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CELSO CUMBUIA
MARCELO FILIPE
1. Sequências sedimentares;
1.1. Conceitos básicos;
1.2. Fácies sedimentares;
1.3. Tipos de contactos sedimentares;
1.4. Ciclos sedimentares e sequências cíclicas;
2. Modelos geológicos e sistemas deposicionais;
2.1. Conceitos básicos;
2.2. Tipos de modelos depocionais;
4. Importância económica da geologia sedimentar.
DONDO
2023
CELSO CUMBUIA
MARCELO FILIPE
1. Sequências sedimentares;
1.1. Conceitos básicos;
1.2. Fácies sedimentares;
1.3. Tipos de contactos sedimentares;
1.4. Ciclos sedimentares e sequências cíclicas;
2. Modelos geológicos e sistemas deposicionais;
2.1. Conceitos básicos;
2.2. Tipos de modelos depocionais;
4. Importância económica da geologia sedimentar.
DONDO
2023
Índice
Introdução ................................................................................................................................... 4
Ciclotemas ................................................................................................................................ 11
Conclusão ................................................................................................................................. 18
Fácies sedimentares
Segundo TEICHERT (1958), este termo foi originalmente usado por N. Stenon, em 1669 e após
isso tem sido usado amplamente com várias acepções. A palavra fácies corresponde ao
aportuguesamento do termo latino facies esubstantivo feminino) que significa aparência ou
aspecto.
Para MENDES (1984), ela é empregada em estratigrafia com diversos sentidos, aparecendo
com prefixo qualitativo (litofácies, biofácies e tectofácies, etc.) ou associada a um adjetivo
(fácies fiuvial,fácies marinha, etc.) ou, ainda, a um substantivo (fácies de folhelhos
negros,fácies de camadas vermelhas, etc.), que traduzem as naturezas genética e/ou
estratigráfica das referidas fácies.
De acordo com Wegmann (1962), A Gressly (1814-1865) pode ser considerado o pai da
moderna acepção atribuída ao termo fácies. Ao descrever as rochas do Triássico e do Jurássico
da Ale- manha, em termos litológicos e paleontológicos, ele empregou a designação fácies para
identificar as características sedimentológicas e fossilíferas de um membro, de uma formação
ou de um grupo de depósitos sedimentares.
O termo magnafácies, devido a CASTER (1934), foi originalmen- te empregado para designar
sedimentação homogênea ocorrida durante um ciclo regressivo, caracterizada por exibir grande
persistência lateral. Uma magnafácies poderia ser subdividida em par- va!ácies delimitadas a
seu turno entre duas isócronas que, portanto, correspondem a unidades cronoestra- tigráficas.
Esses conceitos são pouco pragmáticos, pois o pleno desenvolvimento de uma magnafácies só
ocorre sob condições de absoluta quietude tectônica que são muito raras na natureza.
Biofácies
São definidas pelas subdivisões baseadas nas variações espaciais dos atributos biológicos
(conteúdo fossilíferos) de uma unidade bioestratigrafica sem considerar o caráter litológico dos
sedimentos fossilíferos.
Por vezes, esta designação é também empregada sem qualquer conotação estratigráfica,
referindo-se a assembléias de plantas ou animais fósseis formados ao mesmo tempo, mas sob
diferentes condições paleoambientais, tais como as fácies de moluscos.
A fim de que urna biofácies tenha implicações paleoecológicas, é imprescindível que a sua
definição seja fundamentada em indivíduos sensíveis às variações dos parâmetros ambientais
(temperatura, luminosidade, salinidade, profundidade de água, etc.). Em geral, as faunas
subaquáticas compreendem seres planctônicos, bentônicos e nectônicos. Além disso, é
necessário distinguir:
a) Organismos que vivem presos a outros, tais corno briozoários fixos a algas, moluscos
presos à madeira flutuante, etc.;
b) Organismos planctônicos durante a vida toda ou só no estado larval (meroplâncton);
c) Organismos dispersados pelo vento.
Em bioestratigrafia existem também vários termos derivados, tais corno biótopos e biassomas.
Os biótopos definem urna área (ou sítio) de ecologia e adaptação orgânica uniformes e
correspondem a ambientes ecológicos eou paleoecológicos) correspondentes a cada urna das
biofácies. Os biassomas, por sua vez, referem-se a um corpo tridimensional de rocha sedimentar
com con- teúdo fossilífero uniforme, que tenha sido depositado sob condições biológicas
homogêneas. É um termo bioestratigráfico equivalente ao litossoma que é usado quando se
consideram somente os atributos litológicos.
Os mapas faciológicos mostram as distribuições dos diferentes tipos de fácies sedimentares que
ocorrem dentro de uma unidade estratigráfica como, por exemplo, os mapas de litofácies
(lithofacies maps) de urna formação. Os mapas de entropia (entropy maps) ou mapas
isentrópicos (isentropic maps) são baseados nas intensidades ou graus de mistura de três
membros extremos eend members) das rochas componentes de urna unidade estratigráfica,
representando casos particulares de mapas faciológicos.
Contatos sedimentares
Denominam-se contatos (ou limites) as superfícies que separam corpos sedimentares contíguos
(por exemplo: arenito e folhelho) ou as interfaces entre unidades estratigráficas (por exemplo:
duas formações). Este termo é bastante empregado em mapeamentos geológicos (geological
mappings) e pode ser classificado segundo vários critérios. Desse modo, quanto à posição
espacial, distinguem-se os contatos verticais, horizontais e inclinados (ou oblíquos). Quanto aos
graus de definição (ou de nitidez), tem-se os contatos gradacionais (gradativos ou transicionais)
e bruscos (ou abruptos).
Além disso, os contatos laterais podem exibir acunhamentos (pinchouts) ou interdigitação
(intertonguings ou interfingerings). As zonas de contatos interdigitados causarão repetição
vertical de litossomas, originando o fenômeno de recorrência defácies (ou de litofácies), que é
sugestivo de oscilações nas condições paleoambientais, como acontece comumente em regiões
litorâneas (Figura 9.2). Finalmente, dependendo dos graus de certeza nas observações dos
contatos, têm-se contatos observados, i??jeridos, encobertos, etc.
Cada termo componente dos ciclos sedimentares é conhecido como fase ou litofase
(lithophase), embora cada litofase não seja representada necessariamente por uma única
litologia, mas, por exemplo, por um ritmito de calcário e folhelho. Em geral, o termo ritmito
refe- re-se a uma rocha sedimentar composta por repetição rítmica e alternada de dois tipos
litológicos diferentes, embora possa referir-se ao par de lâminas rítmicas ou a uma camada
gradacional única. Analogamente, quando se tratam de mudanças faunísticas ou fiorísticas, são
chamadas de biofases (biophases).
Ciclotemas
A introdução da palavra ciclotema (cyclothem) na literatura geocientifica é devida a Wanless
& Weller (1932), referindo-se ao ciclo sedimentar do Pensilva- niano (Carbonífero) dos Estados
Unidos, mas posterior- mente esta denominação foi estendida a ciclos análogos de outras
regiões e de outras idades. Os ciclotemas iniciam-se com um arenito fluvial que passa, sem
discordância para sedimentos de ambientes de águas salobras e salgadas (marinhas), antes de
começar um novo ciclo. Deste modo, cada ciclotema é determinado pelas oscilações nos níveis
relativos do mar, sendo separados entre si por superfícies de dis- cordância erosiva (erosional
unconformity). A origem dos ciclotemas, tais como os descritos no Pensilvaniano dos Estados
Unidos, tem sido atribuída a movimentos verticais do continente etectonoeustatismo) e do mar
(glacioeustatismo) acompanhados de mudanças paleoclimáticas etc
Os ciclotemas constituem ciclos sedimentares as- simétricos e segundo Bates & Jackson (1980),
estariam tipicamente relacionados a plataformas continentais ou a bacias interiores instáveis,
onde se alternam transgressões e regressões marinhas. Duff et al. (1967) consideram o termo
ciclotema como simples sinônimo de ciclo. O ciclotema ideal do Pensilvaniano do Estado de
Illinois (Estados Unidos) seria formado por dez litofases. Este modelo de ciclotema é
denominado deltaico e compreenderia dois hemiciclotemas, dos quais o inferior é
dominantemente não-marinho e o superior tipicamente marinho. No topo do hemiciclotema
inferior é encontrada camada de carvão.
As sequências positiva e negativa devem ser consideradas como assimétricas. Entretanto, uma
sequência positiva for seguida de uma negativa ou vice-versa sem qualquer descontinuidade
tem-se uma sequência simétrica (ou bisequência de Lobard), que indica um retorno as condições
ambientais iniciais. Segundo Lombard (op.cit), Segundo Lombard (op.cit.), é possível
distinguir a sequência fundamental (ou sequência virtual) que traduz a tendência teórica de
sucessão dos termos litológicos. Por outro lado, a sequência real é aquela encontrada nos
afloramentos ou identificada em subsuperficie onde, em geral, estão ausentes alguns termos
litológicos da sequência fundamental.
O conceito de sequência fundamental e o seu grau de abrangência (local ou regional) permitem,
segundo Boulin (1977), detectar diferenças na evolução regional de certos parâmetros
deposicionais. A seguir, têm-se os passos a serem trilhados na construção das curvas litológicas.
Inicialmente, é necessário distinguir as sequências reais delimitadas por critérios de
descontinuidade. Depois se determina a sequência fundamental formada por tantos termos
litológicos quantas forem as variedades encontradas na sucessão de sequências reais. Embora,
de fato, a composição da seqüência virtual apresente variação segundo as particularidades de
cada bacia no tempo e no espaço (Delfaut, 1972),Lombard (1956), na verdade, ignorou este
fato.
A curva litológica é traçada, tendo-se como eixo elas ordenadas a seção colunar de um
afloramento em escala adequada (por exemplo: 1/20 ou 1/50), e como eixo das abscissas os
intervalos definidos pelas variedades litológicas da sequência virtual. À direita da seção colunar
são construídas colunas, as da esquerda reservadas para os termos mais grossos ecascalhos e
areias) e as da direita para termos mais finos (siltes e argilas). Os pontos são assinalados sobre
a linha correspondente à metade da espessura da unidade e na porção central da coluna.
Interligando-se os pontos correspondentes, obtém-se a curva litológica. Outro processo de
construção ela curva litológica consiste em representar, por segmentos de linha vertical, as
granulometrias correspondentes a cada camada e, após isso, uni-los entre si por segmentos de
linha horizontal.
Modelos geológicos e sistemas deposicionais
Para se entender os modelos geológicos, são necessários alguns conceitos, como o de sistemas
Modelos. Segundo Bettini (1989), os sistemas compreendem conjuntos de componentes, com
os seus limites e interrelações bem definidos. Os limites (ou fronteiras) podem ser físicos ou
conceituais e, além disso, podem ser fechados ou abertos. Os sistemas reais (naturais) são quase
sempre abertos e são continuamente afetados por fatores externos, com os quais mantêm-se em
equilíbrio dinâmico. Portanto, quaisquer modificações nos fatores externos causam
naturalmente mudanças nos sistemas até que sejam readquiridas novas condições de equilíbrio.
Rust (1978), baseado na morfologia do canal em planta, expressa pela sua sinuosidade e, de
acordo com a sua complexidade, representada por canais simples ou compostos, estabeleceu os
membros extremos de uma série contínua, tendo reconhecido os canais retilíneos, meandrantes,
entrelaçados e anastomosados.Como se os modelos conceituais de canais fluviais já existentes
não fossem suficientes, Miall (1977, 1978, 1982 e 1996) propôs uma série grande de modelos
fluviais, cuja aplicação torna-se quase inviável, pela demasiada subdivisão em diferentes tipos.
Materiais de construção
Os materiais de construção podem ser divididos em duas categorias, primeiro os materiaisusados
diretamente e segundo as matérias primas para fabricação de cimento, gesso, cerâmica, etc. Em
relação ao primeiro aspecto, as areias e os cascalhos constituem os principaismateriais de
construção e acha-se a sua vantagem nos baixos custos de processamento, disponibilidade
material, localização e distância mínima do local de consumo. As areias e os cascalhos são
normalmente extraídos de depósitos recentes de canais e terraços fluviais.
Olhando para o segundo aspecto, SUGUIO (1980), diz que a matéria prima principal na
produção do cimento comum, é calcário, que é uma rocha sedimentar constituída
essencialmente de calcita. Calcários, também usados para fabricação de cal virgem, corretivos
de solos, fundente de ferro.
Conclusão
Sequências sedimentares representam apenas uma fina camada de uma crosta composta
essencialmente de rochas ígneas e metamórficas. O estudo de sequências sedimentares está
intimamente relacionado à estratigrafia de sequências. A palavra fácies corresponde ao
aportuguesamento do termo latino facies esubstantivo feminino) que significa aparência ou
aspecto. As biofácies são definidas pelas subdivisões baseadas nas variações espaciais dos
atributos biológicos (conteúdo fossilíferos) de uma unidade bioestratigrafica sem considerar o
caráter litológico dos sedimentos fossilíferos.
Denominam-se contatos (ou limites) as superfícies que separam corpos sedimentares contíguos
(por exemplo: arenito e folhelho) ou as interfaces entre unidades estratigráficas (por exemplo:
duas formações). Os ciclos sedimentares e sequências cíclicas re- ferem-se a etapas sucessivas
de preenchimento sedimentar de uma bacia, que termina com o retorno às condições iniciais.
Os ciclotemas constituem ciclos sedimentares as- simétricos e segundo Bates & Jackson (1980),
estariam tipicamente relacionados a plataformas continentais ou a bacias interiores instáveis,
onde se alternam transgressões e regressões marinhas.
Referências bibliográficas