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REALISMO
NATURALISMO
D i f e r e n t e s c o n c e p ç õ e s
d e m u n d o e d e s e r
h u m a n o
Principais diferenças entre Romantismo e Realismo
Diogo
Martins
ROMANTISMO
Senhora, José de Alencar.
Diogo
Martins
ROMANTISMO
Senhora, José de Alencar.
Diogo
Martins
ROMANTISMO
Senhora, José de Alencar.
− O senhor não retribuiu meu amor e nem o
compreendeu. Supôs que eu lhe dava apenas a
preferência entre outros namorados, e o escolhia
para herói de meus romances, até aparecer
algum casamento, que o senhor, moço, honesto,
estimaria para colher à sombra o fruto de suas
flores poéticas. [...]
Seixas abaixou a cabeça.
− Conheci que não amava-me, como eu desejava
e merecia ser amada. Mas não era sua a culpa e
só minha que não soube inspirar-lhe a paixão
que eu sentia. Mais tarde, o senhor retirou-me
essa mesma afeição com que me consolava e
transportou-a para outra, em quem não podia
encontrar o que eu lhe dera, um coração virgem
e cheio de paixão com que o adorava. Entretanto,
ainda tive forças para perdoar-lhe e amá-lo. Diogo
Martins
ROMANTISMO
Senhora, José de Alencar.
Diogo
Martins
ROMANTISMO
Senhora, José de Alencar.
Diogo
Martins
REALISMO
Dom Casmurro, Machado de Assis
Diogo
Martins
REALISMO
Dom Casmurro, Machado de Assis
A demora da contemplação creio que lhe deu outra
ideia do meu intento; imaginou que era um pretexto
para mirá-los mais de perto, com os meus olhos
longos, constantes, enfiados neles, e a isto atribuo
que entrassem a ficar crescidos, crescidos e
sombrios, com tal expressão que...
Retórica dos namorados, dá-me uma comparação
exata e poética para dizer o que foram aqueles olhos
de Capitu. Não me acode imagem capaz de dizer, sem
quebra da dignidade do estilo, o que eles foram e me
fizeram. Olhos de ressaca? Vá, de ressaca. É o que me
dá idéia daquela feição nova. Traziam não sei que
fluido misterioso e enérgico, uma força que arrastava
para dentro, como a vaga que se retira da praia, nos
dias de ressaca. Para não ser arrastado, agarrei-me às
outras partes vizinhas, às orelhas, aos braços, aos
cabelos espalhados pelos ombros, mas tão depressa
buscava as pupilas, a onda que saía delas vinha
crescendo, cava e escura, ameaçando envolver-me,
puxar-me e tragar-me. Diogo
Martins
REALISMO
Dom Casmurro, Machado de Assis
(...) minha mãe, dizendo tio Cosme que ainda
queria ver com que mão havia eu de abençoar o
povo à missa, contou que, dias antes, estando a
falar de moças que se casam cedo, Capitu lhe
dissera: "Pois a mim quem me há de casar há de
ser o padre Bentinho, eu espero que ele se ordene!"
Tio Cosme riu da graça, José Dias não dessorriu, só
prima Justina é que franziu a testa, e olhou para
mim interrogativamente. Eu, que havia olhado para
todos, não pude resistir ao gesto da prima, e tratei
de comer. Mas comi mal, estava tão contente com
aquela grande dissimulação de Capitu que não vi
mais nada, e, logo que almocei, corri a referir-lhe a
conversa e a louvar-lhe a astúcia. Capitu sorriu de
agradecida.
—Você tem razão, Capitu, concluí eu; vamos
enganar toda esta gente.
—Não é? disse ela com ingenuidade.
Diogo
Martins
REALISMO
Dom Casmurro, Machado de Assis
Diogo
Martins
REALISMO
Dom Casmurro, Machado de Assis
O retrato de Escobar, que eu tinha ali, ao pé do
de minha mãe, falou-me como se fosse a própria
pessoa. Combati sinceramente os impulsos que
trazia do Flamengo, rejeitei a figura da mulher do
meu amigo, e chamei-me desleal. Demais, quem
me afirmava que houvesse alguma intenção
daquela espécie no gesto da despedida e nos
anteriores? Tudo podia ligar-se ao interesse da
nossa viagem. Sancha e Capitu eram tão amigas
que seria um prazer mais para elas irem juntas.
Quando houvesse alguma intenção sexual, quem
me provaria que não era mais que uma sensação
fulgurante, destinada a morrer com a noite e o
sono? Há remorsos que não nascem de outro
pecado, nem têm maior duração. Agarrei-me a
esta hipótese que se conciliava com a mão de
Sancha, que eu sentia de memória dentro da
minha mão, quente e demorada, apertada e Diogo
apertando... Martins
NATURALISMO
O cortiço, Aluísio Azevedo
[...] Jerônimo levantou-se, quase que
maquinalmente, e seguido por Piedade,
aproximou-se da grande roda que se formara em
torno dos dois mulatos. [...]
E viu a Rita Baiana, que fora trocar o vestido por
uma saia, surgir de ombros e braços nus, para
dançar. [...]
Ela saltou em meio da roda, com os braços na
cintura, rebolando as ilhargas e bamboleando a
cabeça, ora para a esquerda, ora para a direita,
como numa sofreguidão de gozo carnal, num
requebrado luxurioso que a punha ofegante; já
correndo de barriga empinada; já recuando de
braços estendidos, a tremer toda, como se se
fosse afundando num prazer grosso que nem
azeite, em que se não toma pé e nunca se
encontra fundo. Diogo
Martins
NATURALISMO
O cortiço, Aluísio Azevedo
Depois, como se voltasse à vida, soltava um
gemido prolongado, estalando os dedos no ar e
vergando as pernas, descendo, subindo, sem
nunca parar com os quadris, e em seguida
sapateava, miúdo e cerrado freneticamente,
erguendo e abaixando os braços, que dobreva,
ora um, ora outro, sobre a nuca, enquanto a
carne lhe fervia toda, fibra por fibra titilando. [...]
O chorado arrastava-os a todos [...]. Mas,
ninguém como a Rita; só ela, só aquele demônio,
tinha o mágico segredo daqueles movimentos de
cobra amaldiçoada; aqueles requebros que não
podiam ser sem o cheiro que a mulata soltava de
si e sem aquela voz doce, quebrada, harmoniosa,
arrogante, meiga suplicante.
Diogo
Martins
NATURALISMO
O cortiço, Aluísio Azevedo
E Jerônimo via e escutava, sentindo ir-se-lhe toda
a alma pelos olhos enamorados.
Naquela mulata estava o grande mistério, a
síntese das impressões que ele recebeu
chegando aqui: ela era a luz ardente do meio-dia;
ela era o calor vermelho das sestas da fazenda;
era o aroma quente dos trevos e das baunilhas,
que o atordoara nas matas brasileiras; era a
palmeira virginal e esquiva que se não torce a
nenhuma outra planta; era o veneno e era o
açúcar gostoso; era o sapoti mais doce que o mel
e era a castanha do caju, que abre feridas com o
seu azeite de fogo; ela era a cobra verde e
traiçoeira, a lagarta viscosa, a muriçoca doida,
que se esvoaçava havia muito tempo em torno do
corpo dele...
Diogo
Martins
ROMANTISMO, REALISMO E NATURALISMO
O AMOR E A RELAÇÃO ENTRE OS AMANTES
ROMANTISMO REALISMO NATURALISMO
MULHER IDEALIZADA, ANGELICAL, MULHER REAL, COM DEFEITOS E MULHER REAL, COM DEFEITOS E
PURA E PERFEITA QUALIDADES QUALIDADES; SENSUAL