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GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO

SECRETARIA DA EDUCAÇÃO

AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA
DE ENTRADA

MATERIAL DE APOIO PARA O


PROFESSOR

8o ano do Ensino Fundamental

Prova de Língua Portuguesa

São Paulo
o
1 Semestre de 2020
Avaliação Diagnóstica de Entrada

APRESENTAÇÃO
A política educacional da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo
explicita em seu Plano Estratégico 2019-2022 a nossa missão: ”garantir a
todos os estudantes aprendizagem de excelência e a conclusão de todas
as etapas da educação básica na idade certa”.

Para alcançar esse propósito, os processos avaliativos exercem um papel


essencial. As avaliações diagnósticas e formativas se complementam com a
finalidade de apoiar o trabalho dos professores, direcionando-o para as
necessidades de aprendizagem dos estudantes. Aqui se inserem a
Avaliação Diagnóstica de Entrada – ADE - e a Avaliação da Aprendizagem
em Processo – AAP - que neste ano estão planejadas de forma articulada
ao Calendário Escolar 2020, em momentos-chave do ano para utilização
de seus resultados como apoio às escolas, oferecendo suporte às Semanas
de Estudos Intensivos, às ações contínuas de recuperação,
aprofundamento e replanejamento ao longo dos bimestres.

O desenho pedagógico das avaliações aplicadas a todos os anos/séries do


ensino fundamental e do ensino médio, que inclui a ADE e a AAP, está
articulado ao currículo, envolvendo ação integrada dos diferentes
departamentos da Coordenadoria Pedagógica. Adota o Currículo Paulista
como referencial no ensino fundamental, e no ensino médio o currículo
oficial ainda vigente para esta etapa.

A Avaliação Diagnóstica de Entrada – ADE – que constitui o conteúdo


deste primeiro documento – aplicada no início do ano letivo, é focada
exclusivamente nas habilidades de anos/séries anteriores essenciais
para o percurso educacional dos estudantes, necessárias à aquisição das
habilidades do currículo previstas para o ano a ser iniciado. Permitirá a
identificação, de forma mais precisa, das reais necessidades de
aprendizagem dos estudantes, explicitando tanto as habilidades que mais
dominam como aquelas que necessitam de maior atenção.

Já as AAP, enquanto avaliações formativas bimestrais, trarão


majoritariamente habilidades previstas no currículo (Currículo Paulista para
o ensino fundamental e currículo oficial ainda vigente no ensino médio)
para os respectivos bimestres do ano em curso e, como inovação, incluirão
também algumas habilidades de percurso - as anteriores que devem ser

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desenvolvidas ou consolidadas para a continuidade do processo de
aprendizagem.

Além da formulação dos instrumentos de avaliação – Prova do Aluno –


foram elaborados os correspondentes materiais de apoio ao docente,
contendo os quadros de habilidades, questões, gabaritos, orientações para
aplicação (no caso dos anos iniciais do ensino fundamental) e
recomendações pedagógicas para cada prova.

Ao contrário das avaliações de sistema em larga escala, as questões das


avaliações ADE e AAP não são sigilosas. As provas impressas são enviadas
para as Diretorias de Ensino em pacotes abertos, para entrega às escolas, e
publicadas na Intranet ao final da sua aplicação. Isso porque é um material
de apoio para o trabalho pedagógico. Sendo assim, é fundamental que
todos os envolvidos no processo se conscientizem da importância de não
divulgar os gabaritos enquanto durar a aplicação, pois isto apenas
prejudica a fidedignidade dos diagnósticos e consequentemente o
trabalho pedagógico a partir das necessidades dos estudantes.

Os registros resultantes da ADE, das AAP e do Saresp, inseridos na


Secretaria Escolar Digital - SED e apresentados na Plataforma Foco
Aprendizagem, agregados aos que a escola e o professor já possuem a
partir de suas avaliações internas, oferecem informações preciosas para o
planejamento, replanejamento e acompanhamento das ações
pedagógicas, sobretudo aquelas relacionadas aos processos de
recuperação e aprofundamento.

Esperamos que as avaliações e orientações pedagógicas sejam


efetivamente subsídios concretos à ação docente para a necessária
intervenção pedagógica a favor da melhoria da aprendizagem de todos os
nossos estudantes.

Coordenadoria Pedagógica (COPED)

Avaliação Diagnóstica de Entrada • Comentários e Recomendações Pedagógicas – 8o ano do Ensino Fundamental


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Avaliação Diagnóstica de Entrada – Língua Portuguesa

A Avaliação Diagnóstica de Entrada foi elaborada para que sua aplicação


ocorra no início do ano, com o objetivo de conhecer o que foi apreendido
pelos estudantes em seu percurso escolar.

As provas para essa avaliação são compostas por doze questões de


múltipla escolha, com quatro alternativas, para todos os anos do Ensino
Fundamental – Anos Finais e cinco alternativas para todas as séries do
Ensino Médio. As questões foram formuladas a partir de seis habilidades
descritas para a Avaliação Diagnóstica.

O Caderno do Professor – instrumento pedagógico para o docente de


Língua Portuguesa – traz a descrição das habilidades selecionadas de cada
prova, o gabarito e as referências bibliográficas consultadas ao elaborar o
material

Além dos itens acima citados, há, também, as Recomendações


Pedagógicas para cada ano/série. Trata-se de um documento com
interpretação pedagógica de cada questão e possibilidades para subsidiar
o professor na elaboração de seu plano de aula.

Essas possibilidades poderão ser ativadas durante a correção da avaliação,


a fim de que o estudante tome ciência do que acertou e refaça o
movimento de leitura daquela questão que não compreendeu, conforme
habilidade aferida.

Dessa forma, atende ao que consta no Currículo Paulista (2018, p.42):


[...] a avaliação produz informações valiosas no que diz respeito à
aprendizagem dos estudantes, às necessidades de recuperação e de
reforço das aprendizagens, à própria prática em sala de aula, permitindo
adequações e mudanças metodológicas.

Desta forma, avaliar demanda um olhar atento do professor em relação


aos avanços, assim como pensar em instrumentos pelos quais possa, de
fato, diagnosticar as aprendizagens dos estudantes e seus níveis de
proficiência a respeito do que lhes foi ensinado e planejar ações
necessárias para que todos possam aprender.

Espera-se que o resultado dessa avaliação e os registros que o professor já


possui auxiliem na definição de pautas individuais e coletivas que,

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organizadas em um plano de ação, mobilizem procedimentos, atitudes e
conceitos necessários para as atividades de sala de aula.

EQUIPE CURRICULAR DE LÍNGUA PORTUGUESA

COPED – CEFAF e CEM

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AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA DE ENTRADA

Matriz de Referência – 8o ano do Ensino Fundamental

Questão Habilidade
Reconhecer os usos da norma-padrão ou de outras variações
1
linguísticas em um texto.
Reconhecer marcas linguísticas em um texto do ponto de
2
vista do léxico, da morfologia ou da sintaxe.
Reconhecer os usos da norma-padrão ou de outras variações
3
linguísticas em um texto.

4 Localizar informação explícita em um texto.

Estabelecer relações lógico-discursivas presentes no texto


5
por meio de elementos de referenciação.

6 Reconhecer efeitos de ironia e/ou humor em um texto.

7 Localizar informação explícita em um texto.

Reconhecer marcas linguísticas em um texto do ponto de


8
vista do léxico, da morfologia ou da sintaxe.
Reconhecer elementos da narrativa (personagem, enredo,
9
tempo, espaço ou foco narrativo) em um texto.

10 Reconhecer efeitos de ironia e/ou humor em um texto.

Reconhecer elementos da narrativa (personagem, enredo,


11
tempo, espaço ou foco narrativo) em um texto.
Estabelecer relações lógico-discursivas presentes no texto
12
por meio de elementos de referenciação.

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GABARITO

QUESTÃO A B C D
1 X
2 X
3 X
4 X
5 X
6 X
7 X
8 X
9 X
10 X
11 X
12 X

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Leia o texto e responda à questão 01.

Azul da Cor do Mar


Tim Maia

Ah! Se o mundo inteiro me pudesse ouvir

Tenho muito pra contar, dizer que aprendi

E na vida a gente tem que entender

Que um nasce pra sofrer enquanto o outro ri

[...]
Disponível em:<https://www.letras.mus.br/tim-maia/48917/>. Acesso em: 17 dez. 2018. (adaptado)

Habilidade
Reconhecer os usos da norma-padrão ou de outras variações linguísticas em um
texto.

Questão 01
Em “E na vida a gente tem que entender/ Que um nasce pra sofrer
enquanto o outro ri”, a palavra em destaque “pra” representa uma forma
de linguagem

(A) sofisticada e correta.

(B) informal e coloquial.

(C) culta e simples.

(D) errada e fácil.

Comentários e Recomendações Pedagógicas


A questão apresenta um trecho da música “Azul da Cor do Mar”, de Tim
Maia, da qual destaca um termo – “pra” – a ser analisado pelo estudante.

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Para realizar as solicitações dessa atividade, é preciso reconhecer os usos
da norma-padrão ou de outras variações linguísticas em um texto,
habilidade que, no Currículo Paulista, equivale à EF69LP55, “reconhecer em
textos de diferentes gêneros as variedades da língua falada, o conceito de
norma padrão e o de preconceito linguístico”.

O termo “pra”, destacado, é usado em vez de “para”, do qual seria uma


contração, não aceita pela norma-padrão. Desse modo, podem ser
excluídas, dentre as alternativas, aquelas que associarem a palavra a uma
forma de linguagem formal – é o caso de “sofisticada e correta” (A) e
“culta e simples” (C). Quanto aos demais itens, é preciso perceber que as
múltiplas variações linguísticas, de um ponto de vista sociolinguístico –
que respeita os contextos em que as variedades são aplicadas –, não são
“erros” (em um sentido que atribua juízo de valor negativo a elas). Dito
isso, percebe-se que “errada e fácil” (D) ignora essa percepção, devendo
também ser excluída, pelo risco de se incorrer em preconceito linguístico.
A alternativa que faz uma análise mais precisa do uso de “pra” é, assim,
“informal e coloquial” (B).

A fim de se compreender melhor as diferenças entre as variações


linguísticas, pode-se consultar alguns trabalhos escritos ou organizados
pelo professor e linguista Marcos Bagno, que contemplam esse tema –
incluindo alguns artigos que podem ser localizados em sites de
universidades, como “Norma linguística, hibridismo & tradução”,
disponível no repositório da UNB1. Além dessas referências, apresenta-se a
seguir um link com de planos de aula que podem apoiar o professor
durante a elaboração de suas próprias atividades.

- Planos de aula sobre formas de Variação Linguística. Disponível


em:<https://novaescola.org.br/plano-de-aula/sequencia/formas-de-
variacao-linguistica/524>. Acesso em: 02 dez. 2019.

Leia o poema e responda à questão 02.

Retrato
Cecília Meireles

1
BAGNO, M. Norma linguística, hibridismo & tradução. Traduzires, Brasília, v. 1, n. 1, p. 19-32, 2012. Disponível
em:<https://periodicos.unb.br/index.php/traduzires/article/view/20891>. Acesso em: 02 dez. 2019.

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Eu não tinha este rosto de hoje,

assim calmo, assim triste, assim magro,

nem estes olhos tão vazios,

nem o lábio amargo.

Eu não tinha estas mãos sem força,

tão paradas e frias e mortas;

eu não tinha este coração

que nem se mostra.

Eu não dei por esta mudança,

tão simples, tão certa, tão fácil:

- Em que espelho ficou perdida

a minha face?
Disponível em:<https://www.pensador.com/textos_descritivos_de_cecilia_meireles/>. Acesso em: 17
out. 2019.

Habilidade
Reconhecer marcas linguísticas em um texto do ponto de vista do léxico, da
morfologia ou da sintaxe.

Questão 02
A autora realiza a descrição de um rosto, por meio de

(A) adjetivos.

(B) conjunções.

(C) interjeições.

(D) substantivos.

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Comentários e Recomendações Pedagógicas
A questão traz um poema de Cecília Meireles, “Retrato”, em cujos versos
trabalham as descrições do eu lírico. Para atender às solicitações dessa
atividade, é preciso reconhecer marcas linguísticas em um texto do ponto
de vista do léxico, da morfologia ou da sintaxe – no caso, com especial
atenção para a morfologia. Ao considerar o Currículo Paulista, pode-se
associar a questão à habilidade EF03LP08, “compreender a função de
elementos gramaticais como substantivos, adjetivos e verbos, na
articulação das ideias do texto”.

Pede-se que o estudante, ao analisar o trecho descritivo de um rosto, na


primeira estrofe, identifique como se constrói a descrição feita.

“Eu não tinha este rosto de hoje,

assim calmo, assim triste, assim magro,

nem estes olhos tão vazios,

nem o lábio amargo.”

O estudante deve, primeiro, identificar quais são os termos que permitem


a descrição: “calmo”, “triste” e “magro”. Um dos caminhos para se chegar à
resposta correta é conhecer a classificação morfológica dessas palavras, o
que pressupõe também um conhecimento sobre classes gramaticais. As
que compõem a questão são:

• adjetivos (A): palavras que caracterizam os substantivos, atribuem


qualidade a eles;

• conjunções (B): palavras que ligam outros termos ou orações;

• interjeições (C): palavras que exprimem emoções;

• substantivos (D): palavras que nomeiam os “seres” (objetos,


fenômenos, lugares etc.).

Embora a linguagem poética permita um uso, às vezes, pouco ortodoxo


dos termos, o caso analisado não foge, quanto ao que se pergunta, da
classificação “esperada”: os termos pelos quais a descrição do rosto é feita
são adjetivos (A).

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Sobre esse assunto, convém ler, por exemplo, o estudo de Sueli Dlugosz
(2016)2 sobre o ensino das classes gramaticais. Embora tenha um enfoque
lúdico, o texto pode motivar o professor na construção de seus próprios
planos de aula.

Leia o texto a seguir e responda à questão 03.

Importância da vacinação

A importância da vacinação vai muito além da prevenção individual. Ao se


vacinar, você está ajudando toda a comunidade a diminuir os casos de
determinada doença.

[...] Vacinas são substâncias que possuem como função estimular nosso
corpo a produzir respostas imunológicas a fim de nos proteger contra
determinada doença. Elas são produzidas a partir do próprio agente
causador da doença, que é colocado em nosso corpo de forma
enfraquecida ou inativada. Apesar de não causar a doença, as formas
atenuadas e inativadas do antígeno são capazes de estimular nosso
sistema imunológico.

[...]
Disponível em:<https://brasilescola.uol.com.br/saude-na-escola/importancia-vacinacao.htm>.
Acesso em: 17 out. 2019. (adaptado)

Habilidade
Reconhecer os usos da norma-padrão ou de outras variações linguísticas em um
texto.

Questão 03
A linguagem utilizada no texto é

(A) informal, com o uso incorreto da língua portuguesa.

2
DLUGOSZ, S. D. O ensino das classes gramaticais por meio de brincadeiras: é possível? In: Os desafios da escola
pública paranaense na perspectiva do professor PDE 2016. Disponível
em:<http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/cadernospde/pdebusca/producoes_pde/2016/2016_pdp_por
t_unicentro_suelidwulatka.pdf>. Acesso em: 02 dez. 2019.

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(B) formal, seguindo a norma-padrão da língua portuguesa.

(C) científica, com termos específicos que apenas cientistas utilizam.

(D) regional, com variações linguísticas, características de uma região do


país.

Comentários e Recomendações Pedagógicas


A questão traz excertos do texto “Importância da vacinação”, no qual, além
de mencionar o que é indicado pelo título, explica-se o que são e como
funcionam as vacinas. Para realizar as solicitações dessa atividade, é
preciso reconhecer os usos da norma-padrão ou de outras variações
linguísticas. Ao considerar o Currículo Paulista, encontra-se
correspondência na habilidade EF69LP55: “reconhecer em textos de
diferentes gêneros as variedades da língua falada, o conceito de norma-
padrão e o de preconceito linguístico”.

O texto, do qual foram retirados trechos para essa atividade, foi publicado
em um site de conteúdos educacionais, voltado a um público geral, como
estudantes do ensino básico, não exclusivamente para pesquisadores da
área de biologia, por exemplo. Dessa forma, o padrão de escrita deve ser
acessível, sem criar dificuldades de leitura, buscando-se sempre a clareza e
a objetividade.

Entre as alternativas, pode-se perceber que nem todas cumprem essa


função adequadamente. É o caso da linguagem informal (A) e a regional
(D), por representarem grupos específicos – afinal, há mais de uma
variedade informal no eixo do tempo e do espaço –, e mesmo da
linguagem científica (C), a qual pode trazer termos como jargões,
plenamente compreendidos apenas por especialistas. Resta, portanto,
como única resposta possível “formal, seguindo a norma-padrão da língua
portuguesa” (B), uma variedade ensinada no ensino básico e que,
portanto, deve ser acessível a toda pessoa que tenha sido alfabetizada.

As diferenças entre as variações linguísticas são tema de diversos trabalhos


produzidos ou organizados pelo professor Marcos Bagno, como, por
exemplo, o texto “Norma linguística, hibridismo & tradução”, disponível no

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repositório da UNB3. Outros trabalhos desse autor com a mesma temática
podem ser facilmente buscados e acessados pela internet, uma vez que
são amplamente disponibilizados por repositórios de universidades
públicas. Para auxiliar o professor na elaboração de suas atividades,
apresenta-se a seguir uma coleção de planos de aula que podem servir
como modelo.

- Planos de aula sobre formas de Variação Linguística. Disponível


em:<https://novaescola.org.br/plano-de-aula/sequencia/formas-de-
variacao-linguistica/524>. Acesso em: 02 dez. 2019.

Leia o texto e responda à questão 04.

A namorada
Manoel de Barros

Havia um muro alto entre nossas casas.

Difícil de mandar recado para ela.

Não havia e-mail.

O pai era uma onça.

A gente amarrava o bilhete numa pedra presa por um cordão

E pichava a pedra no quintal da casa dela.

Se a namorada respondesse pela mesma pedra

Era uma glória!

Mas por vezes o bilhete enganchava nos galhos da goiabeira

E então era agonia.

No tempo do onça era assim.


Disponível em:<http://www.releituras.com/manoeldebarros_namorada.asp>. Acesso em: 17 out.
2019.

3
BAGNO, M. Norma linguística, hibridismo & tradução. Traduzires, Brasília, v. 1, n. 1, p. 19-32, 2012. Disponível
em:<https://periodicos.unb.br/index.php/traduzires/article/view/20891>. Acesso em: 02 dez. 2019.

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Habilidade
Localizar informação explícita em um texto.

Questão 04
O casal se comunicava com

(A) e-mail.

(B) bilhetes em pedras.

(C) os galhos de uma goiabeira.

(D) bolinhas de papel na árvore.

Comentários e Recomendações Pedagógicas


A questão aborda o texto “A namorada”, do poeta Manoel de Barros. A
partir da leitura do poema, pede-se que se identifique como o casal se
comunicava. A informação não está oculta no texto, portanto, exige-se que
o estudante exerça sua habilidade de localizar informação explícita,
naturalmente associada à interpretação, que figura no Currículo Paulista
sob o item EF15LP03, “localizar informações explícitas em textos de
diferentes gêneros textuais”.

Alguns trechos ajudariam a excluir alternativas imprecisas: “Não havia e-


mail.” deixa claro que a alternativa (A) não é possível; “Mas por vezes o
bilhete enganchava nos galhos da goiabeira” mostra que “os galhos de
uma goiabeira” (C) não são um modo de comunicação, mas um
impeditivo. O item “bolinhas de papel na árvore” (D), embora não seja tão
claramente negado, como os anteriores, também não goza de qualquer
respaldo do texto de apoio e, portanto, deve ser igualmente excluído.

Por fim, os versos que levam à resposta são: “A gente amarrava o bilhete
numa pedra presa por um cordão /E pichava a pedra no quintal da casa
dela.”, nos quais se vê que as mensagens eram transmitidas por bilhetes
amarrados a pedras, correspondente à alternativa (B).

Uma referência sobre o conceito de informação explícita pode ser vista no


verbete “Informação explícita no texto”, do glossário do Centro de

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Alfabetização, Leitura e Escrita da UFMG4, que oferece ainda referências
bibliográficas adicionais. No mais, a habilidade necessária para a realização
desta atividade deve ser constantemente exercida, pois se trata de um
aprendizado contínuo, mas é possível planejar algumas aulas em que o
assunto tenha atenção especial. Algumas sugestões podem ser
encontradas em:

- Compreensão de textos e identificação de informações. Disponível


em:<http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=256
85>. Acesso em: 02 dez. 2019.

Leia o texto e responda à questão 05.

Biografia de Marie Curie


Marie Skłodowska Curie (1867-1934) foi uma cientista e física polonesa
naturalizada francesa, primeira mulher a ser admitida como professora na
Universidade de Paris, que conduziu pesquisas pioneiras em todo o
mundo no ramo da radioatividade. Foi a primeira mulher a ser laureada
com um Prêmio Nobel e a primeira pessoa e única mulher a ganhar o
prêmio duas vezes. [...]

As conquistas de Marie incluem a teoria da radioatividade (termo que ela


mesma cunhou), técnicas para isolar isótopos radioativos e a descoberta
de dois elementos, o polônio e o rádio. Sob a direção dela foram
conduzidos os primeiros estudos sobre o tratamento de neoplasmas com
o uso de isótopos radioativos. A cientista fundou os Institutos Curie em
Paris e Varsóvia, que até hoje são grandes centros de pesquisa médica.
Durante a Primeira Guerra Mundial, fundou os primeiros centros militares
no campo da radioatividade.

[...]
Disponível em:<https://pt.wikipedia.org/wiki/Marie_Curie>. Acesso em: 21 out. 2019. (adaptado).

4
INFORMAÇÃO explícita no texto. In: Glossário Ceale. Disponível
em:<http://www.ceale.fae.ufmg.br/app/webroot/glossarioceale/verbetes/informacao-explicita-no-texto>. Acesso
em: 02 dez. 2019.

16 Avaliação Diagnóstica de Entrada • Comentários e Recomendações Pedagógicas – 8o ano do Ensino Fundamental


Habilidade
Estabelecer relações lógico-discursivas presentes no texto por meio de elementos de
referenciação.

Questão 05
No trecho “[...] que conduziu [...]”, o termo destacado faz referência à

(A) “teoria”.

(B) “radioatividade”.

(C) “Universidade de Paris”.

(D) “Marie Skłodowska Curie”.

Comentários e Recomendações Pedagógicas


A partir de um trecho de “Biografia de Marie Curie”, a questão solicita a
identificação do termo substituído pelo pronome relativo “que”. Para
tanto, é preciso estabelecer relações lógico-discursivas presentes no texto
por meio de elementos de referenciação, parte fundamental da coesão.
Considerando o Currículo Paulista, essa questão avalia a habilidade
EF35LP14, “compreender o uso de recursos linguístico-discursivos como
pronomes pessoais, possessivos, demonstrativos, como recurso coesivo
anafórico, em textos de diferentes gêneros”.

Destaca-se o trecho “[...] que conduziu [...]”, questionando-se o referencial


do termo em negrito. Retome-se o período completo, em que se veem
alguns dos itens dados nas alternativas:

“Marie Skłodowska Curie (1867-1934) foi uma cientista e física


polonesa naturalizada francesa, primeira mulher a ser admitida
como professora na Universidade de Paris, que conduziu pesquisas
pioneiras em todo o mundo no ramo da radioatividade.”

Embora em dadas construções seja possível uma situação diferente, na


maior parte dos casos, os pronomes relativos estabelecem conexão com
um termo antecedente, o que se verifica no excerto. No exemplo, o “que”
está exercendo a função de sujeito no lugar de seu antecedente; assim, o
que se procura é uma alternativa na qual se apresente o sujeito

Avaliação Diagnóstica de Entrada • Comentários e Recomendações Pedagógicas – 8o ano do Ensino Fundamental


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responsável por “conduzir pesquisas pioneiras [...] da radioatividade”. A
alternativa que mais facilmente se exclui é “radioatividade” (B), uma vez
que esta não poderia conduzir pesquisas sobre si mesma. “Teoria” (A)
também não completa satisfatoriamente a ideia, além de estar distante
como referencial.

Com relação aos itens restantes, apesar de ser possível se supor uma
metonímia que permita à “Universidade de Paris” (C) ser o sujeito que se
procura, é igualmente possível excluí-la, por falta de precisão. Na
instituição em questão, a pessoa responsável por conduzir as pesquisas
sobre radioatividade foi a própria “Marie Skłodowska Curie” (D), e esta é a
opção que complementa a ideia do trecho.

Para aperfeiçoar o domínio dos estudantes sobre a habilidade em questão,


recomenda-se a consulta às referências listadas a seguir.

- O emprego do pronome relativo e seus efeitos de sentido. Disponível


em:<http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=714
0>. Acesso em: 02 dez. 2019.

- Coesão textual: o pronome na construção do texto. Disponível


em:<http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=152
69>. Acesso em: 02 dez. 2019.

- Gramática com textos: pronomes como elementos coesivos. Disponível


em:<https://novaescola.org.br/conteudo/6207/gramatica-com-textos-
pronomes-como-elementos-coesivos>. Acesso em: 07 jan. 2020.

Leia os quadrinhos e responda à questão 06.

ZIRALDO. O Menino Maluquinho. In: O Globo. Rio de Janeiro, 19 abr. 2008. Globinho, p. 6.

18 Avaliação Diagnóstica de Entrada • Comentários e Recomendações Pedagógicas – 8o ano do Ensino Fundamental


Habilidade
Reconhecer efeitos de ironia e/ou humor em um texto.

Questão 06
No final, a história tem o efeito de humor porque Bocão resolveu

(A) correr ao contrário para recuperar as lembranças.

(B) disputar uma corrida com o Menino Maluquinho.

(C) deixar o amigo muito cansado de tanto correr.

(D) responder ao amigo o motivo de tanta pressa.

Comentários e Recomendações Pedagógicas


A questão apresenta ao leitor uma tirinha de “O Menino Maluquinho”, do
cartunista Ziraldo, sobre a qual se pede que o estudante identifique o
efeito de humor entre as alternativas. No Currículo Paulista, essa
habilidade é representada pela EF69LP05A, “inferir, em textos
multissemióticos, o efeito de sentido (humor, ironia ou crítica) produzido
pelo uso de palavras, expressões, imagens, clichês, recursos iconográficos,
pontuação, entre outros”.

O efeito de humor é aquele que provoca divertimento, riso e até mesmo


crítica. O objetivo da questão é avaliar se o estudante é capaz de
identificar, na tirinha dada, como esse efeito foi construído. Há diferentes
tipos de humor, alguns operados por mecanismos linguísticos, outros não.
No exemplo a se analisar, é o absurdo que o gera. O Menino Maluquinho
vê seu amigo Bocão correndo e, em um momento da conversa, pergunta
sobre o motivo da pressa, ao que este responde apenas que não pode
parar para explicar. Sem desistir de sua curiosidade, o Menino Maluquinho
diz que o amigo pode contar o motivo enquanto corre, mas, para
desalento de ambos, Bocão esqueceu a razão de sua correria. Um tanto
perdido, tem uma ideia para tentar se lembrar: “correr ao contrário pra
recuperar as lembranças” – eis o absurdo da situação, como até mesmo a
expressão do Menino Maluquinho no último quadrinho deixa transparecer.

Avaliação Diagnóstica de Entrada • Comentários e Recomendações Pedagógicas – 8o ano do Ensino Fundamental


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A alternativa (A) responde corretamente à questão, retratando a atitude de
Bocão. As demais alternativas atribuem o humor a cenas que sequer
ocorrem na tirinha.

Para desenvolver em sala a percepção quanto ao humor, sugere-se,


primeiro, o estudo de referências bibliográficas que abordem o assunto,
como a tese de doutorado “Tiras cômicas e piadas: duas leituras, um efeito
de humor”, de Paulo Eduardo Ramos5. Como a tese apresenta diversas
tiras cômicas que usam o recurso, o trabalho também é uma boa fonte de
exemplos para discutir em sala. Outra referência sobre o assunto pode ser
apreciada a seguir:

- Interpretando textos de humor. Disponível


em:<http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=134
90>. Acesso em: 02 dez. 2019.

5
RAMOS, P. E. Tiras cômicas e piadas: duas leituras, um efeito de humor. 2007. Tese (Doutorado em Filologia e
Língua Portuguesa) - Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo,
2007. doi:10.11606/T.8.2007.tde-04092007-141941. Disponível
em:<https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8142/tde-04092007-141941/pt-br.php>. Acesso em: 10 jan.
2020.

20 Avaliação Diagnóstica de Entrada • Comentários e Recomendações Pedagógicas – 8o ano do Ensino Fundamental


Leia o texto e responda às questões 07, 08 e 09.

As aventuras de Malazarte
Clarice Lispector

Como o pai tinha morrido, a mãe dividira em pedaços a casa toda, dando-
os a cada filho. A Pedro Malazarte coube uma porta. Ele pensou: com esta
porta conquistarei o mundo. Realmente, em breve viu um urubu pousado
num burro morto. Mais que depressa jogou a porta em cima deles – e
como o urubu ficou manco, foi fácil pegá-lo. Para que queria ele um
urubu? Lá disso sabia ele. E quando sentiu no ar o cheiro de um jantar
magnífico, bateu à porta da casa de uma senhora, gulosa e sabida, que
estava preparando para si mesma um banquete, escondido do marido que
fora viajar. Malazarte foi irritadamente expulso pela sabidona e sua criada.
Então, com o auxílio da porta encostada na parede, subiu ao teto e de lá
viu embaixo comida boa para valer. Tinha leitão assado, peru, e tudo o
mais que delicia um homem. Foi quando o marido chegou,
inesperadamente. A mulher matreira lamentou-se: se eu soubesse que
você vinha eu preparava coisa boa de se comer, mas como não te
esperava só tenho carne-seca, feijão ralo e farinha morrinhenta...

Aí Malazarte apresentou-se de novo com o seu urubu, sabendo que o


marido não lhe recusaria um pouco do minguado jantar. Mal começara a
comer quando Malazarte deu, bem disfarçado, uma cutucada no urubu,
que gemeu.

— Por que é que ele está se lamentando?, perguntou o dono da casa.

— Está me dizendo umas novidades, respondeu Malazarte. O meu urubu,


ao contrário dos outros, fala e está me contando que sua mulher lhe
guardou um leitãozinho assado de surpresa...

A mulher teve medo de Malazarte e disse: — Oh, urubu danado, estragou


a surpresa! Tenho mesmo esse leitãozinho para você...

Daqui a pouco o urubu gemeu de novo, o que fez Malazarte dizer:

— Ô urubu intrometido, para de me contar?

— O que é que ele está contando?

Avaliação Diagnóstica de Entrada • Comentários e Recomendações Pedagógicas – 8o ano do Ensino Fundamental


21
— Que tem peru recheado.

— Meu maridinho, essa era outra surpresa que o urubu desaforado


estragou. Mas coma um pouco deste peru. E tenho doces, frutas, bebidas...

Como era 1o de abril, dia de se enganar os outros, Malazarte vendeu


falsamente o precioso urubu ao dono da casa para lhe servir de espião.

Bem alimentado, Malazarte prosseguiu caminho com a porta debaixo do


braço.

Moral: mais vale uma porta desvalida e esperteza de Malazarte, que uma
casa inteira para quem não tem arte.
LISPECTOR, Clarice. Como nasceram as estrelas. Rio de Janeiro: Rocco, 1999. p. 13.

Habilidade
Localizar informação explícita em um texto.

Questão 07
A mulher, dona da casa, já conhecia Pedro Malazarte antes do incidente
do urubu. Isso se constata em:

(A) “Como era 1o de abril, dia de se enganar os outros, Malazarte vendeu


falsamente o precioso urubu ao dono da casa para lhe servir de espião.”

(B) “Aí Malazarte apresentou-se de novo com o seu urubu, sabendo


que o marido não lhe recusaria um pouco do minguado jantar.”

(C) “Então, com o auxílio da porta encostada na parede, subiu ao teto e de


lá viu embaixo comida boa para valer. “

(D) “A mulher matreira lamentou-se: se eu soubesse que você vinha eu


preparava coisa boa de se comer [...]”

Comentários e Recomendações Pedagógicas


A questão traz uma história, recontada por Clarice Lispector, sobre a
icônica personagem Pedro Malazarte, cuja origem remonta às nações
ibéricas, mas já como adaptação de histórias de outras nações. Para
resolver essa atividade, é preciso ser capaz de localizar informação
explícita, uma habilidade associada à interpretação de textos,

22 Avaliação Diagnóstica de Entrada • Comentários e Recomendações Pedagógicas – 8o ano do Ensino Fundamental


representada, no Currículo Paulista, pela EF15LP03, “localizar informações
explícitas em textos de diferentes gêneros textuais”.
No conto, narra-se um episódio em que Malazarte, por razão da morte do
pai, recebe de herança uma humilde porta. Com ela, consegue um urubu,
o qual mais tarde será vendido como espião para um homem, mas só após
uma das peripécias que caracterizam a personagem. No enredo, ele vai
duas vezes à casa do homem quando estão lá apenas a esposa e a criada,
antes da venda do urubu. Após ler o breve texto, o estudante deve
apontar, entre as alternativas, uma que explicite que a dona da casa já
conhecia Pedro Malazarte.
A resposta está clara na narrativa, pois foram relatadas as duas vezes em
que Pedro passou pela casa. Quando se diz “Aí Malazarte apresentou-se
de novo com o seu urubu, sabendo que o marido não lhe recusaria um
pouco do minguado jantar.” (B), a locução adverbial “de novo” exprime a
ideia de que não era a primeira vez que aquilo acontecia, o que torna essa
a alternativa correta.
Sugere-se, para entender a resposta, retomar o conceito de advérbio e/ou
de locução adverbial, pois trata-se de uma classe gramatical que agrega
circunstâncias de tempo, modo, lugar etc. aos verbos, adjetivos ou outros
advérbios.
As demais alternativas, além de não oferecerem recursos similares, não
teriam condições de trazer essa informação:
• Em “Como era 1o de abril, dia de se enganar os outros, Malazarte
vendeu falsamente o precioso urubu ao dono da casa para lhe
servir de espião.” (A), o adjunto adverbial “1o de abril” não diz
respeito às visitas de Malazarte à casa do homem;
• Em “A mulher matreira lamentou-se: se eu soubesse que você vinha
eu preparava coisa boa de se comer [...]” (D), não há referências
diretas às visitas de Pedro, pois a mulher dirige-se ao marido;
• Já em “Então, com o auxílio da porta encostada na parede, subiu ao
teto e de lá viu embaixo comida boa para valer.” (C), a cena ocorre
antes de a segunda visita de Malazarte.
Para a construção de planos de aula que trabalhem o conceito de
informação explícita, o professor pode se apoiar na consulta ao verbete
“Informação explícita no texto”, do glossário do Centro de Alfabetização,

Avaliação Diagnóstica de Entrada • Comentários e Recomendações Pedagógicas – 8o ano do Ensino Fundamental


23
Leitura e Escrita da UFMG6, que oferece ainda referências bibliográficas
adicionais. Além disso, uma vez que especificamente nessa questão há um
papel importante dos advérbios, cabe também o estudo dessa classe
gramatical e seus efeitos de sentido. Apresenta-se a seguir uma lista de
referências pertinentes à elaboração, pelo professor, de atividades com
esse objetivo.

- Compreensão de textos e identificação de informações. Disponível


em:<http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=256
85>. Acesso em: 02 dez. 2019.

- Planos de aula sobre Advérbio e locuções adverbiais. Disponível


em:<https://novaescola.org.br/plano-de-aula/sequencia/adverbio-e-
locucoes-adverbiais/583>. Acesso em: 07 jan. 2020.

6
INFORMAÇÃO explícita no texto. In: Glossário Ceale. Disponível
em:<http://www.ceale.fae.ufmg.br/app/webroot/glossarioceale/verbetes/informacao-explicita-no-texto>. Acesso
em: 02 dez. 2019.

24 Avaliação Diagnóstica de Entrada • Comentários e Recomendações Pedagógicas – 8o ano do Ensino Fundamental


Habilidade
Reconhecer marcas linguísticas em um texto do ponto de vista do léxico, da
morfologia ou da sintaxe.

Questão 08
O pretérito imperfeito do subjuntivo é utilizado na expressão de desejos e
probabilidades. O uso desse tempo verbal está presente em:

(A) “Tenho mesmo esse leitãozinho para você...”

(B) “Se eu soubesse que você vinha eu preparava coisa boa de se


comer [...]”

(C) “Como o pai tinha morrido, a mãe dividira em pedaços a casa toda,
dando-os a cada filho.”

(D) “Mais que depressa jogou a porta em cima deles – e como o urubu
ficou manco, foi fácil pegá-lo.”

Comentários e Recomendações Pedagógicas


Do conto, são extraídos excertos em que se pede aquele no qual o
pretérito imperfeito do subjuntivo é utilizado. É necessário, para tanto,
reconhecer marcas linguísticas em um texto do ponto de vista do léxico,
da morfologia ou da sintaxe. Considerando o Currículo Paulista, pode-se
identificar aqui a habilidade EF03LP08, “compreender a função de
elementos gramaticais como substantivos, adjetivos e verbos, na
articulação das ideias do texto”.

O modo subjuntivo, ao qual a questão se refere, é usado para expressar


dúvida e suposição – diferentemente do indicativo, que traduz uma
certeza, e do imperativo, que indica ordem, pedido, súplica etc. Por essa
natureza, ele costuma vir acompanhado de outras orações das quais é
dependente. Quando associado ao futuro do pretérito do indicativo,
expressa, geralmente, uma ação que não ocorreu, mas fazia parte dos
desejos, da imaginação. Nesse caso, como a fala da mulher encontra-se na
linguagem informal, em vez do uso do futuro do pretérito, verifica-se o
emprego do pretérito imperfeito do indicativo.

Avaliação Diagnóstica de Entrada • Comentários e Recomendações Pedagógicas – 8o ano do Ensino Fundamental


25
A alternativa (B) corresponde a essas características (“Se eu soubesse que
você vinha eu preparava coisa boa de se comer [...]”), na qual,
supostamente, se cumprida a primeira parte (“saber que você vinha”), a
segunda se realizaria também. As demais alternativas estão associadas
todas ao modo indicativo demonstrando, como já mencionado, certeza
quanto à ação trabalhada.

Para aprimoramento do domínio dos estudantes sobre a habilidade


avaliada, o professor pode elaborar e propor atividades que envolvam
análise e interpretação da função de verbos na construção de sentidos.
Consoante à menção do modo subjuntivo nessa questão, apresenta-se a
seguir uma lista de referências que podem ser úteis na composição de
planos de aula.

- O modo subjuntivo nos textos de diversos gêneros textuais.


Disponível
em:<http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=349
68>. Acesso em: 02 dez. 2019.

- Os tempos verbais e o uso do “se” na escrita de fatos reais e


imaginários. Disponível
em:<http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=
25841>. Acesso em: 02 dez. 2019.

Habilidade
Reconhecer elementos da narrativa (personagem, enredo, tempo, espaço ou foco
narrativo) em um texto.

Questão 09
O acontecimento que dá origem à aventura de Malazarte é

(A) a chegada inesperada do marido da cozinheira.

(B) o encontro com um burro e um urubu na estrada.

(C) a reação da mulher ao expulsar o rapaz de sua casa.

(D) o recebimento da herança após a morte do pai do rapaz.

26 Avaliação Diagnóstica de Entrada • Comentários e Recomendações Pedagógicas – 8o ano do Ensino Fundamental


Comentários e Recomendações Pedagógicas
A atividade pede, a partir dessa leitura, que o estudante aponte o
acontecimento que dá origem à aventura de Malazarte; isso exige o
reconhecimento de elementos da narrativa (personagem, enredo, tempo,
espaço ou foco narrativo) em um texto. O Currículo Paulista posiciona essa
habilidade sob o item EF35LP26: “ler e compreender, com certa
autonomia, textos do campo artístico-literário, que apresentem diferentes
cenários, observando elementos constituintes das narrativas, tais como
enredo, tempo, espaço, personagens, narrador e a construção do discurso
indireto e discurso direto”.

Como os eventos são narrados na ordem em que ocorrem, o


acontecimento que dá origem aos demais é o primeiro a ser relatado: “o
recebimento da herança após a morte do pai do rapaz” (D). Caso reste
alguma dúvida sobre isso, a própria moral (“mais vale uma porta desvalida
e esperteza de Malazarte, que uma casa inteira para quem não tem arte”)
ao fim da história ajuda a construir essa percepção, destacando, de todo o
conto, justamente o evento da porta.

Para aprofundar a habilidade exigida nessa questão, sugere-se que o


professor conduza atividades de leitura e análise de narrativas.
Recomenda-se o trabalho com textos que possam ser analisados por
completo em uma única aula, como fábulas, crônicas ou trechos de
romance. Para elaboração de planos de aula com esse objetivo, é oferecida
a referência motivadora a seguir.

- Elementos da Narrativa. Disponível


em:<http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=816
5>. Acesso em: 02 dez. 2019.

Leia a tirinha e responda à questão 10.

Avaliação Diagnóstica de Entrada • Comentários e Recomendações Pedagógicas – 8o ano do Ensino Fundamental


27
Disponível: <https://revistagalileu.globo.com/Cultura/Livros/noticia/2016/01/20-tirinhas-sobre-
paixao-por-livros.html>. Acesso em: 23 nov. 2018.

Habilidade
Reconhecer efeitos de ironia e/ou humor em um texto.

Questão 10
A ironia presente na tirinha decorre principalmente do fato de que Calvin

(A) completa a leitura do livro indicado por sua mãe.

(B) se sentiu forçado a ler o livro que a sua mãe lhe deu.

(C) percebe que a leitura despertou nele o senso crítico.

(D) vê que a mãe ficou feliz por ele ter gostado do livro.

28 Avaliação Diagnóstica de Entrada • Comentários e Recomendações Pedagógicas – 8o ano do Ensino Fundamental


Comentários e Recomendações Pedagógicas
A questão apresenta para o leitor uma tirinha da série “Calvin e Haroldo”,
sobre a qual se pede que o estudante identifique a presença da ironia na
história, considerando as alternativas dadas. Para isso, é importante a
habilidade de reconhecer efeitos de ironia e/ou humor em um texto,
derivada primeiro, da habilidade de interpretar textos – no caso, um texto
multissemiótico, tal como descrito pela habilidade EF69LP05A do Currículo
Paulista: “inferir, em textos multissemióticos, o efeito de sentido (humor,
ironia ou crítica) produzido pelo uso de palavras, expressões, imagens,
clichês, recursos iconográficos, pontuação, entre outros”.

Conforme a prof. Dra. Lélia Parreira Duarte (2006)7, enunciados irônicos


são aqueles cujo propósito somente se completa no efeito
correspondente, isto é, numa recepção que perceba a duplicidade de
sentido e a inversão ou a diferença existente entre a mensagem enviada e
a pretendida. A ironia se apresenta, portanto, na oposição entre a ideia
dita e a ideia que se deve entender, pois envolve quebra de expectativa.
No caso, Calvin conversa com sua mãe a respeito de um livro que ela lhe
trouxe. A fala dele mostra que o livro serviu para reflexões de sua parte,
mas, embora a mãe fique feliz com isso, no último quadrinho, Calvin pede
para que ela não lhe traga mais livros.

A alternativa (B) (“se sentiu forçado a ler o livro que a sua mãe lhe deu”)
não pode ser sustentada pelos eventos apresentados. Entre as restantes,
embora todas sejam fundamentais para a construção da breve narrativa,
apenas uma está associada mais diretamente ao humor e à ironia da tira:
Calvin fez bom proveito da leitura – pois ela o levou a refletir –, mas,
justamente por isso, ele não quer mais ler – já que isso lhe traz
"complicações". A única alternativa que remete especificamente a isso é
“percebe que a leitura despertou nele o senso crítico” (C).

Para desenvolver em sala a percepção quanto ao humor, sugere-se,


primeiro, o estudo de referências bibliográficas que abordem o assunto,
como a tese de doutorado “Tiras cômicas e piadas: duas leituras, um efeito
de humor”, de Paulo Eduardo Ramos8. Como a tese completa apresenta

7
DUARTE, L. P. Ironia e humor na literatura. Belo Horizonte: Editora PUC Minas; São Paulo: Alameda, 2006.
8
RAMOS, P. E. Tiras cômicas e piadas: duas leituras, um efeito de humor. 2007. Tese (Doutorado em Filologia e
Língua Portuguesa) - Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo,

Avaliação Diagnóstica de Entrada • Comentários e Recomendações Pedagógicas – 8o ano do Ensino Fundamental


29
diversos textos que frequentemente usam tal recurso (todos são tiras
cômicas), o trabalho seria também uma boa fonte de exemplos para
discutir em sala. Se o professor achar conveniente, poderá consultar as
referências a seguir:

- Ironia: dizer o contrário. Disponível


em:<http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=566
88>. Acesso em: 02 dez. 2019.

- Plano de Aula – Humor, crítica e ironia: o que é um meme? Disponível


em:<https://novaescola.org.br/plano-de-aula/3270/humor-critica-e-ironia-
o-que-e-um-meme>. Acesso em: 02 dez. 2019.

Leia o texto e responda às questões 11 e 12.

O Escaravelho do Diabo9
Lucia Machado de Almeida

Cora O’Shea quase desmaiou quando soube que o filho morrera


envenenado. A hipótese de suicídio ficou logo afastada. Clarence, apesar
de egoísta e insatisfeito, gostava imensamente da vida e jamais faria uma
coisa dessa.

— O cianeto age em segundos e preciso saber se o rapaz comeu ou bebeu


alguma coisa antes de cair no chão, disse o Inspetor.

Cora pensou algum tempo e exclamou aflita:

— A cápsula! A cápsula!

E contou que Clarence se achava muito gripado, ligeiramente febril, e que


ela mandara aviar para ele uma velha fórmula com aspirina. Tomara o
remédio naquela sala mesmo, à vista de todos.

O rapaz já havia ingerido duas cápsulas, uma pela manhã, outra à tarde,
sem que nada houvesse acontecido. [...]

2007. doi:10.11606/T.8.2007.tde-04092007-141941. Disponível


em:<https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8142/tde-04092007-141941/pt-br.php>. Acesso em: 10 jan.
2020.
9
O clássico da literatura infanto-juvenil do Brasil conta uma história centrada em Alberto, um estudante de Medicina, que, ao
ver seu irmão ser morto após receber um misterioso pacote, decide investigar sua morte.

30 Avaliação Diagnóstica de Entrada • Comentários e Recomendações Pedagógicas – 8o ano do Ensino Fundamental


Ainda havia três cápsulas dentro dela. Da caixinha, se desprendia um vago
odor de amêndoas amargas, característico do cianeto. Examinando as três
cápsulas, constatou que elas realmente continham aspirina.

— O veneno foi depositado apenas numa delas, disse ele. A fórmula fora
preparada na maior e mais afamada drogaria da cidade. [...]

Sentada numa poltrona forrada de pano escocês, achava-se uma pequena


mulher, extremamente feminina, de ar decidido e frágil ao mesmo tempo.
A moça trazia um lenço na mão e de vez em quando enxugava uma
lágrima.

— Miss Verônica, disse Cora apresentando-a aos dois homens. Ao vê-la,


Alberto sentiu uma estranha emoção. O coração bateu-lhe apressado e ele
se viu subitamente transportado para um mundo de irrealidade e sonho.
Não saberia dizer se era bonita ou feia, morena ou loura, gorda ou magra,
tal a perturbação em que se achava.

Como que magnetizado, ficou olhando para a pequena criatura sentada na


poltrona. Sem perceber o que se passava com o estudante, o Inspetor
examinou cuidadosamente todos os detalhes do quarto de Clarence.

— Um besouro! — exclamou Alberto de repente, segurando uma caixinha


aberta com um pequeno escaravelho negro fincado numa rolha, em cima
de uma cômoda.

A caixa era exatamente igual à que Hugo recebera na véspera de sua


morte.

— Seu filho era entomologista10, minha senhora?

— Não. Clarence recebeu isso ontem de manhã, pelo correio.

Deve ser alguma brincadeira...

Alberto sentiu um arrepio percorrer-lhe o corpo. Em sua imaginação


misturavam-se duas cabeleiras vermelhas, a de “Foguinho” com a de
Clarence, e dois besouros negros, ambos fincados numa rolha.

— Pode ceder-me esse inseto? perguntou Alberto a Mrs. O’Shea. Estou


fazendo coleção deles.
ALMEIDA, Lúcia Machado. O Escaravelho do Diabo. São Paulo: Ática, 1985. p.25-26.

10
Entomologia é a especialidade da biologia que estuda os insetos.

Avaliação Diagnóstica de Entrada • Comentários e Recomendações Pedagógicas – 8o ano do Ensino Fundamental


31
Habilidade
Reconhecer elementos da narrativa (personagem, enredo, tempo, espaço ou foco
narrativo) em um texto.

Questão 11
O trecho transcrito se passa

(A) na delegacia.

(B) na casa de Alberto.

(C) no funeral de Clarence.

(D) na casa da Mrs. O’ Shea.

Comentários e Recomendações Pedagógicas


A questão oferece inicialmente um excerto do clássico infanto-juvenil “O
Escaravelho do Diabo”, de Lucia Machado de Almeida. Nele, narram-se os
eventos posteriores à morte do filho de Cora O’Shea, Clarence, quando
Alberto – o protagonista – e o inspetor vão à casa dela para investigar os
acontecimentos. A solicitação da atividade é centrada na habilidade de
reconhecer elementos da narrativa (personagem, enredo, tempo, espaço
ou foco narrativo) em um texto, em especial, o espaço, pois a pergunta é
justamente sobre o local em que se passa a cena narrada. Considerando o
Currículo Paulista, encontra-se correspondência na habilidade EF35LP26,
“ler e compreender, com certa autonomia, textos do campo artístico-
literário, que apresentem diferentes cenários, observando elementos
constituintes das narrativas, tais como enredo, tempo, espaço,
personagens, narrador e a construção do discurso indireto e discurso
direto”.
Trechos que ajudam a chegar à resposta correta são: “[Clarence] Tomara o
remédio naquela sala mesmo, à vista de todos.”; “o Inspetor examinou
cuidadosamente todos os detalhes do quarto de Clarence”. O local onde
estão é justamente onde Clarence morreu, onde fica seu quarto. Entre as
alternativas, apenas uma poderia contemplar tudo isso. Percebe-se, então,
que a cena se passa “na casa da Mrs. O’ Shea” (D).

32 Avaliação Diagnóstica de Entrada • Comentários e Recomendações Pedagógicas – 8o ano do Ensino Fundamental


Para aprofundar a habilidade exigida nessa questão, sugere-se que o
professor conduza atividades de leitura e análise de narrativas.
Recomenda-se o trabalho com textos que possam ser analisados por
completo em uma única aula, como fábulas, crônicas ou trechos de
romance. Para elaboração de planos de aula com esse objetivo, é oferecida
a referência motivadora a seguir.
- Elementos da Narrativa. Disponível
em:<http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=816
5>. Acesso em: 02 dez. 2019.

Habilidade
Estabelecer relações lógico-discursivas presentes no texto por meio de elementos de
referenciação.

Questão 12
Em “ela mandara aviar para ele uma velha fórmula com aspirina”, o termo
em destaque faz referência à

(A) Clarence.

(B) Mrs. O’ Shea.

(C) Miss Verônica.

(D) farmacêutica.

Comentários e Recomendações Pedagógicas


A questão solicita o estabelecimento de relações lógico-discursivas
presentes no texto por meio de elementos de referenciação. Tal habilidade
está também elencada no Currículo Paulista, donde consta na EF35LP14:
“compreender o uso de recursos linguísticos-discursivos como pronomes
pessoais, possessivos, demonstrativos, como recurso coesivo anafórico, em
textos de diferentes gêneros”.

Concentrando-se no trecho “ela mandara aviar para ele uma velha fórmula
com aspirina”, a atividade pergunta a quem o termo destacado faz
referência – no caso, o pronome pessoal do caso reto “ela”.

Avaliação Diagnóstica de Entrada • Comentários e Recomendações Pedagógicas – 8o ano do Ensino Fundamental


33
É evidente que, por se tratar de um pronome feminino, o termo com o
qual “ela” concorda é igualmente feminino. Com essa informação, já se
pode excluir “Clarence” (A), o filho de Mrs. O’Shea. As demais opções não
podem ser definidas apenas pela concordância, mas o contexto permite
que se chegue à resposta:

“Cora pensou algum tempo e exclamou aflita:

— A cápsula! A cápsula!

E contou que Clarence se achava muito gripado, ligeiramente febril,


e que ela mandara aviar para ele uma velha fórmula com aspirina.
Tomara o remédio naquela sala mesmo, à vista de todos.”

Os verbos “pensar”, “exclamar” e “contar” estão todos associados ao


mesmo sujeito, que é Cora O’Shea. O trecho destacado pelo enunciado é
uma oração subordinada ao último desses verbos, “contar”. Retirando-se
passagens intermediárias, pode-se ler “E [Cora] contou [...] que ela
mandara aviar para ele uma velha fórmula com aspirina”. Dessa forma,
“ela” é a mesma pessoa que está contando tal informação, portanto, a
própria Mrs. O’Shea (B).

Para aprimorar o nível de domínio dos estudantes sobre a habilidade


avaliada nessa questão, sugere-se que o professor proponha tarefas
focadas em analisar textos nos quais o uso de pronomes como elementos
de referenciação seja abundante. Para tal, é possível buscar inspiração nos
planos de aula referenciados a seguir.

- Gramática com textos: pronomes como elementos coesivos. Disponível


em:<https://novaescola.org.br/conteudo/6207/gramatica-com-textos-
pronomes-como-elementos-coesivos>. Acesso em: 07 jan. 2020.

- Coesão textual: o pronome na construção do texto. Disponível


em:<http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=152
69>. Acesso em: 02 dez. 2019.

34 Avaliação Diagnóstica de Entrada • Comentários e Recomendações Pedagógicas – 8o ano do Ensino Fundamental


Referências bibliográficas
BAGNO, M. Norma linguística, hibridismo & tradução. Traduzires, Brasília, v. 1, n. 1, p. 19-32, 2012.
Disponível em:<https://periodicos.unb.br/index.php/traduzires/article/view/20891>. Acesso em: 02 dez.
2019.

DLUGOSZ, S. D. O ensino das classes gramaticais por meio de brincadeiras: é possível? In: Os desafios da
escola pública paranaense na perspectiva do professor PDE 2016. Disponível
em:<http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/cadernospde/pdebusca/producoes_pde/2016/2016_p
dp_port_unicentro_suelidwulatka.pdf>. Acesso em: 02 dez. 2019.

DUARTE, L. P. Ironia e humor na literatura. Belo Horizonte: Editora PUC Minas; São Paulo: Alameda,
2006.

RAMOS, P. E. Tiras cômicas e piadas: duas leituras, um efeito de humor. 2007. Tese (Doutorado em
Filologia e Língua Portuguesa) - Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São
Paulo, São Paulo, 2007. doi:10.11606/T.8.2007.tde-04092007-141941. Disponível
em:<https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8142/tde-04092007-141941/pt-br.php>. Acesso em: 10
jan. 2020.

Sites pesquisados:

https://novaescola.org.br/plano-de-aula/sequencia/formas-de-variacao-linguistica/524. Acesso em: 02


dez. 2019.

http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=25685. Acesso em: 02 dez. 2019.

http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=7140. Acesso em: 02 dez. 2019.

http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=15269. Acesso em: 02 dez. 2019.

https://novaescola.org.br/conteudo/6207/gramatica-com-textos-pronomes-como-elementos-coesivos.
Acesso em: 07 jan. 2020.

http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=13490. Acesso em: 02 dez. 2019.

https://novaescola.org.br/plano-de-aula/sequencia/adverbio-e-locucoes-adverbiais/583. Acesso em: 07


jan. 2020.

http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=34968. Acesso em: 02 dez. 2019.

http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=25841. Acesso em: 02 dez. 2019.

http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=56688. Acesso em: 02 dez. 2019.

http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=8165. Acesso em: 02 dez. 2019.

https://novaescola.org.br/plano-de-aula/3270/humor-critica-e-ironia-o-que-e-um-meme. Acesso em: 02


dez. 2019.

Avaliação Diagnóstica de Entrada • Comentários e Recomendações Pedagógicas – 8o ano do Ensino Fundamental


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AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM EM PROCESSO

COORDENADORIAS
Coordenadoria Pedagógica - COPED
Coordenador: Caetano Pansani Siqueira

Coordenadoria de Informação, Tecnologia, Evidência e Matrícula - CITEM


Coordenador: Thiago Guimarães Cardoso

DEPARTAMENTOS
Departamento de Desenvolvimento Curricular e de Gestão Pedagógica - DECEGEP
Diretor: Valéria Arcari Muhi

Centro dos Anos Finais do Ensino Fundamental - CEFAF


Diretora: Carolina dos Santos Batista Murauskas

Centro de Ensino Médio - CEM


Diretora: Ana Joaquina Simões Sallares de Mattos Carvalho

Centro de Excelência LAPLACE – autoria do material

Equipe Curricular de Língua Portuguesa – Leitura crítica, adaptação e validação do material


Daniel Carvalho Nhani, Katia Regina Pessoa, Mara Lucia David, Marcos Rodrigues Ferreira,
Mary Jacomine da Silva, Teônia de Abreu Ferreira

Departamento de Avaliação Educacional - DAVED


Diretora: Patricia de Barros Monteiro
Assistente Técnica: Maria Julia Filgueira Ferreira

Centro de Planejamento e Análise de Avaliações - CEPAV


Ademilde Ferreira de Souza, Cristiane Dias Mirisola, Ilton Campos Cavalcanti, Juvenal de Gouveia,
Márcia Soares de Araújo Feitosa, Soraia Calderoni Statonato, Sylvia Russiano Toledo Casari

Centro de Aplicação de Avaliações - CEAPA


Diretora: Isabelle Regina de Amorim Mesquita

Amanda Morais Cardoso, Denis Delgado dos Santos, José Guilherme Brauner Filho,
Kamila Lopes Candido, Nilson Luiz da Costa Paes, Teresa Miyoko Souza Vilela

Departamento de Tecnologia de Sistemas


Diretor: Marcos Aparecido Barros de Lima

Centro de Planejamento e Integração de Sistemas


Diretora: Camila da Silva Alcazar
Viviana Fernandes dos Santos – Analista de Sistemas

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