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Anotações:
● Jesus amou a Cruz.
● Viver o mandamento do amor no mundo intolerante de hoje.
● A igreja além de catequizar, tem que viver os ensinamentos.
● Único mandamento de Cristo.
EG 16
Evangelho Jo 20, 19-23
Anotações:
● O Espírito Santo é soprado no dia da Páscoa, já a festa de
Pentecostes ocorre 50 dias após o Domingo da Ressurreição.
● Atos dos Apóstolos: “Evangelho” do Espírito Santo.
● Papa Francisco nomeia cardeal dalit/intocável (termo usado
para designar as pessoas que, dentro dos costumes hindus
baseados nas leis de Manu, foram expulsos de sua casta. Isto é,
pessoas que cometeram algum delito grave, como roubo,
estupro, assassinato… Filhos e netos de dalits também são
dalits, pois o karma de pais e filhos é interligado).
● Comunidade Eclesial de Base - Como viver de modo missionário?
● Batismo do Espírito Santo.
EG 17
Evangelho Jo 16, 12-15
EG 21
Evangelho de Lucas 10, 25-37
EG 22
Evangelho de Lucas 10, 38-42
EG 23
Evangelho de Lucas 11, 1-13
Após a acolhida de Jesus na casa das irmãs Marta e Maria, texto lido
refletido no domingo passado, o evangelista Lucas nos apresenta uma
verdadeira catequese sobre a oração, ainda no contexto do longo
caminho para Jerusalém. O texto evangélico que a liturgia deste
décimo sétimo domingo do tempo Comum nos oferece é, exatamente,
essa catequese: Lc 11,1-13. É muito importante recordar que o
caminho proposto por Jesus e evidenciado por Lucas, não se resume a
um movimento físico, mas é uma metáfora da própria vida e,
especialmente, da vida cristã. Por isso, além do movimento, o
evangelista faz questão de mostrar momentos estáveis de paradas,
nas quais Jesus ensina, visita pessoas e pára para rezar.
Convém mencionar que, além de Lucas, também Mateus apresenta a
oração ensinada por Jesus aos seus discípulos, transmitida pelas
tradições cristãs com o título de “Pai Nosso”. Há uma pequena
diferença entre as duas versões, como são diferentes também os
contextos em que cada um a apresenta. Porém, a essência é a mesma
em ambas as versões. A de Lucas é um pouco mais breve, por isso,
considerada pela maioria dos estudiosos, a que corresponde melhor
às palavras de Jesus. Supõe-se que Mateus adaptou-a às
necessidades de suas comunidades, enquanto Lucas a conservou em
sua forma mais original.
Ainda a nível de contexto, convém recordar que Lucas é, por
excelência, o evangelho da oração; ele faz referência a Jesus
rezando/orando sete vezes, do batismo à paixão, o que corresponde
exatamente à totalidade do seu ministério (cf. 3,21; 5,16; 6,12; 9,18;
9,28-29; 11,1; 22,41). Obviamente, o evangelista quer mostrar que a
oração foi o grande alimento de Jesus em sua vida pública. Foi pela
força da oração que Ele levou a cumprimento o projeto do Pai em sua
vida. Outro dado, não menos importante, é o fato de ser Lucas aquele
que mais apresenta Jesus em relação de acolhida e atenção para com
os pobres, as mulheres e os pecadores; constituindo como o
Evangelho da misericórdia, por excelência. Certamente, a explicação
para tudo isso está no fato de Jesus rezar constantemente, e claro,
a oração era determinante para o seu agir, como deve ser para cada
cristão e cristã. Podemos dizer, então, que Lucas apresenta com o
exemplo de Jesus, a oração conjugada às suas implicações concretas,
principalmente à atenção aos mais necessitados. É comum, portanto,
Lucas afirmar que “Jesus estava rezando num certo lugar” (v. 1a).
Independente das circunstâncias, Jesus reservava sempre uma parte
do seu tempo para a oração, seu colóquio com o Pai. Sabemos que o
contexto em questão é o da viagem para Jerusalém. É muito
interessante que “Quando terminou, um de seus discípulos pediu-lhe:
Senhor, ensina-nos a rezar, como também João ensinou a seus
discípulos” (v. 1b). Certamente, era bonito seu jeito de rezar. Pelas
entrelinhas do texto, podemos afirmar que os discípulos estavam
olhando-o, admirados. Tanto que não ousaram interrompê-lo, mas
esperaram que terminasse. Impressionados, tiveram vontade de
fazer o mesmo. Talvez, e muito provavelmente, estavam angustiados
porque conviviam com Ele há tanto tempo e ainda não tinham
aprendido muita coisa, nem mesmo a rezar como Ele. E, o discípulo
tem o dever de tornar-se parecido com o mestre, portanto, deve agir
como ele, inclusive no jeito de rezar.
Todo mestre ou rabino tinha um jeito próprio de conduzir o seu
grupo, com seus ensinamentos e fórmulas, inclusive, de oração.
Geralmente, essas orações eram síntese da espiritualidade do grupo
ou movimento. Parece que Jesus tinha deixado seu grupo muito à
vontade, nesse sentido, o que poderia deixar seus discípulos até
inseguros, pois não tinham regras estabelecidas a cumprir. A regra
de Jesus era apenas o seu jeito de viver. Diante disso, seus
discípulos usam o exemplo de João Batista, cujo movimento tinha
características semelhantes ao de Jesus, até certo ponto,
obviamente, entre os tantos existentes na época. Assim como outros
mestres, João Batista tinha ensinado seus seguidores a rezar,
embora não tenhamos conhecimento do seu conteúdo. A
particularidade do jeito de Jesus exercer sua liderança era
exclusivamente pelo exemplo. Por isso, não tinha preocupação de
ensinar fórmulas para serem repetidas.
Do jeito pessoal de Jesus rezar nasce a curiosidade e, da
curiosidade, a necessidade nos seus discípulos. Por isso, pediram que
lhes ensinasse. Ao pedido dos discípulos, Jesus responde. Mas, não dá
uma fórmula, como davam os rabinos do seu tempo. Pelo contrário,
dá-lhes uma “anti-fórmula”, pois as primeiras palavras da sua oração
sugerem exatamente uma quebra de protocolos e paradigmas. Os
judeus, ao rezar, faziam longas introduções, exaltando a grandeza de
Deus, antes de fazer as suas súplicas; utilizavam termos como
“Altíssimo, Todo-Poderoso, Onipotente, Senhor, Santo dos Santos”;
esses termos ajudam a reconhecer a grandeza de Deus, mas como
alguém distante, em um grau infinitamente superior e alheio à
realidade das pessoas. Jesus quer abolir essa mentalidade, e ensina
seus discípulos a fazer o mesmo. Por isso, introduz a sua oração
ensinando a chamar Deus de Pai, ou seja, como uma pessoa íntima e
próxima de quem o invoca. Seu jeito de rezar causa impacto,
sobretudo porque ele ensina na oração a chamar a Deus de Pai. Para
nós, hoje, parece não ser algo impactante. Mas, para a sua época foi,
de fato, algo revolucionário.
Com o imperativo “Quando rezardes, dizei: Pai, santificado seja o teu
nome” (v. 2), Jesus quer dizer, antes de tudo, que o primeiro
elemento necessário para uma oração autêntica é ter clareza do seu
destinatário. É claro que é a Deus que deve ser direcionada toda
oração. E, esse Deus é, antes de tudo, um Pai! Logo, Jesus não apenas
inaugura uma nova fórmula de oração, mas propõe um novo jeito de se
relacionar com Deus. Dessa maneira nova de se relacionar com Deus,
emerge a certeza de que Ele está próximo de nós, como se fosse um
amigo e, portanto, pode ser invocado a qualquer hora e em qualquer
lugar. A “santificação do nome de Deus” (v. 2) e o “advento de seu
Reino” (v. 2) estão intrinsecamente relacionados, a ponto de
confundirem-se. Ora, o nome de Deus já é santificado, porque Ele é,
essencialmente, santo. O pedido diz respeito ao reconhecimento
dessa santidade. Reconhecer a santidade de Deus é saber que Ele é
Pai, é aceitar a condição de filhos e filhas e, portanto, viver como
irmãos e irmãs. Isso é permitir que o seu Reino seja instaurado entre
nós. O Reino que já fora inaugurado por Jesus (cf. Lc 4,16-22),
precisa ser difundido pelos discípulos até chegar a todos os lugares e
épocas. A construção do Reino é, pois, a constatação se o nome de
Deus está sendo santificado ou não, ou seja, se Ele está sendo
reconhecido como realmente é: um Pai.
Na sequência da oração, Jesus vai recomendando o que é necessário
pedir, ou seja, quais são as reais necessidades do ser humano. O
pedido pelo “pão necessário para cada dia” (v. 3), além de expressar
uma necessidade concreta, a alimentação, exprime, sobretudo, a
condição existencial do ser humano: ele não pode ser autossuficiente
por um dia sequer, mas em tudo depende de Deus, até mesmo no que
é mais básico, como o alimento de cada dia. Um elemento
indispensável para que uma comunidade viva efetivamente segundo as
características do Reino é a confiança e a solidariedade. Obviamente,
Jesus alude ao antigo maná (cf. Ex 16) com essa petição. Há, aqui, um
verdadeiro combate e denúncia à cultura do acúmulo, tema que será
desenvolvido na sequência da viagem, principalmente com as
parábolas do rico insensato (cf. 11,13-21) e do rico avarento com o
pobre Lázaro (cf. 16,19-31).