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A Sala ficou repleta (Mateus 22:10)

Uma festa suntuosa para um dia especial. O filho do rei vai casar. É a união do divino com o humano. Prov. 8:31 Ele achou alegria
com os filhos dos homens.

Essa festa correu perigo de não acontecer, mas no final deu tudo certo.

I. Nosso primeiro ponto é que a conclusão foi a de que ninguém realmente


compareceria
A. O banquete estava preparado; bois e cevados haviam sido abatidos; tudo estava pronto; mas onde estavam os
convidados? Aqueles que haviam sido convidados, e que seriam naturalmente esperados, simplesmente não
viriam.

Foram esses, primeiramente, os judeus, para quem o evangelho já fora antes anunciado, mediante a lei e os profetas, com
muita antecedência. Então, Jesus veio para o que era seu, e os seus não o receberam (Jo 1.11).

“Ele chegou com um banquete de misericórdia para eles, mas eles não quiseram desfrutá-lo. Ele os chamou ao banquete,
e eles o recusaram. ”

Esse mesmo comportamento é hoje muito encontrado entre filhos de pais piedosos, consagrados desde o nascimento,
objetos de oração de amorosa devoção dos pais, filhos que ouvem o evangelho desde a infância e permanecem sem
salvação.

B. O panorama fica ainda pior quando sabemos que muitos não vieram apesar de terem sido convencidos pela lógica .

Como não quiseram vir, o rei enviou outros servos para que lhes explicassem melhor sobre o convite; e foi esta a forma do
convencimento: Eis que tenho o meu jantar preparado: os meus bois e cevados já estão mortos, e tudo está pronto;
vinde às bodos (Mt 22.4).

Venha logo! O casamento não pode esperar, por que demora? Não tarde mais, não. Hoje, se ouvirdes a sua voz, não
endureçais os vossos corações (Hb 3.15) ”. No entanto, fizeram pouco caso deles.

não quereis vir a mim para terdes vida! (Jo 5.40) ...muitos são chamados, mas poucos escolhidos (Mt 22.14).

C. O caso se agrava, então, porque, apesar de convencidos pelos novos mensageiros, eles não foram. Como é
dito, enviou outros servos [...] (Mt 21.36).

Ah, mas para alguns de vocês o que falta não é uma nova voz, mas, sim, um novo coração.

D. Agora, observe os diversos tipos de pessoas que não viriam, e teremos ainda mais motivos para lamentar.

De alguns, lemos simplesmente que estes não quiseram vir. Não deram razões nem desculpas, apenas disseram que
não iriam.

E. Um segundo grupo fez pouco caso. Eram indiferentes à honras e deveres para com o rei. Tinham sua atenção
exclusivamente voltada para suas próprias coisas

Assim, prosseguiram em seu caminho, indo para sua lavoura, alegando: “Dei duro para ter minha plantação e não
posso deixar que fique sem a minha presença um dia sequer.

Ou, outros, estavam empenhados em obter mais bens e riquezas e continuaram indo cuidar de suas mercadorias
ou negócios, dizendo: “Não tenho ninguém de confiança que cuide da minha loja. E tenho de aproveitar minhas
chances.

F. Um terceiro grupo se opôs de maneira violenta ao convite: tais pessoas não desejavam ser incomodadas, não
tinham paciência com o “jargão real” e apoderando-se dos servos, os ultrajaram e mataram (Mt 22.6).

Estes, embora não tão numerosos quanto os outros, podem ser encontrados também entre nós. Céticos,
blasfemadores, difamadores da santidade, homens de “pensamento moderno”, eles insultam a cruz e são
ferozes em seus ataques ao evangelho.
G. Todavia, eis a parte do relato mais temível de todas: esses últimos convidados, agressivos, acabaram
perecendo.

O rei, em sua ira, enviou tropas, que massacraram os assassinos de seus mensageiros e queimaram suas
cidades. Tem quem ouça a pregação e mesmo assim morrem sem atender o convite. O que será deles agora?
Se morreram sem Cristo, não há mais esperança para eles. Não mais poderão entrar no paraíso celeste,
porque a porta está fechada; estão na escuridão lá fora, onde ficarão chorando e rangendo os dentes.

H. Nosso rei nos mostra a verdadeira razão por que todos estes convidados não quiseram vir: não eram dignos.

Aqueles que foram especialmente convidados, e sobre os quais havia enorme esperança, na verdade não tinham
nada em si que justificasse essa esperança: não eram leais, nem afáveis, nem honestos; não eram dignos, pois se o
fossem teriam feito as honras para o filho do rei.

O espetáculo mais lamentável no mundo é um coração que recusa a misericórdia de Deus. A rejeição é muitas
vezes a comprovação da doutrina da devassidão humana total.

“De todo modo, até aqui tudo indicava que o casamento não iria ter muitos convidados; ou convidado algum. ”

II. Portanto, as perspectivas eram desoladoras. Se não houvesse


convidados no banquete de casamento, como as coisas ficariam?

A. Em primeiro lugar, seria uma enorme desonra para o rei.

O príncipe herdeiro se casa e ninguém comparece ao casamento! O banquete é gratuito, rico e abundante, mas
ninguém comparece. Que insulto! A sala de banquetes está iluminada, os menestréis em seus lugares, mas não há
olhos ou ouvidos encantados.

Se as almas não são salvas, se o grande plano da redenção não salva, então a história toda é uma farsa! Que
desonra para o nome do grande Deus!

Como pode ser isso? Sem um banquete do casamento repleto de convidados, o rei se sentiria desapontado e
insultado ao extremo. Se os escolhidos não fossem salvos, se os homens não fossem levados a Cristo, então o
glorioso nome do Deus da graça seria desonrado. Você acha que tal situação poderia acontecer?

B. Além disso, ainda supondo que ninguém tivesse ido ao banquete de casamento, então o próprio filho do rei
teria sido ofendido

Suas festivas bodas, sem ninguém ter comparecido!

Imagine só que é o dia do casamento dele, que os serviçais estão prontos e espalhados pelo salão, e nenhum único
convidado chega! Ele não tem ninguém para felicitá-lo pelo glorioso dia, ninguém para lhe dar parabéns, ninguém
para congratular a noiva.

A mesma coisa vale para nosso Senhor Jesus Cristo: quando morre na cruz e os homens não creem na razão de sua
morte; quando ressuscita e os homens não o aceitam ressurreto; quando entra nos céus como Príncipe e Salvador e
ninguém aceita o arrependimento e a remissão dos pecados que para eles conquistou, onde está a honra dele?
Onde, a sua glória?

“Impossível! Um Salvador que deu seu sangue por nós não pode ter morrido em vão. Nosso Cristo não pode ter
pago à toa com a sua morte o preço da nossa libertação. Não pode ter-se oferecido como substituto dos homens e
ver tudo isso perdido!”

C. Se nenhum convidado tivesse comparecido, quão desapontada teria ficado a noiva.


Ela também teria de dividir o fracasso daquele dia. Suas núpcias jamais seriam lembradas com prazer. Ela seria
feliz com o noivo, sim, mas infeliz pela grosseria demonstrada para com ele.

Em vão teriam sido suas caras vestes nupciais, seus ricos ornamentos especiais para aquele dia, pois não haveria
olhos para admirá-los.
Nosso coração palpita de júbilo quando pecadores como nós se arrependem. Se os pecadores não forem salvos, se a
pregação do evangelho for em vão, se ninguém vier a Cristo, os santos se encherão de vergonha e opróbrio, a igreja
há de chorar, em sua angústia: “Esqueceu-se Deus de ser compassivo? ”

D. Se ninguém tivesse ido ao banquete de casamento, uma imensa quantidade de provisões teria sido desperdiçada.

O rei mandara dizer: Os meus bois e cevados já estão mortos. Veja os bois assados inteiros! Os muitos cevados
gordos abatidos para a festa! Pense no número de carneiros e cabritos levados ao abate e preparados! Tudo isso
permanecerá intocado. Pratos saborosos, tigelas transbordantes, vinhos finos, frutas deliciosas, não terão quem os
aproveite. Será tudo de fato perdido!

Podemos admitir que Jesus tenha feito ele próprio o pão celestial para ninguém se alimentar dele, ou, quando
muito, apenas alguns poucos? Poderá ele nos ter fornecido um manto de retidão sem ninguém para usá-lo? Com o
céu preparado, será ocupada apenas uma pequena parte? Imagino essas coisas para fazê-los ver quão melancólica
seria uma falha que fosse no grande plano da misericórdia.

E. Não significaria, também, o triunfo do inimigo?

Os inimigos do rei teriam ouvido sobre isso e rido dele com muito escárnio. Não conseguir reunir seus súditos no
dia do casamento do filho! Como zombariam das provisões desperdiçadas! “Ha, ha, ha! ”

III. Vamos então avançar, para observarmos como, na parábola, essa


tragédia foi graciosamente evitada e encheu-se de convivas a sala
nupcial.

Como a calamidade foi então evitada?

A. Ela foi evitada por um convite mais amplo e abrangente.

Anteriormente, os servos do rei tinham ido chamar apenas aqueles previamente escolhidos, uma espécie de categoria de
pessoas mais destacadas. Como estas não vieram, o rei então ordenou: Ide, pois, pelas encruzilhadas dos caminhos e, a
quantos encontrardes, convidai-os para as bodos (Mt 22.9).

Eles partiram, então, não visando a um grupo selecionado, mas a todos que encontrassem.

Irmãos, é muito bom quando conseguimos ter uma ideia mais nítida do que realmente é o evangelho. Mais evangélicos
se tornam os nossos conhecimentos, a fim de podermos pregar o evangelho a toda criatura debaixo do céu e dizer:
Quem crer e for batizado será salvo; e mais podermos esperar por um maior sucesso.

Se eu sair pelos caminhos e ajuntar todos quantos encontrar, tanto bons como maus, os pensamentos deles se voltarão
então mais para o banquete do que para si próprios. E isso que queremos: que os homens olhem para o banquete, para
Jesus, que o oferece, e por isso os chamamos oferecendo: [...] quem quiser, receba de graça a água da vida (Ap 22.17).

Repito: o convite foi feito novamente e de forma pública. Os servos, antes, haviam ido simplesmente à casa dos
convidados e dito: “Está tudo preparado; vinde às bodas! ” Agora os servos se dirigiam a lugares públicos de maior
concentração de pessoas e gritavam alto, convidando multidões para o banquete.

B. Outro assunto foi resolvido: os servos estavam agora profundamente estimulados.

Estou certo de que ficaria bastante preocupado em ver todas aquelas provisões sem ninguém para prová-las. Pense nos
salões decorados, nas cozinhas trabalhando dia e noite, no fogo aceso, nos bois e cevados assando, nos vinhos colocados
nos odres, tudo sem nenhum convidado. Isso me teria preocupado e a você também.

Vou buscar e trazer convidados, mesmo que morra tentando”.

C. Ainda: a tristeza de uma festa de casamento sem convidados foi evitada por certo poder oculto de que
dispunham os mensageiros.

Lemos que eles ajuntaram todos quantos encontraram, tanto maus como bons (Mt 22.10). Não apenas os
convidaram, mas na verdade como que os arrebanharam. As pessoas não são reunidas em grande número do nada
e levadas a um banquete por simples palavras.

“Amados, toda a esperança do nosso ministério reside em que o Espírito de Deus opere sobre o espírito dos
homens. ”
Não depositem suas esperanças naquele que prega a vocês, não. Se acontecer de eu estar longe, não pensem que
Deus está amarrado a mim. Spurgeon

IV. Encerro observando, em quarto lugar, que no fim a festa foi um


sucesso glorioso. [...] e encheu- -se de convivas a sala nupcial

Os convidados fazem parte da ornamentação e da celebração de toda festa de casamento. Se não houver convidados, a
festa não tem graça nenhuma.

E nossa crença mais gloriosa é que o Senhor nosso Deus nunca falhou, e que nunca falhará. Cremos que o propósito
eterno do Senhor prevalecerá e que ele há de realizar toda a sua vontade.

As pérolas de sua coroa NÃO serão jogadas aos porcos.

A. Voltemos à parábola, e veremos que vieram convidados mais que suficientes: a sala do
banquete encheu-se de convivas.

Ele verá o fruto do trabalho da sua alma e ficará satisfeito (Is 53.11).

Não haverá decepção para Cristo no último grande dia. A vontade de Deus, tão cheio de graça e de
misericórdia, será realizada.

B. A festa foi, enfim, de um sucesso bem maior do que se não houvesse oposição a ela. As pessoas
que vieram ao banquete ficaram bem mais gratas e felizes por terem sido chamadas do que os
primeiros convidados seriam se acaso tivessem vindo.

Os ricos, os prósperos, os mais favorecidos materialmente tinham, naturalmente, o que comer, e bem, todo
dia; fazendeiros podiam constantemente abater um boi ou cevado; e os negociantes, comprar do bom e do
melhor para se alimentar.

Mas aquelas pobres criaturas recrutadas nas ruas e cruzamentos certamente não provavam o sabor da
carne havia tempo. Seu corpo faminto deu boas- -vindas aos cevados. Como devem ter ficado felizes!

Mal posso acreditar que estou no palácio do rei e comendo com um rei!

Corria à boca pequena que um vento ruim soprara os “bons” para longe e que os “melhores” haviam se
recusado a vir; e assim houve espaço para eles, os “piores”. Quando o Senhor salva grandes pecadores,
como você e eu, angaria corações os mais calorosos para ele.

O fariseu talvez possa convidar Cristo para um jantar em sua casa, mas é uma pecadora vinda da rua que
irá lavar seus pés com lágrimas e os enxugar com os próprios cabelos.

C. A alegria dos convidados daquele dia foi muito mais sincera que se outros tivessem ali
comparecido.

Aquelas senhoras e aqueles cavalheiros que haviam sido primeiramente convidados, se tivessem vindo ao
casamento, teriam se comportado de maneira muito rígida e calculada. Oh, que fina coisa é a decência, a
educação social!

Você já presenciou, no entanto, uma refeição entre mendigos? Já viu um bando de pessoas esfomeadas se fartando de comer?
Produzem um barulhão apoteótico; não ficam amarrados pelas conveniências; mas ficam felizes ao receberem cada prato. Elas
olham para quem as serve como se fossem anjos; e, quando chega a hora dos agradecimentos, você nota a força que sai de seus
pulmões

Aquelas pessoas estavam felizes de verdade.

D. Como foram saboreadas as refeições! Para um necessitado até o amargo é saboroso. Não rejeita a
comida nem joga fora nenhum pedaço.

O verdadeiro ouvinte do evangelho presta atenção a todo o texto. Is 55:2


“Ouvi-me atentamente, e comei o que é bom, e a vossa alma se deleite com a
gordura. ”
E. Certamente a ocasião se tornou mais memorável do que seria anteriormente.

Todos se lembrariam desse dia, historias seriam contadas, cações seriam feitas. O conto de casamento do
Príncipe dos pobres com a Princesa dos necessitados.

Queridos amigos, quando o Senhor nos salva por graça dele, não se trata de um evento comum. Quando nos conduz, grandes
pecadores, a seus pés e nos lava, nos dá roupas, nos alimenta e nos torna seus servos, isso é uma maravilha que deve ser
divulgada por todo o sempre.

F. Mais uma coisa: a liberalidade do rei foi o que melhor se destacou.

Se aqueles que haviam sido convidados antes tivessem ido, teriam usado, sem dúvida, vestes de finos
tecidos. Mas a suas roupas seriam para glória deles mesmos.

Nada disso, porém, havia naqueles outros convidados recolhidos das ruas. Vestiam-se como estavam,
roupas surradas e sujas. Era difícil dizer, na maior parte dos casos, qual a cor ou a estamparia original de
suas vestes, tão gastas, desbotadas e remendadas que estavam.

Compunham um roto regimento — e quais as consequências? Ninguém estaria vestido como o príncipe, a
noiva ou o rei —, e toda a glória da ostentação seria para eles. Disse o rei então aos serviçais: “Vão aos
meus guarda-roupas. Tragam novos vestuários”. E todos que haviam ido à festa em trapos foram levados
a se vestirem com roupas nobres.

Quando ele adentrou para ver os convidados, teve uma visão maravilhosa, pois todos estavam
nobremente vestidos. Era uma visão maravilhosa ver tantas pessoas trajadas de maneira tão majestosa;
cada um dos convidados usava uma soberba veste de misericórdia.

O que temos de fazer para participar da festa?

Bem, o que tiveram de fazer aquelas pessoas? Apenas vieram como estavam, e receberam livremente
aquilo que o rei havia graciosamente para elas provido.

Quero que você confie: confie sua alma inteiramente a Jesus Cristo, e ele o salvará. Confie, e saberá quem
morreu por você, em sua vez, em seu lugar e condições, para que, crendo nele, você não pereça, mas tenha
a vida eterna. Que o Espírito Santo o leve a crer em Jesus, a confiar nele.

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