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UNIVERSIDADE LICUNGO

FACULDADE DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA

CURSO DE LICENCIATURA EM GEOLOGIA

CELSO CUMBUIA
MARCELO FILIPE

1. Sequências sedimentares;
1.1. Conceitos básicos;
1.2. Fácies sedimentares;
1.3. Tipos de contactos sedimentares;
1.4. Ciclos sedimentares e sequências cíclicas;
2. Modelos geológicos e sistemas deposicionais;
2.1. Conceitos básicos;
2.2. Tipos de modelos depocionais;
4. Importância económica da geologia sedimentar.

DONDO
2023
CELSO CUMBUIA
MARCELO FILIPE

1. Sequências sedimentares;
1.1. Conceitos básicos;
1.2. Fácies sedimentares;
1.3. Tipos de contactos sedimentares;
1.4. Ciclos sedimentares e sequências cíclicas;
2. Modelos geológicos e sistemas deposicionais;
2.1. Conceitos básicos;
2.2. Tipos de modelos depocionais;
4. Importância económica da geologia sedimentar.

Trabalho apresentado ao docente de Geologia Sedimentar,


do curso de Geologia, 2º Ano, da Faculdade de Ciências e
Tecnologia, da Universidade Licungo, como requisito
parcial para a obtenção da media frequência.

Docente: Ernesto Vitorino

DONDO
2023
Índice
Introdução ................................................................................................................................... 4

Sequência sedimentares .............................................................................................................. 5

Fácies sedimentares .................................................................................................................... 5

Fácies com conotação estratigráfica ........................................................................................... 5

Fácies sem conotação estratigráfica ........................................................................................... 6

Representações gráficas de fácies............................................................................................... 8

Contatos sedimentares ................................................................................................................ 8

Tipos de contatos sedimentares .................................................................................................. 9

Ciclos sedimentares e sequências cíclicas .................................................................................. 9

Ciclotemas ................................................................................................................................ 11

Metodo gráfico de lombard ...................................................................................................... 12

Modelos geológicos e sistemas deposicionais .......................................................................... 14

Modelo de Sistema fluvial ........................................................................................................ 15

Modelo de sistema Eólico ........................................................................................................ 15

Log sedimentar ......................................................................................................................... 16

Importância econômica da geologia sedimentar....................................................................... 17

Materiais de construção ............................................................................................................ 17

Conclusão ................................................................................................................................. 18

Referências bibliográficas ........................................................................................................ 19


Introdução
No presente trabalho da cadeira de geologia sedimentar, falaremos de Sequências sedimentares,
Fácies sedimentares falaremos também dos contatos sedimentares assim como os Tipos de
contactos sedimentares, continuando com os Ciclos sedimentares e sequências cíclicas,
Modelos geológicos e sistemas deposicionais, Tipos de modelos depocionais, Log sedimentar
e por fim falaremos da Importância económica da geologia sedimentar.
Sequência sedimentares
Sequências sedimentares representam apenas uma fina camada de uma crosta composta
essencialmente de rochas ígneas e metamórficas. O estudo de sequências sedimentares está
intimamente relacionado à estratigrafia desequências. A estratigrafia de sequências, é o estudo
de relações de rochas sedimentares dentro de um arcabouço cronoestratigráfico de estratos
relacionados geneticamente, o qual é limitado por superfícies de erosão ou não-deposição,ou por
suas concordâncias relativas.

Fácies sedimentares
Segundo TEICHERT (1958), este termo foi originalmente usado por N. Stenon, em 1669 e após
isso tem sido usado amplamente com várias acepções. A palavra fácies corresponde ao
aportuguesamento do termo latino facies esubstantivo feminino) que significa aparência ou
aspecto.

Para MENDES (1984), ela é empregada em estratigrafia com diversos sentidos, aparecendo
com prefixo qualitativo (litofácies, biofácies e tectofácies, etc.) ou associada a um adjetivo
(fácies fiuvial,fácies marinha, etc.) ou, ainda, a um substantivo (fácies de folhelhos
negros,fácies de camadas vermelhas, etc.), que traduzem as naturezas genética e/ou
estratigráfica das referidas fácies.

De acordo com Wegmann (1962), A Gressly (1814-1865) pode ser considerado o pai da
moderna acepção atribuída ao termo fácies. Ao descrever as rochas do Triássico e do Jurássico
da Ale- manha, em termos litológicos e paleontológicos, ele empregou a designação fácies para
identificar as características sedimentológicas e fossilíferas de um membro, de uma formação
ou de um grupo de depósitos sedimentares.

Fácies com conotação estratigráfica


Embora asfácies sejam, hoje em dia, fundamentais nas classificações estratigráficas, nem todas
apresentam conotação estratigráfica, sendo úteis apenas para o conhecimento da variação
litológica ou de outra natureza. De acordo com MENDES (1984), cinco são os tipos de fácies
com conotação estratigráfica: fácies estrat1gráficas, fácies sedimentares, litofácies,
magnafácies efácies operacionais.
A denominação f ácies estratigráfica é atribuída a Weller (1958) que, em princípio, distingue-
se pela for- ma, natureza do contato e relações intrínsecas. No caso, o aspecto e a composição
teriam papéis secundários. Por outro lado, afácies sedimentar definida por Moore (1949),
distingue-se do resto pelos atributos litológicos e paleontológicos particulares. A litofácies com
conota- ção estratigráfica está relacionada somente aos atributos litológicos distintos e não deve
ser confundida com afá- cies sedimentar de Moore.

O termo magnafácies, devido a CASTER (1934), foi originalmen- te empregado para designar
sedimentação homogênea ocorrida durante um ciclo regressivo, caracterizada por exibir grande
persistência lateral. Uma magnafácies poderia ser subdividida em par- va!ácies delimitadas a
seu turno entre duas isócronas que, portanto, correspondem a unidades cronoestra- tigráficas.
Esses conceitos são pouco pragmáticos, pois o pleno desenvolvimento de uma magnafácies só
ocorre sob condições de absoluta quietude tectônica que são muito raras na natureza.

Fácies sem conotação estratigráfica


Algumas das variedades de fácies admitidas-por Mendes (1984), neste grupo, são: a fácies
ambiental e petrográfica, além da tectofácies. A fácies ambiental (environrnental facies) ou eco-
lógica e ecologic facies) é uma designação genética pro- posta por Weller (1958). Ela estaria
relacionada exclusi- vamente ao provável ambiente de sedimentação como, por exemplo, fácies
eólica, fluvial, marinha rasa, etc. A fácies petrográfica (petrographic facies) teria sido proposta
também por Weller, baseada no aspecto e/ou na composição. Exemplos: fácies de camadas
vermelhas (red bed facies), fácies de folhelhos negros (black shale fácies), etc.

As fácies de camadas vermelhas referem-se mais a arenitos e folhelhos e mais raramente a


calcários com cores tipicamente avermelhadas. São consideradas, em geral, indicativas de
ambientes continentais de extensas bacias intermontanas, com amplas planícies aluviais,
submetidas a um clima normalmente seco e com estações úmidas, favorecendo a exposição
subaérea periódica dos sedimentos.
Embora ocorram em vários períodos geológicos, são mais frequentes no Carbonífero superior
e no Mesozóico. As fácies de folhelhos negros são representadas por rochas sedimentares
pelíticas ricas em matéria orgânica e substâncias radioativas, com conspícua laminação
submilimétrica. A cor é devida ao material carbonoso (carbono fixo ou hidrocarbonetos betumi-
nosos), além de pirita ou marcassita finamente disseminadas. Podem ser de origem marinha ou
não-marinha, mas invariavelmente estão relacionadas a ambientes euxínicos e euxinic
environments), que são tipicamente anaeróbios. As tectofácies, segundo Sloss et al. (1949),
caracterizariam as variações espaciais (laterais) das unidades litoestratigráficas por causas
essencialmente tectônicas. O termo serve para designar as fácies peculiares a J m determinado
tectótopo (tectotope) ou sítio tectônico que. Por sua vez, representa um ambiente geotectônico
particular, corno o de urna bacia intracratônica.

As microfácies e as biomicrofácies que expressam as variações espaciais e temporais nas


características li- tológica e/ou paleontológicas detectáveis somente com o uso de um
microscópio óptico. Este método de estudo tem sido aplicado principalmente em calcários
especialmente à geologia do petróleo.

Biofácies

São definidas pelas subdivisões baseadas nas variações espaciais dos atributos biológicos
(conteúdo fossilíferos) de uma unidade bioestratigrafica sem considerar o caráter litológico dos
sedimentos fossilíferos.

Por vezes, esta designação é também empregada sem qualquer conotação estratigráfica,
referindo-se a assembléias de plantas ou animais fósseis formados ao mesmo tempo, mas sob
diferentes condições paleoambientais, tais como as fácies de moluscos.

A fim de que urna biofácies tenha implicações paleoecológicas, é imprescindível que a sua
definição seja fundamentada em indivíduos sensíveis às variações dos parâmetros ambientais
(temperatura, luminosidade, salinidade, profundidade de água, etc.). Em geral, as faunas
subaquáticas compreendem seres planctônicos, bentônicos e nectônicos. Além disso, é
necessário distinguir:

a) Organismos que vivem presos a outros, tais corno briozoários fixos a algas, moluscos
presos à madeira flutuante, etc.;
b) Organismos planctônicos durante a vida toda ou só no estado larval (meroplâncton);
c) Organismos dispersados pelo vento.
Em bioestratigrafia existem também vários termos derivados, tais corno biótopos e biassomas.
Os biótopos definem urna área (ou sítio) de ecologia e adaptação orgânica uniformes e
correspondem a ambientes ecológicos eou paleoecológicos) correspondentes a cada urna das
biofácies. Os biassomas, por sua vez, referem-se a um corpo tridimensional de rocha sedimentar
com con- teúdo fossilífero uniforme, que tenha sido depositado sob condições biológicas
homogêneas. É um termo bioestratigráfico equivalente ao litossoma que é usado quando se
consideram somente os atributos litológicos.

Representações gráficas de fácies


As fácies são, em geral, representadas por seções colunares, seções geológicas e mapas
faciológicos. As seções colunares (ou colunas litológicas) são urna representação gráfica de
urna sequência e das relações estratigráficas das unidades rochosas de um local. Em coluna
vertical, as litologias são representadas por símbolos padronizados, e as espessuras das unidades
são desenhadas em escala apropriada. As seções geológicas ou perfis geológicos correspondem
à representação gráfica em corte da distribuição subsuperficial dos tipos litológicos, bem como
a suas relações espaciais e estruturais, construídos com base em dados de geologia de superfície
(surface geology). Para se ter maior precisão, podem ser usados dados de geologia de
subsupeefície, provenientes de sondagens mecânicas ou geofísicas, contanto que estejam
disponíveis.

Os mapas faciológicos mostram as distribuições dos diferentes tipos de fácies sedimentares que
ocorrem dentro de uma unidade estratigráfica como, por exemplo, os mapas de litofácies
(lithofacies maps) de urna formação. Os mapas de entropia (entropy maps) ou mapas
isentrópicos (isentropic maps) são baseados nas intensidades ou graus de mistura de três
membros extremos eend members) das rochas componentes de urna unidade estratigráfica,
representando casos particulares de mapas faciológicos.

Contatos sedimentares
Denominam-se contatos (ou limites) as superfícies que separam corpos sedimentares contíguos
(por exemplo: arenito e folhelho) ou as interfaces entre unidades estratigráficas (por exemplo:
duas formações). Este termo é bastante empregado em mapeamentos geológicos (geological
mappings) e pode ser classificado segundo vários critérios. Desse modo, quanto à posição
espacial, distinguem-se os contatos verticais, horizontais e inclinados (ou oblíquos). Quanto aos
graus de definição (ou de nitidez), tem-se os contatos gradacionais (gradativos ou transicionais)
e bruscos (ou abruptos).
Além disso, os contatos laterais podem exibir acunhamentos (pinchouts) ou interdigitação
(intertonguings ou interfingerings). As zonas de contatos interdigitados causarão repetição
vertical de litossomas, originando o fenômeno de recorrência defácies (ou de litofácies), que é
sugestivo de oscilações nas condições paleoambientais, como acontece comumente em regiões
litorâneas (Figura 9.2). Finalmente, dependendo dos graus de certeza nas observações dos
contatos, têm-se contatos observados, i??jeridos, encobertos, etc.

Tipos de contatos sedimentares


Os contatos verticais seguem aproximadamente a direção do componente vertical dos campos
gravitacional ou magnético terrestres em qualquer ponto da superfície da Terra. Raramente são
contatos de origem sedimentar, sendo em geral de natureza tectônica (falhas). Os contatos
horizontais caracterizam-se por acompanhar, grosso modo, o plano tangente à superfície
equipotencial gravitacional em um ponto. Por exemplo, os depósitos lacustres indeformados
apresentam, em geral, contatos horizontais. Os contatos inclinados (ou oblíquos) correspondem
a planos delimitantes inclinados entre duas litologias ou unidades litoestratigráficas. Esses
contatos podem ou não apresentar implicações tectônica.

Ciclos sedimentares e sequências cíclicas


Os ciclos sedimentares e sequências cíclicas re- ferem-se a etapas sucessivas de preenchimento
sedimentar de uma bacia, que termina com o retorno às condições iniciais. Em termos
concretos, os ciclos sedimentares (sedimentary cycles) são representados por uma repetição
ordenada de dois ou mais termos litológicos e, neste caso, poderia ser quase sinônimo de ritmos
sedimentares (sedimentary rythms). Embora para Duff & Walton (1962) e Duff et al. (1967)
ciclo e ritmo sejam praticamente sinônimos, parece preferível que a primeira denominação seja
reservada às sequências repetitivas de pelo menos três tipos de litologia.
Desta maneira, os varvitos representam uma sucessão cíclica de dois componentes
fundamentais (arenito fino ou siltito e argilito), mas há casos em que se repetem mais de dez
variedades litológicas como, por exemplo, nos ciclotemas do Pensilvaniano (Carbonífero) dos
Estados Unidos. Cada conjunto de componentes litológicos de uma sequência cíclica é
denominado de ciclo sedimentar (sedimentary cycle) ou simplesmente de ciclo (cycle).
Segundo Duff & Walton (1962), o ciclo sedimentar é representado por um grupo de termos
litológicos que ocorre em uma certa ordem, no qual um deles repete- se com freqüência através
da sucessão. Deste modo, as sucessões de depósitos que representam uma transgressão marinha,
seguida de uma regressão marinha, também constituem ciclos sedimentares. Na acepção
sedimentológica, segundo Schwarzacher (1975), os ciclos sedimentares referem-se às
oscilações ou flutuações em sistemas quase periódicos, enquanto os ciclos matemáticos
relacionam-se a processos essencialmente periódicos.

Cada termo componente dos ciclos sedimentares é conhecido como fase ou litofase
(lithophase), embora cada litofase não seja representada necessariamente por uma única
litologia, mas, por exemplo, por um ritmito de calcário e folhelho. Em geral, o termo ritmito
refe- re-se a uma rocha sedimentar composta por repetição rítmica e alternada de dois tipos
litológicos diferentes, embora possa referir-se ao par de lâminas rítmicas ou a uma camada
gradacional única. Analogamente, quando se tratam de mudanças faunísticas ou fiorísticas, são
chamadas de biofases (biophases).

As sequências compostas por mais de dois componentes raramente exibem repetições


perfeitamente ordenadas. Deste modo, representações do tipo ABCBA, por exemplo, são
designadas de ciclos ideais (ideal cycles), já que constituem verdadeiras abstrações. Os ciclos
ideais correspondem a inferências baseadas em um modelo teórico de sedimentação que, em
geral, foge das situações verdadeiras. Na natureza há frequente interferência de fatores
aleatórios, como acontece, por exemplo, nos ciclotemas. Os ciclos modais (modal cycles) ,
segundo Duff & Walton (1962), correspondem a grupos de tipos de rochas que ocorrem com
maior frequência em qualquer sucessão. Construindo-se um diagrama, com os tipos de ciclos
nas abscissas e as suas frequências nas ordenadas, obtêm-se os histogramas, que mostram os
ciclos modais. Outros autores têm-se referido aos ciclos modais como ciclos típicos (typical
cycles) ou ciclos normais (normal cycles).
Finalmente, sequência composta ecomposite sequence) consiste em todos os tipos de rochas
encontradas na sucessão cíclica, arranjados segundo a ordem em que tendem a aparecer nos
ciclos. Nas análises de sequência sedimentares cíclicas, são, em geral, empregados os três
conceitos acima referidos: ciclos ideais, ciclos modais e sequência composta.

Ciclotemas
A introdução da palavra ciclotema (cyclothem) na literatura geocientifica é devida a Wanless
& Weller (1932), referindo-se ao ciclo sedimentar do Pensilva- niano (Carbonífero) dos Estados
Unidos, mas posterior- mente esta denominação foi estendida a ciclos análogos de outras
regiões e de outras idades. Os ciclotemas iniciam-se com um arenito fluvial que passa, sem
discordância para sedimentos de ambientes de águas salobras e salgadas (marinhas), antes de
começar um novo ciclo. Deste modo, cada ciclotema é determinado pelas oscilações nos níveis
relativos do mar, sendo separados entre si por superfícies de dis- cordância erosiva (erosional
unconformity). A origem dos ciclotemas, tais como os descritos no Pensilvaniano dos Estados
Unidos, tem sido atribuída a movimentos verticais do continente etectonoeustatismo) e do mar
(glacioeustatismo) acompanhados de mudanças paleoclimáticas etc

Os ciclotemas constituem ciclos sedimentares as- simétricos e segundo Bates & Jackson (1980),
estariam tipicamente relacionados a plataformas continentais ou a bacias interiores instáveis,
onde se alternam transgressões e regressões marinhas. Duff et al. (1967) consideram o termo
ciclotema como simples sinônimo de ciclo. O ciclotema ideal do Pensilvaniano do Estado de
Illinois (Estados Unidos) seria formado por dez litofases. Este modelo de ciclotema é
denominado deltaico e compreenderia dois hemiciclotemas, dos quais o inferior é
dominantemente não-marinho e o superior tipicamente marinho. No topo do hemiciclotema
inferior é encontrada camada de carvão.

Entretanto, na prática, os ciclotemas individuais compreendem 5 a 7 litofases, e as suas


espessuras variam de 3,5 a 24 m. Podem ser encontrados 23 a 38 ciclotemas em Illinois, mas
em outros estados norte- americanos são diferentes e, por exemplo, em Kansas, as condições
marinhas e em Apalaches os ambientes continentais são predominantes. Um conjunto (ou ciclo)
de ciclotemas constitui um megaciclotema (megacyclothem) e um conjunto (ou ciclo) de
megaciclotemas é denominado de hiperciclo- tema (hypercyclothem).
Metodo gráfico de lombard
A interpretação da chamada curva litológica na análise de ciclos sedimentares foi proposta por
Lombard (1956). O método baseia-se no reconhecimento, dentro das seções colunares
(columnar sections), de pacotes sedimentares essencialmente contínuos que o tor chamou de
sequências. Uma sequência pode ser monogenética, isto é, composta por litologia única ou
poligenética, que é formada por duas ou mais litologias distintas. Quando uma sequência passa,
da base para o topo, de um termo litológico (ou componente litológico) grosso para fino
(granodecrescença ascendente) como, por exemplo, de ·componentes elásticos para químicos,
tem-se uma sequência positiva.

Este fenômeno indica diminuição gradativa de energia cinética do ambiente deposicional.


Contrariamente, quando uma sequência se caracteriza por granocrescenca ascendente
(coarsening upward) tem-se uma sequência negativa.

As sequências positiva e negativa devem ser consideradas como assimétricas. Entretanto, uma
sequência positiva for seguida de uma negativa ou vice-versa sem qualquer descontinuidade
tem-se uma sequência simétrica (ou bisequência de Lobard), que indica um retorno as condições
ambientais iniciais. Segundo Lombard (op.cit), Segundo Lombard (op.cit.), é possível
distinguir a sequência fundamental (ou sequência virtual) que traduz a tendência teórica de
sucessão dos termos litológicos. Por outro lado, a sequência real é aquela encontrada nos
afloramentos ou identificada em subsuperficie onde, em geral, estão ausentes alguns termos
litológicos da sequência fundamental.
O conceito de sequência fundamental e o seu grau de abrangência (local ou regional) permitem,
segundo Boulin (1977), detectar diferenças na evolução regional de certos parâmetros
deposicionais. A seguir, têm-se os passos a serem trilhados na construção das curvas litológicas.
Inicialmente, é necessário distinguir as sequências reais delimitadas por critérios de
descontinuidade. Depois se determina a sequência fundamental formada por tantos termos
litológicos quantas forem as variedades encontradas na sucessão de sequências reais. Embora,
de fato, a composição da seqüência virtual apresente variação segundo as particularidades de
cada bacia no tempo e no espaço (Delfaut, 1972),Lombard (1956), na verdade, ignorou este
fato.

A curva litológica é traçada, tendo-se como eixo elas ordenadas a seção colunar de um
afloramento em escala adequada (por exemplo: 1/20 ou 1/50), e como eixo das abscissas os
intervalos definidos pelas variedades litológicas da sequência virtual. À direita da seção colunar
são construídas colunas, as da esquerda reservadas para os termos mais grossos ecascalhos e
areias) e as da direita para termos mais finos (siltes e argilas). Os pontos são assinalados sobre
a linha correspondente à metade da espessura da unidade e na porção central da coluna.
Interligando-se os pontos correspondentes, obtém-se a curva litológica. Outro processo de
construção ela curva litológica consiste em representar, por segmentos de linha vertical, as
granulometrias correspondentes a cada camada e, após isso, uni-los entre si por segmentos de
linha horizontal.
Modelos geológicos e sistemas deposicionais
Para se entender os modelos geológicos, são necessários alguns conceitos, como o de sistemas
Modelos. Segundo Bettini (1989), os sistemas compreendem conjuntos de componentes, com
os seus limites e interrelações bem definidos. Os limites (ou fronteiras) podem ser físicos ou
conceituais e, além disso, podem ser fechados ou abertos. Os sistemas reais (naturais) são quase
sempre abertos e são continuamente afetados por fatores externos, com os quais mantêm-se em
equilíbrio dinâmico. Portanto, quaisquer modificações nos fatores externos causam
naturalmente mudanças nos sistemas até que sejam readquiridas novas condições de equilíbrio.

Os modelos representam sistemas artificiais desenvolvidos para simbolizar as características


principais dos sistemas reais. Em virtude da enorme complexidade de interação nos sistemas
reais, o pesquisador vê-se comumente obrigado a introduzir simplificações que não cheguem a
desvirtuar os modelos e permitam a classificação, a comparação e as interpretações nas
condições mais realísticas possíveis. As eficiências dos modelos dependem das suas habilidades
em incorporar e sumariar o maior número possível de informações em poucas palavras e/ou em
figuras. Além disso, eles dependem também de suas reprodutibilidades e de suas capacidades
de prognóstico. Finalmente, os modelos devem ser aceitos, como válidos, pela maioria das
pessoas interessadas no tema.

Modelos deposicionais sedimentares

No estudo dos modelos deposicionais, aplica-se o conceito de sistemas deposicionais


(depositionalSystems), baseado na teoria geral dos sistemas de VonBertalanfty (1968). À
concepção e a utilização dos sistemas deposicionais tiveram início na década de 60 do século
XX. Este conceito é baseado fundamentalmente na lei de correlação de fácies de Walther (1893-
1894), sendo a sua interpretação baseada em sequências sedimentares, identificadas em perfis
geofísicos de poços profundos e em seções sísmicas. Na década de 70 do século XX, foram
incorporados os conceitos de estratigrafia de sequência de Vail et al. (1977) e o de modelos
Jaciológicos ou deposicionais de Walker (1979 e 1990), que permitiram o aperfeiçoamento
desses modelos. À seguir, são resumidamente descritos alguns modelos deposicionais
conceituais de ambientes fluviais e eólicos de sedimentação.
Modelo de Sistema fluvial
Schumm (1972) classificou os canais fluviais segundo os tipos de carga sedimentar em canais
com carga de fundo (areia e cascalho), carga mista e carga em suspensão (silte e argila). Essa
classificação estabelece as relações existentes entre as cargas sedimentares, as morfologias dos
canais e os processos deposicionais e erosivos. Galloway (1977) baseou-se nesses critérios de
classificação e mostrou as principais características desses três sistemas.

Rust (1978), baseado na morfologia do canal em planta, expressa pela sua sinuosidade e, de
acordo com a sua complexidade, representada por canais simples ou compostos, estabeleceu os
membros extremos de uma série contínua, tendo reconhecido os canais retilíneos, meandrantes,
entrelaçados e anastomosados.Como se os modelos conceituais de canais fluviais já existentes
não fossem suficientes, Miall (1977, 1978, 1982 e 1996) propôs uma série grande de modelos
fluviais, cuja aplicação torna-se quase inviável, pela demasiada subdivisão em diferentes tipos.

Modelo de sistema Eólico


Os processos de transporte eólico foram quantificados em detalhe por Bagnold (1941). Entre
os numerosos trabalhos ligados aos aspectos globais de reconhecimento dos ambientes eólicos
atuais e análogos pretéritos, destacam-se os de Glennie (1970), Bigarellla (1972) e McKee
(1979). Os aspectos ligados à geometria dos depósitos eólicos, tipos e dimensões das
estratificações, arranjos espaciais das fácies de dunas e de interdunas foram analisados, em
detalhe, por Kocurek (1986), Fryberger (1986) e Blakey (1988). Em modelos de sistema eólico,
os depósitos de areia de dunas, interdunas e lençóis de areia são os mais importantes. Seguem-
se, segundo Reineck & Singh (1980), os depósitos de "wadis" (rios efêmeros), de "playa"
(lagoas efêmeras) e, finalmente, a "hammada” (peneplano desértico) e os depósitos de "serir”
(depósitos rudáceos) e de "loess".
Log sedimentar
Log sedimentar (em português registro sedimentar) é o termo usado para indicar características
ou elementos que denotam eventos de sedimentação ou episódios de sedimentação. Este termo,
na pratica relaciona-se a duas leis, a citar o uniformitarismo (explicação do passado através
dopresente; gradualismo; leis naturais invariáveis no espaço e no tempo.) e o catastrofismo
(Quebras bruscas no registro estratigráfico; Extinções em massa; Sedimentação episódica).

Um registro estratigráfico (ou sedimentar) é formado por episódios de sedimentação alternados


por períodos de não – deposição (UHLEIN et al, sem ano). Portanto, log sedimentar será uma
evidência sedimentológicas da deposição episódica no registro estratigráfico.
Eventos como os turbiditos (pulsos de corrente de turbidez;), inunditos (inundações em
ambiente fluvial;), tempestitos (depósitos formados por ondas de tempestades), tsunamitos
(ondas produzidas por terremotos) e simitos (depósitos com fluidizações, convoluções
produzidas por abalos sísmicos), estão intrinsecamente relacionados a formação de um log
sedimentar. Estes conduzem ao que se chama de discordâncias e hiatos. E ademais conduzem
a formação de fosseis.

As discordâncias originadas por eventos episódicos têm origem na reativação


da área fonte e abaixamento de níveis do mar.

Uma sucessão sedimentar espessa é normalmente constituída do empilhamento


de várias sequências separadas por intervalos de tempo sem registro
estratigráfico. Estes intervalossem registro estratigráfico representam as lacunas
sedimentares ou discordâncias. Estas lacunas podem representar a maior parte
do tempo geológico.
Importância econômica da geologia sedimentar
As rochas sedimentares, além do componente acadêmico constituem um material com potencial
econômico incontestável. A maioria das aplicações de rochas trata de extração de matéria
contida nela. Essas atividades podem envolver a remoção total de certas camadas sedimentares
ou extração de líquidos ou gases contidos neles.

A geologia ambiental e de planejemento usa da geologia sedimentar para a materialização de


projectos inseridos no contexto de construções modernas de sistemas de defesa costeira,
instalação de cabos submarinos, construções de portos, entre outras. Na geologia de engenharia,
os conhecimentos detalhados sobre as propriedades físicas pos-deposicionais dos sedimentos e
sua resposta ao processo de drenagem, sobrecarga por construção de edifícios, barragens,
ferrovias, rodovias, etc.

Materiais de construção
Os materiais de construção podem ser divididos em duas categorias, primeiro os materiaisusados
diretamente e segundo as matérias primas para fabricação de cimento, gesso, cerâmica, etc. Em
relação ao primeiro aspecto, as areias e os cascalhos constituem os principaismateriais de
construção e acha-se a sua vantagem nos baixos custos de processamento, disponibilidade
material, localização e distância mínima do local de consumo. As areias e os cascalhos são
normalmente extraídos de depósitos recentes de canais e terraços fluviais.

Olhando para o segundo aspecto, SUGUIO (1980), diz que a matéria prima principal na
produção do cimento comum, é calcário, que é uma rocha sedimentar constituída
essencialmente de calcita. Calcários, também usados para fabricação de cal virgem, corretivos
de solos, fundente de ferro.
Conclusão
Sequências sedimentares representam apenas uma fina camada de uma crosta composta
essencialmente de rochas ígneas e metamórficas. O estudo de sequências sedimentares está
intimamente relacionado à estratigrafia de sequências. A palavra fácies corresponde ao
aportuguesamento do termo latino facies esubstantivo feminino) que significa aparência ou
aspecto. As biofácies são definidas pelas subdivisões baseadas nas variações espaciais dos
atributos biológicos (conteúdo fossilíferos) de uma unidade bioestratigrafica sem considerar o
caráter litológico dos sedimentos fossilíferos.

Denominam-se contatos (ou limites) as superfícies que separam corpos sedimentares contíguos
(por exemplo: arenito e folhelho) ou as interfaces entre unidades estratigráficas (por exemplo:
duas formações). Os ciclos sedimentares e sequências cíclicas re- ferem-se a etapas sucessivas
de preenchimento sedimentar de uma bacia, que termina com o retorno às condições iniciais.
Os ciclotemas constituem ciclos sedimentares as- simétricos e segundo Bates & Jackson (1980),
estariam tipicamente relacionados a plataformas continentais ou a bacias interiores instáveis,
onde se alternam transgressões e regressões marinhas.
Referências bibliográficas

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