
pelo respectivo Ministro de Estado, e 1 (um) representante dos
reduzido ou cancelado em virtude de critérios previdenciários ou
estabelecido por ordens normativas ou de serviço do Instituto anistiados.
Nacional do Seguro Social - INSS, respeitado o disposto no art. § 2º O representante dos anistiados será indicado pelas res-
7º desta Lei. pectivas associações e designado conforme procedimento
§ 6º Os valores apurados nos termos deste artigo poderão gerar estabelecido pelo Ministro de Estado da Mulher, da Família e
efeitos financeiros a partir de 5 de outubro de 1988, consideran- dos Direitos Humanos.
do-se para início da retroatividade e da prescrição qüinqüenal a § 3º Para os fins desta Lei, a Comissão de Anistia poderá realizar
data do protocolo da petição ou requerimento inicial de anistia, diligências, requerer informações e documentos, ouvir testemu-
de acordo com os arts. 1º e 4º do Decreto no 20.910, de 6 de nhas e emitir pareceres técnicos com o objetivo de instruir os
janeiro de 1932. processos e requerimentos, bem como arbitrar, com base nas
Art. 7º O valor da prestação mensal, permanente e continuada, provas obtidas, o valor das indenizações previstas nos arts. 4º
não será inferior ao do salário mínimo nem superior ao do teto e 5º nos casos que não for possível identificar o tempo exato
estabelecido no art. 37, inciso XI, e § 9º da Constituição.
de punição do interessado.
§ 1º Se o anistiado político era, na data da punição, compro-
vadamente remunerado por mais de uma atividade laboral, § 4º As requisições e as decisões proferidas pelo Ministro de
não eventual, o valor da prestação mensal, permanente e con- Estado da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos nos pro-
tinuada, será igual à soma das remunerações a que tinha direito, cessos de anistia política serão obrigatoriamente cumpridas no
até o limite estabelecido no caput deste artigo, obedecidas as prazo de 60 (sessenta) dias, por todos os órgãos da adminis-
regras constitucionais de não-acumulação de cargos, funções, tração pública e por quaisquer outras entidades a que estejam
empregos ou proventos. dirigidas, ressalvada a disponibilidade orçamentária.

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS: DIREITO PREVIDENCIÁRIO


LEI Nº 11.520, DE 18 DE SETEMBRO DE 2007

§ 5º Para a finalidade de bem desempenhar suas atribuições Art. 20. Ao declarado anistiado que se encontre em litígio judi-
legais, a Comissão de Anistia poderá requisitar das empresas cial visando à obtenção dos benefícios ou indenização esta-
públicas, privadas ou de economia mista, no período abrangido belecidos pelo art. 8º do Ato das Disposições Constitucionais
pela anistia, os documentos e registros funcionais do postulante Transitórias é facultado celebrar transação a ser homologada
à anistia que tenha pertencido aos seus quadros funcionais, no juízo competente.
não podendo essas empresas recusar-se à devida exibição dos Parágrafo único. Para efeito do cumprimento do disposto neste
referidos documentos, desde que oficialmente solicitado por artigo, a Advocacia-Geral da União e as Procuradorias Jurídicas
expediente administrativo da Comissão e requisitar, quando das autarquias e fundações públicas federais ficam autorizadas
julgar necessário, informações e assessoria das associações dos a celebrar transação nos processos movidos contra a União ou
anistiados. suas entidades.

18.5 Capítulo V - Das Disposições 19.  LEI Nº 11.520, DE 18 DE


Gerais E Finais SETEMBRO DE 2007
Art. 13. No caso de falecimento do anistiado político, o direito à Dispõe sobre a concessão de pensão especial às pessoas atin-
reparação econômica transfere-se aos seus dependentes, obser- gidas pela hanseníase que foram submetidas a isolamento e
vados os critérios fixados nos regimes jurídicos dos servidores internação compulsórios.
civis e militares da União. Art. 1º Fica o Poder Executivo autorizado a conceder pensão
Art. 14. Ao anistiado político são também assegurados os bene- especial, mensal, vitalícia e intransferível, às pessoas atingidas
fícios indiretos mantidos pelas empresas ou órgãos da Adminis- pela hanseníase e que foram submetidas a isolamento e inter-
tração Pública a que estavam vinculados quando foram punidos, nação compulsórios em hospitais-colônia, até 31 de dezembro
ou pelas entidades instituídas por umas ou por outros, inclusive de 1986, que a requererem, a título de indenização especial,
planos de seguro, de assistência médica, odontológica e hospi- correspondente a R$ 750,00 (setecentos e cinqüenta reais).
talar, bem como de financiamento habitacional. § 1º A pensão especial de que trata o caput é personalíssima, não
Art. 15. A empresa, fundação ou autarquia poderá, mediante sendo transmissível a dependentes e herdeiros, e será devida a
convênio com a Fazenda Pública, encarregar-se do pagamento partir da entrada em vigor desta Lei.
da prestação mensal, permanente e continuada, relativamente § 2º O valor da pensão especial será reajustado anualmente,
a seus ex-empregados, anistiados políticos, bem como a seus conforme os índices concedidos aos benefícios de valor superior
eventuais dependentes. ao piso do Regime Geral de Previdência Social.
Art. 16. Os direitos expressos nesta Lei não excluem os con- § 3º O requerimento referido no caput será endereçado ao
feridos por outras normas legais ou constitucionais, vedada a Secretário Especial dos Direitos Humanos da Presidência da
acumulação de quaisquer pagamentos ou benefícios ou inde- República, nos termos do regulamento.
nização com o mesmo fundamento, facultando-se a opção mais § 4º Caberá ao Instituto Nacional do Seguro Social - INSS o
favorável. processamento, a manutenção e o pagamento da pensão,
Art. 17. Comprovando-se a falsidade dos motivos que ensejaram observado o art. 6º.
a declaração da condição de anistiado político ou os benefícios e Art. 2º A pensão de que trata o art. 1º será concedida por meio
direitos assegurados por esta Lei será o ato respectivo tornado de ato do Secretário Especial dos Direitos Humanos da Presi-
nulo pelo Ministro de Estado da Justiça, em procedimento em dência da República, após parecer da Comissão referida no § 1º.
que se assegurará a plenitude do direito de defesa, ficando ao
§ 1º Fica criada a Comissão Interministerial de Avaliação, com
favorecido o encargo de ressarcir a Fazenda Nacional pelas ver-
a atribuição de emitir parecer prévio sobre os requerimentos
bas que houver recebido indevidamente, sem prejuízo de outras
formulados com base no art. 1º, cuja composição, organização
sanções de caráter administrativo e penal.
e funcionamento serão definidos em regulamento.
Art. 18. Caberá ao Ministério do Planejamento, Orçamento e
§ 2º Para a comprovação da situação do requerente, será admi-
Gestão efetuar, com referência às anistias concedidas a civis,
tida a ampla produção de prova documental e testemunhal, e,
mediante comunicação do Ministério da Justiça, no prazo de
caso necessário, prova pericial.
sessenta dias a contar dessa comunicação, o pagamento das
reparações econômicas, desde que atendida a ressalva do § 4º § 3º Na realização de suas atividades, a Comissão poderá pro-
do art. 12 desta Lei. mover as diligências que julgar convenientes, inclusive solicitar
apoio técnico, documentos, pareceres e informações de órgãos
Parágrafo único. Tratando-se de anistias concedidas aos mili-
da administração pública, assim como colher depoimentos de
tares, as reintegrações e promoções, bem como as reparações
econômicas, reconhecidas pela Comissão, serão efetuadas pelo terceiros.
Ministério da Defesa, no prazo de sessenta dias após a comuni- § 4º As despesas referentes a diárias e passagens dos membros
cação do Ministério da Justiça, à exceção dos casos especificados da Comissão correrão à conta das dotações orçamentárias dos
no art. 2º, inciso V, desta Lei. órgãos a que pertencerem.
Art. 19. O pagamento de aposentadoria ou pensão excepcional Art. 3º A pensão especial de que trata esta Lei, ressalvado o
relativa aos já anistiados políticos, que vem sendo efetuado pelo direito à opção, não é acumulável com indenizações que a União
INSS e demais entidades públicas, bem como por empresas, venha a pagar decorrentes de responsabilização civil sobre os
mediante convênio com o referido instituto, será mantido, sem mesmos fatos.
solução de continuidade, até a sua substituição pelo regime de Parágrafo único. O recebimento da pensão especial não impede
prestação mensal, permanente e continuada, instituído por esta a fruição de qualquer benefício previdenciário.
Lei, obedecido o que determina o art. 11. Art. 4º O Ministério da Saúde, em articulação com os sistemas de
Parágrafo único. Os recursos necessários ao pagamento das saúde dos Estados e Municípios, implementará ações específicas
reparações econômicas de caráter indenizatório terão rubrica em favor dos beneficiários da pensão especial de que trata esta
própria no Orçamento Geral da União e serão determinados Lei, voltadas à garantia de fornecimento de órteses, próteses e
pelo Ministério da Justiça, com destinação específica para civis demais ajudas técnicas, bem como na realização de intervenções
(Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão) e militares cirúrgicas e assistência à saúde por meio do Sistema Único de
(Ministério da Defesa). Saúde - SUS.

360
361

Art. 5º O Ministério da Saúde, o INSS e a Secretaria Especial Art. 1º O pescador artesanal de que tratam a alínea “b” do inciso
dos Direitos Humanos da Presidência da República poderão VII do art. 12 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991, e a alínea
celebrar convênios, acordos, ajustes ou outros instrumentos que “b” do inciso VII do art. 11 da Lei no 8.213, de 24 de julho de 1991,
objetivem a cooperação com órgãos da administração pública desde que exerça sua atividade profissional ininterruptamente,
e entidades privadas sem fins lucrativos, a fim de dar cumpri- de forma artesanal e individualmente ou em regime de econo-
mento ao disposto nesta Lei. mia familiar, fará jus ao benefício do seguro-desemprego, no
Art. 6º As despesas decorrentes desta Lei correrão à conta do valor de 1 (um) salário-mínimo mensal, durante o período de
Tesouro Nacional e constarão de programação orçamentária defeso de atividade pesqueira para a preservação da espécie.
específica no orçamento do Ministério da Previdência Social. § 1º Considera-se profissão habitual ou principal meio de vida
20.  LEI Nº 13.985, DE 7 a atividade exercida durante o período compreendido entre o
defeso anterior e o em curso, ou nos 12 (doze) meses imedia-
DE ABRIL DE 2020 tamente anteriores ao do defeso em curso, o que for menor.
§ 2º O período de defeso de atividade pesqueira é o fixado pelo
Institui pensão especial destinada a crianças com Síndrome Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Congênita do Zika Vírus, nascidas entre 1º de janeiro de 2015 e Renováveis - IBAMA, em relação à espécie marinha, fluvial ou
31 de dezembro de 2019, beneficiárias do Benefício de Prestação lacustre a cuja captura o pescador se dedique.
Continuada (BPC). § 3º Considera-se ininterrupta a atividade exercida durante o
Art. 1º Fica instituída a pensão especial destinada a crianças com período compreendido entre o defeso anterior e o em curso, ou
Síndrome Congênita do Zika Vírus, nascidas entre 1º de janeiro nos 12 (doze) meses imediatamente anteriores ao do defeso em
de 2015 e 31 de dezembro de 2019, beneficiárias do Benefício curso, o que for menor.
de Prestação Continuada (BPC) de que trata o art. 20 da Lei nº § 4º Somente terá direito ao seguro-desemprego o segurado
8.742, de 7 de dezembro de 1993. especial pescador artesanal que não disponha de outra fonte de
§ 1º A pensão especial será mensal, vitalícia e intransferível e renda diversa da decorrente da atividade pesqueira.
terá o valor de um salário mínimo. § 5º O pescador profissional artesanal não fará jus, no mesmo
§ 2º A pensão especial não poderá ser acumulada com inde- ano, a mais de um benefício de seguro-desemprego decorrente
nizações pagas pela União em razão de decisão judicial sobre de defesos relativos a espécies distintas.
os mesmos fatos ou com o BPC de que trata o art. 20 da Lei nº § 6º A concessão do benefício não será extensível às atividades
8.742, de 7 de dezembro de 1993. de apoio à pesca nem aos familiares do pescador profissional
§ 3º O reconhecimento da pensão especial ficará condicionado à que não satisfaçam os requisitos e as condições estabelecidos
desistência de ação judicial que tenha por objeto pedido idêntico nesta Lei.
sobre o qual versa o processo administrativo. § 7º O benefício do seguro-desemprego é pessoal e
§ 4º A pensão especial será devida a partir do dia posterior à intransferível.
cessação do BPC ou dos benefícios referidos no § 2º deste artigo, § 8º O período de recebimento do benefício não poderá exceder
que não poderão ser acumulados com a pensão.
o limite máximo variável de que trata o caput do art. 4º da Lei
§ 5º A pensão especial não gerará direito a abono ou a pensão no 7.998, de 11 de janeiro de 1990, ressalvado o disposto nos §§
por morte. 4º e 5º do referido artigo
Art. 2º O requerimento da pensão especial de que trata esta Art. 2º Cabe ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) rece-
Lei será realizado no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). ber e processar os requerimentos e habilitar os beneficiários,
Parágrafo único. Será realizado exame pericial por perito nos termos do regulamento.
médico federal para constatar a relação entre a síndrome con-
§ 1º Para fazer jus ao benefício, o pescador não poderá estar
gênita adquirida e a contaminação pelo vírus da zika .
em gozo de nenhum benefício decorrente de benefício previ-
Art. 3º As despesas decorrentes do disposto nesta Lei correrão denciário ou assistencial de natureza continuada, exceto pensão
à conta da programação orçamentária Indenizações e Pensões
por morte e auxílio-acidente.
Especiais de Responsabilidade da União.
§ 2º Para se habilitar ao benefício, o pescador deverá apresentar
Art. 4º O INSS e a Empresa de Tecnologia e Informações da
ao INSS os seguintes documentos:
Previdência (Dataprev) adotarão as medidas necessárias para
a operacionalização da pensão especial de que trata esta Lei I. registro como pescador profissional, categoria artesanal,
no prazo de 60 (sessenta) dias, contado da data de publicação devidamente atualizado no Registro Geral da Atividade Pes-
desta Lei. queira (RGP), emitido pelo Ministério da Pesca e Aquicultura
Art. 5º No caso de mães de crianças nascidas até 31 de dezembro com antecedência mínima de 1 (um) ano, contado da data de
de 2019 acometidas por sequelas neurológicas decorrentes da requerimento do benefício;
Síndrome Congênita do Zika Vírus, será observado o seguinte: II. cópia do documento fiscal de venda do pescado a empresa
I. a licença-maternidade de que trata o art. 392 da Consoli- adquirente, consumidora ou consignatária da produção, em
dação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei que conste, além do registro da operação realizada, o valor da
nº 5.452, de 1º de maio de 1943 , será de 180 (cento e oitenta) respectiva contribuição previdenciária de que trata o § 7º do
dias; art. 30 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991, ou comprovante
II. o salário-maternidade de que trata o art. 71 da Lei nº 8.213, de de recolhimento da contribuição previdenciária, caso tenha
24 de julho de 1991 , será devido por 180 (cento e oitenta) dias. comercializado sua produção a pessoa física;
III. outros estabelecidos em ato do Ministério da Previdência
21.  LEI Nº 10.779, DE 25 DE Social que comprovem.

NOVEMBRO DE 2003 a) o exercício da profissão, na forma do art. 1º desta Lei;


b) que se dedicou à pesca durante o período definido no
Dispõe sobre a concessão do benefício de seguro desem- § 3º do art. 1º desta Lei;
prego, durante o período de defeso, ao pescador profissional que c) que não dispõe de outra fonte de renda diversa da decor-
exerce a atividade pesqueira de forma artesanal. rente da atividade pesqueira.

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS: DIREITO PREVIDENCIÁRIO


DECRETO Nº 8.424, DE 31 DE MARÇO DE 2015

§ 3º O INSS, no ato de habilitação ao benefício, deverá verificar


a condição de segurado pescador artesanal e o pagamento da
22.  DECRETO Nº 8.424, DE
contribuição previdenciária, nos termos da Lei no 8.212, de 24 de
julho de 1991, nos últimos 12 (doze) meses imediatamente ante-
31 DE MARÇO DE 2015
riores ao requerimento do benefício ou desde o último período Regulamenta a Lei nº 10.779, de 25 de novembro de 2003,
de defeso até o requerimento do benefício, o que for menor, para dispor sobre a concessão do benefício de seguro-desemprego,
observado, quando for o caso, o disposto no inciso II do § 2º. durante o período de defeso, ao pescador profissional artesanal que
§ 4º O Ministério da Previdência Social e o Ministério da Pesca exerce sua atividade exclusiva e ininterruptamente.
e Aquicultura desenvolverão atividades que garantam ao INSS
Art. 1º Este Decreto regulamenta a concessão do benefício de
acesso às informações cadastrais disponíveis no RGP, de que
seguro-desemprego, no valor de um salário-mínimo mensal,
trata o art. 24 da Lei no 11.959, de 29 de junho de 2009, neces-
ao pescador artesanal de que tratam a alínea “b” do inciso VII
sárias para a concessão do seguro-desemprego.
do caput do art. 12 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991 , e a
§ 5º Da aplicação do disposto no § 4º deste artigo não poderá
alínea “b” do inciso VII do caput do art. 11 da Lei nº 8.213, de 24
resultar nenhum ônus para os segurados.
de julho de 1991 , desde que exerça sua atividade profissional
§ 6º O Ministério da Previdência Social poderá, quando julgar ininterruptamente, de forma artesanal e individualmente ou em
necessário, exigir outros documentos para a habilitação do regime de economia familiar, durante o período de defeso de
benefício. atividade pesqueira para a preservação da espécie.
§ 7º O INSS deverá divulgar mensalmente lista com todos os
§ 1º Considera-se ininterrupta a atividade exercida durante o
beneficiários que estão em gozo do seguro-desemprego no
período compreendido entre o término do defeso anterior e o
período de defeso, detalhados por localidade, nome, endereço
início do defeso em curso ou nos doze meses imediatamente
e número e data de inscrição no RGP.
anteriores ao início do defeso em curso, o que for menor.
§ 8º Desde que atendidos os demais requisitos previstos neste
§ 2º Entende-se como regime de economia familiar o traba-
artigo, o benefício de seguro-desemprego será concedido ao
pescador profissional artesanal cuja família seja beneficiária lho dos membros da mesma família, indispensável à própria
do programa de transferência de renda com condicionalidades subsistência e exercido em condições de mútua dependência e
de que trata a Lei nº 14.284, de 29 de dezembro de 2021, e colaboração, sem a utilização de empregados.
caberá ao órgão ou à entidade da administração pública fede- § 3º Para fins de concessão do benefício, consideram-se como
ral responsável pela manutenção do programa a suspensão do períodos de defeso aqueles estabelecidos pelos órgãos federais
pagamento dos benefícios financeiros previstos nos incisos I, II, competentes, determinando a paralisação temporária da pesca
III e IV do caput do art. 4º da Lei nº 14.284, de 29 de dezembro para preservação das espécies, nos termos e prazos fixados nos
de 2021, pelo mesmo período da percepção do benefício do respectivos atos.
seguro-desemprego. § 4º O benefício será devido ao pescador profissional artesanal
§ 9º Para fins do disposto no § 8º, o INSS disponibilizará aos inscrito no Registro Geral da Atividade Pesqueira - RGP que
órgãos ou às entidades da administração pública federal respon- não disponha de outra fonte de renda diversa da decorrente
sáveis pela manutenção de programas de transferência de renda da atividade pesqueira, observado o disposto no Decreto nº
com condicionalidades as informações necessárias para identifi- 8.425, de 31 de março de 2015 , sem prejuízo da licença de pesca
cação dos beneficiários e dos benefícios de seguro-desemprego concedida na esfera federal, quando exigida nos termos do art.
concedidos, inclusive as relativas à duração, à suspensão ou à 3º, § 2º, da Lei nº 11.959, de 29 de junho de 2009 .
cessação do benefício. § 5º O pescador profissional artesanal não fará jus a mais de um
§ 10. Caso a suspensão prevista no § 8º deste artigo não possa benefício de seguro-desemprego no mesmo ano decorrente de
ser iniciada em até 6 (seis) meses após o início do pagamento do defesos relativos a espécies distintas.
seguro-defeso, por motivos excepcionais, o órgão ou a entidade § 6º A concessão do benefício não será extensível aos trabalha-
da administração pública federal responsável pela manutenção dores de apoio à pesca artesanal, assim definidos em legislação
do programa de transferência de renda com condicionalidades específica, e nem aos componentes do grupo familiar do pesca-
fica autorizado a efetuar o desconto de até 30% (trinta por dor profissional artesanal que não satisfaçam, individualmente,
cento) do valor pago mensalmente à família, até que seja inte- os requisitos e as condições estabelecidos neste Decreto.
gralmente ressarcido o valor pago indevidamente.
§ 7º Os pescadores e as pescadoras de que trata o § 1º do art.
Art. 3º Sem prejuízo das sanções civis e penais cabíveis, todo 3º do Decreto nº 8.425, de 2015 , não farão jus ao benefício de
aquele que fornecer ou beneficiar-se de atestado falso para o seguro-desemprego durante o período de defeso.
fim de obtenção do benefício de que trata esta Lei estará sujeito:
§ 8º Fará jus ao seguro-desemprego o pescador artesanal que,
I. a demissão do cargo que ocupa, se servidor público;
durante o período aquisitivo de que trata o § 1º, tenha rece-
II. a suspensão de sua atividade, com cancelamento do seu bido benefício de auxílio-doença, auxílio-doença acidentário ou
registro, por dois anos, se pescador profissional. salário maternidade, exclusivamente sob categoria de filiação
Art. 4º O benefício de que trata esta Lei será cancelado nas de segurado especial, ou ainda, que tenha contribuído para a
seguintes hipóteses: Previdência Social relativamente ao exercício exclusivo dessa
I. início de atividade remunerada; atividade.
II. início de percepção de outra renda; § 9º Previamente ao estabelecimento de períodos de defeso,
deverão ser avaliadas outras medidas de gestão e de uso sus-
III. morte do beneficiário;
tentável dos recursos pesqueiros, por meio de ato conjunto dos
IV. desrespeito ao período de defeso; ou Ministérios da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e do Meio
V. comprovação de falsidade nas informações prestadas para Ambiente.
a obtenção do benefício. § 10. As normas, os critérios, os padrões e as medidas de orde-
Art. 5º O benefício do seguro-desemprego a que se refere esta namento relativas aos períodos de defeso serão editadas, obser-
Lei será pago à conta do Fundo de Amparo ao Trabalhador - FAT, vadas as competências dos Ministérios da Agricultura, Pecuária
instituído pela Lei no 7.998, de 11 de janeiro de 1990. e Abastecimento e do Meio Ambiente, e deverão:

362
363

I. definir as espécies que são objeto de conservação, as medi- § 1º A comprovação da contribuição do segurado especial de
das de proteção à reprodução e ao recrutamento das espécies, que trata o inciso III do caput deverá ser feita nos termos do art.
os petrechos e os métodos de pesca proibidos; 25 da Lei nº 8.212, de 1991 , e do inciso IV do caput do art. 216 do
II. estabelecer a abrangência geográfica da norma, de modo Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo Decreto nº
a indicar as bacias hidrográficas, a região ou a área costeiro- 3.048, de 6 de maio 1999 , excluído o período de defeso, desde
-marinha e discriminar os Municípios alcançados; que não tenha havido comercialização de espécie alternativa não
contemplada no ato que fixar o período de defeso.
III. definir se há alternativas de pesca disponíveis e se elas
abrangem todos os pescadores ou apenas aqueles que atuam § 2º Desde que atendidos os demais requisitos previstos neste
de forma embarcada; e artigo, o benefício de seguro-desemprego será concedido ao
pescador profissional artesanal cuja família seja beneficiária de
IV. estabelecer mecanismos de monitoramento da biodiversi- programa de transferência de renda com condicionalidades, e
dade e da atividade pesqueira e de avaliação da eficácia dos caberá ao órgão ou entidade da administração pública federal
períodos de defeso como medida de ordenamento responsável pela manutenção do programa a suspensão do
§ 11. Os Ministérios da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e pagamento pelo mesmo período da percepção do benefício
do Meio Ambiente deverão periodicamente avaliar a efetividade de seguro-desemprego.
dos períodos de defeso instituídos, sobretudo os de área con- § 3º Para fins do disposto no § 2º, o Instituto Nacional do Seguro
tinental, e revogar ou suspender seus atos normativos quando Social - INSS disponibilizará aos órgãos ou entidades da admi-
comprovada a sua ineficácia na preservação dos recursos pes- nistração pública federal responsáveis pela manutenção de
queiros, inclusive quando forem observados os fenômenos de programas de transferência de renda com condicionalidades
seca, estiagem e contaminações por agentes químicos, físicos as informações necessárias para identificação dos beneficiários
e biológicos. e dos benefícios de seguro-desemprego concedidos, inclusive as
§ 12. Não será devido o benefício do seguro-desemprego relativas à duração, suspensão ou cessação do benefício.
quando houver disponibilidade de alternativas de pesca nos Art. 3º Cabe ao INSS receber e processar os requerimentos, habi-
Municípios alcançados pelos períodos de defeso. litar os beneficiários e decidir quanto à concessão do benefício
§ 13. O benefício do seguro-desemprego é direito pessoal e de seguro-desemprego de que trata o art. 1º.
intransferível. Art. 4º O prazo para requerer o benefício do seguro-desem-
§ 14. Excepcionalmente, nas hipóteses de grave contaminação prego do pescador profissional artesanal se iniciará trinta dias
por agentes químicos, físicos e biológicos, o Ministério da Agri- antes da data de início do período de defeso e terminará no
cultura, Pecuária e Abastecimento poderá prolongar o período último dia do referido período.
de defeso para as áreas e os grupos específicos atingidos, nos Parágrafo único. Desde que requerido dentro do prazo pre-
termos previstos na legislação. visto no caput , o pagamento do benefício será devido desde
§ 15. A gravidade a que se refere o § 14 será reconhecida em ato o início do período de defeso, independentemente da data do
do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. requerimento.
§ 16. O pagamento de seguro desemprego do pescador profis- Art. 5º Para requerer o benefício de seguro-desemprego, o
sional artesanal, quando devido, na hipótese de ocorrência do pescador deverá apresentar ao INSS:
prolongamento a que se refere o § 14, poderá ser ampliado na I. documento de identificação oficial;
forma prevista no § 5º do art. 4º da Lei nº 7.998, de 11 de janeiro II. comprovante de inscrição no Cadastro de Pessoa Física.
de 1990, observado o disposto no § 8º do art. 1º da Lei nº 10.779, CPF;
de 25 de novembro de 2003.
§ 17. Na hipótese de ser efetuado o pagamento de que trata o III. inscrição no RGP, com licença de pesca, emitida pelo Minis-
§ 16, o Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalha- tério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, na condição
dor - Codefat deverá respeitar os limites de reserva mínima de de pescador profissional artesanal que tenha a atividade pes-
liquidez de que trata o § 5º do art. 4º da Lei nº 7.998, de 1990. queira como única fonte de renda, observada a antecedência
mínima prevista no art. 2º da Lei nº 10.779, de 2003 ;
Art. 2º Terá direito ao benefício do seguro-desemprego o pesca-
dor profissional artesanal que preencher os seguintes requisitos: IV. cópia do documento fiscal de venda do pescado a empresa
I. ter registro no RGP, com situação cadastral ativa decorrente adquirente, consumidora ou consignatária da produção, em
de licença concedida, emitido pelo Ministério da Agricultura, que conste, além do registro da operação realizada, o valor
Pecuária e Abastecimento, na condição de pescador profis- da respectiva contribuição previdenciária de que trata o § 7º
sional artesanal, observada a antecedência mínima prevista do art. 30 da Lei nº 8.212, de 1991 , ou cópia do comprovante
no art. 2º da Lei nº 10.779, de 2003 ; de recolhimento da contribuição previdenciária, caso tenha
comercializado sua produção a pessoa física; e
II. possuir a condição de segurado especial unicamente na
categoria de pescador profissional artesanal; V. comprovante de residência em Município abrangido pelo
ato que instituiu o período de defeso relativo ao benefício
III. ter realizado o pagamento da contribuição previdenciária, requerido, ou seus limítrofes.
nos termos da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991 , nos últimos
doze meses imediatamente anteriores ao requerimento do § 1º Além de apresentar os documentos previstos no caput,
benefício ou desde o último período de defeso até o requeri- o pescador profissional artesanal assinará declaração de que:
mento do benefício, o que for menor, observado, quando for I. não dispõe de outra fonte de renda;
o caso, o disposto no inciso IV do caput do art. 5º ; II. se dedicou à pesca das espécies e nas localidades atingidas
IV. não estar em gozo de nenhum benefício decorrente de pelo defeso ininterruptamente durante o período compreen-
programa federal de transferência de renda com condicionali- dido entre o término do defeso anterior e o início do defeso
dades ou de benefício de prestação continuada da Assistência em curso ou nos doze meses imediatamente anteriores ao
Social ou da Previdência Social, exceto auxílio-acidente ou início do defeso em curso, o que for menor; e
pensão por morte; e III. assume responsabilidade civil e criminal por todas as
V. não ter vínculo de emprego, ou outra relação de trabalho, informações prestadas para fins da concessão do benefício.
ou outra fonte de renda diversa da decorrente da atividade § 2º O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento dis-
pesqueira vedada pelo período de defeso. ponibilizará ao INSS informações que demonstrem:

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS: DIREITO PREVIDENCIÁRIO


DECRETO Nº 6.214, DE 26 DE SETEMBRO DE 2007

I. o exercício ininterrupto da atividade de pesca pelo pescador § 2º O processamento e o julgamento dos recursos seguirão o
profissional artesanal, observado o disposto no § 1º do art. 4º disposto no Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo
do Decreto nº 8.425, de 2015 , com a indicação das localidades
Decreto nº 3.048, de 1999 , e no regimento interno do CRPS.
em que a atividade foi exercida e das espécies pescadas; e
II. os municípios abrangidos pelo período de defeso e os Art. 8º Os recursos financeiros para o pagamento do benefício
municípios limítrofes. de seguro-desemprego ao pescador profissional artesanal serão
§ 3º Ato do Ministério da Previdência Social poderá exigir outros provenientes do Fundo de Amparo ao Trabalhador - FAT.
documentos para a habilitação do benefício. § 1º Compete ao Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao
§ 4º O INSS poderá expedir atos complementares relativos ao Trabalhador - Codefat a gestão do pagamento dos benefícios e
reconhecimento e à manutenção do direito ao benefício, obser-
ao Ministério do Trabalho e Emprego a sua operacionalização,
vado o disposto neste Decreto e no ato de que trata o § 3º.
cabendo aos referidos órgãos a edição dos atos necessários a
§ 5º A apresentação dos documentos discriminados no caput
poderá ser dispensada pelo INSS caso as informações constem essas atividades.
em bases governamentais a ele disponibilizadas por outros § 2º O INSS disponibilizará ao Ministério do Trabalho e Emprego
órgãos, nos termos do art. 2º do Decreto nº 6.932, de 11 de as informações necessárias para a efetivação do pagamento.
agosto de 2009 , do art. 329-B do Anexo ao Decreto nº 3.048,
de 6 de maio de 1999 - Regulamento da Previdência Social , e § 3º O Ministério do Trabalho e Emprego disponibilizará ao INSS
do art. 1º do Decreto nº 8.789, de 29 de junho de 2016 . e aos órgãos de que trata o § 3º do art. 2º as informações refe-
§ 6º Nos casos em que o pescador já tenha recebido o seguro- rentes à realização dos pagamentos aos beneficiários.
-desemprego do pescador artesanal, o INSS poderá dispensar a
§ 4º O Ministério do Trabalho e Emprego e o INSS prestarão aos
reapresentação de requerimento para os próximos períodos do
defeso que deu origem ao benefício, desde que possua informa- interessados informações relativas ao pagamento dos benefícios
ções que demonstrem a manutenção dos requisitos do art. 2º e em seus próprios canais de atendimento.
das características da atividade pesqueira exercida; Art. 9º O Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo
§ 7º O INSS poderá comunicar o indeferimento ou a existência Decreto nº 3.048, de 1999 , passa a vigorar com as seguintes
de qualquer impedimento para a concessão do benefício por
meio da internet ou da central de teleatendimento. alterações:
§ 8º O INSS poderá, a qualquer tempo, convocar o pescador “Art. 9º ..........................................................................
para apresentação de documentos comprobatórios referentes § 14. ..............................................................................
aos requisitos do caput .
I. não utilize embarcação; ou
Art. 6º O INSS cessará o benefício de seguro-desemprego nas
seguintes hipóteses: II. utilize embarcação de pequeno porte, nos termos da Lei nº
I. início de atividade remunerada ou de percepção de outra 11.959, de 29 de junho de 2009.
renda que seja incompatível com a percepção do benefício;
§ 15. .............................................................................
II. desrespeito ao período de defeso ou a quaisquer proibições
estabelecidas em normas de defeso; XI. o pescador que trabalha em regime de parceria, meação
III. obtenção de renda proveniente da pesca de espécie alter- ou arrendamento, em embarcação de médio ou grande porte,
nativa não contemplada no ato que fixar o período de defeso; nos termos da Lei nº 11.959, de 2009;
IV. suspensão do período de defeso; Art. 11. Atos conjuntos dos Ministérios da Previdência Social,
V. morte do beneficiário, exceto em relação às parcelas vencidas; do Trabalho e Emprego e da Pesca e Aquicultura e de outros
VI. início de percepção de renda proveniente de benefício órgãos interessados estabelecerão os procedimentos e prazos
previdenciário ou assistencial de natureza continuada, exceto para operacionalização das trocas de informações previstas
auxílio-acidente ou pensão por morte;
neste Decreto.
VII. prestação de declaração falsa; ou
Art. 12. Este Decreto aplica-se aos períodos de defeso iniciados
VIII. comprovação de fraude.
a partir de 1º de abril de 2015.
Parágrafo único. O INSS cessará o benefício quando consta-
tar a ocorrência de hipótese prevista no caput ou quando for Parágrafo único. Aos períodos de defeso iniciados até 31 de
informado sobre sua ocorrência pelo órgão ou entidade pública março de 2015, aplica-se o disposto na legislação anterior, inclu-
competente. sive quanto aos prazos, procedimentos e recursos e à competên-
Art. 6º-A. O Poder Executivo poderá condicionar o recebimento cia do Ministério do Trabalho e Emprego para as atividades de
do seguro-desemprego, durante o período de defeso, ao pes-
recebimento e processamento dos requerimentos, habilitação
cador profissional artesanal que exerça sua atividade exclusiva,
à comprovação da matrícula e da frequência do trabalhador dos beneficiários e apuração de irregularidades.
segurado em curso de formação inicial e continuada ou de
qualificação profissional, com carga horária mínima de cento 23.  DECRETO Nº 6.214, DE 26
e sessenta horas, nos termos do § 1º do art. 3º da Lei nº 7.998,
de 11 de janeiro de 1990 . DE SETEMBRO DE 2007
Art. 7º No caso de indeferimento do requerimento de concessão Regulamenta o benefício de prestação continuada da assis-
de benefício ou no caso de cessação do benefício, o pescador
profissional artesanal poderá interpor recurso ao Conselho de tência social devido à pessoa com deficiência e ao idoso de que trata
Recursos da Previdência Social - CRPS. a Lei n o 8.742, de 7 de dezembro de 1993, e a Lei nº 10.741, de 1º
§ 1º O prazo para interposição de recurso e para oferecimento de
contrarrazões será de trinta dias, contado da ciência da decisão de outubro de 2003 , acresce parágrafo ao art. 162 do Decreto n o
e da interposição do recurso, respectivamente. 3.048, de 6 de maio de 1999, e dá outras providências.

364
365

23.1 Capítulo I - Do Benefício seguro-desemprego, comissões, pro-labore , outros rendi-


mentos do trabalho não assalariado, rendimentos do mercado
De Prestação Continuada informal ou autônomo, rendimentos auferidos do patrimônio,
Renda Mensal Vitalícia e Benefício de Prestação Continuada,
E Do Beneficiário ressalvado o disposto no parágrafo único do art. 19.
Art. 1 o O Benefício de Prestação Continuada previsto no art. § 1 o Para fins de reconhecimento do direito ao Benefício de
20 da Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993 , é a garantia de Prestação Continuada às crianças e adolescentes menores de
um salário mínimo mensal à pessoa com deficiência e ao idoso, dezesseis anos de idade, deve ser avaliada a existência da defi-
com idade de sessenta e cinco anos ou mais, que comprovem ciência e o seu impacto na limitação do desempenho de ativi-
não possuir meios para prover a própria manutenção e nem de dade e restrição da participação social, compatível com a idade.
tê-la provida por sua família. § 2 o Para fins do disposto no inciso VI do caput , não serão
§ 1º O Benefício de Prestação Continuada integra a proteção computados como renda mensal bruta familiar:
social básica no âmbito do Sistema Único de Assistência Social I. benefícios e auxílios assistenciais de natureza eventual e
- SUAS, instituído pelo Ministério do Desenvolvimento Social temporária;
e Agrário, em consonância com o estabelecido pela Política
Nacional de Assistência Social - PNAS. II. valores oriundos de programas sociais de transferência de
§ 2 o O Benefício de Prestação Continuada é constitutivo renda;
da PNAS e integrado às demais políticas setoriais, e visa ao III- bolsas de estágio supervisionado;
enfrentamento da pobreza, à garantia da proteção social, ao IV. pensão especial de natureza indenizatória e benefícios de
provimento de condições para atender contingências sociais e assistência médica, conforme disposto no art. 5 o ;
à universalização dos direitos sociais, nos moldes definidos no
V. rendas de natureza eventual ou sazonal, a serem regula-
parágrafo único do art. 2º da Lei nº 8.742, de 1993 .
mentadas em ato conjunto do Ministério do Desenvolvimento
§ 3 o A plena atenção à pessoa com deficiência e ao idoso Social e Combate à Fome e do INSS; e
beneficiário do Benefício de Prestação Continuada exige que
os gestores da assistência social mantenham ação integrada às VI. rendimentos decorrentes de contrato de aprendizagem.
demais ações das políticas setoriais nacional, estaduais, munici- § 3 o Considera-se impedimento de longo prazo aquele que
pais e do Distrito Federal, principalmente no campo da saúde, produza efeitos pelo prazo mínimo de dois anos.
segurança alimentar, habitação e educação . Art. 5º O beneficiário não pode acumular o Benefício de Presta-
Art. 2º Compete ao Ministério do Desenvolvimento Social e ção Continuada com outro benefício no âmbito da Seguridade
Agrário a implementação, a coordenação-geral, a regulação, Social ou de outro regime, inclusive o seguro-desemprego,
o financiamento, o monitoramento e a avaliação da prestação ressalvados o de assistência médica e a pensão especial de
do beneficio, sem prejuízo das iniciativas compartilhadas com natureza indenizatória.
Estados, Distrito Federal e Municípios, em consonância com as Parágrafo único. A acumulação do benefício com a remune-
diretrizes do SUAS e da descentralização político-administrativa, ração advinda do contrato de aprendizagem pela pessoa com
prevista no inciso I do caput do art. 204 da Constituição e no deficiência é limitada ao prazo máximo de dois anos.
inciso I do caput do art. 5 º da Lei n º 8.742, de 1993 .
Art. 6 o A condição de acolhimento em instituições de longa
Art. 3 o O Instituto Nacional do Seguro Social - INSS é o res-
permanência, como abrigo, hospital ou instituição congênere
ponsável pela operacionalização do Benefício de Prestação
não prejudica o direito do idoso ou da pessoa com deficiência
Continuada, nos termos deste Regulamento.
ao Benefício de Prestação Continuada.
Art. 4 o Para os fins do reconhecimento do direito ao benefício,
Art. 7º O Benefício de Prestação Continuada é devido ao brasi-
considera-se:
leiro, nato ou naturalizado, e às pessoas de nacionalidade por-
I. idoso: aquele com idade de sessenta e cinco anos ou mais;
tuguesa, em consonância com o disposto no Decreto n º 7.999,
II. pessoa com deficiência: aquela que tem impedimentos de de 8 de maio de 2013 , desde que comprovem, em qualquer dos
longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, casos, residência no Brasil e atendam a todos os demais critérios
os quais, em interação com diversas barreiras, podem obstruir estabelecidos neste Regulamento.
sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade
de condições com as demais pessoas;
III. incapacidade: fenômeno multidimensional que abrange
23.2 Capítulo II - Da Habilitação, Da
limitação do desempenho de atividade e restrição da parti- Concessão, Da Manutenção, Da
cipação, com redução efetiva e acentuada da capacidade de
inclusão social, em correspondência à interação entre a pessoa Representação E Do Indeferimento
com deficiência e seu ambiente físico e social; Seção I - Da Habilitação e da Concessão
IV. família incapaz de prover a manutenção da pessoa com Art. 8 o Para fazer jus ao Benefício de Prestação Continuada, o
deficiência ou do idoso: aquela cuja renda mensal bruta fami- idoso deverá comprovar:
liar dividida pelo número de seus integrantes seja inferior a I. contar com sessenta e cinco anos de idade ou mais;
um quarto do salário mínimo;
II. renda mensal bruta familiar, dividida pelo número de seus
V. família para cálculo da renda per capita : conjunto de pes-
integrantes, inferior a um quarto do salário mínimo; e
soas composto pelo requerente, o cônjuge, o companheiro, a
companheira, os pais e, na ausência de um deles, a madrasta III. não possuir outro benefício no âmbito da Seguridade
ou o padrasto, os irmãos solteiros, os filhos e enteados sol- Social ou de outro regime, inclusive o seguro-desemprego,
teiros e os menores tutelados, desde que vivam sob o mesmo salvo o de assistência médica e a pensão especial de natureza
teto; e indenizatória, observado o disposto no inciso VI do caput e
VI. renda mensal bruta familiar: a soma dos rendimentos no § 2 o do art. 4 o .
brutos auferidos mensalmente pelos membros da família Parágrafo único. A comprovação da condição prevista no inciso
composta por salários, proventos, pensões, pensões ali- III poderá ser feita mediante declaração do idoso ou, no caso
mentícias, benefícios de previdência pública ou privada, de sua incapacidade para os atos da vida civil, do seu curador.

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS: DIREITO PREVIDENCIÁRIO


DECRETO Nº 6.214, DE 26 DE SETEMBRO DE 2007

Art. 9 o Para fazer jus ao Benefício de Prestação Continuada, a § 5 º Na hipótese de as informações do CadÚnico serem insufi-
pessoa com deficiência deverá comprovar: cientes para a análise conclusiva do benefício, o INSS:
I. a existência de impedimentos de longo prazo de natureza I. comunicará o interessado, o qual deverá atualizar seu cadas-
física, mental, intelectual ou sensorial, os quais, em interação tro junto ao órgão local responsável pelo CadÚnico no prazo
com diversas barreiras, obstruam sua participação plena e efe- de trinta dias;
tiva na sociedade em igualdade de condições com as demais II. concluirá a análise após decorrido o prazo de que trata o
pessoas, na forma prevista neste Regulamento; inciso I; e
II. renda mensal bruta familiar do requerente, dividida pelo III. no caso de o cadastro não ser atualizado no prazo de que
número de seus integrantes, inferior a um quarto do salário trata o inciso I, indeferirá a solicitação para receber o benefício.
mínimo; e
§ 6 o Quando o requerente for pessoa em situação de rua deve
III. por meio de declaração, que não recebe outro benefício no ser adotado, como referência, o endereço do serviço da rede
âmbito da Seguridade Social ou de outro regime, inclusive o sócioassistencial pelo qual esteja sendo acompanhado, ou,
seguro-desemprego, exceto o de assistência médica e a pen- na falta deste, de pessoas com as quais mantém relação de
são especial de natureza indenizatória. proximidade.
Parágrafo único. A comprovação da condição prevista no inciso § 7 o Será considerado família do requerente em situação de rua
III poderá ser feita mediante declaração da pessoa com deficiên- as pessoas elencadas no inciso V do art. 4 o , desde que convi-
cia ou, no caso de sua incapacidade para os atos da vida civil, vam com o requerente na mesma situação, devendo, neste caso,
do seu curador ou tutor. ser relacionadas na Declaração da Composição e Renda Familiar.
Art. 10. A pessoa com deficiência e o idoso deverão informar § 8 o Entende-se por relação de proximidade, para fins do dis-
o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas - CPF e posto no § 6 o , aquela que se estabelece entre o requerente
apresentar documento com foto reconhecido por lei como prova em situação de rua e as pessoas indicadas pelo próprio reque-
de identidade do requerente. rente como pertencentes ao seu ciclo de convívio que podem
Parágrafo único. As crianças e os adolescentes menores de facilmente localizá-lo.
dezesseis anos poderão apresentar apenas a certidão de nas- Art. 14. O Benefício de Prestação Continuada poderá ser reque-
cimento para fins da identificação de que trata o caput . rido por meio dos canais de atendimento do INSS ou nos órgãos
Art. 11. Para fins de identificação da pessoa com deficiência autorizados para este fim.
e do idoso e de comprovação da idade do idoso, no caso de § 1º Os formulários utilizados para o requerimento do benefício
brasileiro naturalizado, deverão ser apresentados os seguintes serão disponibilizados, por meio dos sítios eletrônicos:
documentos: I. do Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário;
I. título declaratório de nacionalidade brasileira; e II. do INSS; ou
II. carteira de identidade ou carteira de trabalho e previdência III. dos órgãos autorizados pelo Ministério do Desenvolvi-
social. mento Social e Agrário ou pelo INSS.
Art. 12. São requisitos para a concessão, a manutenção e a revi- § 2º Os formulários a que se refere o § 1 º deverão ser dispo-
são do benefício as inscrições no Cadastro de Pessoas Físicas nibilizados de forma acessível, nos termos estabelecidos pelo
- CPF e no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Decreto n º 5.296, de 2 de dezembro de 2004 .
Federal - CadÚnico. Art. 15. A concessão do benefício dependerá da prévia inscrição
§ 1º O beneficiário que não realizar a inscrição ou atualização no do interessado no CPF e no CadÚnico, este último atualizado
CadÚnico terá seu benefício suspenso após encerrado o prazo e válido, de acordo com os prazos estabelecidos no Decreto nº
estabelecido na legislação. 6.135, de 2007 .
§ 2º O benefício será concedido ou mantido apenas quando o § 1º O requerimento do benefício deverá ser realizado por meio
CadÚnico estiver atualizado e válido, de acordo com o disposto dos canais de atendimento da Previdência Social ou de outros
no Decreto nº 6.135, de 26 de junho de 2007 . canais definidos em ato do Ministro de Estado do Desenvolvi-
Art. 13. As informações para o cálculo da renda familiar mensal mento Social.
per capita serão declaradas no momento da inscrição da famí- § 2 o Na hipótese de não ser o requerente alfabetizado ou de
lia do requerente no CadÚnico, ficando o declarante sujeito às estar impossibilitado para assinar o pedido, será admitida a
penas previstas em lei no caso de omissão de informação ou aposição da impressão digital na presença de funcionário do
de declaração falsa. órgão recebedor do requerimento.
§ 1 º As informações de que trata o caput serão declaradas em § 3 o A existência de formulário próprio não impedirá que seja
conformidade com o disposto no Decreto n º 6.135, de 26 de aceito qualquer requerimento pleiteando o beneficio, desde que
junho de 2007 . nele constem os dados imprescindíveis ao seu processamento.
§ 2 º Por ocasião do requerimento do benefício, conforme dis- § 4 o A apresentação de documentação incompleta não constitui
posto no § 1 º do art. 15, o requerente ratificará as informações motivo de recusa liminar do requerimento do benefício.
declaradas no CadÚnico, ficando sujeito às penas previstas em § 5 º Na hipótese de ser verificado que a renda familiar mensal
lei no caso de omissão de informação ou de declaração falsa. per capita não atende aos requisitos de concessão do benefício,
§ 3 º Na análise do requerimento do benefício, o INSS con- o pedido deverá ser indeferido pelo INSS, sendo desnecessária
frontará as informações do CadÚnico, referentes à renda, com a avaliação da deficiência.
outros cadastros ou bases de dados de órgãos da administração Art. 16. A concessão do benefício à pessoa com deficiência
pública disponíveis, prevalecendo as informações que indiquem ficará sujeita à avaliação da deficiência e do grau de impedi-
maior renda se comparadas àquelas declaradas no CadÚnico. mento, com base nos princípios da Classificação Internacional de
§ 4 o Compete ao INSS e aos órgãos autorizados pelo Minis- Funcionalidades, Incapacidade e Saúde - CIF, estabelecida pela
tério do Desenvolvimento Social e Agrário, quando necessário, Resolução da Organização Mundial da Saúde n o 54.21, aprovada
verificar junto a outras instituições, inclusive de previdência, a pela 54 a Assembleia Mundial da Saúde, em 22 de maio de 2001.
existência de benefício ou de renda em nome do requerente ou § 1 o A avaliação da deficiência e do grau de impedimento será
beneficiário e dos integrantes da família. realizada por meio de avaliação social e avaliação médica.

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§ 2 o A avaliação social considerará os fatores ambientais, sociais Art. 18. A concessão do Benefício de Prestação Continuada
e pessoais, a avaliação médica considerará as deficiências nas independe da interdição judicial do idoso ou da pessoa com
funções e nas estruturas do corpo, e ambas considerarão a limi- deficiência.
tação do desempenho de atividades e a restrição da participação Art. 19. O Benefício de Prestação Continuada será devido a
social, segundo suas especificidades. mais de um membro da mesma família enquanto atendidos os
§ 3º As avaliações de que trata o § 1 º serão realizadas, respec- requisitos exigidos neste Regulamento.
tivamente, pelo serviço social e pela perícia médica do INSS,
Parágrafo único. O valor do Benefício de Prestação Continuada
por meio de instrumentos desenvolvidos especificamente para
concedido a idoso não será computado no cálculo da renda
este fim, instituídos por ato conjunto do Ministro de Estado do
mensal bruta familiar a que se refere o inciso VI do art. 4 o ,
Desenvolvimento Social e Agrário e do Presidente do INSS.
para fins de concessão do Benefício de Prestação Continuada a
§ 4 º O Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário e o INSS
outro idoso da mesma família.
garantirão as condições necessárias para a realização da ava-
liação social e da avaliação médica necessárias ao Benefício de Art. 20. O Benefício de Prestação Continuada será devido com
Prestação Continuada. o cumprimento de todos os requisitos legais e regulamenta-
§ 5 o A avaliação da deficiência e do grau de impedimento res exigidos para a sua concessão, devendo o seu pagamento
tem por objetivo. ser efetuado em até quarenta e cinco dias após cumpridas as
I. comprovar a existência de impedimentos de longo prazo de exigências.
natureza física, mental, intelectual ou sensorial; e Parágrafo único. Para fins de atualização dos valores pagos
II. aferir o grau de restrição para a participação plena e efe- em atraso, serão aplicados os mesmos critérios adotados pela
tiva da pessoa com deficiência na sociedade, decorrente da legislação previdenciária.
interação dos impedimentos a que se refere o inciso I com Art. 21. Fica o INSS obrigado a emitir e enviar ao requerente o
barreiras diversas. aviso de concessão ou de indeferimento do benefício, e, neste
§ 6º Na hipótese de não ser possível prever a duração dos caso, com indicação do motivo.
impedimentos a que se refere o inciso I do § 5º, mas existir a Seção II - Da manutenção e da representação
possibilidade de que se estendam por longo prazo, o benefício Art. 22. O Benefício de Prestação Continuada não está sujeito a
poderá ser concedido, conforme o disposto em ato do Ministro desconto de qualquer contribuição e não gera direito ao paga-
de Estado do Desenvolvimento Social. mento de abono anual.
§ 7º Na hipótese do benefício concedido nos termos do disposto Art. 23. O Benefício de Prestação Continuada é intransferí-
no § 6º, os beneficiários deverão ser prioritariamente subme- vel, não gerando direito à pensão por morte aos herdeiros ou
tidos a novas avaliações da deficiência, observado o intervalo sucessores.
máximo de dois anos.
Parágrafo único. O valor do resíduo não recebido em vida
§ 8 º A avaliação da deficiência e do grau de impedimento pelo beneficiário será pago aos seus herdeiros ou sucessores,
observará os instrumentos de que trata o § 2º do art. 2º da Lei
na forma da lei civil.
nº 13.146, de 6 de julho de 2015 , a partir de sua criação, permi-
tindo inclusive que outras políticas para pessoas com deficiência Art. 24. O desenvolvimento das capacidades cognitivas, moto-
se beneficiem das informações. ras ou educacionais e a realização de atividades não remunera-
§ 9 º Sem prejuízo do compartilhamento das informações de que das de habilitação e reabilitação, dentre outras, não constituem
trata o § 8 º , o acesso à avaliação da deficiência e do grau de motivo de suspensão ou cessação do benefício da pessoa com
impedimento, com a finalidade de permitir que outras políticas deficiência.
para pessoas com deficiência dela se beneficiem, dependerá de Art. 25. A cessação do Benefício de Prestação Continuada
prévio consentimento do titular da informação. concedido à pessoa com deficiência, inclusive em razão do seu
§ 10. O consentimento de acesso à avaliação poderá ser mani- ingresso no mercado de trabalho, não impede nova concessão
festado no momento da prestação das referidas informações ou do benefício desde que atendidos os requisitos exigidos neste
quando do requerimento de acesso à política pública. Decreto.
§ 11. Ato do Ministro de Estado do Desenvolvimento Social Art. 26. O benefício será pago pela rede bancária autorizada
estabelecerá diretrizes para o escalonamento, a priorização e e, nas localidades onde não houver estabelecimento bancário,
os casos que serão dispensados das reavaliações em razão da o pagamento será efetuado por órgãos autorizados pelo INSS.
deficiência constatada. Art. 27. O pagamento do Benefício de Prestação Continuada
Art. 17. Na hipótese de não existirem serviços pertinentes para poderá ser antecipado excepcionalmente, na hipótese prevista
avaliação da deficiência e do grau de impedimento no município no § 1 o do art. 169 do Decreto n o 3.048, de 6 de maio de 1999
de residência do requerente ou beneficiário, fica assegurado o . (Redação dada pelo Decreto nº 7.617, de 2011)
seu encaminhamento ao município mais próximo que contar
Art. 28. O benefício será pago diretamente ao beneficiário ou
com tal estrutura, devendo o INSS realizar o pagamento das
despesas de transporte e diárias com recursos oriundos do ao procurador, tutor ou curador.
Fundo Nacional de Assistência Social. § 1 o O instrumento de procuração poderá ser outorgado em
§ 1 o Caso o requerente ou beneficiário necessite de acom- formulário próprio do INSS, mediante comprovação do motivo
panhante, a viagem deste deverá ser autorizada pelo INSS, da ausência do beneficiário, e sua validade deverá ser renovada
aplicando-se o disposto no caput . a cada doze meses.
§ 2 o O valor da diária paga ao requerente ou beneficiário e § 2 º O procurador, o tutor ou o curador do beneficiário deverá
seu acompanhante será igual ao valor da diária concedida aos firmar, perante o INSS ou outros órgãos autorizados pelo Minis-
beneficiários do Regime Geral de Previdência Social. tério do Desenvolvimento Social e Agrário, termo de responsa-
§ 3 o Caso o requerente ou beneficiário esteja impossibilitado de bilidade mediante o qual se comprometa a comunicar qualquer
se apresentar no local de realização da avaliação da deficiência evento que possa anular a procuração, a tutela ou a curatela,
e do grau de impedimento a que se refere o caput , os profis- principalmente o óbito do outorgante, sob pena de incorrer nas
sionais deverão deslocar-se até o interessado. sanções criminais e civis cabíveis.

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS: DIREITO PREVIDENCIÁRIO


DECRETO Nº 6.214, DE 26 DE SETEMBRO DE 2007

Art. 29. Na hipótese de haver indícios de inidoneidade acerca Art. 36. O não atendimento das exigências contidas neste Regu-
do instrumento de procuração apresentado para o recebimento lamento pelo requerente ensejará o indeferimento do benefício.
do Benefício de Prestação Continuada ou do procurador, tanto § 1 o Do indeferimento do benefício caberá recurso à Junta de
o INSS quanto qualquer um dos órgãos autorizados pelo Minis- Recursos do Conselho de Recursos da Previdência Social, no
tério do Desenvolvimento Social e Agrário poderão recusá-los, prazo de trinta dias, a contar do recebimento da comunicação.
sem prejuízo das providências que se fizerem necessárias para § 2 o A situação prevista no art. 24 também não constitui motivo
a apuração da responsabilidade e para a aplicação das sanções para o indeferimento do benefício.
criminais e civis cabíveis.
Art. 30. Para fins de recebimento do Benefício de Prestação
Continuada, é aceita a constituição de procurador com mais
23.3 Capítulo III - Da Gestão
de um instrumento de procuração, nos casos de beneficiários Art. 37. Constituem garantias do SUAS o acompanhamento do
representados por parentes de primeiro grau e nos casos de beneficiário e de sua família, e a inserção destes à rede de ser-
beneficiários representados por dirigentes de instituições nas viços socioassistenciais e de outras políticas setoriais.
quais se encontrem acolhidos, sendo admitido também, neste § 1 o O acompanhamento do beneficiário e de sua família visa
último caso, o instrumento de procuração coletiva. a favorecer-lhes a obtenção de aquisições materiais, sociais,
Art. 31. Não poderão ser procuradores: socieducativas, socioculturais para suprir as necessidades de
subsistência, desenvolver capacidades e talentos para a convi-
I. o servidor público civil e o militar em atividade, salvo se
vência familiar e comunitária, o protagonismo e a autonomia.
parentes do beneficiário até o segundo grau; e
§ 2 o Para fins de cumprimento do disposto no caput , o acom-
II. o incapaz para os atos da vida civil, ressalvado o disposto panhamento deverá abranger as pessoas que vivem sob o
no art. 666 do Código Civil . mesmo teto com o beneficiário e que com este mantém vínculo
Parágrafo único. Nas demais disposições relativas à procuração parental, conjugal, genético ou de afinidade.
observar-se-á, subsidiariamente, o Código Civil. § 3 º Para o cumprimento do disposto no caput e para subsidiar
Art. 32. No caso de transferência do beneficiário de uma locali- os processos de concessão e de revisão bienal do benefício, os
dade para outra, o procurador fica obrigado a apresentar novo beneficiários e suas famílias deverão ser cadastrados no CadÚ-
instrumento de mandato na localidade de destino. nico, observada a legislação aplicável.
Art. 33. A procuração perderá a validade ou eficácia nos seguin- Art. 38. Compete ao Ministério do Desenvolvimento Social e
tes casos: Agrário, sem prejuízo do previsto no art. 2 º :
I. quando o outorgante passar a receber pessoalmente o I. acompanhar os beneficiários do Benefício de Prestação
benefício, declarando, por escrito que cancela a procuração Continuada no âmbito do SUAS, em articulação com o Dis-
existente; trito Federal, Municípios e, no que couber, com os Estados,
II. quando for constituído novo procurador; visando a inseri-los nos programas e serviços da assistência
social e demais políticas, em conformidade com o art. 11 da
III. pela expiração do prazo fixado ou pelo cumprimento ou Lei nº 8.742, de 1993 ;
extinção da finalidade outorgada;
II. considerar a participação dos órgãos gestores de assistência
IV. por morte do outorgante ou do procurador; social nas ações de monitoramento e avaliação do Benefício
V. por interdição de uma das partes; ou de Prestação Continuada, bem como de acompanhamento
VI. por renúncia do procurador, desde que por escrito. de seus beneficiários, como critério de habilitação dos muni-
cípios e Distrito Federal a um nível de gestão mais elevado
Art. 34. Não podem outorgar procuração o menor de dezoito
no âmbito do SUAS;
anos, exceto se assistido ou emancipado após os dezesseis anos,
e o incapaz para os atos da vida civil que deverá ser represen- III. manter e coordenar o Programa Nacional de Monitora-
tado por seu representante legal, tutor ou curador. mento e Avaliação do Benefício de Prestação Continuada,
Art. 35. O beneficio devido ao beneficiário incapaz será pago instituído na forma do art. 41, com produção de dados e
ao cônjuge, pai, mãe, tutor ou curador, admitindo-se, na sua análise de resultados do impacto do Benefício de Prestação
falta, e por período não superior a seis meses, o pagamento a Continuada na vida dos beneficiários, em conformidade com
herdeiro necessário, mediante termo de compromisso firmado o disposto no art. 24 da Lei nº 8.742, de 1993 ;
no ato do recebimento. IV. destinar recursos do Fundo Nacional de Assistência Social
§ 1 o O período a que se refere o caput poderá ser prorrogado para pagamento, operacionalização, gestão, informatização,
por iguais períodos, desde que comprovado o andamento do pesquisa, monitoramento e avaliação do Benefício de Pres-
processo legal de tutela ou curatela. tação Continuada;
§ 2 o O tutor ou curador poderá outorgar procuração a terceiro V. descentralizar recursos do orçamento do Fundo Nacional
com poderes para receber o benefício e, nesta hipótese, obriga- de Assistência Social ao INSS para as despesas de pagamento,
toriamente, a procuração será outorgada mediante instrumento operacionalização, sistemas de informação, monitoramento e
público. avaliação do Benefício de Prestação Continuada;
§ 3 o A procuração não isenta o tutor ou curador da condição VI. fornecer subsídios para a formação de profissionais envol-
original de mandatário titular da tutela ou curatela. vidos nos processos de concessão, manutenção e revisão dos
Art. 35-A. O beneficiário, ou seu representante legal, deve benefícios, e no acompanhamento de seus beneficiários,
informar ao INSS alterações dos dados cadastrais correspon- visando à facilidade de acesso e bem-estar dos usuários des-
dentes à mudança de nome, endereço e estado civil, a fruição de ses serviços.
qualquer benefício no âmbito da Seguridade Social ou de outro VII. articular políticas intersetoriais, intergovernamentais e
regime, a sua admissão em emprego ou a percepção de renda interinstitucionais que afiancem a completude de atenção às
de qualquer natureza elencada no inciso VI do caput do art. 4 o . pessoas com deficiência e aos idosos, atendendo ao disposto
Parágrafo único. O INSS deverá ser informado pelo represen- no § 2º do art. 24 da Lei nº 8.742, de 1993 ;
tante legal ou pelo procurador sobre a propositura de ação VIII. atuar junto a outros órgãos, nas três esferas de governo,
judicial relativa à ausência ou à morte presumida do beneficiário. com vistas ao aperfeiçoamento da gestão do Benefício de
Seção III - Do Indeferimento Prestação Continuada; e

368
369

IX. garantir as condições necessárias para inclusão e atualiza-


ção dos dados do requerente e do beneficiário no CadÚnico.
23.4 Capítulo IV - Do Monitoramento
Art. 39. Compete ao INSS, na operacionalização do Benefício e Da Avaliação
de Prestação Continuada: Art. 41. Fica instituído o Programa Nacional de Monitoramento
e Avaliação do Benefício de Prestação Continuada da Assis-
I. receber os requerimentos, conceder, manter, revisar, sus-
tência Social, que será mantido e coordenado pelo Ministério
pender ou fazer cessar o benefício, atuar nas contestações, do Desenvolvimento Social e Agrário, em parceria com o INSS,
desenvolver ações necessárias ao ressarcimento do benefício os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, como parte da
e participar de seu monitoramento e avaliação; dinâmica do SUAS.
II. realizar, periodicamente, cruzamentos de informações, § 1 o O Programa Nacional de Monitoramento e Avaliação do
utilizando o registro de informações do CadÚnico e de outros Benefício de Prestação Continuada, baseado em um conjunto de
indicadores e de seus respectivos índices, compreende:
cadastros, de benefícios previdenciários e de emprego e renda
I. o monitoramento da incidência dos beneficiários e dos
em nome do requerente ou beneficiário e dos integrantes do
requerentes por município brasileiro e no Distrito Federal;
grupo familiar.
II. o tratamento do conjunto dos beneficiários como uma
III. realizar a avaliação médica e social da pessoa com defi- população com graus de risco e vulnerabilidade social varia-
ciência, de acordo com as normas a serem disciplinadas em dos, estratificada a partir das características do ciclo de vida
atos específicos; do requerente, sua família e da região onde vive;
IV. realizar o pagamento de transporte e diária do requerente III. o desenvolvimento de estudos intersetoriais que caracte-
ou beneficiários e seu acompanhante, com recursos oriundos rizem comportamentos da população beneficiária por análi-
ses geo-demográficas, índices de mortalidade, morbidade,
do FNAS, nos casos previstos no art. 17.
entre outros, nos quais se inclui a tipologia das famílias dos
V. enviar comunicações aos beneficiários, aos seus represen- beneficiários e das instituições em que eventualmente viva
tantes legais ou aos seus procuradores; ou conviva;
VI. analisar defesas, receber recursos pelo indeferimento e IV. a instituição e manutenção de banco de dados sobre os
suspensão do benefício, instruir e encaminhar os processos processos desenvolvidos pelos gestores dos estados, do Dis-
trito Federal e dos municípios para inclusão do beneficiário
à Junta de Recursos;
ao SUAS e demais políticas setoriais;
VII. efetuar o repasse de recursos para pagamento do benefí- V. a promoção de estudos e pesquisas sobre os critérios de
cio junto à rede bancária autorizada ou entidade conveniada; acesso, implementação do Benefício de Prestação Continuada
VIII- participar, em conjunto com o Ministério do Desenvolvi- e impacto do benefício na redução da pobreza e das desi-
mento Social e Agrário, da instituição de sistema de informa- gualdades sociais;
ção e de alimentação de bancos de dados sobre a concessão, o VI. a organização e manutenção de um sistema de informa-
indeferimento, a manutenção, a suspensão, a cessação, o res- ções sobre o Benefício de Prestação Continuada, com vistas
sarcimento e a revisão do Benefício de Prestação Continuada, ao planejamento, desenvolvimento e avaliação das ações; e
além de gerar relatórios gerenciais e subsidiar a atuação dos VII. a realização de estudos longitudinais dos beneficiários do
Benefício de Prestação Continuada.
demais órgãos no acompanhamento do beneficiário e na defesa
de seus direitos; § 2 º As despesas decorrentes da implementação do Programa
a que se refere o caput correrão com as dotações orçamentárias
IX. submeter à apreciação prévia do Ministério do Desenvolvi- consignadas ao Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário.
mento Social e Agrário atos que disponham sobre matéria de § 3 º O Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário e o INSS
regulação e de procedimentos técnicos e administrativos que deverão integrar suas bases de dados quanto às informações
repercutam no reconhecimento do direito ao acesso, à manu- que compõem a base de dados do CadÚnico e compartilhá-las
tenção e ao pagamento do Benefício de Prestação Continuada; com o Cadastro-Inclusão, instituído pelo art. 92 da Lei n º 13.146,
de 6 de julho de 2015 , quando se tratar de informação referente
X. instituir, em conjunto com o Ministério do Desenvolvimento
a pessoa com deficiência.
Social e Agrário, formulários e documentos necessários à ope-
§ 4 º Até que esteja concluída a integração das bases de dados
racionalização do Benefício de Prestação Continuada; de que trata o § 3º, o Ministério do Desenvolvimento Social e
XI. apresentar ao Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário deverá fornecer ao INSS, mensalmente, as informações
Agrário relatórios periódicos das atividades desenvolvidas do CadÚnico necessárias à concessão e à manutenção do Bene-
na operacionalização do Benefício de Prestação Conti- fício de Prestação Continuada, em especial aquelas relativas à
nuada e na execução orçamentária e financeira dos recursos composição do grupo familiar, à renda de todos os integrantes.
Art. 42. O Benefício de Prestação Continuada deverá ser revisto
descentralizados.
a cada dois anos, para avaliação da continuidade das condições
Parágrafo único. A análise das defesas a que se refere o inciso que lhe deram origem, conforme dispõe o art. 21 da Lei nº 8.742,
VI do caput deve observar o disposto no Capítulo XI da Lei nº de 1993 , passando o processo de reavaliação a integrar o Pro-
9.784, de 29 de janeiro de 1999 . grama Nacional de Monitoramento e Avaliação do Benefício de
Art. 40. Compete aos órgãos gestores da assistência social dos Prestação Continuada.
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, de acordo com o § 1º A revisão de que trata o caput será realizada pelo INSS por
meio da utilização de cruzamento de informações do benefi-
disposto no § 2º do art. 24 da Lei nº 8.742, de 1993 , promover ciário e de seus familiares existentes em registros e bases de
ações que assegurem a articulação do Benefício de Prestação dados oficiais, na forma estabelecida em ato do Ministro de
Continuada com os programas voltados ao idoso e à inclusão Estado do Desenvolvimento Social, e observará: (Redação pelo
da pessoa com deficiência. Decreto nº 9.462, de 2018)

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS: DIREITO PREVIDENCIÁRIO


DECRETO Nº 6.214, DE 26 DE SETEMBRO DE 2007

I. o cadastramento ou a atualização cadastral no CadÚnico, Art. 46. Constatada a prática de infração penal decorrente da
conforme o disposto no Decreto nº 6.135, de 2007 ; concessão ou da manutenção do Benefício de Prestação Con-
II. a confrontação de informações de cadastros de benefí- tinuada, o INSS aplicará os procedimentos cabíveis, indepen-
cios, emprego e renda ou outras bases de dados de órgãos dentemente de outras penalidades legais.
da administração pública disponíveis, referentes à renda do
titular e de sua família; 23.6 Capítulo VI - Da Suspensão
III. o cruzamento de dados para fins de verificação de acúmulo
do benefício com outra renda no âmbito da Seguridade Social e Da Cessação
ou de outro regime, conforme vedação a que se refere o § 4 Art. 47. O Benefício de Prestação Continuada será suspenso
º do art. 20 da Lei n º 8.742, de 1993 ; e nas seguintes hipóteses:
IV. as reavaliações da deficiência constatada anteriormente, I. superação das condições que deram origem ao benefício,
quando o beneficiário não tenha superado os requisitos de previstas nos art. 8º e art. 9º;
renda familiar mensal per capita . II. identificação de irregularidade na concessão ou manuten-
§ 2 º Identificada a superação de condição para manutenção do ção do benefício; (Incluído pelo Decreto nº 9.462, de 2018)
benefício, após a atualização das informações junto ao CadÚ- III. não inscrição no CadÚnico após o fim do prazo estabele-
nico, o INSS deverá suspender ou cessar o benefício, conforme cido em ato do Ministro de Estado do Desenvolvimento Social;
o caso, observado o disposto no art. 47. IV. não agendamento da reavaliação da deficiência até a data
§ 3º A revisão de que trata o caput poderá ser realizada para os limite estabelecida em convocação;
benefícios concedidos ou reativados judicialmente, observados
V. identificação de inconsistências ou insuficiências cadastrais
os critérios definidos na decisão judicial.
que afetem a avaliação da elegibilidade do beneficiário para
§ 4º O Ministério do Desenvolvimento Social e o Ministério do fins de manutenção do benefício, conforme o disposto em ato
Planejamento, Desenvolvimento e Gestão compartilharão as do Ministro de Estado do Desenvolvimento Social; ou
bases de dados nos termos do Decreto nº 8.789, de 29 de junho
de 2016 . VI. identificação de outras irregularidades.
§ 5º Os benefícios concedidos administrativamente que utilizem § 1º A suspensão do benefício deve ser precedida de notificação
critérios definidos em ações civis públicas poderão ser revisados do beneficiário, de seu representante legal ou de seu procurador,
de acordo com os mesmos critérios de sua concessão. preferencialmente pela rede bancária, sobre a irregularidade
§ 6º A reavaliação médica e social da deficiência fica condi- identificada e da concessão do prazo de dez dias para a apre-
cionada à conclusão da análise relativa à renda, decorrente do sentação de defesa.
procedimento disposto no inciso II do § 1º. (Incluído pelo Decreto § 2º Se não for possível realizar a notificação de que trata o §
nº 9.462, de 2018) 1º pela rede bancária ou pelo correio, o valor do benefício será
§ 7º A reavaliação médica e social da deficiência poderá ser bloqueado.
priorizada ou dispensada por ato do Ministro de Estado do § 3º O bloqueio do valor do benefício consiste no comando
Desenvolvimento Social, considerados o tipo e a gravidade do bancário que impossibilita temporariamente a movimentação
impedimento, a idade do beneficiário e a duração do benefício. do valor referente ao benefício, observadas as seguintes regras:
§ 8º O Ministro de Estado do Desenvolvimento Social editará I. o bloqueio terá duração máxima de um mês;
ato complementar ao disposto neste artigo. II. o valor do benefício será desbloqueado após contato do
beneficiário, do seu representante legal ou do seu procurador,
23.5 Capítulo V - Da Defesa Dos por meio dos canais de atendimento do INSS, presenciais ou
remotos, ou de outros canais definidos para esse fim; e
Direitos e Do Controle Social III. no momento da solicitação do desbloqueio, o INSS ou
Art. 43. O Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário outros canais definidos para esse fim deverão notificar o
deverá articular-se com os Conselhos de Assistência Social, do beneficiário, o seu representante legal ou o seu procurador
Idoso, da Pessoa com Deficiência, da Criança e do Adolescente sobre a situação de irregularidade e sobre a concessão do
e da Saúde para desenvolver ações de controle e defesa dos prazo para apresentação de defesa, devendo o interessado
direitos dos beneficiários do Benefício de Prestação Continuada. confirmar ciência.
Art. 44. Qualquer pessoa física ou jurídica de direito público ou § 4º Após a notificação e o desbloqueio, o beneficiário, o seu
privado, especialmente os Conselhos de Direitos, os Conselhos representante legal ou o seu procurador terá o prazo de dez dias
de Assistência Social e as organizações representativas de pes- para apresentar a defesa junto aos canais de atendimento do
soas com deficiência e de idosos, é parte legítima para provocar INSS ou a outros canais autorizados para esse fim.
a iniciativa das autoridades do Ministério do Desenvolvimento § 5º O INSS terá o prazo de trinta dias, prorrogável por igual
Social e Agrário, do INSS, do Ministério Público e dos órgãos de período, para analisar a defesa interposta.
controle social, e para lhes fornecer informações sobre irregu-
§ 6º O benefício será mantido caso a defesa apresentada seja
laridades na aplicação deste Regulamento, quando for o caso.
acatada.
Art. 45. Qualquer cidadão que observar irregularidade ou falha
§ 7º A suspensão do pagamento do benefício consiste na inter-
na prestação de serviço referente ao Benefício de Prestação
rupção do envio do pagamento à rede bancária e observará as
Continuada poderá comunicá-la às Ouvidorias do Ministério do
seguintes regras:
Desenvolvimento Social e Agrário, observadas as atribuições de
cada órgão e em conformidade com as disposições específicas I. o benefício será suspenso:
de cada Pasta. a) quando o beneficiário, o seu representante legal ou o
Art. 45-A. As informações referentes às despesas com Bene- procurador for notificado e não apresentar defesa no prazo
fício de Prestação Continuado deverão ser incluídas, de forma de dez dias;
individualizada, no Portal da Transparência do Poder Executivo b) quando os elementos apresentados na defesa forem
Federal, de que trata o Decreto n º 5.482, de 30 de junho de insuficientes;
2005 , observado o disposto no art. 31 da Lei n º 12.527, de 18 c) quando o beneficiário não entrar em contato com os
de novembro de 2011 . canais de atendimento do INSS ou outros canais autorizados

370
371

para esse fim no prazo de trinta dias, contado do bloqueio § 2º O INSS comunicará o beneficiário, seu representante legal
de que trata o § 3º; ou ou o seu procurador, por meio dos canais de atendimento do
d) quando informada a ausência do beneficiário pelo repre- INSS ou de outros canais autorizados para esse fim, sobre os
sentante legal ou pelo procurador, na forma da lei; motivos que levaram à cessação do benefício.
II. o beneficiário, o seu representante legal ou o seu procura- Art. 48-A. Ato conjunto do Ministério do Desenvolvimento
dor deverá ser comunicado sobre os motivos da suspensão do Social e Combate à Fome e do INSS disporá sobre a operacio-
benefício e sobre o prazo de trinta dias para a interposição de nalização da suspensão e cessação do Benefício de Prestação
recurso junto aos canais de atendimento do INSS ou a outros Continuada.
canais autorizados para esse fim; e Art. 48-B. Fica vedada a reativação de benefício cessado
III. o recurso interposto será analisado pelo Conselho de quando esgotadas todas as instâncias administrativas de
Recursos do Seguro Social. CRSS. recurso.
§ 8º A interposição de recurso não gera efeito suspensivo. Art. 49. Cabe ao INSS, sem prejuízo da aplicação de outras
§ 9º O benefício será restabelecido caso o recurso interposto ao medidas legais, adotar as providências necessárias à restituição
CRSS seja provido, sendo devidos os valores desde a suspensão do valor do benefício pago indevidamente, ressalvados os casos
do benefício, respeitado o teor da decisão. de recebimento de boa-fé.
Art. 47-A. O Benefício de Prestação Continuada será suspenso § 1 o O montante indevidamente pago será corrigido pelo
em caráter especial quando a pessoa com deficiência exercer mesmo índice utilizado para a atualização mensal dos salários de
atividade remunerada, inclusive na condição de microempreen- contribuição utilizados para apuração dos benefícios do Regime
dedor individual, mediante comprovação da relação trabalhista Geral de Previdência Social, e deverá ser restituído, sob pena de
ou da atividade empreendedora. inscrição em Dívida Ativa e cobrança judicial.
§ 1 o O pagamento do benefício suspenso na forma do caput § 2 o Na hipótese de o beneficiário permanecer com direito ao
será restabelecido mediante requerimento do interessado que recebimento do Benefício de Prestação Continuada ou estar
comprove a extinção da relação trabalhista ou da atividade em usufruto de outro benefício previdenciário regularmente
empreendedora, e, quando for o caso, o encerramento do concedido pelo INSS, poderá devolver o valor indevido de forma
prazo de pagamento do seguro-desemprego, sem que tenha o parcelada, atualizado nos moldes do § 1 o , em tantas parcelas
beneficiário adquirido direito a qualquer benefício no âmbito quantas forem necessárias à liquidação do débito de valor equi-
da Previdência Social. valente a trinta por cento do valor do benefício em manutenção.
§ 2 o O benefício será restabelecido: § 3 o A restituição do valor devido deverá ser feita em única
I. a partir do dia imediatamente posterior, conforme o caso, parcela, no prazo de sessenta dias contados da data da notifi-
da cessação do contrato de trabalho, do encerramento da ati- cação, ou mediante acordo de parcelamento, em até sessenta
vidade empresarial, da última competência de contribuição meses, na forma do art. 244 do Regulamento da Previdência
previdenciária recolhida como contribuinte individual ou do Social, aprovado pelo Decreto nº 3.048, de 1999 , ressalvado o
encerramento do prazo de pagamento do seguro desemprego; pagamento em consignação previsto no § 2 o .
ou § 5 o O valor ressarcido será repassado pelo INSS ao Fundo
II. a partir da data do protocolo do requerimento, quando Nacional de Assistência Social.
requerido após noventa dias, conforme o caso, da cessa- § 6 o Em nenhuma hipótese serão consignados débitos originá-
ção do contrato de trabalho, da última competência de rios de benefícios previdenciários em Benefícios de Prestação
contribuição previdenciária recolhida como contribuinte Continuada.
individual ou do encerramento do prazo de pagamento do
seguro-desemprego.
§ 3 o Na hipótese prevista no caput , o prazo para a reavaliação
23.7 Capítulo VII - Das Disposições
bienal do benefício prevista no art. 42 será suspenso, voltando a Gerais e Transitórias
correr, se for o caso, a partir do restabelecimento do pagamento
do benefício. Art. 50. O Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à
Fome e o INSS terão prazo até 31 de maio de 2009 para imple-
§ 4 o O restabelecimento do pagamento do benefício prescinde
mentar a avaliação da deficiência e do grau de incapacidade
de nova avaliação da deficiência e do grau de impedimento,
prevista no art. 16.
respeitado o prazo para a reavaliação bienal.
§ 5 o A pessoa com deficiência contratada na condição de Parágrafo único. A avaliação da deficiência e da incapacidade,
aprendiz terá seu benefício suspenso somente após o período até que se cumpra o disposto no § 4 o do art. 16, ficará restrita
de dois anos de recebimento concomitante da remuneração e ao exame médico pericial e laudo realizados pelos serviços de
do benefício, nos termos do § 2º do art. 21-A da Lei nº 8.742, de perícia médica do INSS.
7 de dezembro de 1993 .
Art. 48. O benefício será cessado:
24.  LEI Nº 9.796, DE 5
I. nas hipóteses de óbito, de morte presumida ou de ausência DE MAIO DE 1999
do beneficiário, na forma da lei;
Dispõe sobre a compensação financeira entre o Regime Geral
II. quando o beneficiário, o seu representante legal ou o seu
procurador não interpuser recurso ao CRSS no prazo de trinta
de Previdência Social e os regimes de previdência dos servidores
dias, contado da suspensão do benefício; ou ( da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, nos
III. quando o recurso ao CRSS não for provido. casos de contagem recíproca de tempo de contribuição para efeito
§ 1º O representante legal ou o procurador são obrigados a de aposentadoria, e dá outras providências.
informar ao INSS a ocorrência das situações a que se refere o O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso
inciso I do caput . Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS: DIREITO PREVIDENCIÁRIO


LEI Nº 9.796, DE 5 DE MAIO DE 1999

Art. 1º A compensação financeira entre o Regime Geral de § 1º O regime instituidor deve apresentar ao Regime Geral de
Previdência Social e os regimes próprios de previdência social Previdência Social, além das normas que o regem, os seguintes
dos servidores da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos dados referentes a cada benefício concedido com cômputo de
Municípios, na hipótese de contagem recíproca de tempos de tempo de contribuição no âmbito do Regime Geral de Previ-
contribuição, obedecerá às disposições desta Lei. dência Social:
Art. 2º Para os efeitos desta Lei, considera-se: I. identificação do servidor público e, se for o caso, de seu
I. regime de origem: o regime previdenciário ao qual o dependente;
segurado ou servidor público esteve vinculado sem que dele II. o valor dos proventos da aposentadoria ou pensão dela
receba aposentadoria ou tenha gerado pensão para seus decorrente e a data de início do benefício;
dependentes;
III. o tempo de serviço total do servidor e o correspondente ao
II. regime instituidor: o regime previdenciário responsável tempo de contribuição ao Regime Geral de Previdência Social.
pela concessão e pagamento de benefício de aposentadoria
§ 2º Com base nas informações referidas no parágrafo anterior,
ou pensão dela decorrente a segurado ou servidor público ou
o Regime Geral de Previdência Social calculará qual seria a renda
a seus dependentes com cômputo de tempo de contribuição
mensal inicial daquele benefício segundo as normas do Regime
no âmbito do regime de origem.
Geral de Previdência Social.
§ 1º Os regimes próprios de previdência de servidores da União,
§ 3º A compensação financeira devida pelo Regime Geral de
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios só serão con-
Previdência Social, relativa ao primeiro mês de competência
siderados regimes de origem quando o Regime Geral de Pre-
do benefício, será calculada com base no valor do benefício
vidência Social for o regime instituidor.
pago pelo regime instituidor ou na renda mensal do benefício
§ 2º Na hipótese de o regime próprio de previdência de servidor calculada na forma do parágrafo anterior, o que for menor.
público não possuir personalidade jurídica própria, atribuem-se
§ 4º O valor da compensação financeira mencionada no pará-
ao respectivo ente federado as obrigações e direitos previstos
grafo anterior corresponde à multiplicação do montante ali
nesta Lei.
especificado pelo percentual correspondente ao tempo de
Art. 3º O Regime Geral de Previdência Social, como regime contribuição ao Regime Geral de Previdência Social no tempo
instituidor, tem direito de receber de cada regime de origem de serviço total do servidor público.
compensação financeira, observado o disposto neste artigo.
§ 5º O valor da compensação financeira devida pelo Regime
§ 1º O Regime Geral de Previdência Social deve apresentar a Geral de Previdência Social será reajustado nas mesmas datas
cada regime de origem os seguintes dados referentes a cada
e pelos mesmos índices de reajustamento dos benefícios da
benefício concedido com cômputo de tempo de contribuição
Previdência Social, mesmo que tenha prevalecido, no primeiro
no âmbito daquele regime de origem:
mês, o valor do benefício pago pelo regime instituidor.
I. identificação do segurado e, se for o caso, de seu
Art. 5º Os regimes instituidores apresentarão aos regimes de
dependente;
origem, no prazo máximo de trinta e seis meses a contar da data
II. a renda mensal inicial e a data de início do benefício; da entrada em vigor desta Lei, os dados relativos aos benefícios
III. o percentual do tempo de serviço total do segurado cor- em manutenção nessa data, concedidos a partir da promulgação
respondente ao tempo de contribuição no âmbito daquele da Constituição Federal.
regime de origem. Parágrafo único. A compensação financeira em atraso relativa
§ 2º Cada regime de origem deve pagar ao Regime Geral de aos benefícios de que trata este artigo será calculada multipli-
Previdência Social, para cada mês de competência do benefício, cando-se a renda mensal obtida para o último mês, de acordo
o valor resultante da multiplicação da renda mensal do bene- com o procedimento determinado nos arts. 3º e 4º, pelo número
fício pelo percentual obtido na forma do inciso III do parágrafo de meses em que o benefício foi pago até então.
anterior. Art. 6º O Instituto Nacional do Seguro Social - INSS manterá
§ 3º A compensação financeira referente a cada benefício não cadastro atualizado de todos os benefícios objeto de compen-
poderá exceder o resultado da multiplicação do percentual sação financeira, totalizando o quanto deve para cada regime
obtido na forma do inciso III do § 1º deste artigo pela renda próprio de previdência dos servidores da União, dos Estados,
mensal do maior benefício da mesma espécie pago diretamente do Distrito Federal e dos Municípios, bem como o montante
pelo regime de origem. devido por cada um deles para o Regime Geral de Previdência
§ 4º Para fins do disposto no parágrafo anterior, o regime de Social, como compensação financeira e pelo não recolhimento
origem deve informar ao Regime Geral de Previdência Social, na de contribuições previdenciárias no prazo legal.
forma do regulamento, a maior renda mensal de cada espécie § 1º Os desembolsos pelos regimes de origem só serão feitos
de benefício por ele pago diretamente. para os regimes instituidores que se mostrem credores no côm-
§ 5º O valor de que trata o § 2º deste artigo será reajustado nas puto da compensação financeira devida de lado a lado e dos
mesmas datas e pelos mesmos índices de reajustamento do débitos pelo não recolhimento de contribuições previdenciárias
benefício pela Previdência Social, devendo o Regime Geral de no prazo legal.
Previdência Social comunicar a cada regime de origem o total § 2º O Instituto Nacional do Seguro Social - INSS comunicará
por ele devido em cada mês como compensação financeira. o total a ser desembolsado por cada regime de origem até o
§ 6º Aplica-se o disposto neste artigo aos períodos de contri- dia trinta de cada mês, devendo os desembolsos ser feitos até
buição utilizados para fins de concessão de aposentadoria pelo o quinto dia útil do mês subseqüente.
INSS em decorrência de acordos internacionais. § 3º Os valores não desembolsados em virtude do disposto no §
Art. 4º Cada regime próprio de previdência de servidor público 1º deste artigo serão contabilizados como pagamentos efetivos,
tem direito, como regime instituidor, de receber do Regime devendo o Instituto Nacional do Seguro Social - INSS registrar
Geral de Previdência Social, enquanto regime de origem, com- mensalmente essas operações e informar a cada regime próprio
pensação financeira, observado o disposto neste artigo. de previdência de servidor público os valores a ele referentes.

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373

§ 4º Sendo inviável financeiramente para um regime de origem Parágrafo único. Na hipótese de o regime previdenciário pró-
desembolsar de imediato os valores relativos à compensação prio dos servidores da União, dos Estados, do Distrito Federal
financeira, em função dos valores em atraso a que se refere o e dos Municípios possuir personalidade jurídica própria, os
parágrafo único do artigo anterior, podem os regimes de origem respectivos entes federados respondem solidariamente pelas
e instituidor firmar termo de parcelamento dos desembolsos obrigações previstas nesta Lei.
atualizando-se os valores devidos nas mesmas datas e pelos Art. 8º-A. A compensação financeira entre os regimes próprios
mesmos índices de reajustamento dos benefícios de prestação de previdência social da União, dos Estados, do Distrito Federal
continuada da Previdência Social. e dos Municípios, na hipótese de contagem recíproca de tem-
§ 5º O pagamento para os regimes próprios de previdência pos de contribuição, obedecerá, no que couber, às disposições
desta Lei.
social credores da compensação financeira, relativa ao período
de 5 de outubro de 1988 a 5 de maio de 1999, cujos entes insti- § 1º O regulamento estabelecerá as disposições específicas a
serem observadas na compensação financeira entre os regi-
tuidores não sejam devedores de contribuições previdenciárias
mes próprios de previdência social, inclusive no que se refere
ao Regime Geral de Previdência Social (RGPS), será efetivado
ao período de estoque e às condições para seu pagamento,
conforme os seguintes parâmetros: admitido o parcelamento.
I. até o exercício de 2017, para os Municípios § 2º O ente federativo que não aderir à compensação financeira
a) em parcela única, se o crédito não superar R$ com os demais regimes próprios de previdência social ou ina-
500.000,00 (quinhentos mil reais); dimplir suas obrigações terá suspenso o recebimento dos valores
b) em tantas parcelas mensais quantas forem necessárias devidos pela compensação com o regime geral de previdência
até o limite de R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais), se o social, na forma estabelecida no regulamento.
crédito superar esse montante;
II. a partir do exercício de 2018, para os Municípios, os Estados
25.  DECRETO Nº 10.188, DE 20
e o Distrito Federal: DE DEZEMBRO DE 2019
a) em parcela única, se o crédito não superar R$ Regulamenta a Lei nº 9.796, de 5 de maio de 1999, para dispor
1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais; sobre a compensação financeira entre o Regime Geral de Pre-
b) em tantas parcelas mensais de até R$ 1.500.000,00 vidência Social e os regimes próprios de previdência social dos
(um milhão e quinhentos mil reais), se o crédito superar servidores públicos da União, dos Estados, do Distrito Federal
esse montante, no prazo de até cento e oitenta meses, e dos Municípios, e entre os regimes próprios, na hipótese de
condicionada à existência de recursos financeiros para contagem recíproca de tempo de contribuição para efeito de
cumprimento da meta de resultado primário estabelecido aposentadoria, e dá outras providências.
na lei de diretrizes orçamentárias; c) caso o limite de cento
e oitenta meses não seja suficiente para a quitação dos 25.1 Capítulo I - Disposições
créditos, o valor da parcela disposto na alínea b deste inciso
será ajustado de forma a garantir a quitação no prazo de Preliminares
cento e oitenta meses; Art. 1º Este Decreto regulamenta a Lei nº 9.796, de 5 de maio
de 1999, para dispor sobre a compensação financeira entre o
III. por meio de dação em pagamento de imóveis integrantes
Regime Geral de Previdência Social e os regimes próprios de
do Fundo do Regime Geral de Previdência Social (FRGPS).
previdência social dos servidores públicos da União, dos Estados,
§ 6º O pagamento da compensação financeira do Fundo do do Distrito Federal e dos Municípios, e entre os regimes próprios,
Regime Geral de Previdência Social depende da desistência na hipótese de contagem recíproca de tempo de contribuição
de eventuais ações judiciais que tenham por objeto a dívida para efeito de aposentadoria.
compensada, e é causa da extinção dos pagamentos previstos
no § 5º deste artigo a manutenção do litígio ou o ajuizamento 25.2 Capítulo II - Da Compensação
de novas ações.
Art. 7º Os regimes instituidores devem comunicar de imediato Entre os Regimes
aos regimes de origem qualquer revisão no valor do benefício Art. 2º Aplica-se o disposto neste Decreto aos benefícios de
objeto de compensação financeira ou sua extinção total ou par- aposentadoria concedidos a partir de 5 de outubro de 1988,
cial, cabendo ao Instituto Nacional do Seguro Social - INSS regis- desde que em manutenção em 6 de maio de 1999 ou conce-
trar as alterações no cadastro a que se refere o artigo anterior. didos após essa data, com contagem recíproca de tempo de
Parágrafo único. Constatado o não cumprimento do disposto contribuição, e às pensões por morte que deles decorrerem,
neste artigo, as parcelas pagas indevidamente pelo regime de excluída a aposentadoria por invalidez decorrente de acidente
origem serão registradas em dobro, no mês seguinte ao da em serviço, moléstia profissional ou doença grave, contagiosa
ou incurável, especificada em lei, e a pensão dela decorrente.
constatação, como débito daquele regime.
Art. 3º A compensação financeira será realizada exclusivamente
Art. 8º Na hipótese de descumprimento do prazo de desem-
na contagem recíproca de tempo de contribuição não concomi-
bolso estipulado no § 2º do art. 6º, aplicar-se-ão as mesmas tante utilizado na concessão da aposentadoria.
normas em vigor para atualização dos valores dos recolhimentos
§ 1º O tempo de atividade rural reconhecido pelo Instituto Nacio-
em atraso de contribuições previdenciárias arrecadadas pelo nal de Seguridade Social - INSS por meio de Certidão de Tempo
Instituto Nacional do Seguro Social - INSS. de Serviço expedida até 13 de outubro de 1996 será objeto de
Art. 8º Na hipótese de descumprimento do prazo de desem- compensação financeira, desde que tenha sido utilizado pelo
bolso estipulado no § 2º do art. 6º desta Lei ou de descumpri- regime instituidor em aposentadoria concedida até essa data.
mento do prazo de análise dos requerimentos estipulado em § 2º O tempo de atividade rural reconhecido pelo INSS por
regulamento, serão aplicadas as mesmas normas em vigor para meio de Certidão de Tempo de Serviço emitida a partir de 14
atualização dos valores dos recolhimentos em atraso de con- de outubro de 1996 somente será considerado para fins de
tribuições previdenciárias arrecadadas pelo Instituto Nacional compensação financeira caso esse período seja indenizado ao
do Seguro Social (INSS). RGPS pelo servidor.

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS: DIREITO PREVIDENCIÁRIO


DECRETO Nº 10.188, DE 20 DE DEZEMBRO DE 2019

§ 3º Não será devida pelo RGPS a compensação financeira em recíproca e o tempo de contribuição total do segurado ou do
relação aos servidores civis e militares dos Estados, do Distrito servidor no regime instituidor;
Federal e dos Municípios quanto aos períodos em que tinham IV. cópia da Certidão de Tempo de Serviço ou da Certidão de
garantida apenas aposentadoria pelo ente federativo e que Tempo de Contribuição fornecida pelo regime de origem e
foram inscritos em regime especial de contribuição para fazer utilizada para cômputo do tempo de contribuição no âmbito
jus aos benefícios de família, na forma prevista no parágrafo do regime instituidor;
único do art. 3º da Lei nº 3.807, de 26 de agosto de 1960, e na
legislação posterior. V. cópia do laudo médico que reconheceu a invalidez nos casos
de aposentadoria por invalidez;
§ 4º Nos períodos em que tenha sido assegurado o pagamento
de benefícios de aposentadoria ou pensão mediante convênios VI. cópia do ato expedido pela autoridade competente que
ou consórcios entre entes federativos, a compensação financeira concedeu a aposentadoria ou a pensão por morte dela decor-
é devida pelo ente ao qual, nos termos do convênio ou consórcio, rente; e
recairia a concessão do benefício de aposentadoria. VII. cópia do registro do ato concessório da aposentadoria
Art. 4º Para fins da compensação financeira de que trata este ou da pensão por morte pelo Tribunal de Contas competente,
Decreto, considera-se: quando couber.
I. Regime Geral de Previdência Social. RGPS. o regime previsto § 1º A Certidão de Tempo de Contribuição emitida pelos RPPS,
no art. 201 da Constituição; prevista no inciso IV do caput, observará as regras estabele-
II. regime próprio de previdência social. RPPS. o regime de cidas pela Portaria nº 154, de 15 de maio de 2008, do extinto
previdência social estabelecido no âmbito de cada ente fede- Ministério da Previdência Social, quando emitida a partir de 16
rativo que assegure, por lei, aos servidores que ocupam cargo de maio de 2008.
efetivo, no mínimo, os benefícios de aposentadoria e pensão § 2º Será dispensado o envio de cópia dos documentos previstos
por morte previstos no art. 40 da Constituição; neste artigo quando:
III. regime de origem. o regime previdenciário ao qual o I. o tempo de contribuição for averbado eletronicamente por
segurado ou servidor público esteve vinculado e não tenha meio de sistema disponibilizado pela Secretaria de Previdência
ensejado o recebimento de aposentadoria ou de pensão aos da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério
seus dependentes; da Economia;
IV. regime instituidor. o regime previdenciário responsável II. os dados do registro do ato que tenha concedido a apo-
pela concessão e pelo pagamento de benefício de aposenta- sentadoria ou a pensão forem encaminhados eletronicamente
doria ou pensão por morte dela decorrente a segurado ou ser- pelo Tribunal de Contas; ou
vidor público ou a seus dependentes com cômputo de tempo III. as demais informações exigidas puderem ser obtidas ele-
de contribuição no âmbito do regime de origem; tronicamente pelo órgão ou pela entidade responsável por
V. estoque RGPS. os valores da compensação financeira em prestar a informação.
atraso relativos ao período compreendido entre 5 de outubro § 3º A não apresentação das informações e dos documentos a
de 1988 e 5 de maio de 1999 dos benefícios concedidos nesse que se refere este artigo vedará a realização da compensação
período com contagem recíproca do tempo de contribuição financeira entre os regimes.
do RGPS ou do RPPS, na hipótese de o RGPS ser o regime Art. 6º O valor da compensação financeira será o resultado da
instituidor, desde que em manutenção em 5 de maio de 1999; multiplicação do percentual apurado com base nas informações
VI. estoque RPPS. os valores da compensação financeira em a que se refere o inciso III do caput do art. 5º pelo:
atraso relativos ao período compreendido entre 5 de outubro I. valor da renda mensal inicial quando o regime instituidor
de 1988 e 5 de maio de 1999 dos benefícios concedidos nesse for o RGPS; ou
período com contagem recíproca de outro RPPS, desde que
II. valor do benefício pago pelo regime instituidor ou pelo
em manutenção em 5 de maio de 1999 ou no período de 6 de
valor da renda mensal inicial, o que for menor, quando o
maio de 1999 até a data de entrada em vigor deste Decreto;
regime instituidor for o RPPS.
VII. fluxo acumulado. os valores da compensação financeira
§ 1º A renda mensal inicial de que trata o caput será calculada
dos benefícios concedidos após o período de estoque RGPS
de acordo com as normas aplicáveis aos benefícios concedidos
ou de estoque RPPS relativos ao período entre a data de con-
pelo regime de origem, na data da desvinculação desse regime.
cessão e o deferimento do requerimento de compensação,
observado o prazo prescricional; e § 2º A Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministé-
rio da Economia, ouvido o Conselho Nacional dos Regimes Pró-
VIII. fluxo mensal. os valores da compensação financeira prios de Previdência Social, de que trata o art. 18, disciplinará a
pagos mensalmente pelo regime de origem ao regime insti- metodologia de apuração da renda mensal inicial nas hipóteses
tuidor, a partir da competência de concessão da compensação, em que o regime de origem não possua informações funcionais
enquanto os pagamentos dos benefícios objeto da compen- ou contributivas individualizadas à época da desvinculação.
sação financeira estiverem em manutenção.
§ 3º A renda mensal inicial apurada será reajustada na forma
Art. 5º O regime instituidor apresentará ao regime de origem prevista no art. 7º da data da desvinculação do regime de origem
os seguintes dados e documentos referentes a cada benefício até a data da concessão do benefício pelo regime instituidor e
concedido com cômputo de tempo de contribuição no âmbito o seu valor corrigido não poderá ser inferior ao valor do salá-
daquele regime de origem: rio-mínimo e nem superior ao:
I. dados pessoais e outros documentos necessários e úteis à I. valor da remuneração do cargo efetivo que o servidor teria
identificação do segurado ou do servidor e, se for o caso, dos no ente de origem na data imediatamente anterior à da con-
seus dependentes; cessão da aposentadoria pelo regime instituidor ou que teria
II. o valor inicial da aposentadoria ou da pensão por morte servido de referência para a concessão da pensão pelo regime
dela decorrente e a data de início do benefício; de origem; ou
III. o tempo de contribuição no âmbito do regime de origem II. limite máximo dos benefícios pagos pelo RGPS, quando
utilizado na concessão do benefício na forma da contagem este for o regime de origem.

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§ 4º Ao valor do benefício pago pelo regime instituidor será 25.3 Capítulo III - Da Operacionalização
acrescido o benefício especial de que trata o § 1º do art. 3º da Lei
nº 12.618, de 30 de abril de 2012, no caso da União, ou o benefício da Compensação Financeira
que tenha essa mesma natureza, se previsto na legislação dos Art. 10. A Secretaria de Previdência da Secretaria Especial de
Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, observado o
Previdência e Trabalho do Ministério da Economia disponibilizará
disposto no § 3º.
para adesão do INSS, órgão gestor do RGPS, e dos RPPS da
§ 5º O fluxo acumulado será pago em parcela única. União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, sistema
Art. 7º O valor da compensação financeira de que trata o art. de compensação previdenciária destinado a manter atualizado
6º será reajustado nas mesmas datas e pelos mesmos índices o cadastro de todos os benefícios objeto de compensação finan-
de reajuste dos benefícios concedidos pelo RGPS. ceira e a apurar o montante devido pelos regimes.
Art. 8º Os regimes instituidores deverão apresentar aos regi-
§ 1º Para o processamento do requerimento de compensação
mes de origem os dados relativos aos benefícios concedidos no
financeira pelo sistema, o INSS e os RPPS celebrarão termo de
período do estoque RGPS e no período do estoque RPPS, na
adesão com a Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do
forma prevista no art. 5º.
Ministério da Economia e contrato com a empresa de tecnologia
Parágrafo único. A compensação financeira em atraso relativa
desenvolvedora do sistema de compensação previdenciária.
aos benefícios de que trata o caput será calculada pela mul-
tiplicação da parcela da renda mensal devida pelo regime de § 2º O Conselho Nacional dos Regimes Próprios de Previdência
origem, obtida de acordo com os procedimentos estabelecidos Social estabelecerá as diretrizes para as relações negociais do
no art. 5º e no art. 6º, pelo número de meses em que o benefício INSS e dos RPPS com a empresa de tecnologia responsável pelo
tenha sido pago até a data de deferimento do requerimento de desenvolvimento do sistema de compensação previdenciária.
compensação. Art. 11. O sistema de compensação previdenciária disponibili-
Art. 9º Se for inviável financeiramente ao regime de origem zado pela Secretaria de Previdência da Secretaria Especial de
desembolsar de imediato os valores apurados nos termos do Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, na forma
art. 8º, os regimes poderão firmar termo de parcelamento em prevista no art. 10, conterá o cadastro atualizado de todos os
até cento e oitenta meses, hipótese em que os valores devidos benefícios objeto de compensação financeira entre o RGPS e os
serão atualizados nas mesmas datas e pelos mesmos índices de RPPS, e destes entre si, incluído o total que cada regime deve
reajustamento dos benefícios do RGPS. aos demais como compensação financeira.
§ 1º A parcela mínima dos parcelamentos formalizados entre § 1º Até o dia trinta de cada mês, será disponibilizado ao regime
os RPPS não poderá ser inferior ao limite máximo aplicável aos de origem o total a ser por ele desembolsado a cada regime
benefícios do Regime Geral de Previdência Social. instituidor referente a competência do mês anterior, que cor-
§ 2º Comprovada a inexistência de débitos, na forma prevista responderá ao somatório do fluxo mensal, do fluxo acumulado
no § 5º do art. 6º e no § 3º do art. 11 da Lei nº 9.796, de 1999, o e do estoque RGPS ou estoque RPPS, cujo desembolso deverá
pagamento dos valores de estoque RGPS será quitado: ser feito até o quinto dia útil do mês subsequente.
I. em parcela única, se o crédito não for superior a R$ § 2º Os desembolsos pelo regime de origem só serão feitos para
1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais); o regime instituidor que comprovar ser credor no cômputo da
II. em parcelas mensais de até R$ 1.500.000,00 (um milhão compensação financeira devida entre ambos os regimes.
e quinhentos mil reais), se o crédito superar esse montante § 3º Observado o disposto no § 2º, o pagamento da compensa-
no prazo de até cento e oitenta meses, condicionada à exis- ção financeira pelo RGPS exige a comprovação da inexistência
tência de recursos financeiros para cumprimento da meta de de débitos do ente federativo do regime instituidor pelo não
resultado primário estabelecido na Lei de Diretrizes Orçamen-
recolhimento de contribuições previdenciárias devidas ao RGPS
tárias; ou
e pelo disposto no art. 8º da Lei nº 9.702, de 17 de novembro
III. por meio de dação em pagamento de imóveis inte- de 1998.
grantes do Fundo do Regime Geral de Previdência Social.
§ 4º A Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Minis-
FRGPS, observados os demais procedimentos administrati-
tério da Economia, ouvido o Conselho Nacional dos Regimes
vos, orçamentários, contábeis e legais necessários para sua
Próprios de Previdência Social, poderá estabelecer a parcela
concretização.
mínima mensal de desembolso ao regime instituidor, cujo valor
§ 3º Caso o prazo de cento e oitenta meses não seja suficiente inferior ao piso será acumulado até alcançar o valor estipulado.
para a quitação dos créditos de estoque RGPS, o valor da par-
§ 5º Na hipótese de descumprimento do prazo de desembolso
cela disposto no inciso II do § 2º será ajustado para garantir a
estipulado no § 1º, serão aplicadas as mesmas normas em vigor
quitação no referido prazo.
para atualização dos valores dos recolhimentos em atraso de
§ 4º O pagamento da compensação financeira do RGPS depen-
contribuições previdenciárias arrecadadas pelo RGPS.
derá da desistência de eventuais ações judiciais que tenham
por objeto a dívida compensada e a manutenção do litígio ou § 6º O não pagamento no prazo estabelecido no § 1º a qualquer
o ajuizamento de novas ações será causa da extinção dos paga- regime resultará na suspensão do pagamento da compensação
mentos previstos nos incisos I e II do § 2º. financeira devida pelo RGPS e poderá ensejar a inscrição do
§ 5º A Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Minis- ente federativo do regime de origem em dívida ativa federal,
tério da Economia, ouvido o Conselho Nacional dos Regimes estadual, distrital ou municipal.
Próprios de Previdência Social, estabelecerá as diretrizes gerais § 7º Os pagamentos suspensos na forma prevista no § 6º serão
e os procedimentos para a formalização e a revisão dos parce- reajustados na forma prevista no art. 7º e esta suspensão não
lamentos a que se referem o caput e o § 1º. será considerada atraso de pagamento para aplicação de mora.

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS: DIREITO PREVIDENCIÁRIO


DECRETO Nº 10.188, DE 20 DE DEZEMBRO DE 2019

§ 8º A Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Minis- Parágrafo único. Compete ao INSS a emissão de Certidão de
tério da Economia, ouvido o Conselho Nacional dos Regimes Tempo de Contribuição referente ao tempo de contribuição de
Próprios de Previdência Social, estabelecerá prazo para que que trata o caput.
o regime de origem analise os requerimentos apresentados Art. 17. Caberá recurso administrativo da análise dos reque-
pelos regimes instituidores, observada a ordem cronológica rimentos da compensação financeira entre o RGPS e os RPPS
dos requerimentos, sobre o qual incidirá a mesma atualização e entre estes regimes e do pagamento dos valores relativos à
dos valores dos recolhimentos em atraso de contribuições pre- compensação financeira, que será julgado pelo Conselho de
videnciárias arrecadadas pelo RGPS aos requerimentos que Recursos da Previdência Social, na forma definida em seu regi-
ultrapassarem o prazo determinado. mento interno.
Art. 12. Aplica-se a prescrição quinquenal, nos termos do dis-
posto no Decreto nº 20.910, de 6 de janeiro de 1932, aos valores 25.5 Capítulo V - Do Conselho
não pagos nem reclamados em época própria do surgimento
da pretensão, que ocorrerá: Nacional Dos Regimes Próprios
I. no primeiro dia subsequente ao registro do ato concessório
de aposentadoria ou a pensão pelo Tribunal de Contas compe-
de Previdência Social
tente, quando o regime instituidor for o RPPS; ou Art. 18. Fica instituído o Conselho Nacional dos Regimes Pró-
prios de Previdência Social, com as seguintes competências:
II. no primeiro dia subsequente ao recebimento da primeira
prestação, quando o regime instituidor for o RGPS. I. participar da definição das políticas e das diretrizes gerais
relativas aos RPPS;
Parágrafo único. O prazo prescricional da compensação finan-
II. propor a elaboração e a revisão de normas e procedimentos
ceira relativo ao período do estoque do RPPS será contado a
relativos aos RPPS e à compensação financeira entre o RGPS
partir da entrada em vigor deste Decreto.
e os RPPS e destes entre si;
Art. 13. Os regimes instituidores deverão registrar imediata-
mente no sistema de compensação previdenciária qualquer III. examinar proposições de normas e procedimentos relativos
revisão do benefício objeto de compensação financeira ou sua aos RPPS e à compensação financeira entre os regimes;
extinção total ou parcial. IV. deliberar sobre os parâmetros, as diretrizes e os critérios de
§ 1º Caso a revisão do benefício modifique o seu valor inicial, responsabilidade previdenciária na instituição, na organização
serão utilizados os mesmos parâmetros para a concessão da e no funcionamento dos RPPS, relativos a custeio, benefícios,
compensação financeira, recalculados os valores de compen- atuária, contabilidade, aplicação e utilização de recursos e
sação devidos ao regime instituidor desde a data de início de constituição e manutenção dos fundos previdenciários, a
serem estabelecidos pela Secretaria Especial de Previdência
pagamento do benefício, observada a prescrição quinquenal.
e Trabalho do Ministério da Economia;
§ 2º Na hipótese de revisão do benefício pela apresentação
de novos elementos que resultem em decisão administrativa V. propor metas e ações que contribuam para o aprimora-
ou em decisão judicial que não possuam efeitos retroativos, os mento dos RPPS e da compensação financeira;
valores da compensação financeira serão recalculados a partir VI. participar da definição e acompanhar o desenvolvi-
do pagamento do valor do benefício revisado, observada a mento de sistemas relativos aos RPPS e à compensação
prescrição quinquenal. previdenciária;
§ 3º As diferenças de valores decorrentes da revisão ou do VII. participar da definição de ações de educação previden-
pagamento de compensação financeira em relação a benefício ciária, de intercâmbio de informações e de articulação entre
cessado serão compensadas no mês seguinte ao da constatação. órgãos e entidades, públicas ou privadas, nacionais ou inter-
§ 4º O direito de anular os atos de concessão, revisão ou inde- nacionais que atuem com previdência;
ferimento da compensação financeira decairá no prazo de cinco VIII. acompanhar e avaliar a implementação de políticas, dire-
anos, contado da data em que tenham sido praticados, exceto trizes gerais, metas, ações e a aplicação das normas e dos
se comprovada má-fé, nos termos do disposto no art. 54 da Lei procedimentos relativos aos RPPS e à compensação financeira
nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999. pelos entes federativos;
IX. deliberar sobre o Programa de Certificação Institucional e
25.4 Capítulo IV - Disposições Sobre Modernização da Gestão dos Regimes Próprios de Previdência
Social da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Muni-
a Compensação Financeira cípios. Pró-Gestão RPPS; e
Art. 14. Caso a unidade gestora do RPPS possua personalidade X. elaborar e aprovar o seu regimento interno.
jurídica própria, o ente federativo responderá solidariamente Art. 19. O Conselho Nacional dos Regimes Próprios de Previ-
pelas obrigações previstas neste Decreto. dência Social será composto por representantes dos seguintes
Art. 15. Os recursos financeiros recebidos pelo RPPS a título órgãos e entidades:
de compensação financeira somente poderão ser utilizados no I. do Ministério da Economia:
pagamento de benefícios previdenciários do respectivo regime. a) dois da Secretaria de Previdência da Secretaria Especial
Art. 16. O tempo de serviço equivalente ao período das contri- de Previdência; e
buições apuradas e parceladas nos termos do disposto no art. b) um da Secretaria de Gestão e Desempenho de Pessoal
154 do Regulamento da Organização e do Custeio da Seguridade da Secretaria Especial de Desburocratização, Gestão e
Social, aprovado pelo Decreto nº 2.173, de 5 de março de 1997, Governo Digital;
devidas por Estados, Distrito Federal e Municípios ao INSS em II. um do INSS;
razão da extinção de RPPS com o retorno dos respectivos ser-
vidores ao RGPS, desde que não tenha sido compensado com III. um dos Tribunais de Contas dos Estados, do Distrito Federal
contribuições previdenciárias devidas ao RGPS, será computado ou dos Municípios;
como tempo de contribuição ao RGPS, inclusive para efeito de IV. sete dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios,
contagem recíproca de tempo de contribuição e apuração do dentre os quais:
valor da compensação financeira de que trata este Decreto. a) dois de RPPS dos Estados ou do Distrito Federal;

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b) dois de RPPS dos Municípios; Art. 21. A Secretaria-Executiva do Conselho Nacional dos Regi-
c) um de entidade de âmbito nacional representativa de mes Próprios de Previdência Social será exercida pela Secretaria
unidades gestoras de RPPS; Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia.
d) um de entidade de âmbito nacional representativa dos Art. 22. A participação no Conselho Nacional dos Regimes
Estados e do Distrito Federal; e Próprios de Previdência Social será considerada prestação de
e) um de entidade de âmbito nacional representativa dos serviço público relevante, não remunerada.
Municípios; e Art. 23. O Conselho Nacional dos Regimes Próprios de Previ-
dência Social poderá instituir grupos de trabalho para auxiliá-lo
V. três de segurados e beneficiários de RPPS, dentre os quais:
no desenvolvimento de suas atividades.
a) um da União;
Parágrafo único. A criação de grupos de trabalho no âmbito do
b) um dos Estados ou do Distrito Federal; e Conselho Nacional dos Regimes Próprios de Previdência Social
c) um dos Municípios. observará o disposto no inciso VI do caput do art. 6º do Decreto
§ 1º Cada membro do Conselho Nacional dos Regimes Próprios nº 9.759, de 11 de abril de 2019.
de Previdência Social terá um suplente, que o substituirá em Art. 24. As atas das reuniões do Conselho Nacional dos Regi-
suas ausências e impedimentos. mes Próprios de Previdência Social serão publicadas no sítio
§ 2º Os membros do Conselho Nacional dos Regimes Próprios eletrônico da Previdência Social.
de Previdência Social de que tratam os incisos I e II do caput
e respectivos suplentes serão indicados pelos órgãos que 26.  LEI COMPLEMENTAR Nº
representam.
§ 3º Os membros do Conselho Nacional dos Regimes Próprios 142, DE 8 DE MAIO DE 2013
de Previdência Social de que tratam os incisos III e V do caput Regulamenta o § 1º do art. 201 da Constituição Federal, no
e respectivos suplentes serão escolhidos conforme os critérios tocante à aposentadoria da pessoa com deficiência segurada do
estabelecidos em ato da Secretaria Especial de Previdência e Regime Geral de Previdência Social - RGPS.
Trabalho do Ministério da Economia.
Art. 1º Esta Lei Complementar regulamenta a concessão de
§ 4º Os membros do Conselho Nacional dos Regimes Próprios de
aposentadoria da pessoa com deficiência segurada do Regime
Previdência Social de que trata o inciso IV do caput e respectivos
Geral de Previdência Social - RGPS de que trata o § 1º do art.
suplentes serão indicados pelo Conselho Nacional dos Dirigentes
201 da Constituição Federal.
de Regimes Próprios de Previdência Social.
Art. 2º Para o reconhecimento do direito à aposentadoria de
§ 5º Os membros do Conselho Nacional dos Regimes Próprios
que trata esta Lei Complementar, considera-se pessoa com
de Previdência Social e respectivos suplentes terão mandato de
deficiência aquela que tem impedimentos de longo prazo de
dois anos, admitida a recondução.
natureza física, mental, intelectual ou sensorial, os quais, em
§ 6º A autoridade responsável pela indicação para membro interação com diversas barreiras, podem obstruir sua partici-
do Conselho Nacional dos Regimes Próprios de Previdência pação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições
Social poderá requerer, a qualquer tempo e a seu critério, a com as demais pessoas.
substituição do indicado por novo representante, que cumprirá Art. 3º É assegurada a concessão de aposentadoria pelo RGPS ao
o mandato pelo prazo remanescente. segurado com deficiência, observadas as seguintes condições:
§ 7º Os membros do Conselho Nacional dos Regimes Próprios I. aos 25 (vinte e cinco) anos de tempo de contribuição, se
de Previdência Social serão designados pelo Secretário de Pre- homem, e 20 (vinte) anos, se mulher, no caso de segurado
vidência da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do com deficiência grave;
Ministério da Economia.
II. aos 29 (vinte e nove) anos de tempo de contribuição, se
§ 8º A Secretaria de Previdência da Secretaria Especial de Pre-
homem, e 24 (vinte e quatro) anos, se mulher, no caso de
vidência e Trabalho do Ministério da Economia indicará, dentre
segurado com deficiência moderada;
os representantes de que trata a alínea “a” do inciso I do caput,
o Presidente do Conselho Nacional dos Regimes Próprios de III. aos 33 (trinta e três) anos de tempo de contribuição, se
Previdência Social, que designará um Secretário-Executivo para homem, e 28 (vinte e oito) anos, se mulher, no caso de segu-
auxiliá-lo na gestão das atividades do Conselho. rado com deficiência leve; ou
Art. 20. O Conselho Nacional dos Regimes Próprios de Previdên- IV. aos 60 (sessenta) anos de idade, se homem, e 55 (cin-
cia Social se reunirá, em caráter ordinário, quadrimestralmente, quenta e cinco) anos de idade, se mulher, independentemente
por convocação do seu Presidente. do grau de deficiência, desde que cumprido tempo mínimo de
§ 1º O Presidente do Conselho Nacional dos Regimes Próprios contribuição de 15 (quinze) anos e comprovada a existência
de Previdência Social poderá convocar reunião extraordinária, de deficiência durante igual período.
por iniciativa própria ou por requerimento de, no mínimo cinco, Parágrafo único. Regulamento do Poder Executivo definirá
de seus membros, para tratar de tema específico. as deficiências grave, moderada e leve para os fins desta Lei
§ 2º O quórum de reunião do Conselho Nacional dos Regimes Complementar.
Próprios de Previdência Social é de maioria absoluta dos mem- Art. 4º A avaliação da deficiência será médica e funcional, nos
bros e o quórum de aprovação é de maioria simples. termos do Regulamento.
§ 3º Além do voto ordinário, o Presidente do Conselho Nacio- Art. 5º O grau de deficiência será atestado por perícia própria
nal dos Regimes Próprios de Previdência Social terá o voto de do Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, por meio de ins-
qualidade em caso de empate. trumentos desenvolvidos para esse fim.
§ 4º As reuniões do Conselho Nacional dos Regimes Próprios Art. 6º A contagem de tempo de contribuição na condição de
de Previdência Social serão realizadas preferencialmente por segurado com deficiência será objeto de comprovação, exclu-
meio de videoconferência. sivamente, na forma desta Lei Complementar.
§ 5º O deslocamento dos membros do Conselho Nacional dos § 1º A existência de deficiência anterior à data da vigência desta
Regimes Próprios de Previdência Social para as reuniões pre- Lei Complementar deverá ser certificada, inclusive quanto ao
senciais será custeado pelo órgão ou pela entidade responsável seu grau, por ocasião da primeira avaliação, sendo obrigatória
pela indicação do representante. a fixação da data provável do início da deficiência.

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS: DIREITO PREVIDENCIÁRIO


LEI COMPLEMENTAR Nº 142, DE 8 DE MAIO DE 2013

§ 2º A comprovação de tempo de contribuição na condição de


segurado com deficiência em período anterior à entrada em
vigor desta Lei Complementar não será admitida por meio de
prova exclusivamente testemunhal.
Art. 7º Se o segurado, após a filiação ao RGPS, tornar-se pessoa
com deficiência, ou tiver seu grau de deficiência alterado, os
parâmetros mencionados no art. 3º serão proporcionalmente
ajustados, considerando-se o número de anos em que o segu-
rado exerceu atividade laboral sem deficiência e com deficiência,
observado o grau de deficiência correspondente, nos termos do
regulamento a que se refere o parágrafo único do art. 3º desta
Lei Complementar.
Art. 8º A renda mensal da aposentadoria devida ao segurado
com deficiência será calculada aplicando-se sobre o salário de
benefício, apurado em conformidade com o disposto no art. 29
da Lei no 8.213, de 24 de julho de 1991, os seguintes percentuais:
I. 100% (cem por cento), no caso da aposentadoria de que
tratam os incisos I, II e III do art. 3º; ou
II. 70% (setenta por cento) mais 1% (um por cento) do salário
de benefício por grupo de 12 (doze) contribuições mensais até
o máximo de 30% (trinta por cento), no caso de aposentadoria
por idade.
Art. 9º Aplicam-se à pessoa com deficiência de que trata esta
Lei Complementar:
I. o fator previdenciário nas aposentadorias, se resultar em
renda mensal de valor mais elevado;
II. a contagem recíproca do tempo de contribuição na condi-
ção de segurado com deficiência relativo à filiação ao RGPS,
ao regime próprio de previdência do servidor público ou a
regime de previdência militar, devendo os regimes compen-
sar-se financeiramente;
III. as regras de pagamento e de recolhimento das contri-
buições previdenciárias contidas na Lei no 8.212, de 24 de
julho de 1991;
IV. as demais normas relativas aos benefícios do RGPS;
V. a percepção de qualquer outra espécie de aposentadoria
estabelecida na Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991, que lhe
seja mais vantajosa do que as opções apresentadas nesta Lei
Complementar.
Art. 10. A redução do tempo de contribuição prevista nesta Lei
Complementar não poderá ser acumulada, no tocante ao mesmo
período contributivo, com a redução assegurada aos casos de
atividades exercidas sob condições especiais que prejudiquem
a saúde ou a integridade física.

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