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Ensino Fundamental
Introdução
A educação brasileira apresenta desafios de vários tipos, sendo eles estruturais, pedagógicos,
financeiros e sociais. No último ranking mundial de qualidade de educação realizado pela
Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o Brasil ficou em 60ª
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posição, dentre 76 países avaliados . Já no PISA, a principal avaliação de desempenho escolar
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internacional, o Brasil ocupa a 58ª posição entre 65 países avaliados . Com o cenário da
pandemia, esses desafios aumentaram ainda mais, visto que as desigualdades foram
ampliadas e muitos estudantes ficaram sem acesso à escola durante um longo tempo.
Dessa forma, uma ferramenta para auxiliar os professores no trabalho com os processos
avaliativos, apoiando o diagnóstico das aprendizagens e orientando as intervenções
pedagógicas necessárias torna-se fundamental, principalmente no momento onde é de suma
importância discutir a recomposição das aprendizagens após os impactos causados pela
pandemia do Covid-19.
É isso que o Avalia e Aprende propõe. Pensando em apoiar as redes e escolas na construção
uma cultura avaliativa a favor da aprendizagem, de forma a superar os déficits de
aprendizagem acentuados com a pandemia, o Instituto Reúna oferece propostas avaliativas a
partir dos Mapas de Foco da BNCC, que podem ser acessados neste link, auxiliando redes,
escolas e professores a entender melhor como usar as avaliações diagnósticas e formativas
para melhorar a aprendizagem de Língua Portuguesa e Matemática nos anos finais do Ensino
Fundamental.
Para isso, o Avalia e Aprende contempla três etapas: (1) as Descrições de Aprendizagem, (2) as
Avaliações diagnósticas e (3) as Avaliações formativas.
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https://g1.globo.com/educacao/noticia/2015/05/brasil-ocupa-60-posicao-em-ranking-de-educacao-em-lista-com-7
6-paises.html
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https://g1.globo.com/educacao/noticia/2013/12/brasil-evolui-mas-segue-nas-ultimas-posicoes-em-ranking-de-edu
cacao.html
exemplos de observação das aprendizagens em ação. Assim, o professor tem uma visão
resumida do que deve ser mobilizado pelos estudantes, ajudando na compreensão de se as
aprendizagens estão acontecendo ou não.
Já as Avaliações diagnósticas apresentam questões que podem ser aplicadas para apoiar na
identificação das aprendizagens consolidadas ou possíveis defasagens, contribuindo para a
construção de um diagnóstico que auxilie na priorização das intervenções pedagógicas. Para
ajudar as redes e os professores, as avaliações diagnósticas do Avalia e Aprende foram
desenvolvidas a partir das habilidades da BNCC, priorizando as aprendizagens focais dos
Mapas de Foco, e estão organizadas por ano escolar e componente curricular. Esta etapa traz
diferentes tipos de questões, organizadas em dois cadernos: o caderno 1, de atividades
pregressas e o caderno 2, de atividades do ano. Os cadernos estão disponíveis nas versões do
professor e do estudante.
As avaliações formativas, por sua vez, auxiliam na avaliação da aprendizagem, do ensino e até
do próprio processo de avaliação, criando assim uma cultura da avaliação para fazer a
aprendizagem acontecer. As avaliações formativas permitem ao docente fazer os ajustes de
rota que reconduzem continuamente os estudantes às aprendizagens esperadas. Os cadernos
estão disponíveis nas versões do professor e do estudante.
As avaliações diagnósticas dos anos finais do Ensino Fundamental foram pensadas de forma a
auxiliar as redes, escolas e os professores na construção de um diagnóstico que auxilie na
priorização das intervenções pedagógicas a serem realizadas durante o ano escolar.
O caderno 1, de atividades pregressas, serve como um diagnóstico daquilo que foi aprendido
pelo estudante em anos anteriores, sendo composto pelas principais habilidades estudadas
ao longo de seu processo escolar. Sugere-se que esse instrumento seja aplicado no início do
ano, para que o professor possa diagnosticar desde cedo as lacunas de aprendizagem de sua
turma. Os cadernos do 6º e do 7º ano do Ensino Fundamental contam com 12 atividades
inéditas, enquanto os cadernos do 8º e 9º anos contam com 13, com respostas comentadas e
possíveis intervenções pedagógicas a serem realizadas pelo professor.
O caderno 2, de atividades do ano, por sua vez, conta com habilidades que foram estudadas
no ano em questão, o que torna sua aplicação mais apropriada para o segundo semestre
daquele ano. Da mesma forma que o caderno 1, o 6º e o 7º ano do Ensino Fundamental
contam com 12 atividades inéditas, e o 8º e 9º anos contam com 13, com respostas
comentadas e possíveis intervenções pedagógicas a serem realizadas pelo professor.
Orienta-se que o caderno 2 não seja utilizado como uma prova final, dado que ele possui uma
série de sugestões de intervenções pedagógicas que podem ser realizadas pelo professor
para sanar eventuais problemas de aprendizagem de determinado ano, diagnosticados
durante a análise dos resultados.
É importante ressaltar que, embora haja notas e parâmetros para correção, a avaliação
diagnóstica é uma ferramenta pedagógica, servindo de base para a construção de um
aprendizado efetivo e não para uma pontuação do estudante, atrelando o resultado a uma
aprovação ou reprovação deste.
O número de questões selecionadas para a avaliação, em cada ano escolar, foi calculado com
base no tempo que os estudantes levariam para responder às questões, tendo em vista que
seriam aplicadas no horário escolar. Levamos em conta que responder entre 12 e 13 questões
levaria no máximo dois tempos de aula, ou 100 minutos, em média 8 minutos para cada
questão.
Cada um dos cadernos diagnósticos possui também uma Matriz de Referência atrelada a ele.
Essas Matrizes podem ser acessadas por meio destes links (Matemática e Língua Portuguesa).
As Matrizes de Referência contam com as habilidades da BNCC que estão sendo avaliadas nas
questões, a Descrição de Aprendizagem associada, o descritor, a prática de linguagem e o
campo de atuação (em Língua Portuguesa) e a unidade temática (em Matemática) e a(s)
competência(s) específica(s) da BNCC relacionadas às questões.
Todos esses campos serão melhor detalhados abaixo, em que iremos apresentar a
composição dos cadernos diagnósticos, a fim de auxiliar melhor a compreensão e o uso dos
materiais.
As questões dos cadernos diagnósticos são formadas, inicialmente, por um cabeçalho, que
fornecem algumas informações sobre as atividades que estão sendo propostas, informações
estas que também se encontram nas Matrizes de Referência.
Neste cabeçalho, há, primeiramente, a indicação do tipo de questão que será avaliada. Tanto
para Língua Portuguesa quanto para Matemática, há 3 tipos de questões: as de seleção de
resposta única com quatro alternativas, uma questão fechada em que os estudantes deverão
marcar apenas uma resposta correta; as de seleção de múltiplas respostas, uma questão
fechada em que os estudantes deverão marcar mais de uma resposta correta; e as de
resposta curta registrada, uma questão aberta em que os estudantes deverão escrever as
respostas.
Na sequência, é apresentada a habilidade dos Mapas de Foco da BNCC em que essa questão
se enquadra, seguida pela unidade temática, em Matemática, e pelo campo de atuação e
prática de linguagem, em Língua Portuguesa. A unidade temática diz respeito ao tema da
questão que será abordado, por exemplo, “Números”, “Álgebra”, entre outros; o campo de
atuação indica se a questão será do campo Artístico-literário, do Jornalístico-midiático ou
outro; já a prática de linguagem mostra se ela será de Leitura, de Análise Linguística ou de
Produção de textos.
Por fim, são apresentados os níveis de dificuldade em que as questões se enquadram, sendo
eles "difícil", "médio" e “fácil”. Esses níveis foram escolhidos com base em alguns estudos
teóricos e experiências anteriores em projetos empíricos, o que considera variáveis
específicas de cada questão, como, por exemplo, se a habilidade aferida é associada a
conteúdos de anos anteriores e o tipo de ação cognitiva solicitada (relacionar, avaliar etc.).
As questões que avaliam se o aluno é capaz de aplicar procedimentos matemáticos com base
em um contexto estão relacionadas ao nível 3 - difícil.
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ALLSOPP, David; KYGER, Margaret; LOVIN. Brookes Publishing; 1st edition, February 22, 2007.
Quanto à Língua Portuguesa, o artigo “Avaliações em larga escala de língua portuguesa: Uma
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pesquisa sobre a complexidade dos textos que dão suporte a itens que avaliam a leitura”
serviu como base para essas classificações. Esse artigo leva em conta, em Língua Portuguesa,
os seguintes aspectos para a classificação da questão de acordo com a complexidade do
texto:
Esses pontos foram observados para a classificação das questões de Língua Portuguesa.
Por último, é apresentada uma orientação para o professor quanto à aplicação da questão,
indicando os materiais necessários para que os estudantes consigam realizar a atividade
solicitada. Em algumas questões, por exemplo, é necessário o uso de lápis de cor, tesoura,
entre outros, e o professor deve estar ciente dessa necessidade antes de realizar as atividades
com os estudantes.
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BARBOSA, Begma; MICARELLO, Hilda; FERREIRA, Rosângela. Avaliações em larga escala de
língua portuguesa. Revista Pesquisa e Debate em Educação, Juiz de Fora, MG, v.10, n.1, p.1064
- 1081, jan./jun. 2020. Disponível em:
https://periodicos.ufjf.br/index.php/RPDE/article/download/32022/21229/127712.
Depois do cabeçalho, é apresentada a questão em si. Ela geralmente é composta por um
enunciado, uma contextualização ou situação-problema, além de textos-base, no caso de
Língua Portuguesa. O comando direciona o estudante para o que ele deve fazer: assinalar a
resposta correta, marcar mais de uma resposta, produzir um texto, entre outros. Vale ressaltar
também a importância, nas questões fechadas, da construção dos distratores enquanto
ferramenta pedagógica, dado que eles indicam mais do que um simples erro do estudante:
eles buscam verificar lacunas de aprendizagem, mostrando ao professor os erros dos
estudantes e as possíveis intervenções a serem realizadas, o que será abordado pelos
Parâmetros para a interpretação de respostas, que são apresentados, nos cadernos, logo após
as questões.
Critérios de pontuação
Nos itens de seleção de múltiplas respostas, sugerimos ao professor que pontue de acordo
com os erros e acertos de cada estudante. Em um item com quatro alternativas, por exemplo,
em que o estudante identifica corretamente, como verdadeiros ou falsas, todas as quatro
alternativas, ele recebe pontuação 1,0. Já se ele identifica corretamente, como verdadeiras ou
falsas, três das quatro alternativas, ele recebe como pontuação 0,75. Se identificar
corretamente duas, recebe 0,5; se somente uma, 0,25; e se não identificar nenhuma, 0 pontos.
O valor da pontuação pode variar de acordo com quantas alternativas o item tiver, mas
sempre segue esse mesmo critério: de acordo com as alternativas que o estudante marcar ou
deixar de marcar. Uma explicação mais detalhada de como fazer a correção nesse caso pode
ser encontrada neste link.
Nos itens de resposta curta registrada, sugerimos que o professor pontue de acordo com o
nível demonstrado na habilidade avaliada, geralmente dividido em 1,0 (excelente), 0,5
(mediano) e 0 (nenhum domínio). Por exemplo, em um item de Língua Portuguesa, em que o
aluno deve escrever uma receita com lista de ingredientes e modo de preparo (ver item 5 do
6º EF Caderno 1), utilizando linguagem adequada, se ele cumpre corretamente a tarefa, ele
pontua 1,0; se ele escreve uma receita, mas foge da estrutura pedida, pontua 0,5; se ele
escreve um texto de outro gênero textual, não pontua (0).
Para a análise da pontuação dos estudantes, foi desenvolvida uma Planilha com um descritivo
pedagógico personalizado, para computar os resultados das avaliações diagnósticas e
formativas, que também pode ser acessada na Visão geral do site do Avalia e Aprende, a
depender do componente e etapa selecionados para visualização. Usando essa planilha como
instrumento, o professor pode acompanhar o desempenho dos estudantes, de forma a
identificar individualmente as dificuldades de cada um, ou, conjuntamente, em quais
habilidades a turma possui maior defasagem, para a realização da intervenção pedagógica
necessária. Dessa forma, a média das notas irá indicar como a turma se comporta, de maneira
geral, frente ao domínio da BNCC. Já a consolidação dos dados, quando avaliados questão a
questão, irá permitir que se enxergue onde estão as defasagens, facilitando a verificação de
quais habilidades devem ser priorizadas no trabalho com os estudantes. Além disso, uma
análise dos distratores mais assinalados – mesmo dentro de questões que tiveram uma média
alta de performance – permite ao professor identificar quais conceitos ainda não estão
completamente consolidados, dado que os distratores trabalham com as lacunas de
aprendizagem mais prováveis de existirem.
Conclusão
Para isso, as avaliações diagnósticas são uma importante ferramenta, visto que oferecem
propostas avaliativas realizadas a partir dos Mapas de Foco da BNCC e possíveis intervenções
a serem realizadas pelos professores diante das defasagens encontradas. Mais do que
atividades e intervenções, essas avaliações são ferramentas pedagógicas, servindo de base
para a construção de um aprendizado efetivo do estudante.