Você está na página 1de 72

Autossuficiência e ESTAR

AUTOSSUFICIÊNCIA E BEM Bem Estar


ESTACA Estaca
JUNDIAÍ BRASIL Jundiaí
REPRESA E FUNDO Brasil Represa
SOCIAL DE SOLIDARIEDADE DE JUNDIAÍ

e Fundo Social de Solidariedade de Jundiaí

MÃOS QUE AJUDAM


AUTOSSUFICIÊNCIA E
BEM ESTAR ESTACA
JUNDIAÍ REPRESA

CURSO DE TÉCNICO EM ELETRÔNICA NÍVEL I – PROF. MÁRCIO ROBERTO PATELLI Pg 1


AUTOSSUFICIÊNCIA E BEM ESTAR ESTACA JUNDIAÍ BRASIL REPRESA E FUNDO SOCIAL DE SOLIDARIEDADE DE JUNDIAÍ

ÍNDICE DE PÁGINAS
1 – Ferramentas 03

2 – Corrente Elétrica 04

3 – Componentes 06

4 – Tabela de Grandezas – Unidade de Medidas 09

5 – Lei de Ohm 10

6 – Tipos de Corrente 12

7 – Resistores 14

8 – Condutores e Isolantes 19

9 – Capacitores 21

10 – Diodos 24

11 – Multímetro ( Multi-Testes) 29

12 – Frequência 44

13 – Retificadores 46

14 – Projeto de Fonte de Bancada 49

15 – Ferro de Solda e Sugador de Solda 52

16 – Placa de Circuito Impresso 56

17 – Transistor 60

18 – Tiristores, SCR e Triac 70

Obs.: Segue na próxima apostila Curso Técnico em Eletrônica Nível I Técnicas de Reparos em
eletrodomésticos e Microondas.

CURSO DE TÉCNICO EM ELETRÔNICA NÍVEL I – PROF. MÁRCIO ROBERTO PATELLI Pg 2


AUTOSSUFICIÊNCIA E BEM ESTAR ESTACA JUNDIAÍ BRASIL REPRESA E FUNDO SOCIAL DE SOLIDARIEDADE DE JUNDIAÍ

1. FERRAMENTAS

Ferramentas principais:

 Jogo de chaves de fendas;


 Ferro de solda e estanho;
 Jogo de alicates (Corte – Bico – Universal);
 Multímetro ( Analógico e Digital se possível);
 Sugador de solda;
 Jogo de pinças;
 Jogo de chaves Allen;
 Estilete ou canivete;
 Fita isolante e Lanterna.

CURSO DE TÉCNICO EM ELETRÔNICA NÍVEL I – PROF. MÁRCIO ROBERTO PATELLI Pg 3


AUTOSSUFICIÊNCIA E BEM ESTAR ESTACA JUNDIAÍ BRASIL REPRESA E FUNDO SOCIAL DE SOLIDARIEDADE DE JUNDIAÍ

2. CORRENTE ELÉTRICA

Neste esquema ilustrado acima, a lâmpada vai ascender


ou ficar apagada?

Lembren-se, os cabos estão ligados em uma tomada com


energia elétrica e o recipiente esta cheio de água.

CURSO DE TÉCNICO EM ELETRÔNICA NÍVEL I – PROF. MÁRCIO ROBERTO PATELLI Pg 4


AUTOSSUFICIÊNCIA E BEM ESTAR ESTACA JUNDIAÍ BRASIL REPRESA E FUNDO SOCIAL DE SOLIDARIEDADE DE JUNDIAÍ

“Corrente elétrica é o movimento ordenado dos elétrons”

CURSO DE TÉCNICO EM ELETRÔNICA NÍVEL I – PROF. MÁRCIO ROBERTO PATELLI Pg 5


AUTOSSUFICIÊNCIA E BEM ESTAR ESTACA JUNDIAÍ BRASIL REPRESA E FUNDO SOCIAL DE SOLIDARIEDADE DE JUNDIAÍ

3. SIMBOLOGIA DOS COMPONENTES

Os Componentes eletrônicos são as partes constituintes dos circuitos eletrônicos, desde que
estejam interligados entre si. Define-se o componente eletrônico como um dispositivo que
transmite corrente elétrica através de um meio condutor, semicondutor ou do vácuo.

De uma forma mais prática, podemos dizer que os Componentes Eletrônicos são dispositivos
que provocam mudanças no comportamento das correntes elétricas nos circuitos:

Resistores criam uma resistência em um circuito, de forma a diminuir a corrente elétrica e


produzir uma queda de tensão. Capacitores alteram a fase de sinais de corrente alternada, eles
armazenam energia e realimentam os circuitos ou podem ser usados para filtrar sinais
dependendo da faixa de frequência. Indutores são enrolamentos de fios que fazem o oposto dos
capacitores. Fusíveis interrompem a passagem de energia quando acontece alguma sobre
corrente. Cristais fazem a corrente oscilar, Chaves realizam comutações de circuitos à partir de
uma ação mecânica, e por aí vai ...

CURSO DE TÉCNICO EM ELETRÔNICA NÍVEL I – PROF. MÁRCIO ROBERTO PATELLI Pg 6


AUTOSSUFICIÊNCIA E BEM ESTAR ESTACA JUNDIAÍ BRASIL REPRESA E FUNDO SOCIAL DE SOLIDARIEDADE DE JUNDIAÍ

Os Semicondutores são componentes eletrônicos que mudam a forma de conduzir eletricidade


dependendo da forma de operação. Eles foram revolucionados quando dominamos o processo
de dopagem de silício, entre esses caras citamos: Diodo, LED, Transistores, e porque não, os
circuitos integrados, que são circuitos inteiros formados de diversos componentes embutidos
em um único encapsulamento.

Classificação dos Componentes

Pode-se classificar um componente eletrônico pela forma como conduz eletricidade - no vácuo,
em um meio condutor ou semicondutor - ou pelo fato de serem ativos ou passivos. A válvula é
o exemplo mais popular de componente eletrônico que usa o vácuo como meio condutor. De
natureza condutora, existem os resistores e, de natureza semicondutora, existem os diodos e os
transistores, por exemplo. O capacitor é um componente eletrônico que foge à definição: por
ele, não passa corrente elétrica, mas a corrente flui no circuito quando as suas placas condutoras
estão carregadas. É importante frisar que os capacitores só funcionam na presença de corrente
alternada. Para a corrente contínua, o capacitor nada mais é que um circuito aberto.

Componentes Ativos

São definidos como componentes ativos aqueles capazes de oferecer energia ao circuito. O
transistor é considerado um componente ativo quando utilizado na função de amplificador, por
exemplo.

Componentes Passivos

Os componentes passivos, por sua vez, não são capazes de gerar energia para o circuito, embora
alguns possam armazená-la, como é o caso do capacitor. Outros exemplos de componentes
passivos: resistores, indutores e diodos.

CURSO DE TÉCNICO EM ELETRÔNICA NÍVEL I – PROF. MÁRCIO ROBERTO PATELLI Pg 7


AUTOSSUFICIÊNCIA E BEM ESTAR ESTACA JUNDIAÍ BRASIL REPRESA E FUNDO SOCIAL DE SOLIDARIEDADE DE JUNDIAÍ

Placa da fonte de um Xbox lado dos


componentes.

Placa da fonte de um Xbox lados das trilhas e


soldagem dos componentes.

CURSO DE TÉCNICO EM ELETRÔNICA NÍVEL I – PROF. MÁRCIO ROBERTO PATELLI Pg 8


AUTOSSUFICIÊNCIA E BEM ESTAR ESTACA JUNDIAÍ BRASIL REPRESA E FUNDO SOCIAL DE SOLIDARIEDADE DE JUNDIAÍ

4. Unidades de Medidas e Tabela de Grandezas

CURSO DE TÉCNICO EM ELETRÔNICA NÍVEL I – PROF. MÁRCIO ROBERTO PATELLI Pg 9


AUTOSSUFICIÊNCIA E BEM ESTAR ESTACA JUNDIAÍ BRASIL REPRESA E FUNDO SOCIAL DE SOLIDARIEDADE DE JUNDIAÍ

5. Lei de Ohm

A Lei de Ohm recebe este nome porque foi criada pelo físico alemão Georg Simon Ohm, que
viveu entre os anos de 1789 e 1854. Ele chegou a conclusão da Lei de Ohm no ano de 1827,
depois de realizar uma infinidade de experimentos em diferentes condutores de energia. Neles,
ele os submetia a intensidades diversas, bem como voltagens.

Com o passar do tempo Georg percebeu que alguns dos metais testados apresentavam uma
relação entre a corrente aplicada e a diferença de potencial, que se por sua vez se mantinha
sempre constante.

A lei diz que, quando um condutor é mantido a uma temperatura constante, isto é, que não
muda com o passar do tempo, a razão entre a tensão existente em dois pontos e a corrente
elétrica também será constante. O resultado desta conta é o que chamamos na física de
resistência elétrica.

Podemos dizer ainda que a lei de Ohm dita que a corrente de um circuito elétrico é inversamente
proporcional à resistência e diretamente proporcional à tensão.

CURSO DE TÉCNICO EM ELETRÔNICA NÍVEL I – PROF. MÁRCIO ROBERTO PATELLI Pg 10


AUTOSSUFICIÊNCIA E BEM ESTAR ESTACA JUNDIAÍ BRASIL REPRESA E FUNDO SOCIAL DE SOLIDARIEDADE DE JUNDIAÍ

Nem sempre isso ocorre em condutores, porém, quando a lei é respeitada, podemos dizer que
se trata de condutor ôhmico. Quando a resistência varia, temos um condutor não ôhmico.

A equação que demonstra a lei de Ohm é formada da seguinte maneira:

V/i = Constante = R, o que acaba resultando, portanto, em V = R.i

Na equação matemática acima desenvolvida por Geog, o V é a diferença de potencial existente,


cuja unidade deve ser sempre representada em Volts. Já o I deve ser representado em amperes,
e diz respeito à corrente elétrica existente no sistema.

Por último, temos R, que se trata da resistência elétrica, que é sempre representada pela letra
grega Ω, a unidade de Ohm.

CURSO DE TÉCNICO EM ELETRÔNICA NÍVEL I – PROF. MÁRCIO ROBERTO PATELLI Pg 11


AUTOSSUFICIÊNCIA E BEM ESTAR ESTACA JUNDIAÍ BRASIL REPRESA E FUNDO SOCIAL DE SOLIDARIEDADE DE JUNDIAÍ

6. Tipos de Corrente

CURSO DE TÉCNICO EM ELETRÔNICA NÍVEL I – PROF. MÁRCIO ROBERTO PATELLI Pg 12


AUTOSSUFICIÊNCIA E BEM ESTAR ESTACA JUNDIAÍ BRASIL REPRESA E FUNDO SOCIAL DE SOLIDARIEDADE DE JUNDIAÍ

CURSO DE TÉCNICO EM ELETRÔNICA NÍVEL I – PROF. MÁRCIO ROBERTO PATELLI Pg 13


AUTOSSUFICIÊNCIA E BEM ESTAR ESTACA JUNDIAÍ BRASIL REPRESA E FUNDO SOCIAL DE SOLIDARIEDADE DE JUNDIAÍ

7. Resistores

A unidade de medida do resistor é o Ohm.

CURSO DE TÉCNICO EM ELETRÔNICA NÍVEL I – PROF. MÁRCIO ROBERTO PATELLI Pg 14


AUTOSSUFICIÊNCIA E BEM ESTAR ESTACA JUNDIAÍ BRASIL REPRESA E FUNDO SOCIAL DE SOLIDARIEDADE DE JUNDIAÍ

A resistência elétrica é definida como a capacidade que um corpo tem de opor-se à passagem
da corrente elétrica. A unidade de medida da resistência no SI é o Ohm (Ω), em homenagem ao
físico alemão George Simon Ohm, e representa a razão volt/Ampére.

Quando um condutor é submetido a uma diferença de potencial, ele passa a ser percorrido por
uma corrente elétrica, que é constituída pelo movimento de elétrons livres no interior do
condutor. Quando esses elétrons livres entram em movimento, começam a colidir entre si e com
os átomos do condutor. Quanto maior o número de colisões, maior a dificuldade encontrada
pela corrente elétrica em “atravessar” o condutor. Essa dificuldade de movimento das cargas é
que caracteriza a resistência elétrica.

A resistência elétrica varia conforme o comprimento, a largura e a natureza do material do


condutor, além da temperatura a que ele é submetido. Todos esses fatores são relacionados por
uma equação conhecida como Segunda Lei de Ohm:

R = ρl

Sendo que:

R – é a resistência elétrica do material;

ρ – é a resistividade e possui valores diferentes para cada tipo de material;

l – é o comprimento do condutor;

A – é área de seção transversal do condutor.

De acordo com a equação, vemos que a resistência é diretamente proporcional ao comprimento


l do condutor, ou seja, quanto maior o comprimento, maior será a resistência. Ela também é
inversamente proporcional à área do condutor, pois, quanto maior a área, mais fácil é a
passagem dos elétrons e, consequentemente, menor a resistência do material.

CURSO DE TÉCNICO EM ELETRÔNICA NÍVEL I – PROF. MÁRCIO ROBERTO PATELLI Pg 15


AUTOSSUFICIÊNCIA E BEM ESTAR ESTACA JUNDIAÍ BRASIL REPRESA E FUNDO SOCIAL DE SOLIDARIEDADE DE JUNDIAÍ

Primeira Lei de Ohm

A resistência elétrica também pode sofrer variação conforme a variação da tensão e da corrente
elétrica de um condutor. Isso ocorre porque, quanto maior a intensidade da corrente elétrica
(i), menor a dificuldade que os portadores de carga enfrentam para movimentar-se, ou seja,
menor a resistência. A diferença de potencial V entre as extremidades de um condutor é
proporcional à corrente que o atravessa. A resistência é a constante de proporcionalidade entre
eles e pode ser definida a partir da Primeira Lei de Ohm como:

R=V

Essa Lei só é válida para materiais que possuem resistência elétrica constante, conhecidos como
resistores ôhmicos.

Efeito Joule

Vários aparelhos da nossa casa têm seu funcionamento baseado no uso de resistência elétrica
por meio de pequenos dispositivos chamados resistores, que têm como função transformar
energia elétrica em energia térmica. Alguns aparelhos domésticos que utilizam os resistores são
o chuveiro, o ferro de passar, o secador de cabelo, forno elétrico, churrasqueira elétrica, entre
outros.

Já vimos que a resistência elétrica está relacionada com o choque entre os átomos e elétrons
em movimento no interior dos condutores. Esse choque provoca o aumento da temperatura no
condutor, caracterizando um fenômeno chamado Efeito Joule, que serve como base para o
funcionamento dos resistores.

CURSO DE TÉCNICO EM ELETRÔNICA NÍVEL I – PROF. MÁRCIO ROBERTO PATELLI Pg 16


AUTOSSUFICIÊNCIA E BEM ESTAR ESTACA JUNDIAÍ BRASIL REPRESA E FUNDO SOCIAL DE SOLIDARIEDADE DE JUNDIAÍ

Associação de Resistores é um circuito que apresenta dois ou mais resistores. Há três tipos de
associação: em paralelo, em série e mista.

Ao analisar um circuito, podemos encontrar o valor do resistor equivalente, ou seja, o valor da


resistência que sozinha poderia substituir todas as outras sem alterar os valores das demais
grandezas associadas ao circuito.

Para calcular a tensão que os terminais de cada resistor está submetido aplicamos a Primeira Lei
de Ohm:

U=R.i

Onde,

U: diferença de potencial elétrico (ddp), medida em Volts (V)

R: resistência, medida em Ohm (Ω)

i: intensidade da corrente elétrica, medida em Ampére (A).

Associação de Resistores em Série

Na associação de resistores em série, os resistores são ligados em sequência. Isso faz com que a
corrente elétrica seja mantida ao longo do circuito, enquanto a tensão elétrica varia.

CURSO DE TÉCNICO EM ELETRÔNICA NÍVEL I – PROF. MÁRCIO ROBERTO PATELLI Pg 17


AUTOSSUFICIÊNCIA E BEM ESTAR ESTACA JUNDIAÍ BRASIL REPRESA E FUNDO SOCIAL DE SOLIDARIEDADE DE JUNDIAÍ

Esquema de associação de resistores em série

Assim, a resistência equivalente (Req) de um circuito corresponde à soma das resistências de


cada resistor presente no circuito:

Req = R1 + R2 + R3 +...+ Rn

Veja também: Exercícios de Corrente Elétrica

Associação de Resistores em Paralelo

Na associação de resistores em paralelo, todos os resistores estão submetidos a uma mesma


diferença de potencial. Sendo a corrente elétrica dividida pelo ramos do circuito.

Assim, o inverso da resistência equivalente de um circuito é igual a soma dos inversos das
resistências de cada resistor presente no circuito:

1 sobre R com e q subscrito fim do subscrito igual a 1 sobre R com 1 subscrito mais 1 sobre R
com 2 subscrito mais... mais 1 sobre R com n subscrito

Quando, em um circuito em paralelo, o valor das resistências forem iguais, podemos encontrar
o valor da resistência equivalente dividindo o valor de uma resistência pelo número de
resistências do circuito, ou seja:

R com e q subscrito fim do subscrito igual a R sobre n

Esquema de associação de resistores em paralelo

CURSO DE TÉCNICO EM ELETRÔNICA NÍVEL I – PROF. MÁRCIO ROBERTO PATELLI Pg 18


AUTOSSUFICIÊNCIA E BEM ESTAR ESTACA JUNDIAÍ BRASIL REPRESA E FUNDO SOCIAL DE SOLIDARIEDADE DE JUNDIAÍ

Veja também: Leis de Ohm

Associação de Resistores Mista

Na associação de resistores mista, os resistores são ligados em série e em paralelo. Para calculá-
la, primeiro encontramos o valor correspondente à associação em paralelo e de seguida
somamos aos resistores em série.

8. Condutores e Isolantes
Condutores e isolantes são materiais elétricos que se comportam de maneiras opostas no que
respeita à passagem de corrente elétrica.

Enquanto os condutores permitem a movimentação dos elétrons, os isolante dificultam essa


movimentação, ou seja, a passagem da eletricidade.

É o mesmo que dizer que os condutores conduzem as cargas, ou facilitam, a sua passagem e que
os isolantes a isolam.

Isso acontece em decorrência da estrutura atômica das substâncias, ou melhor, dos elétrons
que os materiais apresentam na sua camada de valência. A camada de valência é aquela que
fica mais distante do núcleo atômico.

Condutores

Nos materiais condutores, as cargas elétricas se movimentam com mais liberdade em função
dos elétrons livres presentes na sua camada de valência.

A ligação dos elétrons livres com o núcleo atômico é bastante fraca. Assim, esses elétrons têm
tendência para serem doados, movimentam-se e espalham-se facilitando a passagem da
eletricidade.

CURSO DE TÉCNICO EM ELETRÔNICA NÍVEL I – PROF. MÁRCIO ROBERTO PATELLI Pg 19


AUTOSSUFICIÊNCIA E BEM ESTAR ESTACA JUNDIAÍ BRASIL REPRESA E FUNDO SOCIAL DE SOLIDARIEDADE DE JUNDIAÍ

São exemplos de condutores elétricos os metais em geral, tais como cobre, ferro, ouro e prata.

Tipos de condutores

Sólidos - também chamados de condutores metálicos, caracterizam-se pelo movimento dos


elétrons livres e pela forte tendência de doar elétrons;

Líquidos - também chamados de condutores eletrolíticos, caracterizam-se pelo movimento de


cargas positivas (cátions) e negativas (ânions). Essa movimentação, em sentidos opostos, cria a
corrente elétrica;

Gasosos - também chamados de condutores de terceira classe, caracterizam-se pelo movimento


de cátions e ânions. Mas, ao contrário dos condutores líquidos, a energia é produzida através
do choque entre as cargas e não de forma isolada.

Isolantes

Nos materiais isolantes, também chamados de dielétricos, verifica-se a ausência ou pouca


presença de elétrons livres.

Isso faz com que os elétrons dos isolantes estejam fortemente ligados ao núcleo, o que inibe a
sua movimentação.

São exemplos de isolante elétricos: borracha, isopor, lã, madeira, plástico e papel, vácuo, vidro.

Semicondutores

Os materiais semicondutores são aqueles que podem se comportam como um condutor ou


como um isolante mediante as condições físicas.

Os exemplos mais comuns de semicondutores são silício e o germânio.

CURSO DE TÉCNICO EM ELETRÔNICA NÍVEL I – PROF. MÁRCIO ROBERTO PATELLI Pg 20


AUTOSSUFICIÊNCIA E BEM ESTAR ESTACA JUNDIAÍ BRASIL REPRESA E FUNDO SOCIAL DE SOLIDARIEDADE DE JUNDIAÍ

9. Capacitores

Definição de capacitor

Capacitor é um dispositivo capaz de acumular cargas elétricas quando uma diferença de


potencial é estabelecida entre seus terminais. A capacitância dos capacitores, por sua vez, é a
medida de quanta carga o dispositivo é capaz de acumular para uma determinada diferença de
potencial.

Os capacitores, geralmente, são produzidos de forma simples, formados por duas placas
condutoras paralelas, chamadas de armaduras, que podem ou não ser preenchidas com um
meio altamente dielétrico (isolante).

Para que servem os capacitores?

Os capacitores podem ser usados para outros fins além da sua função principal, que é armazenar
cargas elétricas. Esses dispositivos podem ser usados em circuitos alimentados por correntes
elétricas alternadas, quando se deseja a formação de uma corrente elétrica contínua, como nos
casos de eletrodomésticos, como geladeiras, liquidificadores, máquinas de lavar e etc.

CURSO DE TÉCNICO EM ELETRÔNICA NÍVEL I – PROF. MÁRCIO ROBERTO PATELLI Pg 21


AUTOSSUFICIÊNCIA E BEM ESTAR ESTACA JUNDIAÍ BRASIL REPRESA E FUNDO SOCIAL DE SOLIDARIEDADE DE JUNDIAÍ

Uma corrente elétrica, no entanto, não fluirá pelo circuito enquanto os capacitores não se
encontrarem completamente carregados. Isso pode reduzir o desgaste produzido pelas grandes
variações de corrente elétrica geradas no momento em que um dispositivo eletrônico é ligado
ou desligado.

Por sua grande facilidade em armazenar cargas elétricas, os capacitores também podem ser
utilizados para suprir a demanda de altas correntes elétricas requisitadas por algum circuito de
alta potência, como os grandes aparelhos de som utilizados em shows.

Veja também: Associação de capacitores

Fórmula da Capacitância

Capacitância é uma grandeza física relacionada à quantidade de cargas elétricas que um


capacitor é capaz de armazenar para uma dada diferença de potencial. Quanto maior for sua
capacitância, maior será a quantidade de cargas armazenada pelo capacitor para uma mesma
tensão elétrica.

Podemos calcular a capacitância pela razão entre a quantidade de cargas armazenadas e a


tensão elétrica:

Legenda:

C – capacitância (F – farad)

Q – carga elétrica armazenada (C- coulomb)

U – tensão elétrica ou diferença de potencial (V – volts)

A unidade de capacitância no Sistema Internacional de Unidades (SI) é o farad (F), unidade que
equivale a coulomb por volt (C/V).

A capacitância também é afetada por fatores geométricos dos capacitores: a distância (d) entre
as placas da armadura dos capacitores e a sua área (A) influenciam a quantidade máxima de
cargas que podem ser acumuladas por eles. Outro fator que pode afetar a capacitância é a
permissividade dielétrica (ε) do meio inserido entre as placas de um capacitor: quanto maior for
a permissividade dielétrica do meio, maior será a quantidade máxima de cargas armazenadas
em um capacitor.

CURSO DE TÉCNICO EM ELETRÔNICA NÍVEL I – PROF. MÁRCIO ROBERTO PATELLI Pg 22


AUTOSSUFICIÊNCIA E BEM ESTAR ESTACA JUNDIAÍ BRASIL REPRESA E FUNDO SOCIAL DE SOLIDARIEDADE DE JUNDIAÍ

Dessa forma, a capacitância de um capacitor de placas paralelas pode ser calculada por meio
da seguinte relação:

Legenda:

C – capacitância (F)

ε – permissividade elétrica do meio (F/m)

A – área das placas do capacitor (m²)

d – distância entre as placas do capacitor (m)

A figura abaixo traz um esquema de um capacitor de placas paralelas:

Na figura acima, A é a área de uma das placas, e d é a distância entre elas.

Fórmula da energia armazenada em capacitores

Podemos calcular a quantidade de energia potencial elétrica armazenada entre as armaduras


Legenda:
de um capacitor usando a seguinte equação:
EPOT – energia potencial elétrica (J – joules)

Q – carga elétrica (C – coulombs)

U – Tensão elétrica (ou diferença de potencial)


(V – volts)

CURSO DE TÉCNICO EM ELETRÔNICA NÍVEL I – PROF. MÁRCIO ROBERTO PATELLI Pg 23


AUTOSSUFICIÊNCIA E BEM ESTAR ESTACA JUNDIAÍ BRASIL REPRESA E FUNDO SOCIAL DE SOLIDARIEDADE DE JUNDIAÍ

10. Diodos

CURSO DE TÉCNICO EM ELETRÔNICA NÍVEL I – PROF. MÁRCIO ROBERTO PATELLI Pg 24


AUTOSSUFICIÊNCIA E BEM ESTAR ESTACA JUNDIAÍ BRASIL REPRESA E FUNDO SOCIAL DE SOLIDARIEDADE DE JUNDIAÍ

Tipos de Diodos

O que é e como funciona um diodo

O diodo semicondutor é um componente eletrônico que permite a passagem de corrente


somente quando está diretamente polarizado. Assim, o seu sentido de condução é marcado por
uma listra cinza em seu corpo, de forma que a corrente deve fluir do lado preto para a lista cinza.
Portanto, o terminal negativo da fonte deve estar ligado a listra cinza do diodo para que ele
esteja diretamente polarizado.

Em contrapartida, quando o diodo está inversamente polarizado, ele se comporta como uma
oposição a passagem de corrente. Assim, ele pode ser utilizado para evitar correntes reversas
em circuitos eletrônicos. Contudo, com o tempo, descobriu-se outras propriedades e
começaram a fabricar diodos específicos para serem inversamente polarizados, os diodos Zener.
Estes, funcionam como reguladores de tensão, controlando a tensão em um circuito quando
inversamente polarizados.

A junção PN

O diodo é fabricado com silício ou germânio com uma junção de duas partes dopadas de formas
diferentes. Dessa forma, cada uma dessas duas regiões terá características um pouco diferentes.

A primeira delas é a região P, uma região com lacunas, que poderiam ser preenchidas com
elétrons. Em contrapartida, do outro lado, existe a região N, uma região com muitos elétrons,
mas que não conseguem atravessar para a região P.

CURSO DE TÉCNICO EM ELETRÔNICA NÍVEL I – PROF. MÁRCIO ROBERTO PATELLI Pg 25


AUTOSSUFICIÊNCIA E BEM ESTAR ESTACA JUNDIAÍ BRASIL REPRESA E FUNDO SOCIAL DE SOLIDARIEDADE DE JUNDIAÍ

Assim, no meio dessas duas regiões, existe uma zona chamada “Região de Depleção”, que é
uma espécie de zona neutra entre as duas regiões.

junção pn

Quando essa junção PN é diretamente polarizada, isto é, o terminal positivo de uma fonte de
tensão é ligado a junção P e o negativo é ligado a junção N, os elétrons conseguem atravessar
a região de depleção. Portanto, quando a junção PN é diretamente polarizada, passa a existir
um fluxo de corrente por ela.

Entretanto, quando inversamente polarizada, os elétrons não conseguem atravessar a região


de depleção, fazendo com que a junção PN impeça a passagem de corrente elétrica.

Tensão de Queda do diodo

Quando um diodo é polarizado diretamente, vai ocorrer uma tensão de queda. Ao aplicar uma
tensão abaixo da tensão de queda dele, ele não vai conduzir. O componente somente passa a
conduzir quando a tensão aplicada é maior que a tensão de queda do componente.

Ao alimentar uma lâmpada, por exemplo, e ter um diodo no circuito, a tensão que chega na
lâmpada vai ser diferença entre a tensão da fonte e a tensão de queda do diodo. Veja no
gráfico abaixo, que o diodo só passa a conduzir quando a tensão é maior que a tensão de
queda V0 do componente:

Dois diodos em paralelo suportam mais tensão reversa?

Muitas pessoas creem que ligar dois diodos em paralelo aumenta a tensão reversa que eles
podem suportar. A resposta é que não, o que vai acontecer é que um dos dois diodos vai
atingir a ruptura antes do outro, e esse passará a conduzir toda a corrente, pois entrará em
curto-circuito.

CURSO DE TÉCNICO EM ELETRÔNICA NÍVEL I – PROF. MÁRCIO ROBERTO PATELLI Pg 26


AUTOSSUFICIÊNCIA E BEM ESTAR ESTACA JUNDIAÍ BRASIL REPRESA E FUNDO SOCIAL DE SOLIDARIEDADE DE JUNDIAÍ

Diodo Zener

Também conhecido como diodo regulador de tensão, é muito parecido com o normal, porém,
ele é feito para ser inversamente polarizado.

Um exemplo, seria construir um circuito para uma fonte de alimentação em que a tensão na
saída nunca pode ultrapassar 6 volts. Para isso, coloca-se um diodo Zener especifico para
trabalhar em 6 volts inversamente polarizado, e quando a tensão passar de 6 volts, ele passará
a conduzir e absorver corrente. Dessa forma, ele estará regulando a tensão de saída da fonte.

Veja abaixo o que chamamos de um circuito com proteção contra sobre tensão que usa um
Zener:

Circuito-Protecao-Medidor-DIodo-Zener

Quando o Zener está diretamente polarizado, ele se comporta como um diodo normal,
havendo uma queda de tensão nele. Portanto, o componente é muito útil em projetos que
precisamos regular a tensão de alguma saída.

LED – Light Emitting Diode

O tipo de diodo mais


conhecido, o LED, no qual sua
principal funcionalidade é
emitir luz. Os LEDs são muito
usados para transmitir
informações luminosas de um
circuito de maneira simples.
Sua vantagem é a fácil
aplicação em um circuito
elétrico.

O LED emite uma luz monocromática, sendo que a cor depende de sua fabricação. A vantagem
é que os LEDs são muito baratos e possuem alto rendimento e alta durabilidade.

CURSO DE TÉCNICO EM ELETRÔNICA NÍVEL I – PROF. MÁRCIO ROBERTO PATELLI Pg 27


AUTOSSUFICIÊNCIA E BEM ESTAR ESTACA JUNDIAÍ BRASIL REPRESA E FUNDO SOCIAL DE SOLIDARIEDADE DE JUNDIAÍ

Aplicações do diodo

Existem milhares de aplicações para esse componente, mas algumas das mais conhecidas são:

 Pontes retificadoras
 Evitar correntes reversas que podem danificar componentes
 Iluminação LED
 Reguladores de tensão (diodos zener)
 Fotos-diodo

CURSO DE TÉCNICO EM ELETRÔNICA NÍVEL I – PROF. MÁRCIO ROBERTO PATELLI Pg 28


AUTOSSUFICIÊNCIA E BEM ESTAR ESTACA JUNDIAÍ BRASIL REPRESA E FUNDO SOCIAL DE SOLIDARIEDADE DE JUNDIAÍ

11. Multímetro
Também conhecimento pelo nome de Multitester, o Multímetro é um equipamento bastante
utilizado no setor industrial, assim como em vários outros setores, para fazer a medição de
diferentes tipos de grandezas elétricas.

Multímetro: O que é?

CURSO DE TÉCNICO EM ELETRÔNICA NÍVEL I – PROF. MÁRCIO ROBERTO PATELLI Pg 29


AUTOSSUFICIÊNCIA E BEM ESTAR ESTACA JUNDIAÍ BRASIL REPRESA E FUNDO SOCIAL DE SOLIDARIEDADE DE JUNDIAÍ

O Multímetro nada mais é do que um equipamento utilizado para fazer a medição da resistência
elétrica, tensão ou corrente contínua e da tensão ou corrente alternada.

Com este aparelho você também consegue medir a capacitância, temperatura, frequência de
sinais alternados, dentre outras grandezas elétricas.

Para estabelecer qual é o tipo de medição que deve ser realizada com o Multímetro, basta ficar
acionar uma chave rotativa que existe neste aparelho e escolher a medição que deseja fazer.

Atualmente existem dois tipos básicos de Multímetro: Analógico e Digital.

– Analógico

Esse é um tipo de multímetro que apresenta um mostrador com diversas escalas graduadas.

Ele realiza a verificação da leitura utilizando a força eletromagnética existente no seu ponteiro,
para interpretar o valor da grandeza que está sendo medida, ou seja, se é resistência, tensão ou
mesmo corrente.

– Digital

O multímetro digital ou amplificador operacional como também é conhecido no mercado,


corresponde a um aparelho de medição mais versátil, que possui um visor digital de cristal
líquido e que é muito usado em laboratórios, serviços de campo ou na indústria.

Esse aparelho engloba diferentes instrumentos de medição como o amperímetro, voltímetro,


capacímetro, termômetro, ohmímetro, dentre outros.

Principais aplicações do multímetro

Pode até não parecer, mas este pequeno aparelho apresenta inúmeras aplicações.

No carro por exemplo, este aparelho pode ser usar para testar fusíveis, relés, baterias, bonina
de ignição, sistema de som e muitas outras coisas.

CURSO DE TÉCNICO EM ELETRÔNICA NÍVEL I – PROF. MÁRCIO ROBERTO PATELLI Pg 30


AUTOSSUFICIÊNCIA E BEM ESTAR ESTACA JUNDIAÍ BRASIL REPRESA E FUNDO SOCIAL DE SOLIDARIEDADE DE JUNDIAÍ

Na indústria, o multímetro é bastante utilizado no processo de manutenção de equipamentos


industriais.

Isso faz com que o técnico consiga


identificar qualquer tipo de problema
envolvendo maquinas ou instalações de
maneira prática e rápida.

Em oficinas que atuam com produtos


eletrônicos, este aparelho pode ser usado
para testar cabos, indutores, baterias,
fusíveis, sem contar que também faz a
prova de circuitos e promove ajustes em
aparelhos como amplificadores e
transmissores.

Agora se você trabalha com computadores


e eletrônica digital, então um multímetro é
o aparelho ideal para fazer testes de verificação de sinais, em fontes, placas e no-breaks, dentre
outras funções.

Já no laboratório de eletrônica, este aparelho serve para testar equipamentos médicos e


industriais, além de fazer a medição de tensões muito altas, oscilações, dentre outros.

Como pode notar, este é um aparelho simples e prático, que pode ser utilizado em diferentes
setores para medir diferentes grandezas elétricas, além de realizar outras funções, conforme
citamos acima.

Agora basta você analisar e decidir qual é o modelo de multímetro que melhor atende as suas
necessidades, para que dessa forma seja possível garantir sempre bons resultados na realização
dos seus serviços.

CURSO DE TÉCNICO EM ELETRÔNICA NÍVEL I – PROF. MÁRCIO ROBERTO PATELLI Pg 31


AUTOSSUFICIÊNCIA E BEM ESTAR ESTACA JUNDIAÍ BRASIL REPRESA E FUNDO SOCIAL DE SOLIDARIEDADE DE JUNDIAÍ

Será que a tomada é 110 ou 220? Será que está funcionando (e corretamente)? Será que a pilha
ainda está boa ou já está na hora de trocar? E a lâmpada? Essas e muitas questões podem ser
respondidas através do uso de um equipamento barato (pode ser adquirido em casas de
material de construção, sendo o modelo da foto abaixo um dos mais baratos) e uso: o
multímetro. Veja mais sobre suas características e usos a seguir.

Em sua maioria, os Multímetros digitais são separados para medir grandezas em corrente
contínua (DC ou CC, cujo símbolo é um traço reto reto contínuo e outro paralelo e tracejado) e
em corrente alternada (AC ou CA, cujo símbolo é um “til”). A corrente contínua é o fluxo
ordenado de elétrons sempre numa direção e constituída pelos pólos positivo e negativo,
gerado por baterias e pilhas. Já a corrente alternada é uma corrente elétrica cujo sentido varia
no tempo e composta por fases (e, muitas vezes, pelo fio neutro), sendo encontrada nas
tomadas da rede elétrica.

Os multímetros são vendidos com duas ponteiras (também chamadas pontas de prova), que são
dois fios (um preto e um vermelho) com pontas de metal. A preta deve ser conectada no ponto
do multímetro indicado com GND ou COM (este é o chamado “terra”). A ponta de prova
vermelha pode ser ligada em outras entradas, mas para a maioria das medidas realizadas, a
ligação é feita no ponto indicado com V-W-mA.

Uma chave rotativa é usada para selecionar o tipo de medida elétrica a ser feita:

V – Tensão DC/AC – função conhecida como voltímetro (mede volts)


mA – Corrente DC/AC – função conhecida como amperímetro (mede amperes)
W (ou a letra ômega maiúscula do alfabeto grego, que parece uma ferradura) – Resistência –
função conhecida como ohmímetro (mede ohms)
Temperatura, Diodo (LEDs), Capacitância, Indutância, Frequência, Teste HFE, Teste Linha Viva,
Auto Desligamento, Teste de Bateria, Data Hold e Precisão Básica.
Escala

CURSO DE TÉCNICO EM ELETRÔNICA NÍVEL I – PROF. MÁRCIO ROBERTO PATELLI Pg 32


AUTOSSUFICIÊNCIA E BEM ESTAR ESTACA JUNDIAÍ BRASIL REPRESA E FUNDO SOCIAL DE SOLIDARIEDADE DE JUNDIAÍ

Para cada grandeza elétrica existem várias escalas, conforme a intensidade do que for ser
medido. Por exemplo, entre as várias posições da chave rotativa, podem existir algumas
específicas para as seguintes faixas de voltagem: 200 mV, 2 V, 20 V, 200 V e 2000 V. Para medir
a tensão da bateria da placa de CPU (em torno de 3 volts), não use a escala de 2 V, pois tensões
acima de 2 V serão indicadas como 1,9999 V. Escolha então a escala de 20 V, pois terá condições
de fazer a medida esperada. Quando não temos ideia aproximada da tensão que vamos medir,
devemos começar com a escala de maior valor possível, pois se medirmos uma tensão muito
elevada usando uma escala baixa, podemos danificar o aparelho.

Além do símbolo da grandeza relacionada, podem aparecer os múltiplos associados à unidade


de medida, sendo os mais comuns o quilo (k, que indica mil), mega (M, que indica um milhão),
e mili (m, que indica a milésima parte).

Exemplos

Medir tensão da tomada (“110 ou 220 ?”) – colocar cabos (preto no COM e vermelho em V-W-
mA), girar disco para corrente alternada (AC), usar escala no maior valor disponível (750 V, por
exemplo), encostar as partes de metal das pontas de prova no metal do interior da tomada, uma
em cada buraco. O valor que aparecer no mostrador é a medida de tensão. Pode não marcar
exatamente o valor porque a rede elétrica não é constante – pode inclusive mostrar que a tensão
está muito abaixo do que o normal, e que os aparelhos estão funcionando com tensão abaixo
da qual foram projetados e serem danificados a curto ou médio prazo.

Medir tensão da pilha (“será que a pilha está boa?” ou “será que a bateria do carro está
descarregada?”) – colocar cabos (preto no COM e vermelho em V-W-mA), girar disco para
corrente contínua (DC), usar escala em 20 V, encostar as partes de metal das pontas de prova
no metal das pontas da pilha. O valor que aparecer no mostrador é a medida de tensão. Pode
não marcar exatamente o valor porque existe uma incerteza na medida. Se estiver perto do
valor nominal (1,5 V, 5V, 9V, 12V no caso da bateria do carro, etc), está OK; valor muito baixo
indica que está na hora de trocar.

Teste de continuidade (“será que a lâmpada está realmente queimada?”) – colocar cabos (preto
no COM e vermelho em V-W-mA), girar disco para resistência (ohms), usar escala no menor
valor disponível (200 ohms, por exemplo), encostar as partes de metal das pontas de prova no
metal da lâmpada (uma na lateral e outra na parte de baixo). O valor que aparecer no mostrador
é a medida de resistência elétrica: se aparecer um valor, significa que está boa; se só aparecer
um número 1 e nada mais, ela está queimada (resistência infinita). Muitos multímetros possuem
ao lado da escala de resistência, uma escala que emite um beep através de um pequeno alto
falante em caso de resistência baixa.

CURSO DE TÉCNICO EM ELETRÔNICA NÍVEL I – PROF. MÁRCIO ROBERTO PATELLI Pg 33


AUTOSSUFICIÊNCIA E BEM ESTAR ESTACA JUNDIAÍ BRASIL REPRESA E FUNDO SOCIAL DE SOLIDARIEDADE DE JUNDIAÍ

Multímetro Analógico

O multímetro analógico é um instrumento usado para checar voltagens AC ou DC, resistência e


continuidade de componentes elétricos e pequenas quantidades de corrente em circuitos. Este
instrumento permite conferir se há voltagem presente em um circuito, etc. Vamos agora saber
como usar um multímetro analógico.

Localize o mostrador do seu multímetro. Ele possui uma escala em forma de arco e um ponteiro
que indica os valores lidos na escala.[1]
As marcas na escala do mostrador podem ser de cores diferentes. Cada cor determina uma faixa
de magnitude.
Uma superfície espelhada mais ampla em forma de escala também poderá estar presente. O
espelho é usado para ajudar a reduzir o que é chamado "erro de paralaxe," alinhando o ponteiro
com seu reflexo antes de ler o valor indicado. Na imagem, ele aparece como uma ampla faixa
cinza entre as escalas vermelhas e pretas.
Muitos multímetros mais novos possuem leituras digitais ao invés da escala analógica. A função
é basicamente a mesma.

Encontre a chave de seleção. Ela permite mudar a função entre volts, ohms, amperes e a escala
(x1, x10, etc.) da medida. Muitas funções possuem várias faixas diferentes, por isso, é
importante defini-las corretamente, ou poderão ocorrer sérios danos ao medidor ou ao
operador.
Alguns medidores possuem a posição "desligado" na chave, enquanto outros possuem uma
chave separada para desligar. Desligue o multímetro quando não for mais usá-lo.

CURSO DE TÉCNICO EM ELETRÔNICA NÍVEL I – PROF. MÁRCIO ROBERTO PATELLI Pg 34


AUTOSSUFICIÊNCIA E BEM ESTAR ESTACA JUNDIAÍ BRASIL REPRESA E FUNDO SOCIAL DE SOLIDARIEDADE DE JUNDIAÍ

Localize as entradas no multímetro onde você irá inserir os cabos de teste. A maioria dos
multímetros possui várias entradas.
Uma normalmente é denominada "COM" ou (-), comum ou negativo. Nesta deve ser conectado
o cabo de teste preto. Ele será usado para praticamente todos os testes. conectada. Será usado
para quase todas as medições tomadas.
As outras entradas são denominadas "V" (+) e o símbolo Ômega (uma ferradura virada para
baixo), significando Volts e Ohms, respectivamente.
Os símbolos + e - representam a polaridade das pontas de teste ao testar voltagens DC. Se os
cabos de teste e os do circuito foram instalados como recomendado, o cabo vermelho será
positivo e o preto negativo. É bom saber disso para quando o circuito a ser testado não tem as
indicações + e -, como é o caso normalmente.
Muitos medidores possuem entradas adicionais que são necessárias para testes de corrente ou
de alta voltagem. É tão importante ligar os cabos de teste às entradas apropriadas quanto
ajustar a chave seletora para a faixa e tipo de teste (volts, amperes, ohms) adequado. Todos
devem estar corretos. Consulte o manual do medidor se você não tem certeza de que entradas
devem ser usadas.

Localize os cabos de teste. Deve haver dois cabos ou pontas de teste. Geralmente, uma é
vermelha e a outra preta. Eles são utilizados para conectar o aparelho a qualquer dispositivo
que você queira testar e medir.

CURSO DE TÉCNICO EM ELETRÔNICA NÍVEL I – PROF. MÁRCIO ROBERTO PATELLI Pg 35


AUTOSSUFICIÊNCIA E BEM ESTAR ESTACA JUNDIAÍ BRASIL REPRESA E FUNDO SOCIAL DE SOLIDARIEDADE DE JUNDIAÍ

Encontre a bateria e o compartimento de fusível. Normalmente fica atrás do medidor, mas às


vezes pode estar do lado. Essa parte comporta o fusível (e provavelmente um reserva) e a
bateria que dá a energia para que o medidor faça testes de resistência.
O multímetro pode ter mais de uma bateria, que podem ser de tamanhos diferentes. Um fusível
é usado para ajudar a proteger o movimento do medidor. Um bom fusível é necessário para que
o medidor funcione; às vezes é necessário mais de um. Também é necessário manter baterias
carregadas para testes de resistência e continuidade.

Encontre o botão de ajuste zero. Há uma pequena alavanca, normalmente localizada perto da
chave, chamada "Ajuste Ohms", "0 Adj", ou similar. Ela é usada apenas na medição da
resistência, quando as pontas são encostadas.
Gire lentamente a manivela para mover o ponteiro o mais próximo possível do 0 na escala Ohms.
Se novas baterias forem instaladas, vai ser fácil: se o ponteiro não chegar ao zero, isso indica
baterias fracas que devem ser trocadas.

CURSO DE TÉCNICO EM ELETRÔNICA NÍVEL I – PROF. MÁRCIO ROBERTO PATELLI Pg 36


AUTOSSUFICIÊNCIA E BEM ESTAR ESTACA JUNDIAÍ BRASIL REPRESA E FUNDO SOCIAL DE SOLIDARIEDADE DE JUNDIAÍ

 Medindo Resistências (escala de Ohm)

Ajuste o multímetro para Ohms ou Resistência. Ligue o medidor caso ele tenha um interruptor
separado. Quando o multímetro mede a resistência em ohms, ele não pode medir continuidade
porque resistência e continuidade são opostas. Quando há pouca resistência, há uma grande
quantidade de continuidade. Em contrapartida, quando há uma grande quantidade de
resistência, há pouca continuidade. Tendo isso em mente, quando medimos a resistência
podemos fazer conclusões sobre a continuidade baseando-se nos valores de resistência
encontrados.
No mostrador, encontre a escala Ohm. Normalmente, ela é a escala superior e possui valores
maiores na esquerda do mostrador (um "∞" ou um "8" deitado representando o infinito) que
vão reduzindo gradualmente até o 0 na direita. Ela é o oposto das outras escalas, as quais
possuem valores menores na esquerda e maiores na direita.

CURSO DE TÉCNICO EM ELETRÔNICA NÍVEL I – PROF. MÁRCIO ROBERTO PATELLI Pg 37


AUTOSSUFICIÊNCIA E BEM ESTAR ESTACA JUNDIAÍ BRASIL REPRESA E FUNDO SOCIAL DE SOLIDARIEDADE DE JUNDIAÍ

Observe a indicação do medidor. Se os cabos de teste não estiverem em contato com nada, o
ponteiro do multímetro analógico deverá ficar na posição mais à esquerda. Isso representa uma
quantia infinita de resistência, ou um "circuito aberto." É seguro dizer que não há continuidade
ou caminho entre a ponta vermelha e a preta.

Conecte os cabos de teste. Conecte o cabo de teste preto à entrada denominada "Comum" ou
"-". Em seguida, conecte o cabo de teste vermelho à entrada marcada com um Omega (símbolo
de Ohm) ou a letra "R".
Defina a faixa (se possível) para R x 100.

CURSO DE TÉCNICO EM ELETRÔNICA NÍVEL I – PROF. MÁRCIO ROBERTO PATELLI Pg 38


AUTOSSUFICIÊNCIA E BEM ESTAR ESTACA JUNDIAÍ BRASIL REPRESA E FUNDO SOCIAL DE SOLIDARIEDADE DE JUNDIAÍ

Encoste as duas pontas dos cabos. O ponteiro deve ir totalmente à direita. Localize a alavanca
"Ajuste Zero" e gire-a de forma que o ponteiro vá para o "0" (ou o mais próximo de "0" possível).
Note que essa posição é a de "zero ohm" na faixa R x 1 de medida.
Lembre-se sempre de "zerar" o medidor imediatamente depois de alterar as faixas de
resistência.
Se você for incapaz de obter uma indicação de zero ohm, isso pode significar que as pilhas estão
fracas e devem ser substituídas. Repita o passo acima novamente com pilhas novas.

Meça a resistência de algo como uma lâmpada que esteja funcionando. Localize os dois pontos
de contato elétrico da lâmpada. Nesse caso, são a rosca de contato e o ponto central na parte
inferior da base.
Peça a alguém para segurar a lâmpada pela parte de vidro.
Pressione a ponta preta contra a rosca de contato e a ponta vermelha contra a parte central do
fundo da base.
Veja a agulha se mover rapidamente da posição na esquerda para o 0 na direita.

Experimente faixas diferentes. Mude a faixa do medidor para R x 1. Zere novamente o medidor
para essa faixa. Repita o passo anterior. Observe como o medidor não foi tão para a direita como
antes. A faixa de resistência foi alterada para que cada número na escala R possa ser lido
diretamente.
No passo anterior, cada número representava um valor 100 vezes maior. Assim, uma leitura de
150 representa na verdade 15000. Agora, uma leitura de 150 representará 150. Se a faixa R x 10
fosse selecionada, 150 se tornaria 1500. A faixa selecionada é muito importante para medições
precisas.
Com isso em mente, estude a escala R. Ela não é linear como as outras. Os valores mais à
esquerda são mais difíceis de ler que os da direita. Ao tentar ler uma medida de 5 ohms no
medidor usando a faixa R x 100, ela irá parecer 0. Dessa forma, é bem mais fácil usar a faixa R
x 1. Por isso, ao testar resistência, ajuste a faixa para que as leituras possam ser feitas no meio,
ao invés dos extremos.

CURSO DE TÉCNICO EM ELETRÔNICA NÍVEL I – PROF. MÁRCIO ROBERTO PATELLI Pg 39


AUTOSSUFICIÊNCIA E BEM ESTAR ESTACA JUNDIAÍ BRASIL REPRESA E FUNDO SOCIAL DE SOLIDARIEDADE DE JUNDIAÍ

Teste a resistência entre mãos. Defina o medidor para a faixa R mais alta. Depois, zere-o.
Segure sem força uma ponta em cada mão e veja o medidor. Aperte bem as duas pontas. Note
que a resistência diminui.
Solte as pontas e molhe as mãos. Segure novamente as pontas. Note que a resistência ficou
ainda mais baixa.

Verifique a leitura. É muito importante que as pontas não toquem nada além do dispositivo em
teste. Um dispositivo que tenha queimado não irá, ao testar, mostrar "circuito aberto" no
medidor se seus dedos fornecerem um caminho alternativo de energia, o que acontece se você
tocar as pontas.
Ao testar fusíveis automotivos antigos, você também terá baixos valores de resistência se o
fusível estiver em uma superfície de metal enquanto estiver sendo testado. O medidor indicará
a resistência da superfície de metal (que provê um caminho alternativo entre a ponta preta e a
vermelha) ao invés de tentar determinar a resistência do fusível. Todo fusível, bom ou ruim,
indicará "circuito fechado".

CURSO DE TÉCNICO EM ELETRÔNICA NÍVEL I – PROF. MÁRCIO ROBERTO PATELLI Pg 40


AUTOSSUFICIÊNCIA E BEM ESTAR ESTACA JUNDIAÍ BRASIL REPRESA E FUNDO SOCIAL DE SOLIDARIEDADE DE JUNDIAÍ

Ajuste o medidor para a maior faixa possível para voltagens AC. Muitas vezes, a voltagem a ser
medida tem um valor desconhecido. Por tal razão, devemos selecionar a maior faixa possível,

para que o circuito e o movimento do medidor não sejam danificados por uma voltagem maior
que a esperada.
Se o medidor estiver na faixa de 50 volts e uma tomada comum for testada, a voltagem de 110
(ou 220) volts pode danificar permanentemente o medidor. Comece numa faixa alta, e vá
diminuindo até a menor voltagem que possa ser exibida.

Insira os cabos de teste. Insira o cabo de teste preto na entrada "COM" ou "-". Em seguida, insira
o cabo de teste vermelho na entrada "V" ou "+".

CURSO DE TÉCNICO EM ELETRÔNICA NÍVEL I – PROF. MÁRCIO ROBERTO PATELLI Pg 41


AUTOSSUFICIÊNCIA E BEM ESTAR ESTACA JUNDIAÍ BRASIL REPRESA E FUNDO SOCIAL DE SOLIDARIEDADE DE JUNDIAÍ

Localize as faixas de voltagens. Devem haver várias escalas Volt com diferentes valores máximos.
A faixa escolhida pela chave seletora determina de que escala você deve fazer a leitura.
O valor máximo da escala deve coincidir com a faixa escolhida na chave seletora. As escalas de
voltagem, diferentemente das de resistência, são lineares. Elas são precisas em qualquer lugar
de sua extensão. Obviamente, é muito mais fácil ler com precisão 24 volts em uma escala de 50
volts do que em uma de 250, onde esse valor pode parecer qualquer um entre 20 e 30 volts.

Teste uma tomada elétrica comum. No Brasil há dois padrões de tomada: 110 e 220 volts. Em
outros países, pode haver tomadas de até 380 volts.
Encoste a ponta preta em um dos buracos da tomada. Pode ser possível soltar a ponta depois,
pois os contatos dentro da tomada deverão segurar a ponta, assim como acontece quando um
plug é inserido.
Insira a ponta vermelha no outro buraco. O medidor deve mostrar uma voltagem bastante
próxima de 110 ou 220 volts (dependendo do tipo de tomada testada)

Remova as pontas. Gire a chave seletora para a menor faixa possível que seja maior que a
voltagem indicada (110 ou 220).
Insira novamente as pontas na tomada. O medidor pode indicar entre 105 e 125 volts dessa vez
(ou entre 210 e 240). A faixa do medidor é importante para obter leituras precisas.
Se o ponteiro não se mexeu, provavelmente foi escolhida a rede DC ao invés de AC. Os modos
AC e DC não são compatíveis. Você precisa escolher o modo adequado. Caso contrário, você
pode achar que não há voltagem correndo ali, o que pode ser fatal.
Teste antes os dois modos se o ponteiro não se mexer. Volte o medidor para o modo AC e tente
novamente.

CURSO DE TÉCNICO EM ELETRÔNICA NÍVEL I – PROF. MÁRCIO ROBERTO PATELLI Pg 42


AUTOSSUFICIÊNCIA E BEM ESTAR ESTACA JUNDIAÍ BRASIL REPRESA E FUNDO SOCIAL DE SOLIDARIEDADE DE JUNDIAÍ

Dicas
Se o multímetro parar de funcionar confira o fusível. Você pode trocá-lo em lojas de eletrônica.
Para conferir a continuidade de qualquer objeto, deixe-o antes sem energia. Medidores de ohm
fornecem sua própria energia de uma bateria interna. Deixar a energia do dispositivo ligada ao
testar a resistência irá danificar o medidor.
Avisos
Respeite a eletricidade. Se você não souber de alguma coisa, faça perguntas e estude o assunto.
Sempre use antes os medidores em fontes confiáveis de voltagem para verificar se eles estão
funcionando. Um medidor quebrado testando voltagem, por exemplo, sempre indicará 0 volts,
independente da quantidade presente.
Nunca conecte o medidor em paralelo com uma bateria ou fonte de voltagem se ele estiver
ajustado para medir corrente (A). Esse é um erro comum que pode acabar queimando o
medidor.

Materiais Necessários
Multímetro. Prefira usar um digital ao invés de um analógico. Os digitais normalmente têm
seleção automática de faixa e visores de fácil leitura. E como eles são eletrônicos, o software
interno ajuda a suportar conexões erradas e faixas diferentes com mais facilidade que os
medidores analógicos.

CURSO DE TÉCNICO EM ELETRÔNICA NÍVEL I – PROF. MÁRCIO ROBERTO PATELLI Pg 43


AUTOSSUFICIÊNCIA E BEM ESTAR ESTACA JUNDIAÍ BRASIL REPRESA E FUNDO SOCIAL DE SOLIDARIEDADE DE JUNDIAÍ

12. Frequência
O que é frequência e suas características?

Na física, a frequência é uma grandeza que indica o número de eventos em determinado período
de tempo (ciclos, voltas, oscilações, etc). Também podemos medir o tempo decorrido de cada
oscilação, essa medição se chama período. A frequência geralmente a oscilações de alguma
propriedade, como por exemplo a corrente elétrica alternada. A frequência é representada pela
letra f, e sua unidade de medida é o hertz (Hz), que equivale a quantidade de ciclos por segundo,
assim se dizemos que uma onda vibra 60 Hz significa que ela oscila 60 vez por segundo.

Heinrich Hertz
A unidade de medida da frequência (Hertz) homenageia o grande cientista Heinrich Hertz, físico
alemão que desde muito cedo se interessou por máquinas, o que p fez se inscrever no curso de
engenharia, mas aos 21 anos de idade sua predileção por investigação e produção científica fez
com que ele escolhesse a física.

Com 26 anos Heinrich provou o que a muito era previsto por Maxweell, a radiação
eletromagnética, como se propagavam e como controlar sua frequência. Para isso ele criou o
receptor antena Hertz e emissor de ondas UHF. Heinrich também outras propriedades do
eletromagnetismo, como velocidade, polarização, refração e reflexão.

Período:
Tempo necessário para se produzir uma onda completa. Representada pela letra T e medida em
segundos. Assim f= 1/T ou T= 1/f.

Comprimento de onda:
É o tamanho da onda. Pode ser medida de crista a crista, do ínicio ao final de um período ou de
vale a vale. A crista é a parte mais alta da onda e o vale a aparte mais baixa. O comprimento de
onda é representado pela letra grega lambda (λ).

Velocidade:

CURSO DE TÉCNICO EM ELETRÔNICA NÍVEL I – PROF. MÁRCIO ROBERTO PATELLI Pg 44


AUTOSSUFICIÊNCIA E BEM ESTAR ESTACA JUNDIAÍ BRASIL REPRESA E FUNDO SOCIAL DE SOLIDARIEDADE DE JUNDIAÍ

Todas as ondas tem uma velocidade, que é determinada pela distância percorrida sobre o tempo
gasto, representada pela letra V. Assim: v = λ/T ou v = λ x 1/T ou ainda v = λ x

Amplitude:
É a altura da onda, do eixo até sua crista. Quanto maior a amplitude maior a quantidade de
energia transportada. Representada pela letra A.

A frequência é uma das características da onda, assim como o comprimento de onda, a


amplitude, o período, e a velocidade de propagação. Na física, onda é um pulso energético que
se propaga através do espaço ou através de algum meio. É uma pertubação oscilante de alguma
grandeza física no espaço e periódica no tempo.

CURSO DE TÉCNICO EM ELETRÔNICA NÍVEL I – PROF. MÁRCIO ROBERTO PATELLI Pg 45


AUTOSSUFICIÊNCIA E BEM ESTAR ESTACA JUNDIAÍ BRASIL REPRESA E FUNDO SOCIAL DE SOLIDARIEDADE DE JUNDIAÍ

13. Retificadores
Um circuito retificador, ou simplesmente retificador, corresponde aos circuitos elétricos
elaborados para a conversão de corrente alternada em contínua. Utiliza-se para este processo
elementos semicondutores, tais como os diodos e tiristores, além de um transformador. Em
outras palavras, trata-se de um dispositivo que permite que uma tensão, ou corrente alternada
(CA) (normalmente senoidal) seja constante, ou seja transformada em contínua.

Retificador de Meia Onda

Existem vários tipos de retificadores e métodos complexos para seu projeto e construção,
normalmente sendo empregados no circuito diodos e tiristores (esse último amplamente
utilizados em retificadores de alta potência). Os retificadores mais simples são do tipo meia-
onda, onda completa com center tape e onda completa em ponte.O pior retificador é o
retificador de meia-onda, pois ele gera muita interferência na onda, porém, é o mais barato pois
só usa um diodo. Para tentarmos reduzir a perda na queda da onda, que chega a zero em
qualquer tipo das retificações, adicionamos capacitores, que quando a onda estiver subindo, são
carregados e quando a onda estiver descendo, estes se descarregam em uma tentativa de
manter o nível de tensão elevado. Sendo que a variação na crista da onda, que exibe o ato de
carregar e descarregar o capacitor denomina-se Ripple.

Os circuitos retificadores são circuitos cuja finalidade é obter corrente contínua (DC), a partir de
corrente alternada (AC). O processo de mudança de AC para DC que ocorre em uma fonte de
tensão geralmente é composto por pelas etapas de transformação, retificação, filtragem e
estabilização, onde o transformador tem a função de reduzir ou elevar a tensão disponível, que
será enviada ao retificador, onde a corrente AC, que é bidirecional, é convertida em uma
corrente unidirecional (DC). No filtro, é reduzida a pulsação da tensão através de capacitor, mas
resultando ainda em uma tensão com pequenas oscilações, conhecida como "ripple". Esse sinal
é estabilizado ou através de um regulador zener ou através de circuito integrado, como por
exemplo a série LM78XX. Por fim, a carga recebe essa tensão filtrada e regulada (estabilizada).

Dentro desse processo atuam os diodos e os tiristores, compostos por junções PN (positivo -
negativo) que são a justaposição de materiais semicondutores. Um diodo conduz corrente em
apenas um sentido, impedindo corrente reversa. O tiristor tem a função de abrir e fechar
circuitos com grandes cargas, como motores, eletroímãs e aquecedores, e converter AC em DC
ou DC em AC. Os tiristores possuem dois estados de funcionamento: o corte e a condução, sendo
assim dispositivos de comutação.
Os circuitos retificadores dividem-se em dois grupos principais, os de meia-onda e os de onda
completa.
Retificador de meia onda

CURSO DE TÉCNICO EM ELETRÔNICA NÍVEL I – PROF. MÁRCIO ROBERTO PATELLI Pg 46


AUTOSSUFICIÊNCIA E BEM ESTAR ESTACA JUNDIAÍ BRASIL REPRESA E FUNDO SOCIAL DE SOLIDARIEDADE DE JUNDIAÍ

O retificador de meia onda possui um diodo em série com uma resistência de carga. A ddp na
carga tem como saída uma senoide de meia onda. Logo a ddp média ou corrente contínua na
saída de uma resistência de meia onda é igual da amplitude máxima da tensão (tensão de pico).

O retificador de meia onda permite a passagem de apenas um dos semiciclos da tensão de


entrada para a saída.

Como a tensão na entrada é alternada, o diodo permitirá a passagem do sinal, quando estiver
diretamente polarizado, somente no semiciclo positivo, e quando estiver inversamente
polarizado, no semiciclo negativo.

Quando polarizado diretamente, obtêm-se, na saída, apenas a parte positiva da tensão. Apesar
de ser um sinal pulsante, a tensão é contínua pois não há inversão de sentido, ou seja, ela
trabalha somente com a parte positiva da senoide. Não existem muitas aplicações para este tipo
de sinal, pois ele é prejudicial aos componentes eletrônicos, sendo necessário tornar o sinal o
mais constante possível.

Sendo assim, deve ser implementado um filtro capacitivo no circuito.

Retificador de meia onda com filtro capacitivo e sinal de saída


Através do gráfico da imagem acima, percebe-se que, quando a tensão do secundário do
transformador atinge o ponto de disparo do diodo (que varia de acordo com seu material), o
capacitor se carrega, cuja tensão tende a se igualar à tensão de saída do circuito. Quando a
tensão senoidal começa a decair, o potencial da tensão do capacitor polariza reversamente o
diodo, fazendo com que o capacitor então se descarregue, até atingir um ponto em que seu
potencial seja menor que o potencial da tensão do secundário; nesse caso, o capacitor se carrega
novamente, mantendo assim um sinal positivo no circuito e fazendo com que a corrente seja
mais próxima de uma tensão contínua constante (linha reta, como em uma pilha ou bateria).

CURSO DE TÉCNICO EM ELETRÔNICA NÍVEL I – PROF. MÁRCIO ROBERTO PATELLI Pg 47


AUTOSSUFICIÊNCIA E BEM ESTAR ESTACA JUNDIAÍ BRASIL REPRESA E FUNDO SOCIAL DE SOLIDARIEDADE DE JUNDIAÍ

Retificador de onda completa

O enrolamento do transformador é dividido ao meio para adaptar duas tensões iguais em cada
uma das metades do enrolamento secundário, com polaridades indicadas.Quando a tensão da
linha é positiva, ambos os sinais vS serão positivos, D1 conduz e D2 está reversamente
polarizado. Quando a tensão da linha é contrária, as tensões vS serão negativas, D1 está
reversamente polarizado e D2 conduz. A corrente através de R sempre circula em um único
sentido, e vO é unipolar.

Processos de eletrólise geralmente contam com corrente contínua provinda de retificadores.


Retificador de onda completa utilizando transformador de derivação central (center-tap)
Nesse circuito, o transformador possui uma derivação no meio do secundário, com dois diodos
colocados de maneira que, tanto no semiciclo positivo como no negativo, a tensão na saída está
sempre no mesmo sentido:

Retificador de onda completa com derivação central (center tap)


No semiciclo positivo, o diodo D1 conduz e o D2 não, assim, tem-se V21 dividido por 2. Já no
semiciclo negativo D2 conduzira e D1 não, deste modo temos V22 dividido por 2.

Deve se notar que os diodos trabalham ao mesmo tempo, mantendo o transformador em curto
circuito.

Para realizar a filtragem, é utilizado o mesmo método de um retificador de meia onda: o filtro
capacitivo.

Este circuito é mais vantajoso que o de meia onda, pois a retificação ocorre nos dois semi-ciclos
da senoide.

Retificador de onda completa em ponte


O retificador de onda completa em ponte possui quatro diodos em um esquema denominado
Ponte.

CURSO DE TÉCNICO EM ELETRÔNICA NÍVEL I – PROF. MÁRCIO ROBERTO PATELLI Pg 48


AUTOSSUFICIÊNCIA E BEM ESTAR ESTACA JUNDIAÍ BRASIL REPRESA E FUNDO SOCIAL DE SOLIDARIEDADE DE JUNDIAÍ

No semiciclo positivo, D2 e D4 estão diretamente polarizados, enquanto D1 e D3 estão


inversamente polarizados. Já no semiciclo negativo acontece o contrario. As únicas diferenças
entre o retificador em ponte e o retificador com Center-tap é que a frequência no retificador
em ponte é maior e a tensão do secundário é a mesma na entrada e na saída.

Para tornar o sinal de saída mais constante, utilizamos o filtro capacitivo, deixando o sinal mais
constante sem a ondulação do sinal senoidal.
sinal senoidal de saída pós filtro capacitivo

14. Projeto de uma fonte ajustável para bancada.


Este é um circuito muito útil e simples e que todos devem ter a mão, na bancada ou no
laboratório de eletrônica. Ele é uma fonte ajustável de 1,5 até 13,5 Volts por 1 Ampere que usa
o circuito integrado regulador LM317T. Com essa faixa de tensão podemos usar essa fonte para
alimentar praticamente todos os equipamentos que vão aparecer em nossas mãos. Essa
realmente é uma fonte “parruda” de bancada já que lembramos que o LM317 tem proteção
contra curtos circuito e contra sobreaquecimentos, tornando essa fonte inqueimável, ou seja, a
prova de mancadas!

Através do ajuste do potenciômetro, a tensão de saída pode ser fixada em qualquer valor
intermediário, desde um mínimo de 1,5V até um máximo de 13,5V, com uma ótima precisão e
estabilidade. Por ter um regime de variação de resistência linear, o potenciômetro utilizado
pode ser facilmente dotado de um dial ou escala graduada. Essa escala é de simples confecção,
juntamente com um knob do tipo “indicador”, dará precisas indicações da tensão real de saída,
sem a necessidade prática de se anexar um módulo voltímetro ao circuito da fonte de bancada.

CURSO DE TÉCNICO EM ELETRÔNICA NÍVEL I – PROF. MÁRCIO ROBERTO PATELLI Pg 49


AUTOSSUFICIÊNCIA E BEM ESTAR ESTACA JUNDIAÍ BRASIL REPRESA E FUNDO SOCIAL DE SOLIDARIEDADE DE JUNDIAÍ

Escala graduada da Fonte de bancada ajustável estabilizada

Uma fonte de bancada normalmente tem no seu painel um voltímetro mas nem sempre
precisamos dessa comodidade, que só faria o tamanho da fonte crescer e os custos
aumentarem. Podemos, contudo simplesmente colocar uma escala graduada (figura abaixo)
no potenciômetro de ajuste, essa escala vai ter tensões marcadas a intervalos regulares. Essa
escala deve ser usada apenas para o usuário que tiver utilizado um potenciômetro convencional.

Na próxima página uma visão das ligações da placa, instalação do dissipador e a pinagens do
LM317T. Quem quiser um sistema com uma melhor precisão, poderá facilmente calibrar a sua
própria escala, com o auxilio de um bom voltímetro. Nesse caso, a escala em arco, inicialmente
deverá ser mantida em branco, Girando-se progressivamente o knob, desde o seu “encosto”
no extremo anti-horário, onde poderão ser demarcados a lápis os pontos principais de Tensão,
com a resolução que se queira e depois marcado definitivamente.

CURSO DE TÉCNICO EM ELETRÔNICA NÍVEL I – PROF. MÁRCIO ROBERTO PATELLI Pg 50


AUTOSSUFICIÊNCIA E BEM ESTAR ESTACA JUNDIAÍ BRASIL REPRESA E FUNDO SOCIAL DE SOLIDARIEDADE DE JUNDIAÍ

A limitação de Corrente é automáti-ca, a regulagem, estabilização e ripple são todos ótimos para
uma fonte de bancada deste porte. Realmente essa fonte é bem útil na bancada, caso você
queira, poderá substituir o transformador e a ponte de diodos retificadores por uma fonte
comum ou chaveada de 18 Volts, tipo as usadas em notebook .

CURSO DE TÉCNICO EM ELETRÔNICA NÍVEL I – PROF. MÁRCIO ROBERTO PATELLI Pg 51


AUTOSSUFICIÊNCIA E BEM ESTAR ESTACA JUNDIAÍ BRASIL REPRESA E FUNDO SOCIAL DE SOLIDARIEDADE DE JUNDIAÍ

15. Ferro de Solda e Sugador.

Muito conhecido pelos profissionais da eletrônica, vamos falar aqui sobre o ferro de solda. Uma
ferramenta que deveria ser mais explorada pelos eletricistas de manutenção residencial para
melhorar a qualidade das emendas através do estanho.

O ferro de soldar é uma ferramenta utilizada para as soldagens das conexões elétricas com
estanho.

Através do grande aquecimento em sua ponta o ferro de solda consegue atingir uma
temperatura suficiente para derreter um fio de estanho. Este fio é usando para fazer conexões
entre as trilhas de uma placa eletrônica e o componente que após o resfriamento permanece
fixo e com contato elétrico nos terminais.

A utilização do ferro de solda de modo a derreter o estanho por sobre uma emenda de cabos
garante uma boa conexão em uma emenda de cabos.

Segundo o meio de aquecimento, classifica-se em três tipos principais:

Ferro de soldar de aquecimento ao fogo;


Ferro de soldar a gás;
Ferro de soldar elétrico

O mais usado pelo eletricista e o técnico em eletrônica é o ferro de soldar elétrico que é
composto de uma ponta de cobre, fixada a um tubo metálico, dentro do qual está colocado o
resistor de aquecimento. O tubo termina num cabo isolante de onde sai um cordão flexível para
a ligação elétrica.

CURSO DE TÉCNICO EM ELETRÔNICA NÍVEL I – PROF. MÁRCIO ROBERTO PATELLI Pg 52


AUTOSSUFICIÊNCIA E BEM ESTAR ESTACA JUNDIAÍ BRASIL REPRESA E FUNDO SOCIAL DE SOLIDARIEDADE DE JUNDIAÍ

Realizar um bom trabalho com solda não é algo tão complicado, mas existem detalhes que
devem ser considerados para garantir a qualidade e chegar o mais próximo possível da chamada
solda perfeita. Para isto preparamos este artigo sobre como soldar com várias dicas que, aliadas
a um pouco de prática, tornarão você um ótimo fazedor de projetos eletrônicos.

Do que é feita a solda?


Tradicionalmente a solda é composta primordialmente por estanho (Sn) e chumbo (Pb) e
também com um pouco de outros metais para prover as características desejadas. Porém,
descobriu-se que o chumbo é um metal nocivo aos seres humanos e pode até levar ao
envenenamento. Com isto alguns países resolveram proibir o uso do chumbo na composição da
solda. Desta maneira surgiu a solda sem chumbo ou “lead-free” e ela se tornou o padrão na
fabricação de equipamentos eletrônicos.

Este é o equipamento principal para uma boa solda e vale a pena investir e comprar um de boa
qualidade. Ferros de solda não são muito caros e um bom ferro de solda tem uma bela relação
custo benefício deixando seu trabalho com uma melhor qualidade e também garantindo a
segurança de sua operação.

Se você poder de preferência para uma estação de solda com temperatura variável. As estações
de solda garantem que seu ferro de solda trabalhe na temperatura correta e que ela fique
constante, deixando o trabalho mais fácil e um melhor resultado final. Normalmente elas veem
com alguns acessórios para ajudar na utilização do ferro de solda como por exemplo um suporte
para o ferro de solda e uma esponja para limpar a ponta do ferro de solda.

Uma estação de solda é o ideal, mas se o valor fica fora de suas possibilidades, escolha um bom
ferro de solda de 30W de potência e fique atento para comprar a versão correta para tensão da
rede elétrica em sua casa. Normalmente isto é suficiente para a maioria dos projetos eletrônicos.

O sugador de solda é um equipamento que não deve faltar em sua bancada. Ele foi desenhado
para remover a solda de maneira fácil e permitir que você faça um trabalho de qualidade. Para

CURSO DE TÉCNICO EM ELETRÔNICA NÍVEL I – PROF. MÁRCIO ROBERTO PATELLI Pg 53


AUTOSSUFICIÊNCIA E BEM ESTAR ESTACA JUNDIAÍ BRASIL REPRESA E FUNDO SOCIAL DE SOLIDARIEDADE DE JUNDIAÍ

utilizá-lo basta armar o sugador pressionando o êmbolo até o fim, colocar a ponta de silicone
sobre a solda que deseja ser removida (e que deve estar em estado líquido) e, então, apertar o
botão que libera o êmbolo e suga a solda.

A importância da limpeza da ponta do ferro de solda


Manter a ponta o ferro de solda sempre limpa vai garantir melhor condução térmica e,
consequentemente, soldas melhores. Você deve limpar a ponta de seu ferro de solda sempre
que perceber que ela está ficando escura devido ao acúmulo de resíduos e oxidação. Para isto
você pode utilizar esponjas de aço ou outras que são específicas para a limpeza de ferros de
solda.

Depois de limpar a ponta do ferro de solda na esponja de aço, você pode passá-la sobre uma
esponja umedecida (destas de cozinha ou específicas para este caso) para ajudar na limpeza.

Não é recomendável a utilização de materiais que gerem muito atrito, como lixas, pois elas
podem desgastar rapidamente a ponta de seu ferro de solda. A remoção da camada de níquel
da ponta do ferro de solda irá reduzir consideravelmente a sua vida útil.

Com todas as dicas preliminares em mente, é hora de colocar tudo em prática:

Comece com uma boa limpeza da região onde a solda será aplicada.
Deixe o ferro de solda aquecer e atingir a temperatura necessária para fundir a solda. Algumas
estações de solda possuem um LED que indica quando isto aconteceu ou até mesmo um display
que mostra a temperatura do ferro de solda. Mas você pode ver se a temperatura está correta
tentando derreter um pouco de solda na ponta do ferro.

CURSO DE TÉCNICO EM ELETRÔNICA NÍVEL I – PROF. MÁRCIO ROBERTO PATELLI Pg 54


AUTOSSUFICIÊNCIA E BEM ESTAR ESTACA JUNDIAÍ BRASIL REPRESA E FUNDO SOCIAL DE SOLIDARIEDADE DE JUNDIAÍ

Coloque um pouco de solda na ponta do ferro de solda. Isto vai ajudar no processo de soldagem.
Evite deixar muita solta na ponta do ferro, pois pode formar uma gota e ela cair em seu circuito
causando curtos e atrapalhando o seu trabalho.
Agora basta encostar o ferro de solda na região que receberá a solda e deixá-lo transmitir calor
para aquecer o local. Em seguida aplique a solda sobre a região e ela derreterá ali mesmo.
Aplique a solda e deixe ela fluir até você perceber que colocou solda suficiente e, então, pare.
Aguarde alguns poucos segundos para a solda se solidificar e prender os componentes.
Pronto! Foi fácil, não é mesmo?
Fique atento para não colocar solda demais e causar curtos-circuitos. Se perceber que colocou
solda demais, remova a solda com um sugador e faça tudo de novo.

Tome cuidado pois alguns componentes poem ser danificados se ficarem muito quentes durante
o processo de soldagem. Para evitar que isto aconteça tente fazer a solda rapidamente para que
o componente não receba muito calor do ferro de solda.

Haverá muitos casos em que a solda não saíra com boa qualidade. Nestas ocasiões, é
recomendável remover tudo e iniciar o trabalho novamente.

Aos alunos e iniciantes, uma boa alternativa é treinar o procedimento de solda em aparelhos
antigos, que não funcionam mais. Depois de algumas tentativas, soldar vai se tornar algo bem
natural para você. Com o tempo você dominará a técnica e garantir que seu projetos fiquem
perfeitos.

Vamos aqui no curso ter oportunidade de treinar a soldagem com ferro e estanho durante a
montagem dos diversos circuitos propostos durante o curso.

16. Placa de Circuito Impresso

CURSO DE TÉCNICO EM ELETRÔNICA NÍVEL I – PROF. MÁRCIO ROBERTO PATELLI Pg 55


AUTOSSUFICIÊNCIA E BEM ESTAR ESTACA JUNDIAÍ BRASIL REPRESA E FUNDO SOCIAL DE SOLIDARIEDADE DE JUNDIAÍ

As placas de circuito impresso, ou PCBs, são feitas a partir de uma base não condutiva, como
fenolite ou fibra de vidro e cobertas por uma camada de cobre, que é um excelente condutor.
Durante a preparação da placa, todo o cobre, exceto aquele que fará as conexões dos
componentes, é retirado. Ou seja, é um processo subtrativo.

De maneira resumida a coisa é mais ou menos assim: o projeto da placa é desenhado sobre a
camada de cobre usando uma substância resistente. Isto pode ser feito com uma caneta
especial, através da transferência de algum material resistente para a placa ou até com a
utilização de um processo fotográfico que “imprime” na placa o desenho do que deve ser
preservado no processo de corrosão. A placa, já com a máscara aplicada, é mergulhada então
em um banho em uma substância corrosiva que irá corroer o cobre não protegido e deixar
apenas as áreas cobertas. As áreas protegidas não são afetadas, deixando as trilhas necessárias
na placa. Depois é só lavar remover a camada de proteção que ficou sobre o cobre, lavar, furar
e usar!

Materiais para confecção das placas de circuito impresso


Antes de começar é fundamental ter todo o material que você irá precisar para o processo. Veja
a nossa lista:

CURSO DE TÉCNICO EM ELETRÔNICA NÍVEL I – PROF. MÁRCIO ROBERTO PATELLI Pg 56


AUTOSSUFICIÊNCIA E BEM ESTAR ESTACA JUNDIAÍ BRASIL REPRESA E FUNDO SOCIAL DE SOLIDARIEDADE DE JUNDIAÍ

Placa de circuito impresso virgem: ela deve estar cortada no tamanho necessário para seu
projeto. Sua placa pode ser de fenolite ou fibra de vidro e você encontra isto em quase toda loja
de componentes eletrônicos. Se a placa vier em tamanho maior do que você precisa, você
poderá cortá-la, mas tenha um pouco de paciência para garantir que tudo saia bem.
Diagrama de seu projeto: O ideal é fazer o diagrama da placa em algum programa próprio para
isto ou fazer a mãos mesmo se o projeto for simples.. Depois que você fizer seu diagrama
imprima ele em papel. Mas lembre-se de que você deve imprimir espelhado, já que
normalmente os softwares de design oferecem uma visão de cima da placa, e você irá desenhar
a parte de baixo. Também é bom imprimir uma versão sem espelhar com o desenho dos
componentes para te guiar durante a montagem.
Solução de Percloreto de Ferro: esta é a solução que você usará no processo de corrosão. Você
pode comprar a solução pronta ou o percloreto em sua forma sólida e ai dissolvê-lo em água.
Mas CUIDADO, deixe o percloreto sempre bem guardado em um vasilhame que possa ser
hermeticamente fechado e que não seja metálico. E mais cuidado ainda para não deixar o
percloreto entrar em contato com os móveis de sua casa ou com objetos de metal, onde ele
encostar o estrago é garantido.
Perfurador de placa: uma das tarefas mais pentelhas ao montar sua placa de circuito impresso
é justamente perfurar as vias para a inserção dos componentes. Uma das melhores maneiras de
fazer isto em sua casa é com um perfurador manual que parece um grampeador de papel. Você
também pode usar o Dremel com uma broca bem fininha e até uma furadeira, mas acho que o
furador manual é MUITO mais prático (além de bem mais barato).
Caneta para circuito impresso: você precisa de uma caneta com tinta resistente ao processo de
corrosão para desenhar seu diagrama na placa. Existem canetas que são vendidas especialmente
para este fim, mas a boa nóticia é que marcadores permanentes como o Sharpie e canetas para
retroprojetor também funcionam perfeitamente.
Régua e cortador de placa: estes dois equipamentos serão utilizados para você deixar sua placa
no tamanho necessário para seu projeto. A régua nada mais é que um pedaço de metal que você
pode usar para guiar o cortado sobre a placa. Em alguns casos a régua possui dois pedaços de
metal e um parafuso com borboleta para que ela fique fixa na placa. Se o seu não tiver isto, não
tem problema, mas você precisará segurar bem firme a régua sobre a placa. O cortador nada
mais é que um pino de metal com a ponta bem afiada. Se você não conseguir um, pode obter o
mesmo efeito com um prego grande com a ponta afiada numa lixo ou com o Dreme.
Além destes materiais básicos, pode ser bom ter alguns outros a sua mão como por exemplo:

Lixa de papel: uma lixa de papel bem fininha pode ser bem útil para dar um acabamento final na
placa e até para remover qualquer irregularidade não desejada. Algumas vezes depois de fazer
a perfuração você pode ficar com algumas limalhas de cobre nas vias (buracos) e que devem ser
retiradas para evitar dificuldades na inserção dos componentes e na solda. De preferência para
uma lixa bem fina (com grãos bem pequenos).
Uma haste de metal bem fininha: ela pode ser usada para dar uma alargadinha nos furos quando
eles forem muito pequenos para os terminais dos componentes. Eu uso uma daquelas que vem
no kit de ferramentas para soldagem.
Nas lojas de material para eletrônica você também pode comprar um kit completo para placas
de circuito impresso.

Siga o passo a passo com as imagens a seguir.

CURSO DE TÉCNICO EM ELETRÔNICA NÍVEL I – PROF. MÁRCIO ROBERTO PATELLI Pg 57


AUTOSSUFICIÊNCIA E BEM ESTAR ESTACA JUNDIAÍ BRASIL REPRESA E FUNDO SOCIAL DE SOLIDARIEDADE DE JUNDIAÍ

CURSO DE TÉCNICO EM ELETRÔNICA NÍVEL I – PROF. MÁRCIO ROBERTO PATELLI Pg 58


AUTOSSUFICIÊNCIA E BEM ESTAR ESTACA JUNDIAÍ BRASIL REPRESA E FUNDO SOCIAL DE SOLIDARIEDADE DE JUNDIAÍ

CURSO DE TÉCNICO EM ELETRÔNICA NÍVEL I – PROF. MÁRCIO ROBERTO PATELLI Pg 59


AUTOSSUFICIÊNCIA E BEM ESTAR ESTACA JUNDIAÍ BRASIL REPRESA E FUNDO SOCIAL DE SOLIDARIEDADE DE JUNDIAÍ

17. Transistor
O que é um transistor?

A forma mais simples de responder esta


pergunta seria afirmar que o transistor é o
substituto da válvula eletrônica. Mas,
neste caso, será necessário explicar o que
são (sim, o verbo está no presente porque
ainda existem, embora raras) válvulas
eletrônicas. Menos mal, porque o termo
“válvula” tem um significado amplamente
conhecido que pode ajudar a esclarecer a
coisa.

Senão, vejamos: uma válvula eletrônica


regula o fluxo de elétrons (ou corrente
elétrica) em um condutor elétrico da
mesma forma que uma válvula hidráulica regula o fluxo de água (ou vazão) em um cano – que,
usando a mesma analogia, pode ser considerado um “condutor hidráulico”.

E como funciona uma válvula hidráulica?

Bem, isso sabemos todos: totalmente aberta, deixa passar toda a corrente de água. Totalmente
fechada, interrompe inteiramente esta corrente. E mantida em qualquer posição intermediária,
regula a vazão (ou volume de água que flui na unidade de tempo) entre estes dois limites.

Válvulas eletrônicas fazem essencialmente a mesma coisa com a corrente elétrica, análoga à
vazão no exemplo acima. Por isto, nos circuitos eletrônicos usados nos antigos aparelhos de
rádio, válvulas eram empregadas como amplificadores de corrente, pois permitiam reproduzir
as oscilações da débil corrente elétrica do sinal captado pela antena, ampliando-as até a
corrente de maior intensidade exigida pelo alto-falante para reproduzir o som. Os rádios
modernos empregam transistores para desempenhar exatamente a mesma função em
aparelhos de menores dimensões que consomem muito menos potência (quem desejar mais
detalhes sobre o funcionamento interno de válvulas e transistores pode encontrá-los na coluna
“Válvulas e transistores”).

Mas, no que toca aos computadores, não nos interessa o papel de amplificador de corrente que
o transistor pode desempenhar. Isto porque os computadores – ou pelo menos seus principais
componentes, como o microprocessador ou Unidade Central de Processamento e circuitos
auxiliares – usam a chamada “lógica binária” ou “lógica digital” para executarem suas operações
internas.

A lógica digital é um ramo peculiar da lógica matemática que por sua vez é um ramo da lógica
formal. A peculiaridade consiste no fato de que suas variáveis podem assumir apenas dois
valores mutuamente exclusivos: verdadeiro ou falso, jamais um valor intermediário.

Estes dois valores são usados para representar os algarismos “um” e “zero” empregados nas
operações internas dos computadores. Desta forma podemos afirmar que “Verdadeiro = 1” e
“Falso = 0” e, apenas com estes dois algarismos, representar todos os números no sistema
numérico binário, ou de base 2 (quer saber mais sobre ele? Consulte a coluna “Bits e Bytes”).

E que têm os transistores a ver com isto?

CURSO DE TÉCNICO EM ELETRÔNICA NÍVEL I – PROF. MÁRCIO ROBERTO PATELLI Pg 60


AUTOSSUFICIÊNCIA E BEM ESTAR ESTACA JUNDIAÍ BRASIL REPRESA E FUNDO SOCIAL DE SOLIDARIEDADE DE JUNDIAÍ

Muito. Porque além de amplificar uma corrente elétrica eles podem ser usados em circuitos
onde assumem apenas as duas posições extremas: totalmente “fechados” ou totalmente
“abertos”. Explicando melhor: podem ser ajustados apenas para interromper inteiramente uma
corrente elétrica (se “fechado”) ou para deixá-la passar integralmente (quando “aberto”), em
uma função idêntica à dos interruptores comuns, destes usados para acender lâmpadas.

Sendo assim, o transistor pode ser concebido como se estivesse permanentemente


respondendo à pergunta: “uma corrente elétrica escoa pelo condutor?”

Se o transistor está aberto, a resposta é “Verdadeiro” e representa o algarismo “um”. Se, ao


contrário, estiver fechado, a resposta é “Falso” e representa o algarismo “zero”.

Resumindo: o transistor é o mais importante componente dos circuitos eletrônicos digitais que
formam as entranhas de nossos computadores onde sua única função é atuar de forma análoga
a um interruptor de corrente controlado eletricamente.

Mas o que isto quer dizer exatamente? E como ele funciona na prática (ou seja, como fazê-lo
“abrir” e “fechar” usando apenas a eletricidade)? Vejamos.

O transistor foi criado em 1948 como resultado das pesquisas conjuntas de três físicos, John
Bardeen, Walter Brattain e William Shockley e foi considerado tão importante que levou o trio
a ser laureado com o Nobel de Física pelo seu feito apenas oito anos depois, em 1956. Ele
consiste de uma partícula de material semicondutor como o silício (ou seja, cuja capacidade de
conduzir corrente elétrica se situa entre as dos materiais condutores e isolantes) à qual foi
agregada uma pequena porção de um tipo determinado de impureza, como o germânio (ao
pessoal com formação técnica e aos críticos de plantão: sim, a explicação é altamente
simplificada, mas se presta à finalidade desta coluna que, convém lembrar, é dirigida a leigos).
Esta impureza faz com que o material passe ou a conduzir corrente de forma semelhante a um
condutor verdadeiro, com baixíssima resistência elétrica, ou a impedir completamente sua
passagem, como um isolante, dependendo das circunstâncias.

A este pequeno dispositivo são ligados três terminais que


recebem o nome de “emissor”, “coletor” e “base”. Alguns
exemplares são vistos na Figura ao lado. Para que se tenha
uma ideia de suas dimensões: a parte central circular do
maior deles mede menos de 2 cm de diâmetro. O menor,
embaixo, mede não mais que alguns milímetros. Ainda
assim, estas dimensões devem-se quase que
exclusivamente ao invólucro, ou “encapsulamento”, posto
que o transistor propriamente dito pode ser microscópico
(os usados nos processadores modernos, como veremos
nas colunas seguintes, medem apenas alguns bilionésimos
de milímetro). Ora, como uma válvula comum é mais ou
menos do tamanho de uma lâmpada incandescente de
tamanho médio, é fácil entender porque praticamente
desapareceram, substituídas pelos transistores que
cumprem as mesmas funções. Nos circuitos eletrônicos o
transistor costuma ser representado pelo símbolo exibido na próxima figura.

CURSO DE TÉCNICO EM ELETRÔNICA NÍVEL I – PROF. MÁRCIO ROBERTO PATELLI Pg 61


AUTOSSUFICIÊNCIA E BEM ESTAR ESTACA JUNDIAÍ BRASIL REPRESA E FUNDO SOCIAL DE SOLIDARIEDADE DE JUNDIAÍ

Nos circuitos digitais seu funcionamento é muito simples. Emissor e coletor são conectados em
série a um circuito elétrico que pode ou não ser alimentado por uma corrente. A base é ligada a
outro ponto do circuito cuja finalidade é controlar o estado do transistor. Quando uma tensão
elétrica é aplicada à base, o transistor “abre”, ou seja, funciona como condutor, permitindo que
uma corrente elétrica flua entre emissor e coletor e alimente o circuito ao qual está ligado.
Quando a tensão aplicada à base é nula, o transistor “fecha” e se comporta como um isolante,
impedindo o fluxo da corrente e cortando a alimentação do circuito.

Como é possível que uma coisa tão simples e tão pequena tenha se tornado importante a ponto
de mudar o comportamento da sociedade em menos de meio século?

O transistor é uma das revoluções do século 20. Sua invenção possibilitou a criação de
dispositivos eletrônicos cada vez mais avançados, como os computadores, e está relacionado a
praticamente uma revolução no modo de vida das pessoas.

Tipos de transistores e suas aplicações


Existem muitos tipos diferentes de transistores e cada um deles varia em suas características,
vantagens e desvantagens. Alguns tipos de transistores são usados principalmente na
comutação. Outros podem ser usados tanto como interruptores quanto para a amplificação.
Ainda outros transistores estão em um grupo especializado próprio, tais como fototransistores,
que respondem à quantidade de luz que brilha sobre ele para produzir fluxo de corrente.

Conhecendo o transistor e seus princípios de funcionamento


Na prática os transistores utilizam uma pequena corrente elétrica que os alimenta para controlar
o nível de carga em outros dois terminais integrantes. Existem dois tipos básicos de transistor
que são: transistor bipolar de junção (TBJ) e transistor de efeito de campo (FET). Analisemos o
primeiro tipo detalhadamente a seguir, ressaltando algumas de suas características mais
importantes. Os transistores de efeito de campo serão apresentados em um próximo artigo,
incluindo dispositivos avançados nessa categoria.

Transistor Bipolar de Junção


A estrutura de um TBJ corresponde a dois diodos de junção PN, representados pelas fronteiras
entre os terminais que constituem o transistor. Sabendo que um diodo opera em 3 regiões

CURSO DE TÉCNICO EM ELETRÔNICA NÍVEL I – PROF. MÁRCIO ROBERTO PATELLI Pg 62


AUTOSSUFICIÊNCIA E BEM ESTAR ESTACA JUNDIAÍ BRASIL REPRESA E FUNDO SOCIAL DE SOLIDARIEDADE DE JUNDIAÍ

distintas que seriam de condução (polarização direta), corte (polarização reversa) e ruptura
(polarização reversa), apenas a última delas não pode ser adaptada ao transistor em questão.

As regiões constituintes de um transistor bipolar de junção ou TBJ são: emissor, base e coletor.
As junções PN que nele existem seriam as fronteiras entre os terminais que identificam esse
semicondutor aonde E representa o emissor, B a base e C o coletor.

Modo de Operação do TBJ


Existem dois extremos que são regiões diferenciadas entre si pela quantidade de cargas
negativas (elétrons), na configuração que define o transistor de junção. No meio há uma zona
de equilíbrio entre cargas de naturezas opostas (+ e -) que seria a região de depleção após
dopados emissor e coletor, aonde o primeiro terá elétrons em grande quantidade, sendo que o
coletor receberá cargas provenientes do emissor. Na base que localiza-se entre as regiões
extremas que identificam o transistor, existem portadores de carga que irão transferir os
elétrons entre uma região e outra. Apresentamos abaixo como ocorre todo o processo.

A junção JEB (entre emissor e base) está polarizada diretamente o que reduz a região de
depleção e passa a ser portanto condutora;
Algumas cargas provenientes do emissor apenas irão ocupar pequenos espaços na região
intermediária (base) em virtude de aspectos como dopagem e construção que proporciona uma
menor excitação nesse meio;
Esses elétrons combinados a lacunas constituem a corrente que flui pela base a qual chamamos
de IB;
A maior parte dos elétrons presentes na base são transportados para o coletor devido à energia
acumulada nessa região, resultante da polarização de JEB, além da distribuição dessas cargas
que favorece o deslocamento. O coletor possui tal nome porque sua função é captar os elétrons
enviados pelo emissor;
Ocorre polarização reversa da junção JCB (entre coletor e base) criando campo elétrico que atrai
as cargas no coletor;
Essas cargas constituem a corrente que percorre a região do coletor, sendo que ela é bem maior
que a da base, ou seja, IC >> IB;
A base essencialmente controla o fluxo de portadores de cargas para deslocá-las entre emissor
e coletor.
Configurações de um transistor (montagens)
Conhecendo um pouco mais a fundo sobre as disposições em que podemos encontrar os
componentes de qualquer transistor, abordamos a seguir possíveis montagens que o definem.
Ao todo existem 3 tipos fundamentais.

Arranjos de Transistor podem ser:

Base Comum (BC)

CURSO DE TÉCNICO EM ELETRÔNICA NÍVEL I – PROF. MÁRCIO ROBERTO PATELLI Pg 63


AUTOSSUFICIÊNCIA E BEM ESTAR ESTACA JUNDIAÍ BRASIL REPRESA E FUNDO SOCIAL DE SOLIDARIEDADE DE JUNDIAÍ

Emissor Comum (EC)


Coletor Comum (CC)
O nome “comum” é referência à ligação entre a zona que identifica o componente e a terra,
podendo ser qualquer uma das três por nós conhecidas e mencionando uma referência que
define aonde o sinal entrará e sairá nele.

Base Comum

Entrada do Sinal: Entre emissor e base;

Saída do Sinal: Entre coletor e base;

Base é o ponto comum do qual partem e no qual chegam sinais.

Características

Ganho de corrente (Gi) menor que a unidade, ganho de tensão (Gv) elevado, resistência de
entrada (RIN) baixa e resistência de saída (ROUT) alta.

Emissor Comum

CURSO DE TÉCNICO EM ELETRÔNICA NÍVEL I – PROF. MÁRCIO ROBERTO PATELLI Pg 64


AUTOSSUFICIÊNCIA E BEM ESTAR ESTACA JUNDIAÍ BRASIL REPRESA E FUNDO SOCIAL DE SOLIDARIEDADE DE JUNDIAÍ

Entrada do Sinal: Entre base e emissor;

Saída do Sinal: Entre coletor e emissor;

Emissor é ligado à terra sendo que dele partem duas correntes e nele chega uma terceira que
seria aquela que o identifica (IE).

Características

Ganho de corrente (Gi) elevado, ganho de tensão (Gv) elevado, resistência de entrada (RIN)
média e resistência de saída (ROUT) alta
Coletor Comum

transistor de coletor comum

Configuração também conhecida como Seguidor de Emissor

CURSO DE TÉCNICO EM ELETRÔNICA NÍVEL I – PROF. MÁRCIO ROBERTO PATELLI Pg 65


AUTOSSUFICIÊNCIA E BEM ESTAR ESTACA JUNDIAÍ BRASIL REPRESA E FUNDO SOCIAL DE SOLIDARIEDADE DE JUNDIAÍ

Entrada do Sinal: Entre base e coletor;

Saída do Sinal: Do circuito de emissor;

Coletor é ligado à terra sendo que dele parte apenas uma corrente (IC) que une-se a IB
constituindo a terceira corrente que escoa pelo emissor (IE).

Características

Ganho de corrente (Gi) elevado, ganho de tensão (Gv) menor que ou igual a 1, resistência de
entrada (RIN) muito elevada e resistência de saída (ROUT) muito baixa.

Funcionamento do Transistor (Zonas de Operação)


As zonas em que opera um determinado transistor são em número de quatro: região de corte,
zona ativa, região de saturação e região de ruptura.

Zona Ativa
Condições para operar nessa região:

* Junção base-emissor diretamente polarizada → VBE > tensão limiar;

* Junção base-coletor inversamente polarizada → 0 < VBC < VCC e

* 0 < VCE < VCC

Obs.: Tensão limiar é definida pelo material com que é feito o transistor, caso seja o silício, o
valor dessa grandeza será de 0,6 V.

* Corrente do coletor determinada pela expressão IC = βCC x IB, onde βCC é o ganho estático de
corrente do transistor (relação entre as correntes que sai pelo coletor e que entra no emissor);

* Amplificação de sinal da tensão (variável) com ganho da ordem de centenas.

Zonas de Corte e Saturação


Operando nas regiões de corte e saturação um transistor assume o comportamento de uma
chave, ou seja, interruptor aberto ou fechado. Em eletrônica digital essas duas situações do
dispositivo a que se assemelha equivalem respectivamente a valores lógicos do tipo 0 e 1 (falso
ou verdadeiro).

Na zona de corte o transistor equivale a um interruptor aberto quando no coletor a corrente


será nula. Logo a tensão entre coletor e emissor, equivale a tensão contínua aplicada sobre ele
(VCE = VCC). Nesse caso IB ≅ 0.

Na zona de saturação o transistor corresponde a um interruptor fechado. Dessa forma a tensão


entre coletor e emissor será praticamente nula (da ordem de 0,2 V para transistores de silício)
e a corrente no coletor atinge seu valor máximo limitada apenas pela resistência associada ao
mesmo. IC = VCC / RC. Temos ainda que a corrente no coletor deve ser infinitamente menor que
a da base e a tensão entre base e emissor VBE será de 0,7 V para transistores de silício.

CURSO DE TÉCNICO EM ELETRÔNICA NÍVEL I – PROF. MÁRCIO ROBERTO PATELLI Pg 66


AUTOSSUFICIÊNCIA E BEM ESTAR ESTACA JUNDIAÍ BRASIL REPRESA E FUNDO SOCIAL DE SOLIDARIEDADE DE JUNDIAÍ

Região de Ruptura (Breakdown)


Existe um valor limite de tensão especificado, acima do qual o transistor sofre algum dano ou
avaria. Tal valor máximo nunca poderá ser portanto ultrapassado quando da operação nessa
zona.

Região de funcionamento do transistor

Aplicações Comerciais de Transistores


As principais aplicações de transistores seriam como amplificadores de corrente ou tensão e
como controle ON-OFF (chaves do tipo liga-desliga). A única maneira na qual o transistor é capaz
de funcionar seria quando encontra-se polarizado.

Como todo componente eletrônico a tensão aplicada a eles não pode sofrer variações bruscas,
dessa forma temos que definir a região em que irão operar sob corrente contínua, isso está
relacionado diretamente à aplicação em que se deseja introduzi-los.

Vamos explorar em detalhes um dos casos principais de aplicação do transistor.

CURSO DE TÉCNICO EM ELETRÔNICA NÍVEL I – PROF. MÁRCIO ROBERTO PATELLI Pg 67


AUTOSSUFICIÊNCIA E BEM ESTAR ESTACA JUNDIAÍ BRASIL REPRESA E FUNDO SOCIAL DE SOLIDARIEDADE DE JUNDIAÍ

TBJ como chave

Conclusões
Os transistores fazem parte de inúmeros circuitos sejam analógicos ou digitais, desempenhando
importante papel. Com a evolução dos sistemas computacionais, houve a necessidade quanto a
substituição das antigas válvulas que os integravam por dispositivos mais modernos e capazes
de amplificar um sinal transferido. Então surgem os transistores utilizados em diversos
equipamentos como rádio e televisão modernos. Isso representa um avanço importante na
eletrônica de potência, gerando sistemas com dimensões reduzidas e muito mais eficientes na
transferência de corrente, pois são baseados em diodos (componentes que possuem condução
unilateral e facilmente polarizáveis).

E no microchip de um computador, como os transistores funcionam?


Tudo que você precisa saber é que um transistor funciona como um amplificador ou um
interruptor, usando uma pequena corrente para ligar um maior. Mas há uma outra coisa que
vale a pena saber: como tudo isso ajuda os computadores a armazenar informações e tomar
decisões?

Podemos colocar alguns transistores comutadores juntos para fazer algo chamado uma porta
lógica, que compara várias correntes de entrada e dá uma saída diferente como resultado. As

CURSO DE TÉCNICO EM ELETRÔNICA NÍVEL I – PROF. MÁRCIO ROBERTO PATELLI Pg 68


AUTOSSUFICIÊNCIA E BEM ESTAR ESTACA JUNDIAÍ BRASIL REPRESA E FUNDO SOCIAL DE SOLIDARIEDADE DE JUNDIAÍ

portas lógicas permitem que os computadores tomem decisões muito simples usando uma
técnica matemática chamada álgebra booleana. Seu cérebro toma decisões da mesma maneira.
Por exemplo, usando “entradas” (coisas que você sabe) sobre o tempo e o que você tem em sua
casa, você pode tomar uma decisão como esta: “Se está chovendo E eu tenho um guarda-chuva,
vou fazer compras”. Esse é um exemplo de álgebra booleana usando o que é chamado do
operador AND. Você pode tomar decisões semelhantes com outros operadores. “Se está
ventando OU está nevando, então eu vou colocar um casaco” é um exemplo de usar um
operador OR. Ou “Se está chovendo E eu tenho um guarda-chuva OU eu tenho um casaco, então
posso sair”. Usando AND, OR e outros operadores chamados NOR, XOR, NOT e NAND,
computadores podem adicionar ou comparar números binários. Essa ideia é a pedra
fundamental dos programas de computador: a série lógica de instruções que fazem os
computadores fazerem as coisas.

Normalmente, um transistor de junção está “desligado” quando não há corrente de base e passa
para “ligado” quando a corrente de base flui. Isso significa que é preciso uma corrente elétrica
para ligar ou desligar o transistor. Mas transistores como este podem ser conectados com portas
lógicas para que suas conexões de saída retornem para suas entradas. O transistor permanece
ligado mesmo quando a corrente de base é removida. Cada vez que uma nova corrente de base
flui, o transistor liga ou desliga. Ele permanece em um desses estados estáveis ??(ligado ou
desligado) até que outra corrente apareça para mudar seu estado. Este tipo de arranjo é
conhecido como flip-flop e transforma um transistor em um dispositivo de memória simples que
armazena um zero (quando está desligado) ou um (quando está ligado). Flip-flops são a
tecnologia básica por trás chips de memória do computador. Analisando esses milhões de zeros
e uns contidos em um chip é que um computador é capaz de executar certas ações. Por exemplo,
uma certa combinações de zeros e uns que saem do chip pode significar um “A” aparecendo na
sua tela. Simples, não? Uma beleza da engenharia moderna!

18. Tiristores, SCR e Triac

CURSO DE TÉCNICO EM ELETRÔNICA NÍVEL I – PROF. MÁRCIO ROBERTO PATELLI Pg 69


AUTOSSUFICIÊNCIA E BEM ESTAR ESTACA JUNDIAÍ BRASIL REPRESA E FUNDO SOCIAL DE SOLIDARIEDADE DE JUNDIAÍ

Tiristores são diodos especiais com um terminal de disparo, existem dois tipos de tiristores.

SCR para ser utilizado em projetos alimentados por corrente contínua.

TRIAC para ser utilizado em projetos alimentados por corrente alternada. Note que o TRIAC é
formado basicamente por dois SCR‘s internos ligados em paralelo, um ao contrário do outro.

Os tiristores mais utilizados tem seu código inciando com TIC, o TIC106 é um dos SCR´s mais
utilizados, dentre os TRIAC´s de maior utilização destaco o TIC226.

Uma aplicação comum dada aos SCR´s é o controle de fontes chaveadas, e os TRIAC´s são muito
utilizados em circuitos onde haja a necessidade do controle da corrente elétrica, controles de
temperatura (termostatos), luminosidade(dimer)

Na figura anterior, vemos que o motor só irá funcionar quando a chave S1 for acionada, desta
maneira através da chave S1 e R1 o terminal GATE do SCR será polarizado e desta maneira
ocorrerá a condução entre o Anodo e Catodo do SCR.

CURSO DE TÉCNICO EM ELETRÔNICA NÍVEL I – PROF. MÁRCIO ROBERTO PATELLI Pg 70


AUTOSSUFICIÊNCIA E BEM ESTAR ESTACA JUNDIAÍ BRASIL REPRESA E FUNDO SOCIAL DE SOLIDARIEDADE DE JUNDIAÍ

Teste de SCR e TRIAC com Multímetro Analógico


Um SCR pode ser comparado a um diodo comum controlado pela entrada "gate". Sem sinal no
gate, ele não conduz. Com uma tensão adequada no gate, ele é disparado e passa a conduzir em
uma única direção como um diodo comum. O TRIAC opera de forma similar, mas a condução é
bidirecional. Tanto o SCR quanto o TRIAC, uma vez disparado, a condução se mantém enquanto
houver corrente circulando, independente do sinal no gate.

O teste deve começar pela medição da resistência, que deve ser alta nos dois sentidos. Para
verificar o disparo, mantendo as pontas conectadas ao dispositivo, provocar um breve curto
entre o lado de tensão positiva e o gate. Isso provoca o disparo do SCR ou TRIAC e ele passa a
conduzir, o que é observado pela baixa resistência indicada no instrumento. Estando o
componente em boas condições e continuando as pontas conectadas, o estado de condução
deve permanecer mesmo após a remoção do curto.

CURSO DE TÉCNICO EM ELETRÔNICA NÍVEL I – PROF. MÁRCIO ROBERTO PATELLI Pg 71


AUTOSSUFICIÊNCIA E BEM ESTAR ESTACA JUNDIAÍ BRASIL REPRESA E FUNDO SOCIAL DE SOLIDARIEDADE DE JUNDIAÍ

Informações sobre o autor.

Márcio Roberto Patelli nasceu em


1970 na cidade de Jundiaí – SP.
Residente em Jundiaí, casado, pai de
três filhos e mais três filhos do
coração. Cristão SUD e adepto ao
voluntariado com Formação em
eletrotécnica e eletrônica pelo
Centro Paula Souza de São Paulo,
Ciência Politicas EAD pela USP, com
mais de 30 cursos de especialização
na área de eletrônica em reparos de
equipamentos.

Autor de artigos diversos em sites como Familia.com.br e de diversas


apostilas e cursos como: Curso de Eletrônica Básica, Técnico em Reparos de
Eletrodomésticos, Técnico em TV Led, Apostila de Armazenamento de
Alimentos entre outros.

CURSO DE TÉCNICO EM ELETRÔNICA NÍVEL I – PROF. MÁRCIO ROBERTO PATELLI Pg 72

Você também pode gostar