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Introdução

Os músicos na maioria não se conheciam.

Bianca Gismonti (Pianista):


Sotaque no piano, quando ouvi, instantaneamente reconheci o sotaque da família e
sabia o que estava por vir.

Denise Fontoura (Instrumentos de sopro, melodista):


Levantou um ponto muito importante para mim ao se apresentar: Sou músico de banda,
sei lá se isso existe ainda, mas eu gosto dessa unidade, eu gosto do som gordo,
(...) eu gosto da música enquanto diálogo.

Clarice Assad
Take the A Train/Só Danço Samba bebop mashup me deixou de queixo caído e o trabalho
vocal me deixou arrepiado, com scatsinging, quase um beatbox e a melodia
desconstruidíssima.

Lucinha (Guitarrista)
Uma vibe Rita Lee, com certeza as raízes dela na cena dela ficaram bem claros no
primeiro diálogo.
Teve o prazer de assistir Baden Powell ao vivo

Navalha Carrera (teclado)


Estilo bem synth/jam
o nome da peça, lamento orbital, já me remeteu a um som synth/espacial mesmo antes
de começar a tocar

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Denise Fontoura
Falou sobre os problemas e diferenças da comunicação digital e da linguagem do
vídeo e redes sociais, algo que eu me relaciono profundamente pois eu também não
sou o tipo de pessoa que diz "HEY OLHA AQUI" a todo o momento nas redes sociais.
Meu foco sempre foi na performance de palco, no improviso, e na produção do som ao-
vivo, na dinâmica, etc.
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Bianca Gismonti
Apresentou uma peça de cunho muito emocional, carregada de dinâmica e daquele ar
sentimental que o piano tem muito forte. A peça era em homenagem à sua madrinha,
que foi afligida por COVID-19 e infelizmente não resistiu. Um momento extremamente
tocante com uma performance instrumental mais expressiva do do que mil palavras.
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Navalha Carrera
Ao piano também recorreu a uma performance belíssima de uma peça bastante
introvertida, que num andamento lento foi desenrolando sua totalidade, colada na
performance de Bianca tenho certeza que foi proposital a escolha de colocá-las
juntas pois uma agregou a outra, como se ambas estivessem na mesma vibe.
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Lucinha
Fez uma voz e violão com referência de Jethro Tull e um rock mais antigo,
confirmando as minhas suspeitas sobre as suas influências e origens musicais nos
anos 70.
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Clarice Assad
Apresentou uma peça assombrosamente linda, composta por outra artista especialmente
para ela, sílaba por sílaba.
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Denise Fontoura
Apresentou um Brasileto, que é uma fórmula de 32 compassos com partes a A e B,
composto especialmente para o Forrobodó. Muito revigorante e genuinamente
brasileiro, com a sua voz dobrando a flauta transversa, seguida diretamente de
Bianca Gismonti performando Forrobodó de Egberto Gismonti, uma rendição tão
confiante de si de uma peça tão cheia de dissonâncias e brincadeiras ritmicas e
harmônicas: a maneira perfeita de se entregar uma performance dessas, incluindo um
remonte de Asa Branca embutido no meio da peça.
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Denise Fontoura comentou que houve uma época em sua vida que não estava conseguindo
se encaixar nos estudos musicais e parou por meses de tocar o seu instrumento,
porém quando assistiu o pai da Bianca tocar, sentiu seu propósito musical renovado
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Bianca Gismonti: Tudo é música, não existe erro, erro é acerto!

A peça final da Navalha Carrera foi uma mistura de synth/drone com slide guitar,
uma mistura completamente única em um festival já bem diverso.

Lucinha Turnbull mostrou um domínio do timbre do violão de cordas de metal com


palheta excelente.

Denise tocou violão e flauta na música Pivete

Navalha Carrera representando as mulheres trans

Side notes:
Maioria das peças iniciais pareceram bastante intimistas.
Ver todos estas performers magníficas sendo gente é uma experiência fantástica

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