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Amplificador Valvulado e Caixas High End: Uma Experiência Didático -


Pedagógica

Conference Paper · May 2016

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___________________________________
Sociedade de Engenharia de Áudio
Artigo de Convenção
Apresentado na XX Convenção Nacional
16 - 19 de Maio de 2016, São Paulo, SP

Este artigo foi reproduzido do original entregue pelo autor, sem edições, correções e considerações feitas pelo comitê técnico deste evento.
Outros artigos podem ser adquiridos através da Audio Engineering Society, 60 East 42nd Street, New York, New York 10165-2520, USA,
www.aes.org. Informações sobre a seção brasileira podem ser obtidas em www.aesbrasil.org. Todos os direitos reservados. Não é permitida a
reprodução total ou parcial deste artigo sem autorização expressa da AES Brasil.

__________________________________
Revisão 22 - 05 - 2016

Amplificador Valvulado e Caixas High End


Uma Experiência Didático - Pedagógica
1 1 1 1
Alain Patrick Igor Bastos Luis Lima Vitor Cunha
2
Homero Sette Silva
1 - Alunos do Curso de Eletrônica Aplicada ao Áudio, no IAV 2 - Professor do Curso de Eletrônica Aplicada ao Áudio, no IAV

Resumo
Um grupo de ex-alunos, veteranos de diversos Cursos no IAV, resolve fazer mais um: o de Eletrônica Aplicada ao Áudio,
desejosos que estavam de conhecer melhor os dois lados da moeda …
Com exceção do Igor, Engenheiro Mecatrônico, o Luis Lima e o Vitor Cunha, que são músicos (respectivamente guitarra e
baixo), e o Alain, operador de áudio e empresário do ramo, não possuíam conhecimentos de eletricidade e eletrônica que os
permitisse entender os processos tecnológicos por dentro dos equipamentos utilizados em estúdios e sonorização em geral.
Daí optaram por fazer o novo curso. Mal sabiam eles…
Bem, conforme aquela piada, “no princípio foi duro…” (não para o Igor), o embasamento em eletricidade e análise de
circuitos levou alguns, em determinados momentos, literalmente ao desespero … mas, ao fim de um ano, os conceitos foram se
encaixando, formaram um todo coerente e passaram a fazer sentido.
O Professor, vendo que nem todos iriam desistir, foi obrigado a continuar, ou seja, teve que encontrar uma aplicação prática
para toda a teoria exercitada e exorcizada. Lembrou-se de seu Curso Técnico de Eletrônica, na Escola Técnica Federal do RJ,
hoje CEFET, iniciado em 1965, onde a montagem de circuitos e amplificadores valvulados ocupou boa parte dos dois primeiros
anos. Fez a proposta (decente) e a turma topou com entusiasmo: projetar e montar dois amplificadores valvulados, um para
guitarra e outro para Hi-Fi (termo, hoje, vintage).
Bem, eles fizeram tudo e de tudo: descobriram que aquelas argolinhas coloridas nos resistores não eram enfeite, que o ferro
de solda ligado sobre a mesa queima quem puser a mão por cima, que as válvulas esquentam e que se um tal de aterramento não
for feito segundo a melhor teoria do pé de galinha o hum vem feroz … Até o chassi projetaram e desenvolveram, alem dos
transformadores de força e de saída e levantaram as curvas características das 12AU7, 12AX7 e EL34. Quem diria …
Após alguns meses pegando no duro (afinal estavam lidando com hardware), eis que os amplificadores funcionaram, e bem !
Mas, em que caixas ligar ? Amplificadores de tão nobre estirpe não poderiam interligar-se promiscuamente com caixas plebéias !
Bom, aí toca aprender a projetar caixas…
Felizmente tivemos o apoio da AMERCO, importadora dos falantes FAITAL (italianos) que nos forneceu todos os produtos
solicitados (que não foram poucos) e a BOOMBASTIC construiu (com muito esmero) os gabinetes projetados.
Bem, sei que me excedi neste resumo… mas fi-lo por desconfiar que no trabalho em si eu, H7, não terei muita chance de me
pronunciar e, quem desejar saber mais, e ouvir os resultados dessa experiência, que assista a apresentação do grupo, na AES !
Amplificador Valvulado e Caixas High End
Uma Experiência Didático - Pedagógica

Introdução

A eletrônica começou com a válvula termo


iônica e esta foi inventada a partir do Efeito Edison,
detectado nas lâmpadas incandescentes por Thomas
Edison que a partir de 1880 começou a procurar uma
solução para o problema do escurecimento no vidro
de suas lâmpadas e descobriu que, com o filamento
aquecido, uma corrente circulava através do vácuo,
em direção a um eletrodo isolado, fenômeno que não
conseguiu explicar, mas em seu pedido de patente de
15 de novembro de 1883 informou que esta corrente
aumentava com a incandescência do filamento (uma
vez que esta era função da temperatura). Esse fenô-
meno só foi devidamente explicado, muito tempo
depois, após os trabalhos de J. J. Thompson e O. W.
Richardson. Com o filamento aquecido uma corrente circula pelo vácuo.

O Efeito Edison Usado no diodo de Fleming Transformado no triodo por De Forest


The Edison Effect – livro disponível em https://ia802702.us.archive.org/10/items/edisoneffect00bowerich/edisoneffect00bowerich.pdf

No entanto, Sir John Ambrose Fleming, um físico inglês, que também notara o escurecimento das
lâmpadas, e estudou o fenômeno em 1883, voltou ao tema em 1888 e em 1904 entrou com um pedido de
patente para o uso do Efeito Edison em um diodo, empregado como detector (retificador) de ondas de rádio,
na Marconi Wireless Telegraph Company.
Dois anos depois, em 1906, Lee De Forest adicionou uma grade de controle, entre o filamento e a
placa do diodo de Fleming, criando a válvula triodo (três eletrodos), denominada Audion, que tinha a
importante propriedade de amplificar sinais elétricos. Neste momento surgiu a amplificação eletrônica.
Todas essas descobertas encontraram aplicação, imediata, na recepção de sinais de rádio.
Eletrônica e rádio eram praticamente sinônimos e isso impulsionou a pesquisa sobre válvulas e sua utilização
que logo diversificou para um sem número de aplicações.
Os pioneiros da era da válvula.

O diodo inventado por Fleming, em versão de 1905. Versão comercial pouco antes de 1910.

Diodo de aquecimento direto e a emissão termoiônica. O triodo e sua grade controlando o fluxo de elétrons.
Lee D. Forest inventor do triodo, em 1906, que denominou Triodo de aquecimento indireto.
Audion, o primeiro dispositivo capaz de amplificar, inaugurou a era da eletrônica. A válvula menor, em sua mão esquerda
era usada em rádios receptores e especificada para 1 Watt. A maior, um tipo para transmissão suportava 250 Watts.
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Lee_De_Forest_with_Audion_tubes.jpg

Diversos tipos de válvulas miniatura.

E com as válvulas disponíveis surgiram os amplificadores…


Análise de Circuitos à Válvula

Polarização DC e Ponto de Operação

Fig. 0.1 - Polarização DC. Fig. 0.2 - Ponto de Operação ou Quiescente.

Ebb  IB  Rk  EB  IB  R L  IB   Rk  R L   EB

EGK  EC   IB  Rk

EB  IB  RP

Reta de Carga:

Como Ebb  IB   Rk  R L   EB
Ebb
Para IB = 0 teremos EB = Ebb ; Para EB = 0 teremos IB 
Rk  R L
Unindo esses dois pontos obteremos a reta de carga, lugar geométrico do ponto quiescente.

Reta de Polarização da Grade:

EC1
Primeiro Ponto: IB1 
Rk

EC2
Segundo Ponto: IB2 
Rk
IB2 EC2

IB1 EC1

O ponto quiescente fica na interseção da reta de Carga com a Reta de Polarização de Grade.
Entendendo a Reta de Carga

Ebb  IB   Rk  R L   EB (A tensão aplicada Ebb é igual à soma das quedas de tensão em Rk, R L e EB).
Ebb EB
 IB  (Dividindo ambos os membros da equação acima por Rk  R L ) .
Rk  R L Rk  R L

Equação da Reta de Carga Equação Geral da Reta


1 Ebb Coeficiente Angular a
IB    EB  y  ax  b
Rk  R L Rk  R L Intercepta o Eixo Y em y = b

y a x b
1 Ebb
IB  EB
Rk  R L Rk  R L

4.5

3.5
Ib em mA

2.5

2
1.8

1.5

0.5

0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150 160 170 180 190 200 210 220 230 240 250 260 270 280 290 300
Eb em Volts

Fig. 0.3 - Solução gráfica do sistema não linear da Fig. 0.4, através da reta de carga.

A curva azul, na Fig. 0.3, representa a relação corrente x tensão na placa de um triodo, para EC = 0
Volts, ou seja, com tensão nula entre grade e catado, dada pela Lei dos 3 / 2 de Child: IB  10  3  EB 1,5 .
A curva vermelha, denominada reta de carga, representa o lugar geométrico dos pares corrente-tensão
que definem a resistência de carga R L , para quaisquer tensões variando de 0 a Ebb Volts (lei de Ohm).
Como a resistência de placa, RP, do triodo (é não linear, pois varia com a tensão EB) está em série
com R L , a corrente solução do circuito é comum aos dois resistores, RP e R L . Já as suas quedas de tensão,
somadas, sempre igualam Ebb (neste caso não existe resistor no catodo).
A lei dos 3/2 de Child, para um triodo, é dada pela equação IB  A   EC  EB /   onde EC  0 .
1,5

O parâmetro A depende da geometria da válvula e difícil de ser calculado.


Ebb  EB  EL (Não existe Rk) .

EB  IB  RP  RP  EB / IB

EL  IB  RL  RL  EL / IB

Ebb  EB  IB  RL

IB  10  3  EB 1,5 (Equação de Child para EC = 0)

Onde IB está em mA e EB em Volts.

IB EB 1,5 1
 10  3    10  3  EB 0,5
EB EB RP

10 3
RP  (em K ) Fig. 0.4 - Resistência não linear RP, em série com R L ,
EB onde RP = 10 3 / EB , em KΩ , dada pela lei de Child.

1 Ebb
IB    EB 
RL RL

Confirmando os Resultados

Na Fig. 0.3 o ponto de interseção das curvas indica que a corrente no circuito é aproximadamente
igual a 1,9 mA , sendo a tensão entre placa e catodo igual a 155 Volts, de modo que a tensão em R L será
dada pela diferença 250 V – 155 V = 95 Volts.

Como IB  10  3  EB 1,5  10  3 155 1,5  1,93 mA, o que confirma o resultado obtido no gráfico.
10 3 10 3
O valor de RP, no ponto de operação, será igual a RP    80,3 K . Este valor também
EB 155
EB 155 V
poderá ser obtido através de RP    80,3 K
IB 1,93 mA

A resistência total será dada pela soma RP  R L  80,3  50  130,3 K .

EB 250 V
A corrente no circuito será igual a IB    1,92 mA
RP  R L 130,3 K

Conforme acima os resultados obtidos no gráfico foram confirmados pela solução analítica (cálcu-
los). No entanto, como a lei de Child não é uma representação perfeita para as válvulas existentes no mundo
real, torna-se muito mais prático utilizar as curvas características das válvulas, que as representam muito
melhor que a lei de Child, e sobre elas traçar a reta de carga, para obter graficamente o ponto de operação.

Os parâmetros que caracterizam o comportamento das válvulas, definidos a seguir, podem ser obtidos
a partir das curvas características das válvulas, de modo muito mais preciso do que se fossem calculados
pela lei de Child.

As quantidades DC são representadas por letras maiúsculas e as AC, a seguir, por minúsculas.
Parâmetros da Válvula

e b  182  150  V  32 V i b   7  3, 2  mA  3,8 mA ec    8    6   V   2 V

Nome Definição Exemplo de Cálculo


EB 150 V
Resistência estática de placa RP  RP   46,9 K
IB 3, 2 mA
e b e b 32 V
Resistência dinâmica de placa rp  ec cte. rp    8, 4 K
i b i b 3,8 mA
e b e b 32 V
Coeficiente de amplificação   i b cte.      16
ec ec 2V
 i i b 3,8 mA
Transcondutância gm     b e b cte gm      1,9 mS
rp ec ec 2V

Fig. 0.5 – Determinação dos parâmetros da válvula a partir da curva característica levantada em uma das aulas.

 rp gm Circuito equivalente
Válvula AC da válvula, para
K mili Siemens
6C4 20 6,3 3,1 pequenos sinais, re-
6CW4 68 5,4 12,5 presentada por fonte
6SL7 70 44 1,6 controlada   egk em
12AT7 55 5,5 10 série com uma resis-
12AU7 17 7,7 2,2 tência rp, percorrida
12AX7 100 62 1,6 pela corrente ib.
7895 74 7,3 10,9
Fig. 0.6 – Circuito
Exemplos de parâmetros de algumas válvulas muito utilizadas. equivalente AC.
Como a Válvula Amplifica

Fig. 0.7 – Sinal de entrada aplicado na grade e sinal de saída amplificado obtido na placa.

O semi ciclo positivo do sinal de entrada faz a grade permitir a passagem de mais elétrons,
aumentando a corrente de placa, o que provoca redução na tensão de placa, pois Ebb  EB  IB  RL .
O semi ciclo negativo do sinal de entrada faz a grade conduzir menos, diminuindo a corrente de
placa, o que provoca elevação na tensão de placa, pelo mesmo motivo anterior: Ebb  EB  IB  RL
Isso explica a inversão de fase. A amplificação deve-se ao elevado valor da queda de tensão produzida pela
componente alternada da corrente de placa, na resistência de carga, colocada entre a placa e a fonte Ebb.
Amplificador Catodo Comum Amplificador Catodo Comum

egk  ein    egk    ein

  ein
ib 
rp  R L

  ein
eO   i b  R L    RL
rp  R L

eO   RL 
AV     
ein rp  R L rp
 1
RL
Impedâncias de Entrada e Saída

Zin  Rg

1 rp  R L Fig. 1.1 – Diagrama esquemático.


ZO  rp / / R L  
1

1 rp  R L
rp RL

Amplificador Catodo Comum

Fig. 1.2 – Circuito equivalente AC. Fig. 1.3 – Circuito equivalente AC, com egk  ein .
Amplificador Catodo Comum Amplificador Catodo Comum com Realimentação por Rk
Com Realimentação por Rk

egk  ein  i b  Rk

  egk    ein  i b   Rk

  egk   ein  i b   Rk
ib  
Rk  rp  R L Rk  rp  R L

  ein   Rk
ib   ib 
Rk  rp  R L Rk  rp  R L

  Rk   ein
ib  ib  
Rk  rp  R L Rk  rp  R L

   Rk    ein Fig. 1.4 – Diagrama esquemático.


i b  1   
 Rk  rp  R L  Rk  rp  R L

  ein Rk  rp  R L
ib  
Rk  rp  R L Rk  rp  R L    Rk

  ein
ib  A resistência Rk aparece na placa multiplicada por   1 .
   1  Rk  rp  R L
   ein  R L
eO   i b  R L 
   1  Rk  rp  R L
eO   RL
AV   
ein    1  Rk  rp  R L

Fig. 1.5 – Circuito equivalente AC. Fig. 1.6 – Circuito equivalente AC visto pela placa.
Impedâncias de Entrada e Saída
Zin  Rg

1
ZO   rp  Rk     1  / / R L 
1 1

rp  Rk     1 RL

Amplificador Seguidor de Catodo Amplificador Seguidor de Catodo

egk  ein  i b   Rk1  Rk 2 

Rk  Rk1  Rk 2 onde Rk1  Rk 2


Rk1 polariza a grade   Ib  Rk1  e
Rk 2 ajusta Rk para o valor desejado.

  egk    ein  i b   Rk

  egk   ein  i b   Rk
ib  
Rk  rp Rk  rp
Fig. 1.7 – Diagrama esquemático do seguidor de catodo.
  ein   Rk
ib   ib 
Rk  rp Rk  rp

  Rk   ein    Rk   Rk  rp    Rk    ein
ib  ib    i b  1    ib    
Rk  rp Rk  rp  Rk  rp   Rk  rp  Rk  rp

  ein Rk  rp   ein   ein  Rk


ib    ib   eO  i b  Rk 
Rk  rp Rk  rp    Rk    1  Rk  rp    1  Rk  rp
eO   Rk 1 1 1
AV     
ein    1  Rk  rp   1  rp 1 
rp
1 
rp
   Rk   Rk    Rk1  Rk 2 

A V é ligeiramente menor que 1, e o potencial do catodo segue o da grade, daí o nome: seguidor de catodo.
Dividindo numerador e denominador da expressão da corrente de placa i b , por   1 , obteremos um
resultado que leva ao circuito equivalente, visto pelo catodo, da Fig. 1.9 .


 ein
  ein   1
ib  
   1  Rk  rp Rk  rp
  1

Neste circuito podemos constatar que todas as impedâncias e geradores de tensão AC, existentes na
placa, aparecem no catodo divididos por   1 .
1
= 100
0.98 = 80
= 60
0.96 = 40
= 30
Ganho do Seguidor de Catodo em Vezes

0.94 = 20
= 15
0.92 = 10

0.9

0.88

0.86

0.84

0.82

0.8

0.78

0.76

0.74

0.72

0.7
-1 0 1 2
10 10 10 10
rp / Rk
Ganho do Seguidor de Catodo em função do cociente rp / Rk .
4
10

= 10
= 15
= 20
= 30
do Seguidor de Catodo

= 40
= 50
= 60
= 70
= 80
3 = 100
10
Impedância de Saída

2
10

1
10
3 4 5
10 10 10
rp
Impedância do Seguidor de Catodo em função de rp.
rp
Válido para Rk 
 1
Circuito Seguidor de Catodo

Fig. 1.8 – Circuito equivalente AC. Fig. 1.9 – Circuito equivalente AC visto pelo catodo.

Impedância de Saída

O circuito da Fig. 1.9 mostra que a impedância de saída, vista pelo catodo, é dada por:

1
ZO   rp /    1  / /  Rk1  Rk 2    rp /    1  / / Rk 
  1 1

rp Rk

Como Rk é muito maior que rp /    1 podemos concluir que a impedância de saída, vista pelo
catodo, será bastante baixa e ligeiramente inferior a rp /    1 .

Impedância de Entrada

Fig. 1.10 – Circuito de entrada do seguidor de catodo. Fig. 1.11 – Circuito equivalente de entrada do seguidor.

 ein
  1   ein  Rk 2   ein  Rk 2
E Th   Rk 2  
Rk1  Rk 2 
rp  Rk1  Rk 2      1  rp    1  Rk  rp
  1
1 Rk 2 Rk 2
R Th   
1 1 Rk 2 Rk 2     1
  1  1
Rk1 
rp Rk 2 Rk1 
rp Rk1     1  rp
  1   1
Rk 2 Rk 2   Rk1     1  rp 
R Th  
Rk 2     1  Rk1     1  rp Rk 2     1  Rk1     1  rp
Rk1     1  rp

Rk 2   Rk1     1  rp  Rk 2   Rk1     1  rp 
R Th  
 Rk1  Rk 2      1  rp Rk     1  rp

  Rk 2   Rk 2
ein  ein  1
iin 
ein  E Th

   1  Rk  rp
 ein 
   1  Rk  rp
R Th  Rg Rk 2   Rk1     1  rp  Rk 2   Rk1     1  rp 
 Rg  Rg
Rk     1  rp Rk     1  rp

  Rk 2 Rk 2   Rk1     1  rp 
1  Rg
iin

   1  Rk  rp e
 ZIN  in 
Rk     1  rp
ein Rk 2   Rk1     1  rp  iin 1
  Rk 2
 Rg
Rk     1  rp    1  Rk  rp

Rk 2   Rk1     1  rp  Rk 2   Rk1     1  rp   Rg   Rk     1  rp 
 Rg
Rk     1  rp Rk     1  rp
ZIN  
1
  Rk 2    1  Rk  rp    Rk 2
   1  Rk  rp    1  Rk  rp

Rk 2   Rk1     1  rp   Rg   Rk     1  rp 
ZIN 
   1  Rk  rp    Rk 2

  1  Rk  rp    Rk 2    Rk1  Rk 2   Rk1  Rk 2  rp    Rk 2
  1  Rk  rp    Rk 2   Rk1    Rk 2  Rk1  Rk 2  rp    Rk 2
  1  Rk  rp    Rk 2   Rk1  Rk1  Rk 2  rp   1  Rk1  Rk 2  rp

Rk 2   Rk1     1  rp   Rg   Rk     1  rp  Rk 2   Rk1     1  rp   Rg   Rk     1  rp 
ZIN  
   1  Rk1  Rk 2  rp   Rk1  Rk1  Rk 2  rp

Rk 2   Rk1     1  rp   Rg   Rk     1  rp 
ZIN  como   Rk1  Rk  rp  Rk , vem:
  Rk1  Rk  rp
Rk 2   Rk1     1  rp   Rg  Rk     1 Rk 2   Rk1     1  rp 
ZIN    Rg     1
Rk Rk

Rk 2  Rk1     1  Rk 2  rp Rk 2  Rk1     1  Rk 2  rp
ZIN   Rg     1   Rg     1
Rk Rk1  Rk 2
Rk 2  Rk1 Rk 2  rp
ZIN      1   Rg     1 multip. e dividindo o 2º termo por Rk1 , vem:
Rk1  Rk 2 Rk1  Rk 2

Rk 2  Rk1 Rk 2  Rk1 rp
ZIN      1    Rg     1 Como Rk1  Rk 2 , vem:
Rk1  Rk 2 Rk1  Rk 2 Rk1

rp
ZIN  Rk1     1  Rk1   Rg     1  Rk1     1  rp  Rg     1 desprezando rp:
Rk1

ZIN  Rk1     1  Rg     1

ZIN   Rg  Rk1      1 que é uma impedância de entrada muito elevada.

Com impedância de entrada elevada, e ganho de tensão aproximadamente unitário, o seguidor de


tensão é um buffer ideal para transformar um gerador de alta impedância interna em outro, de mesma força
eletro-motriz e baixa impedância interna

Amplificador Inversor de Fase


Circuito muito utilizado para fornecer sinais simétricos às válvulas nas saídas de potência em push – pull.

Fig. 1.12 – Diagrama esquemático do inversor de fase. Fig. 1.13 – Circuito equivalente do inversor de fase.

egk  ein  i b   Rk1  Rk 2   ein  i b  Rk pois Rk  Rk1  Rk 2 , sendo Rk1  Rk 2

Rk1 polariza a grade   Ib  Rk1  e Rk 2 ajusta Rk para o valor desejado, geralmente Rk  R L .


  egk    ein  i b   Rk (analisando o circuito grade – catodo)

  egk
ib  (analisando o circuito de placa)
Rk  rp  R L
Combinando as duas equações anteriores, temos:

  egk   ein  i b   Rk   ein   Rk


ib     ib 
Rk  rp  R L Rk  rp  R L Rk  rp  R L Rk  rp  R L

  Rk   ein    Rk    ein
ib  ib    i b 1   
Rk  rp  R L Rk  rp  R L  Rk  rp  R L  Rk  rp  R L

 Rk  rp  R L    Rk    e in
ib    
 Rk  rp  R L  Rk  rp  R L

  ein Rk  rp  R L   ein
ib    ib 
Rk  rp  R L Rk  rp  R L    Rk    1  Rk  rp  R L
   ein  R L   ein  R K
eOP  i b  R L  ; eOK  i b  R K 
   1  Rk  rp  R L    1  Rk  rp  R L
eOP    RL eOK   RK
A VP   ; A VK  
ein    1  Rk  rp  R L ein    1  Rk  rp  R L

Se R L  Rk  Rk1  Rk 2   eOP  e K   A VP  A VK  A VP  A VK
As equações acima valem quando os sinais de saída são aplicados em circuitos com impedância de
entrada elevada. Caso contrário o sinal de saída em placa terá amplitude menor que o tomado no catodo,
devido à maior impedância da saída em placa.

Impedância de Saída na Placa

A expressão da corrente de placa, do inversor de fase, leva ao circuito equivalente, visto pela placa,
mostrado na Fig. 1.14, que permite calcular a impedância de saída na placa através da equação abaixo:

1 1
ZOP   rp  Rk     1  / / R L  
1 1 R L  rp  Rk     1

rp  Rk     1 RL  rp  Rk     1   R L

 rp 
  1  R L
 rp  Rk     1   R L  Rk     1  RL RL RL
ZOP     
R L  rp  Rk     1 R L  rp
 1 1 
rp 1
 1
  2
Rk     1 RL   1   1
 1
  1

ZOP  R L Aproximação obtida considerando R L  Rk e desprezando rp.


Amplificador Inversor de Fase

Fig. 1.14 – Circuito equivalente AC visto pela placa. Fig. 1.15 – Circuito equivalente AC visto pelo catodo.

Impedância de Saída no Catodo

Dividindo numerador e denominador da expressão da corrente de placa i b , por   1 , obteremos um


resultado que leva ao circuito equivalente, visto pelo catodo, na Fig. 1.15, e permite calcular a expressão da
impedância de saída pelo catodo.

Podemos constatar que todas as impedâncias e geradores de tensão AC, existentes na placa, aparecem no
catodo, divididos por   1 , onde Rk  Rk1  Rk 2 .

 ein
  ein   1
ib  
   1  Rk  rp  R L Rk 
rp  R L
  1
1
ZOK   rp  R L  /    1  / /  Rk1  Rk 2    rp  R L  /    1  / / Rk 
  1 1

rp  R L Rk

ZOK 
Rk

Rk

 rp  R L   Rk
   1  Rk  1    1  Rk  rp  R L    1  Rk  rp  R L
rp  R L rp  R L

rp  R L RL RL
ZOK    (considerando R L  Rk e desprezando rp)
  1 
rp R
 L   1  1   2
Rk Rk

RL
ZOK 

Como a impedância de saída em placa é igual a ZOP  R L , a impedância de saída no catodo é 


vezes menor que a de saída em placa.

Pelo motivo acima a amplitude do sinal de saída no catodo tende a tornar-se maior que o da placa, em
virtude das impedâncias de entrada do estágio seguinte, que atuam como carga.
Impedância de Entrada do Inversor de Fase

Fig. 1.16 – Circuito de entrada do inversor de fase. Fig. 1.17 – Circuito equivalente de entrada do inversor.


 ein
  1   ein  Rk 2   ein  Rk 2
E Th   Rk 2  
Rk1  Rk 2 
rp  R L  Rk1  Rk 2      1  rp  R L    1  Rk  rp  R L
  1

1 Rk 2 Rk 2
R Th   
1 1 Rk 2 Rk 2     1
  1  1
rp  R L Rk 2 rp  R L Rk1     1  rp  R L
Rk1  Rk1 
  1   1

Rk 2 Rk 2   Rk1     1  rp  R L 
R Th  
Rk 2     1  Rk1     1  rp  R L Rk 2     1  Rk1     1  rp  R L
Rk1     1  rp  R L

Rk 2   Rk1     1  rp  R L  Rk 2   Rk1     1  rp  R L 
R Th  
 Rk1  Rk 2      1  rp  R L Rk     1  rp  R L

  Rk 2   Rk 2
ein  ein  1
iin 
ein  E Th

   1  Rk  rp  R L
 ein 
   1  Rk  rp  R L
R Th  Rg Rk 2   Rk1     1  rp  R L  Rk 2   Rk1     1  rp  R L 
 Rg  Rg
Rk     1  rp  R L Rk     1  rp  R L

  Rk 2 Rk 2   Rk1     1  rp  R L 
1  Rg
iin

   1  Rk  rp  R L e
 ZIN  in 
Rk     1  rp  R L
ein Rk 2   Rk1     1  rp  R L  iin 1
  Rk 2
 Rg
Rk     1  rp  R L    1  Rk  rp  R L

Rk 2   Rk1     1  rp  R L   Rg   Rk     1  rp  R L 
Rk     1  rp  R L
ZIN 
   1  Rk  rp  R L    Rk 2
   1  Rk  rp  R L
Rk 2   Rk1     1  rp  R L   Rg   Rk     1  rp  R L 
ZIN 
   1  Rk  rp  R L    Rk 2

  1  Rk  rp  R L    Rk 2    Rk1  Rk 2   Rk1  Rk 2  rp  R L    Rk 2
  1  Rk  rp  R L    Rk 2   Rk1    Rk 2  Rk1  Rk 2  rp  R L    Rk 2
  1  Rk  rp  R L    Rk 2   Rk1  Rk1  Rk 2  rp  R L   1  Rk1  Rk 2  rp  R L

Rk 2   Rk1     1  rp  R L   Rg   Rk     1  rp  R L 
ZIN 
   1  Rk1  Rk 2  rp  R L

Rk 2   Rk1     1  rp  R L   Rg   Rk     1  rp  R L 
ZIN 
  Rk1  Rk1  Rk 2  rp  R L

Rk 2   Rk1     1  rp  R L   Rg   Rk     1  rp  R L 
ZIN  desprezando rp, vem:
  Rk1  Rk  rp  R L

Rk 2   Rk1     1  R L   Rg   Rk     1  R L 
ZIN 
  Rk1  Rk  R L

como   Rk1  Rk  rp  Rk e   Rk1  Rk  rp  R L

Rk 2   Rk1     1  R L   Rg   Rk     1  R L 
ZIN 
Rk  R L

Rk 2   Rk1     1  rp  R L   Rg  Rk     1 Rk 2   Rk1     1  rp 
ZIN    Rg     1
Rk  R L Rk  R L

Rk 2  Rk1     1  Rk 2  rp Rk 2  Rk1     1  Rk 2  rp
ZIN   Rg     1   Rg     1
Rk Rk1  Rk 2

Rk 2  Rk1 Rk 2  rp
ZIN      1   Rg     1 multip. e dividindo o 2º termo por Rk1 , vem:
Rk1  Rk 2 Rk1  Rk 2

Rk 2  Rk1 Rk 2  Rk1 rp
ZIN      1    Rg     1 Como Rk1  Rk 2 , vem:
Rk1  Rk 2 Rk1  Rk 2 Rk1

rp
ZIN  Rk1     1  Rk1   Rg     1  Rk1     1  rp  Rg     1 desprezando rp:
Rk1

ZIN  Rk1     1  Rg     1  ZIN   Rg  Rk1      1 que é muito elevada.

Desse modo, com impedância de entrada elevada, e ganho de tensão aproximadamente unitário, o
seguidor de tensão é o buffer ideal para transformar um gerador de alta impedância interna em outro, de
mesma força eletro-motriz, mas com baixa impedância de saída.
Circuito Somador

O circuito somador à válvula está represen-


tado esquematicamente na Fig. 1.18 .
Aplicando o teorema de Millman no circuito
equivalente da Fig. 1.19, vem:

  egk1   egk 2

rp rp
EO  
1 1 1
 
rp RL rp

como egk1  ein1 e egk 2  ein 2 , vem:

  eein1    eein 2    eein1  eein 2 


EO    
rp rp
1   1 2 
RL RL

para rp  R L , podemos desprezar rp / R L :

eein1  eein 2
EO    
2

O sinal de saída é a média geométrica dos


sinais de entrada, multiplicada por  , e com a fase
invertida. Fig. 1.18 – Circuito Somador.

Fig. 1.19 – Circuito equivalente do somador.


Circuito Somador sem Capacitor de Catodo

Fig. 1.20 – Circuito equivalente do somador sem capacitor de catodo.

egk1  ein1  i b1  Rk ; egk 2  ein 2  i b2  Rk

E O     egk1  i b1  rp      ein1  i b1  Rk   i b1  rp     ein1    i b1  Rk  i b1  rp

E O    ein1 E O    ein 2
E O     ein1  i b1     Rk  rp   i b1  Logo, i b2 
  Rk  rp   Rk  rp

E O    ein1 E    ein 2 E    ein1  E O    ein 2 2  E O     ein1  ein 2 


i b1  i b2   O  O 
  Rk  rp   Rk  rp   Rk  rp   Rk  rp

2  E O     ein1  ein 2 
 i b1  i b2   R L  E O   RL
  Rk  rp

E O     Rk  rp    2  E O     ein1  ein 2    R L  2  E O  R L     ein1  ein 2   R L

E O     Rk  rp   2  E O  R L     ein1  ein 2   R L

E O    Rk  rp  2  R L      ein1  ein 2   R L desprezando   Rk  rp , vem:

 2  R L  E O     ein1  ein 2   R L

ein1  ein 2
EO    
2
Amplificador Diferencial

Fig. 1.21 – Amplificador diferencial.

Fig. 1.22 – Amplificador diferencial, circuito equivalente.

egk1  ein1  i b1  Rk1   i b1  i b2   Rk 2  ein1  i b1   Rk1  Rk 2   i b2  Rk 2  ein1  i b1  Rk  i b2  Rk 2

egk 2  ein 2  i b2  Rk1   i b1  i b2   Rk 2  ein 2  i b2   Rk1  Rk 2   i b1  Rk 2  ein 2  i b2  Rk  i b1  Rk 2

  egk1    ein1  i b1   Rk  i b2   Rk 2 ;   egk 2    ein 2  i b2   Rk  i b1   Rk 2

  egk1  i b1   Rk1  Rk 2  rp  R L   i b2  Rk 2  0

  egk1  i b1   Rk  rp  R L   i b2  Rk 2
  ein1  i b1   Rk  i b2   Rk 2  i b1   Rk  rp  R L   i b2  Rk 2

  ein1  i b1   Rk  i b2   Rk 2  i b1   Rk  rp  R L   i b2  Rk 2

  ein1  i b1   Rk    Rk  rp  R L   i b2   Rk 2    Rk 2 

  ein1  i b1   Rk     1  rp  R L   i b2  Rk 2     1

  ein 2  i b1  Rk 2     1  i b2   Rk     1  rp  R L 

Rk     1  rp  R L Rk 2     1
 
Rk 2     1 Rk     1  rp  R L

   Rk     1  rp  R L    Rk 2     1 
2 2

  ein1 Rk 2     1 Rk     1  rp  R L   ein1
i b1  ; i b2 
  ein 2 Rk     1  rp  R L Rk 2     1   e in 2

i b1    ein1   Rk     1  rp  R L     ein 2   Rk 2     1 

i b2    ein 2   Rk     1  rp  R L     ein1   Rk 2     1 

i b1   ein1   Rk     1  rp  R L     ein 2   Rk 2     1 
i b1  
  Rk     1  rp  R L    Rk 2     1 
2 2

i b2   ein 2   Rk     1  rp  R L     ein1   Rk 2     1 
i b2  
  Rk     1  rp  R L    Rk 2     1 
2 2

  ein1   Rk     1  rp  R L     ein 2   Rk 2     1 
E O1   i b1  R L    RL
 Rk     1  rp  R L    Rk 2     1 
2 2

  ein 2   Rk     1  rp  R L     ein1   Rk 2     1 
E O2   i b2  R L    RL
 Rk     1  rp  R L    Rk 2     1 
2 2

EO
E O  E O1  E O2   i b1  R L  i b2  R L   i b2  i b1   R L   i b2  i b1
RL

EO   ein 2   Rk     1  rp  R L     ein1   Rk 2     1 
  ...
 Rk     1  rp  R L    Rk 2     1 
2 2
RL

  ein1   Rk     1  rp  R L     ein 2   Rk 2     1 

 Rk     1  rp  R L    Rk 2     1 
2 2
EO    ein 2  ein1    Rk     1  rp  R L      ein 2  ein1    Rk 2     1 

 Rk     1  rp  R L    Rk 2     1 
2 2
RL

EO Rk     1  rp  R L  Rk 2     1
    ein 2  ein1  
 Rk     1  rp  R L    Rk 2     1 
2 2
RL

EO  Rk  rp  R L  Rk 2
   ein 2  ein1  
  1  Rk     1  rp  R L    Rk 2     1 
2 2
RL

EO Rk1  rp  R L
  ein 2  ein1  
 Rk     1  rp  R L    Rk 2     1 
2 2
RL

EO Rk1  R L
  ein 2  ein1  
 Rk     1  R L    Rk 2     1 
2 2
RL

EO Rk1  R L
  ein 2  ein1  
 Rk     1   2  Rk     1  R L  R 2L   Rk 2     1 
2 2
RL

EO Rk1  R L
  ein 2  ein1  
RL 2  Rk     1  R L  R 2L

EO RL
  ein 2  ein1  
RL 2  Rk     1  R L  R 2L

R 2L
E O   ein 2  ein1  
2  Rk     1  R L  R 2L

1
E O   ein 2  ein1    ein 2  ein1
2  Rk     1
 1
RL

E O  ein 2  ein1
Efeito Miller

Considerando um amplificador inversor de fase genérico, com ganho de tensão A F (módulo) e


impedância de entrada infinita, conforme o circuito abaixo, temos:

Imp. entre entrada e saída de amplificador. Circuito equivalente. Impedância vista na entrada.

E O   A V  E IN (Ganho negativo, inversão de fase)

E IN  E O E  A V  E IN 1  AV
I IN   IN  E IN 
ZF ZF ZF

E IN ZF
 ZIN 
I IN 1  AV

Quando ZF for uma Reatância Capacitiva

Capacitância entre entrada e saída do amp. Circuito equivalente. Capacitância vista na entrada.

1
Se ZF  (um capacitor), vem:
s  CF

ZF 1 1
ZIN     CIN  CF  1  A V 
1  AV s  CF  1  A V  s  CIN

Isto significa que a capacitância CF , conectada entre os terminais de entrada e saída, aparece multiplicada na
entrada por 1  A , ou seja, CIN  CF  1  A  .
Se A  1 esta capacitância aparecerá muito maior, entre os terminais de entrada, o que poderá ter grandes
conseqüências na resposta de freqüência do circuito.

Exemplo: Se A = 10, a capacitância vista na entrada será 11 vezes maior que a existente entre entrada e
saída.
Efeito Miller em Válvulas
A figura abaixo detalha as capacitâncias parasitas entre os eletrodos da válvula e como a capacitância
entre placa e catodo aparece refletida entre grade e catodo, pelo Efeito Miller, multiplicada por 1  A V , o
que acentua o seu valor, além de somar-se com a capacitância entre grade e catodo, formando uma capaci-
tância de entrada Cin.

Capacitância Cpg refletida para a entrada (Efeito Miller).

Capacitâncias inter eletródicas na válvula. Capacitância total entre grade e catodo.

Embora a capacitância Cin, acentuada pelo Efeito Miller, possa reduzir a resposta de freqüência nas
altas freqüências, sendo por isso indesejada, podemos aproveitá-la como filtro passa baixas no sentido de
atenuar possíveis rádio freqüências captadas, acrescentando um resistor em série com a grade, Rgs (Grid
Stopper Resistor).

Resistor Rgs, em série com a grade, formando um filtro passa baixas com Cin, para atenuar rádio freqüências.

A capacitância Cin pode ser medida a partir da freqüência de corte, produzida em conjunto com o
resistor Rgs, conforme as equações abaixo, onde F3 é a freqüência a – 3 dB produzida pelo filtro passa
baixas acima. Basta aplicar um gerador de áudio, em paralelo com Rg , e variar a freqüência até encontrar o
ponto de – 3 dB, para obter F3 .

1 1
 Rgs  CIN 
2    F3  CIN 2    F3  Rgs
Grid Resistors - Why Are They Used?
http://www.aikenamps.com/index.php/grid-resistors-why-are-they-used
General
If you look at the schematic of a typical guitar amplifier, you will notice that there is a resistor in series with the grid of the first
tube, usually around 68K or so, and there is also a resistor in series with the grid of the power tubes, usually 1.5K or 5.6K, and
you may occasionally see very large value resistors, such as 470K or greater, in series with tube grids in high-gain preamps.
Some amplifiers have no such grid resistors, and occasionally people will recommend removing them to supposedly "increase the
gain" of that stage. What is the purpose of these resistors, and should you remove them?

Reasons for the resistors


These resistors, which are commonly called "grid stoppers", are not put on the control grid of the tube for signal level attenuation
purposes; rather, they act as a very high frequency low-pass filter in conjunction with the input capacitance of the triode (which is
the sum of the grid-to-cathode capacitance and the Miller capacitance, and can get as high as 100pF or more). In the normal
operating mode of a vacuum tube, the grid is biased negatively with respect to the cathode. Because of this, there is no current
flow into the grid element, and it looks like a very high impedance circuit node. This means that there can be little or no midband
attenuation of the input signal, because the voltage divider formed by the series resistor and the high input impedance of the tube
is very small. For all practical purposes, the attenuation is negligible at midband, so there is no "increase in gain" by removing
these resistors. Attenuation only occurs at the higher frequencies, above the frequency breakpoint caused by the series resistance
and the input capacitance.
The grid resistor accomplishes the following things:
 It helps prevent high frequency parasitic oscillation in the tube itself
 It helps prevent radio frequencies from getting into the input stage, where they can be rectified and lowpass filtered (AM
detection) and become audible at the amplifier output
 It can limit grid current when the tube is driven into the positive grid region, which helps in preventing "blocking"
distortion

Where to put the resistors


In order to take advantage of the parasitic suppression benefits of these grid resistors, they must be placed as close as possible to
the socket pin of the tube, preferably soldered directly to the pin with a very short lead. The resistor should be placed after the
grid-to-ground resistor (usually 1 Meg or so), to avoid attenuation and to keep the signal path short. If the resistor is connected in
series with the input jack and before the 1 Meg grid resistor, there is a small loss of the input signal, although, in most cases the
attenuation is not enough to be concerned with (0.94 times for a 68K grid stopper and a 1 Meg grid resistor), and in amplifiers
with a high and low level input, the grid stoppers also serve as attenuators. When designing an amplifier, it is better to use
separate resistors for input attenuation purposes in order to be able to locate the grid stoppers as close to the input grid pins as
possible, rather than mounting them on the input jacks.

How large should they be?


The grid resistor value typically varies from as low as 1.5K to as high as 470K.
Most output stages use relatively small grid resistors, such as the 1.5K seen on the grids of 6L6 tubes in most Fenders, and the
5.6K seen on the grids of EL34 tubes in most Marshalls. In general, the grid resistor at the grid of the power tubes can be as high
as 56K to 100K before any noticeable loss of high frequencies occurs. Higher values can help in reducing "blocking" distortion
as noted above, and can also take some of the "edge" off of an overly brittle sounding output stage. If the resistor value is made
too low, it may not be enough to prevent parasitic oscillations, and the amplifier may exhibit instability in the higher frequency
range. This may or may not be audible. Symptoms of oscillations include: high-pitched "squeal", glowing plates at "safe" bias
currents, harsh treble response, lack of power, undesirable overtones, and unusual frequency response which makes the amp
sound funny. Note that power tubes have a specification for maximum resistance that can be in series with the grid terminal
before the tube becomes unstable due to grid current. The maximum allowable resistance is larger in cathode biased circuits than
it is in fixed bias circuits because the cathode bias provides some "self-limiting" protection against bias runaway. The total
resistance is the sum of the series grid resistor and the bias feed or "grid-to-ground" resistances, so if the max spec is 300K, for
example, and there is a 220K bias feed resistor, the largest grid resistance that can safely be used is 80K. Of course, in practice,
tubes should not be run that close to the edge of their specifications, to insure reliability.
The grid resistor on the preamp stages typically ranges from 0 to 68K, although very large values, such as 470K, are sometimes
used in high-gain preamps to shape the frequency response and prevent "blocking" distortion in the preamp section under heavy
overdrive conditions. The Miller capacitance of a typical 12AX7 is around 151pF, so the upper frequency response -3dB cutoff
point of a stage using a 68K grid resistor is around 15.5kHz. The frequency response drops to around 2.2kHz if a 470k grid
resistor is used. This "free" response rolloff can be used to tame the "buzziness" of high-gain preamp stages without having to
add additional rolloff capacitors. Perhaps the most important grid resistor is the one that goes to the grid of the very first stage,
right after the input jack. This resistor is the one that prevents oscillations and pickup of radio stations and other noise due to
long or poorly-shielded cables. It is not usually a good idea to eliminate this resistor. Ideally, it should be soldered directly to the
grid pins of the socket, with very short leads.
Levantamento das Curvas Características das Válvulas
O levantamento das curvas características dos componentes eletrônicos, embora sendo uma tarefa
tediosa, facilita a fixação dos conceitos básicos do dispositivo sendo ensaiado, exatamente pela exaustiva
repetição das operações, aliás, bastante simples.
O problema surgiu pela inexistência de uma fonte de tensão contínua ajustável que pudesse fornecer
as elevadas tensões de placa, que precisavam variar desde 0 a 350 V DC.
Cá entre nós, segundo relato do Prof. Homero, a solução surgiu durante o banho matinal: alimentar um am-
plificador de potência com o sinal de um gerador de áudio e conectar o secundário de 6,3 V do transforma-
dor de força a ser usado no amplificador valvulado, retificando a tensão AC presente nos dois enrolamentos
de 250 V. Os demais enrolamentos não utilizados permaneceram a circuito aberto.
Esta solução mostrou-se excelente, um verdadeiro provisório definitivo… permitindo, inclusive, que
a dependência da ondulação provocada pelo AC residual na tensão de saída, retificada e filtrada (ripple)
pudesse ser fácil e comodamente demonstrada variando-se a freqüência do sinal de áudio, no gerador.
Alem disso foi uma excelente demonstração prática do que é um componente bi lateral…

12AU7 - Valores obtidos no levantamento das Curvas Características


Ec = 0 Ec = - 2 Ec = - 4 Ec = - 6 Ec = - 8 Ec = - 10 Ec = - 12 Ec = - 14
Eb Ib Eb Ib Eb Ib Eb Ib Eb Ib Eb Ib Eb Ib Eb Ib
0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0
5 0,20 5 - 5 - 5 - 5 - 5 5 - 5 -
10 0,40 10 - 10 - 10 - 10 - 10 10 - 10 -
15 0,67 15 - 15 - 15 - 15 - 15 15 - 15 -
20 1,11 20 - 20 - 20 - 20 - 20 20 - 20 -
25 1,53 25 0,02 25 - 25 - 25 - 25 25 - 25 -
30 2,04 30 0,07 30 - 30 - 30 - 30 30 - 30 -
35 2,62 35 0,16 35 - 35 - 35 - 35 35 - 35 -
40 3,21 40 0,33 40 - 40 - 40 - 40 40 - 40 -
45 3,76 45 0,56 45 - 45 - 45 - 45 45 - 45 -
50 4,41 50 0,79 50 0,02 50 - 50 - 50 50 - 50 -
55 5,01 55 1,13 55 0,05 55 - 55 - 55 55 - 55 -
60 5,78 60 1,46 60 0,16 60 - 60 - 60 60 - 60 -
65 6,53 65 1,88 65 0,18 65 - 65 - 65 65 - 65 -
70 7,12 70 2,35 70 0,35 70 0,01 70 - 70 70 - 70 -
75 8,02 75 2,76 75 0,46 75 0,09 75 - 75 75 - 75 -
80 8,64 80 3,33 80 0,65 80 0,04 80 - 80 80 - 80 -
85 9,42 85 3,94 85 0,90 85 0,07 85 - 85 85 - 85 -
90 10,35 90 4,55 90 1,23 90 0,12 90 0,01 90 90 - 90 -
95 95 5,21 95 1,52 95 0,21 95 0,09 95 95 - 95 -
100 100 5,77 100 1,81 100 0,30 100 0,02 100 0.01 100 - 100 -
125 125 9,50 125 4,31 125 1,30 125 0,23 125 0.08 125 0,09 125 -
150 150 150 7,54 150 3,20 150 0,96 150 0.18 150 0,02 150 0,01
175 175 175 175 5,78 175 2,58 175 0.75 175 0,13 175 0,02
200 200 200 200 9,25 200 4,55 200 1.70 200 0,60 200 0,10
225 225 225 225 225 7,58 225 3.79 225 1,46 225 0,50
250 250 250 250 250 11,10 250 6.20 250 2,85 250 1,24
275 275 275 275 275 275 9.47 275 5,03 275 2,45
300 300 300 300 300 300 300 7,68 300 4,10
325 325 325 325 325 325 325 11,20 325
350 350 350 350 350 350 350 350
375 375 375 375 375 375 375 375
400 400 400 400 400 400 400 400
Obtendo a tensão DC variável, de 0 a 350 V, amplificando o sinal do gerador para alimentar o tap de 6,3 V do trafo.
Esta solução permitiu, inclusive, demonstrar com comodidade a influência da freqüência da rede no ripple residual.

12AX7 - Valores obtidos no levantamento das Curvas Características


Ec = 0 Ec = - 0,5 Ec = - 1 Ec = - 1,5 Ec = - 2 Ec = - 2,5 Ec = - 3 Ec = - 3,5 Ec = - 4
Eb Ib Eb Ib Eb Ib Eb Ib Eb Ib Eb Ib Eb Ib Eb Ib Eb Ib
0 0 0 0 0 0 0 0 0 - 0 - 0 - 0 0 0 0
5 0.20 5 - 5 - 5 - 5 - 5 - 5 - 5 - 5 -
10 0.30 10 0.01 10 - 10 - 10 - 10 - 10 - 10 - 10 -
15 0.43 15 0.02 15 - 15 - 15 - 15 - 15 - 15 - 15 -
20 0.63 20 0.03 20 - 20 - 20 - 20 - 20 - 20 - 20 -
24 0.91 24 0.05 24 - 24 - 24 - 24 - 24 - 24 - 24 -
30 30 0.07 30 - 30 - 30 - 30 - 30 - 30 - 30 -
35 35 0.10 35 - 35 - 35 - 35 - 35 - 35 - 35 -
40 40 0.13 40 - 40 - 40 - 40 - 40 - 40 - 40 -
45 45 0.18 45 0.01 45 - 45 - 45 - 45 - 45 - 45 -
50 50 0.23 50 0.02 50 - 50 - 50 - 50 - 50 - 50 -
55 55 0.28 55 0.03 55 - 55 - 55 - 55 - 55 - 55 -
60 60 0.34 60 0.04 60 - 60 - 60 - 60 - 60 - 60 -
65 65 0.42 65 0.05 65 - 65 - 65 - 65 - 65 - 65 -
70 70 0.48 70 0.06 70 - 70 - 70 - 70 - 70 - 70 -
75 75 0.56 75 0.09 75 - 75 - 75 - 75 - 75 - 75 -
80 80 0.69 80 0.12 80 0.01 80 - 80 - 80 - 80 - 80 -
85 85 0.86 85 0.15 85 0.01 85 - 85 - 85 - 85 - 85 -
90 90 1.03 90 0.18 90 0.02 90 - 90 - 90 - 90 - 90 -
95 95 1.20 95 0.23 95 0.03 95 - 95 - 95 - 95 - 95 -
100 100 100 0.27 100 0.03 100 - 100 - 100 - 100 - 100 -
125 125 125 0.60 125 0.12 125 0.05 125 - 125 - 125 - 125 -
150 150 150 1.04 150 0.31 150 0.10 150 - 150 - 150 - 150 -
175 175 175 175 0.62 175 0.20 175 0.02 175 - 175 - 175 -
200 200 200 200 1.08 200 0.36 200 0.08 200 0.01 200 - 200 -
225 225 225 225 225 0.66 225 0.19 225 0.03 225 - 225 -
250 250 250 250 250 1.06 250 0.43 250 0.10 250 - 250 -
275 275 275 275 258 1.20 275 0.74 275 0.24 275 - 275 -
300 300 300 300 300 300 1.16 300 0.44 300 - 300 -
325 325 325 325 325 325 325 325 - 325 -
350 350 350 350 350 350 350 350 0.01 350 -
375 375 375 375 375 375 375 375 0.05 375 0.01
400 400 400 400 400 400 400 400 0.13 400 0.03
12
11.6
0
11.2
-2
10.8 -4
10.4 -6
-8
10 - 10
9.6 - 12
- 14
9.2
8.8
8.4
8
Ib em mA

7.6
7.2
6.8
6.4
6
-

5.6
12AU7

5.2
4.8
4.4
4
3.6
3.2
2.8
2.4
2
1.6
1.2
0.8
0.4
0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150 160 170 180 190 200 210 220 230 240 250 260 270 280 290 300 310 320 330 340 350
Eb em Volts

Curva característica da válvula 12AU7 levantada em aula a partir dos pontos medidos.
1.2

1.16

1.12
1.08
0
1.04
- 0,5
1 -1
- 1,5
0.96 -2
- 2,5
0.92
-3
0.88 - 3,5
-4
0.84
0.8

0.76
Ib em mA

0.72

0.68

0.64
0.6
-

0.56
12AX7

0.52

0.48
0.44

0.4

0.36
0.32

0.28

0.24
0.2

0.16

0.12
0.08

0.04

0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150 160 170 180 190 200 210 220 230 240 250 260 270 280 290 300 310 320 330 340 350
Eb em Volts

Curva característica da válvula 12AX7 levantada em aula a partir dos pontos medidos.
A Visão de Alain Patrick

Em uma era onde a Integridade Sonora e as amplas possibilidades oferecidas pela tecnologia digital imperam no universo
do áudio, o sonho de se criar ou simular equipamentos analógicos vintage (entre os quais os consagrados valvulados) permanece
vivo. Isto vale não só para audiófilos, mas para fãs de música e aficionados por áudio, continuando vivo o desejo implacável pela
busca da mais alta qualidade sonora, objetivo que une parâmetros da tecnologia com os da percepção sonora.
Montar um amplificador valvulado sempre foi um sonho.
Lembro-me de ter passado em frente à suntuosa fachada da loja da McIntosh (considerada uma das maiores marcas do gênero) em
Manhattan, NYC, anos atrás, e ter ficado fascinado com os modelos em exposição.
A partir do final de 2014, tivemos a oportunidade única de ter aulas com um dos grandes profissionais do áudio - o Prof.
Homero Sette - que nos ensinou 'Eletrônica Aplicada Ao Áudio'.
Durante este ano e meio de curso aprendemos os elementos necessários para a construção de um equipamento com excelência, dos
transformadores aos diodos, e mais do que isso - percebemos que todos aqueles fundamentos absorvidos, de física e matemática,
durante o ginásio e colegial tinham relação muito mais direta com os sons que escutamos no dia a dia do que imaginávamos.
Foi durante o Curso que tivemos a oportunidade de conhecer as características técnicas e as vantagens sonoras de um
amplificador valvulado. E, melhor, que poderia ser produzido por nós.
O mais interessante foi poder observar e escutar a comprovação de todos os cânones teóricos da eletrônica, na prática. Muito mais
impulsionado pelo entusiasmo musical do que propriamente pelo conhecimento técnico, em um primeiro momento resolvi lançar-
me na construção de um amplificador valvulado como trabalho de conclusão deste curso. O equipamento deveria fornecer um som
de grande fidelidade.
Os primeiros passos consistiram na busca de uma fonte capaz de alimentar o circuito do Pré Amplificador. O Prof. Ho-
mero orientou no dimensionamento dos circuitos, incluindo a fonte inicial, cujos componentes procurei, comprei e soldei, inicial-
mente de maneira inadequada, com ferro de solda de potência menor que o necessário, e com direito a todos os erros e tropeços
comuns na vida de um iniciante.
Devidamente orientado, parti para a compra dos componentes a serem utilizados no circuito do Pré:
Capacitores, diodos, resistores, fios, e principalmente, os transformadores de força e saída, que foram cuidadosamente especifica-
dos para que obtivéssemos um amplificador de excelente desempenho e confiabilidade. Aprendemos que a "maior rejeição de
modo comum é obtida com transformador, e não com circuitos eletrônicos". Em vista disso, e já prevendo a possibilidade de ru-
ído, consegui com o Vitório Massoni, da EAM, um par de transformadores de sinal, de alta qualidade, tipo Jensen, que felizmente
não precisaram ser utilizados e estão cuidadosamente guardados para futura necessidade...
Tornei-me assíduo nas lojas de componentes eletrônicos da Santa Ifigênia, e adjacências, e graças a essa pesquisa encon-
trei dois bons fornecedores: um de válvulas, onde adquiri todas as necessárias, das marcas Mullard, Tung Sol e J.J., e uma empresa
especializada no enrolamento de transformadores que produziu o transformador de força e o de saída conforme nossas especifica-
ções e foram plenamente aprovados em todos os testes, inclusive de aquecimento, pois funcionam sem elevação significativa de
temperatura.
Naquele momento (após aproximadamente quatro a
cinco meses de curso), todo o conteúdo teórico inicial de
eletricidade aplicado ao Audio já tinha sido ministrado pelo
Prof. Homero (dos fundamentos aos resistores, capacitores,
indutores e transformadores) e estávamos iniciando as aulas
práticas. Como já tinha me lançado na compra dos
componentes do meu amplificador, e os demais alunos ainda
não tinham embarcado nos seus respectivos trabalhos de
conclusão, as aulas práticas acabaram sendo direcionadas para
os testes do meu equipamento, o que acabou de certa forma
dando aos demais alunos a dimensão que, com a orientação do
nosso professor, era possível empreender algo daquele nível.
Foi então que tive a idéia de propor uma parceria com o meu
amigo de sala, Vítor, também interessado em criar um
equipamento valvulado Hi-Fi. Com muito mais habilidade
técnica do que eu, ele abraçou a empreitada e juntamos as
forças; passamos a pesquisar, comprar e soldar todos os itens
necessários naquele primeiro momento: os circuitos do pré e de
potência em uma aranha, para os primeiros testes de resposta
de frequência dos transformadores e dos circuitos valvulados.
Felizmente os resultados foram excelentes.
Com pouco mais de um semestre, propus ao Vítor que nos
aliássemos ao Igor, no projeto, devidamente orientados pelo Primeira montagem no chassi.
Professor Homero, uma vez que enxerguei neste time uma
combinação de habilidades capaz de lidar com todos os obstáculos em uma jornada desta complexidade.
Formalizamos nossa parceria, Igor – Vitor – Alain, em um final de tarde de sábado.
Levamos (eu e o Vítor) uma boa quantidade de semanas para pesquisar e negociar com metalúrgicas a melhor solução,
em termos de chassi e, em seguida, ficou a cargo dele o desenvolvimento do desenho em autocad e no software da máquina de
corte, o que ele executou brilhantemente. Nosso chassi ficou excelente.
Despendemos ainda algumas tardes na oficina do Vítor realizando algumas furações adicionais no chassi, que não havíamos pre-
visto inicialmente, mas que se tornaram necessárias.
Com o chassi finalizado, coube ao Igor o redimensionamento e a soldagem dos circuitos de pré e potência na “nova casa”,
tarefa que realizou com incrível categoria, feito duplicado pelo Vítor no segundo canal, já que havíamos optado por um amplifica-
dor estéreo.
Finalmente, cerca de um ano após o início das aulas, tudo estava pronto para ser testado, e a resposta de frequência do nosso Am-
plificador - batizado de Grandmaster em homenagem ao nosso professor - teve uma variação máxima de 1dB de 20 a 40.000 Hz.
Sem a ajuda dos meus nobres amigos Vítor Cunha e Igor Bastos, e da orientação do Prof. Homero Sette, este projeto jamais teria
sido concluído.
Deixo aqui o meu sincero e profundo agradecimento a todos.
Quanto à evolução do projeto do ponto de vista prático, destacamos as distintas fases:
1 - Pesquisa dos fornecedores e compra dos componentes, entre os quais, válvulas, diodos, capacitores, resistores, fios, e transfor-
madores;
2 - Soldagem dos circuitos de pré e potência em uma aranha, para testarmos a qualidade e adequação dos componentes e circuitos,
através das curvas de resposta de todos os estágios;
3 - Pesquisa de fornecedores de chassi, para posterior design e programação do protótipo (feitos brilhantemente pelo Vítor);
4 - Soldagem dos circuitos de pré e potência para readequar os circuitos ao novo chassi (feita pelo Igor), e todas as adaptações que
se fizeram necessárias;
5 - Medições das respostas de frequência dos circuitos de pré e potência que revelaram excelente resposta de frequência, com
variações máximas de 1dB, de 20 a 40.000 Hz, e audições de músicas de referência.

Montagem eletrônica em andamento. Resposta de freqüência medida com carga de 8 Ohms.

A Visão de Vitor Cunha

Fizemos um amplificador valvulado do zero!


Mas, como qualquer trabalho bem feito (ou além, bem entendido e não só executado), é trabalhoso.
Tendo sido feito por poucos pares de mãos, foi possível observar todas as partes do projeto bem de perto.
O processo é longo, demorado e há muito aprendizado envolvido - e uma vez que se deseja fazê-lo corretamente e entendê-lo
perfeitamente, não é possível pular fases, evitar etapas ou apoderar-se da experiência de outra maneira.
A noção de que é preciso muito esforço
para alcançar o que se almeja foi
corroída pela proliferação de dis-
positivos que fazem boa parte do
trabalho, e hoje é comum a reprodução
de conclusões de terceiros sem a
passagem por um filtro pessoal,
interno, questionando a própria
experimentação em si, para a validação
das conclusões ou a criação de novas.
Não sendo o esse, felizmente, nosso
caso, sem dúvida foi um projeto muito
produtivo e gratificante.
Pontos muito interessantes do projeto,
para mim:
- Não chegamos ao nível de produtor Início do layout. As peças se encaixam …
da matéria prima, nem de seu refinamento, mas, ao invés de usar todos os insumos prontos (o que reduziria nosso trabalho
unicamente ao de montagem), optamos por descer alguns degraus na cadeia produtiva para assegurar um melhor resultado do
produto final. Dentre eles, destacamos:
- Dimensionamento dos trafos, ao invés de adquirir o produto pronto e aceitar as limitações (principalmente de projeto) dos trafos
prontos, disponíveis no mercado;
- Criação e desenvolvimento do layout do chassi, projeto original feito por nós e encaminhado para ser produzido a partir de
chapas cruas, ao invés de usarmos gabinetes genéricos ou modulares;
- Solda manual de todos os componentes, o que demandou a sua montagem em ponte de terminais de maneira compacta, sem
comprometer o circuito, montagem essa cujas decisões foram tomadas por nós e não por um programa de disposição de circuitos
ou uso de placa de circuito impresso.
- Dimensionamento com folga da fonte de alimentação e da ponte retificadora, para assegurar um desempenho pleno e confiável
do amplificador.
- Não utilização de realimentação negativa global (feedback) do transformador de saída para a entrada, com a obtenção de exce-
lentes resultados.
- Simplicidade do produto final para o usuário, tornando-o intuitivo e funcional, não comprometendo a robustez ou qualidade.
- Utilização de chave de bias (+ B) no lugar de circuito temporizador para só polarizar as válvulas depois que os filamentos esti-
verem plenamente aquecidos e a emissão termo iônica se estabilizou.
- A ausência de qualquer circuito integrado ou controle digital, sendo assim um projeto 100% analógico e com componentes sim-
ples. Apenas optamos por retificadores do estado sólido para diminuir a perda de energia e o aquecimento causado pelas válvulas
retificadoras, muito ineficientes.
Passaram-se alguns meses desde a fase de decidirmos o que queríamos até o primeiro teste auditivo.
Muita descoberta de fornecedores, muita solda, muita medição, alguns choques e muitas surpresas no meio do caminho, com mu-
danças de objetivos que antes pareciam claros e perfeitamente definidos!
Há pouco eu era um completo novato na área, começando um projeto tão grande e que demandava o desenvolvimento de inúmeras
habilidades - eu era estranho a tal realidade.
Minha experiência caminha pertinentemente como coloca Robert Greene em "Maestria": No início, minhas impressões e conceitos
eram baseados em intuição e prejulgamentos que, em geral, contém erros e vícios. O primeiro contato, logo tão intenso, parecia
um tanto intimidador, não compreendendo as relações entre os componentes e tudo que era necessário para o prosseguimento do
projeto.
Um tanto estonteante para mim, aceitando todas as fontes de informação sem uma independência de filtro ou conhecimento de
como saber lidar com o processo, pois o acesso ao conhecimento não é imediato.
Apesar de abordar com empolgação a situação, logo percebi que não seria fácil o trabalho a ser realizado.
No entanto, é aqui que não se deve parar e desanimar, por já não se estar no pico da empolgação - é necessário que deixemos o
tempo seguir seu curso, a informação se assentar, até que algo notável comece a tomar forma.
Na medida em que continuávamos, cada vez mais enxergávamos com clareza, aprendíamos as regras e percebíamos como
as partes se encaixavam. Sendo assim, íamos conquistando fluência e dominávamos habilidades básicas, passando a ver conexões
importantes até então imperceptíveis para nós.
Lentamente adquirimos confiança em nossa capacidade de resolver problemas e de superar limitações, tudo através da
persistência e do interesse, que não se deixou esvair.
A certa altura, evoluíamos de estudantes a praticantes: experimentávamos nossas próprias idéias, conseguindo um feedback
valioso no processo. E, então, em vez de apenas aprender apenas com os outros, contribuíamos com nosso próprio estilo e
individualidade, já vendo o processo como um todo e descortinando o panorama com muito mais clareza.
E assim pretendo seguir. E que venham os próximos desafios!

Amplificador quase finalizado.


Procedimento

1 – Inicie com Ec = 0 e Eb = 0 .
2 – Meça Ib .
Não se surpreenda se você encontrar uma corrente
Ib circulando. Alguns elétrons possuem muita energia.
3 – Aumente negativamente a tensão Ec .
Por exemplo - 2 V (mas isso depende da válvula).
4 – Aumente sucessivamente a tensão Eb, medindo Ib.
Por exemplo, de 5 em 5 V, medindo IB a cada valor.
5 – Para novos acréscimos negativos em Ec repita (4).
6 – E assim sucessivamente, sem ultrapassar os limites
máximos de tensão, corrente ou potência, da válvula.
7 – Registre em uma tabela todos os valores medidos.
8 – Represente os valores medidos em um gráfico.
Circuito para levantamento das curvas características. Resumo do procedimento.

Transformador de Força
Primário Alta Tensão Filamento 1 Filamento 2

250 V / 0 / 250 V 6,3 V / 0 / 6,3 V 3,15 V / 0 / 3,15 V


0 – 127 V 500 V com Center Tap 12,6 V com Center Tap 6,3 V com Center Tap
200 mA 1,5 A 4,5 A
Fonte de Alimentação Usada no Amplificador

Transformador de força e fonte de alimentação.


A tensão de saída foi observada com osciloscópio, ligando e desligando os capacitores de filtro para medir o ripple.

O Pentodo, pa-
tenteado pelas
empresas euro-
peias Mullard e
Philips levou as
concorrentes a
desenvolver o
Beam Tetrode. Mais em: http://www.seymourduncan.com/blog/the-tone-garage/know-your-amp-different-kinds-of-tubes
Os dois tipos têm comportamento ligeiramente diferente, com algumas vantagens apontadas em favor do
último. São do tipo Beam Tetrode as conhecidas 6L6, 6V6, KT66 e a 807. Já a EL34 é um pentodo que, se-
gundo dizem é produzido como Beam Tetrode por alguns fabricantes.
Distributed Load

Alan Dower Blumlein, engenheiro eletrônico inglês, gênio inventivo detentor de 128 patentes, inclu-
sive a do som estereofônico, denominado binaural, patenteou em junho de 1937 a configuração conhecida
como Distributed Load (nome dado pela Mullard), e mais tarde transformada em Ultra-Linear por David
Hafler e Herbert Keroes, no incío dos anos 50.
A proposta de Dower consistia em alimentar a grade screen através de um tap no transformador de
saída, de modo que, dependendo da relação de espiras, a válvula de saída poderia comportar-se como pen-
todo/tetrodo ou como triodo. A relação de espiras recomendada era tal que a componente alternada do sinal
na grade screen fosse um quarto ou metade do sinal na placa.
A escolha do tap fazia com que a operação do circuito ficasse entre a de um pentodo/tetrodo ou de um tri-
odo, cada uma delas com suas vantagens e desvantagens.
Dower morreu em 7 de junho de 1942, em plena segunda guerra mundial, durante teste de radar em-
barcado em aeronave.

Amplificador Williamson

Nas edições de abril e maio de 1947 a revista inglesa Wireless World publicou dois artigos de David
Theodore Nelson Williamson, intitulados "Design for a High-Quality Amplifier" a respeito do que viria a ser
conhecido como "Williamson Amplifier", que se tornou um marco na historia da Alta Fidelidade, embora
precedido pelo "Point One", do também inglês H. J. Leak, surgido em 1945.
O projeto de Williamson notabilizou-se pela qualidade do áudio reproduzido, tendo incorporado al-
guns avanços tecnológicos como a realimentação negativa (inventada por Harold Black em 1927 e pouco
usada, até então, pois embora vantajosa, em inúmeros aspectos, reduzia o ganho, trocando-o por largura de
banda, mas ganho, na época, custava caro …) e operava em push-pull, superando os demais concorrentes.

ENTENDENDO AS SAÍDAS CARGA DISTRIBUIDA E ULTRA – LINEAR

Tetrodos em push-pull, conectados como triodos Tetrodos com as grades screen ligadas ao +B produzem
produzem curvas parabólicas, não lineares. curvas também não lineares, mas com inclinações opostas.

Ultra Linear: grades screen alimentadas por taps adequados Sugestões dos taps ideais para determinadas válvulas e o
do transformador de saída produzem curvas lineares. efeito benéfico proporcionado na redução da distorção.
Theory and Operation of the Ultra-Linear Circuit - Disponível em http://www.tubebooks.org/file_downloads/ultralinear.pdf
Ultra - Linear

David Hafler e Herbert Keroes partindo da idéia de Dower e aproveitando a notoriedade alcançada
pelo projeto de Williamson, otimizaram o critério usado no sistema carga distribuída e criaram a saída ultra-
linear, que aplicaram no amplificador de Williamson, em 1951.
O raciocínio é simples:
1 - As curvas do triodo são côncavas para cima, e as do pentodo côncavas para baixo;
2 – Ligando a grade screen direto na fonte positiva (posição A) a válvula funciona como triodo;
3 - Ligando a grade screen na placa (posição C) a válvula funciona como pentodo;
4 – Então, numa posição intermediária entre A e C o comportamento será algo entre triodo e pentodo.
5 – Na posição B, a ótima, a curva do dispositivo é uma reta, caracterizando o funcionamento ultra-linear,
onde a distorção é mínima. A realimentação negativa, introduzida pela parcela do sinal de saída aplicado
à grade screen, costuma ser apontada como a causa dos benefícios constatados.

Escolha do Tap para Funcionamento como Triodo , Pentodo ou Ultra - Linear

Saída simples. Saída Push-Pull A - Pentodo C - Triodo


http://www.r-type.org/articles/art-115.htm B - Ultra - Linear

Transformador de Saída Especificado

Potência 100 Watts

Utiliza um transformador de saída por cada canal.

Alimenta uma caixa de impedância nominal 8  ,


permitindo a escolha do tap que produza maior
potência ou menor distorção.

Possui taps para grade screen obedecendo a relação


de espiras recomendada para

Com base nos critérios acima escolhemos uma relação de espiras igual a 43 % para as grades screen do nosso amp.

https://en.wikipedia.org/wiki/Ultra-linear https://en.wikipedia.org/wiki/Alan_Blumlein
Mais Informações
https://en.wikipedia.org/wiki/Valve_amplifier https://en.wikipedia.org/wiki/Williamson_amplifier
https://en.wikipedia.org/wiki/Valve_audio_amplifier_technical_specification
https://en.wikipedia.org/wiki/Negative_feedback_amplifier#cite_note-Waldhauer-7
EVOLUÇÃO DO AMPLIFICADOR WILLIAMSON

Amplificador Williamson em sua versão original. Disponível em http://audiophool.com/Misc/RE_5-56.pdf

Versão Ultra-Linear do Amplificador Williamson. Os componentes assinalados sofreram alteração na versão original.
Disponível em http://www.pearl-hifi.com/06_Lit_Archive/02_PEARL_Arch/Vol_01/Sec_02/105_UL-ing_the_Williamson.pdf
Estágios de Entrada e Saída

Circuito de entrada, estágio de ganho e inversor de fase que foi testado e apresentou excelente desempenho.
http://www.angelfire.com/electronic/funwithtubes/images/Amp-Spl-2.gif

Estágio de potência push-pull ultra linear. Va = 250 V ; Vb = 340 V ; Vc = 390 V DC.


Controle de Volume

O controle de volume em um amplificador é feito a partir de potenciômetro com resposta logarítmica


para garantir a coerência com a fisiologia humana, geralmente sensível a estímulos logarítmicos, ao invés de
lineares, como é o caso da audição. Infelizmente, de algum tempo para cá vem ficando cada vez mais difícil
encontrar nas lojas especializadas esses componentes, embora os lineares continuem disponíveis, o que
permite uma solução muito simples para o problema: a conversão de um potenciômetro linear em
logarítmico através da inclusão de um resistor, de valor adequado, conforme abaixo.

Fig. 11 – Aproximação de potenciômetro logarítmico a partir de um potenciômetro linear.


0
10

Circuito de potenciômetro logarítmico


EO / Ein

obtido a partir de um linear.

R3 = 27 K
LOG

-1
10

0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1


Posicao Relativa do Cursor

Resposta logarítmica, aproximada, para R P = 100 K Ω , R 3 = 27 KΩ .

RP
R P1  R P2  R P R P2    R P R P1  R P  1    0   1 
R3
EO 1
 EO  1 
  20  Log   1    
 
E IN 1
  1     E IN 
 dB

Onde  representa R P2 como uma fração da resistência total R P , podendo assumir valores na faixa
0    1 , conforme a posição do cursor.
Assim,  pode ser definido como o indicador da posição relativa do cursor, onde:
  0 corresponde ao cursor totalmente girado no sentido anti-horário ( R P2min  0 , resistência mínima) e
  1 o oposto da situação anterior, ou seja, rotação máxima no sentido horário, que corresponde à maior
resistência do potenciômetro, ou seja, R P2max  R P .
Quando a resistência R P2 é diretamente proporcional à posição relativa do cursor,  , diz-se que o
potenciômetro é do tipo linear, ou seja, sempre que R P2    R P , onde  nada mais é que uma representa-
ção normalizada (em relação a R P ) da posição angular. No potenciômetro dito logarítmico R P2 será uma
função exponencial de  , e não uma função linear, como no caso anterior.
Este assunto foi abordado com todo o detalhe no trabalho Potenciômetros Analógicos: Funções de
Transferência e Aplicações em Áudio, por um dos Autores, estando disponível em:
https://www.researchgate.net/profile/Homero_Sette/publications?sorting=newest&page=2
Impedâncias de Entrada e Saída

As impedâncias de entrada e saída dos potenciômetros devem ser levadas em conta, pois podem
influenciar de forma inesperada no desempenho do circuito.
Exemplo prático é o resistor grid stopper, colocado em série com a grade de controle, para compor um filtro
passa baixas, em conjunto com a capacitância de entrada da válvula (incluindo o efeito Miller).
No caso de um potenciômetro de 100 K, e um resistor R3 de 27 K, a impedância de saída no
potenciômetro será de 13 K, valor esse efetivamente em série com a grade de controle e que pode ser
suficiente (ou até maior) que o valor desejado para a filtragem na grade, dispensado a presença física do
resistor grid stopper, mas que lá estará presente virtualmente, cumprindo seu papel.

Impedância na entrada do potenciômetro. Impedância na saída do potenciômetro.

R P2  R 3   RP  R3 ZIN 1
ZIN  R P1   R P  1      1   

R P2  R 3   RP  R3 RP  
1

1 1 1 RP
ZO    
1 1 1 R P1  R P2 1 RP 1 RP R
     P
R P1 R P2 R3 R P1  R P2 R3 R P  1     R P2 R3 1     R P2 R 3
RP RP RP ZO 1
ZO     
RP 1 1 1 RP 1
        
R P2 1    R P2         1   
 1    1
RP

Impedâncias na entrada e na saída, normalizadas em relação a R P , para diversos valores de R 3 .


1 0.18

0.9
0.16

0.8
0.14

0.7
0.12

0.6
0.1
ZIN / RP

ZO / RP

0.5

0.08
R3 = 47 K
0.4
R3 = 33 K
R3 = 27 K 0.06
0.3 R3 = 22 K
R3 = 15 K R3 = 47 K
R3 = 12 K R3 = 33 K
0.04
0.2 R3 = 10 K R3 = 27 K
R3 = 22 K
R3 = 15 K
0.1 0.02
R3 = 12 K
R3 = 10 K
0 0
0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1 0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9 1
Posicao Relativa do Cursor Posicao Relativa do Cursor
Impedância na entrada para potenciômetros de 100 K Ω . Impedância na saída para potenciômetros de 100 K Ω .
Resistor Grid Stopper

A capacitância de entrada CIN , na grade de um triodo Tabela


Corte Dado Pelo Resistor Grid Stopper
12AX7, incluindo o Efeito Miller, é algo próximo de 151 pF. Rs Corte Rs Corte
Se, em série com a grade de controle for colocado um resistor Rs K kHz K kHz
(denominado Grid Stopper, por ter a propriedade de parar as os-
cilações provocadas por sinais de rádio freqüência captados) te- 1 1054 10 105
remos um filtro passa baixas formado por Rs e CIN cuja freqüên- 1,2 878 12 88
cia de corte será dada por F3  1 / 2    Rs  CIN . 1,5 703 15 70
Embora esse resistor possa ser usado nas grades de controle 2,2 4793 22 48
de todos os estágios não deve faltar no de entrada, muito sujeito à 2,7 3903 27 39
captação de sinais interferentes de alta freqüência. 3,3 3193 33 32
No entanto é preciso cuidado para que este filtro não reduza de 4,7 2243 47 22
forma indesejável a resposta de freqüência do amplificador. 5,6 188 56 19
Um fato que pode surpreender indesejavelmente é a impe- 6,8 1553 68 16
dância de saída do potenciômetro, que no presente caso foi igual a 8,2 129 82 13
13 K, valor que produziria um corte em 81 KHz. Até aí, tudo bem, Frequencia de corte na 12AU7 por resistor
em série com a grade, pelo Efeito Miller.
mas se adicionássemos um resistor de 15 K, em série com a grade,
esperando um corte em 70 KHz teríamos, na realidade, o corte em 38 KHz.
Esse exemplo mostra que é preciso levar em conta o valor das impedâncias equivalentes, presentes no
circuito. A ausência física do resistor grid stopper não significa que seu efeito não se faça presente.
O resistor grid stopper deve ser soldado no soquete da válvula com terminais os mais curtos possíveis.

Filtro passa altas formado por resistência equivalente em série com a grade e a capacitância entre grade e terra.
1000

900
10 K
800 12 K
750 15 K
700 18 K
22 K
650 27 K
600 33 K
39 K
550 47 K
56 K
500 68 K
C a p a c i t â n c i a CI N e m p F

82 K
450 100 K
120 K
400
375
350
325
300
280
260
240

220

200

180
170
160
150
140
130
120

110

100
10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 22 24 26 28 30 35 40 45 50 55 60 65 70 75 80 85 90 95 100
Freqüência de corte em kHz

Exemplo: Para uma resistência total de 15 KΩ e CIN igual a 151 pF teremos um corte em 70 kHz, aproximadamente.
Para capacitâncias 10 vezes menores, a freqüência de corte será 10 vezes maior.
Transformador de Entrada no Pré Amplificador
A utilização de transformadores de sinal, na entrada de amplificadores, oferece uma solução simples,
naturalmente balanceada, capaz de resolver problemas de isolamento e eliminação de ruídos difíceis de
resolver por outros meios. Mas, é necessário usar transformadores de qualidade, adequadamente projetados.

Transformador de entrada JENSEN


Os mundialmente afamados transformadores
de entrada de sinal Jensen são fornecidos com
terminais para conectar a carcaça e a blinda-
gem ao terra de sinal.
Os transformadores naturalmente apresen-
tam uma rejeição de ruído em modo comum
muito superior à conseguida com circuitos
eletrônicos, mesmo aqueles integrados com
resistores ajustados à laser.
Inclusive os conectores não precisam ser do
tipo XLR, nem os cabos blindados.
Pares trançados são suficientes…

Ground Lift com Chave Dupla

Na posição ground o pino 1 do


XLR vai ligado ao chassi, ao terra
de proteção e ao neutro (N).

Na posição lift o pino 1 fica


flutuando e somente o neutro (N)
continua ligado ao terra de
proteção.

Transformador Jensen modelo JT-11P-1 usado na entrada balanceada de circuito valvulado.

Circuito proposto pela Jensen para entrada de circuito valvulado com transformador de isolamento.
JT-11P-1 Balanced Tube Line Input Stage, em http://www.jensen-transformers.com/wp-content/uploads/2014/08/as088.pdf
Mais informações disponíveis em http://www.jensen-transformers.com/schematics/
Transformador Jensen JT-11P-1 - Curvas de Resposta e Desvio de Fase para carga igual ou maior que 10 K.

Vista ampliada do transformador de entrada EAM, relação de espiras 1:1, com center tap.
A EAM forneceu amostras de trans-
formador de entrada, com relação de
espiras 1:1, com custo acessível e de-
sempenho adequado.
Conforme vemos nas curvas de res-
posta abaixo, para cargas até 10 K o
resultado praticamente não se alterou,
mas para carga de 1 K o resultado
sofreu significativa alteração.
Abaixo, curvas de resposta do transformador de entrada EAM, mostrado acima.

Transformador de entrada EAM relação de espiras 1:1 – respostas em função da carga no secundário:
100 K 10 K 1K
Circuito do pré-amplificador sem transformador de entrada e potenciômetro com resposta log aproximada.

Circuito do pré-amplificador com transformador de entrada e potenciômetro com resposta log aproximada.

O circuito do pré-amplificador poderá ser utilizado com ou sem o transformador de entrada, quando
as condições de aterramento, montagem e ruído assim o permitirem.
Sem o transformador a resposta de freqüência é mais ampla em ambos os extremos, mas a imunidade
ao ruído fica prejudicada, o que em determinadas condições de instalação e funcionamento não constituirá
problema.
Com o transformador presente o circuito fica muito mais robusto com relação ao ruído e com maior
flexibilidade para instalação nas mais variadas condições de trabalho. A resposta de freqüência, em ambos os
extremos sofre algum prejuízo, dependendo da qualidade (preço) do transformador.
Os componentes começam a chegar, São dispostos artisticamente…

Início dos testes, com a medusa (pior que aranha …) esparramada sobre a bancada. Não divulguem, please !

Para a alegria do grupo: André, Igor, Alain, Homero e Vitor


Caixas Hi – End

Como o amplificador valvulado precisava de caixas adequadas, que valorizassem o resultado conse-
guido, o grupo foi unânime ao decidir que caixas de excelente desempenho deveriam ser projetadas e cons-
truídas. Assim foi feito e não estranhem as dimensões dos subs, pois, como demonstrou Richard Small
eficiência e baixas freqüências não convivem em volumes pequenos …
Não vamos detalhar a metodologia de Thiele-Small, mas para os que desejarem maiores informações
recomendamos os trabalhos disponíveis em https://www.researchgate.net/profile/Homero_Sette/publications .
Começamos os trabalhos escolhendo no catálogo da FAITAL os transdutores que se mostraram mais
adequados aos nossos objetivos, graças ao gentil oferecimento do Rodrigo, representante no Brasil dessa
conceituada marca italiana, através de sua empresa Amerco ( http://amercobrasil.com.br/ ).
Abaixo temos uma tabela com as amostras recebidas e os dados técnicos resumidos encontram-se
disponíveis ao final do trabalho.

Produtos FAITAL Utilizados


http://amercobrasil.com.br/ http://www.faitalpro.com/en/
Produto Qde Aplicação

8HX150 Falante Coaxial 1 Monitor de Estúdio

FD371 Flared Driver 1 Caixa MTM (Médio–Tweeter–Médio ou D’Appolito)

HF108 Compression Driver 1


Caixas com cobertura especificada
WG101 Wave Guide 1

6FE100 2
6PR150 Woofer 6” 2 Caixa MTM
6PR110 2

8PR200 2
Woofer 8”
8PR155 2 Caixa MTM

15FH520 2
15FH530 Woofer 15” 1 Sub woofer
15PR400 1

Na simulação dos projetos utilizamos o programa WinISD, desenvolvido pela Linear Team
(Dinamarca) e disponível gratuitamente em http://www.linearteam.dk/ em duas versões: WinISD e WinISD
Pro, esta ainda na versão alfa, para testes.
Os projetos começaram a ser desenvolvidos pelos sub woofers de 15” , em três modelos, todos
utilizando o falante 15FH520, escolhido em função da extensão dos graves:
1 – Sub Bass Reflex com duto em gaveta (retangular, embaixo) ;
2 – Sub Bass Reflex com duto coaxial (retangular, em toda a volta da caixa) ;
3 – Sub Band Pass de sexta ordem (dutos nas duas câmaras).

O aspecto da curva de resposta é determinado pelo parâmetro Qts, o fator de qualdade total do alto-
falante, resultante dos fatores de qualidade elétrico, Qes, (dominante) e do mecânico, Qms, segundo a rela-
ção Qts  1 / 1 / Qes  1 / Qms  , ou seja, o inverso da soma dos inversos, como no cálculo de resistores
em paralelo.
Valores de Qts iguais a aproximadamente 0,4 produzem respostas Butterworth, a mais plana de todas,
enquanto valores inferiores a 0,4 produzem respostas com menos graves e excelentes transientes.
Já valores de Qts acima de 0,4 levam a respostas do tipo Chebichev, com graves acentuados e retumbantes e
resposta transitória sub-amortecida.
Volumes Ótimos - Caixas Bass Reflex com 15FH520 - 15FH530 - 15PR400

Volumes ótimos - 15FH520 - 15FH530 - 15PR400 .

15FH520 15FH530 15PR400


Sub Woofer - 15FH520
Duto Gaveta

Vista Frontal Vista Lateral

Resposta da Caixa Bass Reflex - Duto Gaveta - com o falante FAITAL 15FH520.
Sub Woofer - 15FH520
Duto Coaxial

Vista Frontal Vista Lateral

Resposta da Caixa Bass Reflex - Duto Coaxial - com o falante FAITAL 15FH520.
Sub Woofer - 15FH520
Band Pass 6ª Ordem

Vista Frontal Vista Lateral

Resposta da Caixa Band Pass de 6ª Ordem com o falante FAITAL 15FH520 – de 28 Hz a 168 Hz.
Comparando as Respostas dos Sub Woofers

Bass Reflex Duto Gaveta Bass Reflex Duto Coaxial Band Pass 6ª Ordem
Caixa Monitora Coaxial - 8HX150
Duto Gaveta

Vista Frontal Vista Lateral

Resposta da Caixa Monitora Coaxial - Duto Gaveta - com o falante FAITAL 8HX150.
Como crossover foi utilizado, apenas, um capacitor de 2 uF de polipropileno, em série com a bobina do tweeter.
Curva de resposta simulada.
Parâmetros da Caixa Monitora Coaxial - Duto Gaveta - e do Falante 8HX150

Volume e sintonia. Duto. Parâmetros do Faital 8HX150.


Curva de Sintonia do Duto
75

73
Frequencia de Sintonia, em Hz

71

69

67

65

63

61

59

57

55

53

51

49
6 8 10 12 14 16
Profundidade do Duto, em cm

Caixa Duto Gaveta - Falante 8HX150 - Curva de Sintonia por Câmara.


Caixa MTM - 2 x 8PR155 + FD371

Vista Frontal. Vista Lateral.

Curva de resposta da Caixa MTM com 2 x 8PR155 + FD371.


Bobina do FD371 invertida para correção das irregularidades provocadas pelos diferentes centros acústicos.
Como crossover foi associado, em série com a bobina do FD371, um capacitor de 1 uF (polipropileno).
Curvas de resposta simuladas. Em verde, volume ótimo: Vb = 7,4 L e Fb = 93 Hz. Vermelho, volume escolhido:

Volume e sintonia. Duto

Parâmetros do falante Faital 8PR155


Caixa MTM - 2 x 6PR110 + FD371

Vista Frontal. Vista Lateral.

Curva de resposta da Caixa MTM com 2 x 6PR110 + FD371.


Bobina do FD371 invertida e em série com um capacitor de 1 uF (polipropileno).
Volumes ótimos - 6FE100 - 6PR110 - 6PR150

Volumes ótimos - 6FE100 - 6PR110 - 6PR150 .

6FE100 6PR110 6PR150


BIBLIOGRAFIA

1 - Hi-Fi Power Amplifiers


Joseph Marshall
Disponível em http://audiophool.com/Misc/RE_5-56.pdf

2 - Acrosound Ultra-Linear Circuitry


http://www.technicalaudio.com/pdf/Acro_Products_AcroSound/Acrosound_Output_Transformers.pdf

3 - The Williamson Amplifier


Artigos publicados na Wireless World e disponíveis em http://www.sowter.co.uk/pdf/Williamson%20Amplifier.pdf

4 - The Williamson Amplifier of 1947


P. R. Stinson, disponível em http://dalmura.com.au/projects/The%20Williamson%20Amplifier%20History.pdf

5 - The Williamson Amplifier


Coletânea de artigos de D. T. N. Williamson, reproduzidos da revista Wireless World.
Disponível em http://audio.ring.lt/pp/williamson.pdf

6 - The Williamson Amplifier


Artigo disponível em http://messui.the-chronicles.org/valves/VR199007.pdf

7 - Ultra-Linear Operation of the Williamson Amplifier


David Hafler e Herbert I. Keroes – Publicado na Revista Audio Engineering em Junho de 1952.
Disponível em http://www.pearl-hifi.com/06_Lit_Archive/02_PEARL_Arch/Vol_01/Sec_02/105_UL-ing_the_Williamson.pdf

8 - Improving the Williamson Amplifier


David Hafler e Herbert I. Keroes – Publicado na Revista Radio & Television News em Fevereiro de 1953.
Disponível em http://dalmura.com.au/projects/Radio-News-1953-02.pdf

9 - Designing and Building Audio Amplifiers – 50 Watt EL34 Ultra Linear


Disponível em http://www.angelfire.com/electronic/funwithtubes/Amp-EL34_UL.html

10 - Universal System And Output Transformer For Valve Amplifiers


Menno van der Veen, apresentado na 118th Convention AES, em maio de 2005
Disponível em http://www.mennovanderveen.nl/nl/download/download_3.pdf

11 - Measuring Output Transformer Performance


Menno van der Veen
Disponível em http://plitron.com/wp-content/uploads/Atcl_3.pdf

12 - New Push-Pull Tube Amplifiers


Menno van der Veen, apresentado na 118th Convention AES, em maio de 2005
Disponível em http://plitron.com/wp-content/uploads/Atcl_4.pdf

13 - Theory and Practise of Wide Band Toroidal Output Transformers


Menno van der Veen, apresentado na 97th Convention AES, em novembro de 1994
Disponível em http://plitron.com/wp-content/uploads/Atcl_5_2.pdf

Informações úteis disponíveis em


http://education.lenardaudio.com/en/14_valve_amps_4.html
http://www.dos4ever.com/uTracer3/uTracer3_pag0.html http://dos4ever.com/uTracer3/uTracer3_pag5_new.html
In Memorian

Peço licença aos meus alunos para reverenciar ao Professor Antonio Kubrusly, com o qual iniciei
meu aprendizado de eletrônica, em 1965, exatamente com as válvulas, na Escola Técnica Federal Celso
Suckow da Fonseca (antes Escola Técnica Nacional e depois CEFET-RJ).
Criador do Curso Técnico de Eletrônica, e seu coordenador por muitos anos, o Prof. Kubrusly
transmitia em suas aulas austera autoridade e reverência pelo conhecimento, despertando naqueles que o
ouviam a vontade de aprender, motivados por sua envolvente e excepcional didática, que prendia
completamente a atenção de todos. Ministrava aulas marcantes e inesquecíveis, com emissão vocal rica em
graves, modulada de modo teatral, conforme o momento da exposição.
Entusiasta da eletrônica montou inúmeros rádios e amplificadores valvulados.
Foi dele que ouvi as primeiras e elogiosas referências ao amplificador Williamson, disponível, na época, em
diferentes versões, com esmerado acabamento e visual empolgante, nas lojas de componentes eletrônicos.
Convivi com o Prof. Kubrusly ao longo dos três anos de duração do Curso e, depois, por quase dez anos,
como professor, convidado que fui para trabalhar com ele nos diversos locais em que coordenava.
Ao insigne Mestre Antonio Kubrusly meu reverente respeito, minha admiração e minha gratidão.
Que Ele viva para sempre na memória de seus Alunos !

Agradecimentos

Os Autores agradecem à:

AMERCO ( http://amercobrasil.com.br/ ), na pessoa de Rodrigo C. Bordignon, pelo empréstimo do CLIO


POCKET, usado durante todos os testes, e pelos falantes FAITAL, italianos, utilizados nos protótipos.

BOOMBASTIC ( http://www.boombastic.com.br/ ), na pessoa de Adriano Alecssandro Krwiecein pela


esmerada construção e fino acabamento de todas as caixas e demais estruturas necessárias aos testes.

IAV ( http://www.iav.com.br/ ), na pessoa de Marcelo Claret por disponibilizar a estrutura física do Instituto
de Áudio e Vídeo para todas as atividades necessárias ao trabalho desenvolvido.

Foto do amplificador, tirada na palestra da AES, em 18 de maio de 2016.


Toda a Equipe, abertura da palestra na AES, em 18 de maio de 2016. Homero Sette - Igor Bastos - Luis Lima - Vitor Cunha – Alain Patrick .
http://www.audiomatica.com/tubes/12au7.htm

Válvulas Utilizadas
12AU7 / ECC82

Specification and max ratings(*)

Filament Voltage 6.3-12 V


Filament Current 300-150 mA
Plate Voltage (max) 330 V
Plate Current (max) 22 mA
Plate Dissipation (max) 3 W
Screen Voltage (max) --- V
Screen Current (max) --- A
Screen Dissipation (max) --- W

(*) These specifications are provided 'as-is', with no warranty of any kind. Use of these
parameters shall be entirely at the user's own risk.
Curva característica da 12AU7 / ECC82.

Curva característica da 12AX7 / ECC83.


http://www.audiomatica.com/tubes/12ax7.htm

Válvulas Utilizadas

12AX7 / ECC83

Specification and max ratings(*)


Filament Voltage 6.3-12 V
Filament Current 300-150 mA
Plate Voltage (max) 330 V
Plate Current (max) 6 mA
Plate Dissipation (max) 1.1 W
Screen Voltage (max) --- V
Screen Current (max) --- A
Screen Dissipation (max) --- W

(*) These specifications are provided 'as-is', with no warranty of any kind. Use of these
parameters shall be entirely at the user's own risk.
http://www.audiomatica.com/tubes/el34.htm http://www.r-type.org/exhib/aaa0014.htm

Válvulas Utilizadas
EL34

Mullard Siemens J.J. Electronic

Specification and max ratings(*)


Filament Voltage 6.3 V
Filament Current 1.5 A
Plate Voltage (max) 800 V
Plate Current (max) 140 mA
Plate Dissipation (max) 25 W
Screen Voltage (max) 425 V
Screen Current (max) 50 mA
Screen Dissipation (max) 8W

(*) These specifications are provided 'as-is', with no warranty of any kind. Use of these parameters shall be entirely at the user's
own risk
EL34 triode mode connection.

EL34 penthode mode connection.


EL34 ultralinear mode connection.
CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS
dos
PRODUTOS FAITAL UTILIZADOS

Coaxial 8HX150 - A ser usado em caixa monitora de estúdio, duas vias.


Flared Driver

A ser usado em caixa MTM (Médio – Tweeter – Médio), coluna vertical onde o transdutor de HF fica
entre dois falantes de médio, um acima e o outro abaixo, conceito desenvolvido por Joseph D’Appolito, que
otimiza a uniformidade de cobertura no plano horizontal (ouvinte).

m
Driver

A ser usado em caixas onde seja desejável controlar as coberturas horizontal e vertical através do uso
de corneta desenvolvida especificamente, em madeira, acoplada à guia de onda WG101.
Wave Guide WG101

A ser usada com o driver HF108.


Woofers de 6”

O modelo 6FE100, por sua freqüência de ressonância igual a 61 Hz e seu Qts de 0,54 é indicado para
caixas em sistemas sem sub woofer.
Já o modelo 6PR150 deve ser utilizado em sistemas com sub woofer, uma vez que sua freqüência de
ressonância é bastante elevada (100 Hz). Sua elevada eficiência e o grande amortecimento, dado pelo baixo
Qts (0,33), produzirão uma resposta transitória muito ao gosto dos audiófilos.
Woofers de 8”

O modelo 8PR200, por sua freqüência de ressonância igual a 58 Hz e com seu Qts de 0,36 é indicado
para caixas em sistemas sem sub woofer.
Já o modelo 8PR155 deve ser utilizado em sistemas com sub woofer, uma vez que sua freqüência de
ressonância é bastante elevada (90 Hz). Sua alta eficiência e o grande amortecimento, dado pelo baixo Qts
(0,39), produzirão uma resposta nos transientes muito apreciada pelos audiófilos.
Woofers de 15”

O modelo 15FH520, por sua freqüência de ressonância igual a 38 Hz e, principalmente, por seu Qts
de 0,40 torna-se a melhor opção para ser usado em caixas de sub woofer para os sistemas Hi-End.
Já o modelo 15FH530 torna-se excelente segunda opção em virtude do seu Qts = 0,35 e do seu
deslocamento máximo linear de 9,25 mm.
Biografia dos Autores

Alain Patrick Regnier Fernandes, brasileiro,


42, Consultor em Áudio com larga experiência em
diferentes áreas da indústria musical e do entreteni-
mento, especializado em Medições de Sistemas So-
noros e Tratamentos Acústicos.

 Formado em Comunicação Social pela Fundação


Casper Líbero em 1998;

 Bacharel em Ciências Econômicas e Sociais pela


Académie de Poitiers (Baccalauréat) em 1991;

 Técnico em Áudio pelo IAV (Instituto de Áudio e


Vídeo), com inúmeras especializações e qualifica-
ções em Áudio.

Atributos Profissionais Principais:

 Compreensão global da indústria musical;


Garrido, Marcelo Claret, Renato Cipriano, Katya
 Bem versado em diversas disciplinas do Áudio,
Freire, Breno Calmon, Matheus Madeira e João
tais quais Mixagem Analógica e Digital, Alinha-
Milliet;
mento e Medição de Sistemas, Eletrônica Aplica-
da ao Áudio e Acústica;
 SynAudCon (Synergetic Audio Con-
cepts) em Line Array Theory, Design & Deploy-
 Experiências em várias áreas do Áudio, entre as
ment (2015) e Speech Intelligibility of Sound Rein-
quais Eventos Corporativos, Estúdios e Eventos;
forcement Systems(2014) pelo Engenheiro de
Áudio Pat Brown, um dos autores do célebre Hand-
 Perfil pragmático, racional, comunicativo e dinâ-
book For Sound Engineers;
mico;
 Meyer Sound em Montagem de Line-Arrays Cur-
 Iniciativa e Trabalho em Equipe;
vilíneos (AES 2012) ePrincípios de Medições de
Som (AES 2013) com o Engenheiro Oscar Barrien-
Graduação e Treinamentos:
tos;
 Técnico em Áudio pelo IAV (Instituto de Áudio e
 Rational Acoustics LLC em medições com o
Vídeo), a melhor escola de Áudio do Brasil,
software Smaart com o Sound Designer Fernando
com especialização pelo mesmo instituto em impor-
Fortes (2013);
tantes segmentos do Áudio (2012-2016), a sa-
ber: Eletrônica Aplicada ao Áudio, Alinhamento de
 MIS (Museu da Imagem e do Som) em Trilhas
Sistemas, Gravação, Operação de Mesas Digi-
Sonoras no tema “A Música e o Som Como Drama-
tais, Mixing In The Box, Efeitos para Mixagem, Pro
turgia No Cinema” com o especialista Martin Eik-
Tools, treinado pelos melhores Professores do mer-
meier (2013);
cado, entre os quais Homero Sette Silva, Franklin
Igor Luiz Bastos de Almeida, 24, Engenheiro
Mecatrônico, atuante em Pesquisa e Desenvolvi-
mento de Novos Produtos.

Possui experiência no desenvolvimento de


projetos multidisciplinares com ênfase em
soluções de hardware/software, sensoriamento,
controle e integração de sistemas.

Atua como Consultor de Áudio e Acústica,


desenvolvendo Projetos de Amplificadores Hi-
End, Caixas Acústicas, Medições de Sistemas e
Projetos de Tratamento Acústico.

Formação:

 Engenheiro Mecatrônico pela Escola Politécnica


da Universidade de São Paulo (POLI-USP) (Tér-
mino em Dezembro/2013);
 Fundamentos de Áudio e Acústica (FAA) no
Instituto de Áudio e Vídeo (IAV) (Término em
Dezembro/2014 - carga horária: 300 horas);
 Eletrônica Aplicada ao Áudio (EAA) no IAV -
Prof. Homero Sette Silva (Início em Outubro/2014
até o presente);
 Alinhamento de Sistemas de Áudio no IAV -
Prof. Marcelo Claret (Término em Julho/2015 - carga horária: 16 horas);
 Prático de Gravação no IAV - Prof. Breno Calmon (Término em Novembro/2015 - carga horário: 90
horas);
 Curso de Luthieria na B&H Luthieria - Profs. Márcio Benedetti e Ricardo Mascarenhas (De Junho/2012
até Dezembro/2014)

Experiência Profissional:

 Philips do Brasil (2013-2015): Pesquisa e desenvolvimento de equipamentos médico-hospitalares tais


como: Máquinas de Anestesia, Monitores Multi-paramétricos e Módulos de Medidas.
Atuou no departamento de Anestesia em projetos e testes de sistemas pneumáticos de Máquinas de Aneste-
sia e Ventiladores Mecânicos, assim como no departamento de Módulos e Medidas no desenvolvimento de
software e hardware embarcado em soluções para linha global de Monitores Multi-paramétricos e Soluções
Modulares de medidas.

 J. Assy Apollo Agrícola (2015): Pesquisa e desenvolvimento de novos produtos na área de Sensoriamento
e Automação Agrícola. Trabalha na pesquisa e desenvolvimento de sensores sem-fio inovadores para
implementos agrícolas e atua em projetos de controle e automação agrícola com ênfase em soluções com
acionamentos eletromecânicos.

 Quadraphonia (2015): Consultoria em Áudio com atividades relacionadas ao desenvolvimento de


Amplificadores Hi-End Valvulados, projeto e construção de Caixas Acústicas, Elaboração e Medição de
Projetos Acústicos.
Luis Edmilson Lima Oliveira, Brasileiro, 34 Anos,
Músico, Produtor Musical e Técnico em Áudio,
e-mail: neneoliver@hotmail.com

Formação:

• Graduado em Música pela faculdade Santa Marce-


lina (término em dezembro de 2008);

• Guitarra – Música Popular Brasileira e Jazz Con-


servatório Dramático e Musical Carlos de Campos
em Tatuí (2003 a 2007);

• Técnico em Áudio pelo IAV (Instituto de Áudio e


Vídeo) “Fundamentos de Áudio e Acústica” (1º se-
mestre de 2013);

Experiência Profissional:

• Músico – acompanhando e gravando com alguns


Artistas de Campinas e região (2002 até hoje);

• Arranjador – desenvolvendo arranjos para bandas e cantores do meio Gospel e de outros gêneros musicais
(2005 até hoje);

• Produtor Musical – Gravação de Jingles, Propagandas e Playbacks;

• Técnico em Áudio - Sonorização em eventos e Operador de Som no Grupo Musical “Lyrios” (2012 até
hoje);

Outras Formações e Treinamentos:

• Curso de Eletrônica Aplicada ao Áudio no IAV (Instituto de Áudio e Vídeo), Prof. Homero Sette Silva
(2º ano);

• Produção Musical e Protools – Estúdio Nacena – Ministrado por Wagner Meirinho - Engenheiro de
Gravação (término em Novembro de 2013);

• SynAudCon (Synergetic Audio Concepts) – Speech Intelligibility of Sound Reinforcement Systems


(2014) por Pat Brown;

• Oficina de Ritmos Brasileiros – André Marques (pianista do Hermeto Pascoal);


Vítor Cunha Gutierres, brasileiro, Solteiro, 22 anos, telefone:
(+55 11) 97466-5487
e-mail: vitcunhaaa@hotmail.com .

Formação:

 Ensino Fundamental: Colégio Magno (SP) (1999-2007);


 Conclusão do Curso de inglês Red Balloon (com turmas de
extensão "T5" e "T6"), duração 9 Anos (Término em 2009);
 Ensino Médio: Colégio Magno (SP) (2008-2010)
 Certificados FCE [First Certificate in English] e CAE
[Certificate in Advanced English] pela Cambridge English;
 Graduado em Tecnologia em Gastronomia – Centro
Universitário SENAC (Término em dezembro 2012);
 Técnico de som pelo IAV (Instituto de Áudio e Vídeo) /
conclusão do curso “Fundamentos de áudio e acústica”
(Término em dezembro de 2013);
 Workshop “Masterizando com Maurício Gargel”, duração
3horas (agosto de 2014);
 Curso de Mixagem In-The-Box no IAV (Instituto de Áudio e
Vídeo) - Prof. Breno Calmon (Término: Abril/2016)
 Curso de Eletrônica Aplicada ao Áudio no IAV (Instituto de
Áudio e Vídeo) - Prof. Homero Sette Silva - Cursando o
segundo ano (Início: Outubro 2014);

Experiência Profissional:

 Projetista de Equipamentos de áudio e Caixas acústicas pela  Viagens técnicas e socioculturais: Estados Unidos (2005,
Quadraphonia (de 2015 até hoje); 2008 e 2010), Paraguai (2005), Argentina (2009, 2010),
 Consultoria e Tratamento Acústico para Estúdios, pela Patagônia (2013), Itália (2014);
Quadraphonia (de 2015 até hoje);
(de 2015 até hoje); Informações Adicionais:
 Auxiliar em gravações e mixagens no Dinamite Studios
(2013 a 2015); Turismo:
 Elaboração e realização de jantares no modelo Personal Chef  Expositor pela Travel Now Brasil no evento Ricardo Lopes –
pela Rosso Gastronômica (de 2015 até hoje); Touristcard (2012) em Angra dos Reis;
 Elaboração e realização de mini-eventos sob adesão de  Feiras: WTM – World Travel Market (2013, 2014); ABAV
degustação de cervejas artesanais e vinhos. (de 2013 até hoje); EXPO – Expo internacional de Turismo (2013);
 Organização e contabilidade de 05 edições de festa no
modelo Open-Bar, média de 40 pessoas (de 2012 até 2014); Gastronomia:
 Consultoria e elaboração de planos de negócios pela Cunha  TCC: Plano de negócios de uma empresa de Food-Truck.
Briani, atuante no ramo de A&B (de 2013 até hoje); Ainda pré-legalização, fortalecendo o movimento de
 Consultoria na elaboração do cardápio e no serviço da legalização, explorando alternativas e questionando viabilidade
hamburgueria Burger Lab Experience (+acompanhamento pós- do formato, hoje, legalizado;
consultoria) (abril de 2013);
 Responsável pelas áreas de back office, controle e criação de Música:
roteiros gastronômicos na operadora de viagens Travel Now  Co-produção do EP da banda Troublemaker (maio de 2014);
Brasil (2011 a 2015);  Gravação (2009-2011), Edição, Mix e Master (2015 a 2016)
 Serviço de garçom na equipe de Gerson Bonilha em evento do EP da banda Shiva (lançado em 2016);
no restaurante Amici (2011, São Paulo);  Gravação, Edição e Mixagem e Masterização do EP da
 Auxiliar de filmagem e edição na produtora de vídeo banda Ateliê de Loucos (2014 até hoje);
RDuplo Produções (2010);  Luthieria Avançada;
Qualificações: Outros:
 Projeto Voluntário do Colégio Magno na Creche Miguel
 Inglês Fluente; Francini (2007-2009) – atividades básicas de recreação e
 Espanhol Intermediário; arrecadação;
 Conhecimentos avançados em Pacote Office (Word, Power  Carteira Nacional de Habilitação com liberação para exercer
Point, Excel, Access) e Adobe (Dreamweaver, Photoshop, atividade remunerada;
Illustrator, Audition);  PID - Permissão Internacional para Dirigir. Carteira de
 Conhecimento de área musical: Habilitação com Observação "Pode exercer atividade
Composição/guitarra/violão/baixo/piano (de 2005 até hoje); Remunerada";
produção, edição, mixagem, masterização. (Logic Pro 9, Logic
X, Pro Tools; (de 2011 até hoje);
Homero Sette Silva é carioca da gema, nascido aos 10 de
fevereiro de 1948, às dezenove horas e cinqüenta e cinco
minutos, na Rua da Passagem, número 90, logradouro da "Mui
Leal e Heróica Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro",
titulo a ela conferido por D. Pedro I, em 9 de janeiro de 1823,
no primeiro aniversário do "Dia do Fico", ratificando e ampli-
ando o anterior, de "Leal", outorgado aos 6 de junho de 1647
por EL REI D. João IV.
Aos cinco anos a família mudou-se para Jardim
Primavera, Município de Duque de Caxias, localidade que
surgia das matas que recobriam as outrora férteis e progressis-
tas fazendas de café, no Segundo Império, abandonadas após a
derrocada advinda com a libertação da mão de obra escrava e
tornadas inabitáveis pela malária, que passou a grassar endê-
mica.
A convivência prolongada com a natureza pujante, na
infância, as fontes e os regatos de águas límpidas, que tranqüi-
las corriam por entre as sombras da mata, marcaram de forma
indelével a personalidade do Autor, e deve aí ter sido inoculado
o germe da "aventura amazônica", mais tarde empreendida.
O Contato com o passado que teimava emergir, ora
sob a forma de vetusto e senhorial alicerce de casa grande, que
se descobria; outras vezes eram restos de grilhões e correntes,
que remetiam às senzalas, suscitando comentários de arrepiar, Prof. Homero Sette, visivelmente contrariado e de mau
na hora em que o bacurau, lúgubre, piava, deve ter sido a causa humor, responde pergunta formulada pelo Alain Patrick …
do gosto pelos estudos históricos.
“O Curso Técnico de Eletrônica, na Escola Técnica inicio dos hoje mais de 100 artigos técnicos, publicados nas
Nacional, posteriormente Escola Técnica Federal Celso Suc- revistas Antenna, Eletrônica Popular, Nova Eletrônica, Rádio e
kow da Fonseca”, atual Centro Federal de Educação Tecnoló- Televisão, Musica e Tecnologia, BackStage, Speaker Builder,
gica, concluído em 1967, imprimiu uma mudança de direção a alguns apresentados na AES – Audio Engineering Society, e
um insinuante beletrismo que, provavelmente, remeteria aos hoje quase todos disponíveis no site Research Gate, o curso de
cânones do direito, revelando uma nova e fascinante realidade: Pós Graduação em Educação pela Universidade Federal do
a do mundo do "faz de conta" dos modelos matemáticos, que Ceará e ... a retomada do contato com o áudio, profissional-
nos torna íntimos, ao longo do tempo, daquilo que apenas mente, através de seu relacionamento com a Selenium, iniciado
supomos existir e nos faz conviver, bem à vontade, com enti- nos anos 80, na qualidade de consumidor de seus produtos,
dades invisíveis que passam a reger nossos destinos, e a quem quando fabricava caixas acústicas em Roraima.
atribuímos o sucesso ou o fracasso de nossas empresas. E não Tal relacionamento foi evoluindo até assumir a função de Con-
estamos a falar dos deuses ... sultor Técnico da Selenium em 01 de Janeiro de 1994, onde
Após um primeiro contato com o áudio, em termos realizou inúmeros cursos de treinamento em falantes e caixas
profissionais, nos trabalhos de implantação e operação dos sis- acústicas, ministrados no Brasil e na América Latina, para
temas de gravação e sonorização do Planetário do Estado da lojistas, fabricante de caixas, técnicos de PA, escolas e diversas
Guanabara (1971), dos quais participou, afastou-se o Autor universidades, tendo sistematizado e divulgado o conhecimento
desse setor, em favor do magistério técnico, inicialmente no técnico na área de falantes e caixas acústicas.
CEFET-RJ e depois, também, na Universidade Santa Úrsula, Mas tudo começou com os painéis solares, que gera-
onde cursou Engenharia Eletrônica, e na Universidade do Es- vam 20 Watts (ou menos), a 12 Volts, e a necessidade de pro-
tado do Rio de Janeiro, por onde se licenciou em Eletrônica. jetar uma caixa acústica eficiente, de modo a operar adequa-
Ao fim de dez anos de intensa atuação como profes- damente com níveis de potência tão baixos, produzindo uma
sor, durante os quais teve a oportunidade de colaborar na for- resposta satisfatória. A metodologia capaz de resolver este
mação de centenas de técnicos e engenheiros, ouviu o Autor o problema foi encontrada nos artigos do Eng Paulo Fernando
"Apelo da Selva": durante trinta dias atravessou, a pé ou em Cunha Albuquerque, publicados ao longo de 1981, em AN-
lombo de burro, a distância compreendida entre a fronteira do TENNA. Daí para cá, foi só seguir o caminho trilhado, indo
Brasil com a Venezuela e o Monte Roraima (extenso platô beber à fonte (The Journal of The Audio Engineering Society).
onde se tocam as fronteiras desses países com as da Guiana Em 18 de Junho de 2009, após pouco mais de 15 anos,
Inglesa), ao participar de uma expedição científica, no melhor desligou-se da Selenium para criar uma linha de produtos
estilo Martius & Spix, que tinha por objetivo o estudo da flora profissionais para a Kras Audio Solutions, o que veio concluir
endêmica ao Monte Roraima. um ano e meio depois.
Transferindo-se para Boa Vista, Roraima, em fins de Em abril de 2011, assume o cargo de consultor na em-
1980, iniciou o Autor a sua fase de trabalhador e micro empre- presa Studio R.
sário, ao modo de Thoureau, a quem muito admira, tendo ele- Em novembro de 2012, assume como Gerente de
gido "Walden, ou a Vida nos Bosques" seu livro de cabeceira Projetos na empresa Etelj.
(Henry David Thoureau perambulava e filosofava às margens Em março de 2014, assume na empresa 4VIAS o
do lago Walden, enquanto era fabricante de lápis). cargo de Gerente de Desenvolvimento e Aplicação, no qual
São dessa fase as experiências (bem sucedidas) com a permaneceu por cerca de dois anos.
agricultura orgânica, a alimentação macrobiótica, a fabricação Ministrar cursos no IAV não é de agora, sendo algo
de cerveja, a instalação de painéis solares foto-voltaicos em que faz com grande satisfação, sempre que convidado e o
áreas remotas de Roraima e no baixo Rio Branco, o off-road, o binômio espaço-tempo assim o permite …

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