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2022
Apresentação
Sumário
Este boletim epidemiológico das hepatites agudas graves de etiologia
1 Hepatites agudas graves de a esclarecer (HAGEE) em crianças e adolescentes, elaborado pela
etiologia a esclarecer em
Coordenação-Geral de Vigilância do HIV/aids e das Hepatites Virais
crianças e adolescentes
(CGAHV/DCCI/SVS/MS), tem como objetivo apresentar informações
17 Suicídio em adolescentes no
Brasil, 2016 a 2021 subsidiar as ações de vigilância em saúde no país.
28 Vigilância epidemiológica do
sarampo no Brasil – semanas
realizadas em um formulário eletrônico durante o período compreendido
epidemiológicas 1 a 33 de 2022
entre 13 de maio e 13 de setembro de 2022.
Contextualização
Em 13 de março de 2022, o Centro de Informações Estratégicas de
Vigilância em Saúde (Cievs) nacional detectou um rumor sobre hepatites
agudas graves em crianças menores de dez anos de idade previamente
saudáveis na região central da Escócia. Em 5 de abril, o Reino Unido
Versão 1
ocorrem com frequência; acredita-se que os sistemas de vigilância
30 de setembro de 2022
à pandemia de covid-19.
Boletim Epidemiológico | Secretaria de Vigilância em Saúde | Ministério da Saúde Volume 53 | N.º 37 | Set. 2022
Fonte: DCCI/SVS/MS.
FIGURA 1 Linha do tempo das ações de vigilância das HAGEE até agosto de 2022, Brasil, 2022
(Tabela1).
3
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FIGURA 2 Distribuição mundial de casos prováveis de HAGEE segundo país, 2022 (N = 1.010)
TABELA 1 Distribuição mundial de casos prováveis, transplantes e óbitos por HAGEE, segundo classificação e regiões da Organização
Mundial da Saúde (OMS), 2022
4
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Critério 2
OBSERVAÇÕES:
Todo caso de criança/adolescente menor de 17 anos,
Sinais e sintomas de hepatite aguda -
to, dor abdominal, letargia, fadiga, mialgia, diarreia,
Evoluiu para hepatite fulminante de etiologia -
desconhecida, e tica aguda com encefalopatia.
Apresentou necessidade de transplante de fígado ou Exemplos de causas de hepatite aguda de origem
-
bólicas, doença de Wilson.
- Sinais e sintomas de hepatite fulminante -
mente como prováveis, descartados ou inconclusivos, cia hepática aguda, caracterizada pelo surgimento de
de acordo com os resultados dos exames laboratoriais icterícia, coagulopatia e encefalopatia hepática em
-
lógico progride para o coma ao longo de poucos dias
após a apresentação inicial.
Caso provável
Descartado
Todo caso suspeito em que, durante a investigação, foi
caso provável.
Caso inconclusivo
Todo caso suspeito que não atendeu os critérios de caso
5
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Fluxo laboratorial
Fonte: DCCI/SVS/MS.
Cenário epidemiológico brasileiro Na Figura 5, observa-se que o primeiro caso suspeito foi
permaneciam em investigação (Figura 4). com a maior frequência de início de sintomas de todos
os casos registrados.
6
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Fonte: DCCI/SVS/MS.
FIGURA 4 Distribuição dos casos notificados de HAGEE segundo classificação, Brasil, abril a setembro de 2022
18
16
14
Número de casos notificados
12
10
0
15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34
Semana epidemiológica
Fonte: DCCI/SVS/MS.
FIGURA 5 Data de notificação dos casos suspeitos de HAGEE segundo semana epidemiológica, Brasil, abril a setembro de 2022
7
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16
14
12
Número de casos notificados
10
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32
Semana epidemiológica
Fonte: DCCI/SVS/MS.
FIGURA 6 Data do início de sintomas dos casos suspeitos de HAGEE segundo semana epidemiológica, Brasil, janeiro a setembro de 2022
Fonte: DCCI/SVS/MS.
FIGURA 7 Distribuição dos casos suspeitos de HAGEE segundo UF de notificação, Brasil, abril a setembro de 2022
8
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Fonte: DCCI/SVS/MS.
FIGURA 8 Distribuição dos casos prováveis de HAGEE segundo UF de notificação, Brasil, abril a setembro de 2022
9
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51
60
Feminino Masculino
Fonte: DCCI/SVS/MS.
FIGURA 9 Distribuição dos casos suspeitos notificados de HAGEE segundo sexo, Brasil, abril a setembro de 2022
40
35
30
25
Número de casos
20
15
10
5
0
Amarela Branca Parda Preta
Raça/cor
Fonte: DCCI/SVS/MS.
FIGURA 10 Distribuição dos casos suspeitos de HAGEE segundo raça/cor, Brasil, abril a setembro de 2022
10
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0 - <2 12
2 - <4 14
Faixa etária
4 - <8 34
8 - <12 22
12 - 16 29
0 5 10 15 20 25 30 35 40
Número de casos
Fonte: DCCI/SVS/MS.
FIGURA 11 Distribuição dos casos suspeitos de HAGEE segundo faixa etária, Brasil, abril a setembro de 2022
Icterícia 74
Dor abdominal 65
Sinais e sintomas
Vômito 62
Febre 59
Colúria 39
Diarréia 30
Acolia fecal 24
0 10 20 30 40 50 60 70 80
Número de casos
Fonte: DCCI/SVS/MS.
FIGURA 12 Distribuição dos casos suspeitos de HAGEE segundo sinais e sintomas, Brasil, abril a setembro de 2022
11
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TABELA 2 Distribuição dos casos suspeitos de HAGEE segundo valores alterados das enzimáticas, Brasil, abril a setembro de 2022
Fonte: DCCI/SVS/MS.
Tendo em vista o cenário epidemiológico das HAGEE e menores de 17 anos. Ao comparar o número de
transplantes hepáticos por todas as causas realizados
no ano de 2022 em menores de 17 anos e na população
mecanismos para aperfeiçoar as análises, considerando total com anos anteriores, é possível observar que
o conjunto de dados disponíveis, passíveis de resultar
em ações e condutas correlatas. Sendo assim, a CGAHV entre os meses de abril a junho de 2022 (Figura 13),
realizou uma análise a partir do levantamento do demonstrando-se, assim, que não há evidência de
número de transplantes hepáticos registrados no banco uma tendência de aumento recente de transplantes
de dados do Sistema Nacional de Transplantes, de hepáticos por todas as causas ou por hepatite
250
200
150
Número de transplantes
100
50
0
jan/18
fev/18
mar/18
abr/18
mai/18
jul/18
ago/18
mar/20
set/18
out/18
dez/18
jan/19
fev/19
mar/19
abr/19
mai/19
jul/19
ago/19
set/19
out/19
dez/19
jan/20
fev/20
abr/20
mai/20
jul/20
ago/20
mar/21
set/20
out/20
dez/20
jan/21
fev/21
abr/21
mai/21
jul/21
ago/21
mar/22
set/21
out/21
dez/21
jan/22
fev/22
abr/22
mai/22
jun/18
nov/18
jun/19
nov/19
jun/20
nov/20
jun/21
nov/21
jun/22
Data do transplante
Fonte: DCCI/SVS/MS.
FIGURA 13 Distribuição de transplantes hepáticos na população em geral e em menores de 17 anos, Brasil, janeiro de 2018 a maio de 2022
12
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13
98
Sim Não
Fonte: DCCI/SVS/MS.
FIGURA 14 Distribuição dos casos suspeitos de HAGEE segundo desfecho realização de transplante, Brasil, abril a setembro de 2022
Fonte: DCCI/SVS/MS.
FIGURA 15 Distribuição espacial dos casos suspeitos de HAGEE com desfecho realização de transplante, Brasil, abril a setembro de 2022
13
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12
29 Alta
Em internação
Óbito
25
Fonte: DCCI/SVS/MS.
FIGURA 16 Distribuição dos casos suspeitos de HAGEE segundo evolução, Brasil, abril a setembro de 2022
Fonte: DCCI/SVS/MS.
FIGURA 17 Distribuição espacial dos casos suspeitos de HAGEE segundo desfecho óbito, Brasil, abril a setembro de 2022
14
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TABELA 3 Número de testes nos casos suspeitos, Brasil, abril a setembro de 2022
Fonte: DCCI/SVS/MS.
saúde, em suas diferentes esferas de gestão, seguem o mais oportunamente possível, para que se possa
aferir o cenário nacional com dados mais próximos
Por meio dos dados disponíveis até o momento, não é oportunidade da coleta de exames e ao respeito aos
períodos preconizados.
epidemiológico das hepatites agudas graves em
É importante ressaltar a positividade para os adenovírus
Não obstante, é importante destacar que a assistência dentre as coletas realizadas, o que reforça a necessida-
à saúde segue acontecendo paralelamente às ações de de se considerar essa etiologia nas coletas realizadas
nos serviços. Portanto, a CGAHV tem como objetivo pró-
entanto, a manutenção da vigilância dos casos de
15
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*Coordenação-Geral de Vigilância do HIV/Aids e das Hepatites Virais do Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente
Transmissíveis (CGAHV/DCCI/SVS): Aline Almeida da Silva, Ana Cristina Garcia Ferreira, Carlos Alberto de Albuquerque Almeida Junior, Gerson Fernando
Mendes Pereira, José Nilton Gomes, Lilian Nobre de Moura, Loraine Melissa Dal-Ri, Tiago Benoliel Rocha.
Coordenação de Gestão de Risco de Emergências em Saúde Pública (CGRESP/CGEMSP/DEMSP/SVS): Sebastião Bruno Taveira da Silva, Samara Carolina
Rodrigues, Danniely Carolinne Soares da Silva.
16 Voltar ao início
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Dados do Global Burden of Disease – 2019 posicionam registros do SIM que apresentavam como causa básica
o suicídio como a terceira maior causa de mortes -
de apresentar uma maior taxa, 9,4 mortes por 100 mil.4 faixa etária (10 a 14 anos; 15 a 19 anos;), raça/cor da pele
(branca, preta/parda, amarela, indígena e não informado),
Aliado a esse cenário, em 11 de março de 2020, a meio de agressão (arma de fogo; enforcamento;
intoxicação; objeto cortante; queda de local/objeto em
estado de calamidade pública em decorrência da (estabelecimentos de saúde; domicílio; via pública; aldeia
covid-19, encerrado em 20 de maio de 2022, pelo indígena; outros; ignorado).
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dos óbitos por suicídio em adolescentes, segundo taxas de mortalidade de adolescentes de 15 a 19 anos,
características individuais e de ocorrência no período
de 10 a 14 anos, chegando a 1,33 por 100 mil (Figura 2).
1,40
1,20
1,00
Taxa (por 100 mil)
0,80
0,60
0,40
0,20
0,00
1º 2º 3º 4º 1º 2º 3º 4º 1º 2º 3º 4º 1º 2º 3º 4º 1º 2º 3º 4º 1º 2º 3º 4º
2016 2017 2018 2019 2020 2021
Ano/Trimestre
FIGURA 1 Evolução das taxas de suicídio por trimestre em adolescentes. Brasil 2016 a 2021¹
18
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6,00 5,39
5,20
5,00 4,40
Taxa (por 100 mil)
4,00
10 a 14 anos
3,00
15 a 19 anos
2,00
1,13 1,33
1,07 1,26 1,11
0,92
1,00
0,00
2016 2017 2018 2019 2020 2021
FIGURA 2 Taxas de mortalidade por suicídio em adolescentes, segundo faixa etária. Brasil, 2016 a 2021¹
6,00
5,26
5,17 5,10
5,00
4,27 4,32
3,80
Taxa (por 100 mil)
4,00
2,90
3,00 Masculino
2,47 2,41
2,20 2,28
Feminino
2,00 1,64
1,00
0,00
2016 2017 2018 2019 2020 2021
FIGURA 3 Taxas de mortalidade por suicídio em adolescentes segundo sexo. Brasil, 2016 a 2021¹
19
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3,00
2,67
2,50
2,00
Taxa (por 100 mil)
1,50
1,00
0,50 0,32
0,23
0,15 0,13 0,09
0,00
Enforcamento Intoxicação Arma de fogo Queda de local/ Meios não Outros meios
exógena objeto especificados especificados
movimento
FIGURA 4 Taxa média de mortalidade por suicídio em adolescentes segundo meio de agressão. Brasil, 2016 a 2021¹
20
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Roraima 12,75
Mato Grosso do Sul 10,71
Amazonas 7,57
Amapá 6,56
Acre 6,29
Rondônia 5,94
Tocantins 5,85
Goiás 5,13
Rio Grande do Sul 4,93
Santa Catarina 4,92
Mato Grosso 4,88
Piauí 4,83
Paraná 4,26
Distrito Federal 4,01
Ceará 3,75
Pará 3,71
Brasil 3,51
Minas Gerais 3,46
Sergipe 3,33
Rio Grande do Norte 3,11
Paraíba 2,71
São Paulo 2,68
Maranhão 2,56
Pernambuco 2,43
Espírito Santo 2,42
Alagoas 2,04
Bahia 1,95
Rio de Janeiro 1,73
FIGURA 5 Taxa média de mortalidade de suicídio em adolescentes por UF. Brasil, 2016 a 2021¹
21
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Apesar de uma taxa de suicídios inferior à média global, da pele em sua população.15,17 É importante destacar,
ressalta-se que a situação brasileira em relação ao ainda, que a maior proporção de óbitos por suicídio na
suicídio infantojuvenil é preocupante. Enquanto as esti-
mativas globais apontam para uma redução do suicídio pode ser interpretada como maior risco para esses
na adolescência, as estatísticas nacionais indicam uma
tendência de aumento dos suicídios de adolescentes dos óbitos por raça/cor, e não a taxa de mortalidade
11
Fernandes e colabora- ,
dores , ao analisarem as tendências dos suicídios em
11
e na Região Norte do País19–21 tem demonstrado de
forma consistente o maior risco de morte por suicídio
aumento dessas taxas em ambas as faixas de 10 a 14 e na população indígena. Além disso, destaca-se que,
15 a 19 anos de idade, e no sexo masculino. diferentemente da população geral, onde o maior risco
22
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de morte se concentra entre idosos, na população depressivos. Além disso, essa associação foi mais forte
indígena o maior risco se concentra entre adolescentes no sexo feminino, e tendeu a enfraquecer com o avanço
e jovens adultos. da idade. Em contrapartida, o suporte social de pais e
colegas tem sido apontado como um fator de proteção
Corroborando com os achados do presente boletim, para a ideação suicida entre adolescentes, moderando o
os estados com maiores taxas de suicídio estão impacto de outros fatores de risco, como a depressão e
transtornos alimentares.27
expressiva população indígena, podendo sugerir
uma relação para o maior risco de suicídio nesses Esses achados são relevantes à luz dos resultados da
Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE). Dados
maior compreensão desse agravo, mas tais resultados da PeNSE de 2009 e 2019 demonstram um aumento da
chamam a atenção para um olhar mais detalhado insatisfação entre adolescentes, com aumentos tanto
para o fenômeno nessas localidades. das proporções de estudantes que se consideram
Nesse sentido, um estudo de revisão sobre suicídio da proporção dos que se consideram gordos ou muito
e estrutura social demonstrou que vulnerabilidades
e disparidades sociais são fatores que impactam na que nos extremos de magreza ou sobrepeso passou
ocorrência do agravo.15 Em adolescentes é possível
que apresentar menor renda, desigualdades na
disponibilidade de recursos, oportunidades e exclusão sugerem um aumento das proporções de meninas que
social também impacte na mortalidade por suicídio.15,22 vomitaram ou tomaram laxantes para perder ou evitar o
23
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Conforme pesquisa realizada na Europa, o impacto expansão dos serviços ambulatoriais, como as Equipes
percebido na saúde mental e psicopatologia de
crianças e adolescentes aumentou drasticamente de Mental (Ament) e para atendimento de crises. Nessa
“médio” em abril de 2020 para “forte” ou “extremo” em perspectiva, o Ministério propõe expandir os Caps
2021, principalmente na ocorrência de crises suicidas, IV, remodelando-os para esta missão. Além disso, é
transtornos de ansiedade, transtornos alimentares e importante destacar, ainda, que a diminuição acentuada
episódios depressivos maiores.35 Portanto, é necessário do provimento de leitos psiquiátricos especializados,
apontar que os efeitos negativos da pandemia no
suicídio podem se manifestar ao longo dos próximos
anos, o que torna necessário mais estudos e maior
vigilância para a sua ocorrência. os suicídios.
das taxas de suicídio em adolescentes no período questões sociais e econômicas para seu enfrentamento.
estudado, contudo não foi observado aumento no Nesse sentido, o Ministério da Saúde lançou, em 2021, o
início da pandemia. Cabe destacar que o impacto da Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das
pandemia na saúde mental dos adolescentes tende
a ser visto a longo prazo. Desse modo, é importante 2021-203043. Com a meta de deter o crescimento da
dar continuidade ao monitoramento dos casos de
tentativa de suicídio e dos óbitos para entender seu ações estratégicas elaboradas para o alcance desse pro-
comportamento e elaborar ações de prevenção. pósito. Estados e municípios já vem se organizando para
incorporar o Plano de Dant em ações e atividades locais,
Referências
de serviços especializados com equipes completas,
como os Centros de Atenção Psicossocial (Caps) 1. World Health Organization Preventing suicide: a
global imperative. Geneva, Switzerland: World Health
especializados, que têm sido incentivados pelo Organization; 2014. 89 p.
mentais e a intervenção precoce são fundamentais para 2. Nock MK, Borges G, Bromet EJ, Cha CB, Kessler RC,
a prevenção do suicídio, assim como o acesso a serviços Lee S. Suicide and Suicidal Behavior. Epidemiologic
capacitados para atendimento adequado urgências e Reviews. 2008; 30:133-54.
emergências psiquiátricas.
Salienta-se que o cuidado em saúde mental é from the WHO World Mental Health Surveys. 1st
multidimensional e transversal, necessitando que publ. Cambridge: Cambridge Univ. Press; 2012. 391 p.
a Rede de Atenção em Saúde esteja articulada e (Cambridge Medicine).
para garantir às pessoas em sofrimento psíquico o 4. Institute for Health Metrics and Evaluation. GBD
atendimento integral e longitudinal no território. Results Tool | GHDx [Internet]. Global Health Data
Exchange. 2019. [citado 16 de junho de 2019].
Rede de Atenção à Saúde para atender as demandas Disponível em: http://ghdx.healthdata.org/gbd-
que exijam intervenções menos especializadas, na results-tool.
24
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7. Schuck FW, Weber GMF, Schaefer CK, Reinheimer 17. Bahia CA, Avanci JQ, Pinto LW, Minayo MC de S. Lesão
1999-2016. National Vital Statistics Reports. 2018;67:16. Brasil: um problema de saúde pública oculto. Braz J
Psychiatry. 2012;34:489-90.
suicídio em adolescentes brasileiros entre 1997 e mortalidade por suicídio entre indígenas e não
2016. Epidemiol Serv Saúde [Internet]. 2020. [citado indígenas no estado do Amazonas, Brasil. J bras
5 de setembro de 2022];29. Disponível em: http:// psiquiatr. 2013;62:245-52.
www.scielo.br/j/ress/a/DnvLKC5ptmJTkL668MZMXcj/
abstract/?lang=pt. 22. Ribeiro JM, Moreira MR. Uma abordagem sobre o
12. McLoughlin AB, Gould MS, Malone KM. Global trends saúde coletiva. 2018; 23:2821-34.
in teenage suicide: 2003–2014. QJM: An International
Journal of Medicine. 2015;108:765-80. 23. Coy-Dibley I. “Digitized Dysmorphia” of the female
25
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Anexo
TABELA 1 Distribuição dos óbitos por suicídio¹ em adolescentes, segundo faixa etária, sexo, raça/cor da pele, meio de agressão e local de
ocorrência do óbito. Brasil, 2016 a 2021²
Características N.o %
Faixa etária (anos)
10 a 14 1.028 15,6
15 a 19 5.560 84,4
Sexo
Masculino 4.456 67,9
Feminino 2.132 32,4
Raça/cor da pele
Branca 2.450 37,2
Preta/Parda 3.697 56,1
Amarela 23 0,3
Indígena 325 4,9
Não informado 93 1,4
Meio de agressão
Enforcamento 5.011 76,1
Intoxicação 595 9,0
Arma de fogo 423 6,4
Objeto cortante 27 0,4
Queda de local/Objeto em movimento 280 4,3
Meios não especificados 250 3,8
Local ocorrência do óbito
Estabelecimentos de Saúde 1.149 17,4
Domicílio 4.173 63,4
Via pública 265 4,0
Aldeia indígena 21 0,3
Outros 962 14,6
Ignorado 17 0,3
*Coordenação-Geral de Doenças e Agravos Não Transmissíveis (CGDANT/Daent/SVS): Giovanny Vinícius Araújo de França, Leandra Lofego Rodrigues,
Mayara Alves Luis, Rafael Bello Corassa, Ranielle de Paula Silva, Patrícia Pereira Vasconcelos de Oliveira. Coordenação de Saúde Mental, Álcool e outras
Drogas (CGMAD/Deciv/Saps): Alexandre Fonseca Santos, Rafael Bernardon Ribeiro.
27 Voltar ao início
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grave, principalmente em crianças menores de 5 anos do vírus do sarampo”, dando início a novos surtos,
de idade, pessoas desnutridas e imunodeprimidas.
A transmissão do vírus ocorre de forma direta, por meio
de secreções nasofaríngeas expelidas ao tossir, espirrar,
falar ou respirar próximo às pessoas sem imunidade epidemiológica 33, os estados do Amapá e São Paulo
contra o sarampo. Além disso, o contágio também pode permanecem com surto ativo de sarampo no País,
ocorrer pela dispersão de aerossóis com partículas virais
no ar, em ambientes fechados como escolas, creches, respectivamente (Tabela 1).
clínicas, entre outros.
-
Situação epidemiológica
do sarampo no Brasil
Após os últimos casos da doença no ano de 2015, o
Na curva epidêmica (Figura 1), observa-se maior con-
-
20 (27 de março a 21 de maio de 2022) e, a partir da
SE 19, um expressivo número de casos suspeitos per-
2019, após um ano de circulação do vírus do mesmo manecem pendentes de encerramento.
TABELA 1 Distribuição dos casos confirmados de sarampoa, data de exantema e semanas transcorridas do último caso confirmado,
segundo unidade da Federação de residência, Brasil, 2018 a 2022
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Conclusão
180
160
140
120
N.° de casos
100
80
60
40
20
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33
Semana epidemiológica da data do início do exantema
Confirmados por laboratório (42) Confirmados por clínico epidemiológico (1) Descartados (1.945) Em investigação (177)
FIGURA 1 Distribuição dos casos de sarampoa por semana epidemiológica do início do exantema e classificação final, Brasil, semanas
epidemiológicas 1 a 33 de 2022
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TABELA 2 Distribuição dos casos confirmados de sarampoa, coeficiente de incidência e semanas transcorridas do último caso confirmado,
segundo unidade da Federação de residência, Brasil, SE 1 a 33 de 2022
TABELA 3 Distribuição dos casos confirmados de sarampoa e coeficiente de incidência dos estados com surto, segundo faixa etária e sexo,
Brasil, SE 1 a 33 de 2022
Fonte: SVS/MS.
a
Dados atualizados em 6/9/2022 e sujeitos a alterações.
b
População dos municípios de residência dos casos por 100 mil habitantes.
c
Estas faixas etárias foram definidas de acordo com as estratégias de vacinação realizadas em 2019 e 2020, para padronização da análise de dados.
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FIGURA 2 Distribuição dos casos de sarampo em investigação, segundo unidade da Federação de residência, Brasil, semanas epidemiológicas
1 a 33 de 2022
Óbitos
da Vigilância Laboratorial de Sarampo e Rubéola, iniciado
Entre a SE 1 a SE 33 de 2022, não ocorreram óbitos por em outubro de 2020, apoia e acompanha a qualidade
sarampo, no entanto, no ano de 2021, foram registrados
dois óbitos pela doença, no estado do Amapá, em bebês na assistência desde a solicitação dos exames até a
menores de um ano de idade. liberação dos resultados e, assim, manter a capacidade
de resposta dos Lacen como esperado.
Vigilância laboratorial
Lacen é o método de ensaio imunoenzimático ELISA.
Já o diagnóstico molecular por RT-PCR é realizado
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casos em investigação e que excedam a capacidade número de exames com sorologia IgM reagentes não ne-
Nº de exames solorogicos (IgM) positivos e Solicitações por data de coleta e por semana epidemiológica, B rasil, ano 2022, até SE 33
Legenda
408 IgM R eagente
400 400
376 379
350 350
329
320
300 300
266 269
N de Pos it ivos
Nº de E xames
198
200 200
186
181
156 159
150 150
129
124
114 117 113 112
99 99 101
100 100
72 81
65 68 67 66
55 50 45
47 49
50 44 42 50
38 55 30
26 23 49 27
19 17 45 21 16
10 13 13 12 14 10 13
6 5 33 8 4
0 9 21 18 20 24 19 22 0
2 0 2 2 -3 3
2 0 2 2 -3 2
2 0 2 2 -3 1
2 0 2 2 -3 0
2 0 2 2 -2 9
2 0 2 2 -2 8
2 0 2 2 -2 7
2 0 2 2 -2 6
2 0 2 2 -2 5
2 0 2 2 -2 4
2 0 2 2 -2 3
2 0 2 2 -2 2
2 0 2 2 -2 1
2 0 2 2 -2 0
2 0 2 2 -1 9
2 0 2 2 -1 8
2 0 2 2 -1 7
2 0 2 2 -1 6
2 0 2 2 -1 5
2 0 2 2 -1 4
2 0 2 2 -1 3
2 0 2 2 -1 2
2 0 2 2 -1 1
2 0 2 2 -1 0
2 0 2 2 -0 9
2 0 2 2 -0 8
2 0 2 2 -0 7
2 0 2 2 -0 6
2 0 2 2 -0 5
2 0 2 2 -0 4
2 0 2 2 -0 3
2 0 2 2 -0 2
2 0 2 2 -0 1
FIGURA 3 Número de exames sorológicos (IgM) reagente e solicitações por data de coleta e por semanas epidemiológicas, Brasil SE 1 a 33
de 2022
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FIGURA 4 Número de exames sorológicos (IgM) reagentes para sarampo, por UF de residência do paciente, Brasil, SE 1 a 29 de 2022
Conforme os dados referentes as SE 1 a 33/2022 apre- ocorre devido a presença de não conformidades (como
sentados na Tabela 4, 730 municípios, o correspon- coleta e transporte inadequado, presença de hemólise,
-
sorológicos (IgM) para o diagnóstico de sarampo e, tam o processamento dessas. Tal observância converge
com a importância dos treinamentos propostos dentro
que tiveram pelo menos um exame IgM positivo do Plano de Ação para Fortalecimento da Vigilância La-
(Tabela 4). Foram solicitados um total de 5.077 exa- boratorial realizados nos últimos meses, uma vez que
o temas abordados tinham como objetivo o aprimora-
- mento da fase pré-analítica. Espera-se que o percen-
tual de não conformidades reduza gradativamente a
longo prazo, conforme a replicação das informações
reagentes para sarampo. A não realização de exames ofertadas nos treinamentos.
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TABELA 4 Distribuição por UF dos exames laboratoriais para diagnóstico de sarampo, de acordo com municípios totais, municípios
solicitantes, e resultado IgM positivo por municípios de residência da UF, Brasil, SE 1 a 33 de 2022
Municípios
Total de Percentual Positividade (% de
solicitantes Municípios com
UF municípios de municípios municipios com IgM+ em
(por residência IgM positivo
por UF solicitantes (%) relação aos solicitantes)
do paciente)
Acre 22 4 17,4 2 50,0
Alagoas 102 7 6,8 NA NA
Amazonas 62 6 9,5 2 33,3
Amapá 16 11 64,7 7 63,6
Bahia 417 64 15,3 22 34,4
Ceará 184 51 27,6 9 17,6
Distrito Federal 1 2 3,4 2 100,0
Espírito Santo 78 15 19,0 3 20,0
Goiás 246 26 8,5 8 30,8
Maranhão 217 6 2,8 NA NA
Minas Gerais 853 69 8,1 15 21,7
Mato Grosso do Sul 79 10 12,5 4 40,0
Mato Grosso 141 9 6,3 1 11,1
Pará 144 61 42,1 26 42,6
Paraíba 223 27 12,1 11 40,7
Pernambuco 185 49 26,3 21 42,9
Piauí 224 7 3,1 2 28,6
Paraná 399 34 8,5 5 14,7
Rio de Janeiro 92 24 25,8 7 29,2
Rio Grande do Norte 167 14 8,3 5 35,7
Rondônia 52 10 18,9 6 60,0
Roraima 15 4 25,0 2 50,0
Rio Grande do Sul 497 38 7,6 6 15,8
Santa Catarina 295 31 10,5 3 9,7
Sergipe 75 7 9,2 1 14,3
São Paulo 645 141 21,8 61 43,3
Tocantins 139 3 2,1 1 33,3
Total geral 5.570 730 13,1 232 31,8
34
TABELA 5 Distribuição dos exames sorológicos (IgM) para diagnóstico de sarampo, segundo, o total de exames (solicitados, em triagem, em análise, liberados, positivos, negativos e inconclusivos) e
a oportunidade de diagnóstico (tempo oportuno de liberação de resultado, mediana de liberação dos resultados a partir do recebimento da amostra no laboratório e positividade do diagnóstico),
por UF de residência, Brasil, SE 1 a 33 de 2022
35
Pernambuco 298 13 8 229 48 61 143 25 78% 3 26,6
Piauí 39 4 1 25 9 11 11 3 63% 4 44,0
Paraná 105 2 5 73 25 8 63 2 83% 3 11,0
Rio de Janeiro 412 14 NA 277 121 56 203 18 78% 3 20,2
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SOROLOGIA RT-PCR
(ELISA) (Critérios para envio de amostras para Fiocruz)
Resultado de sorologia IgM Reagente para sarampo: Enviar amostras dos 3 primeiros casos supeitos
confirmar o caso. que estão diretamente relacionados ao caso índice.
Resultado de IgG Reagente para sarampo: caso Enviar amostras dos 3 casos suspeitos que
não tenha histórico de vacinação, coletar S2 e ocorreram em uma nova localidade ou municipio.
avaliar o aumento de títulos de IgG por pareamento A cada dois meses, enviar 3 novas amostras de
das amostras. casos da mesma localidade ou município onde os
casos que iniciaram o surto foram confirmados.
Fonte: CGLAB/DAEVS/SVS.
FIGURA 5 Estratégias a serem adotadas em municípios com surto ativo para envio de amostras para o diagnóstico de sarampo
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*Coordenação-Geral do Programa Nacional de Imunizações do Departamento de Imunização e Doenças Transmissíveis (CGPNI/DEIDT/SVS): Adriana Regina
Farias Pontes Lucena, Aline Ale Beraldo, Cintia Paula Vieira Carrero, Josafá do Nascimento Cavalcante, Maria Izabel Lopes, Nájla Soares Silva, Regina Célia
Mendes dos Santos Silva, Rita de Cássia Ferreira Lins. Coordenação-Geral de Laboratórios de Saúde Pública do Departamento de Articulação Estratégica de
Vigilância em Saúde (CGLAB/Daevs/SVS): Izabela Rosa Trindade, Leonardo Hermes Dutra, Marielly Reis Resende Sousa, Marliete Carvalho da Costa, Mayara
Jane Miranda da Silva, Rejane Valente Lima Dantas, Ronaldo de Jesus, Thiago Ferreira Guedes.
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