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artigo de fundo/editorial

Nesta unidade didáctica, vamos abordar o texto jornalístico, especificamente o artigo de fundo ou
editorial.

Nascimento & Pinto (Nascimento, Zacarias & Pinto, José Manuel de Castro, A Dinâmica da Escrita –
Como Escrever com Êxito, 2ª Edição, Lisboa, Plátano Editora, S/A, 2003) definem editorial como um
texto onde a direcção de um jornal ou revista expressa publicamente a sua posição sobre algo relevante
da actualidade.

Sendo pertença do texto opinativo, tal como a crónica, a critica e o comentário, o editorial assume,
todavia, um estatuto particular, na medida em que implica, de modo especial, a credibilidade da
publicação.

Este tipo de texto exige sempre uma estrutura límpida e uma linguagem Clara, concisa, directa e digna,
exigências próprias de uma voz que se apresenta como líder de opinião, sabendo, portanto, identificar e
analisar factos ou problemáticas que interessam à opinião pública, contextualizando-os, fazendo
comparações com situações similares, retirando conclusões, formulando juízos.

Nesta óptica, vamos identificar e caracterizar as partes do editorial, os tipos de artigo de fundo, o seu
estilo discursivo e a sua importância para a sociedade.

No domínio do funcionamento da língua, estudaremos a variação da Língua Portuguesa no espago: no


Brasil e em Moçambique.

1. Editorial/ Artigo de fundo

Na concepção de Rei (Rei, J. Esteves, Curso de Redacção de O Texto II, Porto, Porto Editora, 2000, pág.
131), o editorial pertence ao grupo de textos interpretativos para que tende o jornalismo moderno
(comentário, critica e a crónica), nos quais os seus autores se debruçam sobre o que acontece e, como
refere Luísa Santamara (1990: 61) «servem para mudar o mundo e, em certas ocasiões, para mudar a
vida». Para Jean-Luc Martin-Lagardette, apud Rei (2000, pág. 132), é um artigo «tomando posição sobre
um facto da actualidade e comprometendo a responsabilidade moral do jornal».
De entre as várias funções do editorial, destacam-se as seguintes:

Explicar os factos;

Apresentar antecedentes;

«Predizer» o futuro;

Formular juízos.

Ora, o artigo de fundo pode apresentar-se sob diferentes subgéneros, nomeadamente:

Editorial polémico – em que se combatem posições contrárias e se procura convencer pela via da
argumentação. Visa desmontar as teses dos adversários.

Editorial interpretativo – baseando-se em dados científicos, o editorialista estuda pormenorizadamente


os factos e as declarações que constituem o tema, fornecendo os elementos necessários à sua
compreensão ou à formulação de juízos sobre os mesmos. Num segundo momento, expõe a sua posição
subjectiva, isto é, as conclusões que o editorialista considera serem as mais acertadas e para as quais os
leitores já ficaram sensibilizados.

Editorial objectivo ou analítico – expõe os dados e os factos muito objectivamente, apontando mais
explicações e emitindo sentenças, como que evitando pronunciar-se sobre o erro ou a verdade, o bem
ou o mal dos dados avançados.

Sob o ponto de vista estilístico, o editorial ou artigo de fundo pauta-se pela dignidade e seriedade
linguísticas, de maneira a manter a autoridade perante o público.

Aliado a estes dois componentes, encontram-se a clareza, a brevidade e a concisão. Nota-se o


desaparecimento do eu do editorialista, substituído pelo nós. Cumpre o seguinte raciocínio: premissa
maior, caso concreto e conclusão previsível. Evita parágrafos evasivos, para não recorrer a subterfúgios,
que acabam por dar origem a equívocos e ambiguidades.

A estrutura do editorial divide-se em três momentos fundamentais:


I. Apresentação do problema;

II. Exposição das consequências do problema;

III. Tomada de posição.

Assim, para a elaboração de um artigo de fundo, deve-se:

Primeiro, apresentar o tema;

Segundo, expor as suas implicações e consequências;

Terceiro, tomar uma posição pessoal, adoptando uma conduta, (propondo) uma solução e traçando um
rumo.

O parágrafo final é de importância crucial.

Bibliografia

FERNÃO, Isabel Arnaldo; MANJATE, Nélio José. Português 12ª Classe – Pré-universitário. 1ª Edição.
Longman Moçambique, Maputo, 2010.

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