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FACULDADE DE ECONOMIA
DEPARTAMENTO DO ENSINO E INVESTIGAÇÃO EM CONTABILIDADE
Dedico esta obra aos meus pais, João Mbiembie e Luísa Simba Lourenço da
Fonseca, pelo apoio incansável durante todo plano curricular. Eles são os guias que
DEUS me deu e têm cumprido esta missão com extrema dedicação.
iii
AGRADECIMENTOS
Agradeço a DEUS, O Todo Poderoso e a todos quanto Ele influenciou para que esta
obra se tornasse realidade, espececialmente:
A staff do lamento (no final das provas) que esteve sempre aberto para acolher a
todos quanto a prova lhes corria mal, inclusive a mim.
iv
ÍNDICE
vi
LISTA DE TABELAS
vii
LISTA DE FIGURAS
Figura nº 09 – Organigrama…………….…………..……………………....……………..40
viii
RESUMO
A presente pesquisa tem como tema: Gestão eficiente de Custos para melhor
precificação dos produtos fabricados. Para a concretização desta obra, formulou-
se a seguinte pergunta de partida: Como a gestão eficiente de custos pode contribuir
na precificação dos produtos fabricados pelo Espaço Kanawa? Tendo por objectivo
geral: Demonstrar a gestão eficiente de custos para melhor precificação dos produtos
fabricados. No que se refere a aspectos metodológicos, o tipo de pesquisa utilizado
foi bibliográfica e descritiva, como método de abordagem das informações, utilizou-
se o dedutivo. Para a recolha dos dados, realizou-se entrevistas estruturadas e na
fase de tratamento dos dados aplicou-se técnicas ou instrumentos de natureza
estatística. O uso da metodologia apresentada acima proporcionou a concretização
dos objectivos específicos, consequentemente, a obtenção das seguintes
conclusões: 1.) Os preços de venda encontram-se abaixo do mínimo aceitável para
fazer face aos encargos suportados e gerar a margem de lucro desejada; 2.) A
empresa suporta gastos elevados de custo com o pessoal administrativo em
comparação com a sua mão-de-obra directa. Situações deste gênero exige maior
comprometimento da mão-de-obra directa e da maquinaria ao seu dispor de modo a
conseguir produzir a um nível aceitável para fazer face aos gastos que a empresa se
compromete com estes recursos (administrativos); 3.) A empresa em estudo não
utiliza nenhum método de custeio para efectuar o controlo do seu custo de produção.
Esta situação coloca a empresa num ponto cego em que se desconhece o real estado
da empresa.
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ABSTRACT
The present research has as its theme: Efficient Cost Management for better
pricing of manufactured products. In order to carry out this work, the following
starting question was formulated: How to demonstrate efficient cost management
to better price the products manufactured by Espaço Kanawa? With the general
objective: Demonstrate efficient cost management for better pricing of manufactured
products. With regard to methodological aspects, the type of research used was
bibliographic and descriptive, as a method of approaching the information, the
deductive was used. For data collection, structured interviews were carried out and
in the data processing phase, techniques or instruments of a statistical nature were
applied. The use of the methodology presented above enabled the achievement of
specific objectives, consequently, the following conclusions were reached: 1.) Sales
prices are below the minimum acceptable to face the costs incurred and generate the
desired profit margin; 2.) The company bears high cost expenses with administrative
staff compared to its direct labor. Situations of this kind demand greater commitment
from the direct labor and machinery at their disposal in order to be able to produce at
an acceptable level to meet the expenses that the company commits to these
(administrative) resources; 3.) The company under study does not use any costing
method to control its production cost. This situation puts the company in a blind spot
where the real state of the company is not known.
x
INTRODUÇÃO
Após o processo produtivo de um bem, a fixação do preço a ser aplicado para a sua
comercialização corresponde a uma das actividades mais importantes da empresa,
uma vez que, este valor representa, não só, os esforços para produzir, mas também
o quanto ela deseja ter como recompensa pelos sacrifícios realizados para que o
produto seja disponibilizado aos clientes. Entretanto, numa primeira instância, para
que este propósito seja cumprido, é necessário que a organização saiba mensurar de
modo eficiente os gastos realizados desde a compra das matérias-primas, até a
distribuição dos produtos nos pontos de venda, de maneira a evitar com que sejam
estabelecidos preços de venda com base a custos inexistentes ou fictícios.
1
A precificação realizada com este instrumento, também permite a empresa avaliar a
suas condições para disponibilizar um determinado produto no mercado em relação
ao preço que a concorrência tem oferecido ao mesmo tipo de produto de maneira a
validar as estratégias a utilizar no mercado.
SITUAÇÃO PROBLEMÁTICA:
Objectivo geral:
2
Objectivos específicos:
- Aplicar o índice mark-up ao custo unitário dos produtos de modo a encontrar o preço
de venda ideal a ser praticado;
Esta pesquisa limita-se no uso do método de custeio completo para determinar o custo
unitário dos produtos fabricados no Espaço Kanawa, nomeadamente, Pizza de frango
e Churrasco, e na aplicação do índice mark-up para formar os preços de venda (dos
mesmos produtos) capazes de cobrir os encargos assumidos e gerar a margem de
lucro desejada, tendo como base de análise, os dados referentes ao mês de Junho
do ano de 2021.
JUSTIFICATIVA:
3
empreendedores, os profissionais e estudantes da área a terem competências
necessárias para serem o mais eficiente possível na formação do preço de venda.
Metodologia:
a) Tipos de pesquisas
- Bibliográfica:
- Descritiva:
b) Método de abordagem:
- Dedutivo:
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c) Tipo de abordagem:
- Quantitativa:
- Entrevista estruturada:
- Estatístico:
Para a determinação dos resultados obtidos, utilizou-se fórmulas, tabelas entre outros
instrumentos matemáticos que sem o uso destas ferramentas não seria possível se
conhecer os custos de produção, assim como os preços de venda recalculados. De
acordo Gil (2008: 17), este método fundamenta-se na aplicação da teoria estatística
da probabilidade e constitui importante auxílio para investigação em ciências sociais.
5
Estrutura do trabalho:
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CAPÍTULO 1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
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1.2.1 Quanto ao nível de produção
São Custos Fixos: aluguel da fábrica, água (utilizada para consumo do pessoal e
limpeza da fábrica), energia elétrica (utilizada para iluminação da fábrica), salários e
encargos dos que trabalham na manutenção e limpeza da fábrica, seguro do imóvel,
segurança da fábrica, telefone, depreciação normal das máquinas, salários e
encargos dos supervisores da fábrica etc.
Para Ribeiro (2013), é importante salientar que os Custos Fixos podem sofrer alguma
variação de um período para outro, por exemplo, com o aluguel que, em consequência
de cláusulas contratuais, sofre reajustes periódicos; com os salários e encargos que
podem variar em decorrência da própria legislação trabalhista etc. No entanto, mesmo
estando sujeitos a variações dessa natureza, esses custos continuam sendo
classificados como fixos, porque a classificação dos custos em fixos é feita
exclusivamente em relação ao volume da produção.
Há ainda situações em que alguns Custos Fixos podem sofrer pequenas variações
em decorrência de aumentos no volume da produção, como ocorre, por exemplo, com
o uso de telefones, com o consumo de materiais de limpeza etc. Entretanto, esses
custos não perdem a condição de fixos, uma vez que podem variar até um
determinado limite da variação do volume da produção e depois permanecem estáveis
novamente, assim como não acompanham proporcionalmente os aumentos que
ocorrem no volume da produção, consequentemente não perdem a condição de fixos
(RIBEIRO, 2013).
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horas/máquina trabalhadas, gastos com horas-extras na produção (VICECONTI E
NEVES, 2010: 22).
- Custos directos: Segundo Viceconti e Neves (2010: 22) São aqueles que podem
ser apropriados diretamente aos produtos fabricados, porque há uma medida objetiva
de seu consumo nesta fabricação. Exemplos:
1 - Matéria-Prima.
2 - Mão-de-Obra Direta.
3 - Material de embalagem.
Para Leone (2000 apud STRUTZ, 2017: 46) custos diretos são aqueles custos (ou
despesas) que podem ser facilmente identificados com o objeto de custeio. São os
custos diretamente identificados aos seus causadores, ou seja, quem consumiu
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aquele custo que se identifica com o produto vai ter que assumir o seu valor. Para que
seja feita a identificação, não há necessidade de rateio.
- Custos indiretos: segundo Leone (2000 apud STRUTZ, 2017: 46), são os gastos
que a empresa tem para exercer suas atividades, mas que não tem relação direta com
um produto ou serviço específico, pois se relacionam com vários produtos ao mesmo
tempo. Às vezes, por causa de sua não relevância, alguns custos são alocados aos
objetos do custeio através de rateios. Neste caso, adotando o rateio, os custos serão
considerados indiretos.
3 - Aluguel da fábrica.
ATENÇÃO:
valor que não compensa o trabalho de associá-lo a cada produto, sendo tratado
como indireto.
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1.2.3 Quanto ao montante despendido
- Custos totais: são custos suportados num período considerado necessário para a
fabricação de todos os produtos.
Os materiais secundários para uma indústria de móveis de madeira são pregos, cola,
verniz, dobradiças, fechos etc.; para uma indústria de confecções são os aviamentos
(botões, zíperes, linha etc.);
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- Materiais auxiliares: são todos os materiais que embora necessários ao processo
de fabricação, não entram na composição dos produtos. Para uma indústria de móveis
de madeira são lixas, estopas, pincéis, graxas etc.; para uma indústria de confecções
são facas utilizadas para o corte dos tecidos, produto de limpeza de acabamento etc.;
em uma indústria de massas alimentícias são manteiga utilizada para untar as
assadeiras, toalhas de papel etc.;
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1.4 Sistemas de custeio
Para Eller (2000, p. 79 APUD STRUTZ, 2017: 99), “os sistemas de custeio têm como
função determinar o modo de como será atribuído custo aos produtos”, ou seja, o
formato que a empresa utilizará para encontrar os custos dos produtos que ela vem a
fabricar, identificando onde os custos estão alocados com o objetivo de melhorar o
processo e reduzir desperdícios.
O custo de produção pode ser determinado em função dos sistemas de custeio que
serão apresentados nos subpontos a seguir.
Para Lopes de Sá (1990, p.109 APUD STRUTZ, 2017: 99) o custeio por absorção é a
“expressão utilizada para designar o processo de apuração de custos que se baseia
em dividir ou ratear todos os elementos do custo, de modo que, cada centro ou núcleo
absorva ou receba aquilo que lhe cabe por cálculo ou atribuição”.
Segundo Coelho (2019), quando se adopta o método de custeio por absorção todos
os custos com a fabricação, variáveis ou fixos, fazem parte do custo de produção. O
mesmo autor acrescenta que este método é usado, na maioria dos países para fins
de apresentação de relatórios externos.
Atende à legislação fiscal e deve ser usado quando a empresa busca o uso do
sistema de custos integrado à Contabilidade.
Considera o total dos custos por produto.
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Forma custos para estoques.
Permite a apuração dos custos por centros de custos, quando os custos forem
alocados aos departamentos de forma adequada, possibilitam o
acompanhamento do desempenho de cada área.
Strutz (2017:100), ainda acrescenta que o custeio por absorção, também, apresenta
as seguintes desvantagens:
Para que um custo (ou uma despesa) detenha as condições necessárias para compor
o custo de um produto, por exemplo, é necessário que esse custo seja facilmente
identificado com o produto, isto é, seja direto (onde não haja a necessidade de rateio)
e que seja variável diante da variabilidade de um indicador que represente o produto,
a operação, o processo, o componente ou a atividade (STRUTZ, 2017: 101).
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Enfoque gerencial;
Os dados necessários para a análise da relação custo/volume/lucro são
rapidamente obtidos;
É totalmente integrado com o custo padrão e orçamento flexível.
Quanto as desvantagens, Strutz (2017: 102), afirma que o método de custeio variável
possuí as seguintes desvantagens:
No caso dos custos mistos (custos que têm uma parcela fixa e outra variável),
nem sempre é possível separar objetivamente a parcela fixa da parcela
variável.
Não é aceite pela auditoria externa das entidades que têm capital aberto e nem
pela legislação do imposto de renda, bem como por uma parcela significativa
de Contadores, pois fere os princípios fundamentais de contabilidade, em
especial aos princípios de realização de receitas, de confrontação e da
competência.
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Isoladamente, não se aplica para formação do preço de venda. De acordo com
o que foi apresentado, observa-se que por não atender às exigências da
legislação, este método somente é aceite para fins gestão. Desta forma, age
como instrumento gerador de informações para melhor orientar o processo
gestão.
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de impossibilidade duradora, para reduzir os meios e adaptar as estruturas às
necessidades previsionais.
Correspondendo aos custos reais corrigidos com a incidência das variações de
actividade em relação à actividade normal, os custos de imputação racional são
comparáveis aos custos padrões, no contexto da gestão orçamental.
Em qualquer circustância, a determinação dos custos previsionais,
especialmente nas empresas que trabalham por encomenda, implica recorrer
ao sistema de imputação racional: a empresa que, para elaborar um
orçamento, considerasse a totalidade da depreciação anual de uma máquina,
com o pretexto de que essa máquina não foi nem será mais utilizada durante o
período senão para as necessidades da encomenda em causa, não teria
qualquer possibilidade de ver a sua proposta aceite.
Para a valorização dos stocks em período de sub-actividade, o recurso aos
custos de imputação racional evita empolar o valor dos stocks e,
consequentemente, o resultado do período, na medida em que uma parte dos
custos de estrutura, a que corresponde precisamente à não utilização dos
meios constitutivos da estrutura, é imputada à conta de resultados.
17
manutenção, por reparações, afinações, tempos de arranque, faltas,
inventários, greves, etc.
De acordo Strutz (2017: 123), o sistema ABC parte do princípio de que não é o produto
ou serviço que consome recursos, e sim, os recursos são consumidos pelas atividades
e estas, por sua vez, são consumidas pelos produtos ou serviços. Portanto, o centro
de interesse do ABC concentra-se nos gastos indiretos.
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O mesmo autor acrescenta que neste sistema de custeio a atribuição dos custos
indiretos são feitos em dois estágios:
Assim como os demais sistemas de custeio, ele também tem suas restrições, e entre
elas a de não ser aceito pelo fisco (STRUTZ, 2017: 124).
19
Necessidade de formulação de procedimentos padrões;
Não é aceito pelo fisco;
- Distribuição; e
- Venda.
1.5.1 Aprovisionamento
20
O esquema abaixo ilustra de modo restrito ou simplificado o esquema da fase de
aprovisionamento das matérias:
Conservação até a
Recepção e
saída para o consumo
armazenagem
na produção
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A determinação do custo de compra das matérias-primas é feita da seguinte maneira:
Preço de compra
+
Encargos directos de compra
+
Encargos indirectos de compra
=
CUSTO DE COMPRA DAS MATÉRIAS- PRIMAS
- Encargos (Custos) indirectos são aqueles encargos que não podem ser
identificados com toda a facilidade e que entram primeiro nos centros de análise antes
de serem imputados aos custos de compra das matérias-primas. São despesas,
muitas das vezes, da estadia das matérias-primas no armazém da empresa. Exemplo:
trata-se de salários de trabalhadores do armazém, a amortização do edifício do
armazém, a energia do armazém, a manutenção e outras despesas. Todos estes
encargos entram no centro de análise chamado de Aprovisionamento, onde eles são
objecto de análise antes de serem imputados aos custos das matérias-primas.
22
ATENÇÃO: Durante a compra, a empresa compradora pode beneficiar de certos
descontos que podem ser classificados de duas naturezas:
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- A implementação da informática de gestão de stock é primordial.
1.5.2 Produção
- Produção em curso, é um produto que iniciou a fase de produção, mas que não
chegou ao seu termo. Exemplo: a massa de farinha no fabrico de pão, a mistura de
ovo na produção de omelete. Isto significa que não temos as matérias-primas nem o
produto que queremos obter. No entanto, existem vários níveis de produto em curso.
Exemplo: para a fabricação do pão, a massa de farinha está mais longe do pão que a
mesma massa no forno. Isto significa que o tempo que falta para a concretização do
objectivo a atingir conta muito na determinação e no estudo do produto em curso.
Produtos acabados são produtos que chegaram ao termo do seu tempo e ciclo de
fabricação. De igual modo, são produtos que podem ser vendidos aos clientes ou
oferecidos.
ATENÇÃO: Nem todo produto chega a fase final do ciclo de produção em condições
de serem comercializados ou oferecidos, quando isto ocorre estes bens são
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classificados como perdas normais (se ocorrerem em consequência da natureza do
produto) ou anormais (quando resultarem como consequência de acontecimentos fora
do comum durante o processo produtivo).
=
Custo de compra das matérias primas consumidas
+
Custo de mão-de-obra directa
+
Outros encargos directos
+
Encargos indirectos
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1.5.4 Venda dos produtos fabricados
- Uso de percentagens:
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Estabelece-se a porcentagem de cada produto em relação ao critério de rateio e
multiplicá-la pelo valor a ser rateado.
- Uso de coeficientes:
Segunda, as curvas devem ser aplicadas tendo por base a experiência acumulada e
não o tempo de calendário.
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Terceira, pretende-se que a curva seja aplicada ao valor acrescentado de um
componente de um produto ou serviço.
Embora a origem do efeito da experiência remonte assim a 1925, somente por volta
de 1965-1966, a BCG – Boston Consulting Group começou a sublinhar as funções e
a importância da curva de experiência e a introduzi-la no marketing estratégico.
Aquela empresa de consultoria levou a cabo vários estudos empíricos, cujas
conclusões são a seguir apresentadas (FERREIRA ET AL, 2014: 579):
1. O tempo necessário para desempenhar uma tarefa decresce à medida que essa
tarefa é repetida.
2. O custo da melhoria decresce à medida que mais unidades são produ- zidas.
28
Embora o efeito de aprendizagem se possa também fazer sentir no consumo de
materiais e nos gastos gerais de fabrico, é mais significativo nos custos de
mão-de-obra (FERREIRA ET AL, 2014: 579).
29
Por sua vez, a curva de experiência pode também ser representada
mate- maticamente por uma equação exponencial, relacionando os custos unitários
(Ct/C0), no momento “t” e no momento “0” e o crescimento da produção acumulada:
O conceito de preço de venda pode ser definido como o valor monetário que a
empresa cobra de seus clientes em uma transação comercial (BRUNI E GOMES,
2010: 155).
30
Este valor deve ser suficiente para que a empresa cubra todos os gastos que foram
necessários para colocar o produto, mercadoria ou serviço, à disposição do mercado,
até a transferência da propriedade e da posse destes, incluindo o lucro desejado ou
possível (BRUNI E GOMES, 2010: 155).
A teoria económica explica como determinar o preço de venda óptimo, o que maximiza
o lucro, tendo em conta a elasticidade da procura face ao preço. A elasticidade-preço
mede a sensibilidade da procura face a variações ocorridas no preço de venda e esta
sensibilidade não é igual para todos os produtos cuja procura é rígida e outros para
os quais a procura é elástica.
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Figura nº07 – Tipos de procura
A curva do custo marginal mede a variação no custo total quando alterado o volume
das quantidades.
Na opinião de Loch (2011: 38), o custo dos produtos e serviços é um fator primordial
na formação do preço de venda, pois para adequar o preço de venda as exigências
do mercado, é necessário conhecer os gastos que incorrem para fabricar ou
comercializar estes bens.
Esse é o método mais utilizado entre as empresas, pois visa, unicamente, a cobertura
dos custos e obtenção de lucro. Assim as empresas se lançam a compilar todos os
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custos que estão ligados à produção desse produto ou serviço, definem sua margem
de lucro desejada e aplicam sobre eles, resultando no preço final ao consumidor.
(COELHO, 2007 APUD BRUNI E GOMES, 2010: 168).
2. No caso de produto que é novo no mercado, a empresa poderá adoptar umas das
eguintes estratégias de marketing:
b) Preços para penetração: vender a preços (muito) baixo por formas a atrair a
atenção e a máxima clientela possível.
Na opinião de Loch (2011: 41), observa-se, desta forma, que esse método exige que
a empresa tenha conhecimento profundo do mercado. Assim, estas informações
poderão servir de base para formação do preço de venda.
Nesta metodologia está incluída o custeio alvo. O ponto de partida deste método é o
preço que os clientes estão dispostos a pagar – target price (FERREIRA ET AL, 2014).
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Neste método primeiro identifica-se o preço que o mercado ou os clientes estão
dispostos a pagar pelo produto ou serviço, de seguida subtrai-se a margem de lucro
desejada pela empresa por formas a se conhecer o custo que a empresa deverá
suportar, caso opte neste método.
Custo Alvo (permitido) = Preço Alvo (do mercado) – Margem de Lucro Desejado
O life-cycle costing estima e acumula os custos ao longo de todo o ciclo de vida, por
forma a avaliar se os lucros obtidos na fase de produção cobrem os custos incorridos
nas fases anteriores e posteriores à fase de produção (FERREIRA ET AL, 2014).
Neste sentido, este modelo de precificação faz a analogia do custo que a empresa se
compromete a suportar para a produção do bem, assim como os custos que ela irá
suportar após a produção do mesmo.
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Figura nº08 – Ciclo de vida do produto
Apartir do gráfico nota-se que 80% dos custos comprometidos ocorrem na fase de
concepção e design, enquanto que a maior parte dos custos incorridos ocorrem na
fase de produção.
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O custo de uma dada funcionalidade não pode ser superior ao valor percebido pelo
consumidor, caso contrário deve ser eliminado ou reajustado (FERREIRA ET AL,
2014).
Este método baseia-se nos preços dos produtos praticados pela concorrência. Assim,
ao elaborar o preço de venda deve-se analisar os preços oferecidos pelos
concorrentes. (SANTOS, 2001 APUD LOCH, 2011: 39).
De acordo com Lunkes (2007, p. 134 APUD LOCH, 2011), “qualquer método de
determinação de preços deve ser comparado com os preços das empresas
concorrentes que porventura atuam no mercado.” Para o autor, este método
caracteriza-se por formar o preço de venda com base na:
- Imitação de preços:
Este método define os preços de venda de acordo com os usados por uma empresa
concorrente que atua no mesmo ramo. Utiliza-se esse procedimento em organizações
que não possuem informações suficientes para formar seu próprio preço.
- Preços agressivos:
Utiliza-se este método quando empresas concorrentes decidem optar por uma
redução significante nos preços, até chegarem a algumas situações em que o preço
de venda é inferior ao de aquisição. Isso ocorre quando a entidade possui grande
quantidade de mercadoria em estoque e quer obter um giro nestes ativos.
- Preços promocionais:
36
1.7.1.6 Precificação mista
Bomfim e Passarelli (2006 APUD LOCH, 2011), ressaltam que o sistema para
formação do preço mais competente é aquele que engloba diversos métodos e
apresenta aos gestores dados maleáveis de custos que poderão ser utilizados para
solucionar situações distintas do preço.
Portanto, para formar o preço de venda adequado é preciso analisar diversos fatores,
desde exigências dos clientes, características do mercado, preços dos concorrentes,
o custo dos produtos e serviços entre outros detalhes.
Conforme Santos (1991 APUD STRUTZ, 2017: 147), é possível obter a seguinte
definição: “o mark-up é um índice aplicado sobre o custo de um bem ou serviço para
a formação do preço de venda”.
De acordo Strutz (2017: 147), tal índice tem como objetivo cobrir os custos das
seguintes contas:
Esta ferramenta é bastante importante, visto que trás a correção do equívoco que
acontece ao usarmos o método tradicional de formação do preço de venda (Preço =
custo + lucro desejado).
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De acordo Strutz (2017), é importante compreender como se forma preços, é ter
ciência que não basta aplicar um percentual sobre o custo e acreditar que isso é
chegar no preço de venda. Ao comprar ou produzir um produto por um valor de
seguida aplicar um “percentual de lucro” e acreditar que isso pagaria as despesas da
empresa, os impostos e ainda assim sobraria a margem de lucro estimada, não é o
bastante, portanto esta forma está incorreta se utilizada por algumas empresas,
porque tudo o que você paga é sobre o preço de venda final e não sobre o custo,
principalmente os impostos sobre as mercadorias ou serviços. Essa maneira de
colocar preços está, portanto, totalmente equivocada.
Bruni e Famá (2004, p. 341-342 APUD STRUTZ, 2017: 147), demonstram as duas
formas para encontrar o mark-up, que são:
𝟏
𝑴𝒂𝒓𝒌 − 𝒖𝒑 𝒎𝒖𝒍𝒕𝒊𝒑𝒍𝒊𝒄𝒂𝒅𝒐𝒓 =
𝟏 – (% 𝐝𝐞𝐬𝐩𝐞𝐬𝐚𝐬 + % 𝐥𝐮𝐜𝐫𝐨)
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Na visão de Paim (2016:196), os elementos apresentados nas duas fórmulas
significam:
% Despesas => representa o percentual dos gastos não inclusos nos custos de
produção;
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CAPÍTULO 2 PRECIFICAÇÃO DOS PRODUTOS DA EMPRESA ESPAÇO
KANAWA
Este restaurante foi criado aos 09 de Março de 2018, com um capital estimado em
10 000 000, 00 Kz. Actualmente, a empresa conta com um efectivo de 14 funcionários,
onde 8 são do sexo masculino e 6 do sexo feminino.
- Organigrama
Figura nº 09 - Organigrama
Gestor/Proprietário
40
- Processo produtivo
Para concretização dos objectivos traçados, optou-se em centralizar o estudo nos dois
produtos mais vendidos na empresa, nomeadamente: Pizza (de frango) e churrasco.
Os dados em estudo ocorreram no mês de Julho do ano de 2021 e, de seguida, foram
agrupados em três classes:
- Custos fixos
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2.2.1 Custo das matérias-primas
Chouriço ½ 200,00 Kz - - -
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Para o preparo da pizza de frango, a empresa suporta um custo de 1 855,00 Kz em
matérias-primas, enquanto para o preparo de um prato de churrasco, deve ser gasto
2 300, 00 Kz. Apesar da quantidade de recursos para da pizza, ela ainda continua a
ser a mais económica no que se refere ao custo com as matérias-primas quando
comparada ao custo das matérias-primas de churrasco.
Pizza Churrasco
Para a produção de pizzas são necessários três pasteleiros, custando cada 40 000,00
Kz, dando um valor total de 120 000,00 Kz, enquanto que para a produção de
churrascos são necessários dois funcionários ao custo unitário de 30 000,00 Kz que
corresponde ao valor total de 60 000,00 Kz. A contratação de pasteleiros é 50% mais
elevada que a contratação de cozinheiros, isto pelo facto da participação dos mesmos
na produção de outros produtos do ramo de pastelaria vendidos na empresa em que
não correspondem a objecto de estudo nesta pesquisa.
43
e também pela sua dificuldade de alocação aos produtos, onde iniciar-se-á com
amortização dos imobilizados.
44
A tabela abaixo, ilustra todos os custos fixos suportados pela empresa no período de
tempo em estudo.
Elementos Valores
Água 13 500,00 Kz
Energia 22 950,00 Kz
Combustível 13 500,00 Kz
Limpeza 10 000,00 Kz
Amortizações 5 128,90 Kz
Pode-se concluir que o valor dos custos fixos do Espaço Kanawa é constituído
maioritariamente pelos encargos com o aluguer, onde estes representam 60,50% do
45
valor total. De seguida está os gastos com o pessoal administrativo que corresponde
a 31,26%, os restantes encargos indirectos representam apenas 8,24%.
Durante o mês de Julho do ano de 2021, a empresa produziu 240 pizzas de frango e
330 pratos de churrasco. Assim sendo, o quadro que se segue ilustrará os valores
mensais dos custos variáveis obtidos em função das quantidades produzidas.
Feito este passo, ter-se-á de ratear os custos fixos (encargos indirectos) por formas a
se conhecer o quanto deles devem ser alocados a cada produto.
46
2.3.1 Rateio dos dos custos fixos
47
Fonte: Adaptação própria (2021)
Pelo facto da base de rateio ser a mão-de-obra directa, os custos fixos a serem
determinados para cada produto variam em função do volume do valor da mão-de-
obra directa a ser utilizada pela empresa, como se pode verificar na tabela acima.
48
Tabela nº07 – Custo unitário dos produtos acabados
Nota-se que a pizza, apesar de possuir menos custo com as matérias-primas, ela
possuí um custo de produção ligeiramente superior que o custo de produção de
churrasco em 46,69%. Esta realidade deve-se pelo facto da pizza alocar maior
quantidade de custos fixos que o churrasco, consequente, a pizza acarreta maior valor
de custo de produção que o churrasco. Por outro lado as quantidades produzidas dos
mesmos produtos possuem uma relação inversa ao custo unitário dos mesmos
produtos, isto é, quanto maior forem as quantidades produzidas, menor serão os
custos unitários a se obter.
49
2.4 Determinação do preço de venda baseado no Mark-up
Neste momento incluir-se-á os gastos para vender e impostos (não recuperáveis) que
incidem sobre o preço de venda. No caso da empresa em análise, tendo em conta
política fiscal em vigor, não há impostos que incidem sobre o preço de venda de
carácter não recuperável.
Pizza Churrasco
Os elementos dos gastos para venda precisos tanto para venda da pizza como para
a venda de churrasco, por causa da não separabilidade das quantidades para cada
produto, optou-se em utilizar as quantidades proporcionais de cada elemento em
função das quantidades produzidas, isto é, as quantidades produzidas de pizza
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equivalem a 42% e as de churrasco a 58%. Os percentuais dos gastos para vender
foram obtidos através da divisão destes (gastos para vender) com o valor das vendas
em média obtidos em cada produto.
Pizza:
Este valor representa o quanto deve se dividir pelo custo unitário de produção de pizza
para se obter o seu preço de venda, neste caso corresponde a 78,8877%.
Churrasco:
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O passo a seguir consiste na aplicação dos índices de mark-up ao custo dos produtos
fabricados:
Tabela nº09 – Aplicação dos dos mark-up ao custo dos produtos fabricados
Os preços possuem uma relação indirecta com os índices determinados, isto é, quanto
maior for o índice, menor será a parcela a ser acrescida ao preço do bem, assim,
sucessivamente, o índice será menor caso o percentual das despesas para a
comercialização dos bens, assim como a margem de lucro almejada forem maiores.
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2.5 Comparação entre os preços calculados e os praticados
De acordo aos resultados obtidos, o Espaço Kanawa opera com preços inferiores ao
mínimo necessário para cobrir os seus gastos de produção e comercialização sem
afectar a sua margem de lucro (20%, onde esta taxa serve apenas de uma referência,
invocando o Decreto Executivo nº 77/16 de 25 de Fevereiro). No caso de Pizza, a
empresa opera com um preço que está 9,79% abaixo do mínimo aceitável e no caso
de Churrasco, a empresa pratica um preço que está 79,40% abaixo do mínimo
aceitável para fazer face aos gastos suportados e gerar a margem de lucro aceitável.
Os preços praticados não são suficientes para cobrir o nível de gastos assumidos pela
empresa, como pode se verificar na tabela anterior, nestas situações, o Espaço
Kanawa necessita rever os custos em que ela suporta de modo a reduzir o impacto
destes sobre o preço de venda apartir do qual a empresa tem de usar como referência
para comercialização dos seus produtos de maneira a não chegar no estágio de
funcionar com problemas de liquidez para honrar os compromissos (gastos) de curto
prazo necessários para garantir o bom funcionamento do processo produtivo da
empresa.
Em termos financeiros, a empresa poderá obter valores vindo das vendas para realizar
as suas actividades dentro de um curto espaço de tempo, mas económicamente ela
53
está falindo aos poucos, pelo facto de os custos serem superiores aos proveitos, este
facto poder-se-á verificar a longo prazo. Um dos sintomas recorrentes nestas
situações é a necessidade excessiva de aumento de capital (próprio ou alheio) para
financiar o seu ciclo de produção, caso não for possível, uma das outras hipóteses é
a redução radical dos seus custos fixos para que haja uma folga financeira suficiente
para que a actividade de produção dependa de forma saudável dos recebimentos de
venda sem afectar a quantidade produzida.
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CONCLUSÕES
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de modo a conseguir produzir a um nível aceitável para fazer face aos gastos
que a empresa se compromete com estes recursos (administrativos). O custo
da mão-de-obra directa (180 000 Kz) é 1,7 vezes inferior ao valor do custo com
o pessoal administrativo (310 000 Kz), demonstrando assim uma ineficiência
na gestão dos custos que coloca em causa o preço do produto.
Os preços de venda praticados pelo Espaço Kanawa são determinados em
função das características do mercado sem o uso de ferramentas
contabilísticas para avaliar se a empresa está apta ou não para praticar esses
preços;
A empresa em estudo não utiliza nenhum método de custeio para efectuar o
controlo do seu custo de produção. Esta situação coloca a empresa num ponto
cego em que se desconhece o real estado da empresa.
Por tanto, a gestão eficiente dos custos na formação do preço de venda dos produtos
é de grande utilidade para o Espaço Kanawa pelo facto de proporcionar um preço
referencial em que a empresa avaliará até que nível ela estará apta para reduzir ou
aumentar o preço a praticar no mercado, assim como efectuar ajustes no seu nível de
gastos de maneira a comercializar os seus produtos de modo eficiente.
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SUGESTÕES
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
GILL, António Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas,
2002.
______. Fundamentos da metodologia científica. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2003.
Lei nº 19/14 de 22 Outubro.
58
______. Contabilidade analítica pormenorizada. 3. ed. TEKUTE EDITORA LDA,
2013.
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APÊNDICES
Apêndice nº 01
CABINDA
1. Caracterização da empresa:
- Ano de constituição:
2. Quanto as remunerações:
- Folha salarial;
Consumo Valores
Água
Energia
Combustível
Manutenção das máquinas
Óleo/lubrificante para as máquinas
Comunicação (recargas/saldo)
Material de expediente (canetas,
papeis, cola, grampo, etc…)
Aluguel
Limpeza
Segurança e vigilância
Amortizações dos imobilizados
Apêndice nº 02