Você está na página 1de 99

UNIVERSIDADE DO OESTE DE SANTA CATARINA

CAMPUS DE JOAÇABA
ÁREA DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIAS - ACET
CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA

GIOVANNI MATHEUS MELLO

PROJETO DE UMA MÁQUINA FERRAMENTA PORTÁTIL PARA DESGASTAR


DIÂMETROS EXTERNOS DE TUBOS UTILIZADOS EM SISTEMAS DE
PREVENTIVO DE INCÊNDIO

JOAÇABA
2020
GIOVANNI MATHEUS MELLO

PROJETO DE UMA MÁQUINA FERRAMENTA PORTÁTIL PARA DESGASTAR


DIÂMETROS EXTERNOS DE TUBOS UTILIZADOS EM SISTEMAS DE
PREVENTIVO DE INCÊNDIO

Projeto de uma máquina ferramenta portátil que


será utilizada para se desgastar diâmetros
externos de tubos, os quais devem ser utilizadas
em sistemas de preventivo de incêndio, sendo
desenvolvido no Curso de Engenharia
Mecânica, Área das Ciências Exatas e
Tecnológicas da Universidade do Oeste de
Santa Catarina, como requisito para conclusão
do componente curricular do componente
curricular de Trabalho de Conclusão de Curso.

Orientador: Prof. Engenheiro Mecânico Sérgio Marquezi.

JOAÇABA
2020
GIOVANNI MATHEUS MELLO

PROJETO DE UMA MÁQUINA FERRAMENTA PORTÁTIL PARA DESGASTAR


DIÂMETROS EXTERNOS DE TUBOS UTILIZADOS EM SISTEMAS DE
PREVENTIVO DE INCÊNDIO

Projeto de uma máquina ferramenta portátil que


será utilizada para desgastar diâmetros externos
de tubos, os quais devem ser utilizadas em
sistemas de preventivo de incêndio, sendo
desenvolvido no Curso de Engenharia
Mecânica, Área das Ciências Exatas e
Tecnológicas da Universidade do Oeste de
Santa Catarina, como requisito para conclusão
do componente curricular do componente
curricular de Trabalho de Conclusão de Curso.

Aprovado em 19/10/2020.

BANCA EXAMINADORA

Prof. Nome do professor 1, Titulação

Prof. Nome do professor 2, Titulação

Prof. Nome do professor 3, Titulação


Dedico este trabalho primeiramente a
Deus, aos meus pais, pois foram eles que
me incentivaram para o sucesso, como
fonte de conhecimento e saber. Graças a
eles, tornei-me uma pessoa capaz de lutar
para que meus sonhos e objetivos fossem
sempre alcançados, sem jamais
desanimar. Considero-me forte porque
eles me ensinaram a ser forte.
AGRADECIMENTOS

A Deus, por estar sempre presente e permitir que pela fé, levasse ao sucesso e
concretizasse mais essa realização.

Ao Professor Sérgio Marquezi, orientador e amigo que, com boa vontade,


compartilhou seus conhecimentos e suas experiências, possibilitando chegar ao final de
cada etapa deste estudo.

À minha família, fonte de minha força e de minha dedicação, em especial a meu


pai José Juarez Mello, que não mensurou esforços para que eu alcançasse o sucesso na
universidade, e meu irmão Jose Lucas Mello pelo incentivo.

A empresa em que estou trabalhando, ao seu administrador Anderson Hencke pela


oportunidade, de poder mostra meu trabalho e conhecimento.

Aos professores da universidade, pelos ensinamentos e pela dedicação.

Aos meus amigos, principalmente ao acadêmico Elivelton Scheuermann pelas


horas de estudo, aos demais pelo incentivo, amizade e companhia nos momentos de
estudo.

A todos que, de uma forma ou outra, colaboraram para que este trabalho fosse
realizado com êxito.
Suba o primeiro degrau com fé. Não é
necessário que você veja toda a escada.
Apenas dê o primeiro passo para o sucesso.
(Martin Luther King)
RESUMO

Este trabalho visa estudar e projetar uma máquina ferramenta portátil para desgastar
diâmetros externos de tubos de aço carbono. Este produto tem a função de fazer a limpeza
de incrustações de tubos oriundos de oxidação atmosférica. Para tanto, um estudo
aprofundado foi elaborado, seguindo a metodologia de Pahl & Beitz, respeitando todas
as fases do projeto. No contexto do desenvolvimento de produtos, duas etapas são
fundamentais, Planejamento do Produto e Projeto, seguidas de Projeto Informacional,
Conceitual, Preliminar e Detalhado. A presente monografia foi desenvolvida pela
necessidade da empresa Hidroluz Soluções em Preventivo de Incêndio que realizava a
limpeza de maneira manual, e as máquinas presentes no mercado são politrizes, utilizadas
para polir, não para realizar desbaste de oxidação. Com a coleta de informações do cliente
e a busca de metodologias para suprir esta necessidade, foram projetadas uma máquina
simples e de fácil utilização com a possível troca dos abrasivos com facilidade e a
intercambialidade de diferentes tamanhos de cinta de lixa. Os demais requisitos dos
clientes e projeto levantados durante o estudo, também foram alcançados, de forma que
ao dimensionar a máquina foi modificado de se conseguir a forma mais simples de um
projeto, proporcionando confiabilidade. Em termos de custos do produto final, uma
estimativa foi realizada, obtendo-se valores de R$ 1487,00 para o equipamento, que se
comparado com outros modelos paralelos do mercado chegam a R$ 3000,00. Dessa
forma, foi possível projetar um novo equipamento que suprisse com as características do
mercado, atendendo os usuários finais com qualidade e eficiência.

Palavras-chave: Projeto de máquinas, máquina ferramenta portátil.


ABSTRACT

This work aims to study and design a portable machine tool to wear out outer diameters
of carbon steel tubes. This product has the function of cleaning the incrustations of tubes
from atmospheric oxidation. For this, an in-depth study was prepared, following the
methodology of Pahl & Beitz, respecting all phases of the project. In the context of
product development, two stages are fundamental, Product and Project Planning,
followed by Informational, Conceptual, Preliminary and Detailed Design. This
monograph was developed by the necessity of the company Hidroluz Soluções em
Preventivo de Fogo, which performed cleaning manually, and the machines on the market
are polishing machines, used for polishing, not for thinning oxidation. With the collection
of customer information and the search for methodologies to meet this need, a simple and
easy-to-use machine was designed with the possible exchange of abrasives with ease and
the interchangeability of different sizes of sanding belt. The other customer and project
requirements raised during the study were also achieved, so that when dimensioning the
machine it was modified to achieve the simplest form of a project, providing reliability.
In terms of costs of the final product, an estimate was made, obtaining values of R $
1500.00 for the equipment, which compared to other parallel models on the market reach
R $ 3000.00. Thus, it was possible to design a new equipment that would meet the
characteristics of the market, serving end users with quality and efficiency.

Keywords: Machine design, portable machine tool.


LISTA DE FLUXOGRAMAS

FLUXOGRAMA 1 - ETAPAS DO PROCESSO DE PROJETO .............................................................. 24


FLUXOGRAMA 2 - ETAPAS DO PROJETO INFORMACIONAL ....................................................... 25
FLUXOGRAMA 3 - ETAPAS DESENVOLVIDAS DURANTE O PROJETO CONCEITUAL ............ 26
FLUXOGRAMA 4 - ETAPAS DO PROJETO PRELIMINAR................................................................. 26
FLUXOGRAMA 5-FASES DA ELABORAÇÃO DO PROJETO DO PRODUTO E ATIVIDADES
ASSOCIADAS. .......................................................................................................................................... 27
FLUXOGRAMA 6- PLANEJAMENTO DA PESQUISA. ....................................................................... 28
FLUXOGRAMA 7-REVISÃO BIBLIOGRÁFICA. .................................................................................. 28
FLUXOGRAMA 8- ESTRUTURA FUNCIONAL DO EQUIPAMENTO ............................................... 49
LISTA DE FOTOGRAFIAS

FIGURA 1- OXIDAÇÃO ATMOSFÉRICA.............................................................................................. 14


FIGURA 2- ELETRÓLISE ........................................................................................................................ 16
FIGURA 3-COMPOSIÇÃO DA LIXA. .................................................................................................... 17
FIGURA 4-LIXADEIRA METABO. ........................................................................................................ 32
FIGURA 5-LIXADEIRA CIR 1204........................................................................................................... 33
FIGURA 6- LEIAUTE DA MÁQUINA PORTÁTIL SEM AS CARENAGENS DE PROTEÇÃO. ........ 59
FIGURA 7- VISTA FRONTAL DA LIXADEIRA DE CINTA. ............................................................... 60
FIGURA 8- VISTA LATERAL DIREITA DA LIXADEIRA DE CINTA ............................................... 60
FIGURA 9- VISTA LATERAL ESQUERDA DA LIXADEIRA DE CINTA. ......................................... 61
FIGURA 10- VISTA PROJETADO DO LEIAUTE ESCOLHIDO. ......................................................... 61
FIGURA 11- BASE DA MÁQUINA. ........................................................................................................ 74
FIGURA 12- BASE COM OS SUPORTES DOS ROLOS. ....................................................................... 74
FIGURA 13- MONTAGEM DO SUPORTE DA MOLA. ......................................................................... 75
FIGURA 14- MONTAGEM DO SUPORTE MÓVEL. ............................................................................. 75
FIGURA 15- SUBMONTAGEM DO ROLO. ........................................................................................... 76
FIGURA 16-SUBMONTAGEM DO ROLO VISTA FRONTAL. ............................................................ 76
FIGURA 17- MONTAGEM DA MÁQUINA SEM A LIXA. ................................................................... 77
FIGURA 18- MONTAGEM COMPLETA DA MÁQUINA SEM AS PROTEÇÕES. ............................. 77
FIGURA 19- INTERFACE DE MONTAGEM DAS CARENAGENS DA MÁQUINA. ......................... 78
FIGURA 20- LISTA DE MATERIAIS. ..................................................................................................... 79
FIGURA 21- LISTA DE CUSTOS DE PRODUÇÃO DA MÁQUINA .................................................... 81
FIGURA 22-ROSQUEADEIRA PORTÁTIL. ........................................................................................... 82
FIGURA 23- LIXADEIRA DE CINTA DE BANCADA .......................................................................... 82
FIGURA 24- MODELAMENTO DA MÁQUINA EM 3D. ...................................................................... 85
FIGURA 25- DEFINIÇÃO DO MODELAMENTO FINAL. .................................................................... 86
LISTA DE QUADROS

QUADRO 1-MATRIZ DE APOIO AO LEVANTAMENTO DAS NECESSIDADES DOS CLIENTES.


.................................................................................................................................................................... 40
QUADRO 2 – NECESSIDADES DO CLIENTE ...................................................................................... 41
QUADRO 3 – REQUISITOS DO CLIENTE ............................................................................................ 42
QUADRO 4 - MATRIZ DE APOIO À CONVERSÃO DOS REQUISITOS DE USUÁRIO EM
REQUISITOS DE PROJETO .................................................................................................................... 43
QUADRO 5 - REQUISITOS DE PROJETO ............................................................................................. 44
QUADRO 6 - MATRIZ QFD .................................................................................................................... 46
QUADRO 7 - ESPECIFICAÇÃO DE PROJETO DA MÁQUINA FERRAMENTA DE DESBASTAR
EXTERNOS DE TUBOS. .......................................................................................................................... 47
QUADRO 8 - MATRIZ MORFOLÓGICA ............................................................................................... 50
QUADRO 9 - MATRIZ DE DECISÃO ..................................................................................................... 54
QUADRO 10 - MATRIZ DE DECISÃO “PASSA NÃO PASSA” ........................................................... 55
QUADRO 11 - MATRIZ DE AVALIAÇÃO ............................................................................................ 56
QUADRO 12- PESO ESPECÍFICO DA MÁQUINA. ............................................................................... 83
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

CAD Computer Aided Design.


ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas
A.C Antes de Cristo
NBR Normas Técnicas Brasileiras
AISI American Iron and Steel Institute
SAE Society of Automotive Engineers

LISTA DE SÍMBOLOS

F Força do Sistema
Τ Torque
ϴ Ângulo de ataque da lixa
Π Pi
Ø Diâmetro de um eixo
τ Tensão de cisalhamento
σ Tensão Normal
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO .......................................................................................................................................... 9

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO ................................................................................................................... 9


1.2 PROBLEMA DA PESQUISA .......................................................................................................... 10
1.3 HIPÓTESES OU QUESTÕES E PRESSUPOSTOS DE PESQUISA................................................................... 10
1.4 OBJETIVOS ......................................................................................................................................... 11
1.4.1 Objetivo Geral .................................................................................................................................. 11
1.4.2 Objetivos Específicos ........................................................................................................................ 11
1.5 JUSTIFICATIVA ................................................................................................................................... 11
1.6 ESTRUTURA DO TRABALHO ............................................................................................................... 12

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA....................................................................................................... 13

2.1 PROJETO DE MÁQUINAS ............................................................................................................. 13


2.2 OXIDAÇÃO ......................................................................................................................................... 13
2.2.1 Elementos que causam Oxidação ..................................................................................................... 14
2.2.2 Métodos para retirar oxidação ......................................................................................................... 15
2.3 PROCESSOS MECÂNICOS DE ABRASÃO ............................................................................................... 16
2.3.1 Abrasão com Lixas............................................................................................................................ 17
2.3.2 Tipos de lixa ...................................................................................................................................... 18
2.4 ARMAZENAGEM DE TUBOS ................................................................................................................ 20
2.5 AÇOS ................................................................................................................................................. 20
2.5.1 Aços carbono .................................................................................................................................... 21

3. METODOLOGIA APLICADA/MATERIAIS E MÉTODOS .................................................... 22

3.1 MÉTODO DE PESQUISA....................................................................................................................... 22


3.2 METODOLOGIA DE PROJETO ............................................................................................................... 23
3.2.1 Planejamento de produto .................................................................................................................. 24
3.2.2 Planejamento de projeto ................................................................................................................... 24
3.2.3 Projeto informacional ....................................................................................................................... 25
3.2.4 Projeto conceitual ............................................................................................................................. 25
3.2.5 Projeto preliminar ............................................................................................................................ 26
3.2.6 Projeto detalhado ............................................................................................................................. 26
3.2.7 Planejamento das atividades de pesquisa do trabalho de conclusão de curso. ................................ 28

4. PROJETO DE UMA MÁQUINA FERRAMENTA PORTÁTIL PARA DESGASTAR


DIÂMETRO EXTERNO DE TUBOS UTILIZADOS EM SISTEMAS DE PREVENTIVO DE
INCÊNDIO. .............................................................................................................................................. 31

4.1 PLANEJAMENTO DO PRODUTO............................................................................................................ 31


4.1.1 Análise do mercado e viabilidade ..................................................................................................... 32
4.1.2 Análise das tecnologias e concorrentes ............................................................................................ 32
Lixadeira de Cinta p/ Tubos RBE 9-60 900w Metabo. ............................................................................... 32
LIXADEIRA POLITRIZ DE CINTA P/ TUBOS 1500W 220V CIR 1204 .................................................... 33
4.1.3 Análise do consumidor e estimativa do valor do produto ................................................................. 34
4.1.4 Descrição dos requisitos ................................................................................................................... 34
4.1.5 Avaliação de ideias de produtos ....................................................................................................... 34
4.1.6 Avaliação da pós-venda e análise de mercado ................................................................................. 35
4.1.7 Vendas do produto e o valor para o consumidor .............................................................................. 35
4.2 PLANEJAMENTO DO PROJETO............................................................................................................. 35
4.2.1 Partes envolvidas no projeto ............................................................................................................ 36
4.2.2 Plano de comunicação ...................................................................................................................... 36
4.2.3 Escopo do projeto ............................................................................................................................. 36
4.2.4 Tempo .................................................................................................................................. .......36
4.3 PROJETO INFORMACIONAL................................................................................................................. 38
4.3.1 Identificação do problema de projeto ............................................................................................... 38
4.3.2 Identificação da demanda ................................................................................................................. 39
4.3.3 Identificação do ciclo de vida do produto......................................................................................... 39
4.3.4 LEVANTAMENTO DAS NECESSIDADES DO CLIENTE ............................................................... 41
4.3.5 Requisitos do Cliente ........................................................................................................................ 41
4.3.6 Requisitos de Projeto ........................................................................................................................ 42
4.3.7 Matriz QFD....................................................................................................................................... 44
4.3.8 Especificação do Projeto de Produto ............................................................................................... 47
4.4 PROJETO CONCEITUAL ....................................................................................................................... 48
4.4.1 Elaboração da estrutura funcional do produto ................................................................................ 48
4.4.2 Elaboração da matriz Morfológica................................................................................................... 50
4.4.3 Elaboração da Matriz de Decisão .................................................................................................... 53
4.4.4 Elaboração da Matriz “Passa Não Passa” ...................................................................................... 55
4.4.5 Elaboração da matriz de avaliação .................................................................................................. 56
4.5 PROJETO PRELIMINAR ........................................................................................................................ 58
4.5.1 Estudo de Layouts ............................................................................................................................. 59
4.5.2 Memorial de cálculo. ........................................................................................................................ 62
4.5.3 Estudo das interfaces entre peças, submontagens, montagens ......................................................... 74
4.5.4 Estudo dos materiais a serem utilizados na fabricação das peças ................................................... 78
4.5.5 Estudo de manutenção ...................................................................................................................... 80
4.5.6 Estudo de custos................................................................................................................................ 80
4.5.7 Peso do Projeto. ................................................................................................................................ 81
4.5.8 Confecção do protótipo..................................................................................................................... 83
4.6 PROJETO DETALHADO ....................................................................................................................... 83
4.6.1 Modelamento geométrico no sistema SolidWorks; ........................................................................... 85
4.6.2 Definição do modelamento final ....................................................................................................... 86

5. CONCLUSÕES ............................................................................................................................... 87

REFERÊNCIAS ....................................................................................................................................... 88

APÊNDICE A – DESENHOS TÉCNICOS DO SISTEMA PROPOSTO ........................................... 90


INTRODUÇÃO

1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO

Com o aumento da competitividade no mundo, buscando os melhores materiais


para se produzir produtos de qualidade, várias empresas vêm modificando sua
metodologia de trabalhar procurando atender as necessidades de um mercado rigoroso,
agregando mais acabamento aos produtos para os consumidores.

A busca por acabamento em superfícies de materiais como o aço são


frequentemente levados em conta fatores os quais o mesmo tem restrições quando
utilizados em sua forma mais simples, o ferro e o carbono. As limitações são do modo em
que a superfície em que fica em contato com o ambiente podem ocorrer pequenas
incrustações, pela oxidação da superfície em contato com o oxigênio. São pequenos
pontos onde podem ocorrer oxidação e possíveis pontos de corrosão se o tempo for mais
longevo.

Em sistemas de tubulações utilizando o aço, esta limitação é plausível devido à


sua resistência e durabilidade para o qual o sistema foi projetado, muitas vezes para
ambientes de alta temperatura e pressão.
A oxidação superficial de tubulações limita os produtos, onde os mesmos vão ser
expostos a um processo de pintura, para montagem final, retirando a eficiência da tinta,
sem uma consistência e uma perda de aderência, levando a um enfraquecimento precoce
da tubulação.

Quando se tratamos de peças cilíndricas, tubos de dimensões especificas de acordo


com as normas da ABNT, se tem dificuldade para realizar processos de limpeza das
superfícies dos tubos, por se tratar de comprimentos extensos e diâmetros variados. A
metodologia vai utilizar de parâmetros de modelos de Lixadeiras Centerless, que em geral
é uma unidade de desbaste externo. Porém a utilização da máquina vai ocorrer a campo
(No local de montagem da tubulação), não na fábrica com parâmetros mais controlados
como se é trabalhado com a lixadeiras de rebolo.

9
A limpeza externa de tubos pode ser feita por metodologias bem peculiares, sendo
elas a de lixamento com lixas abrasivas, ou pela utilização de rebolos do modelo
centerless, trabalhando com espessuras muito pequenas de retirada de material sem
ocorrer uma perda das dimensões dos tubos.

Esta monografia visa desenvolver um projeto de engenharia que atenda às


necessidades do cliente através da metodologia de PAHL E BEITZ, de um problema
encontrado pela empresa HIDROLUZ SOLUÇÕES EM PREVENTIVO DE INCÊNDIO
onde os tubos que são utilizados para a montagem das estruturas possuem incrustações
superficiais pela ação do tempo nos mesmos.

1.2 PROBLEMA DA PESQUISA

Um dos grandes problemas encontrados hoje, pela empresa HIDROLUZ SOLUÇÕES


EM PREVENTIVO DE INCÊNDIO, são as incrustações decorrentes de oxidações
superficiais nos tubos fornecidos pela indústria. Os mesmos são utilizados para a
confecção das redes montadas diretamente na estrutura do cliente, estes tubos na maioria
das vezes são lixados de forma manual, acarretando no montante final um custo elevado
de mão de obra.
A empresa procura um projeto inovador levando em conta os fatores de serviço
que a máquina será submetida, pois no mercado consumidor, as lixadeiras de cinta são do
modelo politriz que serve para polir a superfície, e não fazer o desbaste de incrustações.

1.3 HIPÓTESES OU QUESTÕES E PRESSUPOSTOS DE PESQUISA

Para orientar a execução da pesquisa do produto, foram definidas algumas


questões a serem investigadas e respondidas a partir dos estudos e posteriores resultados
obtidos.
 Quais são os tipos de problemas encontrados pela empresa nos tubos?
 Quais os requisitos do cliente?
 Quais as principais funções do produto?
 Quais as possíveis metodologia para solucionar o problema??
 Quais os métodos de cálculos para dimensionamento de lixadeira de tubos?

10
 Qual a viabilidade de compra de máquina para fazer a limpeza dos tubos portátil?
 Qual seria o diferencial do projeto, se comparar com os outros exemplares do
mercado?
 Quais os conceitos que atendem as funções do sistema?

1.4 OBJETIVOS

1.4.1 Objetivo Geral

Desenvolver um projeto mecânico portátil de uma máquina ferramenta para


desgastar o diâmetro externo de tubos de aço carbono.

1.4.2 Objetivos Específicos

Os objetivos específicos almejados com a realização do presente trabalho são:


 Aplicar os conceitos teóricos da metodologia de Processo de Projeto
de Pahl e Beitz no desenvolvimento de um equipamento;
 Elaborar o projeto mecânico atendendo as necessidades do cliente.
 Dimensionar uma máquina ferramenta atendendo Normas
Regulamentadoras.
 Desenvolver um protótipo portátil.

1.5 JUSTIFICATIVA

A proposta do projeto do novo equipamento denominado lixadeira de cinta portátil


de diâmetros externos de tubos de aço carbono justifica-se pela necessidade de se
desenvolver um equipamento que atenda com eficiência o desbaste das oxidações, os
quais vão ser realizados processos de pintura nos mesmos.
O projeto será desenvolvido para suprir a necessidade do cliente para diminuir a
mão de obra, e o tempo utilizado para realização da limpeza das peças, acarretando em
aumento de custo dos produtos.

11
1.6 ESTRUTURA DO TRABALHO

Esse trabalho encontra-se dividido em cinco capítulos, com os conteúdos


apresentados na sequência em que se encontram no trabalho. Na primeira etapa,
apresentam-se a problemática do trabalho, como também sua relevância e os objetivos do
trabalho.
Na segunda, explana-se a fundamentação teórica deste trabalho envolvendo os
agentes causadores de oxidação em aços, os métodos para retirar a oxidação, e os
processos que podem ser desenvolvidos para a retirada das incrustações.
Já, no Capítulo três, apresenta-se a metodologia empregada para realizar este
trabalho.
O quarto Capítulo descreve as etapas desenvolvidas para o projeto de uma
máquina ferramenta para desgastar tubos.
No quinto, são apresentadas as considerações finais do trabalho.

12
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Nesse capítulo será realizada uma abordagem dos temas fundamentais para a
elaboração do presente trabalho e das atividades envolvidas no projeto do equipamento. O
capítulo consiste de uma abordagem teórica sobre projetos de máquinas, como ocorre a
oxidação de tubos e o agente causador, processos mecânicos para desbaste das incrustações
e armazenagem de tubos.

2.1 PROJETO DE MÁQUINAS

Projeto de engenharia pode ser definido como sendo o processo de aplicação das
várias técnicas e princípios científicos com o intuito de definir um dispositivo, um método
ou um sistema suficientemente pormenorizado para permitir sua realização. Uma área
muito importante de projeto de engenharia é o projeto de máquinas, o qual trata da criação
de uma máquina que funcione bem, com segurança e confiabilidade (NORTON, 2004).

Por definição as peças utilizadas em projetos de máquinas inter-relacionadas são


chamadas de elementos de máquinas. O desenvolvimento de uma máquina leva em conta
fatores básicos e complexos com a transferência de energia envolvida. As forças atuantes
no conjunto são cruciais para o cálculo e o movimento resultante.

O desenvolvimento de um projeto de engenharia sólido e funcional, são onde as


dimensões e as forma às peças levam as melhores analises de funcionalidade, desde a
escolhera dos materiais e os processos de manufatura, resultando em uma máquina
resultante desempenhando a função desejada sem falhar.

2.2 OXIDAÇÃO

A oxidação é uma formação de óxidos em uma superfície metálica sendo exposta


a uma atmosfera oxidante. Este processo desenvolve uma película na extremidade da
tubulação, fazendo os oxidas causarem pontos de incrustações.
Figura 1- Oxidação atmosférica.

Fonte: Arinox
A oxidação dos metais e ligas resulta da existência de reações exotérmicas, o que
as torna termicamente possíveis em temperaturas altas, onde a variação da energia de
Gibbs é menor, sendo assim, a reação mais favorecida cineticamente, tendo uma
velocidade de oxidação consideravelmente maior (Pardini, 2008).

A oxidação eletroquímica em uma superfície de um aço, é gerada entre uma reação


entre a metal base ‘o ferro’, com o oxigênio ou enxofre. Produz um óxido do metal
original com uma cor laranja. A corrosão de outro modo pode ocorrer também em
materiais que não sejam metais, como cerâmicas ou polímeros, porém em metais a
“degradação” das propriedades mecânicas dos materiais e estruturas são mais comuns.

Segundo Huntz (2007) a maior afinidade dos elementos de liga pelo oxigênio
provoca a oxidação seletiva, de modo que o elemento com maior tendência a oxidação é
o único que passa a película oxidada ou é aquele que forma a maior parte desta película.

2.2.1 Elementos que causam Oxidação

O processo de oxidação do aço é natural e bem comum, que se dá pelo contato do


ferro (Fe) com o oxigênio (O2) do ar e/ou água (H2O). A superfície em contato, tem a
criação de óxidos, que são formados pelos dois elementos, sendo que o mais
eletronegativo deles é o oxigênio. Entre os diferentes óxidos, existem os óxidos ácidos,
que são compostos por vários materiais e apresentam um caráter covalente, formados
geralmente por ametais.
Nas áreas urbanas, existem agentes corrosivos bem poderosos na atmosfera que
se originam da queima de combustíveis fósseis de veículos, indústrias e, eventualmente,

14
usinas termoelétricas a carvão mineral. Nas áreas praianas, se atuam como meio corrosivo
as partículas de água salgada transportadas pelo ar.

2.2.2 Métodos para retirar oxidação

Os métodos usualmente utilizados para a retirada e limpeza superficial da


oxidação, podem ser prescritos de duas formas, sendo elas: por reação química ou por
abrasão. Os dois princípios fazem a retirada das incrustações sem que se tenha uma
modificação nas dimensões do tubo, pois as mesmas trabalham em tolerâncias muito
pequenas de ataque na peça.

2.2.2.1 Reações Químicas de limpeza superficial.

Óxido redução: são reações que ocorrem juntas e transferem elétrons entre
substâncias fazendo com que o nox (úmero de oxidação) de uma substância aumente
enquanto o nox de outra substância diminui. Enquanto uma reação na substância A perde
elétrons e sofrendo oxidação, a substância B que ganha elétrons e sofre redução é
designada agente oxidante.

2.2.2.2 Eletrólise

A eletrólise é um processo físico-químico que utiliza a energia elétrica para forçar


que ocorra uma reação química. Assim, é possível a retirada das incrustações de tubos e
conexões expostos ao tempo de forma mais fácil e menos degradante para o objeto a ser
limpo.

O processo que será desenvolvido prescreve a ação de muitos refrigerantes com


gás irão remover a ferrugem em pequeno grau, pois a parte do CO2 em solução se
transforma em H2 CO3 (Ácido Carbônico), que reverte a oxidação (redução).

15
Figura 2- Eletrólise

Fonte: Brasil Mergulho

2.3 PROCESSOS MECÂNICOS DE ABRASÃO

Os processos mecânicos de usinagem podem ocorrer de modos diferentes sendo


eles com a geração de cavaco como torneamento e outros ou sem a geração de cavaco
exemplo da fundição, soldagem e outros. Os processos que podem ser utilizados na
usinagem são definidos pela ferramenta que vai desbastar, sendo elas com uma geometria
definida ou não definida.
As operações executadas com arestas de geometria não definida, por sua vez, a
usinagem de abrasão faz a remoção do material da superfície através da ação de grãos
abrasivos, os quais são partículas não-metálicas, com arestas extremamente duras de
forma e orientação irregular. Exemplos são o lixamento, a retificação, entre outros.
Embora haja registros do uso da remoção de material por abrasão no antigo Egito
(2000 a.C.), a utilização de máquinas retificadoras industriais começou na década de
1860, com a produção de peças para máquinas de costura, e de componentes para
bicicletas (Malkin, 1989).
O processo por abrasão é encontrado na indústria utilizando movimentos rotativos
ou até movimentos pendulares para a usinagem. Ocorre com uma remoção de material da
superfície por partículas duras presentes nas ferramentas com geometria não definida
como a lixa ou rebolo.

16
2.3.1 Abrasão com Lixas

O processo de lixamento é feito pela ação penetrante de grãos abrasivos da lixa na


peça, sendo em que uma das partes está em movimento, rotativo ou pendular, na qual
remove cavacos do material, com dimensões proporcionais.
Segundo Tolledo (2015), lixadeira é qualquer máquina que utiliza uma lixa. Sua
construção vai de modelos mais simples e leves aos mais complexos e pesados. Sua
estrutura varia de acordo com a demanda do trabalho, podem ser classificados em
pequenos portes que são as portáteis e móveis e as de grande porte.

Alguns tipos de lixadeira são: a de órbita, que possui modelos de bases quadrado
e retangular, recomendadas para acabamentos finos em superfícies planas; excêntrica, por
sua base ser maleável permite o lixamento em superfícies não planas; e a de cinta, que
são utilizadas para lixar e nivelar materiais como madeira, metal e plástico, normalmente
usadas em operações pesadas sendo que sua eficiência depende do giro em alta velocidade
(TOLLEDO, 2015).

2.3.1.1 Lixa

A lixa é formada por três componentes: costado, adesivo e grãos abrasivos. No


lixamento o grão abrasivo é responsável pelo desbaste do material, o mesmo é também o
diferencial dos tipos de lixas existentes (BOMBASSARO, 2007).

Figura 3-Composição da lixa.

Fonte: Bombassaro, 2007.

Cada material possui uma capacidade diferente de ter sua superfície nivelada
através de uma lixa ou outro abrasivo, esta propriedade é chamada de lixabilidade
(REMADE, 2008).

17
As lixas são utilizadas para preparação de superfícies de pinturas, polir, nivelar,
corrigir e uniformizar superfícies novas ou em processo de repintura. Sua principal função
é eliminar imperfeições, contaminantes, incrustações, permitindo um acabamento ideal.

2.3.2 Tipos de lixa

As lixas são catalogadas de acordo com o seu formato, utilização e material a fazer
o lixamento. Estes formatos de abrasivos revestidos podem ser: Cinta de lixa, Disco de
lixa, Escova, Folha, Roda e Rolo.
Segundo Remade (2008), os modelos de lixas e suas respectivas características:
 A lixa comum é feita de um suporte e cola, com aglomerados de grãos
abrasivos;
 A lixa de camada aberta, tem apenas 70% do suporte recoberto com grãos
abrasivos e na lixa de camada fechada, os grãos abrasivos cobrem
totalmente a estrutura;

2.3.2.1 Aplicação granulométrica

As lixas são classificadas de acordo com a sua aplicação ou quanto à sua


granulometria. De acordo com a empresa BOSCH (2010), o catalogo é possível chegar a
identificação de acordo com a sua cor. Para cada material, existe uma cor específica que
serve para facilitar a escolha da mesma, essas possuem características individuais.

Cada empresa utiliza de um método para a separação dos modelos de lixas, as


azuis da BOSCH (ou marrons para a empresa Alcar), que possuem três classificações,
sendo a primeira voltada para aço inox, a segunda para aço e todos os tipos de metais, e
a terceira para metais diversos (BOSCH, 2010).

Outra empresa europeia a FEPA, identifica com letras, a letra P à frente de sua
numeração, possuindo uma escala numérica de 16 a 9000, representando o nível de
abrasividade de suas lixas. Aquelas que possuem numeração mais baixa são as utilizadas
para início de desbaste, de acordo com vai aumentando a numeração aumenta o seu grau

18
de abrasividade, o que implica na sua granulometria. Quanto maior o número da lixa,
menor o tamanho dos seus grãos, assim sendo voltada para acabamento (TELES, 2015).

2.3.2.2 Costado e grãos

De acordo com Bombassaro (2007), a identificação do costado e grãos, ocorre por


meio de um código que contém uma letra e três números. A letra indica o tipo de material
que é formado o seu costado:
A = papel leve
G = papel pesado especial
19
H = papel pesado
T = papel a prova de água
K = pano, cola
R = pano, resina
S = combinação papel/ pano
W = pano à prova de água
F = fibra
O primeiro número indica o tipo do grão abrasivo:
1 = Óxido de alumínio branco
2 = Óxido de alumínio marrom
4 = Carbureto de silício
8 = Norzon
9 = Seeded gel

2.3.2.3 Formatos de lixa

As lixas podem possuir diversos formatos e dimensões. São elas: folha, cintas
abrasivas, rolo, disco que são circulares geralmente é usado no lixamento com
equipamentos e lixas flexíveis, direcionadas a trabalhos com molduras e contornos
(BOMBASSARO, 2007).

19
A cinta de lixa é uma das ferramentas abrasivas mais utilizadas dentro da indústria
pela sua praticidade e a eficiência para se trabalhar e utilização em máquinas de desbaste.
Permite trocas rápidas, com um desgaste natural, sendo possível atingir baixíssimos
níveis de rugosidade superficial se necessário.
Os formatos de lixas comercializados no mercado são de acordo com a sua
aplicação, sendo elas:
 Folhas de Lixas: Indicadas para trabalhos manuais em operações de
desbaste e acabamento.
 Discos de Lixas: Desenvolvidos especialmente para operações
mecanizadas normalmente com lixadeiras.
 Rolos de Lixas: Os rolos podem ser utilizados para o revestimento de
cilindros, para a confecção própria de cintas no tamanho desejado e
recortados para operações manuais.
 Cintas de Lixas: São lixas unidas em suas extremidades, com comprimento
e largura determinadas, com catálogos de tamanhos diversos. A cinta de
lixa é muito eficiente na remoção de materiais pela baixa geração de calor
em operações de desbaste, acabamento e polimento.

2.4 ARMAZENAGEM DE TUBOS

A estocagem e o manuseio de tubos e conexões devem obedecer a preceitos


mínimos que assegurem a integridade dos materiais, bem como o desempenho esperado.
O negligenciamento dessas questões tem sido causa de insucessos e retrabalhos
significativos em obras.

2.5 AÇOS

O aço é uma liga metálica composta de Fe (ferro), 0,5 a 2% de C (carbono), Si


(silício), S (enxofre) e P (fósforo). Com uma grande variedade de tipos de aços, de acordo
com as aplicações e propriedades mecânicas que necessita em um conjunto.

20
Os aços podem ser classificados em grupos:
• Composição
• Processo de fabricação
• Formas dos produtos acabados.
As classificações mais generalizadas dos aços considerando a composição
química dentre os mais utilizados são a “American Iron and Steel Institute – AISI” e da
“Society od automotive engineers – SAE”.
Nesses sistemas, as últimas letras XX ou XXX indicam os teores de carbono. Por
outro lado, os dois primeiros algarismos diferenciam os vários tipos de aços entre si,
sendo como o aço carbono somente e os aços ligas que são acrescentados outros
elementos de liga, como níquel, cromo, etc., além do carbono.
No Brasil, a Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT, por intermédio
das normas NBR 6006 classifica os aços-carbono e os de baixo teor em liga segundo os
critérios adotados pela AISI e SAE.

2.5.1 Aços carbono

O aço carbono é a liga metálica mais produzida no mundo, por ter uma utilização
bem abrangente e solida, com aplicações em máquinas, ferramentas, etc. Sua utilização é
alta por permitir uma grande versatilidade em diversas aplicações frente ao preço
reduzido quando comparado aos outros materiais.
Embora aos poucos a situação esteja mudando o aço carbono ainda continua sendo
o material mais empregado, porém se tem materiais e aplicações mais restritas onde não
é possível a utilização de aço carbono. A preferência por sua utilização tem por ser um
material de boa soldabilidade, é de fácil obtenção e pode ser encontrado em várias
dimensões e formatos.
Existem diversos tipos de aço carbono que podem ser distinguidos basicamente
pelas suas características e aplicabilidade, são eles:
 Aços de baixo carbono (até 0,20 % C, até 0,90% Mn, até 0,1% Si em alguns aços).
 Aços de médio carbono para temperaturas elevadas (até 0,35 % C, 1% Mn, até
0,1% Si).
 Aços para baixa temperatura (aprox. 0,23% C, até 1,2% Mn, acalmado em Al ou
Si).
 Aços de qualidade estrutural.
 Aços carbono de alta resistência.
21
3. METODOLOGIA APLICADA/MATERIAIS E MÉTODOS

Nessa etapa do trabalho científico, descrevem-se, principalmente os métodos e os


procedimentos que foram utilizados na pesquisa, permitindo aumentar a compreensão do
estudo realizado e assegurando a réplica científica. (SILVEIRA et al, 2004, p. 106). Foi
desenvolvido uma metodologia com a finalidade de atingir os objetivos que foram
propostos neste trabalho.

Após a definição da máquina para desenvolvimento, iniciou-se as atividades


definindo o Planejamento do Produto e as etapas de Planejamento do Projeto. No
Planejamento do Produto, descreveu-se uma máquina destinada a realizar o desbaste
externo de superfícies em até 2 passagens pela peça desejada, o tubo em questão.

Na etapa de Planejamento do Projeto, ficou definida o escopo da máquina e as


metodologias para a realização do mesmo, atendendo as necessidades do cliente. Deste
modo, no paralelamente ao desenvolvimento do projeto proposto, foram prescritas
análises sobre o processo de projeto, identificando na literatura especializada a
sistemática para a condução do processo de projeto.
Com os dados e informações coletadas em livros, artigos e na internet, ficou
definido o projeto informacional e o projeto conceitual do equipamento.

3.1 MÉTODO DE PESQUISA

A pesquisa desenvolvida neste trabalho caracteriza-se como aplicada e de acordo


com a abordagem pode ser classificado em qualitativa, posto que os dados analisados não
são mensuráveis, por ser uma análise de uma máquina proposta.

Levando em observação os objetivos propostos neste trabalho, o mesmo envolve


uma pesquisa exploratória-descritiva. Por outro lado, a parte descritiva, utiliza de técnicas
padronizadas e desenvolvimento do projeto de produtos propostas por Pahl e Beitz (2005)
e adaptadas por Back et al. (2008) que é apresentada na metodologia de projeto a seguir.

22
3.2 METODOLOGIA DE PROJETO

Para desenvolver um produto, é necessário estabelecer um conjunto de


procedimentos e especificações, que se forem utilizados de forma correta podem facilitar
a sua construção, ou possibilitar a realização de algo concreto. Ainda, para se desenvolver
um produto com eficiência e eficácia, utilizando ferramentas, métodos e conhecimentos
definidos na metodologia de projetos, é necessário saber o que, para quem, quando, com
que e como fazer (BACK et al., 2008, p. 68).
Segundo Pahl et al. (2005, p. 50), os tipos de projetos estão divididos nas seguintes
categorias:

 Projeto inovador;
 Projeto adaptativo;
 Projeto alternativo.

Os três tipos de projetos estão relacionados de acordo com o seu grau de inovação.
No projeto inovador, novas tarefas são atendidas com novos princípios de solução ou uma
nova combinação de princípios de soluções familiares. No projeto adaptativo o princípio
de solução é preservado, porém a configuração é adequada às novas condições periféricas.
E o projeto alternativo, é variado o tamanho dos componentes ou subconjuntos, o que é
típico de séries construtivas e/ou sistemas modulares (PAHL et al., 2005, p. 50).

A metodologia de projeto tem como finalidade servir de referência para o


desenvolvimento do produto, orientando o projetista durante a execução de sua atividade,
facilitando o desenvolvimento de boas soluções e tornando o processo de projeto
dinâmico, verificável e aprimorável.
O planejamento no contexto do desenvolvimento de produtos está dividido em
duas etapas, sendo o Planejamento do Produto e do Projeto, seguindo posteriormente com
as etapas de Projeto Informacional, Conceitual, Preliminar e Detalhado.

23
O fluxograma 1 apresenta as etapas desenvolvidas durante o projeto.

Fluxograma 1 - Etapas do processo de projeto

Fonte: Adaptado de Back et al (2008).

3.2.1 Planejamento de produto

Esta etapa busca além a definição da ideia do produto, informações sobre análises
econômicas e de custos, volume de vendas esperado, e a definição dos prazos da execução
do projeto (PAHL et al., 2005, p. 51).
Segundo Back et al. (2008, p.159), se afirmam que a presença de um método para
o desenvolvimento de produto contribui para a atuação das empresas em mercados cada
vez mais competitivos, devido a necessidade de inovar de forma contínua e rápida frente
aos concorrentes.

3.2.2 Planejamento de projeto

O planejamento do projeto envolve todas as etapas que devem ser seguidas para o
desenvolvimento do mesmo, definindo as atividades do projeto, com os tempos estimados
de cada etapa (BACK et al., 2008, p. 73).
Segundo Back et al. (2008, p.73), a partir desse planejamento deve ser definida a
estrutura funcional do projeto, determinando os envolvidos no processo, a forma de
comunicação entre os mesmos, o objetivo do projeto e o cronograma a ser seguido.

24
Conforme Pahl et al. (2005, p. 89), o projetista deve entender e esclarecer o
problema, chegando a um número de soluções em cada etapa do projeto e, ainda, avaliar
e escolher antes de prosseguir para a próxima etapa.

3.2.3 Projeto informacional

O projeto informacional é o início para o entendimento da necessidade de


desenvolvimento de um novo produto, buscam-se informações sobre o produto a ser
desenvolvido, tendo por objetivo uma análise geral do problema do projeto (BACK et al.,
2008, p. 75).
Segundo Zaions (2014), é nesta fase que se realiza a especificação de projeto de
produto (EPP), e que ainda são incorporadas ao processo de projeto de produto (PPP) as
necessidades dos clientes e usuários do produto.
O fluxograma 2 apresenta as diversas etapas desenvolvidas durante a fase de
projeto informacional.

Fluxograma 2 - Etapas do projeto informacional

Fonte: Adaptado de Back et al. (2008).

3.2.4 Projeto conceitual

Segundo Zaions (2014, p. 34), esta fase parte é considerada a mais importante na
definição do produto. É nela que se concentra o maior custo do projeto e do produto, por
isso deve ser bem planejada e sistematizada.
Se inicia com uma orientação de uma equipe de desenvolvimento a respeito com
atualizações do plano do projeto, buscando os princípios de soluções apropriados, por
meio da identificação de problemas essenciais e estruturas funcionais (BACK et al., 2008,
p. 77).

25
O fluxograma 3 ilustra as etapas desenvolvidas durante o projeto conceitual.
Fluxograma 3 - Etapas desenvolvidas durante o projeto conceitual

Fonte: Adaptado de Back et al. (2008).

3.2.5 Projeto preliminar

Nesta fase do projeto, devem ser realizadas uma avaliação técnica e econômica
inicial da concepção proposta na fase de projeto conceitual. Com as informações definidas
nas fases iniciais são processadas em busca de formas geométricas e dos layouts de peças,
montagens e do produto como um todo.

Outro, porém desta fase de projeto são os dimensionamentos de resistência, de


vibrações, ruídos, a definição de materiais, levantamento de planilhas de custos,
customização dos layouts, estudos do comportamento em uso, interfaces entre peças,
montagens e do produto, além do dimensionamento estático e dinâmico das partes do
produto (ZAIONS, 2014, p. 35).
O fluxograma 4 demonstra as etapas do projeto preliminar.

Fluxograma 4 - Etapas do projeto preliminar

Fonte: Adaptado de Back et al. (2008).

3.2.6 Projeto detalhado

Segundo Zaions (2014, p. 35), esse item é considerado a última fase do processo
de projeto de produto, sendo a fase do modelamento geométrico específico em sistemas
CAD. Dessa fase deve sair a documentação completa com todas as informações
necessárias à manufatura e/ou compra das peças, montagens e, por fim, um produto.

26
O projeto detalhado é a elaboração da documentação para a produção do projeto,
especialmente dos desenhos de componentes individuais, desenhos de conjuntos, as listas
das peças e, ao mesmo tempo, são efetuadas otimizações de detalhes com respeito à
forma, material, superfícies e tolerâncias ou ajustes (ZAOINS, 2014, p. 115).

Para um melhor entendimento das metodologias e as atividades de cada uma das


fases do projeto:

Fluxograma 5-Fases da elaboração do projeto do produto e atividades associadas.

Fonte: Zaions (2014).

27
3.2.7 Planejamento das atividades de pesquisa do trabalho de conclusão de curso.

A planejamento utilizada para o desenvolvimento da monografia é descrita nos


parágrafos a seguir:

FASE I – PLANEJAMENTO DA PESQUISA

Fluxograma 6- Planejamento da pesquisa.

Fonte: Autor.

FASE II – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Fluxograma 7-Revisão bibliográfica.

Fonte: autor.

28
FASE III – RESULTADOS E DISCUSSÕES

Essa fase compreende o desenvolvimento das atividades do trabalho de conclusão


do curso, aqui relacionadas com o desenvolvimento das atividades do projeto da máquina
ferramenta portátil para desgastar externos de tubos de aço carbono.

Etapa 5 – Planejamento do Produto

Essa etapa é composta pelas seguintes tarefas: (i) análise do mercado e viabilidade
econômica; (ii) análise das tecnologias e concorrentes; (iii) análise do consumidor; (iv)
descrição dos requisitos; (v) avaliação de ideias de produtos e (vi) vendas do produto e o
valor para o consumidor e sua viabilidade perante o mercado.

Etapa 6 – Planejamento do Projeto

Tem como finalidade exibir o planejamento do projeto, onde as etapas trabalhadas


descrevem-se como: (i) partes envolvidas no projeto; (ii) plano de comunicação; (iii)
escopo do projeto; e (iv) tempo. Tem como resultado final a organização das etapas
posteriores, definição de datas e o gerenciamento do projeto.

Etapa 7 – Projeto Informacional

Nessa etapa, buscam-se as informações necessárias para que a concepção do


sistema tenha o melhor resultado possível. Envolve a realização das fases mostradas em
sequência: (i) identificação do problema de projeto; (ii) identificação da demanda; (iii)
identificação do ciclo de vida do produto; (iv) levantamento das necessidades dos
clientes; (v) requisitos dos clientes; (vi) requisitos de projeto; (vii) matriz QFD e (viii)
especificação do projeto de produto. Resultando em informações essenciais para as
etapas seguintes.

29
Etapa 8 – Projeto Conceitual

Nessa etapa, buscam-se os princípios de solução para o projeto da máquina


ferramenta para desgastar tubos. As fases são divididas em: (i) estrutura funcional do
produto; (ii) alocação dos princípios de solução na matriz morfológica; (iii) elaboração
da matriz de decisão; (iv) elaboração da matriz passa ou não passa, para concepção de
resolução e soluções de problemas; (v) tendo como principal resultado a confecção da
matriz de avaliação, contendo as melhores soluções para os problemas de projeto,
estrutura funcional do produto e concepção dos princípios de solução.

Etapa 9 – Projeto Preliminar

Nessa etapa, são desenvolvidos os cálculos para dimensionamento da máquina


ferramenta de desgastar tubos. Esta etapa possui influência da Etapa 10, onde é realizado
o detalhamento do projeto, uma vez que a construção do mesmo depende das definições
dessa etapa.

Etapa 10 – Projeto Detalhado

Confecção das folhas de engenharia contendo o detalhamento de todas as partes


das máquinas, com as peças individuais e seus respectivos conjuntos.

FASE IV –APRESENTAÇÃO DO TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

Etapa 11 – Apresentação do trabalho para a banca examinadora, composta pelo


orientador e professores do curso de Engenharia Mecânica.

30
4. PROJETO DE UMA MÁQUINA FERRAMENTA PORTÁTIL PARA
DESGASTAR DIÂMETRO EXTERNO DE TUBOS UTILIZADOS EM
SISTEMAS DE PREVENTIVO DE INCÊNDIO.

No presente capítulo são apresentados os resultados e discussões do presente


trabalho. O capítulo inicia com a caracterização do projeto da máquina que será
desenvolvida e com a definição da problemática apresentada.
O desenvolvimento do projeto de uma máquina ferramenta portátil para desgastar
diâmetros externos de tubos, partiu de uma necessidade da empresa HIDROLUZ por um
aumento de produtividade e demanda de produção que com outros métodos manuais a
equipe responsável pela limpeza e retirada das incrustações dos tubos não estava
conseguindo acompanhar a equipe de montagem, causando uma espera na produção e
liberação das peças para os outros setores.

4.1 PLANEJAMENTO DO PRODUTO

A fase de Planejamento do Produto precede o Processo de Projeto propriamente


dito. Esta fase tem a função de identificar as oportunidades. O planejamento de produtos
é um processo para apoiar a definição de projetos que serão desenvolvidos, em termos de
ideias do produto, tecnologias, volume de produção, retorno de investimento dentre outras
características para obter informações para a aprovação, ou não do projeto.

Adaptando a partir de Leif (1997), o processo de planejamento de produtos pode


ser dividido nas seguintes atividades que serão abordadas posteriormente: (i) Análise do
mercado e viabilidade; (ii) Análise das tecnologias e concorrentes; (iii) Análise do
consumidor e estimativa do valor do produto; (iv) Descrição dos requisitos; (v) Avaliação
de ideias de produtos; (vi) Avaliação da pós-venda e análise de mercado; (vii) Vendas do
produto e o valor para o consumidor.
Nos itens a seguir serão abordadas cada uma das atividades descritas no parágrafo
anterior para o desenvolvimento de uma máquina ferramenta portátil para desgastar
diâmetros externos de tubos.
4.1.1 Análise do mercado e viabilidade

As vendas de máquinas no mercado nacional, é constante de modo com que os


mesmos para se chegar em uma produção com qualidade, se necessita de acabamento,
assim a utilização de ferramentas potentes permitindo dar acabamento profissional em
materiais como metal em geral, madeira, poliméricos e outros.
A situação atual de mercado é um cenário de expansão de vendas pois os tempos
que está sendo produzido os produtos demandam de maiores tecnologias na montagem
dos equipamentos. Logo abaixo será apresentado algumas das máquinas ferramentas que
estão no mercado hoje, sendo elas de toda a maioria de lixadeira politriz, normalmente
utilizadas e dimensionadas para acabamentos em inox.

4.1.2 Análise das tecnologias e concorrentes

De maneira geral, pode-se observar que as tecnologias necessárias para o


funcionamento ideal do equipamento são voltadas aos investimentos em pequenos
detalhes e aprimoramento dos sistemas e materiais utilizados.
Dentre as tecnologias que precisam ser implantadas, destacam-se, ajustes mais
precisos nas partes móveis do equipamento, a fim de obter uma maior facilidade na
operação, usar dimensões e geometrias adequadas buscando uma maior durabilidade,
rigidez e resistência.

Lixadeira de Cinta p/ Tubos RBE 9-60 900w Metabo.

A figura 4 ilustra a lixadeira de cinta politriz para tubos em inox, utilizada para
polir tubos com dimensões bem específicas de até 2’ 1/4 de diâmetro.

Figura 4-Lixadeira Metabo.

Fonte: Metabo.

32
Características:
 Potência nominal: 900 W
 Potência útil: 470 W
 Velocidade da cinta em vazio: 8 - 14 m/s // 1575 - 2756 ft/min m/s
 Dimensões da cinta de lixa: 30 x 533 mm / 1 3/16 x 21 ".
 Diâmetro máx.do tubo: 60 mm / 2 3/8 ".
 Ângulo de abrangência: 190 °.
 Peso sem cabo de alimentação: 3.1 kg / 6.8 lbs.
 Comprimento do cabo: 4 m / 13 ft.

Lixadeira de cinta para tubos compacta, com velocidades elevadas para trabalhar
tubos em aço inoxidável de forma eficiente. Envolvimento do tubo a 190° para um
trabalho sem sobreposições

LIXADEIRA POLITRIZ DE CINTA P/ TUBOS 1500W 220V CIR 1204

A Lixadeira Politriz de Tubo CIR1204 é utilizada para acabamento escovado,


acetinado (acabamento de Elevador) e Polido em Tubos Cilíndricos de Inox. Para diversos
ramos industrial e um equipamento para Polimento em Tubo do Aço Inox.

A figura 5 ilustra a lixadeira de cinta politriz para tubos em inox.

Figura 5-Lixadeira CIR 1204.

Fonte: Cir.

Características:
Velocidade de Rotação de 1000 a 3000 RPM
Medida da cinta: 38 x 750 mm

33
Velocidade variável de 78 a 282 m/s
Voltagem: 220V
Watts: 1500 W
Potência útil: 1000 W

Máquina que também é utilizada para realizar o processo de polimento da


superfície, trabalhando com materiais mais nobres como o aço inox.

4.1.3 Análise do consumidor e estimativa do valor do produto

Conforme já descrito acima, os produtos existentes não suprem as necessidades


básicas do consumidor, pois os mesmos apresentam algumas deficiências que se
corrigidas podem qualificar ainda mais o processo.
A comercialização do produto se dará por meio da equipe de vendas da empresa
fabricante.
Em relação a estimativa de demanda, esta é de difícil previsão, e não estará
disposta nesse projeto.

4.1.4 Descrição dos requisitos

Os requisitos serão discutidos no Projeto Informacional seção 4.3.5, no item


requisitos do cliente.

4.1.5 Avaliação de ideias de produtos

Para geração de ideias do produto, foram pesquisados os principais fabricantes de


lixadeiras de conta do modelo politriz, a fim de desenvolver um produto para desbaste de
incrustações de tubos, utilizando alguns de seus produtos como referência para geração
de ideias que atendam aos requisitos dos clientes.
Dessa forma, pode-se encontrar diversos equipamentos, com variados tamanhos e
funcionalidades, que ajudaram na formulação de um novo produto, que atendessem as
necessidades do cliente.

34
4.1.6 Avaliação da pós-venda e análise de mercado

A empresa fabricante possui sua sistemática de pós-venda que é aplicada ao seu


produto, procurando, manter contato constante com o cliente de forma a acompanhar a
sua evolução nos trabalhos de pesquisa e ao mesmo tempo colhendo dados importantes
de melhorias do aparelho e funções extras que o mesmo poderá atender.
Fatores como garantia e assistência técnica para o aparelho também seguiram a
padronização da empresa.

4.1.7 Vendas do produto e o valor para o consumidor

A empresa HIDROLUZ SOLUÇÕES EM PREVENTIVO DE INCÊNDIO


contratou o responsável pelo presente trabalho, para desenvolver uma máquina
ferramenta para desbastar externos de tubos portátil, para fazer a utilização da mesma em
campo, onde ocorre a montagem final dos produtos que a empresa representa. Os valores
prescritos são o suficiente para se produzir uma máquina simples, de fácil utilização e
locomoção, portátil e que atenda às necessidades que a empresa espera.

4.2 PLANEJAMENTO DO PROJETO

Um bom desempenho da equipe de projeto é obtido através da condução e


gerenciamento do projeto através de procedimentos pré-determinados, ou seja,
sistematizados.
No planejamento do projeto, as atividades do projeto devem ser definidas e
sequenciadas. Os tempos, os custos e os recursos devem ser determinados. Também o
trabalho da equipe deve ser articulado e monitorado.
A fase de planejamento do projeto é o início propriamente dito do
desenvolvimento de projeto, onde serão tratadas todas as informações necessárias para as
fases subsequentes do processo do projeto.
As etapas trabalhadas no planejamento do projeto descrevem-se como: (i) partes
envolvidas no projeto; (ii) plano de comunicação; (iii) escopo do projeto; e (iv) tempo;

35
4.2.1 Partes envolvidas no projeto

O projeto será desenvolvido pelo próprio acadêmico, devendo este gerenciar os


prazos e metas de cada processo.
O projeto possui natureza multidisciplinar, envolvendo várias áreas de
conhecimento da engenharia, sendo eles: (i) projetos de sistemas mecânicos; (ii)
elementos de máquina; (iii) eletrotécnica; (iv) automação industrial; (v) materiais de
construção mecânica; (vi) processos de fabricação; e (vii) manutenção mecânica.

4.2.2 Plano de comunicação

O plano de comunicação em projetos tem como função identificar quais são as


necessidades comunicativas do cliente e definir a maneira mais apropriada para que a sua
distribuição ocorra. Esses requisitos precisam ser documentados e trabalhados
corretamente com os seus colaboradores.
O projeto deverá ser realizado assegurando que a voz do cliente seja ouvida.

4.2.3 Escopo do projeto

O objetivo do projeto visa elaborar as etapas de planejamento de projeto,


planejamento do produto, projeto informacional, projeto conceitual, projeto preliminar e
projeto detalhado de uma máquina ferramenta de desbastar externos de tubos.
Na elaboração deste projeto, procura-se desenvolvê-lo no ambiente de engenharia
simultânea, considerando todos os aspectos do ciclo de vida do produto e integrando o
planejamento do projeto e do produto e o projeto propriamente dito. Esta abordagem
implicará na filosofia de cooperação multifuncional no projeto, a fim de criar um produto
que seja melhor, barato e que seja introduzido o mais rapidamente no mercado.

4.2.4 Tempo

Esta etapa engloba os processos necessários para assegurar a conclusão do projeto


no prazo previsto, envolvendo a definição das atividades, o sequenciamento e estimativa
da duração, a elaboração e o controle do cronograma de projeto.
36
A sequência e as atividades do projeto foram definidas pelo acadêmico do projeto
com o objetivo de motivá-la na realização das atividades.
O Esquema apresenta o diagrama de Gantt com a descrição das principais
atividades que serão realizadas com uma estimativa da duração.
Esquema 1– Diagrama de Gant com a descrição das atividades do projeto

Fonte: Autor.

37
4.3 PROJETO INFORMACIONAL

A fase de projeto informacional é o início propriamente dito do desenvolvimento


de projeto, onde serão tratadas todas as informações necessárias para as fases
subsequentes do processo do projeto.
As etapas trabalhadas no projeto informacional descrevem-se como: (i)
identificação do problema constando o motivo da necessidade do projeto de
uma máquina ferramenta para desgastar diâmetro externo de tubos (ii) a identificação
da demanda, ou seja, para quais clientes este projeto está sendo desenvolvido;
(iii) o levantamento das necessidades dos clientes abrangendo a idealização de
projeto para quem comprará a máquina depois de sua manufatura atendendo suas
exigências com respeito a funcionalidade da máquina.

Os requisitos dos clientes constituem-se na análise das necessidades impostas


pelos clientes e descrição dessas atribuições ao nível de linguagem de projeto. Os
requisitos de projeto abrangem os quesitos de importância para o funcionamento da
máquina na visão de projetistas envolvidos em sua fase de projeto.

A montagem da matriz QFD – Quality Function Deployment tem por finalidade


avaliar com graus e atribuições de importância as informações levantadas pelos
requisitos de clientes e de projeto. A aplicação do QFD permite definir
quantitativamente a importância dos requisitos de clientes e de projeto. Por fim tem-se
as especificações de projeto onde serão atribuídos metas, restrições e objetivos para os
resultados obtidos na matriz QFD.

4.3.1 Identificação do problema de projeto

Com a análise dos equipamentos existentes no mercado e apesar dos mesmos


levarem uma metodologia e um designe de lixadeira de cinta, a sua aplicação tem como
base o polimento, com máquinas politriz para aço inox. O conceito para
o desenvolvimento do projeto em que está sendo desenvolvido é o desbaste de
incrustações onde se necessita de mais potência para remove-la e uma velocidade
controlada para que na cinta não ocorra aquecimento elevado.

38
Os problemas encontrados nos projetos já presentes no mercado, são
equipamentos que demandam de pouca tecnologia quando falados dos modelos mais
simples, porém de grande manutenção, os outros equipamentos com grande tecnologia
um valor de compra bem elevado se comparado aos mais simples.

4.3.2 Identificação da demanda

O projeto visa atender as necessidades de clientes buscando desenvolver um


equipamento com tecnologia aplicada e um custo mais acessível. A demanda do mercado
visa uma grande aceitação no mercado, porém a grande expectativa é que atenda a
produção em que a empresa contratante precisa, diminuindo o tempo de limpeza das peças
e diminuição de custo.

4.3.3 Identificação do ciclo de vida do produto

De acordo com Zaions (2014, p. 7) o ciclo de vida do produto compreende o


período de nascimento (ou renascimento) até o seu descarte, ou seja, quando o mesmo
entra em desuso, podendo ser ou não reaproveitado.

O ciclo de vida de um produto pode ser subdividido, a partir de uma necessidade


detectada no mercado consumidor, em etapas distintas, onde o produto é caracterizado
como o centro das atenções de cada uma de suas etapas.

O objetivo final é sempre a satisfação plena das necessidades do usuário do


produto por meio do atendimento de seus desejos e aspirações. Em suma, é o atendimento
às necessidades do usuário que o habilita e o deixa à vontade para retribuir esse
cumprimento quando paga o produto que irá utilizar (ZAIONS, 2014, p. 8).

Nessa etapa buscou-se identificar para cada fase do ciclo de vida do produto as
necessidades relacionadas ao atributo básico do produto. Assim, foram preenchidos os
campos internos do quadro identificando os atributos básicos associados com o produto.

39
Quadro 1-Matriz de apoio ao levantamento das necessidades dos clientes.
Atributos básicos do produto
Ciclo de vida
Funcionamento Ergonomia Economia Segurança Normalização Modular
Ter estrutura
Padronizar resistente,
Ter economia de Respeitar normas Ter conjuntos de
Fabricação fabricação Ter baixo peso proteção contra
materiais de segurança. montagem.
sequencial toques.

Padronizar Ter fácil Ser de simples Eliminar arestas montagem


Montagem Ter poucas peças
montagem montagem montagem pontiagudas sequencial

Alinhar Baixo
Ter baixo peso Evitar choques
Ter dimensões peso com
Transporte e peças que modifiquem Ter pouco peso.
compactas. máquina
compactas. as propriedades.
compacta.
Ter baixo peso, Evitar o contato
Ter facilidade de Ter normativas de
Uso Ser portátil. com as partes
movimentação. Ter facilidade de funcionamento.
uso móveis
Ser cortável sem
precisar aplicar
Função ter fácil operação
muita força pra
trabalhar.
Ser prático para Ter peças
Evitar peças com ter peças simples e
Manutenção troca de peças e simples e
falhas. padronizadas
de abrasivos. padronizadas
Fonte: Autor.
4.3.4 LEVANTAMENTO DAS NECESSIDADES DO CLIENTE

Nesta etapa procurou-se entender mais especificamente o problema para definir


com clareza qual é a função global do produto. Após inúmeras reuniões realizadas, a
equipe chegou a seguinte função global do equipamento:
“Proporcionar o desbaste de incrustações de externos de tubos de
aço carbono da norma 5580 e 5590 para montagem de preventivo
de incêndio com dimensões padronizadas”
A partir da realização de entrevistas com engenheiros, mestres de obras, pedreiros
potenciais clientes do equipamento chegou-se aos seguintes resultados de necessidades
de projeto, com seus devidos graus de importância conforme o quadro 2.

Quadro 2 – Necessidades do Cliente


Necessidades do Cliente Grau de importância
Ser portátil 5
Ser leve 5
Ter estrutura resistente 4
Ter facilidade de operação 4
Custo de aquisição 4
Ser compacta 3
Custo de fabricação 3
Ser segura ao manuseio 3
Ser prático para troca de peças 2
Baixo ruído 2
Ter fácil montagem 2
Facilidade de manutenção 2
Ter boa aparência 1
Ser seguro durante a utilização 3
Fonte: Autor.

4.3.5 Requisitos do Cliente

Com base nas necessidades do cliente citadas no quadro 3 na qual são


especificados os critérios de atribuições mais importantes no conjunto funcional do
equipamento é realizado um estudo desses requisitos, com relação as suas atribuições e
seus graus de importância para que posteriormente sejam usados na montagem da matriz
QFD. Desta maneira obtém-se a matriz que irá apresentar as especificações do projeto. O
Quadro 3 mostra o resultado da análise realizada.
Quadro 3 – Requisitos do Cliente
Requisitos do cliente Grau de importância
Ter fácil operação 10
Ter alto rendimento 10
Ser portátil 9
Segurança de operação 8
Baixo custo de fabricação 8
Baixo custo de manutenção 8
Baixo custo de aquisição 8
Baixo custo de operação 8
Ter baixo peso 8
Ser compacta 7
Ser resistente 6
Ter estética 4
Fonte: Autor.

4.3.6 Requisitos de Projeto

Para auxiliar na conversão dos requisitos de usuário em requisitos de projeto,


elaborou-se a matriz de apoio à obtenção dos requisitos de projeto a qual é ilustrada no
Quadro 4. Nesta matriz são ilustrados os requisitos de usuário, gerados anteriormente na
matriz de apoio ao levantamento das necessidades do usuário como linhas da matriz e
tendo como colunas os atributos específicos do produto. Os cruzamentos das linhas com
as colunas estimularam a equipe a definir os quais são os atributos mensuráveis,
permitindo a geração dos correspondentes requisitos de projeto.

42
Quadro 4 - Matriz de apoio à conversão dos requisitos de usuário em requisitos de projeto
requisitos do Atributos específicos do produto
usuário geométricos material peso força controle dimensão
Ser compacto para Ter fácil Adequadas pra o
ter fácil operação
movimentar. Ter baixo peso operação manuseio
Leve para facilitar a
ser portátil
movimentação. Ser compacto.
Ter dimensões Resistir aos Ter fácil Ter dimensões
Ser compacto
adequadas Ter baixa densidade esforços. operação adequadas
Usar perfis Ter alta Usar métodos
Ser durável
adequado resistência mais simples
Ser seguro durante Materiais de alta
a operação. resistência
Máquina com
Ter alto
dimensões
rendimento
Materiais leves Baixo peso. compactas.
Pesquisar os
fornecedores
Ter baixo custo de
para diminuir o
aquisição
preço doa ter dimensões
materiais. adequadas
Acompanhar as
ter baixo custo de
ter peças peças mais
manutenção
padronizadas ser barato sobrecarregadas.
Ser fácil de ter baixa A máquina não
transportar densidade ultrapassar os 10 kg.
Ter fácil montagem Padronizar

Ser ergonômico Facilidade de absorver ter dimensões


carregar. impacto adequadas
Fonte: Autor.
Os requisitos de projeto avaliados pela equipe de desenvolvimento e listados no
Quadro 4 (anterior) foram priorizados de acordo com a equipe de projeto e listados na
tabela 5 a seguir. Posteriormente serão compilados juntamente com os requisitos de
cliente na matriz QFD.

Quadro 5 - Requisitos de Projeto


Requisitos de Projeto Meta
Custo de fabricação R$ 1.500,00
Faixa de operação em ângulos 190º
Ruído 70 dB
Vida útil 20 anos
Peso limitado 5 kg
Facilidade de fabricação Fabricado totalmente pela empresa
Fácil operação Sistema simples e interativo
Dimensões 300mmx300mmx400mm.
Totalidade de passagem em 2
uma única peça
Ser portátil Máquina ferramenta
Segurança Pontos de segurança no
funcionamento.
Fonte: Autor.

4.3.7 Matriz QFD

A matriz QFD ou também chamada de Casa da Qualidade na tradução para a


língua portuguesa, tem por função realizar uma análise numérica comparativa entre
requisitos de cliente e requisitos de projeto que permitirá uma correlação entre todos os
requisitos podendo ser desta forma atribuída uma ordem de importância aos diversos
fatores fundamentais de projeto que correspondem a Especificação de Projeto do Produto
(EPP).
Numa primeira etapa é realizado um estudo de Requisitos de Projeto versus
Requisito de Projeto atribuindo um fator numérico de importância em suas correlações.
Esses formam o telhado da casa da qualidade e sua identificação é vista na área gráfica
com a representação de sinais de (+) e (-).

Logo após a etapa anterior, é realizada a análise dos Requisitos de Clientes versus
Requisitos de Projeto onde são atribuídos fatores numéricos de importância em suas
correlações efetuando-se cálculos matemáticos com os graus de importância
estabelecidos pelo cliente.

Os resultados podem ser obtidos de duas formas; somente com o somatório dos
cálculos entre Requisitos de Cliente versus Requisitos de Projeto; ou com obtenção de
resultados mais completos onde são avaliados Requisitos de Clientes versus Requisitos
de Projetos e os Requisitos de Projeto versus Requisitos de Projeto especificando a ordem
de importância atribuída a qual constituirá a especificação de projeto.

A análise feita correlaciona os Requisitos de Cliente já descritos com os


Requisitos de Projeto definidos através das observações em relação a utilização da
máquina ferramenta de desbastar externos de tubos. Essas informações foram compiladas
com a utilização do software SAC-PRO e são ilustradas no quadro 6.

45
Quadro 6 - Matriz QFD

Fonte: Autor.

46
4.3.8 Especificação do Projeto de Produto

Após a definição dos Requisitos de Projeto e sua ordem de


importância/priorização, realizou-se a especificação da máquina ferramenta de desbastar
externos de tubos.
A especificação do Projeto de Produto é ilustrada no Quadro 7 onde são descritas
as metas dos valores de obtenção a serem definidos como medições aos requisitos de
projeto selecionados. Os sensores definidos no Quadro 7 tem por finalidade realizar as
medições impostas pelas metas estipuladas. Também são descritas as possíveis saídas
indesejáveis que possam a vir ocorrer em termos das atribuições expostas que podem não
ser atendidas em âmbito de projeto. E por fim as observações e restrições que são as
limitações impostas ao problema de projeto.

Quadro 7 - Especificação de projeto da máquina ferramenta de desbastar externos de tubos.


Especificação de projeto da máquina ferramenta de desbastar externos de tubos.
Nº Especificação Meta Sensor Saídas Indesejáveis Observações / Restrições
Dificuldade na
Dificuldade na movimentação da
1 Peso Até 15 kg Projetista utilização e máquina pelo peso
fabricação. elevado.
Ergonomia do usuário.
Dificuldade de
Padronização
2 Peças móveis Projetista Custo elevado manutenção e troca de
de peças.
peças.
Dimensão da Máquina grande e Dificuldade de carregar
3 300x300x400 Projetista
máquina robusta e aumento de peso
Falha prematura Descarte prematuro da
4 Vida útil 10 anos Projetista
dos componentes máquina
Fazer metodologias para
Evitar riscos Sem proteção das
5 Segurança Projetista funcionamento em dois
ao operador partes rodantes.
pontos de contato.
Angulação de
Somente 2 Utilizar um angulo de
Alto máquina que
6 passagens Projetista contato de 200º para
rendimento. precise várias
por peça contato elevado.
passagens na peça.
7 Confiabilidade Maximizar Projetista Limpeza completa Insatisfação do cliente.
Custo de Elevado custo pra Chegar ao menor custo
8 R$1500,00 Projetista
Produção produzir. possível.
Máquina muito grande
Dimensões Máquina muito
9 Ser portátil Projetista com dificuldade de
reduzidas robusta e grande.
locomoção.
Fonte: o Autor.

47
4.4 PROJETO CONCEITUAL

A fase de projeto conceitual tem como principal objetivo desenvolver as formas


estruturais das funções que o equipamento para fixação de estribos em vergalhões de aço
deverá executar em seu ciclo produtivo de utilização.
Esta fase está subdividida em: (i) a estruturação funcional do produto que descreve
o comportamento dos elementos físicos que virão constituir o equipamento para fixação
de estribos em vergalhões de aço; (ii) concepção da matriz morfológica que demonstra os
princípios de soluções das possíveis formas construtivas do equipamento. Posteriormente
são demonstradas as escolhas dos princípios de soluções através da matriz de decisão
atribuída para as fases subsequentes de projeto com utilização do método Passa e não
Passa. E por fim a matriz de avaliação que vem correlacionar as escolhas de concepção
com base nas necessidades do cliente com seu respectivo grau de importância.

4.4.1 Elaboração da estrutura funcional do produto

A estrutura funcional elaborada no projeto tem por objetivo fazer um inter-


relacionamento dos níveis funcionais, ou seja, desde a função global do produto até suas
funções elementares. O modelo utilizado escolhido foi o método de hierarquia o qual
identifica as funções por meio de um nível hierárquico de funções, demonstrando a função
global do equipamento juntamente com suas funções parciais e logo após a descrição das
funções elementares. O esquema apresenta a estrutura funcional do sistema mecânico do
equipamento que foi sintetizado de forma mais cabível possível.

48
Fluxograma 8- Estrutura Funcional do Equipamento

Fonte: Autor.

49
4.4.2 Elaboração da matriz Morfológica

Nesta etapa do projeto conceitual estão demonstrados os princípios de soluções


com base nas funções apresentadas na estrutura funcional do produto.
Esses princípios de soluções nada mais são do que ideias propostas para serem
avaliadas e poderem ser desenvolvidas nas etapas posteriores do projeto. A matriz
morfológica comporta a estrutura funcional do produto com a descrição da função global,
as parciais e elementares as quais são exemplificadas através das alternativas de soluções
físicas.

Os princípios de soluções apresentados para o projeto equipamento para fixação


de estribos em estruturas metálicas exige esforço mental dos projetistas, pois não é um
projeto muito casual de ser elaborado. As alternativas propostas demonstram as formas
físicas que poderão ser executadas no decorre do projeto depois da avaliação final. Essas
formas de soluções vieram a ser constituída com a pesquisa de geração de ideias
envolvidos no trabalho.
As ideias propostas que foram anexadas na matriz morfológica são as que mais
tiveram influência de serem apresentadas e que poderão ser desenvolvidas posteriormente
nas próximas etapas do projeto. Essas soluções apresentadas estão demonstradas no
quadro 8.

Quadro 8 - Matriz Morfológica


Função Função Funções
opção 1 opção 2 opção 3
Principal Parcial Elementares
Desbastar
externos
de tubos
de aço
Botão de
carbono de
Ligar/Desligar

emergência. Interruptor. Disjuntor


1’1/4 à 6’.
Cortar Vantagens:
Vantagens:
Praticidade, Vantagens:
corrente segurança,
Praticidade,
Praticidade...
segurança...
Padronização...

Desvantagens:
Desvantagens: Desvantagens: Fora Tamanho, preço,
Tamanho, de normas, Manutenção, fora de
Manutenção... Acionamento padrão, dificuldade de
acidental... acionamento...

50
Motor a
Motor elétrico. combustão. Motor induzido

Vantagens:
Praticidade,
Vantagens: Vantagens:
padronização,
potencia, Aplicação vasta, valor
Gerar baixo ruído,
variedade... de compra.
volume, densidade,
movimento variedade...

Desvantagens:
Desvantagens: Desvantagens:
Peso, ruído,
Peso, necessidade Potência limitada,
acionamento de
de armazenamento preço de venda,
partida, gases,
de energia ... funções.
necessidade de
armazenamento de
combustível ...
Transmitir potencia

Engrenagens. Correntes. Correia

Vantagens: Vantagens:
Vantagens:
Transmitir Praticidade, preço, Praticidade, ruído,
Praticidade, preço,
compacto, preço, compacto,
movimento eficiência...
eficiência...
Ruído...

Desvantagens:
Desvantagens: Desvantagens: tensão,
Lubrificação,
Lubrificação, volume...
Ruído...
Ruído...

Acoplar Acoplamento engrenagem Solda


transmissão Vantagens:
Vantagens:
Facilidade de Vantagens:
Manutenção,
manutenção, Praticidade, eficiência,
eficiência...
preços. preço...
Desvantagem:
Desvantagens:
Ruído, manutenção
Volume, Ruído, Desvantagens:
corretiva.
preço... Manutenção...

Controlador
Monitorar

do RPM de
saída da
máquina
manual Display Digital dimmer

51
Vantagens: Vantagens: Vantagens: Eficiência,
Manutenção, Aplicação, preço, fácil
eficiência, fácil interpretação...
aplicação, preço interpretação...
Desvantagens:
Desvantagens:
Volume. Precisão Desvantagens: Precisão
Preço...
de amostragem de amostragem.

Graxa Óleo. Cera


lubrificar Vantagens: Vantagens:
rolos Vantagens:
Praticidade, Praticidade,
Praticidade,
aplicação, preço... anticorrosivo,
preço...
desempenho.

Desvantagens: Desvantagens:
desperdício, desperdício,
eficiência... eficiência... Desvantagens:
desperdício, preço.
Lubrificar

Almotolia. Pincel.

Aplicar Vantagens: Vantagens:


lubrificante Praticidade, Praticidade,
eficiência... preço...

Desvantagens:
Desvantagens:
desperdício,
Volume...
eficiência...

Completa da Somente partes


Segurança

Proteção de máquina rodantes Sem proteção


partes Vantagens:
Vantagens: Praticidade,
rodantes Proteção, eficiência,
eficiência... compacta, Vantagens: Praticidade,
segurança... eficiência, compacta,

Desvantagens: Desvantagens: Desvantagens:


Volume, preço Preço, estética Funcionalidade,
aparência
Abrasivo

Velocidade de
Desbaste
Cinta de lixa Rolo de lixa Discos

52
Vantagens:
Praticidade, Vantagens:
segurança, Maior Preço, facilidade de Vantagens:
contato, compra. Praticidade, preço,
ergonomia...

Desvantagens: esforço
excessivo,
Desvantagens: Desvantagens:
desconfortável,
Manutenção... Manutenção...
pequena área de
contato.

mola Pino e contramino. Parafuso e porca


Regular Desmontar/
Vantagens:
Montagem Montar Vantagens:
Praticidade, Vantagens: Preço,
Praticidade,
preço... Acessibilidade...
preço...

Desvantagens:
Desvantagens:
Desvantagens: ... Manutenção,
Tamanho, rigidez.
praticidade...

Fonte: Autor.

4.4.3 Elaboração da Matriz de Decisão

Constituída a forma dos princípios de soluções dá-se ênfase a montagem da matriz


de decisão onde são ordenadas as opções de alternativas conforme a matriz morfológica
das que mais possam trazer proveito de um bom sucesso na finalização do projeto. A
identificação das matrizes tanto a morfológica quanto a de decisão são as mesmas o que
muda realmente é a ordenação dos princípios de soluções.

São propostas quatro opções de diferentes formas possíveis da máquina


ferramenta de desbastar externos de tubos de acordo com os critérios de projeto
estabelecidos. Esses critérios foram avaliados pela equipe de projeto.

53
O Quadro 9 ilustra a escolha das opções que melhor se adequaram ao projeto da
máquina.
Quadro 9 - Matriz de Decisão
Função Função Funções Opção IV
Opção I Opção II Opção III
Principal Parcial Elementares
Botão de Disjuntor Interruptor
Ligar/Desligar
Interruptor
emergência
Cortar
corrente

Motor Induzido Motor a Motor elétrico


Motor elétrico
combustão
Gerar
movimento
Desbastar externos de tubos de aço carbono de 1’1/4 à 6’.

Transmitir potencia

Engrenagens Engrenagens
Correntes Correia
Transmitir
movimento

Acoplamento
Acoplamento Engrenagem Solda

Acoplar
transmissão

Dimmer Display digital Manual Dimmer


Monitorar

Controlador
do RPM de
saída da
máquina

Cera Óleo
Graxa Óleo

lubrificar
Rolos
Lubrificar

Almotolia Pincel Almotolia Pincel

Aplicar
lubrificante

Somente partes Somente partes


Completa rodantes rodantes
Segurança

Sem proteção
Proteção de
Partes
Rodantes

54
Cinta de lixa Rolo de lixa Disco Cinta de lixa

Abrasivo
Velocidade de
Desbaste

Mola Pino e Parafuso e porca Mola

montagem
contramino
Regular
Desmontar/
Montar

Fonte: Autor.

4.4.4 Elaboração da Matriz “Passa Não Passa”

A avaliação e valorização das concepções alternativas para o projeto do


equipamento com base nas possíveis estruturas de princípios de soluções será feita com
a utilização do método, “Passa não Passa”.
A importância deste método é de fazer a definição de comparação dos pontos
fracos e fortes de cada opção demonstradas na matriz de decisão, juntamente com as
necessidades do cliente definidas na fase de projeto informacional, onde cada definição
de solução é comparada com as atribuições de necessidades.
Pelos procedimentos de estabelecimento de elaboração da matriz construiu-se
uma tabela, onde para cada item das necessidades dos clientes, são avaliados os princípios
de soluções levantados anteriormente e definidos como “P”, os que atendem as
necessidades e com “NP” os que não atendem as especificações de necessidades.
O Quadro 10 apresenta a opção que melhor atende as necessidades do cliente e
seguirá como referência para que sejam avaliadas com as outra opções de alternativas na
matriz de avaliação.

Quadro 10 - Matriz de decisão “Passa não Passa”


Necessidades do Cliente Opções
I II III IV
Ser portátil P N P P
Ser leve P N P P
Ter estrutura resistente P P N P
Ter facilidade de operação P P P P
Custo de aquisição P P P P
Ser compacta P N N P
Custo de fabricação P P P P

55
Necessidades do Cliente Opções
I II III IV
Ser segura ao manuseio P P N P
Ser prático para troca de peças P P N P
Baixo ruído P N N P
Ter fácil montagem P P P P
Facilidade de manutenção P P N P
Ter boa aparência P N P P
Ser seguro durante a utilização P P P P

Fonte: Autor.

4.4.5 Elaboração da matriz de avaliação

Nesta etapa é definido qual das opções determinadas anteriormente é a mais


adequada para a sequência do projeto. Os princípios de soluções serão novamente
avaliados e comparados um a um, julgando com os critérios de referência escolhidos.

Quando o princípio de solução analisado for melhor que a referência este será
marcada com um sinal de “+”, se for inferior a referência marca-se com um sinal de “-”
e se for semelhante ou de mesma igualdade marca-se com um sinal de “=”.
Em seguida é feita a soma das pontuações atribuídas no desenvolvimento do
trabalho. O Quadro 11 apresenta a alternativa que melhor atende as exigências de cliente
para seguir nas posteriores fases do projeto.

Quadro 11 - Matriz de Avaliação


Opções
Necessidades do Cliente Peso II III IV I
Ser portátil 5 -1 +1 +1
Ser leve 5 -1 0 0
Ter estrutura resistente 4 0 -1 0
Ter facilidade de operação 4 0 0 +1 R
Custo de aquisição 4 0 0 0 E
Ser compacta 3 -1 -1 +1 F
Custo de fabricação 3 0 0 0 E
Ser segura ao manuseio 3 +1 -1 0 R
Ser prático para troca de peças 2 0 -1 0 Ê
Baixo ruído 2 -1 -1 0 N
Ter fácil montagem 2 0 0 0 C
Facilidade de manutenção 2 0 -1 0 I
Ter boa aparência 1 -1 0 0 A
Ser seguro durante a utilização 3 0 0 0

56
Opções
Necessidades do Cliente Peso II III IV I
Total(+)= 1 1 3
Total(-)= -5 -6 0
Total Global(-)+(+) -4 -5 +3
Peso Total= -13 -11 12
Legenda: (=) Atende igual à referência; (-) Atende menos que a referência; (+)
Atende mais que a referência.
Fonte: Autor.

Os cálculos realizados para determinar os valores do total (-), do total (+), do total
global e do peso total mostrados anteriormente seguem a seguinte lógica:
Total (+): Foram somadas as quantidades de (+) apresentadas em cada opção da Matriz
de Avaliação para escolha da concepção, onde foram obtidos os seguintes resultados:
Opção II = +1 Opção III = +1 Opção IV =+3
Total (-): Foram somadas as quantidades de (-) apresentadas em cada opção da Matriz de
Avaliação para escolha da concepção, onde foram obtidos os seguintes resultados:
Opção II = -5 opção III = -6 Opção IV =0
Total Global: Foram somadas as quantidades de (-) e de (+) apresentadas em cada opção
da Matriz de Avaliação para escolha da concepção, onde forma os seguintes resultados:
Opção II = (+1) + (-5) = (-4)
Opção III = (+1) + (-6) = (-5)
Opção IV = (+3) + (-0) = (+3)

Peso Total: Feito um somatório das quantidades de (-) e de (=) multiplicando cada índice
pelo seu respectivo peso, conforme apresentado em cada opção da Matriz de Avaliação
para escolha da concepção sendo que o sinal de (=) tem o valor nulo. Assim forma obtidos
os seguintes resultados:
Opção II = [(-5) +(-5) + (-3) + (+3) + (-2) + (-1)] = (-13)
Opção III = [(+5) + (-4) + (-3) + (-3) + (-2) + (-2) + (-2)= (-11)
Opção IV = [(+5) + (+4) + (+3)] = (+12)
Conforme o resultado dos pesos fica estabelecido que a melhor solução a ser
seguida na fase de projeto preliminar é a referência seguida da opção IV, III e por último
a Opção II.

57
4.5 PROJETO PRELIMINAR

Após a definição da opção mais adequada da concepção da máquina ferramenta


de desbastar externos de tubos 5580 e 8890 de aço carbono que ao final da fase de Projeto
Conceitual, passou--se para a fase de Projeto Preliminar. Após escolhida a melhor opção,
começou-se a dar “vida” a essa opção. Nesta fase, realiza-se o encorpamento
(embodyment), realizam-se os croquis, os “layouts” do produto, montagens (assemblies)
e submontagens (subassemblies) e das peças que compõem cada submontagem e/ou
montagem.

Esse processo foi se especializando até chegar-se na solução preliminar do


produto (SPP), que corresponde a uma configuração geométrica que só não é definitiva
porque precisa ser detalhada, desenhada, modelada geometricamente, etc., usualmente
em Sistemas CAD.
A solução preliminar do produto (SPP) englobou ainda as definições de materiais,
processos de fabricação, ajustes, tolerâncias e, principalmente, os dimensionamentos
estáticos e dinâmicos, baseados na cinemática dos movimentos do produto, realizados por
meio dos cálculos de resistência dos materiais e mecanismos.
Na fase de projeto preliminar, foram realizadas, as seguintes ações as quais serão
descritas em maiores detalhes nas seções deste capítulo:
 Estudo de “layouts”;
 Estudo das interfaces entre peças, submontagens, montagens e do produto como
outros produtos com os quais o seu produto vai interagir;
 Estudo dos materiais a serem utilizados na fabricação das peças;
 Estudo de resistência estrutural e dos componentes que sofrerão solicitações
(mecânicas, químicas, elétricas, etc.);
 Estudo de fluxos de materiais, energia e sinais, quando existir;
 Estudo de manutenção – aspectos fundamentais e de relevância para a operação
de manutenção do produto;
 Estudo de custos;
 Peso do Projeto.
 Confecção do protótipo;
 Realização das alterações necessárias;

58
4.5.1 Estudo de Layouts

Para elaboração dos layouts da máquina ferramenta de desgastar diâmetros


externos de tubos de aço carbono, foram levados em consideração os requisitos
de projeto considerados como prioritários da matriz QFD. Para tanto segue nas
Fotografias, todas as vistas da máquina projetada, demostrando os componentes do
equipamento.
Figura 6- Leiaute da máquina portátil sem as carenagens de proteção.

Fonte: Autor.

A figura 6 representa uma vista projetada da máquina sem as proteções para


garantir a segurança do usuário. Porém, para se garantir um bom funcionamento do

59
produto e a funcionalidade foi dimensionado proteções para as partes rodantes prescritas
nas imagens de leiaute a seguir:

Figura 7- Vista frontal da lixadeira de cinta.

Fonte: Autor

Figura 8- Vista lateral direita da lixadeira de cinta

Fonte: Autor.

60
Figura 9- Vista lateral esquerda da lixadeira de cinta.

Fonte: Autor.

Figura 10- Vista projetado do leiaute escolhido.

Fonte: Autor.

61
As vistas prescritas acima nas figuras 7,8,9,10 demonstram as proteções
dimensionadas para a segurança do usuário sem que o mesmo seja exposto a peças
rodantes.

4.5.2 Memorial de cálculo.

O memorial descreve os detalhes dos cálculos efetuados até chegar ao resultado


final apresentado. É de suma importância para detectar problemas no projeto executado,
bem como para melhor entendimento quando forem necessárias alterações ou gestão do
projeto por outro profissional.

Foi dividido em planilhas diferentes de cálculos por ser muito extensos e para
melhor entendimento. São elas: Dimensionamento dos esforços do sistema, Dimensões
da correia e eixo, Rolamentos e mancais e a mola.

O dimensionamento da máquina ferramenta portátil de desgastar diâmetro externo


de tubos de aço carbono, foram realizados no excel como forma de facilitar, pois os
cálculos são extensos e minuciosos.

62
63
64
Força Circunferencial.

65
66
67
Dimensionamento do eixo

68
69
70
71
72
73
4.5.3 Estudo das interfaces entre peças, submontagens, montagens

As interfaces da máquina ferramenta portátil de desgastar externos de tubos de


aço carbono, são divididos em submontagens que serão prescritas a seguir:

Montagem da base, prescrita na imagem 11 a seguir.


Figura 11- Base da máquina.

Fonte: Autor.

Montagem da base dos rolos que vão sustentar a mola, ilustrada na imagem 12 a seguir:

Figura 12- Base com os suportes dos rolos.

Fonte: Autor.

74
Montagem do suporte que vão sustentar a mola, ilustrada na imagem 13 a seguir:

Figura 13- Montagem do suporte da mola.

Fonte: Autor.

Montagem do suporte móvel para dar suporte a mola, ilustrada na imagem 14 a seguir:

Figura 14- Montagem do suporte móvel.

Fonte: Autor.

75
Submontagem do rolo de suporte da lixa, como demostrado na figura 15 a seguir:

Figura 15- Submontagem do rolo.

Fonte: Autor.

Submontagem do rolo de suporte da lixa mostrando o eixo em destaque, como


demostrado na figura 16 a seguir:

Figura 16-Submontagem do rolo vista frontal.

Fonte: Autor.

76
Montagem da máquina sem a lixa, como demostrado na figura 17 a seguir:

Figura 17- Montagem da máquina sem a lixa.

Fonte: Autor.

Montagem da máquina ferramenta portátil completa sem as proteções, como demostrado


na figura 18 a seguir:

Figura 18- Montagem completa da máquina sem as proteções.

Fonte: Autor.

77
Figura 19- Interface de montagem das carenagens da máquina.

Fonte: Autor.

4.5.4 Estudo dos materiais a serem utilizados na fabricação das peças

Os materiais utilizados na máquina são de modo a resistirem os esforços que


foram submetidos e são leves, por isso da utilização do alumínio em grande parte das
peças da máquina. A figura 20 a seguir demonstra os materiais que serão utilizados:

78
Figura 20- Lista de Materiais.

Fonte: Autor.

79
4.5.4.1 Elementos de fixação

Para a fixação da estrutura em Alumínio foram utilizados parafusos com


padronização comercial, facilmente encontrados para reposição, seguem estes listados a
seguir:
 Parafuso sextavado M8;
 Parafuso Allen cabeça arredondada M8.
 Parafuso Allen M8.
 Porca borboleta.
 Porca flangeada M8.
 Porca flangeada M10.
 Parafuso Allen M5 cabeça arredondada.
 Parafuso Fenda estrela M4

4.5.5 Estudo de manutenção

A máquina ferramenta portátil de desgastar diâmetros externos de tubos foi


projetado a fim de gerar o mínimo de manutenção possível. Se ocorrer de ter que realizar
a manutenção na máquina o correto é procurar um técnico especializado para fazer os
ajustes e modificações. Todo e qualquer problema que a ferramenta sofrer terá uma
assistência técnica para realizar os serviços.

4.5.6 Estudo de custos

Para o levantamento de custos do equipamento, foi estipulado um valor, baseando-


se em produtos similares, já existentes no mercado.
Nesse trabalho não foi realizado um estudo detalhado do custo de componentes
individuais. Para a escolha, foram levados em consideração, valor do produto, qualidade,
limitações e tempo de garantida oferecida pela empresa.

80
Figura 21- Lista de Custos de Produção da máquina

Fonte: Autor.

4.5.7 Peso do Projeto.

O projeto foi desenvolvido com o intuito de fazer um projeto portátil, com


facilidade de manuseio e movimentação, deste modo, a incógnita peso da máquina é de
extrema importância. Portanto, como não se tem uma Norma Regulamentadora de pesos
específicos máximos de máquinas, foi levado em conta peso de máquinas portáteis
presentes no mercado nas mais variadas funções, são elas:

81
4.5.7.1 Rosqueadeira portátil 1/2 a 2 Pol. 2300W - MERAX-RP0002

Está máquina tem como funcionalidade fazer roscas em tubos galvanizados e tem
seu peso especifico de 19 kg de acordo com as características técnicas do produto
prescritas pelo fabricante.

Figura 22-Rosqueadeira portátil.

Fonte: Merax.

4.5.7.2 Lixadeira de Cinta Combinada Bancada 375W Bivolt - FORTGPRO-FG058

Está máquina tem como funcionalidade fazer o lixamento de peças por um disco,
seu peso especifico de 15,5 kg à 17 kg de acordo com as características técnicas do
produto prescritas pelo fabricante.
Figura 23- Lixadeira de cinta de bancada

Fonte: Fortgpro.

82
A máquina ferramenta que foi desenvolvida no projeto vai ser prescrita as suas
especificações a seguir na tabela

Quadro 12- Peso específico da máquina.


Nº Peça Peso(kg)
1 Motor de 1 CV. 8 Kg
2 Base da máquina 3 kg
3 Carenagens 1kg
4 Rolos 0,8 kg
Fonte: Autor.

O peso aproximado da máquina desenvolvida é de 13kg.

4.5.8 Confecção do protótipo.

A realização do projeto teve início com o intuito de desenvolver um protótipo para


melhor apresentar o projeto para a empresa contratante. Porém devido ao tempo, não teve
prestações de produzir o protótipo.

4.6 PROJETO DETALHADO

O projeto detalhado complementou a estrutura do projeto preliminar definindo


formas, dimensionamentos e acabamento superficial dos componentes, através da
especificação dos materiais, revisão das possibilidades de produção e utilização,
definindo tecnicamente o produto.
O enfoque principal do projeto detalhado foi a elaboração da documentação para
a produção, especialmente dos desenhos de componentes individuais, desenhos de
conjuntos, e do desenho completo até as listas das peças, e simultaneamente foram
efetuadas otimizações de detalhes com respeito à forma, material, superfícies e
tolerâncias ou ajustes. Esta fase do projeto contou com o auxilio do sistemas SOLID
WORKS.
As principais etapas realizadas nesta etapa do projeto foram:

83
(01) O modelamento geométrico no sistema SolidWorks;
(02) Verificação geral de layouts (features, regiões funcionais de peças,
submontagens, montagem, etc.);
(03) Definição do modelamento final (desenho de peça, submontagens,
montagem, etc.);
(04) Documentação final das peças, submontagens, montagem e produto, com as
instruções de fabricação e operações de montagem,
(05) Desenhos finais de peças com as devidas instruções de manufatura;
(06) Desenho de submontagens com as devidas instruções de manufatura;
(07) Desenhos de montagens com as devidas instruções de manufatura;
(08) Desenhos de produto;
(09) Listas de peças e componentes;
(10) Informações sobre a manutenção (tolerâncias, acabamento superficial,
fixações, dicas de montagem, etc.)
Estas etapas serão descritas em maiores detalhes nas seções seguintes deste
capítulo.

84
4.6.1 Modelamento geométrico no sistema SolidWorks;

Figura 24- Modelamento da máquina em 3D.

Fonte: Autor.

85
4.6.2 Definição do modelamento final

Figura 25- Definição do modelamento final.

Fonte: Autor

86
5. CONCLUSÕES

Ao término da presente monografia, pode-se verificar que a metodologia utilizada,


de Pahl & Beitz, se adéqua muito bem aos projetos de produtos inovadores na área da
mecânica, e deste modo, colaborou para o desenvolvimento do equipamento em questão,
com um levantamento de dados preciso e resultados que pudessem tornar o produto ainda
mais satisfatório.
A presente monografia foi desenvolvida pela necessidade da empresa Hidroluz
Soluções em Preventivo de Incêndio que realizava a limpeza de maneira manual, e as
máquinas presentes no mercado são politrizes, utilizadas para polir, não para realizar
desbaste de oxidação. Com a coleta de informações do cliente e a busca de metodologias
para suprir esta necessidade, foram projetadas uma máquina simples e de fácil utilização
com a possível troca dos abrasivos com facilidade e a intercambialidade de diferentes
tamanhos de cinta de lixa.
Em termos de custos do produto final, uma estimativa foi realizada, obtendo-se
valores de R$ 1487,00 para a máquina ferramenta portátil, se comparado a produtos
paralelos do mercado nacional o custo é R$ 3000,00 para uma máquina politriz.
Em relação aos objetivos específicos apontados no início, pode-se dizer que: Com
relação ao objetivo específico a metodologia de Pahl & Beitz atendeu as necessidades
para a elaboração de um projeto eficaz e de qualidade, com relação ao objetivo específico
foram desenvolvidas as etapas do projeto do produto, do seu planejamento, passando pelo
Planejamento do Produto e Projeto, Projeto Informacional, Conceitual, Preliminar e
Detalhado;
Com relação ao objetivo específico a partir das etapas anteriores foi possível
concluir o projeto e apresentar os resultados finais aliando segurança, qualidade e
eficiência do equipamento.
Quanto à experiência, salienta-se que foi muito importante para a formação do
futuro engenheiro devido ao contato direto com a prática e as responsabilidades
envolvidas durante o estudo do projeto. Contudo, pode-se afirmar que foram atingidos
todos os objetivos e expectativas, pois, o equipamento, está em conformidade com as
necessidades do cliente. Isso contribuiu efetivamente para o desenvolvimento da carreira
profissional e pessoal.

87
REFERÊNCIAS

BACK, N., OGLIARI. A., DIAS, A., SILVA, J.C. da. Projeto integrado de produtos:
planejamento, concepção e modelagem. São Paulo. Editora Manole. 2008.

BACK, Nelson. Metodologia de Projetos de Produtos Industriais. Rio de Janeiro:


Editora Guanabara Dois. 1983, 389 p.

NORTON, Robert L. – Projeto de Máquinas, São Paulo: ARTMED Editora S.A., 2004.
931 p.

PAHL, Gerhard; BEITZ, Wolfgang. Engineering Design: A systematic Approach.


Edited by Ken Wallace. 2nd Ed. London: Springer Verlag. 1998. 544p.

PAHL, Gerhard; BEITZ, Wolfgang; FELDHUSEN, Jörg; GROTE, Karl-Heinrich.


Projeto na Engenharia. São Paulo: Editora Edgard Blücher Ltda. 2005. 412 p.

ZAIONS, Douglas Roberto. Projeto de Sistemas Mecânicos. Apostila do Curso de


Engenharia de Produção Mecânica da UNOESC – Joaçaba. 2014, 123 f.

SHIGLEY et al., 2007] Shigley, J. E., Mischke, C. R., and Budynas, R. G. (2007). Projeto
de engenharia mecˆanica. Bookman, 7 edition.

BOMBASSARO, Luana. Preparação de Superfícies para Acabamento. Disponível


em: <http://sbrt.ibict.br/dossie-tecnico/downloadsDT/MTU1>. Acesso em 10 de out
2020.

REMADE - Revista da madeira. Lixamento é a primeira etapa de um bom


acabamento. Disponível em:
<http://www.remade.com.br/br/revistadamadeira_materia.php?num=1222&subject=E.
Acesso em 10 de out 2020.

BOSCH. Lixar e polir. Disponível em:<http://www.bosch-


pt.com.pt/download/ACC_0910_SANDING_POLISHING_PT-pt.pdf .> Acesso em 20
de set 2020.

TELES, Nuno. Tecnologia de Abrasivos. Disponível em:


<http://solutions.3m.com/3MContentRetrievalAPI/BlobServlet?lmd=1428674176000&l
ocale=pt_PT&assetType=MMM_Image&assetId=1361826640996&blobAttribute=Ima
geFile > Acesso em 27 jan. 2016

TOLLEDO, Lucas. Lixamento. Disponível em:


<http://docslide.com.br/documents/trabalho-lixamento.html> . Acesso em 12 de out
2020.

METABO. Professional Power Toll Soluttions. Lixadeira de cinta metabo. Disponível


em: <https://www.metabo.com/com/pt/maquinas/cortar-lixar-e-fresar/trabalhar-a-

88
madeira/lixadeira-de-cinta/bae-75-600375000-lixadeiras-de-cinta.html.> Acesso em: 23
de set 2020.

AGNUS. Abrasivos Agnus. Lixadeira de cinta politriz Cir 1204. Disponível em:
<https://www.agnusabrasivos.com.br/maquinas/lixadeira-de-cinta-p-tubos-1500w-220v-
cir-1204>. Acesso em: 23 de set 2020.

89
APÊNDICE A – DESENHOS TÉCNICOS DO SISTEMA PROPOSTO

A seguir são apresentados os desenhos técnicos do sistema proposto.

90
8 7 6 5 4 3 2 1

F 6 F

E E
5

449
4 9

D D
3
436
2

C C
nº Denominação Qtd
8
1 Motor 1 cv 1
2 Lixa de cinta 1
3 Rolo de alumínio 2
4 Suporte Móvel 1
5 Base da máquina 1
6 Polia do motor 1
264

7 Esticador da correia 1
B 8 Mola 1 B
9 Base dos rolos 1
SE NÃO ESPECIFICADO: ACABAMENTO: REBARBAR E
NÃO MUDAR ESCALA DO DESENHO REVISÃO
DIMENSÕES EM MILÍMETROS QUEBRAR
ACABAM. SUPERFÍCIE: ARESTAS
TOLERÂNCIAS: AGUDAS
LINEAR:
ANGULAR:

NOME ASSINATURA DATA TÍTULO:

DESEN.

VERIF.

APROV.

A MANUF. A
MATERIAL: DES. Nº

lixadeira de cinta
QUALID
A3

PESO: ESCALA:1:5 FOLHA 1 DE 1

8 7 6 5 4 3 2 1
8 7 6 5 4 3 2 1

F F

4
A

E E

D D

C C
1

Nº Denominação Qtd
3 1 Proteção do motor 1
2 Suporte de mão 1 1
3 Suporte de mão 2 1
B 4 Proteção da lixa móvel 1 B
5 Proteção da lixa fixa 1
SE NÃO ESPECIFICADO: ACABAMENTO: REBARBAR E
NÃO MUDAR ESCALA DO DESENHO REVISÃO
DIMENSÕES EM MILÍMETROS QUEBRAR
ACABAM. SUPERFÍCIE: ARESTAS
TOLERÂNCIAS: AGUDAS
LINEAR:

5 ANGULAR:

NOME ASSINATURA DATA TÍTULO:

DESEN.

VERIF.

APROV.

A MANUF. A
MATERIAL: DES. Nº

lixadeira de cinta
QUALID
A3

PESO: ESCALA:1:10 FOLHA 1 DE 1

8 7 6 5 4 3 2 1

Você também pode gostar