O BEM-ESTAR ANIMAL COMPENSA

Como assegurar a qualidade de vida dos animais

pode garantir o futuro dos seus negócios
 Como assegurar a qualidade de vida dos animais
pode garantir o futuro dos seus negócios

Introdução Eficiência Qualidade Participação Acesso Conclusão

no mercado a mercados

02 03 06 09 11 12
Trate bem os Como Animais menos O consumidor já está O bem-estar animal Motivos há de sobra.
animais – o bem-estar estressados dando preferência é um dos pilares O que mais
e abra os horizontes animal aumenta dão origem a carne, a alimentos da competitividade é preciso saber
para sua empresa, a produtividade leite e ovos melhores originados das empresas sobre o bem-estar
sítio ou fazenda nos sítios e fazendas de animais criados do setor animal?
com bem-estar – de alimentos
e pode estar disposto
a pagar mais por isso

COMO ASSEGURAR A QUALIDADE DE VIDA DOS ANIMAIS PODE GARANTIR O FUTURO DOS SEUS NEGÓCIOS 1
 Trate bem os animais – e abra os horizontes para sua empresa, sítio ou fazenda

Há um fundamento ético bastante claro na adoção de práticas
de bem-estar animal nas fazendas e nos sítios. Afinal de contas,
não é difícil convencer a maioria das pessoas o quanto é condenável
causar sofrimento a um ser vivo.
O problema, porém, surge quando aspectos financeiros entram
na equação. Sob a luz fria dos números, será que continua a fazer
sentido, do ponto de vista econômico e financeiro, abandonar
os métodos convencionais de criação para adotar um sistema
que proporcione conforto, qualidade de vida e a possibilidade
de um animal expressar seus comportamentos naturais ao dormir,
se movimentar, se alimentar e se relacionar com outros indivíduos
de sua espécie?
A pertinência desse tipo de questionamento pode ser discutível,
mas é possível compreender a preocupação: aparentemente,
parece haver um dilema entre a sustentabilidade do negócio e a
qualidade de vida dos animais. Ocorre que esse é um falso dilema.
Há uma série de estudos mostrando justamente o contrário:
as empresas dispostas a oferecer qualidade de vida e tratamento
humanizados às suas criações são as que realmente estão trilhando
um caminho mais sustentável, criando valor para seus acionistas,
gerando empregos e produzindo com qualidade para o mercado.
Nas próximas páginas, mostraremos como as empresas e criadores
podem ganhar vantagens econômicas e comerciais ao tratar bem
os animais.

As empresas dispostas a oferecer qualidade de vida aos animais

são as que realmente estão abrindo caminhos para o futuro.

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 Como o bem-estar animal aumenta a produtividade nos sítios e fazendas

Vamos imaginar um produtor que não dê a mínima para o bem-estar animal.

Digamos que, para ele, tanto faz que os métodos de produção utilizados
em sua propriedade sejam cruéis e causem sofrimento. E se o único aspecto
capaz de o motivar fosse o financeiro? Será que esse mesmo produtor – um perfil
que do fundo do coração desejamos ser raríssimo nos dias de hoje – teria
razões suficientes para melhorar a qualidade de vida dos animais?

A resposta é um ressonante “sim”. Animais que vivem sob condições de vida

adequadas e confortáveis tornam-se mais produtivos. Vamos combinar
que não é preciso pensar muito para ver o quanto essa afirmação faz sentido.
Pense, por exemplo, na sua própria experiência de vida: você produz mais e melhor
num ambiente com temperatura confortável, com água e alimentação suficiente
para lhe dar a energia necessária – ou numa sala apertada e quente, com o estômago
revirando de fome e a boca sedenta por um copo d’água?
Pelo menos para as pessoas normais, a resposta óbvia é a primeira alternativa.
A falta de conforto vai deixá-lo mais irritado, menos concentrado e sujeito a cometer erros.
Embora situações adversas possam ser suportadas por um curto período de tempo,
o sofrimento constante provavelmente vai aumentar os riscos de problemas
que o afastem do trabalho e de doenças que, em casos extremos, podem ser fatais.

Animais bem alimentados, vivendo em ambientes confortáveis e com alimento e água na

medida certa são mais produtivos do que se estivessem passando fome, sede e aperto

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Assim acontece também com os animais de criação. Essa comparação
não tem nada de exagerada. Animais bem alimentados, vivendo
em ambientes confortáveis e com alimento e água na medida certa
são mais produtivos do que se estivessem em locais superpovoados,
exageradamente quentes ou excessivamente frios, com pouca água
e comida. Sob condições estressantes, bois, aves e suínos ganham
peso mais lentamente. Vacas leiteiras produzem menos leite e galinhas
poedeiras põem menos ovos.
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Animais irritados brigam mais entre si e se machucam com
mais frequência e os gastos com veterinários e medicamentos
aumentam. O número de mortes é elevado. Em outras palavras,
evaporam-se os supostos ganhos econômicos que seriam
obtidos ao elevar a população por metro quadrado acima
do recomendável e o dinheiro poupado com comida, água
e energia na manutenção do conforto térmico.
Alguém ainda acha que a crueldade com os animais compensa?
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Nos últimos anos, alguns estudos
têm ajudado a demonstrar melhor a
relação entre eficiência econômica e
bem-estar animal, positiva
em praticamente todas as fases
da produção. No Brasil, um dos
exemplos vêm da comparação
numa etapa bastante específica
da criação de suínos – o alojamento
de matrizes em gestação.
A Granja Miunça, do Distrito Federal,
comparou dois sistemas diferentes
utilizados em suas operações.
Num deles, os leitões nascem
e são amamentados em baias
de gestação coletiva, a forma mais
recomendada pelas boas práticas
de bem-estar animal, uma vez que
nessas baias matrizes e filhotes
encontram um ambiente adequado
para se movimentar e expressar seu
comportamento natural.
O segundo sistema é o
convencional, no qual a matriz
dá à luz e amamenta os filhotes
numa gaiola individual, onde a
impossibilidade de se movimentar
causa estresse e sofrimento aos
animais.
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As conclusões foram bastante
convincentes. O sistema de baias
coletivas aumentou o número
de leitões nascidos vivos em 3,5%.
O peso no desmame foi 14% maior
do que no sistema de gaiolas
individuais. O aumento no
bem-estar elevou a receita
obtida por matriz em 16,5%,
enquanto os custos por matriz
caíram mais de 30%.
Na prática, os bons resultados O berço dos bons resultados
que se obtêm ao assegurar a
qualidade de vida dos animais vão se Comparação entre a produtividade das baias de
acumulando ao longo de gestação coletiva e as gaiolas individuais para o
todo o processo de produção – alojamento de matrizes suínas
do nascimento ao abate dos animais
Baias Gaiolas
e até a chegada dos produtos coletivas individuais
às mãos do consumidor.
Funciona assim: o criador garante Leitões nascidos vivos 14,24 13,76
o bem-estar aos animais, e eles Peso desmamado (kg) 5,76 5,02
devolvem em forma de uma
contribuição para que a empresa, Receita bruta por matriz (R$) 3.363 2.885
a fazenda ou o sítio tenham um Custo por matriz (R$) 271 378
futuro mais tranquilo e capacidade
Fonte: WAP (World Animal Protection).
financeira para enfrentar os desafios
do mercado.
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 Animais menos estressados dão origem a carne, leite e ovos melhores
Diz um ditado bastante conhecido que a voz do
“91% dos consumidores povo é a voz de Deus. Talvez seja bom levar a sério
brasileiros acreditam que essa afirmação, ao menos no que diz respeito à
relação entre bem-estar animal e a qualidade dos
animais produzidos alimentos. De acordo com uma pesquisa divulgada
em um sistema de bem- em dezembro de 2016, 91% dos consumidores
estar resultam brasileiros acreditam que animais produzidos em
em carne de melhor um sistema de bem-estar resultam em carne de
melhor qualidade – o estudo foi realizado pelo
qualidade” instituto de pesquisas Ipsos e pela organização
não-governamental World Animal Protection,
voltada à defesa dos direitos dos animais.
A percepção de que existe uma relação entre
a qualidade da carne e a qualidade de vida das
criações é elevada também no México, no Chile
e na Colômbia, outros três países que fizeram
parte da pesquisa. E, de fato, os consumidores
têm razão. A literatura técnica é farta em
demonstrar que animais bem tratados
produzem proteínas de qualidade superior.
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Isso é bastante claro, por exemplo,
no caso de suínos e bovinos,
cujo estresse nas horas que
antecedem o abate pode resultar
em características pouco agradáveis
para o consumo. A dor e o sofrimento
desencadeiam, no organismo desses
animais, reações importantes.
Por isso é importante evitar maus
tratos e crueldade, especialmente
nas horas que antecedem o abate,
quando eles são embarcados,
transportados e abatidos.
(Não só nesses momentos, é claro:
os estudos a respeito indicam que
animais criados durante toda
a sua vida com menos estresse
e mais conforto percorrem com
mais tranquilidade o caminho até
o frigorífico).
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 Animais menos estressados dão origem a carne, leite e ovos melhores

Concretamente, o estresse elevado provoca e Extensão), ligada à Universidade Estadual

A dor e o sofrimento alterações físicas e químicas que resultam Paulista. Mas a qualidade de vida desde o
numa carne bovina e suína mais dura, nascimento tem um peso importante
desencadeiam reações com uma coloração e uma textura menos nos momentos finais de um animal:
físicas e químicas agradáveis ao paladar. essas mesmas pesquisas também
no organismo dos Em muitos casos, essas características apontam que os animais submetidos
animais, piorando são penalizadas – seja pelas indústrias de a uma criação humanizada desde
alimentos, que pagam com descontos a o nascimento desenvolvem um
as características carne comprada dos criadores, seja pelo temperamento mais tranquilo, o que
da carne, do leite consumidor, que rejeita o produto nas os faz atravessar com menos estresse
e dos ovos. gôndolas dos supermercados. Essa relação os momentos que antecedem o abate.
entre estresse elevado e má qualidade da
carne é particularmente reforçada durante
o transporte e o período imediatamente
anterior ao abate, como mostram diversos
estudos incluídos no livro Bem-estar
animal como valor agregado nas
cadeias produtivas de carnes,
recentemente publicado pela Funep
(Fundação de Apoio à Pesquisa, Ensino

Que não se perca de vista um fato indiscutível – num negócio como o da produção de
alimentos, a percepção de qualidade por parte do consumidor tem um poder imenso sobre
os destinos de uma empresa.

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 Não são os únicos problemas de qualidade causados pelo estresse e pelo sofrimento.
Brigas entre animais são mais frequentes quando eles precisam disputar espaço, comida
ou água insuficientes. Isso vale tanto para aves, quanto para suínos, bovinos ou qualquer
outra espécie criada em confinamento. As disputas resultam em machucados e hematomas.
Dependendo da natureza dos ferimentos, a recuperação dos animais pode tirá-los de
produção, fazê-los perder peso ou resultar em cicatrizes que, no momento do abate, fará
parte da carne ter de ser descartada.

Outro exemplo vem de um estudo da Como consequências, elas sujam os úberes

Universidade da Carolina do Norte,
nos Estados Unidos. Os pesquisadores
descobriram que vacas leiteiras manejadas
de acordo com as boas práticas de bem-
estar animal produzem leite de melhor
qualidade. A explicação para isso é
surpreendentemente simples. Empregados
pouco preocupados com a qualidade
de vida do rebanho batem nos animais
e os submetem a outros tipos de maus
tratos para acelerar a movimentação
entre os estábulos e os locais de ordenha.
Isso aumenta os riscos de que as vacas,
escorreguem e caiam.
no chão, levando à contaminação do leite.
Para se ter uma ideia de quanto isso pode
custar: no Uruguai, as perdas econômicas
devido aos problemas de qualidade da
carne bovina somam mais de 30 milhões
de dólares por ano, segundo um estudo
do Instituto Nacional de Investigación
Agropecuaria, órgão de pesquisa
agropecuária do governo uruguaio.
Estima-se que 86% desses prejuízos sejam
provocados pelo manejo inadequado dos
animais.

Com bem-estar é melhor

Parcela dos consumidores que relacionam a qualidade de vida dos animais

com a dos alimentos produzidos

Colômbia 94% México 94% Brasil 91% Chile 82%

Fonte: Instituto de Pesquisas IPSOS.

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 O consumidor já está dando preferência a alimentos originados de animais criados
com bem-estar – e pode estar disposto a pagar mais por isso

O bem-estar animal já é, animais criados de acordo com as boas

Num mundo interconectado,
a exposição de práticas cruéis
e degradantes na criação de
animais pode ser fatal para
uma empresa
definitivamente, um aspecto de
dimensões estratégicas para criadores
de animais e empresas inseridas na
cadeia do agronegócio. Não restam
dúvidas de que o tema é fundamental
para conquistar e manter o elo
da cadeia responsável pela saúde
financeira, pelo crescimento e, em
última análise, pelo futuro de um
empreendimento: o consumidor.
De fato, o estudo “Consumo às cegas”
mostrou que o tratamento que se dá
aos animais é um tema importante
para a maior parte dos brasileiros.
Mais da metade dos entrevistados
(55%, para ser mais exato) afirmaram
se preocupar com os métodos de
abate. Além disso, 82% disseram
que comprariam ou provavelmente
comprariam produtos que tivessem
um selo assegurando sua origem em
práticas de bem-estar. De acordo com
os autores do estudo, a parcela na qual
essas preocupações estão mais presentes
é formada por pessoas de 18 a 29 anos
– ou seja, os jovens consumidores, que
nas décadas por vir vão ganhar peso no
mercado, e cujas decisões de compra vão
determinar os destinos dos negócios.
Nesse sentido, não se deve ignorar
a natureza das relações entre as
empresas e o público no mundo de hoje.
Vivemos num ambiente crescentemente
interconectado, no qual as relações sociais
entre as pessoas multiplicam a informação
exponencialmente, para o bem e para
o mal. Nesse cenário, imagine-se, por
exemplo, os danos de imagem para uma
marca que seja associada aos maus tratos
com os animais. Um único vídeo viral
disseminado pelas redes sociais pode
ser fatal para os negócios.

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 O consumidor já está dando
preferência a alimentos
originados de animais criados
com bem-estar –
e pode estar disposto a pagar
mais por isso.
COMO ASSEGURAR A QUALIDADE DE VIDA DOS ANIMAIS PODE GARANTIR O FUTURO DOS SEUS NEGÓCIOS
Os consumidores estão sensíveis a essas questões. Pode ser que boa parte do público
ainda não esteja plenamente consciente sobre as condições em que os animais são criados –
mas a exposição à realidade dura e cruel que ainda persiste em parte significativa dos sítios
e fazendas do país tem um efeito imediato sobre sua intenção de consumo.
Prova disso vem do trabalho realizado na escola de negócios carioca Coppead. No estudo,
os pesquisadores avaliaram a mudança na percepção dos entrevistados sobre o preço justo
de produtos de origem animal antes e depois da exibição de um vídeo mostrando condições
desumanas de criação. Os resultados mostraram um crescimento significativo na propensão
a pagar mais por produtos obtidos de acordo com as boas práticas de bem-estar.
Antes da exibição do vídeo, pouco mais de 30% das pessoas afirmaram estar dispostos
a pagar um adicional superior a 40% por carne, leite e ovos com selos assegurando que
os animais foram criados com qualidade de vida. Após o vídeo ser exibido, essa parcela
aumentou para perto de 50%.
Esses resultados mostram um bom mapa dos caminhos que o agronegócio precisa
percorrer para garantir um lugar no futuro. Cuidar dos animais não só vai ajudar a manter
o mercado, mas também pode elevar a rentabilidade das empresas.
O valor da certificação
Diante de um produto certificado quanto a produção com bem-estar os consumidores...
82% … comprariam, com certeza ou provavelmente
13% … não sabem se comprariam ou não
7% … Não comprariam, com certeza ou provavelmente
Fonte: “Consumo às cegas: percepção do consumidor sobre o bem-estar animal”
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 O bem-estar animal é um dos pilares da competitividade
das empresas do setor de alimentos
Muitas empresas e criadores podem
ser resistentes a aceitar a pressão dos
consumidores por uma alimentação
baseada em princípios éticos, como os
que envolvem o bem-estar animal. É
certamente um fato que as manifestações
dos consumidores às vezes podem
parecer difusas e desconexas – o que
é uma desculpa perfeita para quem
quiser ignorá-las. Em vez de promover
mudanças, executivos, sitiantes e
fazendeiros podem preferir “esperar para
ver o que acontece”.
Ocorre que a tendência rumo a uma criação
mais humana tem sido reforçada pelos
grandes compradores de carne, leite e ovos.
Um exemplo recente no Brasil vem de um
dos maiores grupos de fast-food do país,
o Brazil Fast-Food Corporation, dono de
marcas famosas no Brasil, como as redes
Bob’s, Pizza Hut, KFC, Yoggi e Doggis. Pouco
antes do Natal, seus executivos anunciaram
um compromisso com qualidade de vida
das galinhas poedeiras: até 2025, seus
restaurantes vão comprar ovos apenas de
fornecedores que não submetam as aves
a confinamento, de modo que elas possam
expressar nos aviários o comportamento
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natural da espécie. Não é um caso isolado. No Brasil, a BRF, que engloba as marcas Sadia,
Perdigão e Qualy, também já prometeu abolir o uso de gaiolas de gestação de suínos na
companhia e nos seus fornecedores.
Cuidar adequadamente das criações também é cada vez mais uma exigência para as
empresas e criadores dispostos a disputar o mercado internacional. A imposição de barreiras
comerciais a alimentos e matérias-primas de origem animal que não seguirem boas práticas
de produção está na agenda de muitos países. Enquanto isso, empresas internacionais de
alimentos ciosas de seus resultados e de sua reputação impõem os próprios padrões aos
fornecedores.
Em dezembro a Starbucks — uma das principais redes de cafeterias do planeta — decidiu
comprar carne de frango apenas de criadores que os produzam de acordo com boas
práticas de bem-estar animal. O prazo para que a adaptação seja completa vai até 2024.
O McDonald’s também anunciou, recentemente, que irá deixar de comprar carne suína de
granjas brasileiras e mexicanas que não substituírem
as gaiolas individuais de gestação por baias coletivas.
Multinacionais como Nestlé e Unilever também têm
programas consolidados de bem-estar animal.
De fato, os mercados internacionais são a força que se
mostra mais presente no atual momento do mercado
brasileiro. Uma pesquisa feita em 2012 na Coppead
mostra que a maioria das empresas inseridas na
cadeia do agronegócio que incluem o tema do bem-
estar animal em seus relatórios de sustentabilidade
são exportadoras. A pressão para agir de maneira
ética e humana com a criação já é forte – e só tende a
crescer daqui por diante.
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 Motivos há de sobra.
O que mais é preciso saber sobre o bem-estar animal?

Como se vê, há muitos motivos para cuidar do bem-estar animal. Antes de mais
nada, tratam-se de princípios éticos aos quais qualquer pessoa com lucidez não
teria nenhuma dificuldade em aderir. Se havia dúvidas sobre sua viabilidade
financeira, esperamos que este e-book as tenha dissipado: os ganhos de eficiência
e qualidade e a ampliação da capacidade de conquistar consumidores e mercado
são bastante compensadores (veja o quadro-resumo neste capítulo).

O que é importante, no caso, é que as mudanças em direção ao tratamento

humanizado aos animais devem ser baseadas num compromisso transparente.
É essa credibilidade que o selo Certified Humane proporciona. O programa
é mantido por uma organização não-governamental sem fins lucrativos, e
representa uma garantia para todas as partes envolvidas no negócio – investidores,
funcionários, clientes e a comunidade – que sua empresa mantém
um compromisso sério com as boas práticas de bem-estar das criações.

É por isso que o selo Certified Humane já certifica mais de 200 empresas e 5.000
fazendas em mais de 15 países. Desde sua criação, em 2003, mais de 1 bilhão de
animais foram criados em fazendas e granjas certificadas, assegurando o respeito
às necessidades de bem-estar de cada espécie. Uma das forças do programa
Certified Humane é o seu comitê científico, formado por 40 pesquisadores da área
animal e veterinários do Canadá, Europa, Brasil, Estados Unidos, Turquia e
Austrália – todos entre os melhores do mundo em suas áreas.

O objetivo, no fim das contas, é compartilhar com você algo muito simples: dar às pessoas o poder
de reconhecer e valorizar os produtores que respeitam o bem-estar animal.

COMO ASSEGURAR A QUALIDADE DE VIDA DOS ANIMAIS PODE GARANTIR O FUTURO DOS SEUS NEGÓCIOS 12
 As vantagens do bem-estar
O que as empresas e criadores ganham assegurando o tratamento humanizado aos animais

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EFICIÊNCIA QUALIDADE PARTICIPAÇÃO DE ACESSO A
MERCADO MERCADOS
Animais criados com Boas práticas na criação, Os consumidores estão Grandes grupos
conforto e bem-estar no embarque e mais dispostos a optar de alimentação
adoecem menos, ganham no transporte resultam por produtos que têm imposto aos
peso mais rápido, em carne, leite e ovos com respeitem às necessidades fornecedores a adesão
diminuindo custos um padrão de qualidade dos animais – e até mesmo às boas práticas de
e ampliando as receitas. mais elevado. a pagar mais por eles. bem-estar animal.

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 www.certifiedhumanebrasil.org

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