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Anhembi Morumbi
São Paulo - 2017
O silêncio cinematográfico:
Nas palavras de John Cage: “nenhum som teme o silêncio que o extingue, e
nenhum silêncio existe que não seja pregnante de som.”
Digamos assim, o silêncio absoluto não existe, o que existe são sensacões de
experimentacões do silêncio.
Ela começa a olhar em círculos, é nesse movimento que ela visualiza a torre da
mansão, onde vemos seu rosto crispado. Pela subjetiva da personagem vemos uma
pessoa no alto da torre. O silêncio é substituído pelo som de vento que a acompanha
correndo até a torre. O silêncio aqui é dramático, revelando o interior do personagem e
seu conflito que se intensificará a partir de então.
Fazendo uma analogia com a imagem, vamos pensar no som em dois planos.
No primeiro plano temos o som mais presente, enquanto em segundo plano, o menos
presente. Por exemplo, se imaginarmos que em segundo plano existe o som de uma
floresta, com o canto dos pássaros, as folhas, os sons dos animais e do vento tocando
toda a superfície da floresta e em primeiro plano existe o som de uma serra elétrica
ligada, cortando uma árvore, perceberemos que o elemento mais importante da cena é a
serra elétrica. Ao cessar o som da serra, apenas o som que estava em segundo plano
permanece audível, gerando a sensação de silêncio.
Kubrick utilizava nas suas obras artifícos criativos, seu talento na fotografia,
roteiro, direção, além do conhecimento vasto em músicas clássicas e xadrez. Uma
somatória com diversas habilidades ao longo do tempo, recriando assim seus
experimentalismo tecnologicos e artisticos.
O conhecimento de Kubrick sobre lentes veio de seu passado. “As lentes é que
realmente fazem as imagens. As lentes são a parte mais importante de tomada de
imagem do cinema, que ele entendia muito bem”, explica Dunton.
Sobre o uso das tecnologia, ela vai além da técnica, implicando o “uso de
conhecimento científico, da ciência moderna que nasceu – ou se consolidou – nos
séculos XVII e XVIII e prossegue até nossos dias”. Pinto (2005:23).
Considerações finais:
CAGE, John. Silêncio. Tradução de Marina Pedraza. Madrid: Árdora Ediciones, 2007.
DACYNGER, Ken. Técnicas de edição para cinema e vídeo: história, teoria e prática.
Tradução de Maria Angélica Marques Coutinho. Rio de Janeiro: Elsevier, 5ªed,2003.
Referências Filmográficas: