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COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA
TEXTO COMPLEMENTAR
Aluno(a):_____________________________________________________________________________________
CONCENTRAÇÃO DE RENDA é definida como a distribuição desigual de renda por unidade residencial ou
indivíduo entre os diferentes participantes de uma economia. Normalmente a concentração de renda é
apresentada como uma proporção entre renda e população (INVESTOPEDIA, 2017). Ela é medida por dois
índices principais: coeficiente de Gini e curva de Lorenz.
Ambos os índices representam o ponto básico de partida para qualquer estudo sobre bem-estar econômico,
economias em desenvolvimento, economia do trabalho, estatísticas econômicas e sociais, sociologia
quantitativa e ciência política (BETTI; LEMMI, 2008). Mas por que estudar concentração de renda? Por que
tantas áreas de conhecimento se dedicam a estudar este tema? Principalmente porque a desigualdade
econômica é percebida como socialmente injusta e como uma violação dos princípios sociais de justiça.
(ATKINSON; BOURGUIGNON, 2015).
O debate sobre desigualdade atinge diferentes aspectos, como culturais e sociais, porém, a distribuição de
renda dedica-se a analisar os econômicos, especificamente. As desigualdades econômicas podem ser
caracterizadas como monetárias ou não. Por não monetárias estão as relacionadas às capacidades e bem-
estar.
Atualmente muitos estudos apontam que nunca se produziu tanta riqueza e, simultaneamente, nunca houve
tanta pobreza. O que leva a questionar a concentração de riqueza em grupos cada vez menores. Estes
estudos buscam principalmente explicações e medidas para mensurar a riqueza e encontrar melhores
maneiras de desconcentrá-la. Um dos principais expoentes desta linha de trabalho é o economista francês
Thomas Piketty – sua obra mais conhecida sobre o tema é “O capital no século XXI”. Outro importante autor
sobre o tema é o vencedor do Prêmio Nobel Economia Joseph Stiglitz, em sua obra “O preço da
desigualdade” ele discute como a distância entre ricos e pobres atrasa o desenvolvimento dos Estados
Unidos.
No Brasil um dos autores que analisam a relação entre riqueza, distribuição e concentração de renda é
Marcelo Medeiros. Suas pesquisas mais recentes apontam que a desigualdade social e a concentração de
renda se mantiveram estáveis mesmo nos períodos (2006-2012) em que se apontava sua redução.
Especialmente em 2010 houve um intenso debate sobre a redução da concentração de renda no Brasil ou
não, os principais expoentes deste debate foram Marcelo Neri e Marcelo Pochmann. Neste momento o país
experimentava intenso crescimento econômico e colhia o resultado de políticas sociais voltadas para o
incentivo do consumo entre as classes mais pobres.
Marcelo Néri foi autor do estudo “A nova classe média – o lado brilhante da pirâmide”, neste trabalho ele
demonstrava como uma nova classe média estava surgindo, indicando redução de concentração de renda e
diminuição das desigualdades. Estudos como Desigualdade de Renda no Brasil: uma análise da queda
recente, realizado pelos organizadores Ricardo Paes Barros, Miguel Nathan Fogel e Gabriel Ulyssea em 2006
e publicado pelo IPEA também identifica redução das desigualdades e da concentração de renda.
O que é incontestável para todos os autores, estrangeiros e brasileiros, é que a desigualdade social, e uma
de suas causas, a concentração de renda, são prejudiciais para a democracia e possuem sérias
consequências na vida das pessoas. A desigualdade é injusta porque impede o desenvolvimento das
capacidades individuais, o acesso a direitos humanos básicos, como saúde, educação e segurança.
O conceito econômico de DISTRIBUIÇÃO DE RENDA se refere à forma com que são repartidas as riquezas
e os bens socialmente produzidos (em um sentido amplo, a renda) entre os indivíduos e entre os diferentes
estratos da população em determinada sociedade.
As características da distribuição de renda e os mecanismos que a influenciam variam e dependem
diretamente da organização da produção e da forma de propriedade vigente em cada sociedade. Portanto, a
distribuição decorre do próprio processo produtivo e está relacionada com a divisão social do trabalho, ou
seja, com a forma com que se encontram distribuídos os juros, lucros, rendas, salários e a propriedade dos
fatores de produção.
➢ Definição
Desigualdade social é a diferença econômica que existe entre determinados grupos de pessoas dentro de
uma mesma sociedade.
Isto se torna um problema para uma região ou país quando as distância entre as rendas são muito grandes
dando origem a fortes disparidades.
Em tese, sempre haverá desigualdade social, pois é impossível que cada um tenha exatamente as mesmas
quantidades de bens materiais.
➢ Causas
Inúmeras são as causas que aumentam a distância entre ricos e pobres. As mais comuns estão:
I. Má distribuição de renda
II. Má administração dos recursos
III. Lógica de acumulação do mercado capitalista (consumo, mais-valia)
IV. Falta de investimento nas áreas sociais, culturais, saúde e educação
V. Falta de oportunidades de trabalho
VI. Corrupção
➢ Consequências
Se um país não consegue atender as necessidades básicas de grande parte de seus cidadãos, tampouco irá
prosperar de forma equitativa.
Umas das consequências mais graves são a pobreza, a miséria e a favelização. Ademais, a desigualdade
social traz:
I. Fome, desnutrição e mortalidade infantil,
II. Aumento das taxas de desemprego
III. Grandes diferenças entre as classes sociais
IV. Marginalização de parte da sociedade
V. Atraso no progresso da economia do país
VI. Aumento dos índices de violência e criminalidade
A Desigualdade Social no Brasil é um problema que afeta grande parte da população brasileira, embora nos
últimos anos ela tem diminuído.
As regiões mais afetadas pelos problemas sociais são o Norte e o Nordeste do país, os quais apresentam os
piores IDH's (Índice de Desenvolvimento Humano) do Brasil.
Resultados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD-2011) e do Instituto de Pesquisa
Econômica Aplicada (Ipea), apontam a diminuição da pobreza e, consequentemente, da desigualdade social.
Assim, nos últimos anos 28 milhões de brasileiros saíram da pobreza absoluta e 36 milhões entraram na
classe média.
Entretanto, estima-se que 16 milhões de pessoas ainda permanecem na pobreza extrema.
Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), as transferências do Programa Bolsa Família
são responsáveis por 13% da redução da desigualdade no país.
• Causas e Consequências
Embora o Brasil esteja entre os dez países com o PIB mais alto, é o oitavo país com o maior índice de
desigualdade social e econômica do mundo.
Segundo relatório de ONU (2010) as principais causas da desigualdade social são:
I. Falta de acesso à educação de qualidade;
II. Política fiscal injusta;
III. Baixos salários;
IV. Dificuldade de acesso aos serviços básicos: saúde, transporte público e saneamento básico.
• Favelas
• Coeficiente de Gini
O Coeficiente de Gini foi desenvolvido pelo demógrafo, estatístico e sociólogo italiano Corrado Gini (1884-
1965) no ano de 1912.
O Coeficiente ou Índice de Gini mede as desigualdades de uma sociedade, por exemplo, de renda, de riqueza
e de educação.
No Brasil, em 2011, o índice de Gini na área social foi de 0,527, demonstrando o menor número desde 1960
(0,535). Na lógica do sistema de Gini, quanto mais próximo de zero, menor é a desigualdade.
No entanto, segundo o coeficiente de Gini, a desigualdade social no Brasil teve um aumento considerável em
2017 decorrente da crise econômica.
Ou seja, em 22 anos ela cresceu pela primeira vez, sendo o desemprego um dos maiores responsáveis.
Dados atuais afirmam que a taxa de desemprego está em 12,3%, o que afeta 12,6 milhões de pessoas.
• Sistemas Econômicos
Não há consenso sobre qual o sistema econômico que gera mais desigualdade social.
Por um lado, alguns estudos afirmam que a desigualdade social surgiu com o capitalismo, pois este se baseia
na ideia de acumulação de capital e de propriedade privada.
O capitalismo também incita o princípio da competição e classifica o nível das pessoas baseados no capital
e no consumo.
Por sua vez, o socialismo tem como objetivo abolir a propriedade privada, que pertenceria ao Estado, e assim
erradicar as classes sociais. No entanto, até agora, todas as experiências socialistas, fracassaram, pois
acabou surgir uma classe dirigente que detinha mais privilégios que os demais.
• Tipos de Desigualdades
Além da desigualdade social, há outras maneiras de avaliar uma sociedade pela maneira que trata seus
integrantes do ponto de vista econômico, regional, racial e de gênero.
▪ Desigualdade econômica: desigualdade entre a distribuição de renda.
▪ Desigualdade racial: desigualdade de oportunidades para as diferentes raças: negro, branco, amarelo,
pardo.
▪ Desigualdade regional: disparidades entre regiões, cidades e estados.
▪ Desigualdade de gênero: diferenças entre homens e mulheres, homossexuais, trans e demais
gêneros.