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net/publication/308380338
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Marcos C. Baptista
University of São Paulo
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Burdden of chronic physical e mental disorders on worker productivity (absenteeism and presenteeism) View project
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Turma ABC 6
Resumo, 197
1. Introdução, 199
6. Metodologia, 202
1. INTRODUÇÃO
Apesar da significativa evolução tecnológica e do aumento dos custos com a
assistência à saúde, em todo o mundo, tem sido observado crescimento significativo
dos custos com benefícios por incapacidade nos diferentes sistemas de seguridade
social (Internacional Social Security Association, 2002).
Nos países industrializados, os custos associados à incapacidade laborativa são
considerados um problema social de primeira grandeza (Internacional Social Security
Association, 2002). O afastamento do trabalho traz prejuízos para as empresas, que
sofrem a perda da produtividade durante o período de afastamento do trabalho, para
os trabalhadores, que em muitos casos sofrem com a perda da autoestima e de sua
identidade social, e para o Estado, com o aumento da despesa com os sistemas de
seguridade social (FABELA, 2006).
No Brasil, entre 2000 e 2005, o custo com o auxílio doença teve um aumento
superior ao crescimento das receitas de Previdência Social (MORA, 2007). A conjuntura
macroeconômica brasileira mostra os reflexos econômicos negativos do déficit cres-
cente da Previdência Social e da dívida pública. A relevância do crescimento dos custos
com auxílio-doença mostra que ações para a redução da ocorrência de incapacidade
laborativa são necessárias também para o desenvolvimento econômico do Brasil.
Os processos de retorno ao trabalho, em especial nos casos de afastamentos
prolongados, são bastante complexos, pois envolvem todos os aspectos biopsicossociais
da saúde no ambiente do trabalho. Estudo realizado no setor industrial norte-americano
mostrou que após 12 semanas de afastamento apenas 50% dos afastados retornam
ao trabalho definitivamente (American College of Occupational and Environmental
Medicine, 2007). Portanto, fica evidente que a precocidade na intervenção nos casos
de afastamento é fundamental para a obtenção de resultados efetivos no retorno do
profissional afastado.
Diante desse cenário, no ano de 2004, a partir da solicitação da diretoria da
instituição financeira estudada, foi implantado um conjunto de políticas e procedi-
2. PROBLEMA DA PESQUISA
Porque o programa de apoio de retorno ao trabalho e reabilitação profissional
de uma grande instituição financeira brasileira obteve sucesso na redução dos índices
de afastados do trabalho por doença?
3. OBJETIVOS DA PESQUISA
Objetivos Intermediários
g Descrever a instituição financeira na qual foi realizado o estudo.
g Estudar os conceitos de saúde, capacidade e incapacidade laboral.
g Analisar o cenário da incapacidade para o trabalho por doença no Brasil e
no Mundo.
g Analisar os impactos macroeconômicos e previdenciários da incapacidade.
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Retorno ao Trabalho e Reabilitação Profissional de uma Grande Instituição
fissional implantado.
g Descrever outras ações de saúde ocupacional de empresa.
g Comparar o programa com as melhores práticas e recomendações mundiais.
g Identificar oportunidades de melhorias do programa.
4. DELIMITAÇÃO DO ESTUDO
Organizacional: Instituição financeira avaliada.
Geográfica: São Paulo, Curitiba, Rio de Janeiro e Belo Horizonte.
Temporal: Janeiro de 2005 a Dezembro de 2007.
Indicadores:
g Distribuição por sexo.
g Distribuição por diagnósticos.
g Taxa de sucesso (percentual de funcionários trabalhando 3, 6 e 12 meses
5. RELEVÂNCIA DO ESTUDO
Recentes modificações na legislação previdenciária, visando o custeio dos bene-
fícios por doenças ocupacionais e acidentes do trabalho (Decreto 6.042/07), trouxeram
significativo aumento do custo com folha de pagamento dos bancos nacionais que po-
dem ser reduzidos com a implantação de programas preventivos e de reabilitação. Além
disso, ações regressivas do INSS representam também um custo potencial extremamente
significativo para os bancos. Esses custos podem formar enormes passivos trabalhistas o
que, no futuro, afetarão a capacidade de investir e de gerar empregos. A única forma
de reduzir esses custos e esses riscos é a implantação de sistemas de gestão em saúde
ocupacional que reduzam a ocorrência da incapacidade para o trabalho.
A literatura científica brasileira é pobre em estudos sobre reabilitação profissio-
nal e programas de retorno ao trabalho, apesar da relevância econômica e social do
6. METODOLOGIA
Tipo de Pesquisa
g Quanto aos fins
h Exploratória, porque realizamos ampla revisão bibliográfica e levantamento
das melhores práticas empresarias, visando a proporcionar maior familiaridade
com o tema reabilitação profissional e programas de retorno ao trabalho.
h Descritiva, porque descrevemos em detalhes o programa implantado na
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Retorno ao Trabalho e Reabilitação Profissional de uma Grande Instituição
7. LIMITAÇÕES DO ESTUDO
O principal resultado observado com a implantação do programa, a redução
dos índices de afastados pelo INSS por doença, não teve um grupo de comparação. Se,
em paralelo, fosse estudada outra empresa do ramo financeiro sem o programa, du-
rante o período estudado, para a realização de uma comparação entre os dois grupos,
controlando variáveis sociodemográficas, seria possível isolar o efeito da implantação
do programa. Essa comparação não é viável no mercado financeiro nacional. Por esse
motivo, realizamos o presente estudo de forma retrospectiva.
Além disso, as conclusões apresentadas no presente trabalho não podem
ser aplicadas a outros ramos de atividade econômica, pois cada organização possui
diversas características, tais como cultura organizacional, natureza das tarefas, perfil
demográfico, clima organizacional, condições ergonômicas e outras, que influenciam
direta e indiretamente o resultado de um programa desta natureza.
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Retorno ao Trabalho e Reabilitação Profissional de uma Grande Instituição
também sangria de riquezas e recursos. Baixos níveis de saúde induzem muitos custos
diretos e indiretos, desviando recursos e facilidades que deveriam ser aplicados para
fortalecer e construir a economia.
Para SOUTO (2003, pg 30) a existência normal do indivíduo compõe-se de
três fases: (1) fase de preparação, representada pelo nascimento e desenvolvimento,
durante a qual a pessoa é dependente, causando somente despesas, (2) fase de pro-
dutividade, quando o indivíduo provê sustento para si e para sua família, contribuindo
para o desenvolvimento de toda a sociedade e (3) fase da velhice, quando o indivíduo
ainda pode trabalhar em maior ou menor extensão ou se tornar totalmente depen-
dente. Dessa forma, é antieconômico permitir que indivíduos que tenham atingido sua
fase produtiva se tornem improdutivos em razão de doenças ou acidentes. Seria lógico
aplicar o máximo de esforços naqueles que estão em fase de produção para que nela
permaneçam o máximo de tempo possível, uma vez que nessa fase terão a possibilidade
de efetuar um verdadeiro reembolso das despesas feitas na fase inicial.
De acordo com o Finnish Institute of Occupational Health (ILMAREIN, 1999),
a relação entre as dimensões da saúde e a capacidade para o trabalho podem ser
explicadas em um modelo teórico que parte do princípio que a produtividade começa
com a saúde. As aptidões física, mental e social interagem com os conhecimentos -
produto da educação formal e da experiência profissional - de cada indivíduo e com
suas habilidades, que podem ser definidas como padrões de comportamento que
permitem a aplicação dos conhecimentos na prática. Da interação desses fatores
surgem as diferentes competências profissionais de cada pessoa. A capacidade para
o trabalho de cada pessoa é o exercício dessas competências em um local de traba-
lho, com demandas físicas (dentro de um ambiente físico) e com demandas mentais
(dentro de um ambiente humano). BAPTISTA (2007) demonstrou esse modelo teórico
na figura abaixo:
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Retorno ao Trabalho e Reabilitação Profissional de uma Grande Instituição
Inquéritos coletivos
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Retorno ao Trabalho e Reabilitação Profissional de uma Grande Instituição
cessária a busca incessante da eliminação dos fatores de risco e sua relação com a ins-
talação e progressão da doença. São cinco grandes grupos desses fatores, a saber:
g Físicos: ruídos, radiação, temperatura, pressão
g Químicos: ácidos, álcalis, metais
g Biológicos: vírus, bactérias, fungos
g Ergonômicos e psicossociais: decorrentes da organização e gestão do trabalho
g Mecânicos e de acidentes: ligados a ambiente de trabalho
A partir da compreensão dos fatores relacionados com os binômios saúde/
doença e capacidade/incapacidade, podemos compreender a abrangência necessária
para um programa corporativo que tenha como objetivo “fazer o caminho de volta”
quando o adoecimento provoca incapacidade laborativa.
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Retorno ao Trabalho e Reabilitação Profissional de uma Grande Instituição
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Retorno ao Trabalho e Reabilitação Profissional de uma Grande Instituição
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Retorno ao Trabalho e Reabilitação Profissional de uma Grande Instituição
Segundo MANDALOZZO, a doutrina jurídica moderna ensina que aquele que causa o
dano moral, deve sofrer no bolso do igual a que fez sofrer moralmente a outra pessoa.
Portanto, ações judiciais por dano moral em doenças ocupacionais representam poten-
cialmente um custo elevado tanto no âmbito da justiça trabalhista quanto da justiça cível,
de acordo com os riscos ocupacionais da empresa, especialmente se houver negligência
no cumprimento das normas de saúde e segurança do trabalho.
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Retorno ao Trabalho e Reabilitação Profissional de uma Grande Instituição
O cenário contemporâneo das relações entre saúde e trabalho abriu espaço nas
últimas duas décadas para inúmeros esforços em diversos países no sentido de desenvolver
processos e ferramentas que possibilitem o retorno mais precoce do indivíduo às funções
produtivas. Com o envelhecimento da população, e os níveis elevados de desemprego
globais, as nações são obrigadas a repensar suas políticas de saúde no trabalho e devem
passar a atuar na prevenção da incapacidade. Estudos foram realizados nesse sentido. Na
Finlândia, SJÖGREN et al (2006) estudaram a influência do nível de atividade e da capa-
cidade funcional dos trabalhadores durante o processo de envelhecimento, seguindo-os
num estudo, tipo coorte, de 16 anos, encontrando correlação positiva entre as melhores
capacidades funcionais e níveis de atividade física, com o bem-estar dos trabalhadores.
Outro foco do problema passou a ser prevenir incapacidades desnecessárias
do trabalho ao ajudar as pessoas a se manterem empregadas. O papel do médico do
trabalho é preponderante nesse sentido. O American College of Occupational and
Enviromental Medicine explicita esse pensamento no seu consenso publicado em 2005,
no qual considera que a razão principal para as perdas de dias de trabalho/emprego
não é a patologia propriamente dita, mas sim a falta de tomada de decisão médica e
a pobre funcionalidade do processo Stay At Work / Return To Work.
Médicos devem se certificar que o plano de cuidado para seus pacientes con-
temple um retorno em tempo satisfatório para o trabalho e às suas atividades diárias.
Já no início do tratamento, o médico deve discutir com o paciente as suas expectativas
de cura e recuperação. Também deve facilitar o retorno ao trabalho, encorajando a
comunicação entre o trabalhador e seu empregador desde o começo do seu tratamento
e reabilitação. Além disso, o médico deve descrever ao empregador, o mais especifi-
camente possível, as capacidades para o trabalho atual e as eventuais necessidades
especiais quando este solicitar, desde que haja consentimento do trabalhador.
O papel do médico deve ser avaliar o paciente, fazer o diagnóstico, tratar,
desenvolver um plano de retorno ao trabalho e monitorar o retorno, levando em
consideração fatores psicossociais que possam impedir o retorno ao trabalho e que
aparecem como incapacidades desproporcionais à lesão propriamente dita.
Visando a definir as competências necessárias para o especialista em medicina
ocupacional, GALLAGHER et al (2007) realizaram uma revisão sugerindo que quatro
categorias devem ser levadas em consideração para a formação do núcleo de com-
petências para o especialista em medicina ocupacional.
g Perspectiva baseada em evidências
g Perspectiva do cliente
g Perspectiva educacional
g Perspectiva legal.
Na mesma linha, a organização canadense Physician Education Project in
Workplace Health elaborou um guia prático (Institute for Work and Health, 2000) para
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Retorno ao Trabalho e Reabilitação Profissional de uma Grande Instituição
Outro achado relevante, ainda que mais intuitivo, é de que as menores exigências
físicas da função se correlacionaram com melhor taxa de retorno.
Sem dúvida, esse estudo possibilitou aprofundar a discussão sobre a melhor
maneira de reintegrar um trabalhador incapacitado e promoveu um saudável debate
sobre o melhor modelo a ser seguido. Longe de apresentar uma solução definitiva,
aponta possíveis caminhos a serem seguidos para atingir as metas planejadas.
Outra ferramenta publicada no início da década, capaz de auxiliar o diagnóstico
precoce e, portanto, facilitar o retorno dos incapacitados, especificamente neste caso
os incapacitados por doenças músculo-esqueléticas, é o WoDDI (The Work Disability
Diagnosis Interview). Composto de questões abertas sobre fatores físicos, sociais,
ocupacionais e administrativos, possibilita aos médicos desenvolver um plano de reabi-
litação adequado. Apesar das resistências iniciais à sua implementação, o questionário
provou sua utilidade no manejo das doenças músculo-esqueléticas.
Outra característica importante de sucesso nos programas de reabilitação diz
respeito à regulamentação dos benefícios da assistência social. Historicamente, e talvez
o Brasil seja um exemplo bastante vivo dessa mudança de paradigma, o mercado de
trabalho estava dividindo as pessoas entre as que podiam e as que não podiam traba-
lhar. Ao invés disso, agora a distinção se faz entre as pessoas que estão procurando
e disponíveis para o trabalho e as que não estão. Independente da causa da provável
incapacidade, um sistema burocrático e estanque dificulta a promoção da reintegração
como exemplificado por CURTIS (2004) num artigo da The American Association of
Occupational Health Nurses. Nele, o autor defende a ideia de que o manejo efetivo da
lesão conta com a cooperação de todos os participantes: empregadores, trabalhado-
res, seguradoras, médicos e outros profissionais da saúde. Para CURTIS, os seguintes
princípios-chaves garantem o retorno ao trabalho seguro e precoce:
1. A necessidade de ter sistemas que assegurem que todos concordem, conhe-
çam e saibam o que fazer na eventualidade de uma lesão.
2. Notificação e intervenção precoce das lesões e doenças
3. O ambiente de trabalho ser o lugar mais efetivo para a maioria dos traba-
lhadores para se recuperar de lesões.
4. Trabalhadores e empregadores trabalhando em equipe.
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Retorno ao Trabalho e Reabilitação Profissional de uma Grande Instituição
Fatores e características
Estrutura do Pro-
Informal Formal Integrado
grama
Procedimentos e
Não possui Possui Possui
Políticas escritas
Comunicações
periódicas de status Não possui Possui parcialmente Possui
aos stakeholders
Identificação prévia
das possíveis ativi- Não possui Possui às vezes Possui
dades
Descrições de ativi-
dades de cargos e
Possui às vezes Possui Possui
análise do trabalho
desempenhado
Treinamento focado Possui periodica-
Não possui Possui inicialmente
para os gestores mente
Orientação corpo- Focada na colabo-
Não possui Focada no suporte
rativa ração
Gerenciamento do Programa
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Retorno ao Trabalho e Reabilitação Profissional de uma Grande Instituição
Pontos Críticos
Acompanhamento
de tratamentos Não há Há Parcialmente Todas rastreadas.
médicos
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Retorno ao Trabalho e Reabilitação Profissional de uma Grande Instituição
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Retorno ao Trabalho e Reabilitação Profissional de uma Grande Instituição
burnout. O primeiro modelo analisa duas dimensões básicas: grau de controle (decision
latitude) e demanda psicológica (psychological demand) do trabalho. Combinações
entre diferentes níveis de controle e de demanda conformam experiências ocupacionais
distintas, sendo que a combinação de alta demanda e baixo controle é relacionada a
níveis mais elevados de estresse no trabalho. Mais recentemente, a avaliação do suporte
social foi adicionada ao modelo demanda-controle porque situações de baixo suporte
social são associadas com um maior risco do surgimento do estresse ocupacional. O
burnout, segundo MASLACH (1986), é um conjunto de sintomas caracterizado por
sinais de exaustão emocional, quando o indivíduo percebe não possuir mais condições
de despender energia que o seu trabalho requer, despersonalização, ou seja, atitudes
insensíveis em relação às pessoas nas funções que desempenha (o individuo cria uma
barreira para não permitir a influência dos problemas e sofrimentos alheios em sua
vida) e reduzida realização profissional caracterizada por insatisfação com si próprio
e com a execução do trabalho, ocasionando sentimentos de incompetência e baixa
autoestima. Esses sintomas ocorrem em decorrência de uma má adaptação do indiví-
duo a um trabalho prolongado, altamente estressante e com grande carga tensional,
mais frequentemente observada em profissões que trabalham diretamente no contato
com outras pessoas, tais como profissionais de saúde, policiais e professores, apesar
de não ser uma prerrogativa exclusiva destas. As teorias transacionais enfatizam o
processo cognitivo e as reações emocionais associadas com a interação da pessoa com
o seu ambiente em dois modelos: (1) desequilíbrio entre esforço e recompensa e (2)
modelo cognitivo fenomenológico. O primeiro modelo foi construído a partir da ideia
de que os trabalhadores dispensam esforços (responsabilidades, carga de trabalho e
pressão de tempo) e têm expectativas, dentro de um processo social negociado, de
recompensa adequada (remuneração, estima e oportunidades de carreira). De acordo
com o modelo, quando houver um desequilíbrio entre duas variáveis, geralmente em
pessoas muito comprometidas e dedicadas, há uma percepção de um esforço muito
maior do que a compensação, gerando estresse no trabalho. O segundo modelo en-
fatiza a capacidade do indivíduo em lidar com situações estressantes e quando há o
sentimento que a capacidade de lidar não permite resolver ou administrar a situação,
há estresse psicológico.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (2003) existe uma confusão entre
pressão/desafio e estresse, pois a pressão no trabalho é inevitável em função das
demandas dos ambientes de trabalho contemporâneos. A pressão percebida como
aceitável pelo indivíduo mantém a atenção, a motivação e o aprendizado. Contudo,
quando a pressão se torna excessiva ou não administrável, leva ao estresse. Também
segundo a Organização Mundial da Saúde (2003), há nove categorias de características
do trabalho que podem ser associadas ao estresse ocupacional:
g Conteúdo do trabalho: monotonia, tarefas sem sentido ou desestimulantes,
de tempo.
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Retorno ao Trabalho e Reabilitação Profissional de uma Grande Instituição
mento negativo.
g Reações emocionais caracterizadas por tristeza e infelicidade.
g Padrões fisiológicos como sensação de fadiga, distúrbios do sono e alterações
do apetite.
g Padrões comportamentais caracterizados por falta de motivação e isolamento
social.
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Retorno ao Trabalho e Reabilitação Profissional de uma Grande Instituição
trabalhador. Esse autor conceitua organização do trabalho como a divisão das tarefas
e a divisão dos homens. A divisão das tarefas engloba o conteúdo das tarefas, o modo
operatório e tudo que é prescrito pela organização do trabalho.
Não há consenso a respeito da relação de causalidade entre o trabalho e os
transtornos mentais. DEJOURS (1987) considera que, contrariamente ao que se poderia
imaginar, a exploração do sofrimento pela organização do trabalho não cria doenças
mentais específicas, pois as descompensações psicóticas e neuróticas dependem em
última instância da estrutura das personalidades, adquirida muito antes do engaja-
mento no trabalho. Assim, de acordo com o autor, o trabalho poderia no máximo
favorecer as descompensações psiconeuróticas. SELIGMANN-SILVA (1995) afirma que
apesar de não existir um consenso que tenha permitido uma classificação dos distúr-
bios psíquicos vinculados ao trabalho, existe uma concordância do papel etiológico do
trabalho, mas não a respeito do modo como se exerce a conexão trabalho/psiquismo
de forma suficiente a permitir um quadro teórico. Os distintos modelos teóricos trazem
dificuldades para a clínica e para a prevenção. Segundo BILSKER et al (2005), mudanças
no trabalho, tais como downsizing, incertezas sobre o emprego e desequilíbrio entre
vida pessoal e profissional podem, em associação com fatores individuais, contribuir
com a depressão. GLINA et al (2001) analisaram sete casos de transtornos mentais
atendidos em um Centro de Referência em Saúde do Trabalhador, buscando discutir
o estabelecimento do diagnóstico e do nexo causal com o trabalho. As situações de
trabalho caracterizaram-se por: condições de trabalho nocivas, problemas relacionados
à organização do trabalho, gestão inadequada de pessoal e violência. Os quadros
clínicos mostraram a existência de medo, ansiedade, depressão, nervosismo, tensão,
fadiga, mal-estar, perda de apetite, distúrbios de sono, distúrbios psicossomáticos
(gastrite e crise hipertensiva). Além disso, ocorreu contaminação involuntária do tempo
de lazer. Os diagnósticos psiquiátricos foram variados e, segundo os autores, em todos
os casos foi possível relacionar o quadro clínico com a situação de trabalho. Segundo
SELIGMANN-SILVA (2003) alguns fatores ocupacionais podem estar relacionados às
doenças mentais, destacando-se atividades socialmente desprestigiadas por envolve-
rem atos e materiais considerados desagradáveis ou repugnantes, como é o caso de
contato com cadáver, esgoto e lixo; atividades em que a tensão gerada é constante e
elevada, especialmente quando não ocorre apoio social e reconhecimento, destacando-
se atividades perigosas, grande densidade da atividade mental, trabalho monótono,
isolamento, afastamento prolongado do lar e outros. O Ministério da Saúde (2001),
em publicação direcionada para os serviços de atendimento à saúde do trabalhador,
relaciona uma série de exemplos de produtos químicos passíveis de causarem trans-
torno mental, destacando-se monóxido de carbono, sulfeto de hidrogênio, sulfeto de
carbono, metais pesados, tricloroetileno, tolueno, brometo de metila e outros.
Recentemente, tem havido crescente preocupação com a questão do assédio
moral nos ambientes de trabalho. Com diferentes denominações nos diversos países
(mobbing, mistreatment, bossing, work abuse, bullying, emotional abuse, harcele-
ment moral, maltrato piscologico, acosso moral, harcelement psiychologique, dentre
grupos de apoio.
Segundo BUCASIO et al (2005), no contexto dos transtornos mentais e traba-
lho no sistema bancário, um tema importante é o grupo de transtornos do estresse
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Retorno ao Trabalho e Reabilitação Profissional de uma Grande Instituição
Esses dados são compatíveis com os observados em outros países, tais como
os estudos de SINGLETON et al (2002) no Reino Unido e KESSLER et al (2005) nos
Estados Unidos, e demonstram que, em nosso meio, os transtornos mentais são
frequentes e possuem impacto significativo e previsível sobre a força de trabalho,
devendo as empresas observar essa prevalência em seu planejamento de benefícios,
assim como trazem novos desafios para as políticas e práticas em saúde ocupacional
do nosso país, incluindo programas de retorno ao trabalho e gestão da incapacidade
para o trabalho.
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Retorno ao Trabalho e Reabilitação Profissional de uma Grande Instituição
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Retorno ao Trabalho e Reabilitação Profissional de uma Grande Instituição
os custos com assistência à saúde e com benefícios por incapacidade para o trabalho
em transtornos depressivos em comparação com outras doenças crônicas (doença
cardíaca, diabetes, hipertensão e lombalgia). Os dados de 15.153 trabalhadores da
empresa foram examinados e modelos de regressão foram utilizados para controlar as
características demográficas e do emprego. Os resultados mostraram que empregados
tratados para depressão apresentaram custos anuais (incluindo assistência médica e
incapacidade para o trabalho) de US$ 5.415, significativamente maior do que o custo
para a hipertensão e comparável ao custo para as três outras condições médicas. Os
trabalhadores com doença depressiva apresentam um acréscimo de custo 70% maior
em comparação com as outras condições médicas isoladas. A depressão foi associada
com uma média anual de 9,86 dias perdidos por doença, significativamente maior
do que qualquer das outras condições. O custo de depressão para os empregadores,
especialmente os dias de trabalho perdidos, é tão grande ou maior do que o custo
de outras doenças comuns. A associação da depressão com outras patologias é par-
ticularmente caro.
Segundo KESSLER et al (2008), uma característica da depressão é a existência de
comorbidades com outras patologias físicas e mentais e a sinergia do efeito da depressão
e dessas comorbidades nas restrições para o trabalho e nos decrementos no desempenho
dos trabalhadores. Esses autores realizaram estudo em uma grande empresa de tecnolo-
gia da informação, com cerca de 20.000 empregados, analisando dados de assistência
médica e benefício farmácia. Foram avaliados dados de absenteísmo, presenteísmo e
diversas doenças (doenças mentais, cardíacas, diabetes, osteomusculares, respiratórias,
mentais, cefaléia, obesidade, distúrbios do sono, fadiga crônica e outras). Os resultados
mostraram que a depressão, isoladamente, teve maior impacto sobre o desempenho
dos empregados em comparação com todas as outras patologias, e foram compatíveis
com diversos outros estudos mostrando que a depressão é uma das patologias com
maior impacto sobre a produtividade. Além disso, diversas outras patologias exacerba-
ram o efeito da depressão, mas não tiveram o mesmo efeito isoladamente. Os autores
ressaltam o impacto da depressão sobre a produtividade em associação a diversas outras
patologias frequentes na população em geral. Esses casos podem ser objeto de ações
de suporte específicas visando a aumentar a relação custo-efetividade dos programas
de apoio e tratamento dos transtornos mentais.
BREENNINKMEIJER et al (2008) realizaram um estudo prospectivo que visava a
identificar fatores preditivos que pudessem auxiliar na identificação de casos de depres-
são com um risco aumentado de afastamento prolongado do trabalho e observaram
que as duas variáveis que mais influenciam negativamente na evolução dos sintomas
depressivos são: nível de escolaridade mais baixo e ser o único chefe da família. Al-
guns fatores do trabalho podem ter influência no curso dos sintomas depressivos, tais
como elevada demanda no trabalho, baixa latitude de decisão, elevada carga física no
trabalho e situações de medo da perda do emprego. Observaram também, que ações
que favoreçam o retorno precoce ao trabalho têm efeitos muito positivos na evolução
dos sintomas depressivos, pois o retorno parcial ou total ao trabalho pode auxiliar a
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Retorno ao Trabalho e Reabilitação Profissional de uma Grande Instituição
melhora dos sintomas depressivos por desafiar crenças sobre a incapacidade social do
indivíduo. Uma ação por parte do empregador que se mostrou particularmente útil
em promover um curso favorável da depressão foi a mudança nas tarefas realizadas
pelo empregado.
SIMON et al (2001) realizaram revisão da literatura para analisar se tratamentos
efetivos são associados com melhora significativa no desempenho dos trabalhadores,
pois a intenção dos empregadores em investir em programas de qualidade no tra-
tamento da depressão depende da expectativa de retornos efetivos no contexto de
saúde ocupacional. Os autores consideram que a depressão é especialmente atrativa
para intervenções por parte das empresas, pois tem prevalência elevada e compromete
trabalhadores mais jovens em comparação com outras doenças crônicas. Os autores
encontraram diversos tipos de estudo (transversais, longitudinais, controlados e não
controlados) que analisaram o aumento de produtividade como resultado do tratamen-
to da depressão. Os autores concluíram que os estudos existentes sugerem que ganhos
de produtividade em consequência do tratamento da depressão podem compensar os
custos do tratamento, e que outros estudos controlados eram necessários.
NIEUWENHUIJSEN et al (2004) estudaram comportamento de supervisores como
fator preditivo para o retorno ao trabalho em trabalhadores afastados por transtornos
mentais por um período superior a seis semanas. Três aspectos do comportamento
dos supervisores durante o período de ausência foram medidos: comunicação com o
trabalhador afastado, a promoção gradual do retorno ao trabalho e consulta a outros
profissionais. Os resultados mostraram que uma melhor comunicação entre supervisor
e trabalhador foi associada com um menor tempo para o retorno integral ao trabalho
em empregados não deprimidos. Para os trabalhadores com um elevado nível de sin-
tomas depressivos, esta associação não pôde ser estabelecida. Se o afastamento por
doença tinha consequências financeiras para o departamento, o supervisor se comu-
nicava mais frequentemente com o trabalhador. Supervisores que foram responsáveis
pelo retorno ao trabalho na sua organização eram mais susceptíveis de se comunicar
melhor e consultaram outros profissionais mais frequentemente. Os autores sugerem
que sejam adotadas as seguintes políticas:
g Supervisores devem manter contato com empregados afastados por doenças
para o departamento.
formas de analisar o retorno sobre o investimento para encorajar aqueles que tomam
decisões nas empresas a investir em intervenções de qualidade para a depressão e
afirma que a pesquisa futura deve ter os seguintes focos:
g Avaliação de riscos (no nível organizacional) e fatores de proteção
g Desenvolvimento de programas de intervenção
g Avaliação dos resultados visando a demonstrar eficácia, efetividade e custo-
efetividade.
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Retorno ao Trabalho e Reabilitação Profissional de uma Grande Instituição
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Retorno ao Trabalho e Reabilitação Profissional de uma Grande Instituição
difícil solução.
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Retorno ao Trabalho e Reabilitação Profissional de uma Grande Instituição
No Brasil, até 1998, esse grupo de patologias era denominado LER (Lesões por
Esforços Repetitivos), definidos como um conjunto de afecções que podem acometer
tendões, sinóvias, músculos, nervos, fáscias e ligamentos, isolada ou associadamente,
com ou sem degeneração de tecidos, atingindo principalmente, porém não somente, os
membros superiores, região escapular e pescoço, de origem ocupacional, decorrente, de
forma combinada ou não, de uso repetitivo de grupos musculares, uso forçado de grupos
musculares, manutenção de postura inadequada (Norma Técnica para LER, 1992).
Atualmente, a definição desse grupo de patologias pelo INSS é a seguinte (Ins-
trução Normativa INSS/DC Nº 98): “Entende-se LER/DORT como uma síndrome relacio-
nada ao trabalho, caracterizada pela ocorrência de vários sintomas concomitantes ou
não, tais como: dor, parestesia, sensação de peso, fadiga, de aparecimento insidioso,
geralmente nos membros superiores, mas podendo acometer membros inferiores.
Entidades neuro-ortopédicas definidas como tenossinovites, sinovites, compressões
de nervos periféricos, síndromes miofasciais, que podem ser identificadas ou não.
Frequentemente são causa de incapacidade laboral temporária ou permanente. São o
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Retorno ao Trabalho e Reabilitação Profissional de uma Grande Instituição
A primeira referência existente sobre as LER foi a publicação feita pelo “pai”
da medicina do trabalho, Bernardino Ramazzini, em 1700, escrevendo sobre o que ele
chamou de Doenças dos Escribas e Notários, cujos sintomas eram extremamente seme-
lhantes aos descritos atualmente como características das LER/DORT. Porém, foi somente
com o incremento da tecnologia que se intensificou o aparecimento dos casos.
Há uma considerável polêmica a respeito do estabelecimento de um diagnós-
tico médico desse grupo de patologias. HELFENSTEIN Junior (1997) realizou estudo
para verificar a prevalência de fibromialgia entre pacientes diagnosticados como
portadores de LER. Ele examinou 103 pacientes e, entre estes, dos 80 que apresenta-
vam dor difusa, 73 foram comparados clínica e psicologicamente com 165 pacientes
fibromiálgicos e os resultados foram bastante similares. O autor afirmou que muitos
pacientes diagnosticados como portadores de LER são, na verdade portadores de
fibromialgia. Em estudo do Departamento de Ortopedia e Traumatologia do Hospital
das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo verificou-se que
20,2% dos pacientes com DORT tinham dor generalizada e 32,7% tinham tender
points e trigger points de padrão fibromiálgico (LIN et al, 1997). MILLER E TOPLISS
(1988) estudaram clinicamente 229 pacientes da força de trabalho australiana que
apresentavam quadros caracterizados como lesões por esforços repetitivos. Os re-
sultados revelaram que apenas 29 apresentaram quadros clínicos que preenchiam
critérios diagnósticos de patologias específicas (fibromialgia, síndrome do impacto,
síndrome do túnel do carpo, artrite reumatóide, epicondilite lateral, tenossinovite
DeQuervain e outros) e os outros 200 trabalhadores apresentavam diferentes padrões
de síndromes dolorosas associados a outros sintomas e não era possível firmar um
diagnóstico preciso. RANNEY et al (1995) estudaram clinicamente 146 trabalhadoras
canadenses que realizavam atividades altamente repetitivas. Os resultados mostraram
que a dor muscular era o principal problema, acometendo principalmente a região
cervical e os ombros (31%) e a musculatura extensora dos antebraços (23%), foram
também observados casos de síndrome do túnel do carpo, tenossinovite DeQuervain
e tenossinovite dos flexores do punho.
COUTO (2007, pp 85-100) prefere distinguir as LER como o fenômeno social,
ou seja, os aspectos sociais, políticos, administrativos, organizacionais e psicológicos
relacionados com esse grupo de patologias e os DORT como o fenômeno médico, a
ser prevenido, diagnosticado, tratado por profissionais de saúde. Segundo esse autor,
a institucionalização do “fenômeno LER” no Brasil tem relação com as mudanças no
trabalho nos anos 90, em especial com a informatização e com a atuação de diversos
sindicatos, com o interesse da imprensa pelo tema, com a atuação do Poder Executivo
(normatizando a questão do ponto de vista legal e previdenciário), com a atuação de
órgãos de fiscalização do trabalho e com a atuação do Poder Judiciário (Ministério
Público e Tribunais Trabalhistas e Cíveis), aplicando a legislação com elevados custos
para as empresas. O autor considera que as LER implicam em grandes desafios para
as empresas com processo produtivo que envolve o uso frequente das mãos e para
aquelas com atividades com uso intensivo de computador e elevada carga mental, pois
248
Retorno ao Trabalho e Reabilitação Profissional de uma Grande Instituição
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Retorno ao Trabalho e Reabilitação Profissional de uma Grande Instituição
de terminal on-line e máquinas autenticadoras, aqueles que referiram seu ritmo de tra-
balho como “acelerado”, aqueles que trabalhavam na maior parte do tempo sentados
e aqueles que classificaram seu ambiente de trabalho como inadequado.
LIMA (1998) analisou os resultados de reuniões realizadas entre bancários divi-
didos em dois grupos, um deles com pessoas portadoras de LER e o outro com pessoas
sem este diagnóstico, visando a conhecer as formas de proteção utilizadas para não
adoecerem. No primeiro grupo foram apontados os principais fatores presentes na gênese
da LER, quais sejam: a automação, citada pela maioria dos caixas como um marco para
o aumento do número de casos; o horário de trabalho, isto porque o horário de seis
horas como é o acordado em lei, não é a realidade da jornada diária; as condições de
trabalho tais como ruído, baixas temperaturas, mobiliário e maquinário inadequado não
favorecem o desenvolvimento das tarefas; intensificação do trabalho, critérios de avalia-
ção, responsabilidade excessiva, características pessoais, impossibilidade de realização
profissional; mudança nas políticas, planos econômicos que acarretam mudanças nos
bancos. Quanto às diferenças entre os dois grupos, o segundo grupo (não portadores de
LER) apresentou: maior disponibilidade para mudar ou diversificar as atividades; a relação
com o trabalho e as exigências parecia ser diferentes, esse grupo pareceu escolher não
acelerar o seu ritmo, nem ultrapassar a jornada de trabalho; a relação com a avaliação
também mostrou ser diferente, esse grupo preferia a qualidade do atendimento ao invés
da quantidade; e esse grupo mostrou também ter uma capacidade maior de descon-
tração. Depoimentos de bancários apontaram os atritos entre colegas como um fator
de estresse no trabalho. A situação contrária, ou seja, de boas relações interpessoais no
ambiente de trabalho pode ser considerada como um aspecto promotor de saúde. A
autora fez uma recomendação a partir de suas pesquisas: a mudança deve ocorrer na
organização do trabalho e não nas pessoas.
RIBEIRO (1997) apresentou o papel do Estado e da medicina do trabalho como
instituições responsáveis pela normatização e intervenção nas questões deste e de outros
tipos de adoecimento dos trabalhadores. Analisou a “violência oculta” na atividade
bancária e a emergência das LER nesses trabalhadores, descrevendo o percurso do
adoecimento coletivo baseado nos depoimentos de 346 bancários portadores de LER,
tendo como principal resultado a revelação feita pelos sujeitos de sentimentos de perda
e medo da incapacidade, além do esforço para aceitar novos limites e a vontade de
retornar ao trabalho para evitar a discriminação e a marginalização social e afetiva.
COUTO (2007, pp 122-123) descreve que há ganhos secundários para os
trabalhadores que têm ou tiveram LER/DORT:
g Estabilidade no emprego de 12 meses se houver afastamento superior a 15
dias e encaminhamento à Previdência Social.
g Indenização, pois têm crescido no Brasil as ações por danos morais.
g Afastamento com salário integral, em alguns casos até com salário superior
ao habitual.
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Retorno ao Trabalho e Reabilitação Profissional de uma Grande Instituição
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possuía pós-graduação e entre as mulheres havia duas com mestrado. Para aprofun-
damento do estudo foram realizadas entrevistas com 16 bancários que passaram pelo
processo de reabilitação. Foi utilizado um roteiro semi-estruturado e o Discurso do
Sujeito Coletivo para a análise, fundamentado na Teoria das Representações Sociais. O
público alvo do Programa de Reabilitação foram os empregados afastados por Licença
por Acidente de Trabalho e Licença Tratamento de Saúde, ou ainda empregados que
necessitem de troca de função/posto de trabalho, como forma de prevenção de riscos
relacionados ao trabalho e empregados que apresentem dificuldades de integração à
equipe e/ou atividades laborativas. O Programa era composto por três fases:
g Primeira fase: Triagem, para definir se o empregado, cuja inscrição foi solici-
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Retorno ao Trabalho e Reabilitação Profissional de uma Grande Instituição
260
Retorno ao Trabalho e Reabilitação Profissional de uma Grande Instituição
GINÁSTICA LABORAL
INÍCIO: 1996.
OBJETIVO: Realizar exercícios de alongamento no ambiente de trabalho para aliviar o es-
tresse, incentivar a prática de atividades físicas compensatórias, prevenir problemas muscu-
lares e melhorar o clima organizacional.
PÚBLICO-ALVO: Atualmente é aplicado em 763 agências e 71 áreas administrativas, além
das centrais de atendimento.
COMO FUNCIONA: Depois de realizado um mapeamento das áreas de maior exposição à
sobrecarga muscular, é feita a proposta de aplicação. As áreas também podem solicitar e o
setor responsável pelo programa avalia a inclusão.
EDUCAÇÃO NUTRICIONAL
INÍCIO: 2003.
OBJETIVO: Orientar os colaboradores sobre alimentação saudável por meio de acompanha-
mento ambulatorial clínico individualizado, grupos de emagrecimento e acompanhamento
individualizado na academia.
PÚBLICO-ALVO: Colaboradores do Centros Empresarial e Tecnológico do Banco .
262
Retorno ao Trabalho e Reabilitação Profissional de uma Grande Instituição
COMO FUNCIONA: Envio de material educativo utilizando diversas mídias como folder (impres-
so e em áudio, para deficientes visuais), site, mural e evento interativo com os colaboradores.
ACADEMIA DE GINÁSTICA
INÍCIO: 2004.
OBJETIVO: Garantir a prática de atividade esportiva no ambiente de trabalho, para cola-
boradores do Centro Empresarial e Tecnológico, e via convênio Academia x Banco, para os
demais colaboradores.
PÚBLICO-ALVO: Colaboradores do Centro Empresarial e Tecnológico.
QUICK MASSAGE
INÍCIO: 2006.
OBJETIVO: Aliviar a tensão e a dor e proporcionar relaxamento, disponibilizando sala am-
bientada para esse fim.
PÚBLICO-ALVO: Colaboradores do Centros Empresarial e Tecnológico.
COMO FUNCIONA: O colaborador agenda um horário pessoalmente ou por telefone para a
utilização dos serviços a preços acessíveis.
PROGRAMA ComTato
INÍCIO: 2007.
OBJETIVO: Orientar e apoiar colaboradores e familiares em situações-problema, por meio
de equipe multidisciplinar especializada em Psicologia, Fonoaudióloga, Fisioterapia (RPG),
Psicopedagogia, Direito, Nutrição, Educação Física, Terapia Ocupacional, entre outros, via
0800 e atendimento presencial em consultório.
PÚBLICO-ALVO: Todos os colaboradores e familiares.
COMO FUNCIONA:. Colaborador e familiares acessam os serviços informando o número da
funcional.
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O ESTRESSE
Conceito de
Estresse e seu
O Estresse bom e Como treinar os mecanismos de compensação –
mecanismo de
o Estresse ruim. náusea, respiração, bom humor, perdão.
instalação e de
compensação.
APRIMORANDO A COMUNICAÇÃO
O programa foi implantado nas cidades onde e a empresa possuía uma re-
gional da área de saúde ocupacional, a saber: São Paulo/SP, Rio de Janeiro/RJ, Belo
Horizonte/MG e Curitiba/PR, representado cerca de 85% do total de funcionários
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Retorno ao Trabalho e Reabilitação Profissional de uma Grande Instituição
18. RESULTADOS
Os resultados apresentados correspondem à tabulação dos dados referentes
aos casos incluídos no programa de janeiro de 2005 a dezembro de 2007. Os inclu-
ídos em 2003 e 2004 foram excluídos da análise, pois, apesar de existir uma política
corporativa, o projeto estava em fase de maturação e todos os princípios conceituais
e operacionais atualmente em vigor não estavam plenamente implantados.
Pedido de demissão 2
Dispensa sem justa causa 19
Dispensa por falta grave 3
Óbito 1
TOTAL 26
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Retorno ao Trabalho e Reabilitação Profissional de uma Grande Instituição
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Retorno ao Trabalho e Reabilitação Profissional de uma Grande Instituição
Resultados do acompanhamento
A partir de agosto de 2007, foi iniciado o acompanhamento dos funcionários
incluídos pelo programa de apoio pessoal. A partir dessa data, 89 funcionários fo-
ram incluídos nessa etapa do processo dentro do período estudado. Até então, esse
acompanhamento era feito pelos profissionais de saúde ocupacional do banco e não
havia um questionário padronizado. Os resultados obtidos nessa amostra foram bas-
tante significativos e, por esse motivo, optamos por descrevê-los no presente estudo.
As tabelas abaixo mostram as respostas dos funcionários às perguntas feitas pelos
psicólogos nos três primeiros meses de seguimento (n = 89):
1º Contato 6,9
2º Contato 7,1
3º Contato 7,5
1º Contato 83%
2º Contato 86%
3º Contato 81%
Sim
1º Contato 14%
2º Contato 17%
3º Contato 17%
19. DISCUSSÃO
De acordo com a classificação proposta por CHANDLER (2003), podemos
concluir que o programa estudado pode ser considerado avançado, pois possui as
seguintes características:
g Realiza ações rápidas e precoces.
g Apresenta flexibilidade para lidar com múltiplas situações ao longo do processo.
g Busca a formação de parcerias internas para ampliar o potencial de sucesso
do programa.
g Possui equipe focada na operação e na gestão do programa.
g Utiliza recursos sob sua própria administração.
g Possui registro de todas as etapas do processo.
g Identifica as atividades desempenhadas e implanta modificações e ajustes
necessários.
274
Retorno ao Trabalho e Reabilitação Profissional de uma Grande Instituição
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Retorno ao Trabalho e Reabilitação Profissional de uma Grande Instituição
g Atuação multidisciplinar.
g Concomitância com diversas outras ações de saúde ocupacional e promoção
da saúde.
g Caráter corporativo e comprometimento da alta diretoria da empresa.
g Adequação temporária de metas de produtividade.
g Modificação das tarefas e posto de trabalho de acordo com a necessidade.
g Participação dos gestores e dos trabalhadores no processo.
g Garantia temporária de emprego.
g Atuação da área de saúde ocupacional nos locais de trabalho.
g Acompanhamento dos casos a longo prazo.
g Disponibilização de equipe focada no processo.
20. CONCLUSÕES
Com base nos resultados e na discussão apresentada, podemos concluir que,
apesar de ser uma situação complexa, é viável a implantação de um programa de
apoio para o retorno ao trabalho e reabilitação profissional buscando a redução do
impacto da incapacidade laboral para a empresa. É necessário que a alta direção
tome a decisão de implantar o programa e disponibilize os recursos necessários para
tal, sendo fundamental que exista uma equipe de profissionais de saúde ocupacional
adequadamente capacitada e dedicada à sua implantação.
O sucesso do programa estudado deveu-se à adoção de diversas políticas e pro-
cedimentos alinhados com as principais recomendações mundiais para programas dessa
natureza, em especial o envolvimento da alta diretoria, o envolvimentos dos gestores, a
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Retorno ao Trabalho e Reabilitação Profissional de uma Grande Instituição
“Os anjos têm asas e roupas brancas como as dos médicos. Às vezes sentimos
que os anjos nos rodeiam, não os vemos, mas sentimos e até escutamos aquela voz
que acalenta e acalma, que esquenta o frio do coração. Os anjos existem e estão na
terra, aparecem na hora certa, naquela hora em que precisamos de carinho, de uma
base, de um chão, de uma luz, de otimismo e esperança. E os anjos têm asas e roupas
brancas como as dos médicos! Com todo o respeito, agradeço a esperança que têm
dado ao meu coração.”
03/2006
“Estive aqui para dar um oi, mas infelizmente desencontramos... Sempre que eu
passo aqui no... , nunca vou poder deixar de passar na sua sala, para dizer no mínimo
muito obrigada; afinal eu estar aqui também é parte do seu sucesso!!!”
07/2007
280
Retorno ao Trabalho e Reabilitação Profissional de uma Grande Instituição
“Boa tarde. Estou super bem... Ontem tive consulta também com Dr. ...... estou
até me sentindo feliz!! Muito obrigada pela atenção. Beijos”
08/2007
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