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SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL

FACULDADE SENAI FATESG


MPEng Projetos de Estruturas de Aço para Edificações

D1 – CONCEPÇÃO DE ESTRUTURAS DE AÇO


Ações nas Edificações
Paulo Roberto Marcondes de Carvalho

GOIÂNIA AGO/2022
D1 - CONCEPÇÃO DE ESTRUTURAS DE AÇO

Este material didático foi produzido por


Paulo Roberto Marcondes de Carvalho, e
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D1 - CONCEPÇÃO DE ESTRUTURAS DE AÇO

BIBLIOGRAFIA GERAL
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Ações para o cálculo de estruturas de edificações.
ABNT NBR 6120:2019. Rio de Janeiro, 2019.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Forças devidas ao vento em edificações.


ABNT NBR 6123:1988. Rio de Janeiro, 1988 (em revisão).

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. Ações e segurança nas estruturas – Procedimento .


ABNT NBR 8681:2003. Rio de Janeiro, 2003.
D1 - CONCEPÇÃO DE ESTRUTURAS DE AÇO

AÇÕES NAS EDIFICAÇÕES


Ações são as forças ou momentos externos aplicados à estrutura, podendo ser, também, deformações impostas à mesma

Ação Nominal é o valor “próprio” da ação

Ação de Cálculo é o valor da ação usado no dimensionamento da estrutura

Ação de cálculo = γ . Ação Nominal ou qd = γ q

Classificação das Ações: Ações Permanentes (G)


Ações Variáveis (Q)
Ações Excepcionais (E): tem caráter de excepcionalidade: ações devidas
à explosões, choques de veículos, efeitos sísmicos etc. .
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AÇÕES PERMANENTES (G)

Atuam permanentemente na estrutura, não variando ao longo do tempo, nem mudando o ponto de aplicação
Exemplos: peso próprio da estrutura, peso próprio de todos os elementos construtivos, tais como: pisos, paredes
permanentes, revestimentos e acabamentos, instalações e equipamentos fixos.

Em coberturas: - telhas
- peso próprio das estruturas
- forro e instalações fixas

Em pavimentos: - peso próprio das estruturas


- pisos, paredes, revestimentos
- instalações, tubulações

As ações permanentes são SEMPRE verticais, e


uniformemente distribuídas ao longo da estrutura.

Formas de Atuação da Ação Permanente


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AÇÕES VARIÁVEIS (Q)

Podem atuar ou não na estrutura, podem atuar parcialmente, agindo em determinados trechos, podendo ser ações fixas ou
móveis

Ações Variáveis Fixas ( ponto de aplicação não varia )


• Sobrecargas devidas à utilização da edificação ( pessoas, móveis e utensílios, materiais armazenados )
• Empuxos de Terra e Pressões Hidrostáticas
• Variação de Temperatura
• Recalques nas fundações e Deformações impostas
• Vento e Neve

Ações Variáveis Móveis ( ponto de aplicação varia ao longo do tempo )


• Ação de veículos sobre pontes ou viadutos
• Ação de uma ponte rolante sobre uma viga de rolamento
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Sobrecarga devido à utilização

Em pavimentos: - pessoas Em coberturas: - montagem


( NBR6120:2019 ) - móveis e utensílios 25 kgf/m2 - manutenção
- equipamentos (NBR 8800) - água
- paredes removíveis - neve (cfe. a região: 30 a 35 kgf/m2)
- equipamentos e instalações
A Sobrecarga será sempre vertical, uniformemente distribuída - imprevistos
em projeção vertical

R=q L
q

R=q L L

L
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Ação do Vento
0
Pode-se considerar o vento atuando em duas direções preferenciais VENTO 0
em relação à edificação.
VENTO
LONGITUDINAL
q2 q3 q q

0
q1 q4 q q
VENTO 90
V.T.

VENTO
TRANSVERSAL

V.L.

q3 q4 Formas de Atuação do Vento num telhado


q2 q5
q1 q6

V.T.

qL

V.L.
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AÇÃO DO VENTO (estudo da ABNT NBR 6123: 1988)

Objetivo: determinar ( avaliar ) os carregamentos devidos à ação do vento

Definições de Norma

Barlavento – região da edificação voltada para o lado de onde sopra o vento.


Sotavento – região da edificação oposta àquela de onde sopra o vento.
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Sobrepressão - pressão efetiva acima da pressão atmosférica de referência ( sinal positivo )


Sucção - pressão efetiva abaixo da pressão atmosférica de referência ( sinal negativo )

Velocidade Básica do Vento ( V0) é a velocidade de uma rajada de 3 segundos, que é excedida, em média, uma vez
em 50 anos, a 10 metros acima do terreno, em campo aberto e plano.

A velocidade básica V0 é universal dentro de uma região


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Velocidade Característica do Vento ( Vk ) é a velocidade do vento que carateriza uma condição de topografia e localização
do terreno, dimensões da edificação e sua importância em relação à uma tempestade destrutiva.
Vk = V0 S1 S2 S3
onde S1 é o fator topográfico / S2 é o fator de rugosidade / S3 é o fator estatístico

S1 – FATOR TOPOGRÁFICO

1. Terreno plano ou fracamente acidentado

2. Taludes e Morros
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3. Vale profundo protegido de vento de qualquer direção


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S2 – FATOR DE RUGOSIDADE
O Fator de Rugosidade é função de três parâmetros: rugosidade do terreno, dimensões da edificação e cota acima
do terreno

Rugosidade do Terreno
Rugosidade I
Superficies lisas de grandes, com mais de 5 km de extensão, medidas
na direção e sentido do vento incidente. Exemplos:
- mar calmo
- lagos e rios
- pântanos sem vegetação

Rugosidade II
Terrenos abertos em nível ou aproximadamente em nível, com poucos obstáculos isolados,
tais como árvores e edificações baixas
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Exemplos:
- zonas costeiras planas;
- pântanos com vegetação rala;
- campos de aviação;
- pradarias e charnecas;
- fazendas sem sebes e muros.
Cota média do topo dos obstáculos é considerada igual ou inferior
a 1,0 m.

Rugosidade III
Terrenos planos ou ondulados com obstáculos, tais como
sebes e muros, poucos quebra-ventos de árvores,
edificações baixas e esparsas. Exemplos:
- granjas e casas de campo, com exceção das
partes com matos;
- fazendas com sebes e/ou muros;
- subúrbios a considerável distância do centro,
com casas baixas e esparsas.
Cota média do topo dos obstáculos é igual a 3,0 m.
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Rugosidade IV
Terrenos cobertos por obstáculos numerosos e pouco espaçados, em zona
florestal, industrial ou urbanizada. Exemplos:
- Zonas de parques e bosques com muitas árvores;
- cidades pequenas e seus arredores;
- subúrbios densamente construídos de grandes cidades;
- áreas industriais plena ou parcialmente desenvolvidas.

Rugosidade V
Terrenos cobertos por obstáculos numerosos, grandes, altos e
pouco espaçados. Exemplos:
- Florestas com árvores altas de copas isoladas;
- centros de grandes cidades;
- complexos industriais bem desenvolvidos.
A cota média do topo dos obstáculos é considerada igual ou
superior a 25m
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Dimensões da Edificação
Classe A: todas as unidades de vedação, seus elementos de fixação e peças individuais de estruturas sem vedação. Toda a
edificação cuja maior dimensão horizontal ou vertical seja menor que 20 m.
Classe B: toda a edificação ou parte de edificação cuja maior dimensão frontal esteja entre 20 e 50 m.
Classe C: toda a edificação ou parte de edificação cuja maior dimensão frontal seja maior que 50 m.
p
 z
S 2  b Fr   Fr = fator de rajada é sempre o correspondente ao da Rugosidade II
 10 
Para usar a expressão acima: - verificar a Rugosidade do terreno,
- a classe da edificação Classe A ,,,,,,,, Fr = 1,0
Classe B ....... Fr = 0,98
0,105 Classe C ....... Fr = 0,95
- adotar b e p cfe. a rugosidade do terreno e a classe da edificação
zg CLASSES
Rugosidade (m) Parametros A B C
b 1,1 1,11 1,12
I p 0,06 0,065 0,07
b 1,00 1,00 1,00
II Fr 1,00 0,98 0,95
p 0,085 0,09 0,10
III b 0,94 0,94 0,93
p 0,10 0,105 0,115
IV b 0,86 0,85 0,84
p 0,12 0,125 0,135
V b 0,74 0,73 0,71
p 0,15 0,16 0,175
D1 - CONCEPÇÃO DE ESTRUTURAS DE AÇO
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t : intervalo de tempo a usar na obtenção da velocidade média do vento que incide


numa edificação com maior dimensão frontal > 80 m
L : altura ou largura da superfície frontal da edificação em estudo, adotando-se o
maior dos dois valores
Vt(h) : velocidade média do vento sobre t segundos no topo da edificação ou da
parte da edificação em estudo
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S3 – FATOR ESTATISTICO
Mede a responsabilidade de um tipo de edificação frente a uma tempestade destrutiva.

Vida útil

98 anos

50 anos

37 anos
22 anos
15 anos

Vk 2
Pressão dinâmica (do vento ao longe): pdin pdin  ou p  0,613 Vk
2

16 din
Vk em m/s, obtém-se pdin em kgf/m2 Vk em m/s, obtém-se pdin em N/m2
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Coeficientes Aerodinâmicos
A ação estática do vento é determinada a partir dos chamados coeficientes aerodinâmicos.
Eles “traduzem/transformam” a pressão dinâmica em ação estática nas diversas partes da edificação.
Esses coeficientes dependem da dimensão, forma e da parte da edificação a ser considerada, e eles majoram ou minoram
a pressão dinâmica.
Assim a ação numa “parede” da edificação será, sempre, o produto da pressão dinâmica por um coeficiente
aerodinâmico.
q  c  p din
Entre outros, citam-se os coeficientes externos: coeficiente de pressão, coeficientes de forma e os coeficientes de arrasto
e o coeficiente de pressão interna.

Coeficiente de Pressão : Mede a força do vento numa pequena região da edificação.


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Coeficiente de Forma: Mede a força do vento numa “parede” da edificação.

Coeficiente de Arrasto: Mede a força global do vento numa edificação.


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Coeficiente de Pressão Interna

Cálculo do coeficiente de pressão interna: por intermédio de um equilíbrio de vazões, i.e. o volume do ar que entra deve
ser igual ao volume do ar que sai.
n m
 Aentra Ce  C pi   Asai Ce  C pi
1 1
O coeficiente de pressão interna é considerado constante em toda a edificação
Conceitos de Parede Permeável e Parede Impermeável com relação ao vento.
Uma parede é dita Permeável quando ela tiver alguma abertura, mesmo que esteja fechada.
Uma parede é dita Impermeável quando ela não tiver abertura alguma.
D1 - CONCEPÇÃO DE ESTRUTURAS DE AÇO
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Coeficiente de Arrasto

É usado para se avaliar a força global do vento em uma edificação


Conceitos de LARGURA e PROFUNDIDADE de uma edificação em relação à ação do vento
(L1) (L2)

Coeficiente do Arrasto : para prédios com planta retangular a NBR 6123 apresenta 2 casos: Vento em locais de alta
turbulência e vento em locais de baixa turbulência.
D1 - CONCEPÇÃO DE ESTRUTURAS DE AÇO
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Camada limite atmosférica

Perfil de velocidades do Vento


D1 - CONCEPÇÃO DE ESTRUTURAS DE AÇO
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PONTES ROLANTES
São equipamentos para movimentação de cargas dentro de um galpão
De uma forma simplificada, pode-se dizer que a Ponte Rolante é uma viga, apoiada nas laterais do prédio, que se desloca
sobre estas laterais, movimentando-se num vai e vem longitudinal ao galpão.

Sobre a viga-ponte um carrinho contendo uma talha se desloca ao longo do comprimento da ponte, fazendo um movimento
transversal no galpão.

Os apoios da viga-ponte são dois troles que contém as rodas motrizes – responsáveis pela
movimentação da ponte, que correm sobre trilhos.
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Dados que se deve conhecer:


- Carga suportada pela talha - G
- Peso estimado da ponte, carrinho e talha
- Distancia entre as rodas do trole
- Aproximação máxima do carrinho
- Afastamento mínimo do eixo dos trilhos

CÁLCULO DAS AÇÕES DEVIDAS À PONTE ROLANTE


1. Sobre as Vigas de Rolamento;
A situação a ser analisada para o carregamento da viga de rolamento é quando o carrinho está içando uma carga
máxima na posição mais próxima da viga de rolamento.
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1. Sobre os Pilares
FORÇAS VERTICAIS

Em algumas situações de galpões deve-se


aplicar um coeficiente de impacto sobre as
Cargas Verticais:
- pontes rolantes comandadas de uma
cabine, o coeficiente de impacto é 1,25
- pontes rolantes comandadas por controle
pendente/remoto o coef. de impacto é 1,10
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FORÇA HORIZONTAL LONGITUDINAL (HL)

Deve ser aplicada, em ambas vigas de rolamento, uma força horizontal longitudinal

A força HL é obtida sem a majoração das cargas


`verticais pelo impacto.

FORÇA HORIZONTAL TRANSVERSAL (HT)


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AÇÕES DEVIDAS À PONTE ROLANTE EM GALPÕES

A. Galpões de uma nave


COM UMA PONTE
Considerar:
- Carga Vertical MAX com impacto
- Cargas Horizontais HT e HL

COM DUAS PONTES (içando a mesma carga)


Considerar
- Cargas verticais de P1 e P2 sem impacto
- 50% das Cargas Horizontais HT e HL
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DUAS PONTES (trabalhando próximas uma da outra)

A. Galpões de duas naves


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APLICAÇÃO

AÇÕES
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Distância (b) entre rodas do trole: 3,0 m


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Combinações de Ações para o Dimensionamento e Cálculo de Flecha


Como se viu vários estados de ações atuam numa estrutura.
Entretanto, para o dimensionamento dessa estrutura não adianta, somente, conhecê-los ou aplicá-los. Teoricamente, nunca um
estado de ação atuará isolado numa estrutura: o que vai ocorrer é a atuação de dois ou mais estados de ação simultaneamente
numa estrutura: precisa-se, então, criar o que se chama de Combinação de Ações.
O projetista deve, então, avaliar quais estados de ações poderão ocorrer juntos, num determinado momento e combiná-los, i.e.
somá-los.
Ao criar uma Combinação de Ações, deve-se ponderar cada ação de acordo com o tipo de combinação, que é fornecida pela
Norma.
Existem três tipos de combinações de ações:
• Combinações Normais: ocorrerão normalmente durante a vida útil da estrutura
• Combinações Especiais ou de Construção: que ocorrerão durante a construção ou montagem da estrutura
• Combinações Excepcionais: que ocorrerão excepcionalmente durante a vida útil da estrutura,

Combinações para o Dimensionamento


Lembrando que para o Dimensionamento se usa a Ação de Cálculo que é GAMA . Ação Nominal, as normas estabelecem
as combinações de ações e seus coeficientes de ponderação para cada caso de combinação.
Combinações Normais
D1 - CONCEPÇÃO DE ESTRUTURAS DE AÇO
m n
Combinações Normais ( 
i 1
gi FG i )   q1 FQ1  ( 
j 2
qj 0 j FQj )

onde
FGi são as ações permanentes;
FQ1 é a ação variável considerada como principal nas combinações normais, ou como principal para a situação transitória nas
combinações especiais ou de construção;
FQj são as demais ações variáveis;
FQ,exc é a ação excepcional;
g é o coeficiente de ponderação das ações permanentes, conforme a tabela 1;
q é o coeficiente de ponderação das ações variáveis, conforme a tabela 1;
0 é o fator de combinação, conforme tabela 2;
0,ef é o fator de combinação efetivo das demais ações variáveis que podem atuar concomitantemente com a ação
principal FQ1, durante a situação transitória.
O fator 0,ef é igual ao fator 0 adotado nas combinações normais, salvo quando a ação principal FQ1 tiver um tempo de
atuação muito pequeno, caso em que 0,ef pode ser tomado igual ao correspondente 2.
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Ações permanentes (g) a c

Diretas
Tabela 2 — Valores dos coeficientes
de ponderação das ações
Peso próprio de
Combinações estruturas Peso próprio de
Peso Peso próprio de
moldadas no elementos
Peso próprio de próprio de elementos Indiretas
local e de construtivos
estruturas estruturas construtivos em
elementos industrializados
metálicas pré- geral e
construtivos industrializados com adições in
moldadas equipamentos
e empuxos loco
permanentes

1,25 1,30 1,35 1,40 1,50 1,20


Normais
(1,00) (1,00) (1,00) (1,00) (1,00) (0)

Especiais ou 1,15 1,20 1,25 1,30 1,40 1,20


de construção (1,00) (1,00) (1,00) (1,00) (1,00) (0)

1,10 1,15 1,15 1,20 1,30 0


Excepcionais
(1,00) (1,00) (1,00) (1,00) (1,00) (0)

Ações variáveis (q) a d

Demais ações variáveis,


Ações truncadas
Efeito da temperatura b Ação do vento e incluindo as decorrentes do
uso e ocupação

Normais 1,20 1,40 1,20 1,50

Especiais ou
1,00 1,20 1,10 1,30
de construção

Excepcionais 1,00 1,00 1,00 1,00


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a Os valores entre parênteses correspondem aos coeficientes para as ações permanentes favoráveis à segurança;
ações variáveis e excepcionais favoráveis à segurança não devem ser incluídas nas combinações.
b O efeito de temperatura citado não inclui o gerado por equipamentos, o qual deve ser considerado ação decorrente
do uso e ocupação da edificação.
c Nas combinações normais, as ações permanentes diretas que não são favoráveis à segurança podem,
opcionalmente, ser consideradas todas agrupadas, com coeficiente de ponderação igual a 1,35 quando as ações
variáveis decorrentes do uso e ocupação forem superiores a 5 kN/m2, ou 1,40 quando isso não ocorrer. Nas
combinações especiais ou de construção, os coeficientes de ponderação são respectivamente 1,25 e 1,30, e nas
combinações excepcionais, 1,15 e 1,20.
d Nas combinações normais, se as ações permanentes diretas que não são favoráveis à segurança forem
agrupadas, as ações variáveis que não são favoráveis à segurança podem, opcionalmente, ser consideradas
também todas agrupadas, com coeficiente de ponderação igual a 1,50 quando as ações variáveis decorrentes do
uso e ocupação forem superiores a 5 kN/m2, ou 1,40 quando isso não ocorrer (mesmo nesse caso, o efeito da
temperatura pode ser considerado isoladamente, com o seu próprio coeficiente de ponderação). Nas combinações
especiais ou de construção, os coeficientes de ponderação são respectivamente 1,30 e 1,20, e nas combinações
excepcionais, sempre 1,00.
e Ações truncadas são consideradas ações variáveis cuja distribuição de máximos é truncada por um dispositivo
físico, de modo que o valor dessa ação não possa superar o limite correspondente. O coeficiente de ponderação
mostrado nesta Tabela se aplica a este valor-limite.
D1 - CONCEPÇÃO DE ESTRUTURAS DE AÇO

Tabela 1 — Valores dos fatores de combinação o e de redução 1 e 2 para as ações variáveis


f2 a
Ações
0 1 2 d

Locais em que não há predominância de pesos e de


equipamentos que permanecem fixos por longos
0,5 0,4 0,3
períodos de tempo, nem de elevadas concentrações
de pessoas b

Ações variáveis causadas pelo uso e ocupação Locais em que há predominância de pesos e de
equipamentos que permanecem fixos por longos
0,7 0,6 0,4
períodos de tempo, ou de elevadas concentrações de
pessoas c

Bibliotecas, arquivos, depósitos, oficinas e garagens e


0,8 0,7 0,6
sobrecargas em coberturas

Vento Pressão dinâmica do vento nas estruturas em geral 0,6 0,3 0

Variações uniformes de temperatura em relação à


Temperatura 0,6 0,5 0,3
média anual local

Passarelas de pedestres 0,6 0,4 0,3

Cargas móveis e seus efeitos dinâmicos


Pilares e outros elementos ou subestruturas que
0,7 0,6 0,4
suportam vigas de rolamento de pontes rolantes

a Ver alínea c) de 6.5.3.


b Edificações residenciais de acesso restrito.
c Edificações comerciais, de escritórios e de acesso público.
d Para combinações excepcionais onde a ação principal for sismo, admite-se adotar para 2 o valor zero.
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Combinação de ações para determinação de flechas


O mesmo conceito de ponderação se aplica quando para avaliar deslocamentos.
Nas combinações de utilização são consideradas todas as ações permanentes, inclusive as deformaç
ões impostas permanentes, e as ações variáveis correspondentes a cada um dos tipos de combinações, conforme indicado a seguir:

a) combinações quase permanentes de utilização(relacionadas com a aparência da edificação): combinações que podem atuar durante grande
parte do período de vida da estrutura, da ordem da metade deste período.
m n

F
i 1
Gi   (
j 1
2 j FQj )

b) combinações freqüentes de utilização (relacionadas com o conforto dos usuários): combinações que se repetem muitas vezes durante
o período de vida da estrutura, da ordem de 105 vezes em 50 anos, ou que tenham duração total igual a uma parte não desprezível desse
período, da ordem de 5%. m n

F
i 1
Gi   1 FQ1   (
j 2
2 j FQj )

c) combinações raras de utilização (relacionadas a danos irreversíveis à estrutura): combinações que podem atuar no máximo algumas
horas durante o período de vida da estrutura.
m n

F
i 1
Gi  FQ1   (
j 2
1 j FQj )
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onde:
FG é ação permanente;
FQ1 é a ação variável principal da combinação;
1FQ é o valor freqüente da ação;
2FQ é o valor quase permanente da ação;
1, 2 são os fatores de utilização, conforme tabela de Fatores de combinação e fatores de utilização

Combinações de Ações do Pavilhões


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2 REFLEXÕES
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............................................

Sirvam nossas façanhas


De modelo a toda Terra,

De modelo a toda Terra.


Sirvam nossas façanhas,
De modelo a toda Terra!

(Trecho final do Hino Riograndense)


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REFLEXÃO FINAL
Como conclusão, apresenta-se uma, das diversas, definições de projeto estrutural.

(Esse texto deveria ter sido o primeiro a ser apresentado nesse curso, como forma lembrar e focar a real posição de um projetista estrutural.)

O PROJETO ESTRUTURAL pode ser definido como uma mistura de ARTE e CIÊNCIA, combinando a intuição do projetista
estrutural experiente, relativa ao comportamento da estrutura, com uma boa dose de conhecimento nos princípios de
estática, dinâmica, mecânica dos materiais e análise estrutural, para produzir uma estrutura segura e econômica e que
atenda sua função prevista.

Até ~1850 o projeto estrutural era uma arte assentada na intuição, para determinar o arranjo e dimensionamento dos elementos estruturais.
Os primeiros projetistas aplicavam aquilo que podiam observar na natureza, tais como vigas, colunas e arcos.
Como os princípios que governam o comportamento das estruturas e os materiais estruturais estão sendo melhor entendidos, os
procedimentos de projeto se tornaram mais científicos.

Entretanto, os cálculos baseados em princípios científicos devem servir como guia para orientar nossa decisão e não para serem seguidos
cegamente.

A arte ou habilidade intuitiva de um projetista experiente deve ser utilizada para decidir, orientada pelos resultados dos cálculos.

Os programas computacionais não são mais que ferramentas que compilam conjuntos de experiências e procedimentos.
Caberá, sempre, ao projetista a decisão do que deva ou não aplicar em sua estrutura.
D1 - CONCEPÇÃO DE ESTRUTURAS DE AÇO

OBRIGADO!
Paulo Roberto Marcondes de Carvalho
paulo.roberto@stabile.com.br

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