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Sociologia – Racismo estrutural

d) Racismo e economia
O livro "O que é racismo estrutural?", escrito por Silvio Almeida, é uma obra fundamental
para compreender a complexidade do racismo na sociedade contemporânea. Na
introdução intitulada "Raça e racismo", o autor estabelece os fundamentos teóricos e
conceituais que norteiam sua análise sobre esse fenômeno tão presente e persistente em
nossas estruturas sociais. Silvio Almeida inicia sua reflexão explorando a construção
social da categoria "raça" e como ela tem sido usada para categorizar e hierarquizar
grupos humanos ao longo da história. Ele ressalta que a noção de raça é uma invenção
social, sem fundamentos biológicos, mas que foi amplamente instrumentalizada para
justificar a dominação de determinados grupos étnicos sobre outros.
Ao abordar o conceito de "racismo", o autor vai além da perspectiva individual de
preconceito e discriminação, abarcando a dimensão sistêmica do fenômeno. O racismo é
apresentado como uma estrutura que permeia as instituições e práticas sociais,
enraizando-se nas políticas públicas, na economia, na educação e em diversos aspectos
da vida cotidiana.
Ele expõe as bases históricas e as consequências do racismo estrutural na esfera
econômica e demonstra como a escravidão e a exploração colonial estabeleceram as
fundações de desigualdades socioeconômicas que persistem até os dias de hoje,
enfatizando que o racismo não é apenas um fenômeno cultural ou de preconceitos
individuais, mas uma estrutura que molda o acesso a recursos e oportunidades. Ao longo
do tempo, a discriminação racial sistêmica tem resultado na exclusão e marginalização
econômica de populações negras e indígenas, perpetuando uma divisão desigual de
riqueza e poder.
Silvio Almeida ainda aborda como o racismo se manifesta no mercado de trabalho, onde
pessoas negras continuam enfrentando barreiras para ascenderem em suas carreiras,
sendo relegadas a posições de menor prestígio e salários inferiores, mesmo quando
possuem qualificações semelhantes a seus pares brancos, além da segregação urbana
que impacta a vida das populações racialmente discriminadas, resultando em menor
acesso a serviços públicos, saúde, educação e infraestrutura adequada, perpetuando a
reprodução de desigualdades econômicas.

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