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Curso de Licenciatura em Letras Português –

Inglês/Alemão/Espanhol - 4º ano
Disciplina: Filosofia da linguagem
Docente: Luciane Thomé Schröder
Discente: Camila Koelzer

BAKHTIN, Mikhail (Volochinov). Marxismo e filosofia da linguagem. Trad. Michel Lahud


e Yara Frateschi Viera. São Paulo: Hucitec, 2006, p. 104-122.

Resumo: Capítulo 6 - A interação verbal

O subjetivismo individualista diz respeito a percepção individual do usuário em


relação a língua. Com isso, Bakhtin nos apresenta nesse capítulo o conceito da enunciação
monológica, que se trata de um ato individual, sendo considerado uma expressão da
consciência individual. Posto isso, o autor expõe a teoria da expressão, ligada ao
subjetivismo individualista, que supõe que tudo o que é formado no psiquismo do indivíduo é
exteriorizado com a ajuda dos signos. Desse modo, a expressão teria dois aspectos
primordiais: o conteúdo, que é a construção da expressão no interior; e sua objetivação
exterior, que seria a “tradução” dessa expressão formada.

Entretanto, Bakhtin aponta essa teoria como falsa, pois o conteúdo e sua objetivação
possuem o mesmo ponto de partida. Sendo assim, o autor propõe que é a expressão que
organiza a atividade mental e, que ligada a ela está a enunciação, que é o resultado da
interação de dois indivíduos socialmente organizados. Com isso, Bakhtin nos mostra que a
palavra sempre parte de alguém e se dirige para outro alguém, ocorrendo assim a enunciação,
a qual é estruturada levando em consideração a situação social e o meio social em que os
indivíduos estão inseridos, portanto, estando primordialmente ligada a interação social. Logo,
o autor aponta que essa teoria da expressão ligada ao subjetivismo individualista deve ser
rejeitada, pois a enunciação é alicerçada completamente no exterior e não no interior do
indivíduo, sendo resultado puro da interação social.
Apesar de rejeitar a teoria ligada ao subjetivismo individualista, Bakhtin concorda que
“as enunciações isoladas constituem a substância real da língua” (BAKHTIN, 2006, p. 124),
mas discorda de o fato dessa teoria não compreender a natureza social da enunciação. Ainda,
o autor concorda com a proposta do subjetivismo individualista de que não se pode isolar uma
forma linguística do seu conteúdo ideológico, pois toda palavra é ideológica, mas rejeita o
fato dessa vertente colocar o conteúdo ideológico apenas dentro das condições do psiquismo
individual.

Assim sendo, Bakhtin aponta o diálogo como uma das formas mais importantes da
interação verbal, mas evidencia que o diálogo deve ser observado em um sentido amplo, pois
diz respeito a toda comunicação verbal, de qualquer tipo. Com isso o autor nos prova que “A
interação verbal constitui assim a realidade fundamental da língua” (BAKHTIN, 2006, p.
125).

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