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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PARANÁ

CAMPUS DE CURITIBA II - FACULDADE DE ARTES DO PARANÁ


LICENCIATURA EM ARTES VISUAIS
ESTÁGIO SUPERVISIONADO I

PLANO DE AULA

Nome do(a) estagiário(a): Alysson Carvalho, Márcio L. Moraes Arcoverde e Renata Maria Doca
Instituição: Colégio Estadual Maria Montessori
Professora Supervisora: Carla Mara Nardes Biscorovaine
Área de Ensino: Artes Visuais
Ano Letivo: 2021
Bimestre ou Trimestre ou Semestre: 3º Trimestre
Ano ou Série/Turma/Turno: 1ºA / Manhã
Data da aula: 23 de Novembro de 2021
Horas/Aula: 09:10 – 09:50

1. Tema/Conteúdo

Artistas Africanos Contemporâneos

2. Justificativa

A importância de apresentar artistas africanos da contemporaneidade para que os


estudantes compreendam que os processos e períodos artísticos também acontecem nos países
africanos sem deixar de lado seus aspectos culturais. Entender o quanto os aspectos culturais e
questões históricas influenciam nas artes africanas. E ainda, da necessidade de falarmos de
outras formas de arte, não focando apenas na arte europeia. Ao abordarmos a arte africana,
exploramos um repertório que nos permite entender também várias expressões artísticas aqui no
Brasil e trabalhar questões como diversidade cultural e preconceito.

3. Objetivos gerais e específicos

Objetivo Geral: Compreender as multiplicidades das artes africanas na contemporaneidade.


Objetivos específicos:
⮚ Entender as artes africanas e seus aspectos culturais frente ao contemporâneo e suas
características diante dos fatos históricos.
4. Abordagens e metodologia de ensino

Aula expositiva: verbal, demonstração, ilustração e exemplificação; atividade prática, etc.


 Apresentar slides sobre os artistas africanos contemporâneos , questionar os estudantes
sobre como eles imaginam outros tipos de artes africanas, que não sejam as máscaras
tradicionais e levantar discussões sobre o tema.
 Apresentar uma síntese em formato de vídeo sobre os(as) artistas africanos abordados nos
slides;
 Propor uma atividade tridimensional baseada nas máscaras do artista Romuald Hazoumè.

Será utilizada a abordagem de ensino sociocultural, entendendo a importância da interação


entre o sujeito e o objeto de conhecimento, criando a cultura na medida em que vem se
integrando no seu contexto de vida. Compreendendo que a ação educativa deve promover o
próprio indivíduo, o tornando atuante, com pensamento reflexivo sobre o mundo a fim de
transformá-lo.
Aula 02 – Apresentação das Artes Africanas Contemporâneas.
Apresentação Questionamentos Texto Base
Apresentação do tema e dos
interlocutores.
Questionamentos sobre arte.
Que outros tipos de artes
africanas imaginam que
existam?
Qual a relação da pintura em
um carro e a arte africana?
O grafismo africano em um
utilitário (carro) é um objeto
artístico?
Imagine quem poderia ter feito
esta pintura?
Apresentação da artista Esther A artista Sul-africana Esther Mahlangu de 75 anos, nascida
Maglangu. em 1935, pertence à comunidade Ndebele de Gauteng, ao
Norte de Pretoria. Pioneira em colocar as cores e formas
Ndebele em telas, até então realizadas somente nos murais das
casas. Desenha à mão livre, sem medições ou esboços
Já ouviram falar na artista utilizando tintas brilhantes. A sua arte é fortemente marcada
Esther Maglangu? pelo estilo original de sua tribo, que emprega pinturas especiais
nas paredes através de formas geométricas e multicoloridas.
Em 1989, quando tinha 55 anos, foi a primeira mulher de sua
O que acharam da arte que tribo a cruzar o oceano, a transpor os murais para telas e levar
ela desenvolveu? as convenções do seu trabalho a um público mais vasto. Isso
aconteceu, porque viajou até Paris para criar os murais da
exposição “Magiciens de la Terre”, e recebeu encomendas de
trabalhos para museus e outros edifícios públicos como o Civic
Theater de Johannesburgo, para a BMW, entre outras.
Conquistou a Europa com sua pintura colorida e logo caiu nas
graças de gente como Andy Warhol, Alexander Calder e Frank
Stella.
Apresentação de outras obras Mahlangu segue uma tradição local através da qual este tipo
da Esther Maglangu. particular de técnica de pintura era elaborada em família,
comunicada, aprendida e transmitida apenas pelas mulheres.
Essas pinturas estão intimamente ligadas à antiga tradição de
Sabiam que além de carros decorar as casas na ocasião do rito de passagem dos meninos.
Entre os 18 e os 20 anos, os jovens da tribo frequentam “uma
ela também pinta grandes
escola de circuncisão”, ritual que confirma a sua passagem à
murais? idade adulta. Para celebrar este evento, as mulheres pintam
completamente o interior e o exterior das suas casas com uma
preparação de esterco de vaca e pigmentos naturais. Tintas
Qual a relação entre a arte de acrílicas de cores vivas também são aplicadas em desenhos
Esther Maglangu e a tradição contornados por linhas pretas. Embora aparentemente simples,
da cultura africana? a abstração geométrica revelada por essas pinturas é ressaltada
pela constante repetição e simetria de formas que tornam toda a
obra bastante complexa.
A arte de Esther Mahlangu evidencia a tensão entre o local e o
global, entre a proximidade e o distanciamento. Apesar de
continuar a usar "vocabulário artístico" intimamente ligado às
suas tradições, Mahlangu aplicou as padronagens a vários
objetos, incluindo telas, esculturas, cerâmicas, automóveis e
aviões.

Apresentação do artista
Seydou Keita.

O que vocês acham da


fotografia como expressão
artística?
Imaginem um fotógrafo em um
dos países da África. Como
seriam suas fotos? Que
imagens seriam registradas?
Apresentação das fotos do A partir de 1948, um pequeno estúdio de fotografia começou a
fotógrafo Seydou Keita. funcionar ao lado da estação ferroviária de Bamako, hoje capital
e maior cidade do Mali. Por ali passavam, todos os dias,
políticos, donos de lojas, funcionários do governo, trabalhadores
e pessoas recém-chegadas à cidade.
Quem já foi fotografado em um
estúdio fotográfico? Todas queriam ser fotografadas por Seydou Keïta (1921-2001).
Aos 27 anos, o malinês cobrava 300 francos por um retrato com
luz natural, em clique único. Nos quase 15 anos que se
Se você fosse fazer um book, seguiram, fez mais de 30 mil retratos da população local, além
de nigerianos, marfinenses e burquinenses que transitavam por
quais poses você faria? Com ali.
quais objetos gostaria de ser
fotografado? Vem daí muito do sucesso do retratista. Em seu estúdio, além
de orientar os clientes sobre as melhores poses e expressões,
Keïta deixava à disposição dos fregueses um arsenal de objetos
e peças como colares, sapatos, ternos e gravatas-borboleta – e
até mesmo aparelhos de rádio, carros, bicicletas e ciclomotores.

Apresentação das fotos do Mesmo com o reconhecimento tardio, Keïta foi considerado o
fotógrafo Seydou Keita. “pai” da fotografia africana, e sua referência se mantém
presente entre a nova geração de artistas, dentro e fora do
continente.

O que você poderia falar sobre


as fotos de Seydou? O trabalho de Keïta foi importante para construir uma tradição,
dentro de um diálogo com fotógrafos africanos da mesma
época, que faziam experiências semelhantes em estúdio — diz
Leenhardt. Muitos dos fotógrafos que o têm como referência
O que daria para falar sobre buscam essa genealogia, que mescla as relações entre passado
roupas, poses, aspectos e presente.
culturais, pessoas que foram
fotografadas?
Forma estigmatizada

Uma reportagem publicada na revista da Folha de São


Paulo naquela época sobre a coletiva na Pinacoteca traz
indícios interessantes da forma estigmatizada como o assunto
ainda era tratado. Com o título “Você conhece a África?” e
ilustrada com uma foto de Keïta, a matéria aparece em uma
seção com o nome de “Plural”, ao lado uma coluna “GLS”. A
aproximação de assuntos tão distintos pelo viés da diversidade
já seria questionável. Mais surpreendente, no entanto, são os
anúncios eróticos que cercam a página do texto sobre a
exposição – uma edição que no mínimo não leva em conta o
histórico de erotização e fetichismo da cultura africana e o risco
de se associar os dois temas.

Apresentação do artista Romuald Hazoumè (nascido em 1962 em Porto Novo ) é


Romuald Hazoumè. um artista iorubá da República de Bénin , mais conhecido por
seu trabalho La Bouche du Roi.

Lembram-se das máscaras


africanas? E se elas tivessem
outro aspecto. Quais materiais
poderiam ser usados para
confeccioná-las?
Apresentação da obra de La Bouche du Roi , uma reformulação da imagem de 1789
Romuald Hazoumè. do navio negreiro Brookes. La Bouche du Roi foi amplamente
exibida no Reino Unido como parte da lembrança do centenário
da Lei do Comércio de Escravos de 1807 pelo Parlamento . Ele
só usa materiais reciclados para criar suas obras.
Essa é a obra mais famosa de
Romuald Hazoumè. O que Em suas fotografias, a escravidão é o tema recorrente. Não a
escravidão histórica da potência ocidental dominante em busca
conseguimos enxergar nesta de mão de obra barata, mas equivalentes mais
obra? modernos. Hazoumè se concentra nos homens beninenses
forçados a transportar gasolina contrabandeada entre as fontes
Que materiais ele pode ter nigerianas e seus consumidores beninenses. As estimativas
utilizado? sugerem que 90% de todo o combustível usado no Benin passa
por esses canais do mercado negro conhecidos localmente
como Kpayo. Sua série fotográfica expõe um sistema secreto de
exploração grosseira.
Apresentação das máscaras Hazoumè também é conhecido por sua série de máscaras. Ele
de Romuald Hazoumè. iniciou essa fase de sua arte em meados da década de
1980. Essas máscaras, feitas de latas de gasolina descartadas,
É possível identificar os lembram aquelas usadas na cultura e
objetos utilizados para cerimônias tradicionais africanas. Ao explicar essas obras,
Hazoumè disse: “Eu envio de volta ao Ocidente o que pertence
confeccionar estas máscaras?
a eles, ou seja, o lixo da sociedade de consumo que nos invade
todos os dias”.

Ainda é possível identificar


aspectos das culturas
africanas nestas máscaras?
Apresentação de um vídeo
produzido pelos estagiários
com uma síntese dos artistas
apresentados no plano de
aula.
Atividade (proposta no segundo dia de aula): Inspirados nas máscaras do artista Romuald
Hazoumè, verifique em sua casa que materiais recicláveis que você tem à disposição. Produza
uma máscara tridimensional a partir destes materiais.

5. Recursos didáticos

Apresentação interativa através do Power Point; Vídeo produzido pela equipe de estagiários;
Imagens. Equipamentos utilizados: computador e projetor de imagens.

6. Local que será desenvolvida a aula

Sala de aula (atividade assíncrona)

7. Avaliação

Ao produzir as máscaras, o estudante deve incluir características e elementos das máscaras


dos povos africanos apresentados em sala ou outras através de pesquisa.
Deve-se compreender que os elementos contidos nas máscaras fazem parte da cultura de
um povo específico.
Refletir questões referentes a consumo e reutilização de materiais.

8. Referências

SEED Secretaria da Educação do Estado do Paraná. Disponível em:


http://www.arte.seed.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=128&evento=1. Acesso em: 15
nov. 2021.
WIKIPEDIA. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Esther_Mahlangu. Acesso em: 16 no.
2021.
CULT. Seydou Keïta, o fotógrafo que registrou a modernidade nascente no oeste da África.
Disponível em : https://revistacult.uol.com.br/home/seydou-keita-modernidade-nascente-africa/ .
Acesso em: 16 nov. 2021.
PORTAL GELEDÉS. ‘Pai’ da fotografia africana, Seydou Keïta ganha mostra no IMS do Rio.
Disponível em: https://www.geledes.org.br/pai-da-fotografia-africana-seydou-keita-ganha-mostra-
no-ims-do-rio/. Acesso em: 16 nov. 2021.
AMÉRICA LATINA. As metamorfoses na recepção da obra Seydou Keïta no Brasil. Disponível
em: https://amlatina.contemporaryand.com/pt/editorial/the-metamorphoses-in-the-reception-of-
seydou-keitas-oeuvre-in-brazil/. Acesso em: 16 nov. 2021.
WIKIPEDIA. Disponível em: https://en.wikipedia.org/wiki/Romuald_Hazoum%C3%A8. Acesso em:
17 nov. 2021.
AFRICANAH.ORG. In Collection: Romuald Hazoumé. Disponível em:
https://africanah.org/collection-romuald-hazoume/. Acesso em: 17 nov. 2021.
Data: ___/___/2021.

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Assinatura do(a) professor(a) orientador(a) da UNESPAR – FAP

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