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RESUMO Este trabalho tem por objetivo apresentar os resultados de um curso de língua
portuguesa para refugiados venezuelanos residentes em Manaus. O curso faz parte do projeto
“Resposta à emergência – atendimento aos solicitantes de refúgio e refugiados em Manaus” da
parceria entre o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) e Cáritas
Arquidiocesana de Manaus. As aulas seguiram os fundamentos da abordagem comunicativa,
que compreende o contexto e o público a que se destina e leva à promoção da competência
comunicativa do aluno. Essa abordagem propõe que a língua é aprendida a partir de seu uso nos
diversos contextos de comunicação. As aulas contaram com apoio de recursos multimídia para
melhor compreensão, além do livro “Pode entrar. Português do Brasil para refugiados e
refugiadas”. O curso de nível básico de cem horas/aula abordou situações cotidianas e os usos
orais e escritos da língua portuguesa com utilização de conceitos básicos. No curso os alunos
seguiram os temas dos capítulos propostos pelo livro, que prevê situações como a chegada ao
Brasil, emissão de documentos, emprego, transporte, cultura, cidadania e direitos humanos. A
partir desses capítulos as atividades de conversação foram realizadas, visando sempre sua
aplicabilidade em situações reais, os tópicos de gramática foram tratados de forma a esclarecer
dúvidas a respeito do uso adequado das formas gramaticais em questão. Ao final do curso os
alunos conseguiram pedir informações básicas, responder alguns questionamentos, formular
sentenças simples, além escrever pequenos parágrafos em língua portuguesa. Os avanços na
aquisição da língua são pequenos, porém com um significado especial, pela situação de risco,
dificuldades enfrentadas desde a saída de seu país de origem, no Brasil, em Manaus e a
possibilidade de reconstruir suas vidas em um país de língua portuguesa.
Os resumos deverão conter de 200 a 300 palavras, com no mínimo três palavras-
chave.
2 ABORDAGEM COMUNICATIVA;
A abordagem pode ser considerada, portanto, mais ampla e flexível, pois compreende
o contexto e o público a que se destina e leva à promoção da competência comunicativa do
aluno. Abrahão (2015, p. 27) sintetiza os princípios norteadores da abordagem comunicativa,
propostos por Larsen-Freeman (1986) e Almeida Filho (2013) que abrange:
– priorização, nos planejamentos, dos aspectos semânticos (e discursivos) da língua alvo, e não
dos aspectos gramaticais; – ensino da gramática em nível discursivo e pragmático;
– avaliação da proficiência por meio de unidades discursivas reais que o aprendiz pode, de
fato, realizar.
É sabido que nem sempre todos esses princípios foram completamente utilizados nas
salas de aula que utilizam a abordagem comunicativa, já que outros fatores como grande
número de alunos por sala, escassez de recursos didáticos, interferências institucionais e até o
próprio contexto cultural são pontos que podem interferir no sucesso de utilização eficiente
dessa abordagem.
A abordagem comunicativa enfoca que a língua é aprendida a partir de seu uso nos
diversos contextos de comunicação, e o professor facilita e promove a integração do aprendiz
às situações em que a língua é usada, promovendo, dessa forma, atividades voltadas para o
prático da língua que se estuda. A gramática, dentro dessa abordagem, não é tomada como
modelo suficiente para promover o aprendizado da língua, porém, é utilizada para explicar
algumas regras de uso na língua-alvo para que não haja uma utilização indevida de certas
formas.
Brown (1994), baseado nos postulados de Nunam para essa abordagem, lista outras
características que são aprender a comunicar-se já na interação com a língua que se estuda,
utilização de textos autênticos, experiências pessoais dos alunos nesse processo de
aprendizagem, oportunizar a aprendizagem de forma geral para formação do aluno e não tão
somente na linguagem, encaminhamentos para uma utilização da linguagem aprendida em
sala de aula para situações fora de sala.
4 AULAS E RESULTADOS
5 CONCLUSÃO
6 REFERENCIAS
ABRAHÃO, M. H. V. Algumas reflexões sobre a abordagem comunicativa, o pós-método e a
prática docente. EntreLínguas, Araraquara, v.1, n.1, p.25-41, jan./jun. 2015
o objetivo não é fazer com que os indígenas tenham uma prática escrita do português,
mas sim com que eles consigam se comunicar em atividades comuns, como ir ao
supermercado, tirar documentos, entre outras.
http://coral.ufsm.br/lec/02_01/MarcioLC6.htm
A ABORDAGEM COMUNICATIVA NA AQUISIÇÃO DE LÍNGUA
ESCRITA
Marcos Gustavo Richter
Márcio Balbinot
1. INTRODUÇÃO
5. CONCLUSÃO
Com base no que foi discutido, percebe-se que na abordagem comunicativa é preciso
levar em conta cuidadosamente um fator crucial: a adoção de uma metodologia que
favoreça a motivação aos estudantes a fazerem coisas com a linguagem que eles
estão aprendendo. Sabemos que o ensino tradicional, em que o aluno é submetido a
exaustivos e repetitivos exercícios que o deixam impaciente, desinteressado e limitado
em sua expressão lingüística, não é adequado para que ele adquira a língua escrita
(embora possa saber a respeito delaconhecendo gramática). Ao longo dos anos, esse
aluno pode chegar, pela via tradicional, a um desempenho medíocre ou mesmo ruim,
sendo antes a exceção do que a regra aqueles que, apesar do ensino tradicional,
chegam a ser bons autores. Assim, o conhecimento gramatical, nas palavras de
Geraldi (1996), não é, em seu todo, necessário para aquele que quer aprender a ler
criticamente e a escrever exitosamente.
Portanto, se optarmos pela abordagem comunicativa – que se caracteriza pelo ensino
por tarefas e baseia-se na hipótese de que a aprendizagem de uma língua se dá
quando os estudantes são orientados pelo professor a usarem a linguagem de forma
pragmática para mediar significados para um propósito – torna-se maior a
probabilidade de que o aluno se envolva nas tarefas, tenha mais liberdade de se
expressar e, conseqüentemente, de adquirir a língua escrita.
BIBLIOGRAFIA:
ALMEIDA FILHO, J. C. P. de. Dimensões comunicativas no ensino de
línguas. Campinas, SP: Pontes, 1993.
BROWN, H. D. Teaching by principles: na interactive approach to language
pedagogy. New Jersey: San Francisco State Univesrsity, 1994.
ELLIS, R. SLA Research and language teaching. New York: Oxford University
Press, 1997.
GERALDI, J. W. Linguagem e ensino: exercícios de militância e
divulgação. Campinas, SP: Mercado de Letras – ALB, 1996.
NUNAN, D. Designing tasks for the communicative
st
classroom. 1 ed. Cambridge: Cambridge University Press, 1989.
PERERA, K. Language acquisition and writing. In: FLETCHER, P. e GARMAN, M.
(eds.) Language acquisition: studies in first language
development. 2 ed. Cambridge: University Press, 1986.
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