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A Moda Vintage e a Ascensão Das Lojas

De Segunda Mão
Através das redes sociais, como o instagram, que tem transformado o desapego em
tendência fashion.É notória a expansão das lojas de segunda mão, seja pela consciência
com o meio ambiente, por gastar menos, ou por não promover o trabalho escravo, esse tipo
de comércio sustentável têm ganhado cada vez mais adeptos, principalmente por se
diferenciarem das grandes “marcas rápidas”.

Atualmente, sabe-se que a moda vintage ou lojas de segunda mão estão cada vez mais
ganhando adeptos. Por venderem roupas com um carácter diferenciado, ou seja, no qual os
consumidores não conseguem encontrar com facilidade nas lojas de fast-fashion, este estilo
tem ganhado cada vez mais influência por ter uma característica que as lojas de “moda
rápida” não possuem, que é a história das peças que estas carregam. Porque para cada
pessoa que comprou uma determinada roupa, houve um sentimento e um valor diferente
em relação a esta, e isto faz com que sejam contadas histórias distintas por cada dono.
Para os amantes desse conceito (moda vintage) é fundamental, que para estar bem com o
seu próprio estilo, não é necessário apenas estar com um visual estiloso, e nem estar
comprando compulsivamente marcas de fast-fashion, mas o mais importante pra eles, é
valorizar o empreendedor local, ter um estilo com personalidade e fazer uma releitura de
estilo passados, que é uma das grandes características deste consumo sustentável.
O brechó ou loja de segunda mão, foi criado no século XIX por um homem português, que
era mascate na época, chamado Belchior. Este, ficou conhecido por vender roupas e
objetos de segunda mão no Rio de Janeiro. Com o tempo o nome foi transformado para
“Brechó”. Tamanha importância de Belchior, que este fora mencionado no livro “Idéias de
Canário” escrito por Machado de Assis.
O consumo consciente das lojas de segunda mão, tem ganhado cada vez mais espaço no
meio da moda, por não se querer descartar as roupas de uma maneira rápida, sem poluir
mais ainda o meio ambiente e não gerando assim tanto lixo. Este consumo, leva as pessoas
a terem uma maior responsabilidade pela natureza, como também pela produção das
roupas, não basta apenas saber que se gasta 3 mil litros de água e consome quase 2kg de
combustíveis fósseis, só para fazer a roupa, mas, agir contra esse tipo de atitude e diminuir
a compra de marcas da ” moda rápida” é o mais eficiente para ajudar o meio ambiente.
Pode-se dizer que há pouco tempo atrás, o brechó ainda sofria um certo preconceito por
parte de muitos. Seja por não querer vestir peças vindas de outras pessoas ou até mesmo
por gostarem de seguir apenas as tendências da moda, cuja característica não é a da loja
de segunda mão. Porém, isso vem mudando, principalmente pelas gerações de Y a Z, e
que por meio da solidificação das redes sociais têm transformado o desapego em tendência
fashion.
As redes sociais, principalmente a plataforma do instagram, tem facilitado muito a venda
online das lojas de segunda mão, o cliente não precisa nem sair mais de casa para comprar
o que deseja. Por meio das informações de tamanhos e as fotos dos produtos, o cliente já
fica sabendo se serve para si ou não, podendo pedir pra entregar em casa ou pegar no
local de venda. Um ponto positivo, é que há cada vez mais perfis diferentes de brechós
online, e acaba garantindo uma maior diversidade para o seu público.
Com isso, as lojas de segunda mão ganharam mais espaço no mercado e também
aumentaram seu faturamento. Isto ocorreu, pelo facto de muitas pessoas terem sido
demitidas, principalmente nas marcas de “moda rápida”. Para além da renda das pessoas
terem diminuído, a luta por um planeta mais consciente ficou mais forte, popularizando
assim esse novo tipo de comércio, deixando as pessoas mais livres para personalizar seus
armários, sem ser por meio de uma tendência ditada pela grandes marcas de fast-fashion.
Em Portugal há alguns brechós muito conhecidos, como: Humana, Mon Père Vintage,
Ornitorrinco, Tricirculo e Mão Esquerda. O quê esses brechós têm em comum, são a
criatividade, e em cada um deles, você encontra peças super diferentes por preços
acessíveis, tanto para os turistas que vem em busca de experiências e acabam
encontrando antiguidades e peças retrôs, quanto para quem já é residente.
Em suma, garimpar nas loja de segunda mão é muito positivo,não só para si mas para o
coletivo, e os pontos mais benéficos desse consumo consciente, são: reduz o impacto
ambiental; não proporciona condições de trabalho exploradoras; economiza dinheiro; é mais
sustentável em longo prazo; colabora com a economia local e estende o ciclo de vida de
uma roupa.

Olívia Padilha dona da loja segunda mão Merch bazar acredita que a moda vintage e a
moda de segunda mão tem sido supervalorizada. Principalmente porque as pessoas estão
tendo cada vez mais consciência do mercado de fast-fashion e como ele afeta, não só ao
nosso planeta, mas também a uma grande parte da população. Além disso, abraçar a causa
da sustentabilidade, está muito na moda. Assim também, como ter uma peça vintage no seu
armário, algo que já foi usado por outra pessoa, que carrega uma história com ela. Juntando
todos esses fatores, as lojas de segunda mão tiveram um aumento significativo da
quantidade de desapego, mas também uma grande quantidade de procura, o que torna a
situação mais equilibrada.
Quando perguntada sobre o processo de escolha das roupas para a sua loja. Olívia acredita
que o estilo da própria influencia bastante, pois ela gosta que a marca dela tenha a sua
personalidade, mas também gosta de entregar o que as clientes desejam. Assim, ela
procura por produtos que as clientes querem e que vão vender, priorizando a sua clientela.
Além de fazer esse mix, ela também não costuma comprar produtos que ela vê vendendo
em outras lojas, porque gosta de ser diferenciada das demais lojas de segunda mão.
Em relação às principais motivações para ela querer abrir uma loja de segunda mão, a
empreendedora afirma que na época em que começou ela queria dinheiro, e por ter muita
roupa no seu armário que ela não utilizava, ela decidiu abrir um bazar no instagram,
chamado “Olibazar”, começou então a postar algumas fotos de roupas das quais elas já não
usava e que ainda estavam super conservadas, sendo tudo vendido muito rápido. Por ela
ser desapegada com as suas roupas,tinha sempre bastante peça para vender, seja por
meio de um presente ou uma peça que já não gostava. Sendo assim, as vendas fluíam
muito fácil, porém ela não tinha como continuar vendendo as próprias roupas sempre. Por
ter um facilitador, que é a família morando nos Estados Unidos, conseguiu comprar cada
vez mais peças nas lojas de segunda mão de lá e levar para o Brasil para vendê-las,
conseguindo também vender tudo, como por exemplo marcas como Adidas e Nike.
Sendo questionada sobre o que as roupas significam para ela, Olívia acredita que é uma
conquista, quando encontra uma peça interessante e que pode parar no armário de uma
cliente que vai usar e fazer muito bom uso. É uma conquista para a empreendedora, tanto
no momento que ela acha uma peça interessante, quando ela divulga no instagram e por
final quando ela vende.
Quando perguntada sobre a desculpa que as pessoas dão em que não vale a pena comprar
em brechó, porque estas vão durar menos, porque tem menos qualidade visto que já foram
usadas, Olívia discorda completamente com essa ideia de que a peça vai durar menos, ela
afirma que a peça vintage dura muito mais que uma fast-fashion, pelo facto de ter toda uma
curadoria, por ser ter cuidado em verificar se tem marca, etiqueta e se a roupa está em bom
estado na hora dela garimpá-las, para que possam ser vendidas na sua loja posteriormente.
Em suma, percebe-se que a moda vintage não é mais exclusividade de uma parte da
população, mas sim, está se popularizando cada vez mais, para uma grande parte dela.

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