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- tinha a ideia do brechó desde muito tempo, é consumidora assídua de brechó, bazar. Muita
coisa se acumulava no seu guarda roupa e gostaria de fazer essas coisas circularem, chegarem
a outras pessoas. Criou coragem pra começar do zero e criou seu brechó em novembro do ano
passado.
- tem surgido bastantes brechós online em juiz de fora, muitos pontos de bazares e brechós no
centro de jf, é de fácil acesso. Todo mundo tem a possibilidade de entrar, ver como é. Acredita
que a cidade tem bastante abertura a isso
- acha que as pessoas tem comprado mais online, e que comprar peças boas por um preço
baixo é um atrativo pras pessoas.
- o processo tem várias etapas: questionário pra saber o que as pessoas querem/estão
interessadas, garimpo (passar horas em brechós e bazares), lavagem (cada peça exige um tipo
de lavagem diferente, e um cuidado diferente), classificar as peças (tirar foto, tirar medidas),
venda (empacotar, enviar, etc)
- importância da moda consciente: consegue comprar muito mais coisas que nunca teve a
oportunidade de comprar antes pelo preço mais baixo, é importante pra conseguir se
expressar de forma consciente, quebrar um ciclo de exploração (moda e trabalho escravo), um
ciclo de poluição (indústria da moda e poluentes), preservação do meio ambiente (ajudar a
diminuir o descarte de roupas)
- saber o que quer transmitir, qual é seu estilo (brechó tem valor bem mais baixo, tendemos a
comprar tudo, mas ter claro o que vc vai usar realmente)
- se despir de preconceito, ir com o olhar mais aberto, exercer sua criatividade (brechó só tem
roupa “de velho”, “energia ruim”)
- peças que vc consegue achar que normalmente não são tão acessíveis, ajudar na questão do
meio ambiente, dar nova vida para as peças que estavam paradas
- se sente bem, dá pra comprar muito mais coisa, seu dinheiro está sendo bem aplicado,
questão da responsabilidade social/ambiental, peças que vc sente q tá fazendo um bem pro
planeta
- consome mais em um brechó perto da casa dela, acompanha o storm brechó no instagram,
bazar da igreja de santa rita
- comprar de brechós mudou a forma dela de consumir moda, trouxe uma consciência maior
pra ela, pensa se não acha essas peças em outro lugar, consegue economizar mais, etc
Fernanda Bonizol
Passa por um conceito que está perdido que é o conceito de suficiência. As vezes temos o
suficiente, mas o suficiente não basta. A pandemia nos mostrou que a gente precisa consumir
muito menos, mas nos fez consumir muito mais.
É uma grande entusiasta das roupas de segunda mão. Acha que as pessoas consomem demais,
compram demais. A circulação desses produtos diminui a quantidade de lixo têxtil, torna
acessível a compra de produtos de melhor qualidade, por um preço de um produto de baixa
qualidade. Por exemplo, você compra uma calça jeans na C&A por 60 reais, que é uma peça de
baixíssima qualidade. O processo de costura é muito difícil, fazer uma roupa dá muito trabalho
e 60 reais não paga nem a mão de obra de uma costureira. Para que o produto final chegue na
C&A por esse preço e a empresa ainda tenha lucro, muita gente foi explorada nesse processo.
O brasil tem um certo preconceito com a ideia de usar roupas de segunda mão. Fora do brasil,
a prática de compra de produtos usados é muito mais comum e muito mais populares, todo
mundo faz isso. Mas acha que tá havendo uma grande mudança aqui no brasil, os brechós
estão vendendo melhor e as pessoas estão procurando mais.