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DEFINIÇÃO DE SOLUÇÕES DE
ESGOTAMENTO SANITÁRIO
DESCENTRALIZADO
E BASEADOS NO MANEJO
DO LODO FECAL
SÃO PAULO
OUTUBRO 2020
1. APRESENTAÇÃO 6
6. SOLUÇÕES DE TRATAMENTO 50
REFERÊNCIAS 100
LISTA DE FIGURAS E TABELAS 110
LISTA DE SIGLAS 112
REFERENCIAL TÉCNICO DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO DESCENTRALIZADO | APRESENTAÇÃO
1.
ficos, dentre os quais destacam-se pe- ampla que aproximadamente 38% da
quenos municípios, localidades com população é atendida por soluções não
população dispersa (como zonas rurais ligadas à rede pública de coleta e, em
ou periurbanas) e assentamentos e alguns casos, sistemas descentralizados
ocupações precários, não regularizadas, são até mesmo implementados com a
ou não planejados. Diante desse pano- função de desafogar as redes de coleta,
rama e com um olhar técnico, nota-se permitindo melhor aproveitamento das
por um lado a desvantagem econômica estruturas já implementadas e evitando
do atendimento às populações disper- custos demasiados com a ampliação de
sas por redes convencionais de coleta e sua capacidade (Yang et al., 2010; Hara-
transporte de esgotos, onde o custo de da, Strande e Fujii, 2016). Ampliar esse
implementação por ligação/economia repertório de soluções para o esgota-
esperada torna o sistema não atrativo; e mento sanitário, tornando-o mais adap-
pelo outro, fica nítida a dificuldade exe- tável às condições locais (socioculturais,
cutiva que esses sistemas encontram econômicas e ambientais), mostra-se
em locais com ocupação não planejada um passo fundamental a ser dado nas
e/ou irregular, dada a complexidade das políticas e práticas do Brasil.
intervenções estruturais, ou os entraves Diante desse quadro situacional, e
jurídicos advindos das questões fundiá- em diferentes graus de adequabilida-
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CAMINHOS PARA O SANEAMENTO INCLUSIVO NO BRASIL REFERENCIAL TÉCNICO DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO DESCENTRALIZADO | APRESENTAÇÃO
casos são escassas as políticas de ges- porque muitos dos sistemas convencio- inerentes a esses modelos, explorando
tão dos efluentes destes sistemas, o nais de tratamento de esgoto não foram seus possíveis arranjos e tornando cla-
que implica na elevada recorrência de projetados para absorver efluentes com ros seu propósito e função. Na sequ-
instalações inadequadas (sistemas que as características dos lodos fecais. Para ência, para cada etapa, são apresenta-
não propiciam tratamento adequado), além da carga orgânica e de sólidos, que dos fatores determinantes e aspectos
e sem o manejo adequado do lodo reti- são cerca de quatro vezes maiores nos relevantes para a seleção de soluções
dos nas soluções individuais. Sobre este lodos do que em esgotos brutos, outros e tecnologias, junto com a compilação
segundo aspecto a situação é bastante dois aspectos parecem centrais na pro- de algumas das principais alternativas
crítica, especialmente considerando a blemática: os altos teores de óleos e gra- apresentadas na literatura. Por fim, são
dimensão do passivo: com base na me- xas, até 10 vezes maiores, decorrentes apresentados possíveis caminhos para
todologia proposta em Andreoli, 2009, a das práticas de esvaziamento dos siste- a definição dos modelos de serviço. Es-
produção estimada de lodo fresco atu- mas (o prestador de serviço costuma es- pera-se com este estudo contribuir para
al nestes sistemas, se aproxima dos 63 vaziar conjuntamente aos sistemas iso- que o planejamento do saneamento
milhões de litros por dia. Esse panora- lados as caixas de gordura), que levam (pelos indivíduos, comunidade, gestão
ma mostra a necessidade de medidas à geração excessiva de escuma e até pública e/ou prestadoras de serviços)
de estruturação e gestão adequadas entupimento de tubulações nas esta- considere soluções cada vez mais viá-
e voltadas aos sistemas simplificados ções; e os elevados níveis de nitrogênio veis e adequadas aos contextos locais.
e/ ou descentralizados e ao manejo do amoniacal em relação à carga orgânica,
lodo fecal. característico de efluente dos sistemas
Diante deste quadro, uma realidade anaeróbios predominantes nos contex-
pouco discutida, mas de graves reper- tos isolados (Andreoli, 2009; Brasil. Mi-
cussões, é referente ao destino dos lo- nistério da Saúde. Fundação Nacional
dos retidos dos sistemas isolados. Ainda de Saúde., 2014; Sperling, 2014; Monay-
não existe no Brasil um levantamento na, Vasconcelos e Carvalho, 2016; Odey
sistemático do destino destes mate- et al., 2017; Chernicharo et al., 2018).
riais, mas estima-se que apenas uma Diante da evidente necessidade de
parte diminuta receba destinação final ampliar o repertório de soluções para
considerada adequada, com o envio à lidar com o esgoto no Brasil, este docu-
estações de tratamento de esgoto (An- mento constitui um esforço inicial para
dreoli, 2009). A situação torna-se ainda promover um maior entendimento so-
mais crítica já que muitas vezes o lodo bre as cadeias de serviço baseadas em
coletado não chega às ETEs, e mesmo sistemas simplificado, descentralizados
quando quando chega, não necessaria- e baseados no manejo do lodo fecal
mente a configuração da estação per- (MLF). O ponto de partida é introduzir de
mite o seu tratamento adequado. Isso forma consistente as diferentes etapas
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REFERENCIAL TÉCNICO DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO DESCENTRALIZADO | ETAPAS E ARRANJOS
2.
dendo absorver diferentes soluções e à qualidade de vida e hábitos dos usu-
tecnologias. A configuração pode ser ários. Quando é necessário ampliar ou
definida considerando dinâmicas de prover novos pontos de geração, como
manutenção proporcionais as capacida- banheiros, deve-se considerar, entre
des de cada contexto, além de apresen- outros fatores, os hábitos culturais e a
tar maior flexibilidade para lidar com disponibilidade hídrica local. Nessa eta-
mudanças não planejadas nas condi- pa a garantia de medidas de higiene é
ções de ocupação do território ao longo essencial para a proteção do usuário e
do tempo; e num segundo momento, muito se discute a questão de gênero
a maior flexibilidade de cada etapa em nesse momento, uma vez que garantia
absorver novas e diferentes tecnolo- ao acesso seguro dessas instalações é
gias, uma vez que essas são centradas um fator predominante em comunida-
em sua função ao invés de uma técni- des precárias.
ca específica (Kvarnström et al., 2011;
Bassan et al., 2014; Blackett et al., II. Contenção
2014; Tilley et al., 2014).
As etapas (funções) envolvidas no es- Tem a função de receber os efluen-
gotamento sanitário, a paritir dos estudos tes dos pontos de geração, evitando o
PARA O ATENDIMENTO DE ESGOTO POR apresentados anteriormente, podem contato dos mesmos com a população
MEIO DE SISTEMAS DESCENTRALIZADOS ser distribuídas da seguinte maneira: e o meio ambiente, por meio da cone-
E BASEADOS NO MANEJO DO LODO FECAL xão segura do esgoto com os sistemas
I. Ponto de geração de transporte, ou constituindo por si só
uma parte do tratamento dos efluentes.
Se refere aos pontos a partir dos quais Em sistemas que utilizam rede de cole-
os efluentes domésticos são gerados ta essa etapa é representada pela tubu-
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CAMINHOS PARA O SANEAMENTO INCLUSIVO NO BRASIL REFERENCIAL TÉCNICO DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO DESCENTRALIZADO | ETAPAS E ARRANJOS
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REFERENCIAL TÉCNICO DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO DESCENTRALIZADO | CONTENÇÃO E TRATAMENTO
3.
sua coleta e encaminhamento adequado dimensionamento das estruturas deve
para tratamento. Em sistemas servidos considerar as condições locais - como
por redes de coleta e transporte, a reten- população contribuinte, periodicidade
ção no local é mínima, normalmente re- pretendida para a remoção de lodo, cli-
presentada pela conexão entre o sistema ma etc. O Quadro 1 elenca alguns do pon-
hidráulico predial e a rede de coleta. Já tos importantes a serem considerados.
sistemas isolados da rede pública deman- A eficiência de tratamento dos sis-
dam maior atenção, uma vez que neces- temas está relacionado tanto aos meca-
sitam de um dispositivo que consiga con- nismos de retenção e/ou remoção de
ter, e geralmente tratar adequadamente, poluentes (físicos e bio-químicos) e o di-
o efluente gerado até o momento de sua mensionamento dos sistemas, que deve
coleta. Nos pontos de geração há diferen- ser condizente com tempo de detenção
tes tipos de efluentes sendo produzidos: hidráulica adequada para os processos
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Possui instalações sanitárias Isso indicará a necessidade de implementar a etapa de inter- duais deve seguir orientações e rotinas dividuais adequadas, por meio de as-
suficientes face com o usuário específicas aos sistemas implementa- sessoria técnica, financiamento ou sub-
dos, a fim de garantir a integridade e sídio, seja pelo poder público ou pelas
Separação das águas de A segregação dos efluentes na fonte permite uma simplifica-
ESTRUTURAS vaso sanitário (águas negras) ção dos sistemas de tratamento, além de maior flexibilização funcionalidade dos equipamentos (An- prestadoras de serviço.
EXISTENTES no reaproveitamento de recursos
dreoli, 2009; Bassan et al., 2014; Tilley et al., Diversas são as tecnologias de con-
Proximidade de outros Permite o tratamento conjunto dos efluentes, além de in- 2014). Ainda que a responsabilidade por tenção disponíveis, algumas amplamen-
domicílios fluenciar na acessibilidade dos sistemas para manutenção e
operação pela implementação e operação destes te replicadas e outras em processo de
sistemas geralmente seja dos proprie- amadurecimento. Alguns sistemas, a
Desnível no terreno Implica no tipo de solução e na distribuição e complexidade
de equipamentos auxiliares no terreno (como tubulações e
tários dos domicílios, estes sistemas, de exemplo dos tanques sépticos e seus
unidades complementares) acordo com a Lei 11.445/2007 (e Decre- órgãos acessórios, são mais conhecidos
Tipo de solo Influencia principalmente a dificuldade de escavação
to 7.217/2010 que a regulamenta), indica e contam inclusive com normatizações
CONDIÇÕES que serviços públicos podem ser efeti- específicas para seu dimensionamento.
DO TERRENO Nível d’água Tem impacto direto sobre a solução e o método construtivo vados por meio de operação, controle No entanto, muitas soluções já consoli-
Disponibilidade de espaço Repercute na escolha da solução, que exija mais ou menos ou disciplina de fossa séptica e outras dadas, como o tanque de evapotrans-
área para implementação, além das condições para opera- soluções individuais. A realização de piração (TEvap), vermifiltro, zonas de
ção e manutenção
serviços municipais ou comunitários, ao raízes ou o círculo de bananeiras, ainda
Chuvas Tem impacto direto na disponibilidade hídrica e em fatores menos para a verificação da adequabili- não possuem normas técnicas específi-
como o interesse pelo reuso dos efluentes tratados. Além
disso, sistemas que dependem de evaporação ou evapo- dade e performance dos sistemas, além cas (Brasil. Ministério da Saúde. Funda-
CONDIÇÕES
transpiração tem de levar em conta o regime de precipita-
ção e umidade local.
da organização da rotina de remoção ção Nacional de Saúde., 2018; Tonetti et
CLIMÁTICAS e manejo do lodo destes sistemas, po- al., 2018). Estes amadurecimentos são
Temperatura É determinante no dimensionamento de etapas biológicas dem trazer importantes benefícios para essenciais para que as soluções des-
Insolação Influencia principalmente a dificuldade de escavação o atendimento adequado e eficiente centralizadas possam contribuir mais
do esgoto em determinada localidade. eficientemente para a universalização
Questões culturais Forma prevalecente de uso/acesso do sistema sanitário (tipo
de equipamento, forma de higienização, uso de água, etc.)
(Bassan et al., 2014; Rao et al., 2016; Chary, do saneamento pelo país, com a repli-
Reddy e Ahmad, 2017) cação sistêmica e em escala. Este capí-
Disponibilidade para manu- Determinante para a seleção das soluções e tecnologias,
tenção e operação sendo que as alternativas apresentam diferentes níveis de Em termos de viabilidade de im- tulo apresenta algumas das soluções
complexidade plementação das soluções individuais, potenciais para replicação pelos contex-
CONDIÇÕES
Materiais construtivos Afeta a viabilidade dos sistemas e é crucial aos métodos existe um amplo repertório de soluções tos brasileiros, com base em diferentes
E INTERESSES
LOCAIS
construtivos empregados de baixo custo e complexidade com al- compêndios tecnológicos de relevância
Acesso a rede de água Influência direta sobre hábitos culturais em relação à água ternativas acessíveis aos diferentes con- (Bassan et al., 2014; Tilley et al., 2014; Bra-
textos. Olhando para a escala do déficit sil. Ministério da Saúde. Fundação Nacio-
Interesse em recuperação Determinante para a seleção das soluções e tecnologias,
de recursos cada alternativa leva a diferentes produtos de quantidades e de atendimento de esgoto pelo Brasil, nal de Saúde., 2018; Tonetti et al., 2018).
qualidades distintas especialmente em contextos com baixo As soluções apresentadas possuem di-
poder aquisitivo, há de se destacar a ferentes funções e podem ser aplicadas
Quadro 1: fatores que influenciam na
determinação de soluções e tecnologias de importância de programas de estímulo em conjunto (como caixa de gordura, fos-
contenção de lodo fecal para a implementação de soluções in- sas sépticas, círculo de bananeiras etc).
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3.1 3.2
20 21
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3.3 3.3
22 23
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3.5 3.6
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3.9 3.10
28 29
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4.
sentam sistema de remoção de lodo nante quanto ao porte e mobilidade do
autônomo, como as descargas por dife- equipamento); e acessibilidade das tec-
rencial hidrostático, que permitem a fá- nologias, no que se refere a custo e exis-
cil retirada do lodo de dentro dos siste- tência de materiais e serviços na região.
mas para tratamento e disposição local. O diagrama a seguir exemplifica o pro-
Por essas razões optou-se por abordar cesso de tomada de decisão para sele-
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4.1 4.3
A
A
C
B
B Tanque para armazenamento e Tanque para armazenamento e
A A
transporte transporte
B Balde com corda B Carrinho para transporte
C Pá adaptada C Bomba de deslocamento positivo
Recebe Recebe
• Lodo • Lodo
Encaminha Encaminha
C • Lodo • Lodo
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4.3 4.4
A A
B
B
D Recebe Recebe
C
• Lodo • Lodo
Encaminha Encaminha
• Lodo • Lodo
36 37
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4.5
Recebe
C • Lodo
B
Encaminha
• Lodo
Função Dimensionamento
Remoção do lodo retido nas soluções individuais de esgoto, adequada Bombeamento vai depender capacidade da
para localidades com boas condições de acesso dos caminhões e bomba e motorização do caminhão. A extensão
distâncias que viabilizem financeiramente a contratação do serviço. Este da mangueira deve levar em conta que muitos
sistema faz a coleta mecanizada de lodos fluidizados e semi-fluidizados. dos domicílios não permitem aproximação dos
caminhões até a solução individual, de forma
que o dispositivo deve ser extenso o suficiente
para cobrir essas distâncias.
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5.1
Carreta manual
Tabela 1: Características de manobrabilidade,
capacidade, velocidade e autonomia de
deslocamento para diferentes soluções de A
transporte de LF. Adaptado de Bassan et al.
(2014) e Sugden (2012
A Carreta manual
B Tambores de armazenamento
VELOCIDADE DE
MANOBRABILIDADE CAPACIDADE (L) AUTONOMIA (KM)
DESLOCAMENTO (KM/H) Recebe
• Lodo
CAMINHÃO TANQUE
MUITO PEQUENA 10 000 OU MAIS 60 100 • Composto de sistemas de container
- GRANDE
• Urina de sistemas de container com
CAMINHÃO TANQUE separação
PEQUENA 3 000 60 100
- MÉDIO
CAMINHÃO TANQUE Encaminha
MÉDIA 1 500 50 50 • Lodo
- PEQUENO
• Composto de sistemas de container
TRICICLOS
ALTA 400 50 10 • Urina de sistemas de container com
MOTORIZADOS B separação
CARRINHO
MUITO ALTA 130 2,5 1
DE MÃO
Função Dimensionamento
Transporte de lodos coletados em domicílios e estabelecimentos Devem ser projetados para transporte não
do a problemas com o aceite por parte da sentar uma maior dimensão, inclusive comerciais em contextos que envolvam curtas distâncias e com cargas mais do que 200 L.
população local, similar ao enfrentado na para implementação de etapas prelimi- diárias de transporte moderadas.
alcance rápido pelos equipamentos de (que podem ser divididos entre as varia-
menor autonomia atuantes na coleta di- das formas de tração. É importante res-
reta do LF, como também para o acesso saltar, contudo, que cada caso deve ser Operação e Manutenção Referências
Trata-se uma solução de com baixa complexidade operacional e de fácil Sugden, 2012; Bassan et al., 2014; Tilley et al.,
de equipamentos de grande porte, que avaliado de acordo com suas peculiari- manutenção. Envolve, no entanto, a disposição local para carregar e 2014
irão realizar seu esvaziamento; dades, abrindo-se, sempre, espaço para movimentar a carreta de forma manual.
II. disponibilidade de área, especialmen- inovações que melhor se adaptem ao
te para estações fixas que podem apre- contexto atendido.
42 43
CAMINHOS PARA O SANEAMENTO INCLUSIVO NO BRASIL REFERENCIAL TÉCNICO DE ESGOTAMENTO SANITÁRIO DESCENTRALIZADO | TRANSPORTE
5.3
5.2
Recebe Recebe
• Lodo • Lodo
• Composto de sistemas de container • Composto de sistemas de container
• Urina de sistemas de container com • Urina de sistemas de container com
separação separação
Encaminha Encaminha
• Lodo C • Lodo
C • Composto de sistemas de container B • Composto de sistemas de container
• Urina de sistemas de container com • Urina de sistemas de container com
B
separação separação
44 45
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5.4 5.5
A A
B
Recebe Recebe
• Lodo • Lodo
Encaminha Encaminha
C • Lodo
B • Lodo
• Efluente líquido (eventualmente)
D • Resíduos sólidos (eventualmente)
C
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5..6 5.7
Recebe
• Esgoto doméstico Recebe
• Esgoto doméstico
F Encaminha
• Lodo Encaminha
• Efluente líquido com baixo teor de C D • Esgoto doméstico
E sólidos
D
C
48 49
A RELEVÂNCIA DO ESGOTAMENTO SANITÁRIO DESCENTRALIZADO | TRATAMENTO
SOLUÇÕES
DE TRATAMENTO
O propósito básico desta etapa é o tra- polimento. Cada um possui funções dis-
tamento de esgotos domésticos e/ ou tintas, muitas vezes essenciais para as
do lodo fecal, a fim de garantir condi- fases seguintes. O tratamento prelimi-
ções seguras e apropriadas de destina- nar, por exemplo, além de ser um mo-
ção final ou reuso dos subprodutos (fra- mento propício para medição de volu-
ção líquida, sólida e gasosa), de acordo me e massa de entrada no sistema, é
com as legislações locais vigentes ou responsável pela remoção de sólidos
melhores práticas. O tratamento pode grosseiros e possivelmente óleos e gra-
ser realizado em escala centralizada, xas, o que é importante para o pleno
semi-centralizadas ou descentralizada, funcionamento das etapas seguintes. A
cada um com diferentes escopos de tra- presença de etapa de adensamento, por
tamento e tipos de processos. Em dis- sua vez, pode viabilizar menores dimen-
posições descentralizadas esta etapa se sões e maior eficiência dos sistemas de
refere geralmente ao processamento estabilização e polimento do efluente.
do lodo fecal retido na etapa de conten- (Andreoli, 2009; Bassan et al., 2014).
ção, enquanto a fração líquida é tratada
nas próprias soluções individuais. Nas TRATAMENTO PRELIMINAR
demais escalas é comum a previsão tan-
to de uma linha para o tratamento do Fatores culturais têm grande influência
esgoto como para o tratamento do lodo sobre as características dos esgotos e
gerado na própria estação de tratamen- lodos fecais, sendo bastante comum a
to (que pode ou não ser integrado com presença de sólidos grosseiros. No caso
o processamento de lodo fecal coletado de lados, a prática de esvaziamento de
em soluções individuais). O foco aqui é caixas de gordura conjuntamente com
dado para processos de tratamento de as soluções isoladas de contenção, cos-
lodo fecal, seja em escala descentraliza- tuma agregar ainda elevados teores de
da ou semi (centralizada), não abrangen- óleos, gorduras e graxas. A remoção
6.
do alternativas dedicadas exclusivamen- desses materiais é essencial para a in-
te para linhas de tratamento de esgoto. tegridade e manutenção de condições
Quanto à constituição dos proces- adequadas de operação dos sistemas de
sos de tratamento de lodo, geralmen- tratamento e devem ser contempladas
te são previstos diferentes estágios: no projeto das estações. A essas unida-
tratamento preliminar; sedimentação/ des iniciais, deve-se incluir mecanismos
adensamento; estabilização da matéria adequados de recepção dos efluentes
orgânica; e tratamento complementar/ e de medição dos volumes (cargas) re-
50 51
CAMINHOS PARA O SANEAMENTO INCLUSIVO NO BRASIL A RELEVÂNCIA DO ESGOTAMENTO SANITÁRIO DESCENTRALIZADO | TRATAMENTO
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CAMINHOS PARA O SANEAMENTO INCLUSIVO NO BRASIL A RELEVÂNCIA DO ESGOTAMENTO SANITÁRIO DESCENTRALIZADO | TRATAMENTO
antigos (Bassan et al., 2014; Semiyaga et ao LF, indicando que a origem dos resí- cas de sólidos e material orgânico muito pais soluções voltadas para a cons-
al., 2018; Septien et al., 2018). duos (unifamiliar, comercial, rural, etc) e distintos daqueles encontrados em es- tituição destes sistemas. A seguir são
A característica do lodo, especialmente o tipo de solução individual empregado gotos brutos; podem conter altos teores apresentadas algumas das principais
sua idade, é fundamental na determi- localmente, têm grandes influencia so- de óleos e gorduras, decorrente da prá- tecnologias com potencial de aplicação
nação do processo de separação sólido- bre sua qualidade. O autor destaca ain- tica de limpeza conjunta das soluções no país, em escala individual, comunitá-
-líquido a ser empregado. No caso dos da que a grande variabilidade dos resul- individuais e caixas de gordura; além ria, municipal e/ou regional. Uma tecno-
esgotos domésticos, os processos são tados encontrados faz com que não seja de altas concentrações de nitrogênio logia pode cumprir mais de uma função
aplicados ao lodo decorrente do tra- recomendado o uso de valores médios amoniacal. ETEs convencionais, em ge- no tratamento, no entanto, pensando
tamento biológico. Diversas são as so- na avaliação de lodos fecais. Bassan et ral, não são projetadas para aportar na estrutura do tratamento como apre-
luções para deságue, desde processos al., 2014, também salienta a importân- efluentes com essas características, sentado no início da seção, as mesmas
simples que se utilizam da força da gra- cia de caracterização dos lodos a serem podendo haver consequências severas serão agrupadas seguindo esse formato.
vidade, até tecnologias complexas que manejados, indicando esse processo na sua operação, como o aumento na
fazem uso de equipamentos industriais como essencial ao sucesso do sistema produção de escuma, entupimento de
ou da adição de produtos específicos, e à determinação das etapas e tecnolo- tubulações e até mesmo inibição dos
como polímeros. Dessa forma, a escolha gias adequadas de tratamento. processos biológicos essenciais (Andre-
da solução deve ser criteriosa e embasada Tonetti et al., 2018, abordando o tra- oli, 2009; Bassan et al., 2014; Chernicha-
no levantamento compreensivo das caracte- tamento de esgotos em comunidades ro et al., 2018). Assim, o co-tratamento
rísticas do lodo. A linha líquida de efluente isoladas, traz observações semelhan- de LF com esgotos em ETEs conven-
gerada nesse processo também deve re- tes, principalmente na determinação cionais, quando tomado como opção
ceber atenção, uma vez que essa ainda da intenção de reuso ou disposição dos tecnológica, deve contar com uma
pode conter elevados teores de matéria efluentes do tratamento, embora para operação bem planejada e estrutu-
orgânica, nutrientes, sais dissolvidos e esgotos valores médios sejam bem em- rada, como explorado adiante neste
patógenos (Bassan et al., 2014). basados na literatura. capítulo, de forma a garantir a pró-
Voltando a literatura sobre lodos, pria integridade operacional da ETE.
A determinação da solução adequada fica evidente a grande diferença entre Neste contexto, a introdução de
a cada uma dessas etapas, assim como esses e os esgotos domésticos (Andre- estações dedicadas ou com linhas ap-
o cumprimento ou exclusão da mesma, oli, 2009; Bassan et al., 2014). Esse fato tas ao tratamento de lodo focal cons-
depende da qualidade do esgoto ou é de extrema relevância uma vez que o tituiria um importante avanço em
lodo recebido e das intenções de reu- entendimento atual, inclusive preconi- direção à universalização do sane-
so ou disposição dos efluentes do tra- zado em norma, sobre a adequabilidade amento no Brasil. Ainda que já exis-
tamento. Andreoli, 2009, na publicação do lançamento dos lodos fecais na rede tam diversas iniciativas no mundo
do PROSAB, “Lodo de fossa e tanque convencional de coleta ou diretamente com estações dedicadas para o lodo
séptico: caracterização, tecnologias de em ETEs pode trazer adversidades às fecal, este conceito ainda é pouco ex-
tratamento, gerenciamento e destino estruturas e processo de tratamento. plorado no Brasil. Assim, este estudo
final”, aborda este aspectos em relação Os LF apresentam teores e característi- busca compilar algumas das princi-
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CAMINHOS PARA O SANEAMENTO INCLUSIVO NO BRASIL A RELEVÂNCIA DO ESGOTAMENTO SANITÁRIO DESCENTRALIZADO | TRATAMENTO
6.1 6.2
56 57
CAMINHOS PARA O SANEAMENTO INCLUSIVO NO BRASIL A RELEVÂNCIA DO ESGOTAMENTO SANITÁRIO DESCENTRALIZADO | TRATAMENTO
6..4
6.3
Operação e Manutenção
Durante o processo de compostagem a umidade e oxigenação das leiras Operação e Manutenção Referências
Referências
deve ser garantidas. Para a oxigenação podem ser usados mecanismos De forma geral o sistema demanda pouca manutenção. No entanto, ABNT, 1997; Tilley et al., 2014; Brasil. Ministério
Koanda, Koné e Strauss, 2006; Bassan et al.,
de ventilação passiva, como tubos de ventilação, ou ativa com sopradores havendo colmatação do meio filtrante, sua remoção e limpeza envolve da Saúde. Fundação Nacional de Saúde., 2018;
2014; Tilley et al., 2014
ou aspiradores; o revolvimento periódico da pilha pode garantir os níveis a substituição do meio filtrante ou a desativação do sistema para Tonetti et al., 2018
de oxigênio e distribuir melhor o composto ao longo de todo o processo. retrolavagem com fluxo com pressão).
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6.5 6.6
60 61
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6.8
6.7
62 63
CAMINHOS PARA O SANEAMENTO INCLUSIVO NO BRASIL A RELEVÂNCIA DO ESGOTAMENTO SANITÁRIO DESCENTRALIZADO | TRATAMENTO
6.9 6.10
A Acúmulo de escuma
B Tanque impermeabilizado
C Acúmulo de lodo
A Tubulação de entrada, direcionando o D Barreira interna para separação trifásica
fluxo para o fundo A E Efluente líquido
B Tanque impermeabilizado F Saída de lodo
C Tubulação de saída do lodo
D Tubulação de saída do efluente líquido Recebe
• Esgoto doméstico
A Recebe • Lodo
• Lodo
B Encaminha
B
Encaminha • Lodo adensado
• Lodo adensado F • Efluente líquido
D • Efluente líquido E • Biogás
D
C C
64 65
CAMINHOS PARA O SANEAMENTO INCLUSIVO NO BRASIL A RELEVÂNCIA DO ESGOTAMENTO SANITÁRIO DESCENTRALIZADO | TRATAMENTO
6.11 6.12
66 67
CAMINHOS PARA O SANEAMENTO INCLUSIVO NO BRASIL A RELEVÂNCIA DO ESGOTAMENTO SANITÁRIO DESCENTRALIZADO | TRATAMENTO
6.13 6.14
68 69
CAMINHOS PARA O SANEAMENTO INCLUSIVO NO BRASIL A RELEVÂNCIA DO ESGOTAMENTO SANITÁRIO DESCENTRALIZADO | TRATAMENTO
6.16
Zona de raízes
A Leito plantado
B Tubulação de entrada com dispositivo de
inspeção
C Paredes impermeabilizadas
D Meio suporte da vegetação
E Meio filtrante de baixa granulometria
F Meio filtrante de alta granulometria
A
G Tubulação de saída com dispositivo de inspeção
H Dispositivo de controle do nível interno da água
Recebe
• Esgoto doméstico após tratamento
H primário
G • Lodo pré-tratado
• Parte líquida drenada dos sistemas de
F adensamento e desidratação
E
D Encaminha
• Efluente tratado
C • Biomassa vegetal
• Lodo estabilizado (no caso do
B
tratamento de lodo)
Função Dimensionamento
Utilizado no pós-tratamento de esgotos domésticos, no tratamento do Comumente apresenta áreas de 1,5 a 3 m²/usuário.
lodo ou da parte líquida drenada dos sistemas de adensamento, deságue O dimensionamento do volume deve considerar
e desidratação do lodo. São sistemas eficientes na remoção de sólidos o volume útil (livre dos meios de preenchimento),
suspensos, matéria orgânica e com capacidade de remoção moderada de e não o total do sistema. Recomenda-se a leitura
nitrogênio e fósforo. Tem como saídas o efluente tratado que pode ser das referências para maiores detalhes construtivos
reutilizado ou disposto e biomassa vegetal desenvolvida no sistema. sobre a composição das camadas e confiiguração
das tubulações, de acordo com o tipo de elfuente
a ser aportado.
70 71
A RELEVÂNCIA DO ESGOTAMENTO SANITÁRIO DESCENTRALIZADO | DISPOSIÇÃO FINAL E REUSO
7. Ao longo das diferentes etapas de pro- que um benefício econômico, mas uma
cessamento do lodo, diferentes subpro- melhora significativa no desempenho
dutos são obtidos, seja sólido, líquido ambiental e na sustentabilidade dos
ou gasoso. Estes efluentes apresentam processos de tratamento de esgotos
um grande potencial de uso, na geração domésticos. Os sistemas baseados no
de energia, irrigação, condicionamen- MLF tem se estruturado amplamente
to e fertilização do solo. No entanto, sobre esse conceito, sendo sua flexibi-
se dispostos de forma inadequada ou lidade e adaptabilidade às realidades
utilizados de maneira incorreta, espe- locais uma vantagem (Moya, Sakraba-
cialmente dependendo do nível de tra- ni e Parker, 2019). Podem ser destaca-
tamento ao qual foram submetidos, os dos da literatura o uso dos biossólidos
mesmos podem causar impacto signi- como composto ou condicionante de
ficativo ao meio ambiente e à saúde solo (Cofie e Drechsel, 2005; Bassan
pública. Dessa forma, é fundamental o et al., 2014); a produção de proteína
planejamento e monitoramento da dis- (Lalander et al., 2013; Dortmans et al.,
posição final e/ ou do reuso dos produ- 2017); o biogás proveniente de proces-
tos gerados no processo de tratamento sos anaeróbios (Jordão e Pêssoa, 2011;
de esgotos e lodos. Complementando Dangol e Rajbhandari, 2017); além do
o diagrama do capítulo anterior, Figura reuso planejado da água tratada, es-
5, podemos representar as principais li- pecialmente em regiões com escassez
nhas de efluente/ sub-produtos decor- hídrica (Andreoli, 2009; Bassan et al.,
rentes do tratamento dos lodos fecais e 2014; Tilley et al., 2014). Ainda, o reu-
esgotos domésticos, sendo elas: sólidos so do lodo e efluentes líquidos tratados
grosseiros; fração líquida; gases decor- como fertilizante possui um elevado
rentes dos processos de estabilização potencial, diante da quantidade de ma-
da MO; e o biossólido (lodo estabilizado cronutrientes presentes nas excretas
e eventualmente adequado para uma humanas. A Tabela 3, correlaciona a ofer-
demanda específica). ta destes componentes com a demanda
72 73
CAMINHOS PARA O SANEAMENTO INCLUSIVO NO BRASIL A RELEVÂNCIA DO ESGOTAMENTO SANITÁRIO DESCENTRALIZADO | DISPOSIÇÃO FINAL E REUSO
TRATAMENTO COMPLEMENTAR BIOSÓLIDO (LODO) TOTAL (N-P-K) 5,3 1,0 6,3 7,5 84
1
50L/CAPITA.ANO; 2500L/CAPITA.ANO; *DRANGERT,1998, APUD BASSAN ET AL., 2014
RESÍDUOS SÓLIDOS
do qual derivam, e suas propriedades joritariamente por água. Durante o pro- de., 2018; Tonetti et al., 2018). Esse do-
o tornam, de forma geral, um produto cesso de tratamento dos mesmos, após cumento apresenta nessa seção algu-
Os resíduos sólidos gerados do proces- com grande potencial para inserção no a separação da fração sólida, o lodo do mas soluções para lidar com o reuso ou
so de tratamento de esgotos domésti- mercado agrícola. Tratamento alterna- tratamento, há uma linha de efluen- a destinação final dos efluentes líquidos
cos e do MLF podem ser divididos em tivos, como a vermicompostagem ou o te líquido; essa, inclusive, representa a derivados do tratamento de esgotos sa-
duas categorias amplas, os sólidos gros- processamento de lodo pela mosca sol- maior massa saindo de qualquer siste- nitário e do lodo fecal.
seiros e sedimentáveis e os lodos em si. dado, produzem ainda outros subpro- ma de tratamento. Essa água, já trata-
Os primeiros, derivam da etapa de pré- dutos sólidos, como húmus e proteína da, pode ser reutilizada ou deve receber EFLUENTES GASOSOS
-tratamento e representam uma peque- (Andreoli, Sperling e Fernandes, 2007; uma encaminhamento ambientalmente
na parcela dos sólidos totais oriundos Bassan et al., 2014; Tonetti et al., 2018). A adequado, como a disposição em cor- Uma das principais linhas de sub-pro-
do tratamento como um todo; no en- seguir são apresentadas algumas solu- pos superficiais ou a infiltração no solo, dutos do tratamento do esgoto ou lodo
tanto, dada sua natureza, bastante he- ções consolidadas, ou de grande poten- para recarga de aquíferos. A forma de se fecal é aquela composta pelos gases de-
terogênea e seu difícil tratamento, têm cial, para o aproveitamento dos biossó- proceder com esses efluentes deve ser correntes do metabolismo dos micror-
como destino mais comum o aterro sa- lidos ou para sua disposição adequada. estudada criteriosamente, consideran- ganismos envolvidos nesse tratamento.
nitário. Os lodos, também chamados de do sempre sua qualidade, os padrões Em especial, soluções de tratamento
biossólidos, representam a maior parte EFLUENTES LÍQUIDOS estipulados pela legislação ambiental que se beneficiam de processos anaeró-
dos sólidos que deixam os sistemas de pertinente e de acordo com as caracte- bios de estabilização da matéria orgâ-
tratamento; apresentam característi- Como já abordado anteriormente, os rísticas ambientais locais (Bassan et al., nica, uma vez que esses transformam
cas mais homogênea, embora variada esgotos domésticos e os lodos fecais 2014; Tilley et al., 2014; Brasil. Ministério cerca de 75% do material orgânico bio-
de acordo com o tipo de tratamento (em grande parte) são compostos ma- da Saúde. Fundação Nacional de Saú- degradável em gás (Jordão and Pêssoa,
74 75
CAMINHOS PARA O SANEAMENTO INCLUSIVO NO BRASIL A RELEVÂNCIA DO ESGOTAMENTO SANITÁRIO DESCENTRALIZADO | DISPOSIÇÃO FINAL E REUSO
7.1
Condicionamento de solos
A Aplicação do composto
QUANTIDADE FINAL A SER DEMANDA SUPRIDA DO
TIPO DE REUSO B Carreta para transporte
ENTREGUE USUÁRIO FINAL
2011; Sperling, 2014). Esse gás, prove- outros resíduos orgânicos, ou de fezes
Potenciais e Aplicabilidade Eficiência
niente da decomposição anaeróbica da de animais, para que o sistema torne-se O composto derivado de lodos biológicos possuem um elevado teor de carbono A forma de aplicação e dosagem de lodo
matéria orgânica, também é chamado viável (Vögeli et al., 2014; Rao e Doshi, 2018). e outros nutrientes importantes, como nitrogênio e fósforo. Sua aplicação no solo dependem das características do mesmo e do
diminui a demanda por fertilizantes industrializados, melhora a sua aeração e solo, e da cultura a ser implementada no local.
biogás e é composto por metano, dió- aumenta a sua capacidade de receber e reter água e íons. Essa forma de reuso, além
xido de carbono e alguns outros gases de aumentar a produtividade agrícola, pode fortalecer a relação com os usuários
traço. O metano, além de ser um gás de e autoridades locais. Aplicável em contextos onde há proximidade das áreas de
aplicação, já que o transporte a grandes distâncias pode inviabilizas esse uso.
preocupação no agravamento do efeito
estufa, e que portanto demanda trata-
mento adequado, tem elevado poder Variações Fatores Determinantes
calorífico, o que permite seu reaprovei- O lodo pode ser utilizado diretamente como um composto ou aplicado Proximidade entre estação de tratamento;
em trincheiras profundas, nesse último caso estudos da aplicação de disponibilidade e custo dos meios de transporte;
tamento energético (Sperling 2014). As lodo bruto na silvicultura. áreas de aplicação; interesse e aceitação local para
possibilidades de aproveitamento do uso na agricultura.
biogás são bastante atrativas sempre,
tanto que sistemas de biodigestor fo-
Operação e Manutenção Referências
ram projetados justamente para fazer
O tratamento adequado do composto (lodo) é fundamental; nesse caso CONAMA, 2006b, 2006a; Bassan et al., 2014;
o melhor proveito possível dessa subs- o composto pode ser utilizado normalmente. O uso de equipamentos de Tilley et al., 2014; Tonetti et al., 2018
tância; no entanto deve sempre ser ava- proteção individual é importante.
liada de forma detalhada a capacidade
de produção de gás, sendo comum a
necessidade de co-processamento de
76 77
CAMINHOS PARA O SANEAMENTO INCLUSIVO NO BRASIL A RELEVÂNCIA DO ESGOTAMENTO SANITÁRIO DESCENTRALIZADO | DISPOSIÇÃO FINAL E REUSO
7.2 7.3
C
C
B
Função Dimensionamento Função Dimensionamento
Encaminhamento da fração líquida do lodo tratado. Desde que Varia de acordo com as características do efluente, Aplicação do efluente tratado no solo, propiciando irrigação e/ou Profundidade entre 0,5 e 0,8m e raio de
corretamente tratada e manejada a aplicação no solo, tanto na agricultura do solo e da cultura. Tubulações e valas devem ser infiltração da água. aproximadamente 1,4m, devem ser usadas
quanto no reflorestamento, traz importantes benefícios, com a irrigação, dimensionadas diante da capacidade hidráulica espécies que gostem de elevados níveis de
recuperação de nutrientes e a recarga de mananciais subterrâneos. necessária, atentando a velocidades mínimas e umidade em seu centro e/ou margens (eg:
máximas indicadas. O sistema de armazenamento bananeiras, taiobas etc ).
deve levar em conta a dinâmica de irrigação e
recebimento da água. Atenção especial deve ser
dada aos níveis salinos desse efluente. Potenciais e Aplicabilidade Eficiência
De baixo custo para implementação e operação, esses sistemas simples -
Potenciais e Aplicabilidade Eficiência além de recarregar o aquífero local permitem o reuso da água pelas culturas
Redução da demanda hídrica pela atividade agrícola e da dependência de Varia de acordo com as características do efluente, que circundam. Por serem sistemas superficiais, conseguem operar em
fertilizantes químicos e/ ou minerais, além da recarga das águas subterrâneas. do solo e da cultura. terrenos com o nível subterrânea mais raso do que sumidouros, além de
Melhoria significativa na produtividade da cultura a um baixo custo. Aplicável em propiciar aproveitamento da biomassa cultivada.
contextos onde há proximidade das áreas de aplicação, já que o transporte a
grandes distâncias inviabiliza esse uso. Variações Fatores Determinantes
Uma variação desse sistema são os filtros de mulche, que possuem Disponibilidade de área; nível da água
Variações Fatores Determinantes dimensionamento e estrutura similar, no entanto são plantadas espécies subterrânea; permeabilidade do solo; nível de
Águas residuais podem ser aplicadas por escoamento superficial, em Proximidade entre estação de tratamento; frutíferas no centro do círculo. São estruturas de confecção simples e local, tratamento do efluente.
tubulações ou em valas; ou com fluxo subsuperficial, por meio de tubulações disponibilidade e custo dos meios de sendo preenchido com galhos secos e palha. Estes sistemas podem ser
ou veios com preenchimento vazado. Métodos que favorecem a dispersão transporte; áreas de aplicação; interesse e implementados em formato circular ou prismático. Em locais com solo
aérea ou o contato humano com a água devem ser evitados. O transporte aceitação local para uso na agricultura. muito arenoso é recomendada a aplicação de uma camada de argila nas
do efluente tratado aos locais de aplicação pode ser feito por meio de paredes e fundo do sistema.
tubulações (em casos mais específicos) ou caminhões pipa (mais comum).
78 79
CAMINHOS PARA O SANEAMENTO INCLUSIVO NO BRASIL A RELEVÂNCIA DO ESGOTAMENTO SANITÁRIO DESCENTRALIZADO | DISPOSIÇÃO FINAL E REUSO
7.4 7.5
A Produção de biogás
A Caixa de distribuição
B Rede de biogás: canalização, purificação
B Valas posicionadas em nível
e armazenamento
Recebe
• Esgoto tratado Recebe
• Águas cinzas • Biogás
Encaminha
• Energia térmica
B • Energia elétrica
A
A B
80 81
CAMINHOS PARA O SANEAMENTO INCLUSIVO NO BRASIL A RELEVÂNCIA DO ESGOTAMENTO SANITÁRIO DESCENTRALIZADO | MODELOS DE SERVIÇO E MANUTENÇÃO
MODELOS DE SERVIÇO
Após abordar as diferentes etapas bá- mais nítida e distinta entre as etapas,
COLETIVOS PARA sicas de manejo de esgotos e lodo fe- de forma que usuários, gestão comu-
cal, e exemplificar soluções para cada nitária, profissionais locais de limpeza
A OPERAÇÃO E etapa, é importante ressaltar que, de fossa, gestão pública municipal e/ou
além do arranjo de sistemas estrutu- prestadores de serviço de saneamento
MANUTENÇÃO DOS rais, existem diferentes modelos de recorrentemente fazem parte de uma
serviço para a implementação e opera- mesma cadeia de serviço. Essa carac-
SISTEMAS ção destes sistemas. A definição des- terística permite um leque de arranjos
tes arranjos deve, assim como as tec- institucionais maior e mais flexível do
nologias empregadas, levar em conta que o encontrado em sistemas de es-
as condições e potencialidades locais gotamento sanitário convencionais.
para propiciar mecanismos de atendi- Para além das diferentes estrutu-
mento efetivos e sustentáveis. ras de governança em torno do sane-
Mesmo que grande parte dos servi- amento, que varia entre as localidade
ços de esgoto centralizados sejam efe- e países, é possível categorizar os ato-
tuados por uma única prestadora (seja res envolvidos na cadeia de serviço do
ela pública, privada ou a própria gestão saneamento em três grupos chaves de
municipal), existem arranjos que distri- atores: os usuários do sistema (popu-
buem funções complementares entre lação atendida); as autoridades públi-
diferentes atores. Mesmo nos siste- cas ou organizações responsáveis pela
mas centralizados, além de eventuais legislação e regulação dos sistemas,
divisões de escopo entre as etapas de geralmente voltados à saúde pública
transporte e tratamento de esgoto, a e meio ambiente; e organizações pú-
8.
responsabilidade pela etapa de con- blicas ou privadas que prestam algum
tenção (conexão da tubulação predial serviço na cadeia de valor do esgoto,
de esgoto à rede de coleta de esgoto) e/ou que se beneficiam da recupera-
é comumente dos proprietários dos es- ção de recursos e/ ou aproveitamento
tabelecimentos. Tratando de sistemas de subprodutos (Bassan et al. 2014).
descentralizados, baseados no manejo A Figura 6 apresenta uma distribuição
de lodo fecal, é comum a participação destas categorias entre as diferentes
de uma série de atores na cadeia de etapas da cadeia de serviço de esgoto.
serviço - com responsabilidade distin- Outra forma de representar a ca-
tas entre a contenção e o reuso. A con- deia de valor do esgotamento sanitário
figuração desta forma de atendimento é apresentada de forma resumida na Fi-
de esgoto propicia uma fragmentação gura 7 (Jayathilake et al. 2019). Avaliar e
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CAMINHOS PARA O SANEAMENTO INCLUSIVO NO BRASIL A RELEVÂNCIA DO ESGOTAMENTO SANITÁRIO DESCENTRALIZADO | MODELOS DE SERVIÇO E MANUTENÇÃO
ACESSO COLETA TRATAMENTO REUSO E ções descentralizadas), ou pela conexão adequado desta etapa é de grande rele-
E TRATAMENTO E BENEFICIAMENTO DISPOSIÇÃO
• Usuário
da tubulação predial de esgoto na rede vância para a ampliação do atendimen-
• Autoridade • Usuário • Autoridade • Autoridade de coleta (nas configurações centraliza- to adequado do esgotamento sanitário
pública e • Autoridade pública e pública e
Organizações pública e Organizações Organizações das). No entanto, tratando de contextos no Brasil. A consideração de modelos
interessadas em Organizações interessadas em interessadas em de atendimento em situação precária descentralizados e baseados no mane-
saúde pública e/ou interessadas em saúde pública e/ou saúde pública e/ou
meio ambiente saúde pública e/ou meio ambiente meio ambiente ou com baixo poder aquisitivo, a imple- jo de lodo fecal como forma de aten-
• Entidades • Entidades
meio ambiente
privadas privadas e usuários
mentação adequada destes pode ser dimento, envolve garantir que o lodo
• Entidades
privadas comérciais restrita, sem alguma forma de estímulo gerado e não processado no local seja
ou apoio por parte do poder público ou encaminhado adequadamente. E assim,
prestadora de serviço responsável. Nes- as atividades de coleta e transporte,
tes casos, estruturar programas de difu- dependendo do arranjo local para os
são de tecnologias sociais, financiamen- serviços, podem ser efetuadas de for-
Figura 6: Principais atores
envolvidos nas diferentes etapas do to ou subsídio para a instalação destes ma comunitária ou pela prestadora de
MLF. Adaptado de Rao et al., 2016 sistemas constituem importantes estra- serviço, seja pela assimilação desta ati-
tégias para a universalização do acesso vidade no escopo da prestadora de ser-
estruturar os sistemas de esgotamento et al. 2019). Rao et al. (2016) destaca aos serviços de esgoto. viço, ou pela organização dos serviços
sanitário baseados no manejo do lodo que sistemas que valorizam o reuso existentes de limpa fossa. Neste sentido,
fecal a partir dessa perspectiva, da pro- de produtos derivados dos lodos têm Coleta e Transporte: No caso dos sis- a previsão da coleta programada do lodo
posição de valores entre componentes metade do custo operacional anual da- temas descentralizados, quando os usu- é uma estratégia que permite a formula-
da cadeia de valor, tem sido recorrente queles que apenas tratam o lodo para ários não têm interesse ou disponibili- ção de modelos de prestação condizentes
na literatura e se mostrado uma técnica envio à disposição final. Essa seção se dade para gerir o lodo fecal (retido na com os serviços convencionais de esgoto
contundente para a implementação de propõe a apresentar alguns modelos solução individual) por conta própria e/ (com base em taxas ou tarifas contínuas
diversos projetos piloto e em escala (Rao que têm se demonstrado efetivos, em- ou no próprio local, essas atividades cos- pela coleta de esgoto).
et al. 2016; Kennedy-Walker et al. 2016). bora, claro, seja fundamental reforçar tumam ser terceirizadas para prestado-
Observa-se ainda que a concepção ba- que a determinação do tipo mais ade- res de serviço voltados para a remoção Tratamento: Assim como na etapa
seada em princípios de economia circu- quado depende de ponderação sobre do lodo e transporte do mesmo. Estas anterior, quando os usuários não têm
lar, com forte atenção à valoração dos as particularidades locais. atividades são recorrentemente desem- interesse ou disponibilidade para gerir
subprodutos do tratamento dos lodos Alguns aspectos gerais sobre as penhadas por serviços privados de lim- o lodo fecal (retido na solução individu-
fecais, é um elemento chave em ope- possibilidades referentes às diferentes pa fossa (regulares ou irregulares), mas al) por conta própria e/ou no próprio
rações economicamente sustentáveis, etapas da cadeia de serviço são descri- podem que podem ser oferecidos por local, o tratamento deve ser feito de
que além de possibilitarem a recupera- tos a seguir. associações comunitárias, ou pela pres- forma semi-centralizada ou centraliza-
ção de valor levam a um maior enga- tadora municipal de saneamento (seja da. A operação dos sistemas de trata-
jamento de atores, o que é essencial Contenção: Comumente de responsabi- uma companhia estadual, empresa mento pode ser efetivada pela própria
à permanência dos sistemas (Moya, lidade dos usuários, seja pela instalação privada, autarquia ou pela própria ges- prestadora de serviços de esgoto do
Sakrabani, and Parker 2019; Jayathilake de soluções individuais (nas configura- tão pública municipal). O planejamento município ou, dependendo do escopo
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CAMINHOS PARA O SANEAMENTO INCLUSIVO NO BRASIL A RELEVÂNCIA DO ESGOTAMENTO SANITÁRIO DESCENTRALIZADO | MODELOS DE SERVIÇO E MANUTENÇÃO
territorial de atendimento da prestado- uma estruturação e divisão clara entre PRINCIPAIS ATORES RECURSOS-CHAVE PROPOSIÇÃO RELAÇÃO SEGMENTOS
DE VALOR COM OS CLIENTES DE CLIENTES
ra, por outras instâncias como associa- os papéis das diferentes esferas en- • Autoridades • Adequação
ções comunitárias, gestão pública mu- volvidas, públicas e privadas, buscan- públicas tencológica de • Acesso ao es- • Venda de soluções • Pontos de
• Fornecedores de equipamentos gotamento sa- • Serviço por geração não liga-
nicipal ou outras organizações. do sempre mediar da melhor maneira tecnologia • Mão de obra nitário e ganhos solução dos à rede
possível os conflitos de interesse exis- • Instituições • Investimento com reuso • Contrato com (PF e PJ)
financeiras • Licenciamento das • Coleta progra- munícipio • Coleta do LF
Reuso ou disposição final: Após o tra- tentes entre elas (Anh, Koottatep, and • Organização civil atividades mada • Direto ou por • Transporte do LF
tamento, os subprodutos podem ser Polprasert 2018; Murray et al. 2011; • Institutos de P&D • Transporte contratos • Tratamento
(como universidades) seguro com • Serviço individu- do LF
descartados adequadamente ou apro- Bassan et al. 2014). destinação con- al ou coletivo • Valoração de LF
veitados para processos produtivos. O primeiro passo na determinação trolada
• Tratamento
• Contrato
com munícipio
• Valoração de
outros elementos
No caso dos biossólidos isso envolve o do modelo de serviço a ser seguido é o ATIVIDADES-CHAVE CANAIS ambientalmen- • Direto (como biogás)
te adequado ou por contratos • Relação com
encaminhamento do material para lo- levantamento do arranjo institucional já • Produtos de • Vendas os clientes
• Soluções individuais • Distribuidores
cais apropriados para a disposição final implementado, buscando identificar e/ • Coleta de LF • Companhias alta qualidade dos subprodutos
como composto • Distribuição
como resíduo sólido em aterros sani- ou revisar atribuições e responsabilida- • Transporte de LF do setor
• Energia reno- dos subprodutos
• Tratamento de LF • Direto
tários ou para reuso em propriedades des e, ao mesmo tempo, elencar carên- • Valoração de LF • Municipalidade vável e social- • Refinamento
mente respon- dos subprodutos
agrícolas ou industriais - que envolvem cias referentes às etapas necessárias ao • Valoração de outros
elementos (como
• Boca-a-boca
• Panfletos e outras sável • Contratos
empresas, pequenos produtores ou or- MLF, considerando sempre as necessi- biogás) mídias de compras
• Relação com os de energia
ganizações públicas. dades e desdobramentos específicos ao clientes
contexto local. Rao et al. (2016) adapta o
Antes de apresentar os modelos em si, método Canvas, muito difundido na ela-
ESTRUTURA DE CUSTOS FLUXOS DE RECEITA
é importante abordar as formas como boração de modelos de negócios, para
comumente se dão as relações entre levantar as principais etapas e atores do • Capex (caminhão, ETL, equipamentos etc)
• Opex (mão de obra, insumos etc)
• Comercialização da solução e reuso de produtos
• Taxas de coleta
os atores da cadeia de valor. A litera- MLF e associar (por cores) estudos de • Juros • Transporte
• Taxas de esgoto, recebimento de LF e apoio
tura destaca duas maneiras principais, valor. O mapa criado, Figura 8, pode ser governamental
a “coopetição”, que é a emergência de utilizado como pano de fundo num pla- • Venda produtos
• Energia
negócios independentes para suprir nejamento inicial. Esse documento irá
demandas específicas e aparentes na exemplificar formatos que se demons-
CUSTOS SOCIAIS E AMBIENTAIS BENEFÍCIOS SOCIAIS E AMBIENTAIS
cadeia de valor do esgotamento sani- traram eficientes em outros países (ba-
tário e que, mesmo competindo entre seando-se em estudos de caso). Com • Exposição de agentes em contato direto com LF • Melhoria da saúde e qualidade ambiental
• Tratamento não adequado levando a impacto no • Melhora de aspectos agropecuários
si, se beneficiam da cooperação e/ou isso, pretende-se uma estruturação reuso e/ou disposição do LF • Uso de energia renovável
eventual associação. Esse modelo sur- mais detalhada das relações institucio- • Criação de pontos de trabalho
86 87
CAMINHOS PARA O SANEAMENTO INCLUSIVO NO BRASIL A RELEVÂNCIA DO ESGOTAMENTO SANITÁRIO DESCENTRALIZADO | MODELOS DE SERVIÇO E MANUTENÇÃO
Setor público Políticas públicas e/ou legislação Setor público P Políticas públicas e/ou legislação B
Sociedade civil organizada e/ou ONG Fiscalização Sociedade civil organizada e/ou ONG B Fiscalização N
Custo para o usuário Lançamento inadequado de LF Custo para o usuário NA Lançamento inadequado de LF B
Subsídios Subsídios P
B - benéfico, essencial ao modelo; P - positivo, pode ajudar o modelo; N - não te influência; B - benéfico, essencial ao modelo; P - positivo, pode ajudar o modelo; N - não te influência;
NA - não se aplica ao modelo NA - não se aplica ao modelo
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CAMINHOS PARA O SANEAMENTO INCLUSIVO NO BRASIL A RELEVÂNCIA DO ESGOTAMENTO SANITÁRIO DESCENTRALIZADO | MODELOS DE SERVIÇO E MANUTENÇÃO
TRANSPORTE
subprodutos gerados. Um exemplo foi lodos fecais pela formalização e cen-
a implementação de sistemas biodiges- tralização da cadeia de esgotamento
tores pelo Comitê Internacional da Cruz sanitário no poder público. Os serviços,
Vermelha em prisões no Nepal, nas Fi- geralmente voltados às etapas de cole-
TRATAMENTO COLETIVO Tratamento lipinas e em Ruanda, o biogás gerado ta, transporte e tratamento, são efetu-
pelos sistemas e utilizado nas cozinhas ados a partir da cobrança de taxa ou
Capex Composto/
para a produção das refeições, gerou tarifa fixa para sustentar o serviço. Em-
LF Tratado
& Opex Biogás uma economia energética nos locais de bora o reuso possa ser levado em con-
até 41%. (Rao e Doshi 2018; Rao et al. sideração ainda no âmbito público, é
2016; Silva 2014). comum que esta etapa envolva atores
REUSO/ Disposição
Reuso
privados. Há, no entanto, importantes
DISPOSIÇÃO FINAL final MODELO VOLTADO PARA potenciais para reuso pelas instâncias
A GESTÃO PÚBLICA
públicas, como na manutenção de áre-
Esse modelo é bastante recorrente e se as vegetadas do município (irrigação e
Recursos
recuperados institucionaliza, de forma geral, diante condicionamento do solo) e aprovei-
Subsídio Gestor, Prestador de serviços e/ da prestação de serviço de esgoto pela tamento energético nas estações para
Usuário
do sistema
regulador e ou usuários de produ- gestão pública municipal, autarquia ou redução dos custos operacionais. (Rao
Normatização entidades tos derivados
companhias públicas de esgotamen- et al. 2016).
$ to sanitário. Nesse modelo o foco está Esse modelo também é bastante di-
no controle da disposição incorreta de fundido, especialmente em locais onde
90 91
CAMINHOS PARA O SANEAMENTO INCLUSIVO NO BRASIL A RELEVÂNCIA DO ESGOTAMENTO SANITÁRIO DESCENTRALIZADO | MODELOS DE SERVIÇO E MANUTENÇÃO
Subsídios N
TRANSPORTE
a responsabilidade pelo esgotamento po que envolve a verificação das solu-
sanitário é depositada sobre a gestão ções individuais dos usuários, o contro-
pública, autarquias ou prestadoras de le e organização dos serviços existentes
Coleta/ serviços públicos, como é o caso de de limpa fossa e o tratamento do lodo
TRATAMENTO COLETIVO Transporte/ grande parte dos municípios brasileiros. coletado (Kipnis, Pastor E Castro 2020).
Tratamento
Um importante exemplo, mas que não Um outro exemplo, agora na Malásia,
Capex Recursos
inclui necessariamente a etapa de reu- em que foram constituídas autarquias
LF Tratado
& Opex recuperados so no escopo, é a iniciativa da CORSAN e empresas públicas para suprir essa
(Companhia Riograndense de Sanea- demanda, com a criação do Consórcio
mento),voltada para o atendimento de de Águas Indah (IWK, do seu acrônimo
REUSO/ Disposição
Reuso
esgoto por meio da coleta programada em inglês). Esta instância, vinculada ao
DISPOSIÇÃO FINAL final
de lodos fecais. Após um trabalho arti- ministério das finanças, mas com mode-
culado com agência reguladora do es- lo de operação privado, recebeu a con-
tado e ministério público, foi aprovado cessão exclusiva da gestão dos lodos
Recursos
recuperados este modelo de atendimento, com foco fecais na porção peninsular do país em
LF Gestor, Prestador de serviços e/ na universalização de áreas de ocupa- 1993. O IWK foi responsável até 2006
Usuário
do sistema
regulador e ou usuários de produ- ção com menor densidade (zonas pe- pelo atendimento de mais de 2 milhões
Tarifa entidades tos derivados
ri-urbanas e rurais), com a previsão de de sistemas isolados, quando um novo
$ aplicação em 24 municípios até o fim de marco regulatório abriu o mercado para
2022. Neste modelo é previsto um esco- o setor privado (Rao et al. 2016).
92 93
CAMINHOS PARA O SANEAMENTO INCLUSIVO NO BRASIL A RELEVÂNCIA DO ESGOTAMENTO SANITÁRIO DESCENTRALIZADO | MODELOS DE SERVIÇO E MANUTENÇÃO
Subsídios P
TRANSPORTE
MODELO COM BASE
de forma a garantir uma atratividade de
EM SERVIDORES PRIVADOS
mercado. Como o quadro de aspectos
Nesse modelo a cadeia de esgotamento chave demonstra, a implementação de
Coleta/ sanitário é completamente efetuada por regras e padrões de serviço e de fiscaliza-
TRATAMENTO COLETIVO Transporte/ uma ou mais entidades privadas que lu- ção são pontos importantes a serem de-
Tratamento
cram das taxas de coleta, da cobrança sempenhados pelas autoridades locais,
Capex Recursos
pelo recebimento do lodo nas estações de forma a garantir a qualidade do servi-
LF Tratado
& Opex recuperados de tratamento e, sempre que houver ço prestado à população. (Rao et al. 2016)
demanda local, da venda de subprodu- Implementado em Mali e Benin, o
tos do tratamento do lodo. Nesse mo- modelo completamente privado partiu
REUSO/ Disposição
Reuso
delo o grande desafio é a obtenção de de duas iniciativas distintas. No primei-
DISPOSIÇÃO FINAL final
lucro na etapa de tratamento dos lodos, ro, foi criado como uma expansão das
nesse sentido, o modelo é comumente atividades da companhia local de coleta
aplicável em situações onde o governo e disposição de resíduos sólidos urbanos
Recursos
recuperados tem interesse na privatização dos ser- em Mali com apoio do Programa de De-
LF Gestor, Prestador de serviços e/ viços de esgotamento sanitário ou não senvolvimento das Nações Unidas (PNUD),
Usuário
do sistema
regulador e ou usuários de produ- possui capacidade para prestá-lo. Assim prevendo o tratamento e beneficiamen-
Tarifa entidades tos derivados
é comum haver incentivos e/ ou sub- to do lodo para comercialização como
$ sídios por parte de governos e outras composto. No entanto, a pouca adesão
entidades nas etapas mais deficitárias, de atores locais, a longa distância da es-
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CAMINHOS PARA O SANEAMENTO INCLUSIVO NO BRASIL A RELEVÂNCIA DO ESGOTAMENTO SANITÁRIO DESCENTRALIZADO | MODELOS DE SERVIÇO E MANUTENÇÃO
Capex
PONTO DE GERAÇÃO
& Opex
tação e a não implementação da etapa viços prestados e conscientização dos
de beneficiamento do lodo levaram a operadores. O modelo, além de prever
uma curta duração do programa. Já em a rescisão da licença em casos de não
Benin a iniciativa partiu de uma compa- cumprimento de padrões mínimos de
CONTENÇÃO/ Sistema
nhia local que implementou o sistema qualidade e, especialmente, no caso de
TRATAMENTO LOCAL Individual de tratamento e estimulou a formação lançamento inadequado do lodo, e ge-
de uma associação dos coletores de rar arrecadação pela emissão das licen-
lodo, com isso o sistema é autogerido e ças, também permite as autoridades
auto fiscalizado pelos próprios agentes locais terem um conhecimento local
privados. Embora o sistema aparente mais detalhado a respeito da cobertu-
COLETA LF $
uma funcionalidade prática, contem- ra por soluções individuais quando há
plando inclusive a venda de composto acompanhamento próximo das ativida-
produzido a partir do lodo tratado, há des de coleta.
indicativos de que aspectos sanitários Diversas cidades africanas operam
TRANSPORTE estejam em níveis precários (Rao et al. sobre esse modelo, em Kumasi, Gana,
2016). Esses dois exemplos demonstram a assembleia municipal é responsável
a forte necessidade de interação do po- pela expedição de licenças e determi-
der público com outros atores da cadeia nação de padrões de serviço, sendo
Coleta/ de esgotamento sanitário, seja pelo in- prevista a revogação da licença de ope-
TRATAMENTO COLETIVO Transporte/ centivo à manutenção dos serviços, seja ração em casos de desrespeito as regu-
Tratamento
pela garantia de sua qualidade. lamentações. Já em cidades no Quênia,
Capex Recursos
diferentes licenças são requeridas, cada
LF Tratado
& Opex recuperados MODELO LICENCIADOR uma atrelada a um diferente órgão go-
O modelo licenciador funciona, estrutu- vernamental, como a municipalidade,
ralmente, de forma parecida ao anterior, que regula a atividade comercial, e a au-
REUSO/ Disposição
Reuso
no entanto, com uma mudança crucial toridade ambiental nacional, que expe-
DISPOSIÇÃO FINAL final
que é a expedição de licenças de ope- de uma licença específica para os cami-
ração por parte das autoridades locais, nhões de coleta, que devem apresentar
dessa maneira o governo se abstém da condições adequadas de operação. Na
Recursos
recuperados prestação direta do serviço mantendo, cidade de Kampala, em Uganda, a ins-
LF Gestor, Prestador de serviços e/ por outro lado, a possibilidade de con- talação de dispositivos de rastreamen-
Usuário
do sistema
regulador e Licenciamento ou usuários de produ- trole do mesmo. A expedição de licença, to em diversos caminhões coletores de
Tarifa entidades tos derivados
normalmente condicionada a uma taxa lodo, além de prevenir o lançamento
$ cobrada pelo poder público, serve como inadequado de lodo, resultou num ma-
momento propício a inspeção dos ser- peamento preciso dos pontos de coleta,
96 97
CAMINHOS PARA O SANEAMENTO INCLUSIVO NO BRASIL A RELEVÂNCIA DO ESGOTAMENTO SANITÁRIO DESCENTRALIZADO | MODELOS DE SERVIÇO E MANUTENÇÃO
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CAMINHOS PARA O SANEAMENTO INCLUSIVO NO BRASIL A RELEVÂNCIA DO ESGOTAMENTO SANITÁRIO DESCENTRALIZADO | FIGURAS, TABELAS E GRÁFICOS
TABELAS FIGURAS
Tabela 1: Características de manobrabilidade, capacidade, velocidade e au- Figura 1: Etapas da rede de esgotamento sanitário no MLF
tonomia de deslocamento para diferentes soluções de transporte de LF
Figura 2: Cadeia de serviço do esgotamento sanitário por modelos descen-
Tabela 2: Nutrientes disponíveis nas excretas humanas e demanda nutri- tralizados ou semi-centralizados
cional para a produção de 250kg de grãos
Figura 3: Diagrama de auxílio à decisão do tipo de solução a ser utilizado
na coleta de lodo fecal
Quadro 1: fatores que influenciam na determinação de soluções e tecnolo- Figura 6: Principais atores envolvidos nas diferentes etapas do MLF
gias de contenção de lodo fecal
Figura 7: Diagrama de fluxos e relações no modelo de sistemas isolados
Quadro 2: Quantidade de combustível requerida e demanda equivalente com recuperação de recursos
suprida em diferentes usos do LF
Figura 8: Diagrama de fluxos e relações no modelo voltado para a gestão
Quadro 3: Modelo CANVAS destacando a relação entre proposições de va- pública
lor atividades envolvidas no MLF
Figura 9: Diagrama de fluxos e relações no modelo baseado em servidores
Quadro 4: Aspectos chave que podem influenciar os modelos de serviço privados
envolvido no MLF
Figura 10: Diagrama de fluxos e relações no modelo licenciador
Quadro 5: Aspectos chave que influenciam o modelo baseado em sistemas
isolados com recuperação de recursos
110 111
CAMINHOS PARA O SANEAMENTO INCLUSIVO NO BRASIL A RELEVÂNCIA DO ESGOTAMENTO SANITÁRIO DESCENTRALIZADO | LISTA DE SIGLAS
SIGLAS
ABES-SP - Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental de São Paulo PNAD – Pesquisa Nacional por Amostra de Domicilios
AGERGS – Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos Delegados do Rio Grande do Sul PNAD-C – Pesquisa Nacional por Amostra de Domicilios Contínua
CAGECE – Companhia de Água e Esgoto do Ceará PNSR – Programa Nacional de Saneamento Rural
CENTRAL - Central de Associações Comunitárias para Manutenção de Sistemas de Saneamento PRODES - Programa Despoluição de Bacias Hidrográficas
CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente PROSAB – Programa de Pesquisas em Saneamento Básico
CORSAN – Companhia Riograndense de Saneamento SABESP – Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo
EMBRAPA – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária SISAR – Sistema Integrado de Saneamento Rural
ETE – Estação de Tratamento de Esgoto SNIS – Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento
FAPESP – Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo UNICEF – Fundo das Nações Unidas para a Infância
FINEP – Financiadora de Estudos e Projetos BMFG - Bill and Melinda Gates Foundation
FUNASA – Fundação Nacional de Saúde BORDA - Bremen Overseas Research and Development Association Organization
ODS – Objetivo de Desenvolvimento Sustentável CDD Society - The Consortium for DEWATS Dissemination Society
OMS – Organização Mundial da Saúde ENPHO - Environment and Public Health Organization
ONU – Organização das Nações Unidas NSSMP - National Sewerage and Septage Management Program
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EQUIPE TÉCNICA
AUTORES DIAGRAMAÇÃO
Tomaz Gregori Kipnis COTA 760
Paulo Bernardo Neves e Castro Marília Müller
REVISÃO DE TEXTO
Gisela Monroe
Rafaela Marques
TIPOGRAFIA
Montserrat
Open Sans