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Física

Módulo

21
capítulo 1

MAGNETISMO E FONTES
DE CAMPO MAGNÉTICO
Física Módulo 21 Magnetismo e fontes
capítulo 1 de campo magnético

Ímãs
Os ímãs têm a propriedade de atrair objetos de ferro. Esse fato foi observado pela
primeira vez em um minério de ferro denominado magnetita.
A magnetita e os demais minerais com propriedades magnéticas encontrados na
natureza são chamados de ímãs naturais. Já os ímãs fabricados são chamados de
ímãs artificiais.

VITALY RADUNTSEV/SHUTTERSTOCK

Pedaço de magnetita.
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capítulo 1 de campo magnético

Polos de um ímã
Considere um ímã em forma de barra em contato com fragmentos de ferro. Os
fragmentos aderem ao ímã mais acentuadamente nas extremidades, chamadas de
polos do ímã.

TEK IMAGE/SCIENCE PHOTO LIBRARY/


SPL RF/LATINSTOCK
SELMA CAPARROZ

Norte geográfico
d

Sul geográfico

O ímã suspenso pelo seu centro de gravidade Os fragmentos de ferro aderem às extremidades.
orienta-se aproximadamente na direção
Norte-Sul geográfica.

O polo voltado para o norte geográfico recebe o nome de polo norte do ímã.
O polo voltado para o sul geográfico é o polo sul do ímã.
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capítulo 1 de campo magnético

Atração e repulsão
Quando aproximamos dois polos norte ou dois polos sul, ocorre repulsão entre
eles. Já entre um polo norte e um polo sul, ocorre atração. Assim, podemos dizer
que polos de mesmo nome se repelem e polos de nomes diferentes se atraem.

ILUSTRAÇÕES: SELMA CAPARROZ


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capítulo 1 de campo magnético

Inseparabilidade dos polos de um ímã


Ao partir um ímã transversalmente, é impossível obter partes com apenas um polo.
Observa-se que cada parte obtida constitui um novo ímã. Essa propriedade é deno-
minada inseparabilidade dos polos de um ímã.

N S

SELMA CAPARROZ
N S N S
Ao partir um ímã transversalmente, cada parte obtida constitui um novo ímã.
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capítulo 1 de campo magnético

Magnetismo terrestre
A Terra se comporta como um enorme ímã, com o polo sul magnético localizado
nas imediações do norte geográfico e o polo norte magnético localizado nas ime-
diações do sul geográfico.
Norte
geográfico

SELMA CAPARROZ
N

Sul
geográfico

O ímã Terra.
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capítulo 1 de campo magnético

Bússola
A bússola é um instrumento usado para orientação. Ela é constituída de um ímã em
forma de losango, denominado agulha magnética, montado em um painel dotado
de pontos cardeais.

DMITRY RUKHLENKO/SHUTTERSTOCK
Bússola
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capítulo 1 de campo magnético

Campo magnético e linhas de indução


Ao ser colocada nas proximidades de um ímã, a agulha magnética de uma bússola
orienta-se em uma direção que varia com a posição da bússola em relação ao ímã.
Isso significa que o ímã influencia o espaço que o envolve por meio da criação de
um campo de forças em torno de si mesmo. Esse campo é denominado campo
magnético.
A cada ponto P do campo magnético associamos uma grandeza vetorial denominada
vetor indução magnética, ou simplesmente vetor campo magnético, indicado por B.
O vetor campo magnético tem as seguintes carac- B
terísticas: P
• Direção: a direção de B em P é aquela na qual

SELMA CAPARROZ
se dispõe a agulha magnética.
• Sentido: o sentido de B é aquele para o qual
aponta o polo norte da agulha.
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capítulo 1 de campo magnético

Campo magnético e linhas de indução


A linha de indução é uma linha imaginária que indica a direção e o sentido do vetor
campo magnético em cada ponto do campo.
O vetor campo magnético é sempre tangente à linha de indução e tem o mesmo
sentido que ela. Observe que as linhas de indução partem do polo norte do ímã e
chegam ao polo sul.

B1 B
1
P

SELMA CAPARROZ
3 2
B3 B2

As linhas de indução não se cruzam e, nas regiões onde


estão mais próximas, o campo magnético é mais intenso.
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Imantação de uma barra de ferro


Quando se aproxima uma barra de ferro de um ímã, a barra se magnetiza. Esse
processo de magnetização é chamado de indução magnética.

SELMA CAPARROZ
Se a barra de ferro se desmagnetiza com o afastamento do ímã, dizemos que a
imantação é temporária.
Se a imantação se mantém, dizemos que é permanente. O ferro, o cobalto, o níquel
e certas ligas metálicas, que podem ser fortemente imantadas, são denominados
substâncias ferromagnéticas.
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Experiência de Oersted
Em 1820, o físico dinamarquês Hans Christian Oersted observou que a agulha
magnética de uma bússola sofria uma deflexão ao se aproximar de um fio con-
dutor percorrido por uma corrente elétrica, como se um ímã se aproximasse da
agulha. Assim, Oersted concluiu que toda corrente elétrica origina no espaço que
a envolve um campo magnético.

i i

LUIZ RUBIO
i i i i
Com a chave aberta, a agulha magnética da Com a chave fechada, o fio sobre a bússola é
bússola alinha-se com o campo magnético percorrido por uma corrente elétrica que cria
terrestre, apontando aproximadamente para um campo magnético ao seu redor, mudando a
o norte geográfico. orientação da agulha magnética da bússola.
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Campo magnético gerado por uma corrente


elétrica em um condutor retilíneo e extenso
Vejamos as características do vetor campo magnético B∙ num ponto P situado a uma
distância r de um condutor retilíneo percorrido por uma corrente elétrica de inten-
sidade i.
• Direção: é a da reta perpendicular ao plano definido O1
pelo ponto P e pelo condutor.
i
• Sentido: é dado pela regra da mão direita.
B
• Intensidade: B 5 0 ? i P
2π r r

Tm
Permeabilidade magnética do vácuo: m0 5 4 ? p ? 1027

SELMA CAPARROZ
A i

O2
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capítulo 1 de campo magnético

Campo magnético gerado por uma corrente


elétrica em um condutor retilíneo e extenso
As linhas de indução de um campo magnético gerado por uma corrente elétrica
que percorre um condutor retilíneo são circunferências concêntricas em relação ao
condutor.
B2

MARTYN F. CHILLMAID/SCIENCE PHOTO


LIBRARY/LATINSTOCK
i

SELMA CAPARROZ
B1 r2
B1
LUIZ RUBIO

B2
r1
i

B2 B1
B1 Linhas de indução

B2
Linhas de indução
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capítulo 1 de campo magnético

Campo magnético no centro de uma espira


circular percorrida por corrente elétrica
A seguir, veremos as características do vetor campo magnético B∙ no centro O de
uma espira circular de raio R percorrida por corrente elétrica de intensidade i.
• Direção: é a da reta perpendicular ao
plano da espira.
• Sentido: é dado pela regra da mão
direita. i
B R
R i
O i i O

LUIZ RUBIO
B

• Intensidade: B 5 0 ? i
2π R i
i i i

Permeabilidade magnética do vácuo:

m0 5 4 ? p ? 1027 T ? m Vista de frente e em perspectiva.


A
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capítulo 1 de campo magnético

Campo magnético no centro de uma espira


circular percorrida por corrente elétrica
As linhas de indução de um campo magnético gerado por uma corrente elétrica que
percorre uma espira circular partem de uma face da espira (vista pelo observador O2)
e chegam à outra (vista pelo observador O1).

O1

LUIZ RUBIO
i

O2
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capítulo 1 de campo magnético

Campo magnético no centro de uma espira


circular percorrida por corrente elétrica
O polo norte da espira é a face da qual partem as linhas de indução e o polo sul é a
face pela qual entram as linhas de indução.

i B ii i B B ii B
i i

LUIZ RUBIO
i i i ii i i i

Polo norte: corrente elétrica Polo sul: corrente elétrica


tem sentido anti-horário. tem sentido horário.
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Campo magnético no interior de um solenoide


percorrido por corrente elétrica
A seguir, veremos as características do vetor campo magnético B num ponto qualquer
no interior de um solenoide percorrido por uma corrente elétrica de intensidade i.

Eixo do
P solenoide
solen

LUIZ RUBIO
B

i
i

• Direção: é a do eixo do solenoide.


• Sentido: é dado pela regra da mão direita.

• Intensidade: B 5 m0 ? N ? i
L
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capítulo 1 de campo magnético

Campo magnético no interior de um solenoide


percorrido por corrente elétrica
No interior de um solenoide, o campo magnético é uniforme. Portanto, as linhas
de indução em seu interior são retas paralelas igualmente orientadas e igualmente
espaçadas.
O polo norte do solenoide é a extremidade de onde partem as linhas de indução e
o polo sul é a extremidade por onde entram as linhas de indução.

S N

LUIZ RUBIO
i i

No interior de um solenoide, o campo magnético é uniforme.


Física

Módulo

21
capítulo 2

FORÇA MAGNÉTICA
Física Módulo 21
Força magnética
capítulo 2

Força magnética sobre um condutor


reto imerso em um campo magnético uniforme
Considere um condutor reto de comprimento L, percorrido por uma corrente elé-
trica de intensidade i e imerso em um campo magnético uniforme de intensidade
B. Sendo u o ângulo entre o vetor campo magnético B∙ e o condutor, orientado no
sentido da corrente elétrica i, vamos analisar as características da força magnética
F∙mag. que age no condutor.

Fmag.

ADILSON SECCO
u B
i
L

Condutor reto imerso num campo magnético uniforme B∙ .


Física Módulo 21
Força magnética
capítulo 2

Força magnética sobre um condutor reto


imerso em um campo magnético uniforme
Direção
A direção é determinada pela reta perpendicular a B∙ e ao condutor.

Sentido
O sentido é determinado pela regra da mão esquerda.

Intensidade Fmag. 5 B ? i ? L ? sen u

Fmag. Fmag. B

SELMA CAPARROZ
ADILSON SECCO

u B Condutor reto
i u
L imerso num
campo magnético i Regra da mão
uniforme B∙. esquerda.
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Força magnética
capítulo 2

Força magnética entre condutores paralelos


percorridos por correntes elétricas
Vamos considerar dois condutores retilíneos, paralelos e bem longos, percorridos
por correntes elétricas de intensidades i1 e i2. Essas correntes elétricas podem ter
mesmo sentido ou sentidos opostos. Vamos analisar cada caso separadamente.
1 2

Força magnética entre condutores paralelos percorridos por cor- –Fmag. Fmag.
rentes elétricas de mesmo sentido. Nesse caso, ocorre atração. L i1 i2 L

B2 B1
1 2

ILUSTRAÇÕES: LUIZ RUBIO


r

L
–Fmag.
i1 i2
Fmag.
L
Força magnética entre condutores paralelos percorridos por
correntes elétricas de sentidos opostos. Nesse caso, ocorre
B2 B1
repulsão.
r
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Força magnética
capítulo 2

Força magnética entre condutores paralelos


percorridos por correntes elétricas
As intensidades das forças magnéticas de atração e de repulsão são dadas por:

0 ? i1 ? i2
Fmag. 5 ?L
2π ? r

1 2 1 2

ILUSTRAÇÕES: LUIZ RUBIO


–Fmag. Fmag. –Fmag. Fmag.
L i1 i2 L L i1 i2 L

B2 B1 B2 B1

r r
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Força magnética
capítulo 2

Força magnética sobre partículas eletrizadas


lançadas em um campo magnético uniforme
Vamos analisar as características da força magnética F mag., que age numa partícu-
la eletrizada com carga elétrica q, lançada com velocidade v num campo magné-
tico uniforme B. Seja u o ângulo entre B∙ e a velocidade v .
Fmag. B

ILUSTRAÇÕES: LUIZ RUBIO


B 2 u

1 u v

Fmag.
v

Força magnética sobre partículas eletrizadas.


Física Módulo 21
Força magnética
capítulo 2

Força magnética sobre partículas eletrizadas


lançadas em um campo magnético uniforme
Direção
A direção é determinada pela reta perpendicular a B e a v .

Sentido
O sentido é determinado pela regra da mão esquerda, considerando q . 0.
Para q , 0, o sentido da força magnética F∙mag. é oposto ao dado pela regra da mão
esquerda.

Intensidade Fmag. 5 |q| ? v ? B ? sen u


Fmag. B

SELMA CAPARROZ
Fmag.
ADILSON SECCO

B u
1 u i Regra da mão
v esquerda.
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Força magnética
capítulo 2

Alguns casos particulares


Partícula eletrizada abandonada em repouso no interior
de um campo magnético
Nesse caso, v 5 0 e, portanto, a força magnética é nula ( F mag. 5 0 ). Assim, a partí-
cula não fica sujeita à ação de força magnética.

Partícula eletrizada lançada paralelamente às linhas de indução


de um campo magnético uniforme
Nesse caso, a partícula se desloca livre da ação de força magnética, realizando um
movimento retilíneo e uniforme (MRU).
B
v

ADILSON SECCO
q Partículas
eletrizadas lançadas
N paralelamente às
q S
v linhas de indução.
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Força magnética
capítulo 2

Alguns casos particulares


Partícula eletrizada lançada perpendicularmente às linhas
de indução de um campo magnético uniforme
Nesse caso, a partícula realiza um movimento circular e uniforme (MCU), num pla-
no perpendicular às linhas de indução.

ADILSON SECCO
N Fmag. S
q B
v

A trajetória circular pertence a um plano


perpendicular às linhas de indução.

Raio da trajetória: R 5 m ? v Período: T 5 2π ? m


|q| ? B |q| ? B
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Força magnética
capítulo 2

Alguns casos particulares


Partícula eletrizada lançada obliquamente às linhas de indução
de um campo magnético uniforme
Nesse caso, decompomos a velocidade de lan- v2 v
çamento v nas componentes v 1 (paralela a B) q u B
e v 2 (perpendicular a B). N
v1
S

Segundo a componente v1, a carga tende a exe-

ILUSTRAÇÕES: ADILSON SECCO


cutar um MRU na direção de B e, segundo a com-
A velocidade v⃗ é decomposta
ponente v2, a carga tende a executar um MCU em nas componentes v⃗1 e v⃗2.
um plano perpendicular a B. B

A composição de um MRU com um MCU deter- v


mina um movimento helicoidal uniforme, e a q


trajetória é denominada hélice cilíndrica. N


B
S

O movimento da partícula é helicoidal


e uniforme.

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