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Desvendando a Digitalização nos processos industriais

As pessoas utilizam o sistema sensorial para perceber o que está


acontecendo ao seu redor. As informações obtidas pelos estímulos
do ambiente são transmitidas e processadas pelo sistema nervoso
central através de sinais elétricos e nos dão uma percepção do que
estamos sentindo. Culturalmente, os sentidos são divididos em
cinco grupos:

Culturalmente, os sentidos são divididos em cinco grupos: visão,


audição, paladar, olfato e tato.
Cada um desses sentidos responde à um fenômeno físico
específico. Os olhos possuem células sensíveis à luz, o aparelho
auditivo é sensível à vibração das ondas mecânicas, e as papilas
gustativas são sensíveis aos diferentes sabores, como doce, ácido,
salgado e azedo. No nariz se encontram células sensíveis às
partículas dispersas no ar, e principalmente na pele estão situadas
diversas terminações nervosas associados ao calor, frio, dor, tato
etc.

Assim como as pessoas utilizam os sentidos para perceber o


mundo ao redor, nos sistemas automatizados também são
utilizados sensores para perceber o que está acontecendo durante
o processo.
O que são sensores?
Sensores são componentes eletrônicos que permitem a um
equipamento interagir com o mundo. Esses componentes são
instalados em linhas de produção e atuam na transformação de
grandezas físicas em sinais elétricos para coletar informações.
Essas informações, por exemplo, podem ser temperatura, pressão,
presença, umidade ou intensidade luminosa.
Sem sensores não há dados.
O sinal gerado pelos sensores pode ser utilizado diretamente −
como no caso de um termômetro de mercúrio que se expande com
o aumento de temperatura e exibe seu valor através de uma escala
− ou também pode ser convertido em outra forma de energia
através de um transdutor, como no caso de um termorresistor Pt-
100, que possui normalmente como saída um sinal de tensão entre
0 e 10 V ou um sinal de corrente de 4 a 20 mA. Eles podem ser
utilizados apenas para medição, na qual o valor medido é exibido
em um indicador, ou serem utilizados pelo sistema de controle.

 
Na indústria, os sensores são utilizados basicamente para
identificar se há ou não algo na frente do sensor, ou para
verificar se as variáveis do processo estão dentro dos limites
de operação. Dessa forma, os sensores podem ser
classificados, de acordo com o sinal de saída, como digital ou
analógico.

Os sensores com saída digital apresentam apenas dois estados:


ligado/desligado ou acionado/desacionado. Um exemplo de
sensor com saída digital é um botão que, ao ser pressionado,
envia um sinal para o sistema realizar uma ação. A entrada do
sensor também pode ser variável e acionar a saída apenas a
partir de um certo valor (imagem da direita a seguir). São
utilizados para detectar eventos ou transições de estados.

Os sensores com saída analógica apresentam diversos valores


de um sinal de entrada contínuo ao longo de sua faixa de
medição. Assim, podem representar o comportamento ao
longo do tempo da variável medida. Um exemplo de sensor
com saída analógica é o CCD (dispositivo de carga acoplada),
utilizado para captação da intensidade de luz do ambiente
para a formação das imagens nas câmeras fotográficas. Outro
exemplo é o sensor de pH (potencial hidrogeniônico), que
possibilita indicar o nível de pH, o que permite descobrir se
uma solução líquida está alcalina, ácida ou neutra.
 

Como observado, os sensores desempenham um importante papel


no monitoramento dos processos automatizados, pois com o
auxílio deles é que os sistemas conseguem detectar eventos e
sentir o comportamento do sistema.
As informações aquisitadas pelos sensores precisam ser
transmitidas para um circuito eletrônico que pode estar
diretamente conectado ao sensor ou situado em outro local
remoto. Esses dados também podem ser transmitidos via
protocolos de comunicação até o circuito de processamento.
É no circuito de processamento que são definidas as regras e
ações que devem ser realizadas de acordo com a lógica de
operação do sistema. Na indústria, esse processamento é
normalmente realizado por CLPs (controlador lógico
programável), mas também pode ser por sistemas embarcados,
computadores ou sistemas web. Já, para aplicar essas regras e
ações, são utilizados atuadores
Dessa forma, os sistemas automatizados conseguem realizar
operações de acordo com a ocorrência de eventos ou de níveis de
sinais medidos pelos sensores, para poder processá-los no sistema
de controle e, então, realizar suas ações por meio dos atuadores.
SAIBA MAIS...

Clique nos ícones abaixo e conheça mais sobre os tipos de


sensores e suas aplicações.

link
O que são sensores?
link
Tipos de sensores

link
Sensores na indústria textil

E como os dados gerados pelos sensores


podem ser armazenados?
Para isso, utilizamos a tecnologia de Computação em Nuvem, que
será abordada a seguir.

Armazenamento de
Dados
 

Os dados gerados a partir da implantação de sensores em linhas


de produção precisam ser armazenados para depois serem
analisados. Para o armazenamento de dados é indicada a
utilização da tecnologia de Computação em Nuvem.

A Computação em Nuvem (Cloud Computing) pode ser


compreendida como um modo pelo qual os usuários acessam, por
meio da Internet, os recursos computacionais disponíveis, sendo
que tais recursos têm capacidade de se adaptar às necessidades
desses usuários (clientes)
Assim, a nuvem é um grande reservatório de recursos que foi
construído para se adaptar às necessidades de armazenamento de
dados de seus clientes e estar disponível em tempo real por meio
da Internet.

Para melhor entender as formas de armazenamento de dados,


acompanhe na linha do tempo a evolução dos sistemas de
armazenamento.
1880
O cartão perfurado, inventado no século XIX, foi o precursor da
memória usada em computadores.
1950

A fita magnética, originalmente inventada para gravar áudio, se


tornou na década de 1950 o novo método para o armazenamento
de dados.
1962

Já na década de 1960 é lançado o primeiro compacto audiocassete


com capacidade de armazenamento de 600 kB em cada lado.
1963

O primeiro disco de memória removível (conhecido hoje como


HD externo) tinha capacidade de memória de 2.6 MB.
1971

Os disquetes, que começaram a ser produzidos com 8" e


capacidade de armazenamento de 80 kB, evoluíram para 5.25"
com armazenamento de 1.2 MB.
1990

Inventado em 1982 originalmente para áudio, com a versão de


1990, que permitia gravar e apagar arquivos, o CD passou a ser
utilizado na informática por sua capacidade de armazenamento de
até 700 MB, o equivalente a 486 disquetes.
1994

O Zip drive, com capacidade de 100 MB, tinha a proposta de


substituir o disquete, mas não chegou a conquistar mercado.
1995

Foi desenvolvida a evolução do CD.

O DVD chegou com uma capacidade de armazenamento de 4,7


Gb.
1999

O cartão de memória, com capacidade de 1GB, chegou com a


proposta de aumentar a memória de câmeras fotográficas e
celulares..
2000

O Pendrive substituiu definitivamente o disquete. Com


capacidade atual de 512 GB de armazenamento, há a promessa de
lançamento de uma versão com capacidade de 1 TB.
2013

Do ponto de vista de quem armazena os dados, a Nuvem elimina


o equipamento físico. Ou seja, o usuário não precisa se preocupar
com o equipamento no qual va guardar os seus arquivos. Precisa
apenas de um aparelho para acessá-lo. Além disso, podera
acessar, de onde estiver, por conta de e-mail, fotos, músicas,
softwares, arquivos de todos os formatos e tamanhos.

Algumas vantagens do modelo de computação em nuvem são a


confiabilidade e a tolerância a falhas, pois os clientes podem
estabelecer acordos de nível de serviço com os provedores, de
modo a garantir a disponibilidade apenas dos recursos que
precisam. Além disso, tarefas como backup e proteção contra
vulnerabilidades a segurança da informação passam a ser de
responsabilidade dos provedores e não mais dos clientes.

IMPORTANTE!
Essa flexibilidade permite que as indústrias tenham maior
agilidade, pois, no momento em que acontece a maior demanda, a
nuvem se adapta a esta necessidade, o que garante que a empresa
seja ágil na resposta ao cliente. De uma forma genérica, é possível
dizer que o que diferencia os tipos de modelos de serviço em
nuvem é o tipo de cliente ao qual cada um se destina.

Veja a seguir os tipos e como implementar a computação em


nuvem.
O Instituto Nacional de Padrões e Tecnologia (NIST) também
define modelos para a implementação de nuvens. Os mais
consagrados são: nuvem pública, nuvem privada, nuvem
comunitária e nuvem híbrida.

Clique nos ícones e conheça mais sobre estes modelos:

Nuvem pública

Nuvem privada
Nuvem híbrida

Nuvem comunitária

SAIBA MAIS...

Os principais provedores de nuvem disponíveis no mercado são:

 Amazon Web Services (AWS);

 Microsoft Azure;

 Google Cloud Platform;

 IBM Cloud (Brasil).


Chique aqui e conheça as características de cada um desses
provedores.
 
Mas, diariamente, são muitos os dados gerados pelos sensores e
armazenados na nuvem. 

Como é possível organizá-los para que os gestores sejam


capazes de tomar decisões em tempo real?
Avance com seus estudos e acompanhe o uso da tecnologia Big
Data.
 

Processamento de Dados
 

Os dados que foram gerados pelos sensores implantados nas


linhas de produção e armazenados na nuvem precisam ser
organizados para que os gestores possam analisar e tomar
decisões e, se possível, em tempo real.

O volume de dados geralmente é grande demais para os sistemas


tradicionais de processamento de dados e, portanto, é necessário o
uso de novas tecnologias para processá-los. Uma dessas
tecnologias é denominada Big Data.
No entanto, Big Data não deve ser entendido apenas pelo volume
de dados. O fator principal para a indústria no uso dessa
tecnologia é a capacidade de processar e avaliar as informações
relevantes, pois de nada serve possuir grandes volumes de dados
gerados pelos sensores, se não puder fazer uso deles.
Há cinco características em Big Data: volume, velocidade,
variedade, veracidade e valor.
Clique nos ícones e conheça a descrição de cada característica:

Volume

Velocidade

Variedade

Veracidade

Valor
No ambiente empresarial, reunir dados é fundamental para
desenvolver uma estratégia de sucesso. Porém, não basta ter um
armazenamento gigante de informações, é necessário extrair
conhecimento que forneça base para as tomadas de decisão.

Desse modo, faz-se necessário o uso de ferramentas e técnicas de


gestão para processar esse grande volume de dados em diversos
formatos e com velocidade adequada.

A análise do Big Data passa por diferentes técnicas que se


destacam pela potencialidade de trazer bons resultados e
fácil usabilidade.
 

É importante saber que há duas categorias de análise.

Navegue sobre o infográfico e acompanhe a descrição dessas


categorias e dos tipos de análise de dados que é possível
realizar.
 

Um dos processos para realizar o tratamento dos dados pode ser


definido como Big Data Analytics, formado por métodos de
gestão, técnicas de processamento, mineração de dados e
descoberta de conhecimento.
Assista ao vídeo a seguir e conheça uma proposta de processo
para Big Data Analytics, identificada como CRISP-DM (Cross
Industry Standard Process for Data Mining) que, traduzindo,
significa Processo Padrão da Indústria Cruzada para Mineração de
Dados, o qual consiste em uma metodologia destinada a
transformar os dados coletados em conhecimento e informações.

Você percebeu que na análise de dados são empregadas


técnicas de aprendizagem de máquina, ou seja, Inteligência
Artificial.

Mas você sabe o que é Inteligência Artificial e como ela


surgiu?
 

Na década de 1950, pesquisadores descobriram que, ao


descrever as ações humanas por meio de uma série de
deduções e lógicas matemáticas, seria possível programar o
computador para realizar essas operações, simulando a
inteligência humana.

A essa linha de pesquisa deu-se o nome de Inteligência


Artificial (AI, do inglês Artificial Intelligence), que desde sua
criação tem buscado fazer com que os computadores simulem
a forma de pensar e agir dos seres humanos, modelando
elementos como ações reativas e até sentimentos.
Para melhor compreender os objetivos da Inteligência
Artificial, conheça o teste proposto em 1950 por Alan Turing,
conhecido como "O Pai da Computação". No teste de Turing,
um humano (interrogador) utiliza um teclado para fazer
perguntas a duas entidades ocultas: outro humano e um
computador, conforme ilustra o esquema a seguir.

Para Turing, o comportamento inteligente de uma máquina é


expresso pela habilidade de obter o desempenho humano em
todas as tarefas cognitivas, podendo, assim, enganar um
interrogador humano.

Nenhum computador foi aprovado no teste de Turing, pois, para


isso, seria necessário uma máquina com diversas
gabilidades. Clique nos ícones abaixo e conheça as habilidades
destacadas.
 
Essa tecnologia tem sido adotada por muitas empresas para tratar
sugestões, informações, reclamações e dúvidas de seus clientes.

SAIBA MAIS...

Exemplos de Inteligência Artificial são as assistentes virtuais das


empresas Google (Google Assistant), Apple (Siri) e Amazon
(Alexa).

Para conhecer mais sobre Inteligência Artificial, assista aos filmes


"Ela" e "Inteligência Artificial".

 Ela (Her). Direção: Spike Jonze. EUA, 2013.


 Inteligência Artificial (A.I. Artificial Intelligence).
Direção: Steven Spielberg. EUA, 2001.
 

Para finalizar, falta você conhecer como os gestores podem


acompanhar em tempo real os processos e tomar decisões.

Avance com seus estudos e acompanhe agora o uso da tecnologia


Internet das Coisas.
Conectando o mundo
físico ao digital
 

Conectar equipamentos a smartphones, computadores ou outros


dispositivos através de redes de comunicação, tal qual a internet,
propicia controle sobre os recursos fornecidos por diversas
máquinas e dispositivos.

O gerenciamento e monitoramento desses equipamentos por meio


da internet significa que as aplicações podem enviar notificações
diretamente para o seu telefone ou computador, bem como
permitem-lhe modificar o comportamento destes mesmos
equipamentos à distância, possibilitando que você os ligue e
desligue quando estiver ausente, por exemplo.

A tecnologia utilizada nesse processo é conhecida


como Internet das Coisas.
Internet das Coisas (IoT, em inglês, internet of things) é um
termo que foi criado pelo pesquisador britânico Kevin
Ashton, responsável por conceber um sistema de sensores
capaz de conectar o mundo físico à internet durante
experimentos que realizava com identificação por
radiofrequência (RFID, em inglês, radio-frequency
identification).
A Internet das Coisas é uma extensão da Internet atual, que
proporciona aos objetos, com capacidade computacional e de
comunicação, conectarem-se à Internet. Essa conexão permite
aos usuários controlar os objetos remotamente e/ou torná-los
provedores de serviços.

Os objetos (things) são elementos que possuem capacidade de


comunicação e/ou de processamento aliados a sensores. Eles
não são apenas computadores convencionais, mas também
TVs, notebooks, automóveis, smartphones, webcams,
sensores ou qualquer equipamento que possua uma forma de
conexão à rede.

Dentro da indústria, o processo de comunicação entre os


mundos físico e digital vem sendo chamado de Internet
Industrial das Coisas (IIoT).

Ela também cria uma rede inteligente entre máquinas,


propriedades, sistemas de comunicação, produtos inteligentes
e indivíduos em toda a cadeia de valor da empresa, durante
todo o ciclo de vida do produto.

Isso é possível graças aos sensores e elementos de controle


que permitem às maquinas serem ligadas a plantas, frotas,
redes e aos seres humanos por meio da internet.

Com base nas informações disponíveis nessa rede inteligente,


processos e contratos podem ser coordenados com o objetivo
de aumentar a eficiência da empresa, otimizar os tempos de
produção e de logística, reduzir energia, aumentar a qualidade
dos produtos e otimizar as vendas e as compras.

Graças à IIoT, a empresa ganha agilidade na tomada de


decisão, pois há compartilhamento de informação em
tempo real.
 

A IoT está viabilizando uma série de aplicações, serviços e


segmentos. Isso é possível graças a um combinado de
tecnologias que se complementam para facilitar a integração
dos objetos nos ambientes físico e digital. Navegue sobre os
ícones a seguir e acompanhe quais são essas tecnologias.

Clique nos ícones a seguir e conheça quais são essas


tecnologias:

Identificação óptica

Comunicação

Computação
Serviços

Sensores

Semântica

Sempre que uma "coisa" tiver um interruptor de ligar e


desligar, ela terá grande possibilidade de ser uma parte da
IoT.
 

Uma das aplicações iniciais da internet das coisas é na


automação de processos. A automação é muito importante
para garantir a repetibilidade, monitoração e controle da
qualidade do processo, além de reduzir significativamente o
tempo necessário para reproduzir um produto ou serviço.

A aplicação dessa tecnologia já é uma realidade e, aliada a


conceitos como Big Data e Machine Learning (aprendizado
de máquina), está definindo o futuro da relação entre seres
humanos e máquinas.
 

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