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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO

CENTRO MULTIDISCIPLINAR DE PAU DOS FERROS


CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO
TEORIA E HISTÓRIA DA ARQUITETURA E URBANISMO III
FRANCISCA MARIZA DE CARVALHO

A forma de Le Corbusier pensar as cidades no ponto de vista de


urbanistas contemporâneos em “Camillo Sitte e Le Corbusier: colisão de
críticas e aproximação de princípios”

Profª. Drª. Anna Cristina Andrade Ferreira

PAU DOS FERROS – RN 2020


A forma de Le Corbusier pensar as cidades no ponto de vista de urbanistas
contemporâneos em “Camillo Sitte e Le Corbusier: colisão de críticas e
aproximação de princípios”

O artigo “Camillo Sitte e Le Corbusier: colisão de críticas e aproximação


de princípios”, de Ultramari (2018) faz uma comparação entre os arquitetos Le
Corbusier e Camillo Sitte, acerca de seus contrastes e concordâncias em suas
visões de urbanismos, sendo consideradas seminais e antagônicas. Nele são
discutidas as ideias de produções escritas por ambos arquitetos, em que é
possível entender, a partir da visão de urbanistas contemporâneos, o modo com
que Le Corbusier pensava a cidade.

Citando Choay, em “O Urbanismo, utopias e realidades: uma antologia”,


de Françoise Choay (2005, primeira edição 1965), o autor analisa que existe um
embate entre as ideias consideradas progressistas de Le Corbusier e as ideias
culturalistas de Camillo Sitte, já que para este a irregularidade dos traçados e a
espontaneidade da formação da cidade são aspectos que tornam o espaço mais
humanizado e vivido, enquanto que Le Corbusier contrastava com isso quando
considerada a geometria e a perspectiva como elementos mais importantes do
espaço. Le Corbusier valorizada e priorizava a funcionalidade do espaço urbano,
fazendo-se defensor de linhas retas (Autor, ano).

É também citado Peter Hall (2014) em “Cidades do Amanhã”, que tece


críticas sobre os princípios modernistas de Le Corbusier ao afirmar que existe o
adorno, o que cria uma dependência entre a forma e a função em Le Corbusiero
classificando como “o último planejador do City Beautiful”. Além de Hall (2014),
que enxerga academicismo em Le Corbusier, outros autores também o criticam,
como Jatobá (2014) sobre a Carta de Atenas publicada em 1941, que afirma que
os fundamentos já estão claros nas teorias pré-socialistas de Owen, Godin e
Fourier, no século XIX. E além disso, as a separação de funções urbanas, a
valorização dos espaços verdes e o funcionalismo já havia sido propostos por
Tony Garnier no início do século XX.

O autor faz referência ainda em termos projetivos entre Sitte e Le


Corbusier, estabelecendo colisão entre ambos no que diz respeito à cidade no
plano, enquanto que o segundo ignora as diferenças de terreno e toma a cidade
como sua subjugada, o primeiro toma os espaços públicos como um mosaico de
particularidades. Ainda segundo o autor, o modernismo defendido na cidade
pensada por Le Corbusier, considera irrelevante o traço guiado pela estética, o
qual é atualmente, de forma implícita, rejeitado pela norma ambiental e
espontaneidade das manchas urbanas.

De forma conclusiva, é citado Chaslin (2015) que questiona a


originalidade e responsabilidade das visões de Le Corbusier, e afirma que de
uma forma ou de outras elas recebem triunfo. Apesar de envelhecidas, são
perspectivas que sobrevivem e é possível observá-las de forma residual.

REFERÊNCIA

ULTRAMARI, Clovis; VIANNA, Fabiano; FIRMINO, Rodrigo. Camillo Sitte e Le


Corbusier: colisão de críticas e aproximação de princípios. Got - Journal Of
Geography And Spatial Planning, [S.L.], v. 0, n. 15, p. 481-503, 30 dez. 2018.
CEGOT - Center of Studies on Geography and Spatial Planning.

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