Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
DE JANEIRO
DINE ESTELA
Disponibilidade
dinestela@gmail.com
RESUMO
RESUMO 2
Cap. 1 - ONDE TUDO COMEÇOU.............................................................................5
Cap. 2 – A FAZENDA DO SECRETÁRIO....................................................................7
Cap. 4 - ORIGENS......................................................................................................13
Cap. 3 - O escravizado no contexto da segunda escravidão nacional......................15
3.1 – o escravizado fabrício no CONTEXTO HISTÓRICO internacional..........18
Conclusão...................................................................................................................20
REFERÊNCIAS..........................................................................................................22
FONTES 24
ÍNDICE DE ILUSTRAÇÕES
FIGURAS
GRÁFICOS
FLUXOGRAMAS 1: CONTEXTO HISTÓRICO...............................................18
5
1
Instruções para a Comissão Permanente nomeada pelos f . Op.Cit. p. 61. azendeiros do
Município de Vassouras”, In: BRAGA, Greenhalgh H. Faria. De Vassouras: histórias, fatos, gente .
Op.Cit. p.65
2
Ibidem
7
A fazenda obteve grande importância na época dos cafezais e se mantém até os dias
atuais (2023) como um museu histórico desta época, incluindo um cemitério clandestino
onde eram enterrados os escravizados. A fazenda fica Localizada, partindo da cidade de
Vassouras, através da rodovia RJ-115, no sentido do distrito de Ferreiros, percorrendo-se
8,5 km em estrada de terra até uma bifurcação e, a partir desta, pela esquerda, mais 5,5 km
até alcançar a entrada da fazenda. (Inventário).
A fazenda onde o escravizado era “cativo” originou-se de uma sesmaria concedida,
em 1743, a Pedro Saldanha e Albuquerque, logo transferida a Bartolomeu Machado
8
3
Inventário de Mariana das Neves Corrêa. Op. Cit. fls.44f-47v
4
Fonte: https://www.diniznumismatica.com/2015/11/conversao-hipotetica-dos-reis-para-o.html
5
7Idem. Ibidem. fls. 50v-51f
6
Inventário da fazendo em anexo.
9
7
(PIRES, Fernando Tasso Fragoso. Fazendas: As grandes casas rurais do Brasil. Rio de Janeiro: Abbville
Press, 1995. p.43-6 (apud Inventário da fazenda).
10
8
Em 1873, data do Inventário da Baronesa do Campo Bello, a Fazenda Secretário possuía 352
escravos. Inventário da Baronesa do Campo Bello, Cód. 102663733006, Centro de Documentação
Histórica- CDH, Vassouras, 1873.
11
1840 e 1850, advinda da Inglaterra para o fim do tráfico em plena “segunda escravidão”,
termo cunhado por Dale Tomich.
Vale lembrar, que os Corrêa e Castro, foi uma família abastada proprietária de
fazendas de produção do café, integrante da classe senhorial e residente na vila de
Vassouras, na região do Vale do Paraíba Fluminense, ao longo do século XIX, durante o
Brasil Império.
Esta família é tratada na dissertação de Olívia como uma das quatro famílias mais
poderosas ligadas aos “plantadores escravistas” com atuação política em Vassouras. 9 As
outras três eram os Werneck, os Ribeiro de Avellar e os Teixeira Leite. Vale apena
observar que não se encontra no mapa da fazenda, publicado no inventário, nenhum local
identificado como senzalas, mas uma referência apenas como “Casa de Colono”.
9
STEIN, Stanley. Vassouras um município no Império. Rio de Janeiro: Brasiliense, 1969.
13
Parte da sua tulha, localizada do lado direito da casa, ainda permanece. Ali
situavam-se 51 lances de senzalas, 5 enfermarias e dez casas para empregados. Abaixo o
quadro comparativo do contexto internacional no qual o escravizado estava inserido. 10
Cap. 4 - ORIGENS
Fonte: o autor
10
Inventário da Fazenda do Secretário. Disponível em Inventário das Fazendas do Vale do Paraíba Fluminense -
Fazenda do Secretário (institutocidadeviva.org.br) Consultado em 16/11/2022
14
11
As informações sobre as exportações cubanas e brasileiras de açúcar e café e sua participação
no mercado mundial se baseiam em Marquese (2019, p. 147-148). Apud Gabriel Aladrem.
16
entre outras que ajudaram muito aquela sociedade que sofria com a escassez de médicos
por exemplo.
No Séc. XIX existiam várias categorias de escravizados, os de ganho que
trabalhavam nas ruas e vendiam suas habilidades ou produtos para seus donos, os que
trabalhavam na colheita, os que trabalhavam na casa grande e os que trabalhavam como os
curandeiros da fazenda, faziam o papel do médico, já que os donos não contratavam estes
especialistas para cuidar dos enfermos da fazenda. Segundos relatos da família Caravana,
Fabrício exerceria esse papel. Logo, é possível que ele fosse um curandeiro porque
trabalhava com ervas consideradas hoje como medicinais, no entanto, não há relatos de seu
trabalho como sangrador mesmo depois de falecido já na categoria de mentor espiritual.
Quando ele trabalha na cabeça dos médiuns da casa, sua prática corriqueira estava
diretamente atrelada às ervas medicinais, como observa o neto, Fabrícius Custódio de
Souza Caravana que também recebe a entidade em incorporação.
Também ainda não encontramos a informação de que estivesse registrado na
(Fisicatura Mor), uma espécie de ordem dos curandeiros e sangradores da época, onde eles
prestavam provas de que sabiam lidar com as ervas e técnicas de sangrador. Este era um
órgão responsável por regulamentar, normatizar e fiscalizar tudo ligado à saúde pública. 12
Existia uma hierarquia de prestígio em que os médicos oficiais estavam no topo da
pirâmide, seguidos dos curandeiros e parteiras que exerciam uma medicina alternativa e
auxiliar. Claro que esta medicina era muito confrontada porque estava muito ligada a uma
religiosidade africana baseada na ancestralidade, através das incorporações. Essa realidade
em uma época banhada pelo catolicismo era tradada como demonização e muito
perseguida.
O que se descreve em relação ao Kalundu na época fazia referência a práticas
mágicas ou mediúnicas, cultos com presença de danças, música, batuque de tambores,
atabaques. Para a colônia, era feitiçaria e tratada como crime tanto, pelo código civil das
organizações Filipinas como pelo tribunal eclesiástico. Então adivinhações, adoração aos
ancestrais africanos tidos como demônio pela igreja católica, eram também consideradas
crimes pela justiça da época, leia-se: igreja católica os punia severamente.
12
As informações sobre essa questão do sangrador e suas funções foram retiradas do
documentário disponível em https://www.youtube.com/watch?v=P7GYjFbYXdk editado e publicado
pela TV Brasil e também constam em vários livros sobre a escravidão no Brasil.
17
As práticas de feitiçaria, por exemplo, eram punidas com pena de morte. Sempre
houve um grande temor sobre os conhecimentos dos africanos, tanto quanto as ervas,
quanto aos conhecimentos espirituais ou mágicos.
Quando os poucos médicos com seus parcos recursos já haviam desenganado o
corpo, os escravizados que trabalhavam com o Kalundu, prometiam curar além dos males
do corpo, também os da alma. Assim Fabrício conquistou a admiração dos donos da
fazenda. Há fortes indícios de que o africano, curou o filho do administrador da fazenda
que sofria de epilepsia e este menino viria a ser a pessoa que iria levar os seus rituais de
cura pelos próximos séculos, e transformar no que conhecemos hoje como a Umbanda de
Pai Fabricio. O nome desse menino era Custódio de Souza Caravana.
18
Revolução
industrial na
Europa a começar
pela
Inglaterra
África Brasil
1830 Império e suas províncias
Europeus descobrem vastos Fabricio
territórios africanos com a Fundada a fazenda do secretário Último país da América latina
colonização europeia por onde o a abolir a escravidão
Africano era cativo
quase todo o continente
A religião
católica era a
oficial no
Brasil
Em 1830 o escravizado estava saindo de uma África que passava também por uma
vasta invasão dos europeus colonizando quase todo o continente. Na mesma época em que
o escravizado Fabricio estava sendo trazido para o Brasil, acontecia a Revolução industrial
na Europa, a começar pela Inglaterra, enquanto isso, o Brasil passava pelo imperialismo
com suas províncias. A religião oficial do país já era o catolicismo.
No continente americano, o abolicionismo veio por meio de leis de emancipação
que ocorreram em países como a Colômbia, a Argentina e o México. As nações localizadas
na América que mantiveram a escravidão durante o século XIX foram os Estados Unidos,
Brasil e Cuba. Na América Latina, o último país a abolir o regime de escravidão foi o
Brasil. Abolida somente em 1888.
19
Conclusão
Fonte: https://mundoeducacao.uol.com.br/historiadobrasil/quilombo-manoel-congo.htm
13
https://revistavaledocafe.com.br/2020/03/20/uma-insurreicao-que-abalou-o-imperio/
22
REFERÊNCIAS
ACCIOLI, Nilma Teixeira. Das Casas de dar fortuna ao Omolokô: Experiências
religiosas de matrizes africanas no Rio de Janeiro (1870-1940). Rio de Janeiro, v. 1,
f. 1, 2017. 292 p Tese (história) - UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE
JANEIRO, 22017. Aires: Sigilo XXI, 2007, caps. 2, 3 e 4.
ANDRADE, D. E. J. Edward Thompson: historiador dos movimentos sociais. 2012.
(Apresentação de Trabalho/Simpósio)
BARROS, José D`Assunção: História Comparada. Rio de Janeiro. Vozes, 2014.
BARROS, José D' Assunção. Fontes Históricas: Introdução aos seus usos
historiográficos. Petrópolis: Vozes, 2019. 357 p.
BASTIDE, Roger. O Candomblé da Bahia: Rito Nagô. Tradução Maria Isaura Pereira
Queiroz. 1. ed. São Paulo: Companhia Editora Nacional, v. 313, 1961. 370 p.
BLACKBURN, ROBIN. “POR QUE SEGUNDA ESCRAVIDÃO?” IN: MARQUESE.
BLOCH, M. Para uma história comparada das sociedades europeias In: História e
historiadores. Lisboa: Teorema, 1998, p. 119-150.
BURKE, P. Métodos e modelos In: História e teoria social. São Paulo: UNESP, 2002, p.
119-150. (Lisboa: Teoremas).
CACCIATORE, Olga Gudolle. Dicionário de Cultos Afro-Brasileiros. 3. ed. Rio de
Janeiro: Editora Forense Universitária, 1988. 263 p.
CARDOSO, C.F; PÉREZ BRIGNOLI, H. O método comparativo na história In: Os
métodos da história. Rio de Janeiro: Graal, 1983, p. 409-419.
DAVIS, Natalie Zemon. Culturas do Povo. Rio de Janeiro: Paz & Terra, 1990, p. 23-61; 87-106;
DE OMULU, Caio. Umbanda Omolokô: liturgia, rito e convergência. 1 ed. São
Paulo: Ícone, v. 1, 2002. 402 p.
DETIENNE, Marcel. Comparar o Incomparável. SP: Ideias & Letras, 2004. 184 p.
Eric. R. Wolf. A Europa e os povos sem história. São Paulo: Edusp, 2005 (1982).
Introdução, pp 25-48 e Cap. 6, “O comércio de peles”, pp.201-242).
Escravidão e capitalismo histórico no século XIX: [recurso eletrônico] : Cuba, Brasil e
Estados Unidos / organização Ricardo Salles e Rafael Marquese. - 1. ed. - Rio de Janeiro :
Civilização Brasileira, 2016. Recurso digital Formato: epub.
23
FONTES
CUMINO, Alexandre. História da Umbanda: Uma religião brasileira. 2 ed. São
Paulo: Madras. 2011. 400 p.
Inventario da Fazenda do Secretário. Disponível em Inventário das Fazendas do Vale do
Paraíba Fluminense - Fazenda do Secretário (institutocidadeviva.org.br) Consultado em
16/11/2022
Omolubá. Fundamentos da Umbanda: revelação religiosa/Omolubá. 3 ed. São
Paulo: Cristales Editora e Livraria, 2004. 126 p.
SARACENI, Rubens. Código de Umbanda. São Paulo: Madras, 2004. 569 p.
UMBANDA, Acervos. História do Omolokô. Acervos. Disponível
em: https://acervos.wordpress.com/2007/07/27/historia-do-omoloko/. Acesso em: 1 fev.
2019.
UMBANDA SAGRADA, Site Sereia de Aruanda. Ibeji e Ibejada - As Crianças na
Umbanda. Disponível em: http://sereiadearuanda.blogspot.com/2016/07/ibeji-e-ibejada-
as-criancas-na-umbanda.html. Acesso em: 9 mai. 2019.
SÁ, Marco Antônio Fontes de. Leitura da Cosmologia Bantu escrita com a luz nas
festas de N. Sra. do Rosário e São Benedito. 2016, Dissertação de Mestrado em Ciência
da Religião, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, 2016.
SOUZA, Marina de Mello e. Reis Negros no Brasil Escravista. Belo Horizonte: Editora
UFMG, 2006. SOUZA, Marina de Mello e. África e Brasil Africano. São Paulo: Editora
Ática, 2005.
UMBANDA, Acervos. História do Omolokô. Acervos. Disponível em:
https://acervos.wordpress.com/2007/07/27/historia-do-omoloko/. Acesso em: 1 fev. 2019.
UMBANDA SAGRADA, Site Sereia de Aruanda. Ibeji e Ibejada - As Crianças na
Umbanda. Disponível em: http://sereiadearuanda.blogspot.com/2016/07/ibeji-e-ibejada-
as-criancas-na-umbanda.html. Acesso em: 9 mai. 2019.