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1 Graduandas e graduando do curso de Relações Internacionais na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
QUESTÕES NORTEADORAS
(1) Como a taxação de grandes fortunas se relaciona com a desigualdade no Brasil?
(3) Quais são os argumentos contrários e favoráveis à taxação de grandes fortunas no Brasil?
(4) O que é possível extrair das experiências de outros países em relação à taxação de grandes fortunas?
APRESENTAÇÃO
A desigualdade brasileira é estrutural, oriunda de processos históricos, em especial a escravidão.
Esta relação de desigualdade se retroalimenta: Na ausência de políticas públicas de distribuição de
renda, indivíduos em situação de pobreza tendem a permanecer nesta condição ou irem para uma
situação mais precária, ao passo que os indivíduos mais ricos tendem a perpetuar e expandir sua
riqueza, aumentando a desigualdade do país (ARRETCHE, 2018).
Este fator contribui para que o Brasil seja o nono país mais desigual do mundo de acordo com
os dados mais recentes do Banco Mundial1 (THE WORLD BANK, 2021). Apesar do Brasil ser o 4º país
com maior IDH (Índice de Desenvolvimento Humano)2 da América Latina, esta medida de análise
não considera a desigualdade social (UNITED NATIONS DEVELOPMENT PROGRAM, 2019), uma
vez que, segundo o índice de Gini, o Brasil ficaria atrás apenas de oito países: África do Sul, Namíbia,
Suriname, Zâmbia, São Tomé e Príncipe, República Centro-Africana, Suazilândia e Moçambique (THE
WORLD BANK, 2021).
Na classificação a respeito da concentração de renda, contudo, o Brasil ocupa o segundo lugar,
ficando atrás apenas do Catar. Segundo um relatório apresentado pelo Programa das Nações Unidas
para o Desenvolvimento (PNUD), “a parcela dos 10% mais ricos do Brasil concentram 42% da renda
total do país” (RELATÓRIO…, 2019, Online) no ano de 2019, tendo um aumento de concentração em
2020, como posto pelo relatório do IBGE: 10% dos ricos detêm 43% da renda nacional em 2020 (FORTE,
2020; PAMPLONA, 2020; UNDP, 2019).
É urgente no país, então, o debate sobre taxação de grandes fortunas. Este instrumento de
política tributária pode, além de ampliar a arrecadação de recursos públicos, pavimentar o caminho para
uma maior distribuição de renda e redução das desigualdades do país. Cabe à Câmara dos Deputados
(CD) legislar sobre o assunto, elaborando projetos de leis e emendas que tratem sobre o tema para que
possa ter um debate qualificado na plenária (FERREIRA FILHO, 2015).
Nesse sentido, a Câmara dos Deputados é o órgão de representação do povo brasileiro no
âmbito do poder legislativo. O Estado brasileiro é dividido em 3 poderes: Judiciário, Executivo e
Legislativo. O Judiciário é responsável por interpretar as leis e julgar casos de conflitos conforme as leis
constitucionais. O Executivo corresponde ao presidente, aos governadores e prefeitos, sendo o poder
responsável por executar as leis, propor planos de ação e criar políticas públicas. Já o Legislativo possui
a função de legislar, ou seja, criar e aprovar leis, além de fiscalizar a ação do executivo (FERREIRA
FILHO, 2015).
O poder legislativo brasileiro no âmbito federal é bicameral, sendo dividido entre a Câmara
dos Deputados e o Senado Federal. A Câmara dos Deputados é por representação proporcional, sendo
mais numerosa (513 deputados), com número de representações diferentes conforme a população
de cada estado e com mandato de 4 anos. Já o Senado possui votação no sistema majoritário, com 3
representantes por estado e Distrito Federal, com um número total reduzido em relação à Câmara
(81 senadores) e mandato de 8 anos. Os papéis da Câmara são de representar o cidadão, votar as leis e
fiscalizar o governo. Apesar de compartilhar com o Senado Federal as funções de legislar e de fiscalizar,
este está associado à representação das unidades federativas, além de possuir outras funções exclusivas
1 O relatório mede a desigualdade com base no índice de Gini — índice que aponta a diferença de rendimento dos mais pobres em
relação aos mais ricos, variando de 0 (mais igual) a 1 (mais desigual) (THE WORLD BANK, 2021).
2 O IDH considera três dimensões (vida longa e saudável; conhecimento; e um padrão de vida decente) correspondentes a três
indicadores (expectativa de vida ao nascer; anos médios de estudo e anos esperados de escolaridade; e PIB per capita) e seus respectivos
índices (UNDP, 2021).
1 HISTÓRICO
Antes de discutir o sistema tributário brasileiro e a taxação de grandes fortunas no contexto do
Brasil, será feita uma retomada ao passado para ajudar a explicar a evolução da tributação dentro e fora
do país. Na primeira parte desta seção é abordada a evolução da taxação de grandes fortunas desde suas
formas mais antigas, passando até o período recente da história humana. Na segunda parte é feita uma
breve exposição do debate sobre a taxação de grandes fortunas no Brasil.
considerações acerca da desigualdade no mundo e a dramatização das questões sociais com a crise
financeira mundial de 2008 e suas consequências, em especial, um processo de desaceleração econômica
com impactos significativos para a população. Revertendo a tendência da década de 1990, países como
Islândia e Espanha reinstituíram a taxação como resposta à crise (CARVALHO JR, 2011). Dentre
os exemplos recentes, é possível mencionar a proposta do Ultra-Millionaire Tax Act of 2021 (Ato de
Taxação de Ultra-Milionários de 2021), encabeçado pela senadora norte-americana Elizabeth Warren
— pré-candidata à presidência norte-americana pelo Partido Democrata em 2020 — em parceria com
os congressistas Pramila Jayapal e Brendan Boyle. O projeto proposto possui como justificativa mais
importante as considerações sobre a desigualdade de distribuição de renda5 nos Estados Unidos.
O senador Bernie Sanders, outro pré-concorrente à presidência pelo Partido Democrata norte-
americano, também defendeu a tributação de grandes fortunas utilizando justificativas similares
(ULTRA-MILLIONAIRE, 2021; WARREN, 2021; WEALTH, 2021). Outro exemplo é a resolução de
2019 do Partido Social-Democrata Alemão (SPD) defendendo a reintrodução do imposto sobre grandes
fortunas no país (SPD..., 2019).
A América Latina também não escapou das dinâmicas derivadas da crise econômica mundial.
Como uma região profundamente marcada pela desigualdade em sua formação socioeconômica e
com uma parcela expressiva da população em uma situação de vulnerabilidade social, os problemas
de desaceleração econômica e injustiça social têm se apresentado de forma mais dramática diante dos
efeitos da crise. Assim, tal como em outras localidades, é possível apontar um movimento recente de
retomada do debate acerca da tributação de grandes fortunas como um mecanismo específico para
sanar parcialmente esses problemas. China, Peru e México, por exemplo, têm realizado debates acerca
da questão. No final de 2020, a Bolívia promulgou a Lei 1357, que aplica um imposto sobre grandes
fortunas anual e permanente a todos que viverem na Bolívia, incluindo estrangeiros, preservadas as
identidades dos milionários. Diante dos efeitos econômicos da Covid-19, em dezembro de 2020 o
parlamento argentino também aprovou a tributação temporária de grandes fortunas (AVANÇA..., 2021;
GILLESPIE, 2021).
É diante desse cenário de crise econômica e aumento de desigualdade, que traz em seu bojo
questionamentos acerca das injustiças do sistema econômico, que é possível refletir acerca das
proposições mais recentes sobre a tributação de grandes fortunas no Brasil. Na próxima subseção,
será explorada a história recente da taxação de grandes fortunas no país para oferecer um panorama
histórico e contextual da problemática no Brasil contemporâneo.
5 Hoje se reconhece que a tributação, de modo geral, não serve apenas para fins de financiamento do Estado, mas também para fins de
redistribuição de renda e estabilidade econômica (MCLURE; NEUMARK; COX, 2020).
6 Conforme o artigo 153, inciso VII (BRASIL, 2021c). Vale apontar, como um imposto de competência da União, assim, de instituição
e aplicação exclusivamente federal. Outra consideração relevante a respeito é que sua inclusão no texto constitucional foi por inspiração
no “Impôt sur les Grandes Fortunes” (imposto sobre as grandes fortunas), implantado na França em 1981 (CARVALHO JR, 2011).
7 “Diferem das Leis Ordinárias por exigirem o voto da maioria dos parlamentares que compõe a Câmara dos Deputados e o Senado
Federal para serem aprovadas. Devem ser adotadas para regulamentar assuntos específicos, quando expressamente determinado na
Constituição da República. Importante: Só é preciso elaborar uma Lei Complementar quando a Constituição prevê que esse tipo de lei
é necessária para regulamentar uma certa matéria” (BRASIL, 2021b, Online).
2 APRESENTAÇÃO DO PROBLEMA
A questão da taxação de grandes fortunas faz parte de uma disputa de interesse entre diversos
grupos sociais para com o orçamento público brasileiro, estratégias de desenvolvimento e políticas
de equidade. Tais questões serão debatidas nas seções a seguir, a fim de entender melhor o tópico de
debate.
tributação em relação a outras. Por exemplo, “ganhos de capital são tributados a alíquotas mais baixas
do que a renda do trabalho” (AQUINO, 2009, p. 19), o que se soma ao fato de que os mais ricos tendem
a possuir maiores opções de contas de poupança isentas de tributação. Além desta questão do imposto
de renda, é importante ressaltar que outros tributos, como imposto na folha de pagamento ou impostos
sobre propriedades, incidem de formas distintas (AQUINO, 2009).
A Constituição Brasileira de 1988 coloca a redução da desigualdade e a promoção de uma
sociedade igualitária e fraterna como central, além de destacar que o “combate às causas e fatores
da pobreza e marginalização é dever comum de todos os entes da Federação” (ALVES, 2012, p. 70). O
debate a respeito do Imposto sobre Grandes Fortunas se insere neste sentido, sendo necessário analisar
os pontos favoráveis e contrários deste tipo de tributação, como será apontado nos tópicos a seguir.
O resultado foi a busca de franceses ricos por uma nova cidadania. Com o desastre propagado pela
medida, o presidente francês na época, François Hollande, baixou a alíquota para 50% e depois teve
que desistir totalmente desta ideia, não renovando-a para 2015 (BARRETO, 2016; SANTOS, 2020). Uma
outra crítica ao imposto sobre grandes fortunas é o fato de se tratar de uma medida intervencionista,
ou seja, uma interferência governamental na economia do país. Segundo os que defendem esse
argumento, o imposto sobre as grandes fortunas impediria o funcionamento regular do mercado e a
livre concorrência, causando desequilíbrios e distorções que poderiam prejudicar o funcionamento da
economia (SANTOS, 2020).
O aumento de impostos também poderia estrangular a economia, impedindo que parte do
dinheiro acumulado em grandes fortunas gere retornos positivos possíveis para a sociedade através
de consumo e investimento. Ademais, argumenta-se que o Brasil já arrecada impostos demais e possui
dificuldades para retornar esses impostos para a sociedade. Ambos os argumentos se ligam ao fato de
que aumentar impostos nem sempre significa aumentar a arrecadação. Se um país tira cada vez mais
impostos de seus contribuintes e, ainda, com um baixo retorno à sociedade, isso estimula a sonegação
e desestimula a produtividade (BARRETO, 2016; SANTOS, 2020).
Mais um argumento se refere à suposta baixa capacidade de arrecadação do imposto sobre
grandes fortunas. Considerando, por exemplo, os dados de arrecadação de países que ainda cobram
tributo similar ao IGF, o percentual da arrecadação em relação aos demais tributos é baixo. Segundo
dados da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), em 2019, na Noruega,
era de 1,1%; na Espanha, de 0,5%; e, na França, de 0,2% do total da arrecadação. Como parcela do
Produto Interno Bruto (PIB)10, esses percentuais eram de 0,2%, 0,4% e 1,1% respectivamente. Ademais,
é necessário um debate mais profundo quanto ao que seria uma grande fortuna, posto o fato de que há
uma grande variação na definição, incluindo projetos em andamento no Congresso (ALVIM; LONGO,
2021; MELLO, 2015).
É possível, ainda, assumir a posição de que a criação da taxação sobre as grandes fortunas
é justa, mas não resolveria os problemas de arrecadação do país, considerando seu baixo potencial
arrecadatório. Portanto, a taxação deveria ser combinada com a mudança de outros impostos sobre
patrimônio e renda (ALVIM; LONGO, 2021; CARRANÇA, 2020).
10 O produto interno bruto (PIB) é uma medida do valor dos bens e serviços que o país produz num período, na agropecuária, na
indústria e nos serviços. O objetivo é medir a atividade econômica e o nível de riqueza de uma região (NAIME et al., 2010).
11 Dividendos são parcelas do lucro distribuídas aos acionistas de uma empresa (LARGHI, 2021).
empreendedores menores, posto o fato de que a tributação recairia somente sobre aquelas parcelas da
população particularmente abastadas (INTROÍNI, 2020; MELLO, 2015).
Argumenta-se também que a questão de fuga de capitais seria superficial, uma vez que existem
mecanismos para regular a saída e a entrada de capitais no país, além do fato de que nem sempre é
fácil transferir alguns tipos de capital — como, por exemplo, uma indústria — para outras localidades.
Também se argumenta que o Brasil, em comparação com os outros países, tributa muito menos em
proporção ao patrimônio. Soma-se a isso o fato de que a tributação sobre grandes fortunas tem sido
reintroduzida em diversos países durante os últimos anos. Quanto à questão da evasão fiscal, argumenta-
se que a Receita Federal e os órgãos de fiscalização teriam instrumentos suficientes, inclusive do ponto
de vista tecnológico, para combater o problema — especialmente se considerarmos que a parcela da
população que pagará o imposto será bastante pequena (INTROÍNI, 2020; SANTOS, 2020).
No que diz respeito à arrecadação possível pela taxação, é possível afirmar primeiramente, que
as estimativas podem ser otimistas, de acordo com a configuração do imposto. Com base nos dados
agregados dos declarantes do Imposto de Renda da Pessoa Física, é possível estimar uma arrecadação
entre R$30 e 60 bilhões. O economista Amir Khair estima, por sua vez, que a arrecadação do IGF
poderia ultrapassar R$100 bilhões por ano se aplicada uma alíquota média de 1%. Além disso, a taxação
não teria necessariamente a ver com a arrecadação, mas sim com o objetivo de reduzir a desigualdade.
Nesse sentido, a tendência é que, conforme a distribuição de renda se torne mais justa, esse tipo de
tributação tende a ser proporcionalmente menor (CARRANÇA, 2020; INTROÍNI, 2020; MELLO, 2015).
O intervencionismo, por sua vez, só seria negativo se considerarmos a visão moderna da
economia de livre mercado. O imposto, na verdade, à medida em que incidisse sobre os atores mais
ricos, nivelaria as capacidades desses atores competirem no mercado e concorrerem em pé de igualdade
(SANTOS, 2020). Ademais, como já mencionado, a taxação de grandes fortunas já está prevista na
Constituição de 1988, necessitando de uma lei complementar para a sua regulamentação. A taxação de
grandes fortunas, pois, não representa nenhuma medida extraordinária ou imprevista do ponto de vista
das instituições brasileiras (BRASIL, 2021a; PARA..., 2020).
3 SISTEMAS COMPARADOS
A criação de um imposto sobre grandes fortunas voltou ao debate sobre equilíbrio fiscal,
progressividade tributária e justiça fiscal em decorrência da pandemia da Covid-19, que deixou milhões
de pessoas desempregadas e diminuiu drasticamente a capacidade de arrecadação dos governos
(VILELA, 2020). O IGF já foi implementado e abandonado em dezenas de países, porém a discussão
sobre a sua efetividade ainda não chegou em uma resposta consensual. Sabe-se que a intenção de criar
um imposto sobre grandes fortunas acaba ganhando força, principalmente por parte da população,
em períodos de crise, quando é necessário ampliar o financiamento das ações governamentais nas
áreas de saúde, educação, infraestrutura básica, programas de incentivo ao emprego e políticas de
combate à pobreza (PEREIRA, 2018). Como ressaltado por João Pedro Loureiro Braga e Manoel Pires
do Observatório de Política Fiscal:
4 BLOCOS DE POSICIONAMENTO
O Democratas (DEM) possui uma posição contrária à taxação de grandes fortunas, alegando
que tal medida acarretaria a fuga do empresariado brasileiro para o exterior. Apesar de apresentar um
projeto de lei com uma medida temporária de taxação para combate da Covid-19, Rodrigo Maia (DEM-
RJ), presidente da Câmara na época, não colocou a medida em votação, alegando não ser uma medida
viável para o contexto brasileiro e não estar em sua agenda política (BERNARDES, 2008; ELIAS, 2021;
MAZIEIRO, 2020).
O Movimento Democrático Brasileiro (MDB) apresenta uma posição ambígua no que tange
à taxação de grandes fortunas: o partido não possui posição oficial nem favorável nem contrária à
proposta. Renan Calheiros, em 2015, quando presidente do Senado, introduziu a pauta de taxação
de heranças, além de alas do partido votarem a favor de medidas de tributação progressiva — tendo
inclusive projetos de leis apresentados neste sentido. Outras alas mais conservadoras se colocam
contrárias a estas medidas, tendo posições fortes em oposição a este tipo de taxação, pois acreditam ser
prejudicial para a economia (ELIAS, 2021; MORTARI, 2015; REFORMA..., 2020).
O Partido Comunista do Brasil (PCdoB) também defende fortemente a taxação de grandes
fortunas, inclusive alavancando com outros partidos de esquerda uma proposta de reforma tributária
que incluía a taxação, em 2019. Segundo a argumentação do partido, a taxação auxiliaria na diminuição
das injustiças da tributação e da desigualdade social no Brasil, sem afetar as classes média ou baixa
(PCdoB, 2019; PEREIRA, 2020).
O Partido Democrático Brasileiro (PDT) apresenta posição favorável à taxação de grandes
fortunas. O PDT já apresentou mais de uma proposta com este tema, além de defender uma reforma
tributária progressiva. Em 2019, os partidos de oposição ao governo de Jair Bolsonaro, PDT, PSOL, PT,
Rede e PCdoB apresentaram conjuntamente uma proposta de emenda à reforma tributária do governo
adicionando a taxação de grandes fortunas, lucros e dividendos. Durante a pandemia, o partido reiterou
seu compromisso com a distribuição de renda via tributação, defendendo a taxação tanto para arrecadar
recursos para pagar o auxílio emergencial, como para investimentos em saúde (COSTA, 2019; PDT, 2020).
O Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) tem uma posição dividida acerca da taxação.
Enquanto membros como o deputado Luiz Carlos Hauly se posicionam contra o IGF, outros como o
senador Plínio Valério oferecem uma posição favorável. De fato, este inclusive lançou uma proposta
(2) Qual a porcentagem da alíquota considerada eficiente para arrecadar fundos consideráveis deste
imposto?
(3) Considerando a possível insatisfação dos portadores das grandes fortunas diante desta taxação, há a
possibilidade de ocorrer uma fuga de capitais do país e sonegação fiscal? Quais seriam as consequências
possíveis? O que fazer para evitar esses fenômenos?
(4) Em relação a o que taxar especificamente, a melhor forma é cobrar o imposto de forma centralizada
ou descentralizada? Ou seja, é melhor taxar o patrimônio bruto, o patrimônio líquido, as próprias
empresas ou as transações? Ou todos?
(5) Quais são os grupos de interesses e atores envolvidos na discussão à taxação das grandes fortunas?
Quem mais se beneficiaria e quem menos se beneficiaria de um eventual aumento na taxação?
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