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Currículo em ação – pág 63

Por que se pensa e se quer “a” civilização?

O antropólogo Pierre Clastresi , em suas obras A sociedade contra o Estado e


Arqueologia da violência, define etnocentrismo como uma forma de avaliar as
diferenças pelo padrão da própria cultura, ou seja, a representação do humano opera em
uma hierarquia, “porque se pensa e se quer a civilização”. Dessa forma, o “outro” é a
diferença, e a visão dicotômica das tipologias evolutivas construídas pelo Ocidente traz
uma questão importante: como lidar com essa diferença? Nos processos de colonização,
seja no contexto do século XVI, no imperialismo do século XIX e mesmo a questão
racial do totalitarismo nazifascista do século XX, a atitude em relação à diferença está
no etnocídio e no genocídio. No primeiro, os denominados primitivos e “bárbaros”,
busca-se melhorá-los até que se tornem o modelo que lhes é proposto, eliminando sua
cultura, no segundo caso o tratamento é a negação, e consequentemente sua eliminação.
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Pierre Clastres (1943 – 1977), foi um importante antropólogo e etnógrafo francês da segunda metade do século
XX. Em sua obra procurou analisar de forma critica as sociedades americanas, que por muito tempo foram
hierarquizadas, desconstruindo a ideia de que as culturas, que tiveram um Estado, seriam mais desenvolvidas (Maias,
Incas e Astecas), em relação a outros povos da América do Sul

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