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UNIVERSIDADE 11 DE NOVEMBRO

FACULDADE DE ECONOMIA
DEPARTAMENTO DO ENSINO E INVESTIGAÇÃO EM CONTABILIDADE

GESTÃO EFICIENTE DE CUSTOS PARA MELHOR PRECIFICAÇÃO DOS PRODUTOS


FABRICADOS. CASO: ESPAÇO KANAWA.

TRABALHO DE FIM DO CURSO APRESENTADO PARA OBTENÇÃO DO GRAU DE


LICENCIATURA EM CONTABILIDADE E AUDITORIA

ELABORADO POR: MOISÉS BAVUTUKA DA FONSECA MBIEMBIE

CABINDA, JULHO DE 2022


UNIVERSIDADE 11 DE NOVEMBRO
FACULDADE DE ECONOMIA
DEPARTAMENTO DO ENSINO E INVESTIGAÇÃO EM CONTABILIDADE

GESTÃO EFICIENTE DE CUSTOS PARA MELHOR PRECIFICAÇÃO DOS PRODUTOS


FABRICADOS. CASO: ESPAÇO KANAWA.

TRABALHO DE FIM DO CURSO APRESENTADO PARA OBTENÇÃO DO GRAU DE


LICENCIATURA EM CONTABILIDADE E AUDITORIA

ELABORADO POR: MOISÉS BAVUTUKA DA FONSECA MBIEMBIE

ORIENTADO POR: Prof. Aux. Dr. – PAULO DECO

Nº DE REGISTO DE TRABALHO ______/________/______

CABINDA, JULHO DE 2022


DEDICATÓRIA

Dedico esta obra aos meus pais, João Mbiembie e Luísa Simba Lourenço da
Fonseca, pelo apoio incansável durante todo plano curricular. Eles são os guias que
DEUS me deu e têm cumprido esta missão com extrema dedicação.

iii
AGRADECIMENTOS

Agradeço a DEUS, O Todo Poderoso e a todos quanto Ele influenciou para que esta
obra se tornasse realidade, espececialmente:

Aos meus irmãos Merlinda Mbiembie, João Adilson Mbiembie e a Rogeína


Mbiembie por serem a minha motivação para continuar a lutar, nos momentos em
que o melhor me parecia desistir e aos meus tios Kubaluka Muini e André Lourenço
da Fonseca pela disponibilidade em me ajudar.

A minha namorada, Ruth Noemia Hamuyela, por estar sempre disponível a me


encorajar a se manter focado nos meus objectivos.

Ao Prof. Aux. M.Sc. Paulo Deco, pela paciência, disponibilidade e ensinamentos


passados tanto na época da sala de aula, assim como durante todo o momento de
orientação para a concretização desta obra.

A Maria Madalena M. Filipe, Manuel Marques X. L. Sumbo, José Bizi Conde e a


Ana Mabuela Bumba Luemba. Estes são a família que tenho o orgulho de levar para
a vida toda.

Aos colegas dos debates e pesquisas, nomeadamente: António Teodoro F.


Matombe, Gabriel Macaia Buquenha, Luís Inácio Mavungo e ao Agostinho Nunes
Macaia. Sou grato pelas correcções e ensinamentos adquiridos.

A staff do lamento (no final das provas) que esteve sempre aberto para acolher a
todos quanto a prova lhes corria mal, inclusive a mim.

iv
ÍNDICE

LISTA DE TABELAS ................................................................................................. vii


LISTA DE FIGURAS ................................................................................................. viii
RESUMO .................................................................................................................... ix
ABSTRACT ................................................................................................................. x
INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 1
CAPÍTULO 1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................ 7
1.1 Os custos e a necessidade do seu cálculo ....................................................... 7
1.2. Classificação dos custos ............................................................................... 7
1.3 Componentes do custo de produção ............................................................... 11
1.4 Sistemas de custeio ........................................................................................ 13
1.4.1 Custeio por Absorção ................................................................................ 13
1.4.2 Custeio Variável ........................................................................................ 14
1.4.3 Custeio racional ........................................................................................ 16
1.4.4 Custeio baseado nas actividades (ABC) ................................................... 18
1.5 Composição do custeio por absorção ............................................................. 20
1.5.1 Aprovisionamento ..................................................................................... 20
1.5.2 Produção ................................................................................................... 24
1.5.3 Custo de distribuição dos produtos ........................................................... 25
1.5.4 Venda dos produtos fabricados ................................................................ 26
1.5.5 Rateio dos encargos indirectos ................................................................. 26
1.6 Curva da experiência ...................................................................................... 27
1.6.1 O efeito da experiência e da aprendizagem .............................................. 28
1.7 Políticas de formação do preço de venda ....................................................... 30
1.7.1 Métodos de precificação ........................................................................... 31
1.8. Preço de venda de acordo Mark-up ............................................................ 37
CAPÍTULO 2 PRECIFICAÇÃO DOS PRODUTOS DA EMPRESA ESPAÇO
KANAWA .................................................................................................................. 40
2.1 Caracterização da empresa ............................................................................ 40
2.2 Identificação dos encargos suportados pela empresa .................................... 41
2.2.1 Custo das matérias-primas ....................................................................... 42
2.2.2 Custo com a mão-de-obra directa ............................................................. 43
2.2.3 Custos fixos .............................................................................................. 43
v
2.3 Determinação do custo de produção unitário dos produtos fabricados pelo
método de custeio por absorção ........................................................................... 46
2.3.1 Rateio dos dos custos fixos ...................................................................... 47
2.3.2 Alocação dos custos fixos aos produtos ................................................... 47
2.3.3 Custo unitário dos produtos acabados ...................................................... 48
2.4 Determinação do preço de venda baseado no Mark-up.................................. 50
2.4.2 Determinação dos índices Mark-up........................................................... 51
CONCLUSÕES ........................................................................................................ 55
SUGESTÕES ........................................................................................................... 57
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 58
APÊNDICES

vi
LISTA DE TABELAS

Tabela nº01 – Custo das matérias-primas…………………………………………..……42

Tabela nº02 – Custo com a mão-de-obra directa…………………………………..……43

Tabela nº03 – Amortizações………………………………………………………….…...44

Tabela nº04 – Custos fixos…………………………………………………………….…..45

Tabela nº05 – Custos directos………………………………………………………….....46

Tabela nº06 – Alocação dos custos fixos aos produtos…………………………………47

Tabela nº07 – Custo unitário dos produtos acabados…………………………………...49

Tabela nº08 – Determinação das despesas……….…………………………………….50

Tabela nº09 – Aplicação dos mark-up ao custo dos produtos fabricados……………..52

Tabela nº10 – Comparação entre os preços calculados e os praticados……………...53

vii
LISTA DE FIGURAS

Figura nº01 – Funcionamento da fase de aprovisionamento…………………………...21

Figura nº02 – Determinação do custo de compra………………………………………..22

Figura nº03 – Custo de produção dos produtos acabados……………………………...25

Figura nº04 – Preço de Custo dos produtos vendidos…………………………………..26

Figura nº05 – Curva da experiência.….…………………………………...……………..29

Figura nº06 – Fórmula da curva da experiência.……………………....………………..30

Figura nº07 – Tipos de procura……………………..……………………....……………..32

Figura nº08 – Ciclo de vida do produto .…………..……………………....……………..35

Figura nº 09 – Organigrama…………….…………..……………………....……………..40

viii
RESUMO

A presente pesquisa tem como tema: Gestão eficiente de Custos para melhor
precificação dos produtos fabricados. Para a concretização desta obra, formulou-
se a seguinte pergunta de partida: Como a gestão eficiente de custos pode contribuir
na precificação dos produtos fabricados pelo Espaço Kanawa? Tendo por objectivo
geral: Demonstrar a gestão eficiente de custos para melhor precificação dos produtos
fabricados. No que se refere a aspectos metodológicos, o tipo de pesquisa utilizado
foi bibliográfica e descritiva, como método de abordagem das informações, utilizou-
se o dedutivo. Para a recolha dos dados, realizou-se entrevistas estruturadas e na
fase de tratamento dos dados aplicou-se técnicas ou instrumentos de natureza
estatística. O uso da metodologia apresentada acima proporcionou a concretização
dos objectivos específicos, consequentemente, a obtenção das seguintes
conclusões: 1.) Os preços de venda encontram-se abaixo do mínimo aceitável para
fazer face aos encargos suportados e gerar a margem de lucro desejada; 2.) A
empresa suporta gastos elevados de custo com o pessoal administrativo em
comparação com a sua mão-de-obra directa. Situações deste gênero exige maior
comprometimento da mão-de-obra directa e da maquinaria ao seu dispor de modo a
conseguir produzir a um nível aceitável para fazer face aos gastos que a empresa se
compromete com estes recursos (administrativos); 3.) A empresa em estudo não
utiliza nenhum método de custeio para efectuar o controlo do seu custo de produção.
Esta situação coloca a empresa num ponto cego em que se desconhece o real estado
da empresa.

Palavras-Chave: Gestão eficiente de custos; Precificação; Espaço Kanawa.

ix
ABSTRACT

The present research has as its theme: Efficient Cost Management for better
pricing of manufactured products. In order to carry out this work, the following
starting question was formulated: How to demonstrate efficient cost management
to better price the products manufactured by Espaço Kanawa? With the general
objective: Demonstrate efficient cost management for better pricing of manufactured
products. With regard to methodological aspects, the type of research used was
bibliographic and descriptive, as a method of approaching the information, the
deductive was used. For data collection, structured interviews were carried out and
in the data processing phase, techniques or instruments of a statistical nature were
applied. The use of the methodology presented above enabled the achievement of
specific objectives, consequently, the following conclusions were reached: 1.) Sales
prices are below the minimum acceptable to face the costs incurred and generate the
desired profit margin; 2.) The company bears high cost expenses with administrative
staff compared to its direct labor. Situations of this kind demand greater commitment
from the direct labor and machinery at their disposal in order to be able to produce at
an acceptable level to meet the expenses that the company commits to these
(administrative) resources; 3.) The company under study does not use any costing
method to control its production cost. This situation puts the company in a blind spot
where the real state of the company is not known.

Keywords: Efficient cost management; Pricing; Kanawa Space.

x
INTRODUÇÃO

Após o processo produtivo de um bem, a fixação do preço a ser aplicado para a sua
comercialização corresponde a uma das actividades mais importantes da empresa,
uma vez que, este valor representa, não só, os esforços para produzir, mas também
o quanto ela deseja ter como recompensa pelos sacrifícios realizados para que o
produto seja disponibilizado aos clientes. Entretanto, numa primeira instância, para
que este propósito seja cumprido, é necessário que a organização saiba mensurar de
modo eficiente os gastos realizados desde a compra das matérias-primas, até a
distribuição dos produtos nos pontos de venda, de maneira a evitar com que sejam
estabelecidos preços de venda com base a custos inexistentes ou fictícios.

Desta maneira, os conceitos de gestão de custos oferecem soluções favoráveis para


se conhecer, classificar e mensurar de modo correcto, os encargos suportados por
uma unidade empresarial, assim como fornecer informações relativas ao desempenho
da organização, evidenciando o quanto foi gasto para a aquisição, armazenamento e
transformação das matérias e os gastos relacionados a conservação e distribuição
dos produtos fabricados, bem como apresentar mecanismos para o controlo dos
desembolsos com a mão-de-obra e com os encargos para manter a organização em
funcionamento. Estes conceitos são bastante importantes para se formar o preço de
venda, pelo facto de apresentarem, detalhadamente, todos os elementos relevantes
para a determinação do custo de produção. Todavia, é de igual modo importante que
os encargos que não fazem parte no custo de produção sejam incorporados ao preço
de venda. A inclusão destes se torna necessário pelo facto de influenciarem de forma
directa a quantidade de lucros que se deseja obter em cada unidade vendida e,
também, pelo motivo das vendas serem o objecto de dedução dos encargos.

No entanto, para que o preço de venda apresente estas características, nesta


pesquisa será utilizado um índice denominado mark-up. Este índice é aplicado ao
custo de produção unitário para se obter o preço de venda que leva em consideração
tanto os encargos para produzir como os encargos para manter a empresa funcional.

1
A precificação realizada com este instrumento, também permite a empresa avaliar a
suas condições para disponibilizar um determinado produto no mercado em relação
ao preço que a concorrência tem oferecido ao mesmo tipo de produto de maneira a
validar as estratégias a utilizar no mercado.

SITUAÇÃO PROBLEMÁTICA:

As empresas durante a realização das suas actividades suportam encargos de


diferentes naturezas que o volume das suas vendas deverá ser suficiente para os
cobrir e, sucessivamente, obter um determinado nível de lucros, assim sendo, é de
extrema importância que os preços de venda praticados no mercado atendam a essas
necessidades. Todavia, os preços mal estabelecidos dificultam a empresa na
obtenção da margem de lucros desejada por causa dos encargos a incorporar,
unitariamente, na formação do preço de venda do produto serem inadequados, pondo
em causa a lucratividade e o crescimento do negócio. Assim, para uma empresa
enquadrada no sector de preparo e comercialização de refeições é de grande
importância ter noção do quanto ela desembolsa para produzir e vender, pelo facto
das exigências que são impostas pelos clientes no que se refere a qualidade e
quantidade dos produtos que desejam adquirir, onde nem sempre as empresas estão
aptas a operarem com a qualidade de produtos demandada pelos clientes, sem
afectar o preço de venda praticado, consequentemente a margem de lucro desejada.
Tendo em referência os argumentos apresentados, o presente estudo compromete-
se a responder o seguinte problema: Como a gestão eficiente de custos pode
contribuir na precificação dos produtos fabricados pelo Espaço Kanawa?

Objectivo geral:

Demonstrar a gestão eficiente de custos para melhor precificação dos produtos


fabricados.

2
Objectivos específicos:

- Identificar e classificar os encargos da empresa;

- Determinar o custo unitário dos produtos por meio do custeio completo;

- Aplicar o índice mark-up ao custo unitário dos produtos de modo a encontrar o preço
de venda ideal a ser praticado;

- Comparar o preço praticado com o preço determinado com base no mark-up.

Limite e delimitação da pesquisa:

Esta pesquisa limita-se no uso do método de custeio completo para determinar o custo
unitário dos produtos fabricados no Espaço Kanawa, nomeadamente, Pizza de frango
e Churrasco, e na aplicação do índice mark-up para formar os preços de venda (dos
mesmos produtos) capazes de cobrir os encargos assumidos e gerar a margem de
lucro desejada, tendo como base de análise, os dados referentes ao mês de Junho
do ano de 2021.

JUSTIFICATIVA:

O conhecimento do preço de venda ideal, baseado ao níveis de encargos assumidos,


é de grande relevância para a tomada de decisões sobre a continuidade das
actividades empresariais, isto é, permitirá com que as empresas e os empreendedores
façam um planeamento ou reestruturação do volume de encargos suportados pelo
negócio de maneira a tornar a empresa mais lucrativa e disponibilizar os seus produtos
a preços fieis as necessidades da empresa. Para além destes benefícios, este
conhecimento torna a empresa apta para estabelecer de forma segura os descontos,
as taxas de comissões de venda, assim como para conhecer a quantidade necessária
de mão-de-obra a utilizar e auxiliar na tomada de decisões sobre o momento certo
para se investir ou abandonar o mercado.

Desta maneira, surge esta obra científica, gestão eficiente de custos na


precificação dos produtos fabricados, para ajudar as empresas e os

3
empreendedores, os profissionais e estudantes da área a terem competências
necessárias para serem o mais eficiente possível na formação do preço de venda.

Metodologia:

a) Tipos de pesquisas

- Bibliográfica:

Este tipo de pesquisa possibilitou a selecção de informações já publicadas por


diversos autores sobre o tema em estudo, informações, estas, que formam o primeiro
capítulo da pesquisa. Na visão de Gil (2002: 44), a pesquisa bibliográfica é
desenvolvida com base em material já elaborado, constituído principalmente de livros
e artigos científicos.

- Descritiva:

De acordo Zanella (2013), este tipo de pesquisa procura conhecer a realidade


estudada, suas características e seus problemas. Assim sendo, para o alcance dos
objectivos da pesquisa, foi de extrema importância descrever os encargos suportados
pela empresa, analisando a influência destes sobre o preço de venda do produto com
o intuito de se tirar conclusões realistas sobre a situação da empresa.

b) Método de abordagem:

- Dedutivo:

Parte de princípios reconhecidos como verdadeiros e indiscutíveis e possibilita chegar


a conclusões de maneira puramente formal, isto é, em virtude unicamente de sua
lógica (GIL, 2008: 9). Este método permitiu o uso de leis, normas e princípios aceites
de modo geral para realizar o estudo e obter conclusões sobre a realidade vivida na
empresa em estudo.

4
c) Tipo de abordagem:

- Quantitativa:

Na opinião de Zanella (2013: 35), a pesquisa quantitativa é aquela que se caracteriza


pelo emprego de instrumentos estatísticos, tanto na colecta como no tratamento dos
dados, e que tem como finalidade medir relações entre as variáveis. A avaliação e
validação dos dados foram realizadas com base em valores numéricos (monetários)
utilizados nas actividades da empresa.

d) Técnica de recolha de dados:

- Entrevista estruturada:

Também chamada de entrevista padronizada por Lakatos e Marconi (2007 apud


ZANELLA, 2013: 116), tem como característica principal a utilização de um roteiro
previamente organizado. O entrevistador não é livre para desenvolver “uma conversa”
com o respondente, e sim deve seguir o roteiro sem desvios, sem alterar a ordem ou
fazer perguntas que não estão incluídas no roteiro.O uso deste foi de grande valia,
por causa da celeridade na obtenção dos dados necessários a pesquisa. Para o
alcance dos objectivos traçados, foi utilizado a entrevista do tipo padronizado ou
estruturado, onde o entrevistador segue um roteio de questões já elaboradas e
descritas num suporte.

e) Técnica de tratamento de dados:

- Estatístico:

Para a determinação dos resultados obtidos, utilizou-se fórmulas, tabelas entre outros
instrumentos matemáticos que sem o uso destas ferramentas não seria possível se
conhecer os custos de produção, assim como os preços de venda recalculados. De
acordo Gil (2008: 17), este método fundamenta-se na aplicação da teoria estatística
da probabilidade e constitui importante auxílio para investigação em ciências sociais.

5
Estrutura do trabalho:

O presente estudo está constituído por dois capítulos: 1. Fundamentação teórica; 2.


Precificação dos produtos da empresa espaço kanawa. O primeiro capítulo, reúne
uma vasta quantidade de informações já publicadas por diversos autores e que
serviram de base para a compreensão das análises realizadas no segundo capítulo.

6
CAPÍTULO 1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

1.1 Os custos e a necessidade do seu cálculo

O consumidor ao adquirir um produto raramente tem a noção de que esse produto


resulta de um conjunto de acções sucessivas e organizadas desenvolvidas na
empresa com o intuito de se obter benefícios económicos.

O essencial é que a empresa seja provida de todos os elementos materiais e humanos


de que precisa para funcionar em boas condições e que todos os seus recursos sejam
racionalmente utilizados tanto no que respeita à preparação, execução e controlo das
operações internas como no que concerne às suas relações com o meio económico
em que exerce a sua acção (GONÇALVES DA SILVA, 1977 APUD COELHO, 2019).

O conhecimento dos custos suportados é de extrema importância para a gestão de


qualquer actividade empresarial independemente do seu porte. Estas informações
permitem com que a empresa avalie o seu desempenho com base no nível de gastos
que suporta para fabricar e disponibilizar os produtos fabricados aos clientes e a
examinar se possuí condições para continuar, desistir ou reestruturar o seu negócio.

Para a concretização deste propósito, a contabilidade de gestão serve de grande


auxílio para a identificação e tratamento de todos os gastos envolvidos desde a
aquisição das matérias necessárias a fabricação do produto até ao momento da
entrega do mesmo ao cliente.

1.2. Classificação dos custos

Os custos podem ser classificados de acordo com as seguintes modalidades:

 Quanto ao nível de produção


 Quanto a apropriação aos produtos fabricados
 Quanto ao montante despendido

7
1.2.1 Quanto ao nível de produção

Quanto ao nível de produção, os custos podem ser classificados de seguinte forma:

- Custos fixos: são aqueles que permanecem estáveis independentemente de


alterações no volume da produção.

São Custos Fixos: aluguel da fábrica, água (utilizada para consumo do pessoal e
limpeza da fábrica), energia elétrica (utilizada para iluminação da fábrica), salários e
encargos dos que trabalham na manutenção e limpeza da fábrica, seguro do imóvel,
segurança da fábrica, telefone, depreciação normal das máquinas, salários e
encargos dos supervisores da fábrica etc.

Para Ribeiro (2013), é importante salientar que os Custos Fixos podem sofrer alguma
variação de um período para outro, por exemplo, com o aluguel que, em consequência
de cláusulas contratuais, sofre reajustes periódicos; com os salários e encargos que
podem variar em decorrência da própria legislação trabalhista etc. No entanto, mesmo
estando sujeitos a variações dessa natureza, esses custos continuam sendo
classificados como fixos, porque a classificação dos custos em fixos é feita
exclusivamente em relação ao volume da produção.

Há ainda situações em que alguns Custos Fixos podem sofrer pequenas variações
em decorrência de aumentos no volume da produção, como ocorre, por exemplo, com
o uso de telefones, com o consumo de materiais de limpeza etc. Entretanto, esses
custos não perdem a condição de fixos, uma vez que podem variar até um
determinado limite da variação do volume da produção e depois permanecem estáveis
novamente, assim como não acompanham proporcionalmente os aumentos que
ocorrem no volume da produção, consequentemente não perdem a condição de fixos
(RIBEIRO, 2013).

- Custos variáveis: São aqueles cujos valores se alteram em função do volume de


produção da empresa. Exemplo: matéria-prima consumida. Se não houver
quantidades produzidas este custo é igual a zero. Outros exemplos: Materiais indiretos
consumidos, depreciação dos equipamentos quando esta for feita em função das

8
horas/máquina trabalhadas, gastos com horas-extras na produção (VICECONTI E
NEVES, 2010: 22).

1.2.2 Quanto a apropriação aos produtos fabricados

Quanto a apropriação aos produtos fabricados os custos podem ser classificados em


duas categorias:

- Custos directos: Segundo Viceconti e Neves (2010: 22) São aqueles que podem
ser apropriados diretamente aos produtos fabricados, porque há uma medida objetiva
de seu consumo nesta fabricação. Exemplos:

1 - Matéria-Prima.

Normalmente, a empresa sabe a quantidade exata de matéria-prima que está sendo


utilizada para a fabricação de uma unidade do produto. Sabendo-se o preço da
matéria-prima, o custo daí resultante está associado diretamente ao produto.

2 - Mão-de-Obra Direta.

Trata-se dos custos com os trabalhadores, utilizados diretamente na produção.


Sabendo-se quanto tempo cada um trabalhou no produto e o preço da mão-de-obra,
é possível apropriá-la diretamente ao produto.

3 - Material de embalagem.

4 - Depreciação de equipamento (quando este é utilizado para produzir apenas


um tipo de produto).

5 - Energia elétrica das máquinas (quando é possível saber quanto foi


consumido na fabricação de cada produto).

Para Leone (2000 apud STRUTZ, 2017: 46) custos diretos são aqueles custos (ou
despesas) que podem ser facilmente identificados com o objeto de custeio. São os
custos diretamente identificados aos seus causadores, ou seja, quem consumiu

9
aquele custo que se identifica com o produto vai ter que assumir o seu valor. Para que
seja feita a identificação, não há necessidade de rateio.

- Custos indiretos: segundo Leone (2000 apud STRUTZ, 2017: 46), são os gastos
que a empresa tem para exercer suas atividades, mas que não tem relação direta com
um produto ou serviço específico, pois se relacionam com vários produtos ao mesmo
tempo. Às vezes, por causa de sua não relevância, alguns custos são alocados aos
objetos do custeio através de rateios. Neste caso, adotando o rateio, os custos serão
considerados indiretos.

Viceconti e Neves (2010: 22) apresentam os seguintes exemplos:

1 - Depreciação de equipamentos que são utilizados na fabricação de mais de


um produto.

2 - Salários dos chefes de supervisão de equipes de produção.

3 - Aluguel da fábrica.

4 - Gastos com limpeza da fábrica.

5 - Energia elétrica que não pode ser associada ao produto.

ATENÇÃO:

1) Se a empresa produz apenas um produto, todos os seus custos são diretos.

2) Às vezes, o custo é direto por natureza, mas é de tão pequeno

valor que não compensa o trabalho de associá-lo a cada produto, sendo tratado
como indireto.

Exemplo: Gastos com verniz e cola na fabricação de móveis.

10
1.2.3 Quanto ao montante despendido

De acordo Tepa (2013), os custos, quanto ao montante despendido, podem ser


classificados em:

- Custos totais: são custos suportados num período considerado necessário para a
fabricação de todos os produtos.

- Custos unitários: correspondem aos custos necessário para se fabricar uma


unidade do produto.

1.3 Componentes do custo de produção

Na opinião de Ribeiro (2013), as componentes que formam o custo de um produto


podem ser agrupadas em três grupos:

a) Materiais: são os objetos utilizados no processo de fabricação, podendo ou não


entrar na composição do produto. Podem ser classificados como segue:

- Matéria-Prima: é a substância bruta principal e indispensável na fabricação de um


produto. Entra na composição do produto de maneira preponderante em relação aos
demais materiais.

Em uma indústria de móveis de madeira, a matéria-prima é a madeira; em uma


indústria de confecções é o tecido; em uma indústria de massas alimentícias é a
farinha;

- Materiais secundários: são os materiais aplicados na fabricação em menores


quantidades que a matéria-prima. Eles entram na composição dos produtos,
juntamente com a matéria-prima, complementando-a ou até mesmo dando o
acabamento necessário ao produto.

Os materiais secundários para uma indústria de móveis de madeira são pregos, cola,
verniz, dobradiças, fechos etc.; para uma indústria de confecções são os aviamentos
(botões, zíperes, linha etc.);

11
- Materiais auxiliares: são todos os materiais que embora necessários ao processo
de fabricação, não entram na composição dos produtos. Para uma indústria de móveis
de madeira são lixas, estopas, pincéis, graxas etc.; para uma indústria de confecções
são facas utilizadas para o corte dos tecidos, produto de limpeza de acabamento etc.;
em uma indústria de massas alimentícias são manteiga utilizada para untar as
assadeiras, toalhas de papel etc.;

- Materiais de embalagem: são os materiais destinados a acondicionar ou embalar


os produtos, antes que eles deixem a área de produção. Os materiais de embalagem
em uma indústria de móveis de madeira podem ser caixas de papelão; em uma
indústria de confecções podem ser caixas de papelão ou sacos plásticos; em uma
indústria de massas alimentícias podem ser também caixas de papelão, sacos
plásticos etc.

b) Mão-de-obra: é o esforço do homem aplicado na fabricação dos produtos.


Compreende não só os gastos com salários, mas também com os benefícios a que
os empregados têm direito como cestas básicas, vale-transporte, refeição e outros.
Acrescentam-se ainda à mão de obra, os encargos sociais de obrigação da empresa,
como a previdência social parte patronal, férias e décimo terceiro salário (RIBEIRO:
2013).

c) Gastos gerais de fabrico: compreendem os demais gastos necessários para a


fabricação dos produtos, os quais pela própria natureza não se enquadram no grupo
dos materiais ou no grupo da mão de obra. São os gastos com aluguéis, energia
elétrica, serviços de terceiros, manutenção da fábrica, depreciação das máquinas,
seguro contra roubo e incêndio, material de higiene e limpeza, óleos e lubrificantes
para as máquinas, pequenas peças para reposição, telefones e comunicações etc.
(RIBEIRO: 2013).

12
1.4 Sistemas de custeio

Para Eller (2000, p. 79 APUD STRUTZ, 2017: 99), “os sistemas de custeio têm como
função determinar o modo de como será atribuído custo aos produtos”, ou seja, o
formato que a empresa utilizará para encontrar os custos dos produtos que ela vem a
fabricar, identificando onde os custos estão alocados com o objetivo de melhorar o
processo e reduzir desperdícios.

O custo de produção pode ser determinado em função dos sistemas de custeio que
serão apresentados nos subpontos a seguir.

1.4.1 Custeio por Absorção

Para Lopes de Sá (1990, p.109 APUD STRUTZ, 2017: 99) o custeio por absorção é a
“expressão utilizada para designar o processo de apuração de custos que se baseia
em dividir ou ratear todos os elementos do custo, de modo que, cada centro ou núcleo
absorva ou receba aquilo que lhe cabe por cálculo ou atribuição”.

O Custeio por Absorção ou Custeio Pleno consiste na apropriação de todos os custos


(sejam eles fixos ou variáveis) à produção do período (VICECONTI E NEVES, 2010:
27).

Segundo Coelho (2019), quando se adopta o método de custeio por absorção todos
os custos com a fabricação, variáveis ou fixos, fazem parte do custo de produção. O
mesmo autor acrescenta que este método é usado, na maioria dos países para fins
de apresentação de relatórios externos.

1.4.1.1 Principais vantagens e desvantagens

De acordo Strutz (2017: 100), o custeio por absorção apresenta as seguintes


vantagens:

 Atende à legislação fiscal e deve ser usado quando a empresa busca o uso do
sistema de custos integrado à Contabilidade.
 Considera o total dos custos por produto.

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 Forma custos para estoques.
 Permite a apuração dos custos por centros de custos, quando os custos forem
alocados aos departamentos de forma adequada, possibilitam o
acompanhamento do desempenho de cada área.

Strutz (2017:100), ainda acrescenta que o custeio por absorção, também, apresenta
as seguintes desvantagens:

 Pode elevar artificialmente os custos de alguns produtos.


 Não evidencia a capacidade ociosa da entidade.
 Os critérios de rateios são sempre arbitrários, portanto nem sempre justos.

1.4.2 Custeio Variável

O princípio básico deste método é de considerar apenas os encargos variáveis


durante todo o desenvolvimento de análise a efectuar (TEPA, 2013: 305). O mesmo
autor acrescenta que este princípio faz com que os custos fixos não sejam
considerados durante a determinação dos custos. Isto não quer dizer que estes
encargos (fixos) não são levados em consideração neste método, a ideia é de os
utilizar (subtrair) no fim da análise, isto é, na determinação dos resultados da empresa.

Para que um custo (ou uma despesa) detenha as condições necessárias para compor
o custo de um produto, por exemplo, é necessário que esse custo seja facilmente
identificado com o produto, isto é, seja direto (onde não haja a necessidade de rateio)
e que seja variável diante da variabilidade de um indicador que represente o produto,
a operação, o processo, o componente ou a atividade (STRUTZ, 2017: 101).

1.4.2.1 Principais vantagens e desvantagens

Na opinião de Strutz (2017: 102), o custeio variável apresenta as seguintes vantagens:

 Destaca o custo fixo (que é independente do processo fabril);


 Não ocorre a prática do rateio, por vezes errônea;
 Evita manipulações;
 Fornece o ponto de equilíbrio;

14
 Enfoque gerencial;
 Os dados necessários para a análise da relação custo/volume/lucro são
rapidamente obtidos;
 É totalmente integrado com o custo padrão e orçamento flexível.

Quanto as desvantagens, Strutz (2017: 102), afirma que o método de custeio variável
possuí as seguintes desvantagens:

 No caso dos custos mistos (custos que têm uma parcela fixa e outra variável),
nem sempre é possível separar objetivamente a parcela fixa da parcela
variável.
 Não é aceite pela auditoria externa das entidades que têm capital aberto e nem
pela legislação do imposto de renda, bem como por uma parcela significativa
de Contadores, pois fere os princípios fundamentais de contabilidade, em
especial aos princípios de realização de receitas, de confrontação e da
competência.

Obs: No caso de Angola, também, não é aceito para fins fiscais


por não obedecer a legislação do imposto industrial (artigo 14º
a) da Lei nº 19/14 de 22 Outubro) por não aceitar como custo de
produção os gastos gerais de fabrico (custos fixos),
consequentemente, fere uma das bases de apresentação das
demonstrações financeiras – Acréscimo (Decreto nº 82/01 de 16
de Novembro).

 Estes princípios estabelecem que os custos associados aos produtos só podem


ser reconhecidos na medida em que são vendidos, já que, somente quando
reconhecida a receita (por ocasião da venda), é que devem ser deduzidos todos
os sacrifícios necessários à sua obtenção (custos e despesas). Como o custeio
variável admite que todos os custos fixos sejam deduzidos do resultado,
mesmo que nem todos os produtos sejam vendidos, ele violaria tais princípios.
 O valor dos estoques não mantém relação com o custo total.

15
 Isoladamente, não se aplica para formação do preço de venda. De acordo com
o que foi apresentado, observa-se que por não atender às exigências da
legislação, este método somente é aceite para fins gestão. Desta forma, age
como instrumento gerador de informações para melhor orientar o processo
gestão.

1.4.3 Custeio racional

A técnica de custeio racional é uma variante do custeio por absorção e caracteriza-se


pelo facto dos custos industriais variáveis serem todos considerados para o cálculo
do custo de produção, enquanto os custos industriais fixos apenas são atribuidos na
proporção da utilização da capacidade produtiva na fabricação do produtos (COELHO,
2019: 109).

Na visão de Ferreira et al (2014: 176), o sistema de custeio racional consiste em


imputar os custos fixos industriais ao produto na medida em que os meios disponíveis
são realmente utilizados, de acordo com a seguinte fórmula:

Custos fixos industriais imputados = Custos fixos industriais reais x (Actividade


real / Actividade normal)

1.4.3.1 Principais vantagens e desvantagens

Ferreira et al (2014: 177), apresentam os seguintes argumentos:

 Informar o gestor sobre o montante do prejuízo ocasionado pela sub-actiividade


(“perda” de subactividade), ou, pelo contrário, sobre o montante do lucropela
sobre actividade (“ganho” de sobreactividade), perda ou ganho que são
directamente expressos na conta de “resultados analíticos” e são constituidos
pela diferença entre o montante real dos custos de estrutura e o montante
incorporados nos custos dos produtos.
 O principal interesse neste sistema está em apresentar com clareza as
anomalias e em assim recordar, sobretudo no caso de sub-actividade
persistente, a urgência das medidas a tomar para saturar os meios e, em caso

16
de impossibilidade duradora, para reduzir os meios e adaptar as estruturas às
necessidades previsionais.
 Correspondendo aos custos reais corrigidos com a incidência das variações de
actividade em relação à actividade normal, os custos de imputação racional são
comparáveis aos custos padrões, no contexto da gestão orçamental.
 Em qualquer circustância, a determinação dos custos previsionais,
especialmente nas empresas que trabalham por encomenda, implica recorrer
ao sistema de imputação racional: a empresa que, para elaborar um
orçamento, considerasse a totalidade da depreciação anual de uma máquina,
com o pretexto de que essa máquina não foi nem será mais utilizada durante o
período senão para as necessidades da encomenda em causa, não teria
qualquer possibilidade de ver a sua proposta aceite.
 Para a valorização dos stocks em período de sub-actividade, o recurso aos
custos de imputação racional evita empolar o valor dos stocks e,
consequentemente, o resultado do período, na medida em que uma parte dos
custos de estrutura, a que corresponde precisamente à não utilização dos
meios constitutivos da estrutura, é imputada à conta de resultados.

No que toca a desvantagens, Ferreira et al (2014: 178) declaram que a dificuldade


prática do sistema situa-se no plano da determinação do nível de actividade
considerado como normal. Para superar este problema, propõe duas soluções:

Perspectiva interna (produção): pode considerar-se como actividade normal a


actividade correspondente ao potencial da empresa, isto é, a que resulta das suas
capacidades produtivas. A actividade normal será assim a actividade potencial e se
retivermos esta solução, temos ainda a opção entre:

 A actividade que corresponde à capacidade teórica, que é a capacidade que


pressupõe uma utilização contínua e um ritmo constante dos equipamentos.
 A actividade que corresponde à capacidade prática ou real, inferior geralmente
entre 15% a 25% à capacidade teórica, a qual toma emconsideração as
inevitáveis interrupções causadas principalmente por trabalhos de

17
manutenção, por reparações, afinações, tempos de arranque, faltas,
inventários, greves, etc.

Perspectiva externa (comercialização): pode considerar-se como actividade normal


a actividade correspondente à actividade previsional, tal como resulta do volume de
vendas possíveis, podendo esta actividade previsional ser determinada em função de
dois horizontes:

 A curto prazo, a actividade considerada como actividade normal corresponde à


que é necessária para satisfazer o volume de vendas previsionais do período,
variando, em consequência, de um período para outro.
 A médio prazo, a actividade considerada como normal é determinada na base
de previsões de vendas para vários anos, de tal forma que as flutuações de
actividade “normal” sejam niveladas.

1.4.4 Custeio baseado nas actividades (ABC)

Segundo Strutz (2017: 123), o Activity-Based Costing ou Custeio Baseado em


Atividades (ABC) é um método de custeio que tem como objetivo avaliar com precisão
as atividades desenvolvidas em uma empresa (tanto industrial como de serviços ou
comercial), utilizando direcionadores para alocar as despesas e custos indiretos de
uma forma mais realista aos produtos e serviços.

O método ABC, surge para preencher um dos problemas observados no método de


custeio por absorção que é a subjectividade no uso de rateio de custos indirectos que
podem elevar ou reduzir o custo de produção quando se altera a base ou critério de
rateio (MARTINS, 2003).

De acordo Strutz (2017: 123), o sistema ABC parte do princípio de que não é o produto
ou serviço que consome recursos, e sim, os recursos são consumidos pelas atividades
e estas, por sua vez, são consumidas pelos produtos ou serviços. Portanto, o centro
de interesse do ABC concentra-se nos gastos indiretos.

18
O mesmo autor acrescenta que neste sistema de custeio a atribuição dos custos
indiretos são feitos em dois estágios:

- O primeiro estágio, denominado de “custeio das atividades”, os custos são


direcionados às atividades.

- O segundo estágio, denominado de “custeio dos objetos”, os custos das atividades


são atribuídos aos produtos, serviços e clientes.

Assim como os demais sistemas de custeio, ele também tem suas restrições, e entre
elas a de não ser aceito pelo fisco (STRUTZ, 2017: 124).

1.4.4.1 Principais vantagens e desvantagens

Na opinião de Strutz (2017), o método ABC apresenta as seguintes vantagens:

 Informações gerenciais relativamente mais fidedignas por meio da redução (da


necessidade) do rateio;
 Adequa-se mais facilmente às empresas de serviços, pela dificuldade de
definição do que seja custos, gastos e despesas nessas entidades;
 Atende aos Princípios Fundamentais de Contabilidade;
 Proporciona melhor visualização dos fluxos dos processos;
 Identifica, de forma mais transparente onde os itens em estudo estão
consumindo mais recursos;
 Identifica o custo de cada atividade em relação aos custos totais da entidade;

No que se refere as desvantagens, Strutz (2017), apresenta as seguintes


desvantagens para o método ABC:

 Gastos elevados para implantação;


 Alto nível de controles internos a serem implantados e avaliados;
 Necessidade de revisão constante;
 Leva em consideração muitos dados;
 Informações de difícil extração;
 Dificuldade na integração das informações entre departamentos;

19
 Necessidade de formulação de procedimentos padrões;
 Não é aceito pelo fisco;

1.5 Composição do custeio por absorção

De acordo Tepa (2013: 68), o custo completo é determinado em quatro fases,


nomeadamente:

- Aprovisionamento ou compras de matérias-primas ou outras;

- Produção ou fabricação dos produtos;

- Distribuição; e

- Venda.

1.5.1 Aprovisionamento

Segundo Veludo (2004: 7), a função aprovisionamento compreendo conjunto de


operações que permitem pôr à disposição da empresa em tempo oportuno, na
quantidade e qualidade definida, todos recursos materiais e serviços necessários ao
funcionamento, ao menor custo.

Na opinião de Tepa (2008: 119), sublinha-se que os custos de aprovisionamento são


os custos que as matérias-primas, os consumíveis, os fornecimentos e as embalagens
têm a saída do armazém no momento do seu consumo.

20
O esquema abaixo ilustra de modo restrito ou simplificado o esquema da fase de
aprovisionamento das matérias:

Figura nº01 – Funcionamento da fase de aprovisionamento

Compra de Transporte das


matérias < matérias

Conservação até a
Recepção e
saída para o consumo
armazenagem
na produção

Fonte: Elaboração própria

Também fazem parte destes custos de aprovisionamento todas as despesas


suportadas relativamente às mesmas matérias-primas durante a sua estadia no
armazém da empresa. Trata-se de salários de trabalhadores, amortização do edifício
do armazém, a energia do armazém, a manutenção e outras despesas (TEPA, 2008:
119).

1.5.1.1 Custo de compra de matérias

Integra o custo de compra das matérias-primas e de fornecimentos diversos a


totalidade dos encargos suportados aquando do aprovisionamento até à sua saída do
armazém da empresa (TEPA, 2008: 117).

21
A determinação do custo de compra das matérias-primas é feita da seguinte maneira:

Figura nº02 – Determinação do custo de compra

Preço de compra
+
Encargos directos de compra
+
Encargos indirectos de compra
=
CUSTO DE COMPRA DAS MATÉRIAS- PRIMAS

Fonte: Tepa (2008: 117)

Segundo Tepa (2008, 118):

- Preço de compra das matérias-primas é o montante líquido que a empresa paga


ao fornecedor durante a compra de matérias-primas. Este preço é deduzido dos
descontos beneficiados do fornecedor.

- Encargos (custos) directos de compra das matérias-primas são os que


acompanham as matérias durante a sua compra. Trata-se de encargos suportados
pela empresa além do preço de compra pago ao fornecedor. Exemplo: as despesas
de compra (comissões, transporte, direitos aduaneiros, outros encargos até a chegada
das matérias-primas ao armazém da empresa. Estes encargos podem ser incluídos
nos preços de compra das matérias-primas, como podem ser registados
separadamente e serem incluídos nos custos de compra das matérias-primas.

- Encargos (Custos) indirectos são aqueles encargos que não podem ser
identificados com toda a facilidade e que entram primeiro nos centros de análise antes
de serem imputados aos custos de compra das matérias-primas. São despesas,
muitas das vezes, da estadia das matérias-primas no armazém da empresa. Exemplo:
trata-se de salários de trabalhadores do armazém, a amortização do edifício do
armazém, a energia do armazém, a manutenção e outras despesas. Todos estes
encargos entram no centro de análise chamado de Aprovisionamento, onde eles são
objecto de análise antes de serem imputados aos custos das matérias-primas.

22
ATENÇÃO: Durante a compra, a empresa compradora pode beneficiar de certos
descontos que podem ser classificados de duas naturezas:

- Comercial: quando o desconto é realizado em função das quantidades, qualidade e


ou frequência em que um produto (matéria-prima para a empresa compradora) é
adquirido por um determinado cliente. Exemplo: descontos por quebras, por ser cliente
habitual ou que adquire quantidades elevadas. Este tipo de desconto é deduzido do
preço de compra.

- Financeiro: quando o desconto é realizado em função do pagamento antecipado ou


a pronto (no acto da compra). Este tipo de desconto não possuí nenhum impacto sobre
as quantidades a serem adquiridas, por isso, não são levados em consideração na
determinação do preço de compra.

1.5.1.2 Controlo das matérias

De acordo Tepa (2008), as matérias-primas representam mais de 50% dos produtos


acabados. Tendo em conta a sua importância na formação do custo do produto
acabado é necessário que seja feito registos de informações periódicas relacionadas
com as compras, recepção, armazenamento de matérias-primas e a sua entrega na
secção fabril para serem transformados.

O mesmo autor acrescenta (2008: 124), este controlo é caracterizado da seguinte


forma:

- Uma rotina sistematizada para a compra, recepção, armazenamento e entrega das


matérias-primas. Esta rotina permite confirmar a compra das matérias-primas e a
entrada das mesmas no armazém. A indicação de um responsável para as compras
é necessário;

- Utilização de modelos de fichas de gestão de stocks que permitem evitar erros;

- Sistema de documentação interna que facilite a contabilização e evite as fraudes;

- Um sistema apropriado de valorização dos pedidos de materiais;

23
- A implementação da informática de gestão de stock é primordial.

1.5.2 Produção

A actividade de produção é o coração da empresa, pois, ela é responsável pela maior


parte dos rendimentos da empresa. Uma empresa que não produz é uma empresa
morta.

A actividade de produção ou fabricação consiste na recepção e transformação de


matérias vindo do armazém em produtos acabados com a participação directa da
mão-de-obra, combinado com os gastos gerais de fabrico (encargos indirectos).

1.5.2.1 As diferentes fases de produção

Tepa (2008), apresenta as seguintes fases:

- Produção intermediária ou semi-acabada, este tipo de produto chegou à sua fase


final de produção. No entanto, ele não deve ser utilizado sozinho. Ele deve servir de
matérias-primas para outro tipo de produto. Exemplo: o vidro na fabricação de uma
viatura.

- Produção em curso, é um produto que iniciou a fase de produção, mas que não
chegou ao seu termo. Exemplo: a massa de farinha no fabrico de pão, a mistura de
ovo na produção de omelete. Isto significa que não temos as matérias-primas nem o
produto que queremos obter. No entanto, existem vários níveis de produto em curso.
Exemplo: para a fabricação do pão, a massa de farinha está mais longe do pão que a
mesma massa no forno. Isto significa que o tempo que falta para a concretização do
objectivo a atingir conta muito na determinação e no estudo do produto em curso.

Produtos acabados são produtos que chegaram ao termo do seu tempo e ciclo de
fabricação. De igual modo, são produtos que podem ser vendidos aos clientes ou
oferecidos.

ATENÇÃO: Nem todo produto chega a fase final do ciclo de produção em condições
de serem comercializados ou oferecidos, quando isto ocorre estes bens são

24
classificados como perdas normais (se ocorrerem em consequência da natureza do
produto) ou anormais (quando resultarem como consequência de acontecimentos fora
do comum durante o processo produtivo).

1.5.2.2 Custo de produção dos produtos

O custo de produção pode ser determinado de seguinte maneira:

Figura nº03 – Custo de produção dos produtos acabados

CUSTO DE PRODUÇÃO DOS PRODUTOS ACABADOS

=
Custo de compra das matérias primas consumidas
+
Custo de mão-de-obra directa
+
Outros encargos directos
+
Encargos indirectos

Fonte: Tepa (2008: 157)

Esta fórmula pode ser reduzida de seguinte maneira:

Custo de produção dos produtos acabados = Matérias-primas consumidas na


produção + Mão-de-obra directa + gastos gerais de fabrico suportados.

1.5.3 Custo de distribuição dos produtos

Segundo Tepa (2013), o custo de distribuição é a soma de todos os encargos


suportados para a comercialização de um produto, exemplo: comissão de
vendedores, encargos de expedição aos clientes, etc.

25
1.5.4 Venda dos produtos fabricados

Na fase de venda é determinado o preço de custo dos produtos vendidos a partir da


seguinte fórmula:

Figura nº04 – Preço de custo dos produtos vendidos

Preço de custo dos produtos vendidos


=
Custo de produção dos produtos vendidos
+
Custo de distribuição dos produtos vendidos

Fonte: Tepa (2008: 40)

1.5.5 Rateio dos encargos indirectos

Rateio de encargos indirectos: consiste na utilização de mecanismos arbitrários


para atribuir de forma lógica os encargos indirectos ao custo dos produtos, onde o
mecanismo escolhido para ratear os encargos é denominado de base de rateio
(VICECONTI E NEVES, 2010).

1.5.5.1 Formas de rateiro

Dentre várias formas arbitrárias de se ratear, Viceconti e Neves (2010), destacam as


seguintes formas:

- Uso de três simples:

Exemplo: Se A1 que é o total do encargo indirecto corresponde ao total dos encargos


directo de todos os produtos em análise, então a parcela dos encargos indirectos a
atribuir ao produto A (B ou C, entre outros), representado pelo seu respectivo encargo
directo será igual a variável “X”.

- Uso de percentagens:

26
Estabelece-se a porcentagem de cada produto em relação ao critério de rateio e
multiplicá-la pelo valor a ser rateado.

- Uso de coeficientes:

Toma-se o valor do mesmo e divide-se pelo valor total do parâmetro de rateio.


Multiplica-se a seguir pelo valor do parâmetro correspondente a cada produto.

1.6 Curva da experiência

De acordo Ferreira et al (2014: 578), o conceito de curva de experiência é baseado


na curva de aprendizagem e foi verificado pela primeira vez em 1925, na indústria da
aeronáutica. Os responsáveis pelos projetos constataram que o número de horas de
trabalho-homem decresciam a um ritmo regular ao longo do tempo. Porém, esse
comportamento só em 1936 foi apresentado como evidência empírica pelo diretor da
Curtiss-Wright em relação à fábrica de Búfalo, nos EUA. Passaram mais de 10 anos
para que de forma assertiva a relação do efeito da experiência pudesse ser
apresentada. Neste sentido, a planificação da produção de aviões incorporava uma
melhoria progressiva e contínua que se situava no nível de 80%. De notar que a noção
de curva de experiência difere de curva de aprendi- zagem que descreve uma redução
no número de horas de trabalho diretas pela aprendizagem das tarefas por parte dos
trabalhadores. Pelo contrário, a curva de experiência não se aplica exclusivamente às
horas de trabalho mas a todo o processo envolvido.

De facto, várias advertências devem ser observadas na aplicação da curva de


experiência (DAY e MONTGOMERY, 1983 apud FERREIRA ET AL, 2014: 578).

Primeira, as curvas deverão ser aplicadas a custos e a preços reais, ajustados à


inflação. Isso significa que um índice deve ser aplicado para gerar custos e preços em
diferentes pontos do tempo numa base comparável. Idealmente, o índice deve refletir
a alteração do valor do dinheiro.

Segunda, as curvas devem ser aplicadas tendo por base a experiência acumulada e
não o tempo de calendário.

27
Terceira, pretende-se que a curva seja aplicada ao valor acrescentado de um
componente de um produto ou serviço.

Quarta, o declínio dos custos reais refletidos na curva de experiência não é


automático. Em vez disso, deve ser realizado por uma gestão operacional criativa e
inteligente num ambiente competitivo.

Por último, existem outras advertências relacionadas com a definição do produto no


mercado, as próprias unidades de experiência e a junção económica de produtos.

Embora a origem do efeito da experiência remonte assim a 1925, somente por volta
de 1965-1966, a BCG – Boston Consulting Group começou a sublinhar as funções e
a importância da curva de experiência e a introduzi-la no marketing estratégico.
Aquela empresa de consultoria levou a cabo vários estudos empíricos, cujas
conclusões são a seguir apresentadas (FERREIRA ET AL, 2014: 579):

1. O tempo necessário para desempenhar uma tarefa decresce à medida que essa
tarefa é repetida.

2. O custo da melhoria decresce à medida que mais unidades são produ- zidas.

3. O nível de melhoria apresenta consistência suficiente para permitir que seja


utilizado como um instrumento ou utensílio de previsão.

1.6.1 O efeito da experiência e da aprendizagem

Da prática e da repetição nasce a perfeição. A repetição das tarefas, de forma


orientada e com objetivos, conduz não apenas a fazer melhor, mas também a
melhorar através de novos ensaios. O efeito da experiência e da aprendizagem
traduz-se em reduções no tempo de produção unitário, em consequência da repetição
das atividades. Se um trabalhador gasta um determinado tempo a realizar uma tarefa
pela primeira vez, é natural esperar que gaste cada vez menos tempo ao repetir
aquela tarefa. Por isso, à medida que a operação se torna mais familiar através da
repetição, a eficiência aumenta e, em consequência, o custo de cada repetição
diminui.

28
Embora o efeito de aprendizagem se possa também fazer sentir no consumo de
materiais e nos gastos gerais de fabrico, é mais significativo nos custos de
mão-de-obra (FERREIRA ET AL, 2014: 579).

A curva da experiência mostra que o custo de um trabalho repetitivo decresce a uma


percentagem fixa cada vez que o volume total acumulado de produção (em unidades)
duplica (FERREIRA ET AL, 2014: 580).

Graficamente, a curva da experiência pode ser ilustrada (em termos de exemplo) de


seguinte modo:

Figura nº05 – Curva da experiência

Fonte: Ferreira et al (2014)

29
Por sua vez, a curva de experiência pode também ser representada
mate- maticamente por uma equação exponencial, relacionando os custos unitários
(Ct/C0), no momento “t” e no momento “0” e o crescimento da produção acumulada:

Figura nº06 – Fórmula da curva da experiência

Fonte: Ferreira et al (2014: 583)

A constante a será obtida através do conceito inicial de curva de experiência, ou seja,


reconhecendo que ao duplicar a produção acumulada, o custo médio unitário reduz
na percentagem da curva de experiência.

1.7 Políticas de formação do preço de venda

O conceito de preço de venda pode ser definido como o valor monetário que a
empresa cobra de seus clientes em uma transação comercial (BRUNI E GOMES,
2010: 155).

O preço de venda corresponde ao ponto de intersecção entre os objectivo da empresa


com a transação em causa e os do cliente. Pode-se afirmar que o preço de venda é
uma barreira para a satisfação dos objectivos da empresa, caso o preço não seja
aceite pelo cliente.

Não é errado ressaltar que as empresas enfrentam um Dilema Tradicional em


Preços, que se refere a: encontrar o melhor preço de venda ou encontrar o preço
certo de venda (Strutz, 2017: 139). Daí, torna-se necessário o conhecimento ou
estudo do mercado antes de praticar os preços determinados, internamente, para os
produtos.

30
Este valor deve ser suficiente para que a empresa cubra todos os gastos que foram
necessários para colocar o produto, mercadoria ou serviço, à disposição do mercado,
até a transferência da propriedade e da posse destes, incluindo o lucro desejado ou
possível (BRUNI E GOMES, 2010: 155).

1.7.1 Métodos de precificação

Na visão de Ferreira et al (2014), podem ser utilizados os seguintes modelos


(métodos) de precificação:

 Modelo baseado na teoria económica;


 Método baseado nos custos;
 Custeio Alvo;
 Custeio baseado no ciclo de vida do produto.

Enquanto que Loch (2011), apresenta os seguintes métodos:

 Método baseado nos custos;


 Método segundo a decisão dos concorrentes;
 Método fundamentado nas características do mercado;
 Método misto.

Nos subpontos a seguir serão estudados os métodos acima citados.

1.7.1.1 Precificação baseado na teoria económica

A teoria económica explica como determinar o preço de venda óptimo, o que maximiza
o lucro, tendo em conta a elasticidade da procura face ao preço. A elasticidade-preço
mede a sensibilidade da procura face a variações ocorridas no preço de venda e esta
sensibilidade não é igual para todos os produtos cuja procura é rígida e outros para
os quais a procura é elástica.

Uma procura é elástica quando a variação do preço tem um impacto significativo no


nível da procura e (a procura) é rígida quando acontece o inverso. Para melhor
compreensão, abaixo será ilustrado, graficamente:

31
Figura nº07 – Tipos de procura

Fonte: Ferreira et al (2014:602)

Para Ferreira et al (2014: 607), o modelo baseado na teoria económica para a


determinação do preço de venda óptimo é dificil de aplicar, por três razões principais:

 Dificuldades em estimar a curva da procura;


 O modelo assume que apenas o preço influencia a procura e na realidade
muitos outros factores a influenciam: qualidade do produto, publicidade,
promoção, serviço pós-venda, etc.
 A curva do custo marginal, também não é fácil de estimar com rigor.

A curva do custo marginal mede a variação no custo total quando alterado o volume
das quantidades.

1.7.1.2 Precificação baseada nos custos

Na opinião de Loch (2011: 38), o custo dos produtos e serviços é um fator primordial
na formação do preço de venda, pois para adequar o preço de venda as exigências
do mercado, é necessário conhecer os gastos que incorrem para fabricar ou
comercializar estes bens.

Esse é o método mais utilizado entre as empresas, pois visa, unicamente, a cobertura
dos custos e obtenção de lucro. Assim as empresas se lançam a compilar todos os

32
custos que estão ligados à produção desse produto ou serviço, definem sua margem
de lucro desejada e aplicam sobre eles, resultando no preço final ao consumidor.
(COELHO, 2007 APUD BRUNI E GOMES, 2010: 168).

Quanto a este modelo de precificação, Ferreira et al (2014) aconselham a ter cuidados


quanto a produtos já existentes e novos no mercado:

1. Se o produto já existe no mercado e a empresa determina um preço de venda acima


do que é praticado no mercado, ela deve arranjar mecanismos de reduzir o mesmo
até ao nível aceite no mercado.

2. No caso de produto que é novo no mercado, a empresa poderá adoptar umas das
eguintes estratégias de marketing:

a) Preços para milking ou skimming o mercado: vender a preço muito (elevado)


no curto espaço de tempo por formas a cobrir os gastos de pesquisa e
desenvolvimento doo produto;

b) Preços para penetração: vender a preços (muito) baixo por formas a atrair a
atenção e a máxima clientela possível.

1.7.1.3 Precificação fundamentada nas características do mercado

Este método caracteriza-se por analisar e explorar a condição em que se encontra o


mercado de atuação. Com base nas informações do mercado, é possível formar o
preço de venda de acordo as exigências e o comportamento do segmento econômico
(LOCH, 2011: 40).

Na opinião de Loch (2011: 41), observa-se, desta forma, que esse método exige que
a empresa tenha conhecimento profundo do mercado. Assim, estas informações
poderão servir de base para formação do preço de venda.

Nesta metodologia está incluída o custeio alvo. O ponto de partida deste método é o
preço que os clientes estão dispostos a pagar – target price (FERREIRA ET AL, 2014).

33
Neste método primeiro identifica-se o preço que o mercado ou os clientes estão
dispostos a pagar pelo produto ou serviço, de seguida subtrai-se a margem de lucro
desejada pela empresa por formas a se conhecer o custo que a empresa deverá
suportar, caso opte neste método.

Custo Alvo (permitido) = Preço Alvo (do mercado) – Margem de Lucro Desejado

1.7.1.4 Precificação com base no ciclo de vida

O life-cycle costing estima e acumula os custos ao longo de todo o ciclo de vida, por
forma a avaliar se os lucros obtidos na fase de produção cobrem os custos incorridos
nas fases anteriores e posteriores à fase de produção (FERREIRA ET AL, 2014).

Neste sentido, este modelo de precificação faz a analogia do custo que a empresa se
compromete a suportar para a produção do bem, assim como os custos que ela irá
suportar após a produção do mesmo.

Os custos comprometidos são diferente dos custos incorridos, os comprometidos são


aqueles que estão nos planos da empresa em suportar, os incorridos são os
suportados. Graficamente:

34
Figura nº08 – Ciclo de vida do produto

Fonte: Ferreira et al (2014:624)

Apartir do gráfico nota-se que 80% dos custos comprometidos ocorrem na fase de
concepção e design, enquanto que a maior parte dos custos incorridos ocorrem na
fase de produção.

Segundo Domingo et al (2014), a relação entre o custo comprometidos e os cutos


suportados serve de base para se determinar o target cost neste modelo de
precificação que combimamdo com a engenharia adequada deve ajudar a:

Identificar pontos para melhoria do design e concepção sem sacrificar


funcionalidades;

Eliminar as funcionalidades que não acrescentam valores aos consumidores por


formas a reduzir o custo do produto.

35
O custo de uma dada funcionalidade não pode ser superior ao valor percebido pelo
consumidor, caso contrário deve ser eliminado ou reajustado (FERREIRA ET AL,
2014).

1.7.1.5 Precificação segundo a decisão dos concorrentes

Este método baseia-se nos preços dos produtos praticados pela concorrência. Assim,
ao elaborar o preço de venda deve-se analisar os preços oferecidos pelos
concorrentes. (SANTOS, 2001 APUD LOCH, 2011: 39).

De acordo com Lunkes (2007, p. 134 APUD LOCH, 2011), “qualquer método de
determinação de preços deve ser comparado com os preços das empresas
concorrentes que porventura atuam no mercado.” Para o autor, este método
caracteriza-se por formar o preço de venda com base na:

- Imitação de preços:

Este método define os preços de venda de acordo com os usados por uma empresa
concorrente que atua no mesmo ramo. Utiliza-se esse procedimento em organizações
que não possuem informações suficientes para formar seu próprio preço.

- Preços agressivos:

Utiliza-se este método quando empresas concorrentes decidem optar por uma
redução significante nos preços, até chegarem a algumas situações em que o preço
de venda é inferior ao de aquisição. Isso ocorre quando a entidade possui grande
quantidade de mercadoria em estoque e quer obter um giro nestes ativos.

- Preços promocionais:

A formação do preço promocional consiste em oferecer determinados produtos a


preços tentadores com a intenção de aproximar o consumidor ao local de venda.
Aumenta o número de clientes no estabelecimento e estimula as vendas de outras
mercadorias a preços normais.

36
1.7.1.6 Precificação mista

Este método de formação do preço de venda, baseia-se na combinação das três


metodologias apresentadas anteriormente: custos, concorrência, mercado (LOCH,
2011: 41).

Bomfim e Passarelli (2006 APUD LOCH, 2011), ressaltam que o sistema para
formação do preço mais competente é aquele que engloba diversos métodos e
apresenta aos gestores dados maleáveis de custos que poderão ser utilizados para
solucionar situações distintas do preço.

Portanto, para formar o preço de venda adequado é preciso analisar diversos fatores,
desde exigências dos clientes, características do mercado, preços dos concorrentes,
o custo dos produtos e serviços entre outros detalhes.

1.8. Preço de venda de acordo Mark-up

Conforme Santos (1991 APUD STRUTZ, 2017: 147), é possível obter a seguinte
definição: “o mark-up é um índice aplicado sobre o custo de um bem ou serviço para
a formação do preço de venda”.

De acordo Strutz (2017: 147), tal índice tem como objetivo cobrir os custos das
seguintes contas:

 Impostos sobre venda;


 Taxas variáveis sobre vendas;
 Despesas administrativas fixas;
 Despesas de vendas fixas;
 Custos indiretos de produção fixos.

Esta ferramenta é bastante importante, visto que trás a correção do equívoco que
acontece ao usarmos o método tradicional de formação do preço de venda (Preço =
custo + lucro desejado).

37
De acordo Strutz (2017), é importante compreender como se forma preços, é ter
ciência que não basta aplicar um percentual sobre o custo e acreditar que isso é
chegar no preço de venda. Ao comprar ou produzir um produto por um valor de
seguida aplicar um “percentual de lucro” e acreditar que isso pagaria as despesas da
empresa, os impostos e ainda assim sobraria a margem de lucro estimada, não é o
bastante, portanto esta forma está incorreta se utilizada por algumas empresas,
porque tudo o que você paga é sobre o preço de venda final e não sobre o custo,
principalmente os impostos sobre as mercadorias ou serviços. Essa maneira de
colocar preços está, portanto, totalmente equivocada.

Bruni e Famá (2004, p. 341-342 APUD STRUTZ, 2017: 147), demonstram as duas
formas para encontrar o mark-up, que são:

- Multiplicador: representa por quanto devem ser multiplicados os custos para se


obter o preço de venda a praticar (mais usual);

𝟏
𝑴𝒂𝒓𝒌 − 𝒖𝒑 𝒎𝒖𝒍𝒕𝒊𝒑𝒍𝒊𝒄𝒂𝒅𝒐𝒓 =
𝟏 – (% 𝐝𝐞𝐬𝐩𝐞𝐬𝐚𝐬 + % 𝐥𝐮𝐜𝐫𝐨)

FONTE: Paim (2016:196)

- Divisor: representa percentualmente o custo em relação ao preço de venda (menos


usual).

𝑴𝒂𝒓𝒌 − 𝒖𝒑 𝒅𝒊𝒗𝒊𝒔𝒐𝒓 = 𝟏 – (% 𝒅𝒆𝒔𝒑𝒆𝒔𝒂𝒔 + % 𝒍𝒖𝒄𝒓𝒐)

FONTE: Paim (2016:196)

38
Na visão de Paim (2016:196), os elementos apresentados nas duas fórmulas
significam:

1 => representa o fator preço de venda ou receita;

% Despesas => representa o percentual dos gastos não inclusos nos custos de
produção;

% lucro => representa a margem de lucro desejada pelo proprietário.

Tanto o uso do mark-up multiplicador como o mark-up divisor, o resultado a encontrar


sempre será o mesmo. É de realçar que o mark-up é um índice ou percentual que é
acrescido ao custo de fabrico de um produto de forma a obter o preço de venda que
atenda as necessidades da empresa. Este índice é diferente da margem de lucro, isto
é, a margem de lucro corresponde a um dos elementos necessários para a
determinação do mark-up.

39
CAPÍTULO 2 PRECIFICAÇÃO DOS PRODUTOS DA EMPRESA ESPAÇO

KANAWA

2.1 Caracterização da empresa

O Espaço Kanawa é um restaurante localizado na província de Cabinda, município de


Cabinda na rua Doutor António Agostinho Neto, nas mediações do hotel Maiombe.
Juridicamente, o Espaço Kanawa é uma empresa privada, actuando como filial da
empresa Wintel que para além deste estabelecimento, possuí, também, padarias,
boutique, carpintaria entre outros investimentos.

Economicamente, o Espaço Kanawa é uma empresa do sector secundário que se


dedica na aquisição das suas matérias no sector primário e as transforma num novo
produto para vender aos clientes finais (os individuos que adquirem as refeições na
empresa em estudo).

Este restaurante foi criado aos 09 de Março de 2018, com um capital estimado em
10 000 000, 00 Kz. Actualmente, a empresa conta com um efectivo de 14 funcionários,
onde 8 são do sexo masculino e 6 do sexo feminino.

- Organigrama

Figura nº 09 - Organigrama

Gestor/Proprietário

Balcão Cozinha Pastelaria

Fonte: Adaptação própria (2021)

40
- Processo produtivo

O Espaço Kanawa, dentre os vários produtos comercializados, nesta pesquisa serão


apenas analisado os dois produtos que segundo a gerência são os mais rentáveis.

A empresa não possuí um sistema contabilístico para a recolha e tratamento dos


custos envolvidos no processo produtivo, o que implica o desconhecimento por parte
da gestão do quanto a empresa desembolsa para a produção de cada produto. Ou
seja, somente se tem o controlo de quanto se gastou para a produção de modo geral,
mas não para cada produto.

- Modelo de determinação de preços de venda

Sucessivamente, o método de determinação dos preços de venda utilizados pelo


Espaço Kanawa é de preços segundo a decisão da concorrência, especificamente
através da imitação ou aproximação aos preços praticados pelos correntes.

Este facto é de grande influência na situação económica do Espaço Kanawa porque


leva a empresa a viver a ironia de que quanto mais se vende, mais está se ganhando,
em termos de lucros, mesmo ela não conhecendo o quanto foi gastado para a
produção de cada produto.

2.2 Identificação dos encargos suportados pela empresa

Para concretização dos objectivos traçados, optou-se em centralizar o estudo nos dois
produtos mais vendidos na empresa, nomeadamente: Pizza (de frango) e churrasco.
Os dados em estudo ocorreram no mês de Julho do ano de 2021 e, de seguida, foram
agrupados em três classes:

- Custo das matérias-primas

- Custo com a mão-de-obra directa

- Custos fixos

41
2.2.1 Custo das matérias-primas

As matérias-primas correspondem as substâncias que entram na composição do


produto e que são indispensáveis para a fabricação do mesmo. O quadro abaixo
apresenta os gastos suportados com as matérias-primas para a produção de uma
unidade de cada produto:

Tabela nº01 – Custo das matérias-primas

Pizza de frango Churrasco

Elementos Quantidades Valor Elementos Quantidades Valor

Farinha 167g 75,00 Kz Frango ½ 750,00 Kz

Sal de Cozinha 25g 12,00 Kz Tomate 2 200,00 Kz

Fermento 50g 30,00 Kz Alface 1 100,00 Kz

Azeite doce 17ml 85,00 Kz Cebolas ½ 50,00 Kz

Peito de frango 100g 153,00 Kz Cesta de 2 1 200,00 Kz


batata

Chouriço ½ 200,00 Kz - - -

Queijo 100g 1 050,00 Kz - - -

Tomate pelado 100g 250,00 Kz - - -

Total - 1 855,00 Kz Total - 2 300,00Kz

Fonte: Adaptação própria (2021)

42
Para o preparo da pizza de frango, a empresa suporta um custo de 1 855,00 Kz em
matérias-primas, enquanto para o preparo de um prato de churrasco, deve ser gasto
2 300, 00 Kz. Apesar da quantidade de recursos para da pizza, ela ainda continua a
ser a mais económica no que se refere ao custo com as matérias-primas quando
comparada ao custo das matérias-primas de churrasco.

2.2.2 Custo com a mão-de-obra directa

A mão-de-obra directa compreende o pessoal que lida directamente com a actividade


de transformar as matérias-primas em produto acabado. Assim sendo, ilustra-se o
quadro a seguir:

Tabela nº02 – Custo com a mão-de-obra directa

Pizza Churrasco

Elementos Quantidades Valor Elementos Quantidades Valor

Pasteleiros 3 120 000,00 Kz Cozinheiros 2 60 000,00 Kz

Fonte: Adaptação própria (2021)

Para a produção de pizzas são necessários três pasteleiros, custando cada 40 000,00
Kz, dando um valor total de 120 000,00 Kz, enquanto que para a produção de
churrascos são necessários dois funcionários ao custo unitário de 30 000,00 Kz que
corresponde ao valor total de 60 000,00 Kz. A contratação de pasteleiros é 50% mais
elevada que a contratação de cozinheiros, isto pelo facto da participação dos mesmos
na produção de outros produtos do ramo de pastelaria vendidos na empresa em que
não correspondem a objecto de estudo nesta pesquisa.

2.2.3 Custos fixos

Nesta classe serão agrupados os custos necessários para o funcionamentro da


empresa que afectam indirectamente a actividade produtiva da empresa. Estes custos
são caracterizados pela sua difícil alteração (significativa) num curto espaço de tempo

43
e também pela sua dificuldade de alocação aos produtos, onde iniciar-se-á com
amortização dos imobilizados.

Os imobilizados que abaixo serão amortizados referem-se aos equipamentos básicos


ou maquinaria usada no processo produtivo.

Tabela nº03 – Amortizações

Elementos Valor de Aquisição Taxa anual Valor mensal

Forno industrial para Pizza 161 000,00 Kz 14,28% 1 915,90 Kz

Fogão industrial para Churrasco 270 000,00 Kz 14,28% 3 213, 00 Kz

Total 431 000,00 Kz - 5 128,90 Kz

Fonte: Adaptação própria (2021)

As taxas de amortização utilizadas estão legislados pelo Decreto Presidencial nº


207/15 de 05 de Novembro.

44
A tabela abaixo, ilustra todos os custos fixos suportados pela empresa no período de
tempo em estudo.

Tabela nº04 – Custos fixos

Elementos Valores

Custo com o pessoal 310 000,00 Kz

Água 13 500,00 Kz

Energia 22 950,00 Kz

Combustível 13 500,00 Kz

Manutenção do grupo gerador de corrente eléctrica 16 700,00 Kz

Aluguer 600 000,00 Kz

Limpeza 10 000,00 Kz

Amortizações 5 128,90 Kz

Total 991 778,90 Kz

Fonte: Adaptação própria (2021)

O custo com o pessoal, corresponde a totalidade das remunerações auferidas pelo


pessoal não fabril que equivale a 31,26%, mensalmente a empresa desembolsa cerca
de 27 000,00 Kz para a compra de água e combustível (gasóleo) que equivale a
2,72%, quanto a energia eléctrica utilizada, é necessário o desembolso mensal de
2,31% do custo total fixo, e o aluguer que corresponde ao gasto mais elevado
representa a 60,50%, o restante dos gastos corresponde a 3,21%.

Pode-se concluir que o valor dos custos fixos do Espaço Kanawa é constituído
maioritariamente pelos encargos com o aluguer, onde estes representam 60,50% do

45
valor total. De seguida está os gastos com o pessoal administrativo que corresponde
a 31,26%, os restantes encargos indirectos representam apenas 8,24%.

2.3 Determinação do custo de produção unitário dos produtos fabricados pelo


método de custeio por absorção

O custeio completo basea-se no princípio de alocar aos produtos todos os encargos


necessários para a sua produção.

Custo de Produção = Custos variáveis + Custos fixos

Durante o mês de Julho do ano de 2021, a empresa produziu 240 pizzas de frango e
330 pratos de churrasco. Assim sendo, o quadro que se segue ilustrará os valores
mensais dos custos variáveis obtidos em função das quantidades produzidas.

Tabela nº05 – Custos directos

Elementos Pizza Churrasco Total

Matérias-primas 445 200,00 Kz 759 000,00 Kz 1 204 200 Kz

Mão-de-obra directa 120 000,00 Kz 60 000,00 Kz 180 000 Kz

Total 565 200,00 Kz 819 000,00 Kz 1 384 200,00 Kz

Fonte: Adaptação própria (2021)

A soma do custo com as matérias-primas e a mão-de-obra directa corresponde ao


valor dos custos directos de fabrico, ou seja, aos custos que variam tendo em conta a
quantidade que se está ou se pretende produzir.

Feito este passo, ter-se-á de ratear os custos fixos (encargos indirectos) por formas a
se conhecer o quanto deles devem ser alocados a cada produto.

46
2.3.1 Rateio dos dos custos fixos

Tendo em conta a estrutura de gastos da empresa, optou-se em utilizar como base


de rateio o custo com a mão-de-obra directa através do sua influencia no processo
processo produtivo da empresa. Assim sendo:

Base de imputação = custos fixos / mão-de-obra directa

Base de imputação = 991 778,90 / 180 000, 00

Base de imputação = 5,5098827778

Fonte: Adaptação própria (2021)

A base de imputação representa o coeficiênte em função do qual determinar-se-á o


custo fixo correspondente a cada produto. Este valor determinado, recentemente,
corresponde a um direccionador da quantidade de custos fixos que cada produto
receberá, como é ilustrado no ponto a seguir.

2.3.2 Alocação dos custos fixos aos produtos

Tabela nº06 – Alocação dos custos fixos aos produtos

Elementos Pizza Churrasco Total

Mão-de-obra directa 120 000,00 Kz 60 000,00 Kz 180 000 Kz

Base de imputação 5,5098827778 5,5098827778 5,5098827778

Custo Fixo 661 185,93 Kz 330 592,97 Kz 991 778,90 Kz

47
Fonte: Adaptação própria (2021)

A pizza por possuir maior volume de mão-de-obra directa acaba recebendo um


número elevado de custos fixos na composição do seu custo de produção, enquanto
que o churrasco recebe a metade do que é empregue na pizza, isso porque a sua
mão-de-obra directa corresponde a metade da mão-de-obra directa utilizada no
preparo da pizza.

Pelo facto da base de rateio ser a mão-de-obra directa, os custos fixos a serem
determinados para cada produto variam em função do volume do valor da mão-de-
obra directa a ser utilizada pela empresa, como se pode verificar na tabela acima.

2.3.3 Custo unitário dos produtos acabados

O custo unitário corresponde ao valor específico suportado para a produção de um


único produto. Ele é obtido pela divisão entre o valor da produção de um dado produto
com as suas respectivas quantidades produzidas. Tanto o custo de produção como
as quantidades produzidas devem ser frutos de um mesmo período de tempo.

48
Tabela nº07 – Custo unitário dos produtos acabados

Elementos Pizza Churrasco Total

Custos Variáveis 565 200,00 Kz 819 000,00 Kz 1 384 200,00 Kz

Custos Fixos 661 185,93 Kz 330 592,97Kz 991 778,90 Kz

Custo de Produção dos


1 226 385,93 Kz 1 149 592,97 Kz 2 375 978,90 Kz
Produtos acabados

Quantidades Produzidas 240 330 -

Custo de Produção unitário


5 109,94 Kz 3 483,61 Kz -
dos Produtos acabados

Fonte: Adaptação própria (2021)

Nota-se que a pizza, apesar de possuir menos custo com as matérias-primas, ela
possuí um custo de produção ligeiramente superior que o custo de produção de
churrasco em 46,69%. Esta realidade deve-se pelo facto da pizza alocar maior
quantidade de custos fixos que o churrasco, consequente, a pizza acarreta maior valor
de custo de produção que o churrasco. Por outro lado as quantidades produzidas dos
mesmos produtos possuem uma relação inversa ao custo unitário dos mesmos
produtos, isto é, quanto maior forem as quantidades produzidas, menor serão os
custos unitários a se obter.

49
2.4 Determinação do preço de venda baseado no Mark-up

Neste momento incluir-se-á os gastos para vender e impostos (não recuperáveis) que
incidem sobre o preço de venda. No caso da empresa em análise, tendo em conta
política fiscal em vigor, não há impostos que incidem sobre o preço de venda de
carácter não recuperável.

Tabela nº08 – Preço de venda baseado no Mark-up

Pizza Churrasco

Elementos Qtd. Valores % Qtd. Valores %

Guardanapo 3 540 Kz 0,0381 5 900 Kz 0,1091

Maionese 4 7 560 Kz 0,5339 5 9 450 Kz 1,1455

Kechup 4 5 960 Kz 0,4209 5 7 450 Kz 0,9030

Paliteiro 2 600 Kz 0,0424 2 300 Kz 0,0364

Azeite 1 1 090 Kz 0,0770 2 1 090 Kz 0,1321

Total - 15 750 Kz 1,1123 - 19 190 Kz 2,3261

Fonte: Adaptação própria (2021)

Os elementos dos gastos para venda precisos tanto para venda da pizza como para
a venda de churrasco, por causa da não separabilidade das quantidades para cada
produto, optou-se em utilizar as quantidades proporcionais de cada elemento em
função das quantidades produzidas, isto é, as quantidades produzidas de pizza

50
equivalem a 42% e as de churrasco a 58%. Os percentuais dos gastos para vender
foram obtidos através da divisão destes (gastos para vender) com o valor das vendas
em média obtidos em cada produto.

2.4.2 Determinação dos índices Mark-up

O mark-up divisor é obtido pela diferença entre 1 (representa as receitas) e a soma


(percentual) das despesas para venda com a percentagem do lucro desejado.

𝑴𝒂𝒓𝒌 − 𝒖𝒑 𝒅𝒊𝒗𝒊𝒔𝒐𝒓 = 𝟏 – (% 𝒅𝒆𝒔𝒑𝒆𝒔𝒂𝒔 + % 𝒍𝒖𝒄𝒓𝒐)

Pizza:

𝑴𝒂𝒓𝒌 − 𝒖𝒑 𝒅𝒊𝒗𝒊𝒔𝒐𝒓 = 𝟏 – (𝟏, 𝟏𝟏𝟐𝟑% + 𝟐𝟎%)/𝟏𝟎𝟎


𝑴𝒂𝒓𝒌 − 𝒖𝒑 𝒅𝒊𝒗𝒊𝒔𝒐𝒓 = 𝟕𝟖, 𝟖𝟖𝟕𝟕%

Este valor representa o quanto deve se dividir pelo custo unitário de produção de pizza
para se obter o seu preço de venda, neste caso corresponde a 78,8877%.

Churrasco:

𝑴𝒂𝒓𝒌 − 𝒖𝒑 𝒅𝒊𝒗𝒊𝒔𝒐𝒓 = 𝟏 – (𝟐, 𝟑𝟐𝟔𝟏% + 𝟐𝟎%)/𝟏𝟎𝟎


𝑴𝒂𝒓𝒌 − 𝒖𝒑 𝒅𝒊𝒗𝒊𝒔𝒐𝒓 = 𝟕𝟕, 𝟔𝟕𝟑𝟗%

No caso de churrasco, ter-se-á de dividir com 77,6739% para se obter o respectivo


preço apto a fazer face aos encargos assumidos.

51
O passo a seguir consiste na aplicação dos índices de mark-up ao custo dos produtos
fabricados:

Tabela nº09 – Aplicação dos dos mark-up ao custo dos produtos fabricados

Custo dos Mark-up´s Preço de


Elementos
Produtos (1) (2) venda (3=1/2)

Pizza 5 109,94 Kz 78,8877% 6 477,49 Kz

Churrasco 3 483,61 Kz 77,6739% 4 484,92 Kz

Fonte: Adaptação própria (2021)

Os preços possuem uma relação indirecta com os índices determinados, isto é, quanto
maior for o índice, menor será a parcela a ser acrescida ao preço do bem, assim,
sucessivamente, o índice será menor caso o percentual das despesas para a
comercialização dos bens, assim como a margem de lucro almejada forem maiores.

Na tabela anterior, a pizza tem um mark-up superior em relação ao mark-up de


churrasco (78,8877% ˃ 77,6739%), isto implicou que o valor do preço de churrasco
(com crescimento de 28,74%) crescesse mais do que o valor do preço de pizza (com
o crescimento de 26,76%).

Estes preços servem de referência para a empresa, indicando os preços mínimos em


que ela deverá adoptar, caso não tenha mecanismos imediatos para reduzir a sua
estrutura de gastos (fixos) de modo a vender os seus produtos a preços mais
reduzidos e, consequentemente, ser competitivo no mercado em que opera.

A fixação de preços abaixo destes valores poderá condicionar a sobrevivência da


empresa a longo prazo, pelo facto da administração correr o risco de fazer projecções
sobre o futuro da empresa com estimativas de vendas e lucros distorcidos.

52
2.5 Comparação entre os preços calculados e os praticados

Abaixo serão apresentados os preços praticados e os que deveriam ser praticados


tendo em conta a estrutura de gastos da empresa – preços com mark-up.

Tabela nº10 - Comparação entre os preços calculados e os praticados

Elementos Preços praticados Preços com mark-up

Pizza 5 900 Kz 6 477,49 Kz

Churrasco 2 500 Kz 4 484,92 Kz

Fonte: Adaptação própria (2021)

De acordo aos resultados obtidos, o Espaço Kanawa opera com preços inferiores ao
mínimo necessário para cobrir os seus gastos de produção e comercialização sem
afectar a sua margem de lucro (20%, onde esta taxa serve apenas de uma referência,
invocando o Decreto Executivo nº 77/16 de 25 de Fevereiro). No caso de Pizza, a
empresa opera com um preço que está 9,79% abaixo do mínimo aceitável e no caso
de Churrasco, a empresa pratica um preço que está 79,40% abaixo do mínimo
aceitável para fazer face aos gastos suportados e gerar a margem de lucro aceitável.

Os preços praticados não são suficientes para cobrir o nível de gastos assumidos pela
empresa, como pode se verificar na tabela anterior, nestas situações, o Espaço
Kanawa necessita rever os custos em que ela suporta de modo a reduzir o impacto
destes sobre o preço de venda apartir do qual a empresa tem de usar como referência
para comercialização dos seus produtos de maneira a não chegar no estágio de
funcionar com problemas de liquidez para honrar os compromissos (gastos) de curto
prazo necessários para garantir o bom funcionamento do processo produtivo da
empresa.

Em termos financeiros, a empresa poderá obter valores vindo das vendas para realizar
as suas actividades dentro de um curto espaço de tempo, mas económicamente ela

53
está falindo aos poucos, pelo facto de os custos serem superiores aos proveitos, este
facto poder-se-á verificar a longo prazo. Um dos sintomas recorrentes nestas
situações é a necessidade excessiva de aumento de capital (próprio ou alheio) para
financiar o seu ciclo de produção, caso não for possível, uma das outras hipóteses é
a redução radical dos seus custos fixos para que haja uma folga financeira suficiente
para que a actividade de produção dependa de forma saudável dos recebimentos de
venda sem afectar a quantidade produzida.

54
CONCLUSÕES

O sistema tradicional da determinação do preço de venda (preço de venda = custo de


produção + custo de produção * X %) não proporciona a margem de lucro desejada
pelo facto de manter a idéia de que os encargos que não intervêm no custo de
produção (administrativos e os de comercialização) são deduzidos apartir da margem
de lucro que a empresa deseja obter, dando lugar a uma nova margem de lucro
actualizada (líquida) em função do volume destes encargos a serem subtraídos.

O uso do mark-up proporciona a integralização destes encargos ao preço do produto


de modo a não afectar a margem de lucro desejada pela gestão. Assim sendo, o
estudo realizado no Espaço Kanawa permitiu demonstrar a metodologia adequada
(uso do mark-up) a ser adoptada para se conhecer o preço de venda ideal a ser
praticado em função do nível de gastos assumidos pela empresa, tendo sido
destacado seguintes pontos:

 Os preços de venda encontram-se abaixo do mínimo aceitável para fazer face


aos encargos suportados e gerar a margem de lucro desejada. Este facto
verifica-se nos dois produtos, onde:
a) A Pizza é vendido a um preço de 5 900 Kz quando na realidade deveria
estar valorizada ao preço de 6 477, 49 Kz. Isto implica uma necessidade
de aumento do preço deste bem na ordem dos 9,79% para que a
empresa possa fazer face aos seus encargos operacionais assumidos
no curto prazo;
b) O Churrasco é comercializado no valor de 2 500 Kz que para além de
ser inferior ao seu custo de produção unitária, 3 483,61 Kz, implica um
aumento de 79,40% para que venha a alcançar o preço de venda ideal,
4 484,92 Kz, para fazer face aos seus encargos gerando assim a
margem de lucro desejada.
 A empresa suporta gastos elevados de custo com o pessoal administrativo em
comparação com a sua mão-de-obra directa. Situações deste gênero exige
maior comprometimento da mão-de-obra directa e da maquinaria ao seu dispor

55
de modo a conseguir produzir a um nível aceitável para fazer face aos gastos
que a empresa se compromete com estes recursos (administrativos). O custo
da mão-de-obra directa (180 000 Kz) é 1,7 vezes inferior ao valor do custo com
o pessoal administrativo (310 000 Kz), demonstrando assim uma ineficiência
na gestão dos custos que coloca em causa o preço do produto.
 Os preços de venda praticados pelo Espaço Kanawa são determinados em
função das características do mercado sem o uso de ferramentas
contabilísticas para avaliar se a empresa está apta ou não para praticar esses
preços;
 A empresa em estudo não utiliza nenhum método de custeio para efectuar o
controlo do seu custo de produção. Esta situação coloca a empresa num ponto
cego em que se desconhece o real estado da empresa.

Por tanto, a gestão eficiente dos custos na formação do preço de venda dos produtos
é de grande utilidade para o Espaço Kanawa pelo facto de proporcionar um preço
referencial em que a empresa avaliará até que nível ela estará apta para reduzir ou
aumentar o preço a praticar no mercado, assim como efectuar ajustes no seu nível de
gastos de maneira a comercializar os seus produtos de modo eficiente.

56
SUGESTÕES

Durante o processo de recolha de dados no Espaço Kanawa, constatou-se várias


dificuldades pelo facto da empresa não possuir um sistema contabilístico para a
recolha e tratamento das informações financeiras relacionadas as suas actividades
produtivas, o que implicou o desconhecimento da empresa sobre vários gastos,
exemplo:

 Gastos com material expediente;


 Custo de amortizações dos equipamentos básicos (máquinas);
 Gastos (consumo) em termos de quantidade de materiais a utilizar para
produzir um bem, isto é, a empresa não possuí fichas técnicas. A ausência
deste documento dificulta não só as actividades de controlo interno, assim
como a adaptação de novos profissionais a serem contractados,
independentemente se este é ou não um profissional experiente no sector de
actividade da empresa.
 Por formas a se estabelecer uma gestão efeciente de custos no Espaço
Kanawa, esta tem de utilizar ferramentas contabilísticas para efectuar registo,
controlo e determinação do custo de produção, assim como para a
determinação do preço de venda a praticar de tal modo que a empresa não
continue na prática de preços de venda incapazes de garantir o bom
funcionamento da empresa.

57
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRUNI, Adriano Leal; GOMES, Sônia Maria da Silva. Controladoria empresarial:


conceitos, ferramentas e desafios. Salvador: EDUFBA, 2010.

CAIADO, António C. Pires. Contabilidade analitica e de gestao. 8. ed. Lisboa:


ÁREAS EDITORA, 2015.

COELHO, Maria-Hélder Martins. Contabilidade analítica: cálculo e análise de custos


para a gestão. Porto: VidaEconómica, 2019.
Decreto nº 82/01 de 16 de Novembro.
Decreto Executivo nº 77/16 de 25 de Fevereiro.
Decreto Presidencial nº 207/15 de 05 de Novembro.

FERREIRA, Domingos; CALDEIRA, Carlos; ASSEICEIRO, João; VIEIRA, João;


VICENTE, Célia. Contabilidade de Gestão – Estratégia de Custos e de Resultados.
Letras e Conceitos, 2014.

GILL, António Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas,
2002.
______. Fundamentos da metodologia científica. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2003.
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LOCH, Daniela Luiz. PROPOSTA DE FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA: UM


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Dissertação (Bacharel em Ciências Contábeis) - Universidade do Extremo Sul
Catarinense, UNESC. Criciúma: 2011. Disponível em
<<www.google.com.br/danielaluizloch_proposta_de_formação_do_preço-de-
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MARTINS, Eliseu. Contabilidade de custos. 9. ed. São Paulo : Atlas, 2003.

PAIM, Wilson Moisés. Análise de custos. Londrina: Editora e Distribuidora


Educacional S.A., 2016.
RIBEIRO, Osni Moura. Contabilidade de custos fácil. 8. ed. São Paulo: Saraiva,
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STRUTZ, Emerson. Gestão e análise de custos. UNIASSELVI, 2017.
TEPA, Capela Dombaxi. Contabilidade analítica pormenorizada. 2. ed. GRUPO
EDITORIAL NEXUS, S.A, 2008.

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2013.

VELUDO, Manuel Vilhena. Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks.


Lisboa: IEFP, 2004.

VICECONTI, Paulo Eduardo V.; NEVES, Silvério das. Contabilidade de custos: um


enfoque direto e objetivo. 9. ed. São Paulo : Frase Editora, 2010.

ZANELLA, Liane Carly Hermes. Metodologia de pesquisa. 2. ed. Florianópolis:


Departamento de Ciências da Administração/ UFSC, 2013.

59
APÊNDICES
Apêndice nº 01

REGIÃO ACADÉMICA III


FACULDADE DE ECONOMIA
UNIVERSIDADE 11 DE NOVEMBRO
DEPARTAMENTO DE ENSINO E INVESTIGAÇÃO EM CONTABILIDADE

Assunto: Roteiro de entrevista

Direção do Espaço Kanawa

CABINDA

Estimado Gestor, agradeço desde já a vossa colaboração, por conceder-me esta


oportunidade na vossa empresa, para recolha de dados e informações que me
servirão para o enriquecimento da monografia cujo tema: Gestão eficiente dos
custos na precificação dos produtos fabricados. Caso: Espaço Kanawa.

Os dados a serem recolhidos para realização desta monografia é referente a ___


mês(es), do ano corrente, a escolha da empresa.

1. Caracterização da empresa:

- Ano de constituição:

- Capital que foi necessário para a constituição da empresa:

- Classificação jurídica da empresa


- Quantos sócios ou proprietários possuí? ____

- Número de funcionários quando a empresa foi aberta: _____; Homens___ /


Mulheres___. Actualmente, conta com um número de ____ homens e ____ mulheres.

- Organigrama da empresa; - Missão; Visão; Valores.

2. Quanto as remunerações:

- Folha salarial;

- Número de funcionários por departamento ou áreas da empresa.

3. Informações sobre o processo produtivo:

3.1 Quais são os produtos mais vendidos:

3.1.1 Que matériais são utilizados para a fabricação:

ELEMENTOS QUANTIDADES (mensal) VALORES

ELEMENTOS QUANTIDADES (mensal) VALORES

ELEMENTOS QUANTIDADES (mensal) VALORES


3.2 No momento da aquisição destas matérias, a empresa usa um veículo próprio?
Sim___/ Não___. Se não, quanto gasta para o transporte das matérias?___________

4. Informações sobre outros gastos para o funcionamento da empresa:

Consumo Valores
Água
Energia
Combustível
Manutenção das máquinas
Óleo/lubrificante para as máquinas
Comunicação (recargas/saldo)
Material de expediente (canetas,
papeis, cola, grampo, etc…)
Aluguel
Limpeza
Segurança e vigilância
Amortizações dos imobilizados
Apêndice nº 02

Mapa salarial do Espaço Kanawa

Nº de Trabalhadores Categoria Salário mensal Total por categoria

2 Segurança 30 000,00 Kz 60 000,00 Kz


5 Balconista 30 000,00 Kz 150 000,00 Kz
2 Cozinheiro 30 000,00 Kz 60 000,00 Kz
3 Pasteleiro 40 000,00 Kz 120 000,00 Kz
Responsáveis das
2 50 000,00 Kz 100 000,00 Kz
activid.

Total dos trabalhadores 14


Total dos salários por categoria 490 000,00 Kz

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