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Desigualdade Social

Professora: Valéria Mesquita


Aluno: Guilherme Cardozo
Turma: 1001
A desigualdade

A desigualdade social, chamada também de desigualdade econômica, é um


problema social presente em todos os países do mundo. Ela decorre,
principalmente, da má distribuição de renda e da falta de investimento na área
social, como educação e saúde.
Desta maneira, a maioria da população fica a mercê de uma minoria que
detém os recursos, o que gera as desigualdades.
Desigualdade social é a diferença econômica que existe entre determinados
grupos de pessoas dentro de uma mesma sociedade.
Isto se torna um problema para uma região ou país quando as distância
entre as rendas são muito grandes dando origem a fortes disparidades.
Em tese, sempre haverá desigualdade social, pois é impossível que cada um
tenha exatamente as mesmas quantidades de bens materiais.
Para mensurar a distribuição de renda num determinado país, estado,
região ou município, o italiana Conrado Gini desenvolveu o Índice de Gini, em
1912. Por meio dele, é possível determinar a desigualdade social e a concentração
de renda em diferentes níveis territoriais, além de estabelecer comparativos entre
eles. Os valores do coeficiente de Gini variam entre 0 e 1, e, quanto mais próximo
de 1, maior é a desigualdade na distribuição de renda entre a população.
A África do Sul é, atualmente, o país com a maior concentração e má
distribuição de renda do mundo, embora não seja um dos mais pobres da África. O
índice de Gini sul-africano é de 0,630. Nota-se que aproximadamente 55% dos 60
milhões de habitantes da África do Sul vive abaixo da linha da pobreza.
No outro extremo, está a Eslováquia, país europeu do leste do continente
que apresenta um índice de Gini de 0,232, o que denota maior igualdade na
distribuição de renda e baixa concentração. Atualmente menos de 12% da
população da Eslováquia vive abaixo da linha da pobreza.
De acordo com dados informados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE), o atual Índice de Gini do Brasil está em 0,543.
Além da desigualdade social, há outras maneiras de avaliar uma sociedade
pela maneira que trata seus integrantes do ponto de vista econômico, regional,
racial e de gênero.
Desigualdade econômica: desigualdade entre a distribuição de renda.
Desigualdade racial: desigualdade de oportunidades para as diferentes
raças: negro, branco, amarelo, pardo.
Desigualdade regional: disparidades entre regiões, cidades e estados.
Desigualdade de gênero: diferenças entre homens e mulheres,
homossexuais, trans e demais gêneros.
No Brasil, a desigualdade social é um legado do período colonial, que se
deve à influência ibérica, à escravidão e aos padrões de posses latifundiárias.
Aspectos como racismo estrutural, discriminação de gênero, alta tributação de
impostos e o desequilíbrio da estrutura social só agravam a desigualdade
brasileira.
Em 1755, Jean-Jacques Rousseau escreveu um ensaio denominado “Discurso
sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens”. Para tratar do
assunto, o filósofo inicia diferenciando os dois tipos de desigualdade existentes na
espécie humana. A primeira é a natural ou física, que é estabelecida pela natureza,
tratando de fatores como idade, saúde e força. A segunda é a desigualdade moral
ou política, que ocorre por causa dos privilégios diferentes que grupos de pessoas
têm em relação a outros.
A desigualdade que acontece por causa da natureza humana é inevitável. No
entanto, o segundo tipo de desigualdade conceituado por Rousseau nasce da
diferença de poder, riqueza e propriedade e é inaceitável. Para Rousseau, a
propriedade privada é o elemento fundador da sociedade civil que,
posteriormente, gerou misérias à humanidade.
Lentamente, a sociedade foi se subdividindo, formando famílias abrigadas
em moradias que, juntas, formavam comunidades. Em suma, com a propriedade
privada, segundo o filósofo, surgiu também ganância, competição, vaidade, vício e
desigualdade.
A desigualdade social impera contra a justiça social. Isso tem consequências
inúmeras às classes desfavorecidas, bem como à sociedade como um todo. A
desigualdade leva ao aumento da pobreza, da má qualidade da alimentação e à
fome. Com isso, também há más condições de moradia, falta de saneamento básico,
saúde precária, alta taxa de mortalidade infantil, violência e desemprego.
Entre as formas de combater desigualdades sociais estão geração de
empregos, investimento em serviços públicos, promoção de programas sociais e
tributação progressiva de renda. No Brasil, programas de repasse direito de renda
comprovam que a medida é capaz de diminuir o abismo entre ricos e pobres.
Uma das estratégias adotada com sucesso em países desenvolvidos é a
efetivação de um sistema tributário progressivo, modelo que escalona a
arrecadação de impostos, taxando mais os contribuintes com maior renda e
patrimônio. A medida permite dinamizar os recursos concentrados no topo da
pirâmide econômica, aumentando consumo, emprego, renda e lucro nas demais
camadas sociais.
Tal progressividade está prevista na Constituição brasileira, mas o que se vê
hoje no país é o contrário: uma tributação regressiva que poupa os ricos e
sobrecarrega os mais pobres. Mesmo ocupando o segundo lugar entre os países
com maior concentração de renda, o Brasil não implementa as reformas
necessárias para aplacar o quadro. Uma das alegações contra as mudanças é que o
aumento de tributos sobre grupos privilegiados pode afastar grandes investidores
para países com menores encargos, ocasionado a chamada fuga de capital. Mas
raros são os países desenvolvidos que cobram tão pouco imposto dos
multimilionários quanto o Brasil.
Pelo lado do oportunismo financeiro, combater disparidade de renda também
interessa, já que favorece o crescimento econômico dos países. Estudo publicado
pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), em 2017, concluiu que quanto maior a
desigualdade social de determinada sociedade menor é seu crescimento
econômico.
Outra perspectiva é que investir em justiça social também pode gerar vantagens
competitivas. Segundo pesquisas, equipes executivas com maior diversidade étnica
têm 33% mais propensão ao lucro do que outras empresas. Além disso, a violência
decorrente de uma sociedade muito desigual também gera custos, por exemplo,
com gastos em segurança pública e privada ou com reaquisição de bens furtados.
Mas num mundo em que as pessoas são tão diferentes umas das outras, é razoável
questionar se é possível e desejável eliminar desigualdades. A pesquisadora
Danusa Marques argumenta que igualdade social não significa que todos são
iguais: "Significa que todo mundo vale a mesma coisa. Esse é o sentido da
democracia. E o contexto de desigualdade hierarquiza as pessoas, colocando
algumas numa situação de privilégio e outras na subalternidade. As pessoas
passam a ser vistas como se tivessem valor diferente, gente que vale mais ou
menos".
Algumas ações que podem ser usadas contra as desigualdades no Brasil que
propomos são um guia para reduzir as desigualdades no país e garantir uma vida
com mais e melhores oportunidades à população.
Enfrentar o racismo: Priorizar o enfrentamento ao racismo, um dos fatores
estruturantes das
desigualdades no Brasil, propondo políticas públicas para atacar o
problema.
Promover a oferta de trabalho: Promover a oferta de trabalho formal e
decente para todas e todos e rever a reforma trabalhista no tocante à perda
de direitos dos trabalhadores e
trabalhadoras.
Enfrentar a Discriminação Contra as Mulheres:
Priorizar o enfrentamento à
discriminação contra as mulheres, um dos fatores estruturantes das
desigualdades no Brasil, propondo políticas públicas para atacar o
problema.
Tributar lucros, dividendos e heranças:
Restabelecer a tributação sobre lucros
e dividendos e aumentar a tributação sobre herança de maneira progressiva.
Combater a concentração de terras:
Fortalecer a agricultura familiar e retomar a agenda de reforma agrária.
Investir em Saúde e Educação:
Reduzir as isenções fiscais e aumentar
os investimentos em políticas públicas
e serviços básicos como educação
(implementação do Plano Nacional de
Educação) e saúde (fortalecimento do
Sistema Único de Saúde).
Combater a corrupção:
Fortalecer mecanismos de combate a corrupção, avançando em reformas políticas
específicas que reaproximem
a população brasileira das instituições
públicas e políticas do país.
Fontes:

https://brasilescola.uol.com.br/amp/geografia/indice-gini.htm

https://www.todamateria.com.br/desigualdade-social/

https://www.ecycle.com.br/desigualdade-social/amp/

https://revistadarcy.unb.br/edicao-n-25/dossie/124-como-reduzir-as-
desigualdades

https://www.oxfam.org.br/especiais/10-acoes-urgentes-contra-as-
desigualdades-no-brasil/

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