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RACISMO E DIREITO

O direito não é neutro nem universal, mas sim uma construção histórica
e social que reflete os interesses e valores dos grupos dominantes. O direito
opera de duas formas para manter o racismo estrutural: por um lado, ele cria
normas que discriminam e excluem os negros e outros grupos racializados;
por outro lado, ele omite ou silencia as demandas e reivindicações desses
grupos por justiça e igualdade.
Almeida cita exemplos de como o direito brasileiro foi usado para
sustentar a escravidão, a segregação, a violência e a desigualdade racial ao
longo da história, como ele continua a ser usado para negar ou dificultar o
acesso dos negros à educação, à saúde, à moradia, ao trabalho, à cultura e à
cidadania. “Muitas das justificativas para a escravidão, e para o racismo que a
amparava ideologicamente, tinham como base a ideia de uma ordem natural
que ‘fundamentava’ a escravidão.” Levando isso em consideração, o
jusnaturalismo desempenhou um papel influência no que tange racismo e
escravidão, mediante a crença de uma ordem natural. Ainda assim, existiram
jusnaturalistas versaram em favor de deslegitimar o racismo e a escravidão.
Contudo, hoje em dia, muitos autores se dizem juspositivistas por imposição
sociais e econômicas do capitalismo.
O autor também analisa as limitações das políticas públicas e das leis
antidiscriminatórias para combater o racismo estrutural, uma vez que elas não
alteram as estruturas sociais, econômicas e políticas que o produzem e o
reproduzem. Almeida defende que é preciso uma mudança radical na forma de
pensar e fazer o direito, que leve em conta a diversidade racial e cultural do
país e que reconheça os direitos dos negros como sujeitos históricos e
políticos.

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